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Redação Instrumental_12ago2019

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Redação Instrumental
Professor Doutor André Moura 
Universidade Estácio de Sá – Angra dos Reis – 2019.2
Narrativa Jurídica
(texto narrativo ≠ texto argumentativo) 
A narrativa jurídica é o relato de todos os fatos importantes, que auxiliam na compreensão do caso concreto e dos relevantes juridicamente, porque deles advêm consequências jurídicas.
Por isso a seleção dos fatos é de fundamental importância no discurso jurídico, uma vez que esses fatos selecionados se transformarão em argumentos na argumentação jurídica (ou fundamentos jurídicos do pedido). 
Narrativa Jurídica
(texto narrativo ≠ texto argumentativo) 
A argumentação é um dos elementos mais importantes da Ciência Jurídica, pois praticamente todas as atividades dos operadores do Direito envolvem de alguma forma a apresentação de razões com o intuito de fundamentar, argumentar, justificar, convencer, persuadir o auditório de que aquilo que se afirma é válido e verdadeiro. 
O que define um bom advogado ou jurista é sua capacidade de construir argumentos e manejá-los com habilidade. 
		NARRAÇÃO	ARGUMENTAÇÃO
	OBJETIVO
	Expor os fatos relevantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário.	Defender uma tese compatível com o interesse da parte que o advogado representa para sustentação do pedido que se pretende ter acolhido pelo Judiciário.
	Importância do FATO
	Cada fato representa uma informação que compõe a situação fática a ser conhecida pelo Judiciário.	O fato narrado é interpretado à luz do ordenamento jurídico e transformado em elemento de persuasão que é o raciocínio, para sustentação da defesa da tese pretendida (Descritivo-Valorativo-Normativo).
	Tempo verbal utilizado
	O pretérito é o tempo fundamental. 
O presente é usado para os fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração. 
O futuro não é utilizado porque fatos futuros são incertos, hipotéticos.	Presente atemporal. 
Pretérito Perfeito: só deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narrativa jurídica, com os quais se defenderá a tese.
		NARRAÇÃO	ARGUMENTAÇÃO
	Pessoa do discurso
	Utiliza-se da 3ª pessoa do singular, por marcar a imparcialidade do advogado, passando, assim, maior veracidade aos fatos narrados.	Utiliza-se da 3ª pessoa do singular em busca de maior persuasão e veracidade para os argumentos formulados
	Organização	Os fatos são narrados e descritos em ordem. Pretéritos (perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito), porque todos os fatos narrados já ocorreram. O presente é usado somente cronologicamente, isto é, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural (= relógio/calendário).	Os argumentos são organizados em uma linha de raciocínio lógica, coerente e coesa em busca da persuasão do auditório. É de grande relevância a consistência do raciocínio e a evidência das provas.
	Elementos Constitutivos da narrativa
	O quê? (fato gerador do conflito/pedido); 
quem? (partes processuais);
onde? (local do fato); 
quando? (momento do fato? dia, mês, ano); 
como? (modo como os fatos ocorreram); 
por quê? (nexo de causalidade / razão / motivo / consequência)	
		NARRAÇÃO	ARGUMENTAÇÃO
	Estrutura da argumentação
 		O fato gerador do conflito (nexo causal), apresentação explícita da tese a ser defendida, construção de argumentos fortes ou consistentes, a partir dos fatos relevantes selecionados, para sustentação da tese a ser apresentada, seleção dos tipos de argumentos para defesa da tese de forma persuasiva.
	Natureza do texto	A narrativa possui função informativa, mas é também entendida como um excelente recurso persuasivo a serviço da argumentação.	A argumentação tem função persuasiva por excelência.
Narrativa Jurídica
(Teoria Tridimensional do Direito) 
Não importa se a narrativa dos fatos será denominada “dos fatos” (petição inicial) ou “relatório” (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, neste momento, nomear a parte argumentativa como “do direito” (petição inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: 
Narrar, fundamentar e pedir. 
Essa estrutura não existe sem motivação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do jusfilósofo Miguel Reale, defende que o Direito compõe-se de três dimensões:
 FATO, VALOR e NORMA.
		Macroestrutura de algumas peças processuais		
	Teoria Tridimensional	Petição inicial 	parecer	sentença
	Fato	Dos fatos 	Relatório 	Relatório 
		Narrar os fatos importantes		
	Valor	Do direito 
	Fundamentação	Motivação
		Fundamentar um ponto de vista		
	Norma	Do pedido
	Conclusão	Dispositivo
		Conclusão, na forma de pedido, decisão		
Narrativa Jurídica
(Narrativa simples ≠ Narrativa valorada) 
A narrativa simples dos fatos é uma narrativa sem compromisso de representar qualquer das partes. Deve apresentar todo e qualquer fato importante para a compreensão da lide, de forma imparcial. 
A narrativa valorada dos fatos é uma narrativa marcada pelo compromisso de expor os fatos de acordo com a versão da parte que se representa em juízo. Por essa razão, apresenta o pedido (pretensão da parte autora) e recorre a modalizadores...
Seleção dos Fatos
(Ordem cronológica ou linear dos fatos) 
Por meio de uma Petição Inicial visando resolver um conflito de interesses, pressupõe-se que haja uma relação jurídica entre as partes autor e réu. 
É justamente em torno dos fatos que irá caminhar todo o desenvolvimento do processo, por isso se diz que o autor os narra, o réu se defende deles, as provas recaem sobre eles, e, por fim, o juiz aprecia e julga esses fatos. Há necessidade, portanto, de se fazer a narração da situação fática, obedecendo à metodologia da narrativa jurídica. 
Seleção dos Fatos
(Ordem cronológica ou linear dos fatos) 
Seleção dos Fatos
(Ordem cronológica ou linear dos fatos) 
Metodologia da Narrativa Jurídica
Seleção dos fatos simples (auxiliam na composição da situação fática) 
Seleção dos fatos jurídicos (deles advêm as consequências jurídicas), para que haja maior clareza textual na composição da situação fática. 
Os fatos são narrados na ordem cronológica ou linear, e as formas verbais devem ser usadas no passado, na terceira pessoa do singular.
Seleção dos Fatos
(Elementos da Narrativa Jurídica
QUEM QUER? Retrata a parte que o advogado representa/Autor. 
QUER O QUÊ? - Retrata o pedido, o mérito.
DE QUEM? Delimita a parte/ Réu
POR QUÊ? Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito 
ONDE? Sinaliza a competência/lugar 
QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a relação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência cronológica em que os fatos ocorreram 
COMO? O elemento como é o passo a passo da situação fática e auxiliará, inclusive, na interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa Jurídica propriamente dita. 
Polifonia e Intertextualidade na construção do discurso jurídico 
No ato de interpretar um texto, não é apenas necessário o conhecimento da língua, mas também se faz imprescindível que o receptor tenha em seu arquivo mental as informações do mundo e da cultura em que vive. Ao ler/ouvir um discurso, o receptor acessa diferentes memórias. = Conceito de Umwelt / Mundividência 
Portanto, interpretar depende da capacidade do receptor de selecionar mentalmente outros textos. Quem não tem conhecimento armazenado, cultura, leitura de mundo, terá dificuldade, quer na construção de novos discursos, quer na captação das intenções do emissor do discurso.
Polifonia e Intertextualidade na construção do discurso
	Elementos linguísticos marcadores da polifonia	
	Conjunções conformativas	segundo, conforme, como, etc.
	Verbos introdutores de vozes
(“dicendi” = verbos de dizer)	dizer, falar, (verbos mais neutros);
enfatizar, afirmar, advertir, ponderar, confidenciar, alegar.
Polifonia e Intertextualidade na construção do discurso jurídico 
Paráfraseé um resumo, cuidadoso e original, do conteúdo da obra ou trecho lido, elaborado com as próprias palavras do pesquisador.
(...) Deve ser redigida com bastante clareza e exatidão, de modo a possibilitar, no futuro, a sua utilização sem necessidade de retorno à obra original. (MARCHI, Eduardo Silveira. Guia de Metodologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 240).
“Ah! O tal desse ser humano... Trata-se de um ser considerado racional e social; todavia nem sempre sociável, mas seguramente insaciável. O ser humano, em minha humilíssima opinião, é, sobretudo, e, em todas as áreas do conhecimento, um ser eminentemente NARRATIVO!”
 André Moura

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