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Tecido Muscular

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Tecido Muscular 
Introdução 
O tecido muscular é composto de 
células alongadas, constituídas de 
filamentos de proteínas contráteis 
responsáveis pela contração, utilizando 
energia proveniente do ATP. 
As células musculares (ou fibras 
musculares) se originam do mesoderma e 
se diferenciam pela síntese de proteínas 
filamentosas e pelo alongamento das 
células. Podemos dividir os músculos em 
três grupos diferentes. 
O músculo estriado esquelético se 
caracteriza por células cilíndricas longas 
e multinucleadas (núcleos periféricos), com 
estriações transversais. Possuem 
contração rápida, vigorosa e voluntária. 
 
O músculo estriado cardíaco se 
caracteriza por células ramificadas longas 
com estriações transversais e possuem de 
1 a 2 núcleos centrais. As células se unem 
pelos discos intercalares (exclusivos das 
células cardíacas). A contração é rítmica, 
vigorosa e involuntária. 
O músculo liso se caracteriza por 
células fusiformes sem estrias. Possuem 
contração lenta e involuntária. 
Os componentes das células 
musculares possuem nomes especiais. A 
membrana celular se chama sarcolema; o 
citosol (citoplasma) é o sarcoplasma; o 
retículo endoplasmático é o retículo 
sarcoplasmático e a mitocôndria é o 
sarcossoma. 
 
As funções do tecido muscular são promover a movimentação e estabilidade articular, 
a manutenção da postura, produzir energia mecânica a partir de energia química, produzir 
calor, ser reservatório de proteínas e auxiliar na respiração (diafragma). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percebe-se que 
nos cortes 
longitudinais (à 
esquerda) fica 
difícil a 
localização dos 
núcleos do 
músculo 
esquelético. 
 
No corte 
transversal essa 
observação é 
notada facilmente 
ao ver núcleos 
claramente 
periféricos 
Músculo Esquelético 
O músculo esquelético (ligado ao 
esqueleto) contém fibras musculares 
(células musculares) compostas de muitos 
filamentos, as miofibrilas. Essas fibras 
possuem um diâmetro de 10 a 100 m e até 
30cm de comprimento. Se originam no 
embrião pela fusão dos mioblastos. Nas 
fibras musculares os núcleos são 
periféricos, localizados próximos ao 
sarcolema. 
A realização de exercícios promove 
o aumento da musculatura por meio do 
aumento do diâmetro das fibras 
musculares. O aumento do volume das 
células se chama hipertrofia, enquanto a 
proliferação das células chama-se 
hiperplasia (apenas no músculo liso). 
A reparação das fibras após lesão ou 
após exercício ocorre através da divisão e 
fusão de mioblastos inativos chamados de 
células satélites. Essas são células 
fusiformes localizados entre a lâmina basal 
e a membrana plasmática das fibras 
musculares. 
 
Organização 
As fibras musculares são 
organizadas em feixes, sendo o conjunto 
de feixes envolvidos por uma camada de 
tecido conjuntivo denso não modelado 
chamado epimísio (o epimísio ao se dirigir 
na direção do tendão dá origem ao 
epitendão), que recobre o músculo inteiro. 
Do epimísio partem finos septos de tecido 
conjuntivo frouxo que separam os feixes, 
o perimísio. Assim, o perimísio recobre os 
feixes de fibras. Cada fibra muscular 
individual é envolvida pelo endomísio, 
formado pela associação da lâmina basal 
(ou externa) com fibras reticulares. 
É por meio do tecido conjuntivo que 
a força de contração é transmitida para os 
tendões e ossos. 
Os vasos sanguíneos, linfáticos e 
os nervos penetram nos músculos por 
meio dos septos de tecido conjuntivo. 
Alguns músculos se afilam nas 
pontas, observando-se uma transição 
gradual de músculo para tendão. Na região 
de transição as fibras de colágeno do 
tendão se inserem no sarcolema. 
Quando vistas em microscopia de 
luz, as fibras musculares apresentam 
estriações transversais pela alternância de 
faixas claras e escuras. A faixa escura é 
anisotrópica (sendo chamada de faixa A), 
ou seja, a luz bate nos filamentos grossos e 
desvia, deixando escuro. A faixa clara é 
isotrópica (sendo chamada de faixa I), ou 
seja, a luz atravessa, pois são compostos 
de filamentos finos, deixando claro. 
No centro da faixa A temos uma 
região mais clara, a zona H, composta 
somente de filamentos de miosina e, no 
centro dessa zona, há uma faixa escura, a 
linha M. 
No centro da faixa I temos uma faixa 
transversal escura, a linha Z. Um 
sarcômero é uma região entre duas linhas 
Z consecutivas, medindo 2,5m. Portanto, 
contém uma faixa A e duas semifaixas I. 
Micrografia eletrônica do músculo esquelético 
(sentido longitudinal) 
Nele está representado a linha Z no meio da faixa I, 
a zona H no meio da faixa A e a linha M no centro. 
Entre as duas linhas Z constitui-se o sarcômero. 
 
Cada fibra muscular possui vários 
filamentos, as miofibrilas, que medem de 
1 a 2m de diâmetro, são paralelas à fibra 
e consistem no arranjo em sarcômeros. 
Filamentos finos de actina e grossos 
de miosina são vistos longitudinalmente 
nas miofibrilas, organizados de maneira 
simétrica e paralela. Essa organização é 
mantida por filamentos intermediários de 
desmina, que ligam as miofibrilas umas às 
outras e a proteína distrofina liga os 
filamentos de actina ao sarcolema. 
A distrofia muscular de Duchenne é uma 
miopatia hereditária, herdada como um traço 
recessivo do cromossomo X. Tal miopatia causa a 
inexistência da distrofina, o que leva à 
degeneração das fibras musculares, que são 
substituídas por tecido conjuntivo frouxo. Os 
indivíduos morrem no início da vida adulta. 
Da linha Z partem as actinas, que 
vão até a borda externa da zona H. As 
miosinas são encontradas no centro do 
sarcômero. 
Portanto, a faixa I é formada apenas 
por filamentos finos e a faixa A é formada 
por filamentos finos e grossos e a zona H 
apenas por filamentos grossos. 
Na lateral da faixa A os filamentos 
finos e grossos se interdigitam, de um 
modo em que cada filamento grosso é 
rodeado por seis filamentos finos, formando 
um hexágono. 
O músculo é composto por quatro 
proteínas principais. Três filamentos finos 
(actina, tropomiosina e troponina) e um 
filamento grosso, a miosina. 
A actina é formada pela 
polimerização da actina G em actina F. As 
actinas G são moléculas globulares que se 
polimerizam para formar duas cadeias de 
monômeros globulares torcidas uma sobre 
a outra em dupla hélice (formando o 
polímero de actina F). Cada actina G tem 
um sitio de ligação com a miosina. 
 
A tropomiosina é uma longa e fina 
molécula de 40 nm de comprimento, 
constituída por duas cadeias polipeptídicas 
enroladas entre si. Ela forma filamentos que 
se inserem no sulco entre dois filamentos 
de actina. 
A troponina é um complexo de três 
subunidades, a troponina T (TnT), que se 
liga à tropomiosina, a troponina C (TnC), 
que se liga ao Ca2+ e a troponina I (TnI) que 
cobre o sítio ativo da actina. 
Actina Miosina 
Zona H 
A molécula de miosina é grande, 
com 2 a 3 nm de diâmetro e 150nm de 
comprimento. Ela tem uma porção 
alongada, a cauda, formada por duas 
cadeias polipeptídicas em hélice. Na 
extremidade, está uma porção globular, a 
cabeça, que possui um sítio de ligação com 
o ATP para atividade ATPase e um sítio 
para ligação com a actina. A cabeça se 
conecta ao corpo da miosina por um colo. 
A miosina é composta de meromiosina 
leve e meromiosina pesada. A leve está 
inserida na cauda e a pesada está tanto na 
cabeça quanto na cauda. A zona H é 
constituída apenas da cauda da miosina. 
O filamento de miosina é composto 
de centenas de moléculas de miosina, com 
cabeças nas duas laterais e cada cabeça 
está alinhada com um filamento de actina. 
A linha M da zona H possui uma 
enzima importante, a creatinoquinase. Ela 
catalisa a transferência de um fosfato da 
fosfocreatina para o ADP, formando então 
ATP e creatina, gerando energia para a 
contração ocorrer. 
Como já é entendido, a contração 
necessita de íons Ca2+ para ocorrer. O 
retículo sarcoplasmático armazena e 
regula o fluxo desses íons Ca2+. Ele é uma 
rede de cisternas que envolve os 
microfilamentos. Quando a membrana do 
retículo é despolarizada por estímulonervoso, canais de Ca2+ se abrem, e esses 
íons se difundem, atuando na TnC, 
possibilitando a formação de pontes entre a 
actina e a cabeça da miosina. Quando a 
despolarização acaba, os íons Ca2+ voltam 
por transporte ativo para o retículo. 
A despolarização da membrana do 
retículo sarcoplasmático inicia-se na placa 
motora, uma junção mioneural (ou junção 
neuromuscular). Essa despolarização teria 
de se difundir através da espessura da fibra 
para efetuar a liberação de Ca2+ no retículo. 
O sistema de túbulos transversais ou 
túbulos T são responsáveis pela contração 
uniforme de cada fibra muscular. O sistema 
é constituído por invaginações tubulares do 
sarcolema, cujos ramos envolvem as 
junções das faixas A e I de cada sarcômero. 
 
Imagem à esquerda: Túbulos T são observados entre as bandas A e I, duas vezes em cada sarcômero. O 
túbulo T associa-se a dois ret. Sarcoplasmáticos para formar tríades. Muitas mitocôndrias são vistas. 
Imagem à direita: micrografia eletrônica de corte longitudinal de um músculo esquelético. Mitocôndrias (M) 
entre as miofibrilas. As setas apontam para as tríades localizadas nas junções entre as bandas A (A) e as 
bandas I. Linhas Z (Z)
 
Em cada lado de cada túbulo T 
existe um retículo sarcoplasmático. Este 
complexo (1 túbulo T e 2 RS) é conhecido 
como tríade. Na tríade, a despolarização 
dos túbulos T é transmitida ao RS. 
Contração Muscular 
A contração deve-se ao 
deslizamento dos filamentos uns sobre os 
outros, o que diminui o tamanho do 
sarcômero. 
A contração se inicia na faixa A. Em 
repouso. ATP se liga à ATPase da cabeça 
da miosina. Para liberar a energia do ATP, 
a miosina necessita da actina. Mas em 
repouso a miosina não pode associar-se à 
actina, devido ao complexo troponina-
tropomiosina que cobre o local ativo da 
actina. Quando há a disponibilidade de íons 
Ca2+, eles se combinam com a TnC, 
causando alteração conformacional e 
empurrando a tropomiosina que expõe o 
local ativo da actina. Desse modo, ocorre a 
 
 
interação das cabeças de miosina (que se 
curvam) com a actina, o ATP libera ADP, Pi 
(fosfato inorgânico) e energia. A curva feita 
pela cabeça da miosina empurra o 
filamento da actina, promovendo seu 
deslizamento sobre o filamento de miosina. 
À medida que as cabeças de miosina 
movimentam a actina, novos locais para 
formação das pontes actina-miosina 
aparecem. As pontes antigas só se 
desfazem quando a miosina se une a um 
novo ATP. Sem ATP, o complexo actina-
miosina permanece contraído já que o 
cálcio não consegue retornar por transporte 
ativo, isso explica a rigidez muscular após 
a morte, chamada de rigor mortis. 
A atividade contrátil continua até que 
os íons Ca2+ retornem ao RS por transporte 
ativo (gasto de ATP) e se conectem à 
proteína calsequestrina e o sitio ativo da 
actina seja novamente coberto. 
Durante a contração a faixa I diminui 
de tamanho, porque os filamentos de actina 
A 
penetram a faixa A. A banda H também se 
reduz, pois os filamentos finos se 
sobrepõem totalmente aos grossos. 
Portanto, cada sarcômero e toda a fibra 
muscular sofrem encurtamento. 
Inervação 
A contração é comandada por 
nervos motores que se ramificam no 
tecido conjuntivo do perimísio, em que cada 
nervo origina vários ramos. O ramo final 
perde sua bainha de mielina e se coloca 
dentro da fibra muscular. Essa estrutura se 
chama placa motora. O axônio é coberto 
por uma camada de citoplasma de células 
de Schwann. O terminal axônico possui 
mitocôndrias e vesículas sinápticas com 
os neurotransmissores acetilcolina. Na 
junção mioneural, o sarcolema forma as 
dobras juncionais. 
Quando um nervo motor recebe um 
impulso nervoso, o terminal axônico libera 
acetilcolina, que se conecta a receptores 
do sarcolema nas dobras juncionais. Essa 
conexão torna o sarcolema mais permeável 
ao sódio (Na+), resultando em sua 
despolarização. O excesso de acetilcolina 
é hidrolisado pela colinesterase para evitar 
o contato prolongado com os receptores. 
A despolarização propaga-se ao 
longo da membrana da fibra e penetra na 
profundidade pelos túbulos T. Em cada 
tríade o sinal despolarizador passa para o 
ret. Sarcoplasmático, que libera o Ca2+, 
iniciando a contração. Com o fim da 
despolarização, o Ca2+, por meio de um 
transporte ativo, retorna ao retículo 
sarcoplasmático com o auxílio da 
calsequestrina, e o músculo relaxa. 
Uma fibra nervosa pode inervar uma 
única fibra muscular ou se ramificar e 
inervar centenas de fibras. O conjunto de 
fibras nervosa e fibras musculares formam 
a chamada unidade motora. Uma fibra 
muscular não é capaz de graduar sua 
contração, ou ela se contrai com toda a 
intensidade ou não se contrai. As variações 
de força de um músculo se devem às 
variações no número de fibras que se 
contraem no momento. 
O tamanho das unidades motoras 
tem relação com a delicadeza do 
movimento. Músculos oculares executam 
movimentos precisos, portanto, cada uma 
de suas fibras é inervada por uma única 
fibra nervosa. Músculos da perna executam 
movimentos menos precisos, portanto, uma 
fibra nervosa se ramifica e inerva centenas 
de fibras musculares. 
 Fusos Musculares e Corpúsculos 
Tendíneos de Golgi 
Os músculos estriados esqueléticos 
possuem receptores que captam 
modificações no próprio músculo 
chamados de fusos musculares. Eles são 
compostos por uma cápsula de tecido 
conjuntivo que delimita um espaço que 
contém fluido e fibras musculares 
modificadas (fibras intrafusais). Fibras 
nervosas sensoriais penetram nos fusos 
musculares, onde detectam modificações 
no comprimento das fibras intrafusais e 
transmitem essa informação para a medula 
espinal. Nesse órgão são ativados 
mecanismos reflexos, como o controle da 
postura e da coordenação de músculos 
opostos durante corridas, etc. 
Fuso Muscular 
Nas proximidades da inserção 
muscular, os tendões apresentam feixes 
de fibras colágenas encapsuladas, nas 
quais penetram fibras nervosas sensoriais, 
constituindo os corpúsculos tendíneos de 
Golgi. Estas estruturas captam estímulos 
gerados no próprio organismo, sendo então 
proprioceptivas, e respondem às 
diferenças tensionais exercidas pelos 
músculos sobre os tendões. Essas 
informações são transmitidas ao SNC e 
participam o controle das forças 
necessárias aos diversos movimentos. 
Produção de Energia 
A energia usada para a contração é 
acumulada em ATP e fosfocreatina. Existe 
também depósitos sarcoplasmáticos de 
glicogênio. O tecido muscular obtém 
energia para formar ATP e fosfocreatina a 
partir dos ácidos graxos e da glicose. 
Quando o músculo exerce atividade 
intensa, pode haver insuficiência de 
oxigênio, e a célula recorre à glicólise 
anaeróbica, com a produção de ácido 
láctico que em excesso causa cãibras. 
As fibras musculares podem ser 
divididas em fibras tipo I e fibras tipo II. 
As fibras tipo I são fibras lentas, 
vermelhas e ricas em mioglobina (uma 
proteína que serve de depósito de oxigênio 
que existe em grande quantidade nos 
mamíferos aquáticos). Elas são adaptadas 
para contrações constantes. Sua energia é 
obtida por ácidos graxos metabolizados nas 
mitocôndrias. 
As fibras tipo II são fibras rápidas, 
vermelhas-claras (“brancas”) pobres em 
mioglobina. São adaptadas para 
contrações rápidas e descontínuas. Sua 
energia é obtida pela glicólise. 
 
 
JUNÇÃO MIONEURAL 
Músculo Cardíaco 
O músculo cardíaco é composto de 
células alongadas e ramificadas, com 
15nm de diâmetro e 85 a 100m de 
comprimento, que se prendem por junções 
complexas. Elas apresentam estriações 
transversais, mas as fibras cardíacas 
contêm apenas um ou dois núcleos 
localizados centralmente. As fibras são 
circundadas por uma bainha de tecido 
conjuntivo semelhante ao endomísio, que 
contém abundante rede de capilares. 
Uma característica exclusiva dessas 
células são linhas transversais que 
aparecem em intervalos irregulares, os 
discos intercalares. 
Desenho de um corte de músculo cardíaco. 
Percebe-se os discos intercalares em formatode 
escada e os núcleos centrais 
 
Esses discos são complexos 
juncionais que aparecem como linhas 
retas ou em aspecto de escada. Nas partes 
em escada, distinguem-se duas regiões: a 
parte transversal cruza a fibra em ângulo 
reto e a parte lateral caminha de forma 
paralela aos miofilamentos. Os discos 
intercalares são constituídos por 
interdigitações, zônulas de adesão e 
desmossomos que impedem a separação 
das células com o batimento cardíaco, e as 
junções comunicantes (gap) permitem a 
passagem de íons entre as células, 
gerando uma rápida propagação da 
despolarização da membrana e a 
sincronização da contração das células. 
As zônulas de adesão representam 
a principal junção da parte transversal do 
disco, também encontrados nas partes 
laterais e servem para ancorar os 
 
filamentos de actina dos sarcômeros 
terminais. Os desmossomos unem as 
células musculares cardíacas. As junções 
gap se encontram nas partes laterais, 
sendo responsáveis pela propagação do 
sinal de contração como uma onda. 
A estrutura e a função das proteínas 
contráteis são quase as mesmas das do 
esquelético. Porém os túbulos T e o ret. 
sarcoplasmático não são bem organizados. 
Os túbulos T possuem um diâmetro 2,5 
vezes maior do que o esquelético, se 
localizando na linha Z e não na junção das 
bandas A e I, como no esquelético. 
No músculo cardíaco são vistas as 
díades, compostas de um túbulo T e um 
retículo sarcoplasmático. Portanto, no 
momento da despolarização, ocorre a 
liberação de Ca2+ tanto nos túbulos T 
quanto do retículo sarcoplasmático (pouco 
desenvolvido nas fibras cardíacas). 
O músculo cardíaco contém muitas 
mitocôndrias (40% do volume 
citoplasmático contra 2% no músculo 
esquelético) e muitas mioglobinas, o que 
reflete a dependência do metabolismo 
aeróbico e a necessidade de ATP. 
Glicogênio e gotículas lipídicas são um 
suprimento energético. 
As células musculares cardíacas 
podem apresentar grânulos de lipofuscina 
(pigmento que aparece nas células que não 
se multiplicam e têm vida longa). 
As fibras cardíacas possuem 
grânulos secretores próximo aos núcleos 
(e mais abundantes no átrio esquerdo) que 
contêm a molécula precursora do hormônio 
ou peptídeo atrial natriurético (ANP). Esse 
hormônio atua nos rins, aumentando a 
eliminação de sódio (natriurese) e água 
(diurese) pela urina. Esse hormônio é 
antagonizado pela aldosterona, um 
hormônio antidiurético que promove a 
retenção de sódio e água. A aldosterona 
aumenta a pressão arterial, enquanto o 
ANP baixa a pressão. 
Contração 
Uma despolarização dispara a 
liberação de cálcio pelo RS e pelos túbulos 
T e essa despolarização é difundida 
rapidamente pelas junções comunicantes 
nos discos intercalares, gerando uma 
contração sequenciada. O Ca2+ se liga à 
troponina C, ocorrendo a mudança 
conformacional, liberando o local de 
ativação da actina e miosina, que juntas 
promovem a contração. 
Sem Ca2+, o músculo cardíaco para 
de se contrair em 1 minuto, enquanto o 
músculo esquelético pode continuar a se 
contrair por horas. 
O músculo estriado cardíaco 
apresenta contração involuntária e células 
especializadas na geração e condução do 
estímulo cardíaco, conectadas por junção 
gap. As células do nodo sinoatrial 
(marcapasso) despolarizam-se 70 vezes 
por minuto espontaneamente, criando um 
impulso que se espalha para o nodo 
atrioventricular e para o feixe 
atrioventricular e assim para todo o 
coração. O coração recebe nervos do 
sistema nervoso autônomo que influenciam 
o ritmo cardíaco: a inervação 
parassimpática diminui os batimentos e a 
estimulação do simpático acelera. 
Músculo Liso 
O músculo liso é composto de 
células fusiformes com núcleo único e 
central. O tamanho varia de 20m na 
parede dos pequenos vasos sanguíneos 
até 500m no útero gravídico. 
As células musculares lisas são 
revestidas por lâmina basal e mantidas 
unidas por fibras reticulares. Tais fibras 
amarram as células entre si, promovendo 
uma contração no músculo todo, mesmo 
se a contração tenha ocorrido em apenas 
algumas células. 
O sarcolema apresenta depressões 
do tamanho das vesículas de pinocitose, 
denominadas de cavéolas. As cavéolas 
contêm íons Ca2+, utilizados para dar início 
à contração. Frequentemente, duas células 
musculares lisas adjacentes formam 
junções gap que participam da 
transmissão da despolarização de célula 
em célula. As células musculares lisas 
possuem os corpos densos, que são 
estruturas densas aos elétrons localizadas 
na membrana das células e no citoplasma. 
Esquema de células musculares lisas. Elas são 
circundadas por fibras reticulares e no corte 
transversal elas possuem diferentes tamanhos e 
que em muitas o corte não apanhou os núcleos. 
 
Fotomicrografia de células musculares lisas 
(corte transversal acima e longitudinal embaixo) 
Coloração pela pararrosanilina e azul de toluidina 
 
A contração desse músculo é 
involuntária e lenta, controlada pelo sistema 
nervoso autônomo. O mecanismo de 
contração do músculo liso é diferente do 
estriado. 
Os filamentos finos contêm actina, 
tropomiosina, caldesmona e calponina. 
Não há troponina. A posição da 
tropomiosina é regulada pela fosforilação 
das cabeças da miosina. A caldesmona e a 
calponina bloqueiam o local ativo da actina. 
A ação delas é dependente de Ca2+ e da 
fosforilação das cabeças de miosina. 
Não existem sarcômeros e os 
filamentos de miosina só ser formam no 
momento da contração. As células 
musculares lisas contêm miosina II, cujas 
moléculas se conservam enrodilhadas, 
exceto quando combinadas com um radical 
fosfato, quando se estiram em filamento. 
Nos outros tecidos a miosina é do tipo I, 
sendo sempre estirada. 
Contração 
Sob estímulo do sistema nervoso 
autônomo, íons Ca2+ migram do meio 
extracelular para o sarcoplasma através de 
canais de Ca2+ pelas cavéolas. No músculo 
liso não existe retículo sarcoplasmático. 
Os íons Ca2+ se combinam com 
proteínas de calmodulina e o complexo 
calmodulina-Ca2+ ativa a enzima quinase 
da cadeia leve da miosina II, que fosforila 
as moléculas de miosina II, tornando-as 
filamentosas. Nessa conformação elas 
descobrem os sítios que têm atividade 
ATPase e se combinam com a actina. Essa 
combinação libera energia do ATP, 
promovendo o deslizamento dos filamentos 
de actina e miosina II. 
A actina e a miosina II estão ligadas 
a filamentos intermediários de desmina e 
vimentina que se prendem aos corpos 
densos. Isso provoca a contração da célula 
como um todo. Os corpos densos contêm 
α-actina, sendo comparáveis às linhas Z. 
A diminuição do nível de Ca2+ resulta 
na dissociação do complexo cálcio-
calmodulina e na desfosforilação das 
cadeias leves de miosina, ocorrendo o 
relaxamento do músculo. A fosforilação 
ocorre lentamente, o que faz com que a 
contração do músculo liso seja mais lenta. 
A contração também pode ser 
promovida pelo aumento sarcoplasmático 
de AMP-cíclico (cAMP), que ativa a quinase 
e fosforila a miosina. Por exemplo, o 
estrógeno aumenta o teor de cAMP, 
estimulando a contração do útero, 
enquanto a progesterona relaxa. 
A célula muscular lisa além de se 
contrair pode sintetizar colágeno do tipo III 
(fibras reticulares), fibras elásticas e 
proteoglicanos. 
Inervação 
O músculo liso não possui placa 
motora, mas recebe fibras do sistema 
nervoso simpático e parassimpático. 
Axônios formam dilatações entre as células 
musculares lisas com vesículas 
sinápticas compostas de acetilcolina ou 
norepinefrina que possuem ação 
antagônica, estimulando ou deprimindo a 
contração. Esse efeito antagônico varia de 
órgão para órgão, ou seja, a acetilcolina 
pode estimular um órgão, mas deprimir 
outro e o mesmo para a norepinefrina. 
Regeneração do Músculo 
O músculo cardíaco não se 
regenera e sim se cicatriza por fibroblastos 
que produzem fibras colágenas. 
O músculo liso se regenera de 
maneira eficiente pela mitose de suas 
células, que reparam o tecido. 
O músculo esquelético tem 
pequena capacidade de regeneração. Ascélulas satélites, que são mononucleadas 
e fusiformes, dispostas paralelamente às 
fibras musculares dentro da lâmina basal só 
podem ser identificadas ao microscópio 
eletrônico. Elas são consideradas 
mioblastos inativos que se ativam após 
uma lesão, se proliferando por mitose e se 
fundindo entre si para formar novas fibras 
musculares. Em um exercício intenso, as 
células satélites são ativadas, mas se 
fundem às fibras musculares preexistentes, 
contribuindo para a hipertrofia.

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