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pode ser utilizado no dia a dia, no planejamento, na organização, na direção e, sobretudo, no controle da empresa. Trata-se do ciclo de Shewhart de melho- ria contínua, que, utilizado por Deming (apud CAMPOS, 1992, p. 29) e pelo sistema de qualidade total, ficou mais conhecido como PDCA. PDCA Plan:: (planejar): estabelecer as metas, determinar os métodos para alcançá-las. Do:: (fazer): educar e treinar, executar o trabalho. Check:: (checar): verificar os efeitos do trabalho executado. Action:: (agir): corretivamente, refazer, melhorar, atuar no processo em função dos resultados. Funções estratégicas de gestão O mundo mudou e muda a cada instante – a única constante do mundo atual é a mudança. É característico do gestor o ser empreendedor, com a resultante vinculação com a inovação, a mudança e o valor: os empreendedores inovam, são inovadores, pois a inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. A inovação é uma característica do seu “código genético”, por assim dizer. A inovação se nutre na mudança, que proporciona oportunidade para a inovação. O empreende- dor usa a inovação, que se nutre na mudança para criar valor. Com seu livro Inovação e espírito empre- endedor, Peter Drucker provocou um profundo redirecionamento da gestão no mundo, de gerencial para empreendedora inovadora. Independentemente de todo o restante, uma característica pode ser considerada fundamental para que o empreendedor tenha efetivo sucesso: o senso de oportunidade. Mudança, inovação, oportunidade para criar valor: nada mais estratégico para a empresa, nada é maior garantia para a sobrevivência da empresa. Isso porque as empresas do novo milênio se familiarizaram 152 Contextualização da gestão no milênio com as mudanças: a grande constante do milênio é a mudança e a natureza mutável da administração. Mas o que é inovação? Inovação é a conversão da idéia gerada em negócio. As chances de uma empresa criar nova riqueza – ou seja, criar valor – são diretamente proporcio- nais ao número de ideias fomentadas e ao número de experimentos novos iniciados. Assim, ocorre o ciclo de inovação (HAMEL, 2000, p. 298) cujas fases são: I – imaginar D – desenhar E – experimentação A – avaliação S – subir na escala ou ganhar “escala” (volume) Funções operacionais de gestão Marketing: o conceito de marketing é também conhecido como consumidor orientado e se con- trapõe aos conceitos, anteriores ao marketing, de produção orientada, produto orientado e vendas orientadas. Essencialmente, o marketing consiste na adaptação dos meios de produção e da tecnolo- gia disponível às configurações do mercado (CÔRTE REAL, 1999, p. 31). Do ponto de vista econômico, Rocha e Christensen (1987) afirmaram que o marketing parte da ideia de que a demanda e a oferta são heterogêneas, o marketing sendo a função que procura obter o melhor acoplamento possível entre os segmentos da oferta e da demanda. Kotler (2001, p. 25), ao explicar o escopo do marketing, define-o como a tarefa de criar, promo- ver e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Em Marketing para o Contextualização da gestão no milênio 153 Século XXI (2002, p. 54), o mesmo Kotler afirma que marketing é a arte de descobrir oportunidades, de- senvolvê-las e lucrar com elas. E explica a oportunidade como uma área de necessidade e interesse do comprador, cuja satisfação dá à empresa uma alta probabilidade de obter um desempenho lucrativo. McDonald (1993, p. 1), numa síntese feliz, afirma que “a ideia central do marketing é de uma com- patibilização entre as capacidades das empresas e os desejos dos consumidores com o fim de realizar os objetivos de ambas as partes”. E, agora, apresentamos o nosso conceito (CÔRTE REAL, 1999, p. 32): marketing é o processo social e administrativo em que indivíduos, grupos ou organizações estabelecem e mantêm relacio- namentos que promovem a oferta, e realizam trocas por meio da entrega de valor representado por produtos, bens e serviços, tangíveis ou não, com indivíduos, grupos ou organizações que os desejem ou necessitem. O composto de marketing ou marketing mix inclui a utilização de várias técnicas e ferramentas disponíveis para os gestores no sentido de implementarem o conceito de marketing (MCDONALD, 1993, p. 2). Visto de outra forma, o composto de marketing é o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing nos seus mercados-alvo (KOTLER, 2004, p. 62). E quais são essas ferramentas? Os 4 Ps, introduzidos por Borden em 1964 e tornados famosos por McCarthy em 1976 (apud KOTLER, 2004, p. 62). Em inglês, product, point, price, promotion (produto, praça, preço e promoção). Produzir produtos que atendam às necessidades e ao desejos do nosso mer- cado-alvo; distribuir esses produtos e serviços, da melhor forma possível, para o nosso mercado-alvo; estabelecer, para os nossos produtos e serviços, preços que o nosso mercado alvo-aceite; promover nossos produtos e serviços ou comunicá-los ao nosso mercado-alvo. Nossos produtos e serviços podem ser construídos em cinco níveis: No primeiro, o benefício central, que é o benefício e a utilidade que o consumidor está real-:: mente comprando. No segundo, o produto básico, está o pacote de benefícios e utilidades que o produto embute.:: No terceiro, produto esperado, os atributos e condições que os consumidores esperam encontrar.:: No quarto, produto ampliado, o que excede as expectativas dos consumidores.:: No quinto, produto potencial, o desenvolvimento futuro.:: 154 Contextualização da gestão no milênio Cenários Tudo o que foi apresentado é válido no contexto empresarial do presente, mas estamos em um novo milênio, precisamos pensar no futuro, na mudança. O que está por vir? É o que vemos nos cenários. Mas por que cenários? Para auxiliar na compreensão do futuro das organizações, partindo de probabilidades de ocorrência de eventos-chave, determinantes ou influenciadores do futuro almejado (desejado, proposto, planejado). Para antecipar-se em conhecimento ao futuro provável. Para “saber” (conhecer), “fazer a hora” (futuro), “não esperar acontecer”. Mas o que é cenário? O cenário consiste em uma descrição de uma possível situação ambiental futura, que possa influenciar a organização (ROCHA; CHRISTENSEN, 1987, p. 98), envolvendo os mais di- ferentes aspectos (econômicos, tecnológicos, sociais, políticos, religiosos etc.), bem como determinadas áreas específicas de interesse da organização e que lhe digam respeito (movimentos, legislação, jurispru- dências, ONGs etc.). Cenários representam situações, critérios e medidas para a preparação do futuro da empresa (OLIVEIRA, 2003, p. 324). O gestor pode desenvolver cenários que retratem determinado momento no futuro ou detalhem a evolução e a sequência de eventos, desde o momento atual até determinado momento no futuro. Por outro lado, existem cenários alternativos que não devem ocorrer, mas podem acontecer em casos excepcionalmente negativos. Entre os diversos cenários possíveis, Porter (1986, p. 22) também estudou um, o cenário competi- tivo das empresas nos diferentes setores e concluiu que a intensidade da concorrência não é uma ques- tão de coincidência ou sorte, pois vai bem além do comportamento dos atuais concorrentes e depende de cinco forças competitivas básicas. Assim, Porter apresentou em um modelo original as cinco forças que afetam a competição: a rivalidade entre as empresas;:: os novos entrantes potenciais;:: o poder de barganha dos fornecedores;:: o poder de barganha dos compradores; e:: os produtos ou serviços substitutos.:: Possuir cenários que se referem ao fu- turo e às probabilidades de eventos-chave que, com bastante probabilidade, irão ou deverão acontecer é importante para plane- jar a sobrevivência e a inserção da empresa nesse futuro. Mas como se constroem e ana- lisam cenários? Método de construção e análise dos cenários futuros O método da análise dos cenários futuros foi desenvolvido