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Aula 9 - (Parte IV) Arquitetura para Concursos - Curso Regular 2017 Professor: Moema Machado ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 1 AULA 09 (parte 4) – CONFORTO ACÚSTICO Oi!!!!! Preparados para mais uma aula? Vamos aprender muito! Parabéns por estarem correndo atrás dos seus sonhos! SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 02 2. Som 06 3. NBR 16313:2014 – Acústica – Terminologia 30 4. NBR 10152:2017 – Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações 40 5. NBR 12179:1992 - Tratamento acústico em recintos fechados 49 6. NBR 10151:2000 - Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto acústico 59 7. Manual ProAcústica sobre a Norma de Desempenho 62 8. Como atingir o Conforto Acústico? 74 9. Resolução de questões 94 10.Lista de questões 158 11.Gabarito 166 12. Bibliografia 167 Vamos lá! Treinamento difícil, combate fácil! moema@moemamachado.com.br ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 2 INTRODUÇÃO Para fecharmos esse assunto sobre conforto ambiental, vamos tratar sobre o conforto acústico. E, abordar, também, o desempenho acústico das edificações, assim como a questão do ruído e o desenvolvimento sustentável. Mas, de uma forma bem breve, pois não é um assunto tão cobrado em provas, e, quando cobrado, normalmente, é a respeito de projetos de auditórios e as principais definições e conceitos acerca do som. “O ruído das grandes cidades é considerado a terceira maior poluição ambiental: ar, água e ruído. Efeitos conhecidos do ruído: distúrbio do sono, interferência na fala, desconforto geral e efeitos cardiovasculares. Os efeitos adversos iniciam a partir de 45-50 dB. Atualmente mais de 50% da população mundial vive em cidades. Na Europa, o nível de ruído ambiental (Leq,24h) atinge 60 a 65 dB, produzido por veículos que obedecem a normas de ruído. Em algumas cidades brasileiras a situação é bem pior, provocada principalmente pela manutenção insuficiente das vias e dos veículos, aliada ao uso incorreto de buzinas e amplificadores de som. Redução destes efeitos requer diversas ações em várias áreas, envolvendo autoridades e indivíduos. Incentivos para modernização de frota, manutenção apropriada de vias e veículos, educação para o trânsito e planejamento urbano apropriado, dependem de decisões de governos.” (Simões, 2011) Atualmente, vêm sendo discutidas temáticas que abordam a preocupação com o aumento dos níveis de ruído e queda da qualidade de vida nas grandes cidades. Quantas vezes fechamos as janelas e ligamos o ar condicionado para evitar a entrada de ruído em nossos ambientes de trabalho ou repouso? Aumentamos nosso consumo de energia para obter conforto acústico, mas não seria melhor diminuir a emissão de ruídos incômodos, atuando nas fontes sonoras? Fica evidente a incompatibilidade entre conforto térmico (ventilação) e conforto acústico em grandes centros urbanos. Fontes responsáveis pelo ruído urbano: •Fontes estacionárias: equipamentos urbanos (discotecas, restaurantes, templos, parques, bares...), construção civil, fábricas, eletrodoméstico, esportes, diálogos... •Fontes que provêm do tráfego ferroviário •Fontes provenientes de aeronaves em sobrevoo às áreas habitadas •Fontes de ruído que compõem o tráfego viário: automóveis, utilitários, motocicletas, ônibus, caminhões, etc. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 3 Atualmente o ruído é uma das perturbações que mais afetam os seres vivos, tanto de dia quanto de noite, e tanto no exterior quanto no interior das residências e locais públicos. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 4 Já o Desempenho Acústico das Edificações está ligado aos fenômenos de Absorção Acústica e Transmissão de sons entre ambientes. A Norma de Desempenho ABNT NBR 15575 limita o ruído no interior dos edifícios. O seu cumprimento é OBRIGATÓRIO e impacta a todos os novos EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS (a partir de julho de 2013). (Simões, 2011) O Conforto Acústico envolve aspectos psicológicos e fisiológicos na recepção, como os sons são percebidos, o que são os Graves e os Agudos e a inteligibilidade das mensagens orais. Para a obtenção do Conforto Acústico, serão abordadas a produção, a propagação e a recepção dos sons audíveis para a orelha humana, estudando as características dos materiais de construção, seu desempenho e sua correta especificação. Para alcançarmos o conforto acústico no projeto, devemos nos preocupar com as condições acústicas externas e internas do edifício projetado. Lembrando que, dependendo do uso da edificação, essa poderá ser fonte de ruído para o entorno ou ficar fragilizada por sua interferência. O projeto acústico melhora a qualidade do ambiente construído e proporciona edificações adequadas às suas finalidades. A Acústica é a ciência que estuda o som. O som é um fenômeno que tem grande predominância em nossa vida cotidiana. Em forma de palavra, de música, de ruído, é o principal sistema de transmissão de mensagens. Este fenômeno físico, cuja característica mais relevante é ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 5 a imaterialidade possui um forte componente subjetivo: pode tanto provocar sensações prazerosas, como ser uma fonte de incômodo. A Acústica se aplica a diversas áreas do conhecimento, mas, vamos focar na arquitetura. (Bistafa, 2012) A Acústica Arquitetônica estuda o fenômeno sonoro que consiste na produção, propagação e recepção do som no espaço construído, abrangendo os conhecimentos da acústica física (estudos da produção e propagação do som) e da psicoacústica (estudo da recepção do som, que define como o homem percebe o som em seu entorno). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 6 SOM Um som é, muitas vezes, a única informação possível para o que ocorre fora do nosso campo visual. No entanto, enquanto podemos desviar o olhar, para evitar uma visão desagradável, é impossível selecionar – de forma precisa – o que nos interessa ouvir. A audição complementa a visão na identificação dos elementos externos do entorno. Vamos entender, primeiramente, a diferença entre som e ruído. Segundo Sylvio Bistafa, o som é a sensação produzida no sistema auditivo, e ruído é um som indesejável, em geral de conotação negativa. Sons são vibrações das partículas do ar que se propagam a partir de estruturas vibrantes, mas nem toda estrutura que vibra gera som. As cordas de um violino só produzem som, se estiverem instaladas de forma adequada, devendo estar presas, e as vibrações serem introduzidas de forma correta. Também, caso sejam colocadas em vibração por alguém que não é músico, vão produzir sons musicais, provavelmente, sem harmonia. Dessa forma, ruído pode ser também definido como um som sem harmonia. Considerando ruído como som indesejável, insinua-se o julgamento da serventia do som, um julgamento que depende do contexto. Sons que, para todos os efeitos, seriam qualificados como ruído podem, no entanto, transmitir informações úteis. (exemplos: alarmes e sirenes de ambulância e de veículos policiais, percepção de algum problema no carro ou eletrodoméstico, etc.) Há aplicações, inclusive, em que um ruído é utilizado no combate a outro mais perturbador, fazendo-se uso da técnica de mascaramentosonoro. No entanto, na maioria das vezes, os ruídos geram diversos efeitos indesejáveis, como: em níveis suficientemente elevados, a perda da audição e aumento da pressão arterial (efeitos fisiológicos), incômodos (efeitos psicológicos), como perturbação do sono, stress, tensão, queda do desempenho, interferência com a comunicação oral, irritação e, por fim, efeitos mecânicos, como danos e falhas estruturais. Alguns problemas causados pelo ruído em recintos: • Risco de perda de audição em uma indústria. • Redução da inteligibilidade da fala em uma sala de aula. • Dificuldade de concentração em uma biblioteca. • Perturbação do sono em um dormitório. • Dificuldade de comunicação oral em um restaurante, em uma sala de estar, etc. O controle do ruído é uma tecnologia multidisciplinar que visa obter um nível de ruído aceitável em determinado ambiente, de acordo ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 7 com aspectos econômicos, operacionais, legais, médicos, psicológicos e culturais. O som é caracterizado por grandezas físicas, enquanto as sensações são caracterizadas por grandezas psicoacústicas. (Bistafa, 2012) Já sabemos que o som é uma onda. Mas, o que é uma onda? É uma perturbação, abalo ou distúrbio propagado através de um meio gasoso, líquido ou sólido, ou no caso de algumas ondas, no vácuo. A principal característica do movimento ondulatório é a propagação. Onda é algo que se movimenta pelo espaço, transportando energia, sem que, a rigor, haja deslocamento de matéria. As ondas, quanto a sua natureza, podem ser mecânicas ou eletromagnéticas: • Mecânicas: produzida pela vibração (deformação) do meio material. (ondas na corda, ondas sonoras, ondas na água); • Eletromagnéticas: Produzidas por variação dos campos elétrico e magnético (ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios-x e raios-gama). Não dependem do meio para se propagar; Elementos de uma onda: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 8 • Amplitude (A): é o deslocamento máximo vertical da onda; (W/cm2, W/m2, mV, V, m, cm, mm, etc). • Período (T): corresponde ao tempo necessário para que a onda percorra um ciclo completo (segundo) • Frequência (f): corresponde ao número de ciclos por unidade de tempo (Hertz). • Fase (φo): corresponde a diferença da posição inicial de vibração da onda em relação a posição zero no instante inicial. Comprimento de Onda ( λλλλ ): É a distância que uma onda percorre durante o tempo de um período T. Pode ser entendida como a distância entre dois pontos consecutivos do meio que vibram em fase. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 9 Ondas periódicas: “Quando a perturbação que produz a onda se repete periodicamente, ou seja, produz ondas com mesmo período ao longo do tempo.” O som é uma onda mecânica caracterizada por 3 grandezas físicas: Pressão (P), Intensidade (I) e Potência (W) Sonoras. “A acústica só se torna um dado de projeto a partir do momento em que se entende o que é o fenômeno chamado som e como ele se propaga, pois este é um conhecimento elementar para promover a qualidade acústica do ambiente. Como uma definição simplificada, pode-se dizer que, na maioria dos casos, o som tem sua origem na vibração de um objeto, provocando a vibração de partículas do meio e sendo capaz de ser captado pelo ouvido humano. Nessa definição, limita-se o tipo de vibração aqui estudada, pois nem toda vibração é percebida pelo ouvido humano. Além disso, quando se fala em “partículas do meio”, para a construção civil, esse meio refere-se basicamente ao ar e aos materiais de construção. A voz humana ou o som de um instrumento, para chegar a ser captados pelo ouvido humano, têm como meio de propagação o ar. Por outro lado, se o som pode ser percebido através de dois ambientes, que contam com uma superfície de separação entre eles (exemplo: uma parede), isso significa que a superfície é um meio vibrante, por menor que seja essa vibração (Figura 18). As vibrações sonoras propagam-se pelo ar em razão de pequenas alterações provocadas na pressão atmosférica, configurando-se como ondas sonoras. Ao sofrer um estímulo sonoro (vibração), as partículas do ar são submetidas a sucessivas compressões e rarefações (Figuras 19 e 20), de forma que o movimento de uma partícula provoca a vibração da partícula vizinha, resultando na propagação sonora. Em outras palavras, as partículas não se deslocam se o meio não estiver em movimento, mas sim vibram em torno de seu centro de equilíbrio, transmitindo energia sonora até se extinguir a flutuação da pressão sonora. 9 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 10 A grandeza da pressão exercida sobre a atmosfera determina o máximo deslocamento da partícula em relação ao seu centro de equilíbrio. Esse pequeno deslocamento é chamado de amplitude (Figura 20). O número de vezes que uma partícula completa um ciclo de compressão e rarefação em determinado intervalo de tempo ao redor de seu centro de equilíbrio, ou seja, o número de vezes que ela passa por uma mesma fase de vibração, é denominado frequência. Normalmente a ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 11 frequência é uma grandeza medida em Hertz (Hz), que representa o número de ciclos por segundo (c.p.s.). A maioria das fontes sonoras contém várias frequências, determinando a percepção sonora da característica chamada tom. O tom puro caracteriza- se por uma única frequência (diapasão), no entanto, normalmente, as fontes sonoras apresentam um tom complexo (mais de uma frequência). A frequência mais baixa de uma fonte é chamada fundamental ou primeiro harmônico. Para que seja audível ao ouvido humano, as frequências devem se situar entre 20 e 20.000 Hz. As frequências mais altas, com maior número de oscilações temporais, correspondem aos sons agudos, enquanto as frequências mais baixas, com menor número de oscilações temporais, aos sons mais graves.” (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) Pausa: Mas, professora, por que preciso saber sobre sons agudos e sons graves? Por um acaso isso aqui virou aula de música? (Não! Mas, um músico irá levar vantagem nessa aula. Rs) Porque os sons agudos, se caracterizam por frequências altas, logo, menor comprimento de onda, enquanto os sons graves, se caracterizam por frequências baixas e maior comprimento de onda. O comprimento da onda é característica de importância fundamental para o desempenho acústico, revelando se as superfícies têm dimensões adequadas para que ocorra a distribuição sonora desejada no ambiente. Os sons com frequência mais altas são mais fáceis de serem absorvidos e de serem refletidos por uma barreira. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 12 (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) “Além da amplitude, do comprimento de onda e da frequência, a maioria das fontes sonoras caracteriza-se por apresentar direcionalidade.” “O comportamento da onda sonora, considerando apenas o som direto (raio sonoro sem influências das superfícies ou obstáculos), tende a propagar-se esfericamente. Portanto a intensidade do som (W/m2) decai à medida que se afasta da fonte, pois a área de distribuição da energia sonora aumenta.” ==dd7d5== ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machadowww.estrategiaconcursos.com.br 13 (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 14 Acústica Arquitetônica – Guia Procel Edifica 3 PROPRIEDADES DO SOM Definição: O som é a sensação auditiva produzida por uma variação da pressão atmosférica a partir de vibração mecânica, que se propaga em forma de ondas, através de meio elástico e denso. Portanto, para que haja propagação de som, é necessário que haja um meio, um canal de transmissão. O mais comum dos meios de propagação é o Ar. No vácuo não existe som. O som também pode se propagar em meios sólidos como a estrutura dos edifícios, a terra, etc., e até mesmo em meios líquidos como a água, por exemplo. Produção do Som: Para que se produza som é preciso que uma superfície qualquer saia do repouso através de estímulo mecânico e vibre. A superfície vibrante é chamada de Fonte Sonora. A vibração é transmitida pelo ar na forma de ondas esféricas, que produzem uma pequena variação periódica da pressão atmosférica. Propagação do Som: A propagação, variação periódica em forma de ondas, tem características determinadas: • Frequência F = o número de ciclos que a onda sonora completa em um segundo chama-se de cps ou Hertz, abreviatura Hz, que nos dá a sensação de graves (baixas frequências) e agudos (altas frequências). As Normas Internacionais indicam que se analisem principalmente os sons compreendidos nas faixas de frequência de 125 Hertz e seus múltiplos, 250, 500, 1.000, 2.000 e 4.000 Hz. •••• Velocidade de propagação c No Ar, c λ 340 m/s (metros por segundo) • Comprimento de onda λ (lambda) = distância entre frentes de máxima energia c/F = λ, proporciona comprimentos de ondas de 2,72 m em 125 HZ, até 0,08 m em 4.000 Hz. As notas musicais de um piano, por exemplo, têm frequências fundamentais de 27,5 Hz (baixa frequência, som grave) a 4.400 Hz (alta frequência, som agudo). A velocidade de propagação c depende principalmente do meio em que o som se produz. Quanto mais rígido o material maior a velocidade de propagação, como se observa na tabela 1. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 15 Quando o som se propaga pelo ar, a velocidade é influenciada também por sua umidade relativa e pela temperatura. A absorção sonora varia em função da frequência e do grau de umidade relativa do ar. Quanto mais alta a frequência (mais agudo), maior será a absorção acústica. Por isso, ao aproximar-se de uma festa, ouve-se primeiro os sons graves, que possuem mais energia, e à medida que se aproxima da fonte sonora, começa-se a se ouvir os sons médios e posteriormente os sons agudos. Como os sons graves têm mais energia, eles se transmitem com maior facilidade através dos materiais de construção, sendo necessário o conhecimento do espectro do ruído para dimensionar adequadamente o isolamento acústico. A intensidade ou volume do som é chamado de Nível de Pressão Sonora e pode ser medida em Pascal, em bar ou em deciBell. Esta última leva o nome do grande inventor do telefone Graham Bell, em reconhecimento por sua contribuição à ciência. Como um Bell é muito grande, utiliza-se o deciBell, dB, ou decibel, um décimo de Bell. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 16 O NPS diminui em 6 (seis) dB cada vez que dobra a distância da fonte, facilmente compreendida pela observação da figura 1, acima. A uma distância L1 da fonte, tem-se o NPS P1. Dobrando esta distância, L1 x 2 = L2, teremos o nível P1 divido por quatro, P1 / 4 = P2. Como a escala deciBell (ou decibel) é uma escala logarítmica, onde a metade da pressão sonora representa uma diminuição de 3 (três) dB, um quarto da pressão sonora representaria uma diminuição de 6 (seis) dB no nível medido. Apresenta-se na tabela 2 a escala decibel, logarítmica, na sua ponderação mais usual, em dBA, com exemplos de níveis de ruído. Nosso sistema auditivo não responde de modo linear aos estímulos que recebe, mas sim de forma logarítmica. Dessa forma, o uso do decibel, em escala logarítmica, simplifica a avaliação dos níveis de pressão. Adição de Níveis Sonoros: Os níveis sonoros são grandezas logarítmicas, portanto não podem ser adicionados aritmeticamente. Qualquer situação acústica envolve, necessariamente, três elementos: fonte sonora, meio de propagação e receptor. O nível sonoro percebido pelo receptor depende da quantidade de energia sonora emitida pela fonte e das características do meio de propagação – o chamado campo sonoro. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 17 CONCEITOS BÁSICOS • SOM: TODA E QUALQUER VIBRAÇÃO OU ONDA MECÂNICA EM UM MEIO ELÁSTICO DENTRO DA FAIXA DE AUDIO FREQUÊNCIA • PARAMETRAGEM DA ONDA SONORA: – PERÍODO, tempo de um ciclo completo, (s) – FREQUÊNCIA, número de ciclos no tempo (cps, Hz) – AMPLITUDE, deslocamento máximo em relação ao ponto de equilíbrio (fração de metro) – COMPRIMENTO DE ONDA, distância percorrida em um ciclo completo (fração de metro) • GRANDEZAS SONORAS – PRESSÃO SONORA, diferença entre determinada pressão e a normal atmosférica (N/m², P) – INTENSIDADE SONORA, quantidade de energia transportada por unidade de superfície normal ao deslocamento, (W/m²) – POTÊNCIA SONORA, capacidade de energia possível de ser liberada por uma fonte, (W) Pessoal, repeti os conceitos de várias formas para que vocês possam assimilar melhor, já que são conceitos básicos. Eu, particularmente, gosto de entender o porquê das coisas, pois, assim, consigo assimilar o conhecimento, sem esquecer, e poder resolver qualquer questão a respeito. Agora, vamos entender a natureza ondulatória do som: reflexão, refração, difração, interferência, superposição e ressonância. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 18 • Reflexão do som O comportamento do som sobre uma superfície assemelha-se ao da luz, sendo que seus comprimentos de onda são menores. O som que nosso ouvido percebe é a composição do som direto da fonte e as subsequentes reflexões sofridas pela onda sonora. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação ou ao eco, dependendo do intervalo de tempo entre a percepção do som direto e do refletido. • Reforço: ocorre quando a diferença entre os instantes de recebimento do som refletido e do som direto é praticamente nula. O ouvinte apenas percebe um som mais intenso (maior quantidade de energia); • Reverberação: ocorre quando a diferença entre os instantes de recebimento dos dois sons, propagando-se no ar, é pouco inferior a 0,1 segundos. Ou seja, o obstáculo deve estar a uma distância menor de 17 metros; • Eco: ocorre quando os dois sons, direto e refletido, são recebidos num intervalo de tempo superior a 0,1 segundos. Ou seja, o obstáculo que refletirá o som, no ar, deve estar a uma distância maior de 17 metros; ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 19 (Goulard & al) Beranek, Music, acoustic and architecture (Wiley, 1962) • Eco palpitante: Eco resultante de sucessivas reflexões entre paredes paralelas muito próximas. O ouvido humano só consegue distinguir dois sons que chegam a ele com um intervalo de tempo superior a um décimo de segundo (0.1 s). Se, em algum ponto de uma sala, a diferença de caminhos entre o som direto e o refletido for muito grande, a audição será confusa, pois o receptor receberá dois sons.(Costa, 2003) Acima, temos a utilização de superfícies refletoras no forro, com orientação tal que as ondas refletidas atinjam os ouvintes, com intervalos de tempo reduzidos em relação ao som direto. d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 20 Na prática, o tempo de reverberação corresponde a uma queda de 60 dB no nível sonoro, queda suficiente para que o som não seja mais ouvido. Ao cessar a emissão da fonte sonora, as sucessivas reflexões ainda podem ser percebidas como um prolongamento do som. O tempo ótimo de reverberação varia conforme o uso e o volume do ambiente. Reverberações em tempos longos geram a sobreposição de sons, enquanto os curtos tendem ao desaparecimento do som. Temos então que, quanto maior for o volume, maior deverá ser o tempo ideal de reverberação. Para um tempo de reverberação de 500Hz são encontrados os valores de tempos ótimos de reverberação conforme o volume do ambiente prescrito pelo gráfico abaixo presente na NBR 12179. Para uma sala de concerto, por exemplo, é interessante que o som se prolongue por mais tempo fazendo com que as pausas sejam preenchidas com o som reverberante. Fonte: Bolk Beranek and Newman (Soler & Kowaltowski) d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 21 O controle do tempo de reverberação pode se dar com a adequada instalação de materiais refletivos e absorventes. Paredes que estejam a mais de 17 metros de distância da fonte sonora devem ser revestidas com material absorvente. A queda de intensidade sonora não ocorre apenas em decorrência da distância, mas também em função da absorção sonora dos materiais. Ao incidir sobre uma superfície, parte da energia sonora é refletida, enquanto outra parte é absorvida pelo material. Normalmente, quanto mais poroso o material, maior a absorção. Cada vez que o raio sonoro sofre uma reflexão, tende a perder energia, em uma porcentagem que varia conforme o coeficiente de absorção do material da superfície. Do mesmo modo que a luz, os “raios sonoros” têm seu ângulo de reflexão igual ao de incidência, como se sua origem fosse um espelho. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) 7 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 22 A figura a seguir apresenta um método gráfico para traçar os raios refletidos, determinando a localização da fonte imagem, e, a partir dela, traçando o caminho inverso do raio sonoro refletido. (Simões, 2011) Para que a reflexão sonora ocorra, é necessário que o espelho acústico tenha sua superfície maior que o comprimento de onda do som emitido. A reflexão, quando explorada arquitetonicamente, por meio de formas e direcionamento apropriados de espelhos acústicos, é um excelente instrumento para permitir o reforço e a distribuição sonora, aumentando a intensidade e a homogeneidade do som no ambiente. Em auditórios, esse recurso é muito utilizado, pois como o som perde sua intensidade à medida que se distancia da fonte, os espelhos acústicos colaboram na intensificação do som dos locais mais afastados da fonte. d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 23 • Refração A refração em uma onda ocorre quando ela passa de um meio para outro com índice de refração diferente, ocorrendo, dessa forma, a variação da velocidade de propagação e a variação do comprimento de onda, mas nunca a variação da frequência, pois se trata de uma característica da fonte que está emitindo a onda. Quando uma onda que se propaga num dado meio encontra uma superfície que separa esse meio de outro (interface), essa onda pode retornar ao meio em que estava se propagando (reflexão) e/ou propagar-se no outro meio (refração). Ao ar livre, a alteração da velocidade do som, na atmosfera, por variações de temperatura, pode provocar a refração das ondas sonoras, ocasionando um ligeiro desvio na trajetória original. Quanto mais quente o ar, menos denso, e maior velocidade do som. O ar a 0º C transporta o som a 1180 km/h; à temperatura de uma sala (20º C) o som viaja a 1250 km/h. Desse modo, quando as ondas do som se movem do ar frio para o ar quente, ganham velocidade. Se entrarem na camada quente em ângulo, a parte superior de cada onda é a primeira a mover-se mais depressa; cada onda é curvada. A figura abaixo ilustra a refração do som numa sala de concerto. A maior temperatura na região superior em relação a plateia, refrata o som e favorece a sua propagação. 5 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 24 • Difração A difração é a propriedade que as ondas têm de contornar obstáculos e que depende do comprimento da onda que está se propagando. Através da razão entre o comprimento de onda e a largura do obstáculo podemos calcular o grau de difração de uma onda específica, matematicamente podemos escrever: r = λ/d Quanto maior for a razão, maior será a extensão da curva de difração. Esse é o fenômeno que explica o fato de podermos ouvir atrás da porta quando uma pessoa fala do outro lado dela, além de ser um acontecimento largamente aplicado nas montagens de sistemas de alto-falantes. (SANTOS, 2017) As ondas sonoras apresentam valores elevados para o comprimento de onda (2cm - 20 m) para ondas audíveis no ar. Por isso, elas se difratam com relativa facilidade, contornando muros, esquinas, etc. Pelo contrário, a difração da luz é pouca acentuada, por que o comprimento de ondas luminosas é muito pequena (ordem de 10��m), só ocorrendo quando as dimensões dos obstáculos são pequenas. Ao passarem o obstáculo, as ondas sofrem um desvio de propagação, transpondo o obstáculo. Se a largura da fenda for menor ou igual ao comprimento de onda incidente, ela transpõe o obstáculo. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 25 Ondas planas num tanque de onda, incidindo sobre uma barreira que tem uma abertura pequena frente ao comprimento de onda, �. Depois de superada a barreira, as frentes de onda são circulares, centradas na abertura. Este encurvamento da frente de onda é a difração. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) Reparem bem nessa figura acima. Temos o som passando quando a barreira é menor que o comprimento de onda, temos a sombra acústica quando a barreira é maior que o comprimento de onda, temos a reflexão, a difração, ... Difração é o fenômeno que explica o funcionamento das barreiras acústicas, muito importantes para o controle de ruído urbano. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 26 • Interferência ou superposição As ondas sonoras são formadas de zonas alternadas de pressão alta (compressões) e baixa (rarefações). Quando ondas de fontes diferentes se chocam, ocorre a interferência. Este fenômeno pode ser observado num tanque de ondas na água. Suponha que você e um colega mantenham uma corda esticada, cada um segurando uma das extremidades. Se cada um produzir uma onda, elas irão se propagar pela corda e acabarão inevitavelmente por se encontrar. No ponto em que ocorre a superposição de duas ou mais ondas, o efeito resultante é a soma dos efeitos que cada onda produziria sozinha nesse ponto. Após a superposição, cada onda continua sua propagação através do meio, como se nada tivesse acontecido. Interferência construtiva: durante o cruzamento, houver um reforço dasondas. Interferência destrutiva: durante o cruzamento, houver um cancelamento total ou parcial entre as ondas. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 27 As ondas estacionárias são resultantes da superposição de duas ondas de mesma frequência, comprimento de onda e mesma amplitude, que se propagam ao longo de uma direção, mas de sentidos opostos. É um caso particular de interferência de ondas. Nesse caso, ao serem sobrepostas resultam em uma onda com amplitude nula. • Ressonância Todas as estruturas mecânicas têm uma ou mais frequências naturais de oscilação. Se a estrutura for submetida a uma força externa periódica cuja frequência coincida com uma das frequências naturais, a amplitude da oscilação atingirá valores elevados que podem levar ao colapso da estrutura. Este fenômeno é denominado ressonância. O fenômeno de ressonância é muito importante na compreensão das propriedades dos instrumentos musicais e o modo como eles produzem seu som característico. O ar contido numa cavidade possuirá uma série de frequências de ressonância associadas aos modos normais de vibração, constituindo uma cavidade acústica ressonante. Nos teatros antigos e nas igrejas da idade média se encontram cavidades, chamadas de vasos acústicos. Nos teatros, estes ressonadores serviam para amplificar a voz dos atores. Nas igrejas eles tinham uma função de absorção, contribuindo para atenuar a reverberação na região de baixas frequências (a frequência de ressonância destes vasos é da ordem de 200 Hz). Os painéis acústicos atuam como absorvedores de baixas frequências. Montados à frente de uma parede, funcionam como um sistema massa/mola. Se a frequência da onda incidente for igual à frequência própria do dispositivo ressonante, haverá a máxima transferência de energia, diminuindo a onda refletida. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 28 Já vimos os aspectos da natureza ondulatória do som e alguns fenômenos a ela relacionados e, agora, vamos a mais alguns fenômenos relativos ao som que são cobrados em prova. • Efeito Doppler Ocorre quando há movimento relativo entre a fonte sonora e o receptor. Por exemplo, a sirene de uma ambulância passando por um ouvinte parado na calçada. Nota-se que, à medida que a fonte se aproxima, o som vai se tornando mais agudo e, à medida que a fonte se afasta, o som vai se tornando mais grave. Explicação do fenômeno: Quando há aproximação da fonte sonora do receptor, há um número maior de frentes de ondas na unidade de tempo. Portanto, há um aumento de frequências ouvidas. Quando há afastamento, há um número menor de frentes de ondas na unidade de tempo. Portanto, há uma diminuição da frequência ouvidas. Ocorre quando a velocidade de movimento da fonte (vF) é menor que a velocidade do som (vS) no meio. • Difusão Irregularidades na superfície refletora podem provocar a difusão – as ondas sonoras se espalham em diversas direções, promovendo uma distribuição mais uniforme da pressão sonora e um ganho no conforto acústico. Embora haja fórmulas para cálculos precisos, de forma geral, um elemento arquitetônico (viga, balcão, pilar) será mais eficiente para provocar a difusão se sua largura for igual ao comprimento da onda sonora e a profundidade das irregularidades de sua superfície igual à sétima parte desse comprimento. • Transmissão x absorção O desempenho acústico das edificações depende, basicamente, de dois fenômenos acústicos, independentes e que devem ser estudados separadamente: • Absorção sonora: determinante da qualidade acústica interna do local analisado. Fonte e receptor encontram-se no mesmo ambiente. • Transmissão sonora: determinante do nível de ruído que se transmite através de esquadrias, paredes, lajes e forros. Fonte e receptor encontram-se em ambientes distintos. Quando o som atinge uma superfície, como uma parede de alvenaria, parte da energia sonora reflete de volta ao ambiente; parte ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 29 da energia é retida pela parede, que se transforma em calor e é dissipado no ambiente; e parte se transmite ao outro lado da parede. Para aumentar o isolamento acústico da parede deve-se aumentar a sua massa, aplicando a Lei de massa para calcular seu desempenho; ou deve-se criar outra parede, transformando-a em parede dupla (executar a outra parede, deixando uma câmara de ar entre elas), e nesse caso aplicando a Lei de massa-mola-massa para calcular seu desempenho. A instalação de material fonoabsorvente na superfície da parede ajuda a controlar a parcela de energia refletida para o ambiente, influindo no Condicionamento Acústico desse ambiente, mas a energia que se transmite (Isolamento) permanece praticamente a mesma. (Simões, 2011) A transmissão da energia sonora entre ambientes pode ser classificada em dois tipos conforme o meio em que o ruído se propaga, sendo estes: ruído aéreo e ruído estrutural. Chama-se ruído aéreo, todo ruído que se propaga pelo ar. A velocidade de transmissão no ar é de aproximadamente 340 m/s (metros por segundo). O ruído estrutural se propaga pela estrutura das edificações, sendo gerado pelas vibrações de máquinas e equipamentos, ou por impactos que atingem a estrutura do prédio. O ruído estrutural possui uma velocidade de propagação maior do que a do ar, sendo da ordem de: 4.000 a 6.000 m/s. Vamos nos aprofundar mais no controle no nosso último item sobre como atingir o conforto acústico. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 30 NBR 16313:2014 – Acústica – Terminologia Esta Norma foi elaborada com o propósito de harmonizar termos e definições a serem adotados em normas brasileiras de acústica. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 31 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 32 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 33 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 34 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 35 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 36 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 37 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 38 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 39 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 40 NBR 10152:2017 – Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações A norma intitulada “Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações” versa sobre: • o procedimento para execução de medições de níveis de pressãosonora em ambientes internos a edificações; • o procedimento para determinação do nível de pressão sonora representativo de um ambiente interno a uma edificação; • o procedimento e os valores de referência para avaliação sonora de ambientes internos a edificações, em função de sua finalidade de uso; • e os valores de referência de níveis de pressão sonora para estudos e projetos acústicos de ambientes internos a edificações, em função de sua finalidade de uso. “Na prática, a primeira edição da ABNT NBR 10152:1987 possuía apenas 4 páginas e 1 anexo. Esta segunda edição possui 21 páginas e 4 anexos. São 30 anos de distância entre as duas edições. Logo, é possível perceber que houve uma mudança completa de conteúdo”. (Krisdany Cavalcante, Coordenador da ABNT/CB-02/CE-02:135.01) Krisdany Cavalcante frisa a importância de que todos os profissionais de acústica adquiram a norma e a apliquem em projetos e avaliações de ambientes internos a edificações. “Esperamos que com essa publicação o Ministério do Trabalho revise a NR-17, assim como o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA revise sua Resolução 01 de 1990, já que ambos normativos legais referenciam essa Norma”, salienta. Porém, para quem já vai fazer prova e o edital é anterior à norma atualizada, segue a versão anterior, de 1987 na íntegra. Dessa norma o que costuma ser cobrado é a tabela 1, que estabelece os níveis de conforto, aceitável e de desconforto. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 41 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 42 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 43 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 44 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 45 Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações A revisão desta Norma foi motivada pela necessidade de harmonizar os procedimentos técnicos a serem adotados nas seguintes aplicações: —— medições dos níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações, independentemente das fontes sonoras contribuintes; —— determinação do nível sonoro representativo de um ambiente interno de uma edificação; —— avaliação de um ambiente interno de uma edificação, em função de sua finalidade de uso, sem ocupação; —— orientação à elaboração de projetos acústicos de ambientes internos de uma edificação. 3 Termos e definições Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 16313 e os seguintes. 3.1 ajuste conjunto de operações efetuadas no sistema de medição, de modo que ele forneça indicações prescritas correspondentes aos valores da grandeza a ser medida 3.2 verificação confirmação de que as propriedades relativas ao desempenho ou aos requisitos legais são satisfeitas pelo sistema de medição NOTA 1 Convém não confundir a calibração com o ajuste de um sistema de medição nem com a verificação da calibração. NOTA 2 Definições adaptadas do vocabulário internacional de metrologia [1]. 4 Símbolos Para os efeitos deste documento, aplicam-se os símbolos da Tabela 1. O nível de pressão sonora é expresso em decibels. O acréscimo de um pós-escrito para indicar a ponderação em frequência, por exemplo, dB(A), é incorreto. Esta informação deve ser incluída no símbolo de grandeza, por exemplo, LAeq,T e o seu resultado expresso em decibels (dB). NOTA 1 Esta orientação está em conformidade com a ISO 80000-8:2007 (8- 22a) – “NOTE: The addition of a postscript to indicate the frequency weighting, e.g. dB(A), is incorrect. This information should be carried by quantity symbol”. [9] NOTA 2 Esta representação está conforme ao Quadro Geral de Unidades – QGU [7]. Vou “pular” a parte dos procedimentos de medição e inserir somente a tabela, essa sim, que costuma ser cobrada. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 46 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 47 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 48 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 49 NBR 12179 – Tratamento acústico em recintos fechados Esta Norma fixa os critérios fundamentais para execução de tratamentos acústicos em recintos fechados. NBR 12179:1992 DEFINIÇÕES Tratamento acústico Processo pelo qual se procura dar a um recinto, pela finalidade a que se destina, condições que permitam boa audição às pessoas nele presentes. Nota: Este tratamento compreende o isolamento acústico e o condicionamento acústico. Som Toda e qualquer vibração ou onda mecânica que se propaga num meio dotado de forças internas (P.ex.: elástico, viscoso, etc.), capaz de produzir no homem uma sensação auditiva. Faixa de audiofrequencia Faixa de frequência correspondente às ondas ou vibrações normalmente audíveis pelo homem. Nota: Esta faixa acha-se compreendida entre 15Hz a 20.000 Hz. Tom puro Energia vibratória sonora, cuja propagação no meio elástico, obedece a uma variação senoidal no tempo. Tom Atributo de sensação auditiva, função da frequência dos sons. Notas: a) Para uma mesma frequência, o tom é suscetível de apresentar ligeiras variações com a pressão acústica. b) O tom pode ser caracterizado pela comparação a um tom puro de determinada frequência e pressão acústica, que ocasionem ao ouvinte normal médio a mesma sensação de altura (frequência). Ruído Mistura de sons cujas frequências não seguem nenhuma lei precisa, e que diferem entre si por valores imperceptíveis ao ouvido humano. Todo som indesejável. Isolamento acústico Processo pelo qual se procura evitar a penetração ou a saída, de ruídos ou sons, em um determinado recinto. O isolamento acústico compreende a proteção contra ruídos ou sons aéreos e ruídos ou sons de impacto. Condicionamento acústico Processo pelo qual se procura garantir em um recinto o tempo ótimo de reverberação e, se for o caso, também a boa distribuição do som. Ruído aéreo e som aéreo Ruído ou som produzido e transmitido através do ar. (P. ex..: buzinas, vozes, alto-falantes, etc.) Ruído de impacto e som de impacto Ruído ou som produzido por percussão sobre um corpo sólido e transmitido através do ar. P. ex.: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 50 queda de objetos, ruídos de passos, marteladas, instrumentos de percussão, etc. Tempo de reverberação Tempo necessário para que um som deixe de ser ouvido, após a extinção da fonte sonora, e expresso em segundos. O tempo de reverberação é medido como o tempo necessário para que o som sofra um decréscimo de intensidade de 60 dB. Tempo de reverberação ótimo Tempo de reverberação considerado ótimo para um determinado recinto e determinada atividade, e expresso em segundos. Decibel (db) Unidade de intensidade física relativa do som. O número de decibéis de um som é expresso pela fórmula: i= 10 log10 I I0 Onde : i= intensidade física relativa, expressa em decibeis. I= intensidade física absoluta do mesmo som. Io= intensidadedo correspondente ao limiar de percepção. I= 10��� W/cm² para 1.000 Hz. Nota: Como existe na propagação das ondas sonoras uma relação entre a intensidade do som e sua pressão sonora, onível de intensidade pode, consequentemente, ser deduzido através de uma medida de nível de pressão acústica (sonora). Para os casos que na prática não permitem a citada relação, não se pode consequentemente referir a uma medida de nível de pressão acústica como representativa de intensidade sonora. Nível de som Nível de pressão acústica (sonora) compensado, obtido pelo uso de medidores que obedecem às características e calibragem contidas na NBR 7731, e expresso por três escalas denominadas A, B e C. Nível de pressão acústica (intensidade sonora) Aquele expresso em decibeis, igual a 20 vezes o logaritmo decimal de um pressão acústica (sonora) a medir, com relação a uma outra pressão acústica (sonora), denominada de referência. Nota: A menos que explicitamente indicado, fica entendido que o nível de pressão acústica é o efetivo (rms) Nível de pressão acústica Pressão convencionalmente escolhida e igual a 2 x 10 Pa (0,0002 microbars). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 51 O tratamento acústico, destinado ao conforto humano, implica o conhecimento de valores das condições locais, em função do conjunto de condições do recinto: • Nível de som exterior. (dB) • Nível de som do recinto. (dB) • Planta de situação do imóvel. • Plantas e cortes (longitudinal e transversal) do recinto. • Especificações dos materiais empregados no recinto. Roteiro para desenvolvimento do tratamento acústico: • Isolamento acústico. • Condicionamento acústico. • Estudo geométrico-acústico. • Cálculo do tempo de reverberação. Isolamento acústico: • Com o nível de som do recinto, fixado de acordo com a NBR 10152, e o nível de som exterior, obtém-se por diferença a queda de nível de som (Δ), em dB. • Seleção de materiais isolantes acústicos (Tabela 1 – Anexo) • Pode ser utilizada uma combinação de materiais isolantes, para o caso de queda de nível de som (Δ) elevada; e deve-se levar em conta a natureza dos ruídos ou sons a isolar (aéreos ou de impactos). Condicionamento acústico: • Estabelecido o nível de som do recinto deve ser feito o estudo geométrico-acústico e determinado o tempo de reverberação. Estudo geométrico-acústico: • Visa conhecer a distribuição dos sons diretos ou refletidos, de modo a serem conseguidas em todo o recinto as melhores condições de audibilidade. • Para auditórios, teatros, cinemas, etc., devem ser examinadas as plantas e cortes do recinto em conjunto com os materiais a serem empregados, considerando uma ou mais fontes sonoras, previamente localizadas. • Deve-se utilizar as superfícies do teto para obter o reforço sonoro necessário à boa audibilidade, e, ainda, eventualmente, as superfícies das paredes. Para tanto deve utilizar defletores (reflexão do som orientada) ou difusores (distribuição do som em todos os sentidos) • Sendo assim, a forma geométrica do recinto pode sofrer modificações, em planta e/ou corte, necessárias à boa distribuição do som. Cálculo do tempo de reverberação: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 52 • Terminado o estudo geométrico-acústico do recinto, o cálculo do tempo de reverberação é feito pela fórmula de Sabine ou fórmula de Eyring, quando se tratar de recintos nos quais o som é difuso. • Após, compara-se o valor obtido com o tempo de reverberação ótimo, devendo a diferença ser a menor possível. Aceitação Comprovação de cálculo segundo esta Norma + resultados dentro de uma tolerância de 10%= Aceitação. A seguir, segue Norma na íntegra. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 53 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 54 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 55 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 56 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 57 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 58 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 59 NBR 10151 – Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto acústico 1 Objetivo 1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independente da existência de reclamações. 1.2 Esta Norma especifica um método para a medição de ruído, a aplicação de correções nos níveis medidos se o ruído apresentar características especiais e uma comparação dos níveis corrigidos com um critério que leva em conta vários fatores. 1.3 O método de avaliação envolve as medições do nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels ponderados em "A", comumente chamado dB(A), salvo o que consta em 5.4.2. 3 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: 3.1 nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels ponderados em “A” [dB (A)]: Nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora (com a ponderação A) referente a todo o intervalo de medição. 3.2 ruído com caráter impulsivo: Ruído que contém impulsos, que são picos de energia acústica com duração menor do que 1 s e que se repetem a intervalos maiores do que 1 s (por exemplo martelagens, bate-estacas, tiros e explosões). 3.3 ruído com componentes tonais: Ruído que contém tons puros, como o som de apitos ou zumbidos. 3.4 nível de ruído ambiente (Lra): Nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A”, no local e horário considerados, na ausência do ruído gerado pela fonte sonora em questão. Os equipamentos de medição são o medidor de nível de pressão sonora e o calibrador acústico., os quais devem ser certificados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC) ou pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), com renovação, no mínimo, a cada dois anos. Procedimentos de medições – condições gerais: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 60 • No levantamento de níveis de ruído deve-se medir externamente aos limites da propriedade que contém a fonte. • Na ocorrência de reclamações, as medições devem ser efetuadas nas condições e locais indicados pelo reclamante. • Em alguns casos, para se obter uma melhor avaliação do incômodo à comunidade, são necessárias correções nos valores medidos dos níveis de pressão sonora, se o ruído apresentar características especiais. • Todos os valores medidos do nível de pressão sonora devem ser aproximados ao valor inteiro mais próximo. • Não devem ser efetuadas medições na existência de interferências audíveis advindas de fenômenos da natureza (por exemplo: trovões, chuvas fortes etc.). • O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização do ruído em questão. A medição pode envolver uma única amostra ou uma sequência delas. Procedimentos de medições – no exterior de edificações: • Deve-se prevenir o efeito de ventos sobre o microfone como uso de protetor, conforme instruções do fabricante. • Devem ser efetuadas em pontos afastados aproximadamente 1,2 m do piso e pelo menos 2 m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras, como muros, paredes etc. Na impossibilidade de atender alguma destas recomendações, a descrição da situação medida deve constar no relatório. (tanto no exterior das edificações que contêm a fonte, quanto no exterior da habitação do reclamante) Procedimentos de medições – no interior de edificações: • As medições em ambientes internos devem ser efetuadas a uma distância de no mínimo 1 m de quaisquer superfícies, como paredes, teto, pisos e móveis. • Os níveis de pressão sonora em interiores devem ser o resultado da média aritmética dos valores medidos em pelo menos três posições distintas, sempre que possível afastadas entre si em pelo menos 0,5 m. • Caso o reclamante indique algum ponto de medição que não atenda as condições acima, o valor medido neste ponto também deve constar no relatório. • As medições devem ser efetuadas nas condições de utilização normal do ambiente, isto é, com as janelas ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 61 abertas ou fechadas de acordo com a indicação do reclamante. O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível de pressão sonora corrigido Lc e o nível de critério de avaliação NCA, estabelecido conforme a tabela 1. Considerações: • Os limites de horário para o período diurno e noturno da tabela 1 podem ser definidos pelas autoridades de acordo com os hábitos da população. Porém, o período noturno não deve começar depois das 22 h e não deve terminar antes das 7 h do dia seguinte. Se o dia seguinte for domingo ou feriado o término do período noturno não deve ser antes das 9 h. • O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível indicado na tabela 1 com a correção de - 10 dB(A) para janela aberta e - 15 dB(A) para janela fechada. • Se o nível de ruído ambiente Lra, for superior ao valor da tabela 1 para a área e o horário em questão, o NCA assume o valor do Lra. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 62 Manual ProAcústica sobre a Norma de Desempenho Esse é um guia prático sobre cada uma das partes relacionadas à área de acústica nas edificações da Norma ABNT NBR 15575:2013 - Edificações habitacionais – Desempenho elaborado pela Associação Brasileira para a Qualidade Acústica. Vou resumir para vocês. Vamos lá! A partir da publicação da norma ISO 6241 – Performance standards in building - Principles for their preparation and factors to be considered, em 1980, o desempenho acústico das edificações, em vários países, acabou se tornando exigência de leis e códigos de obras, tendo em vista seu impacto sobre a saúde humana. Porém, da segunda metade da década de 80 em diante, o contexto econômico do Brasil foi desfavorável a uma evolução no desempenho das edificações. Com a escassez de recursos para financiar a produção de edificações, em especial habitacionais, o foco em toda a cadeia produtiva, face à baixa escala de produção diante das necessidades do País, foi a racionalização e redução de custos. Essa racionalização, traduzida em redução de espessuras de paredes, pisos, ausência de algumas soluções construtivas e não no caminho para uso de sistemas construtivos industrializados, resultou numa perda do desempenho acústico que, ainda que intuitivamente, os sistemas tradicionalmente usados até os anos 1980 tinham. A NBR 15575 veio definir, a partir dos níveis admissíveis previstos na NBR 10152, os níveis de desempenho que os sistemas construtivos devem ter para atenuar a transmissão dos ruídos gerados externa e internamente nas edificações habitacionais. Regulam-se assim os níveis de desempenho acústico das paredes externas, das esquadrias utilizadas em dormitórios, das paredes internas que separam duas unidades, das paredes internas que separam as unidades das áreas comuns, do conjunto de paredes e portas que separam duas unidades, e dos sistemas de pisos com relação ao ruído aéreo e de impacto. De forma não obrigatória a NBR 15575 também estabelece parâmetros para os ruídos de equipamentos. Estes parâmetros explícitos em um anexo informativo visam estabelecer referência para o empreendedor dar tratamento aos ruídos gerados por equipamentos sem, no entanto, serem parâmetros obrigatórios. No atendimento destes requisitos, o empreendedor deve definir o nível de critério a atender, sendo o mínimo o nível obrigatório para qualquer padrão de empreendimento, em função da tecnologia viável para cada nível - mínimo, intermediário ou superior – e em função das características de mercado do empreendimento. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 63 Conforme definido nas incumbências dos intervenientes previstos na NBR 15575, cabe aos fabricantes de sistemas construtivos de vedações internas (paredes de alvenaria, drywall, etc) ou externas (paredes de alvenaria, chapas cimentícias, painéis pré-moldados, esquadrias de dormitórios e portas de entrada, que tenham um hall e parede de geminação com outra unidade) apresentar ao projetista e ao empreendedor o desempenho de seus sistemas quando medidos em laboratório. E cabe ao empreendedor analisar estes dados quanto à capacidade de atenderem a condição de desempenho em campo exigida do incorporador/construtor. A especificação precisa se basear nestes dados e o incorporador/construtor deve saber, de antemão, as condições de execução e instalação necessárias para atender aos requisitos e critérios estabelecidos. Qualquer sistema utilizado deve ser passível de demonstração, para que, quando necessário, se possa efetivamente obter evidências de que os níveis exigidos pela NBR 15575 são atendidos. Estas evidências devem estar registradas por resultados de ensaios realizados pelo fabricante. O usuário, por sua vez, precisa ser informado sobre como suas ações de uso, operação e manutenção podem alterar o desempenho acústico que recebeu, tais como alterações de paredes, pisos, portas e esquadrias. Este Manual esclarece aos agentes de especificação, projeto e construção o que fazer para cada requisito. • Instalações, equipamentos prediais e sistemas hidrossanitários Os requisitos de níveis de ruído deste tópico são relativos à: o ABNT NBR 15575-1:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 1: Requisitos gerais (Anexo E5) o ABNT NBR 15575-6:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários (Anexo B1) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 64 Requisitos: A NBR 15575-1 (E.5.2) e NBR 15575-6 (B.1.2) estabelecem os limites de ruído em dormitórios para instalações e equipamentos prediais, assim como para sistemas hidrossanitários, classificados em três níveis de desempenho informativos, Mínimo (M), Intermediário (I) e Superior (S). Existem requisitos tanto para os ruídos integrados durante um período de tempo correspondente ao ciclo de operação do equipamento (Laeq,nt) como para os níveis sonoros máximos produzidos instantâneos (Lasmax,nt). Recomenda-se que sejam observados simultaneamente para atender a um nível de desempenho. • Sistemas de pisos Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à: o ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos Os sistemas de pisos, que separam unidades habitacionais autônomas em diferentes andares, devem garantir um desempenho adequado deisolamento acústico aéreo (conversações, TV, música, ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 65 etc.) e de isolamento acústico ao ruído de impacto (passos, queda de objetos, arrastar de móveis, etc.). Os sistemas de pisos estão compostos pelos seguintes elementos: Camada estrutural: 1. Laje: Diversas morfologias: pré-moldada (concreto, EPS, cerâmica, etc.), ou concreto armado “in loco”. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo (DnT,w) e de impacto (L’nT,w) dependem das suas propriedades (densidade, espessura, dimensões e características estruturais de contorno). Elementos opcionais: 2. Contrapiso: • Normal de argamassa de cimento/areia. • Contrapiso flutuante: Interpondo um material resiliente entre a laje e o contrapiso, o que melhora consideravelmente o isolamento ao ruído aéreo e de impacto da laje, podendo-se atingir índices Intermediário ou Superior, dependendo da tipologia. Requisitos: A NBR 15575-3 estabelece os limites mínimos de isolamento acústico ao ruído aéreo e de impactos (Item 12.3): ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 66 Transmissão de ruído de impacto A transmissão de ruído de impacto entre duas unidades habitacionais sobrepostas em uma edificação se produz através do próprio sistema de piso (1 via de transmissão direta) e os elementos laterais ou paredes (4 vias de transmissão indireta). Essas transmissões dependem das propriedades das soluções construtivas, as uniões entre elas e a geometria dos recintos. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 67 RUÍDO DE IMPACTO RUÍDO AÉREO Transmissão de ruído aéreo A transmissão de ruído aéreo entre duas unidades habitacionais sobrepostas em uma edificação se produz através do próprio sistema de piso (1 via de transmissão direta) e os elementos laterais ou paredes (12 vias de transmissão indireta). Essas transmissões dependem das soluções construtivas, das uniões entre elas e da geometria dos recintos. • Sistemas de vedações verticais internas | Paredes Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à: o ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas SVVIE. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 68 Os sistemas de vedação vertical interna são as paredes que separam as diferentes unidades habitacionais autônomas. Estes devem garantir nas edificações um desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo (conversações, TV, música, etc.). Sistema Os sistemas de vedações verticais internas estão compostos pelos seguintes elementos: Elemento base: 1. Parede: Diversas morfologias: • Massivos: Alvenaria (bloco de concreto, cerâmico ou de gesso), concreto pré-moldado ou moldado “in loco”. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo (Dnt,w) depende fundamentalmente da sua densidade superficial para paredes simples. • Leves: Sistemas drywall. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo depende de sua composição (número de placas, perfis, banda acústica perimétrica), espessura da cavidade e presença de material absorvente na cavidade. Elementos opcionais: 1. Revestimentos: De gesso, argamassa ou cerâmicos aplicados sobre as paredes. Requisitos: A NBR 15575-4 estabelece os limites mínimos de isolamento acústico ao ruído aéreo (Tabela 18 Item 12.3.2.2.), assim como define níveis de desempenho informativos, Intermediário (I) e Superior (S) que proporcionam um maior conforto (Anexo F.6.1.2). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 69 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 70 Transmissão de ruído aéreo A transmissão de ruído aéreo entre duas unidades habitacionais separadas por uma parede ocorre através da própria parede (1 via de transmissão direta) e dos elementos laterais, como paredes, fachadas ou pisos (12 vias de transmissão indireta). Essas transmissões dependem das propriedades das soluções construtivas, uniões entre elas e da geometria dos recintos. • Sistemas de vedações verticais externas | Fachadas Os requisitos de isolamento acústico deste tópico são relativos à: o ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas SVVIE. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 71 Os sistemas de vedação vertical externa (fachadas) que separam dormitórios do exterior devem garantir um desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo (tráfego, aviões, trens, etc.). O desempenho mínimo adequado é exigido em função do ruído exterior existente no entorno do empreendimento. Sistema Os sistemas de vedações verticais externas estão geralmente compostos pelos seguintes elementos: 1. Parede: Diversas morfologias. 2. Esquadrias: É o ponto mais fraco de isolamento acústico de uma fachada. Requisitos A NBR 15575-4 estabelece os limites normativos de isolamento acústico ao ruído aéreo (Tabela 17 Item 12.3.1.2.), assim como define níveis de desempenho informativos, Intermediário (I) e Superior (S) que proporcionam um maior conforto (Anexo E, tabela F.9). ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 72 • Sistemas de coberturas Os requisitos de isolamento acústico deste capítulo são relativos à: o ABNT NBR 15575-5:2013 Edificações habitacionais - Desempenho Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas O conjunto de fachada/cobertura das edificações deve garantir um desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo proveniente do exterior (tráfego, ferrovias, etc.) e, no caso de ter uma cobertura acessível de uso coletivo, também devem garantir um ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 73 isolamento acústico ao impacto (passos, queda de objetos, arrastar de móveis, etc.). Requisitos: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 74 COMO ATINGIR O CONFORTO ACÚSTICO? As características do ambiente construído – interior e exterior – são responsáveis pela qualidade acústica do espaço resultante. De fatores como forma, dimensão, volumetria, revestimento e material de vedação depende o som percebido pelo receptor. O tratamento acústico de um ambiente deve conciliar o isolamento quanto aos ruídos externos com a inteligibilidade para os sons desejados. Para isso é necessário que o ambiente não apresente acidentes acústicos (ecos, focos) e que o ruído de fundo e o Tempo de Reverberação sejam adequados às atividades a que o espaço se destina. Para tanto, primeiramente, é necessário que se levantem os dados acústicos (níveis de ruído e tempos de reverberação) e os dados do sistema construtivo da edificação ou projeto em estudo, para posterior análise e elaboração dos projetos de isolamento e condicionamento acústico. As necessidades podem estar divididas em duas modalidades básicas: • Condicionamento acústico: adequar a acústica interna ao tipo de atividaderealizada (cultos, musicais, palestras, etc.) • Isolamento acústico: adequar os níveis sonoros emitidos ou imitidos do meio ambiente, conforme Normas e leis de cada município. O projeto de condicionamento acústico contempla quatro parâmetros acústicos básicos, sendo estes: • Tempo de Reverberação • Acústica Geométrica • Inteligibilidade da Palavra • Ruído de Fundo O isolamento acústico consiste em dificultar a transmissão sonora. Um bom isolante deve ser rígido, compacto, pesado. A capacidade que um elemento de vedação (parede, divisória, esquadria, ...) tem de se opor à transmissão do ruído depende de seu Índice de Redução Sonora. Além desses passos, deve-se checar prioridades em demais áreas de conforto (higrotérmico, lumínico, qualidade do ar, ...) que ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 75 possam interferir no comportamento acústico esperado e administrá- las em conjunto. A tabela abaixo já nos ajudar a seguir por um caminho: (Simões, 2011) Um dos primeiros passos é identificar e localizar possíveis fontes e possíveis receptores, estabelecendo relações desejáveis e indesejáveis. A fonte sonora é o elemento responsável pela emissão do som e pode ser classificada como: • Desejável, indiferente ou incômoda: de acordo com o desejo e posição do receptor; • Fixas (indústrias, canteiros de obra e boates) ou móveis (veículos); • Direcional (o som emitido é mais intenso em uma determinada direção) ou omnidirecional (o som emitido se distribui uniformemente em todas as direções); • Pontual, linear ou de superfície: dependendo da distância fonte/ receptor e da escala do problema analisado. o Pontual: as dimensões da fonte são insignificantes em relação à sua distância ao receptor. Exemplos: um veículo – isoladamente; uma fábrica, no contexto da cidade; o Linear: uma de suas dimensões é significativa em relação à distância fonte/ receptor. Exemplo, uma via de tráfego de veículos; ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 76 o De superfície: quando as ambas as dimensões são significativas. Exemplo: uma fábrica, no contexto da quadra. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) Dito isso, trago, abaixo, os mecanismos mais significativos da atenuação sonora ao ar livre segundo Sylvio Bistafa. Nesta parte, faço uma pausa para falarmos um pouco sobre a influência das características climáticas do ambiente às quais o som está sujeito quando se fala na sua propagação ao ar livre. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 77 O vento tem influência marcante na propagação e determinação da área de alcance sonoro, e, secundariamente, a temperatura. Quando o vento está na mesma direção do som, a velocidade do som fica acrescida da velocidade do vento. (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 78 A velocidade do som é maior no ar quente. Como a frequência do som não se altera, o comprimento de onda λ aumenta. A frente de onda se inclina e altera a direção de propagação. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 79 Segundo Léa et. Al, o gradiente de temperatura do ar pode apresentar-se sob duas condições: positivo e negativo. O gradiente negativo, mais comum durante o dia, é aquele para o qual o ar se mostra mais aquecido nas regiões mais próximas ao solo, apresentando menores temperaturas à medida que aumenta a altitude. Essa situação pode causar deflexão do som para a região superior, de forma a criar sombras acústicas próximas ao solo. Para o gradiente positivo, o oposto se verifica, tendendo a intensificar o som próximo ao solo. Isso ocorre porque quanto maior a temperatura, maior a velocidade de propagação da onda no ar. O perfil do solo e seu revestimento também influenciam na propagação do som no ar. Um solo revestido com grama ou elementos vegetais tenderá a atenuar mais o som refletido do que a pavimentação impermeável. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 80 (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) Da mesma maneira que a conformação topográfica, as edificações do entorno interferem no campo acústico do local, gerando sombras acústicas ou intensificando o som. Corredor de fachadas paralelas propiciam o desenvolvimento de inúmeras reflexões, enquanto descontinuidade de fachadas, permitindo espaçamento entre elas, possibilita menor concentração dos raios refletidos. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 81 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 82 • Barreiras acústicas ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 83 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 84 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 85 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 4) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 86 A eficiência de uma barreira acústica depende da: (Souza, Almeida, & Bragança, 2016) • Frequência dos sons – são eficazes para os sons de alta frequência, porque estes tendem a se refletir, enquanto para os sons de baixa frequência a tendência é que ocorra difração no topo da barreira acústica, diminuindo sua eficiência; • Proximidade desta em relação à fonte ou ao receptor – quanto mais próxima da fonte ou do receptor, melhor será o desempenho acústico; • Altura do elemento utilizado – quanto mais alta a região existente entre a projeção do raio sonoro direto incidido sobre o receptor e o topo do elemento de barreira, maior sua eficiência; • Massa da estrutura – elementos mais sólidos, com menor capacidade de vibração, são mais eficazes. Quanto maior a espessura de uma barreira, menor sua capacidade de vibração; • Estanqueidade – como os sons de baixa frequência propagam-se facilmente por pequenas aberturas, a barreira acústica deve ser estanque para evitar esse tipo de propagação; • Consideração de aspectos subjetivos – o acesso visual à fonte sonora, apesar de difícil comprovação numérica, parece influenciar na percepção do ruído. A eliminação de barreiras que numericamente não são eficientes aumenta a percepção do incômodo sonoro por parte do ouvinte. Este é o caso da utilização de vegetação como elemento de barreira acústica, pois, a não ser que se constitua de extensa massa vegetativa, a vegetação, apesar de diminuir a reflexão sonora que retorna à fonte, não é uma barreira eficiente; Segundo Régio Carvalho, as barreiras acústicas são anteparos posicionados entre a fonte produtora do ruído e a recepção, e são muito utilizadas em escritórios, autoestradas, cabeceiras de pistas de decolagem de aviões à jato, em vários tipos de atenuadores de ruídos, etc. Sua massa deve ser considerada de acordo com a necessidade de isolamento e, para seu dimensionamento, aplica-se o princípio da difração. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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