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Ezequiel - Estudo Comentado

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Ezequiel 
 
 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
 
DEZ/2015 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 
 Alves, Silvio Dutra 
 Ezequiel./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 
 2015. 
 311p.; 14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Comentário Bíblico. 3. Profecia. 
 4. Justificação. 5. Redenção. 6. Jesus. I. Título. 
 
 CDD 230.224 
 
3 
 Sumário 
 
Ezequiel 1..................................................... 5 
Ezequiel 2..................................................... 14 
Ezequiel 3..................................................... 17 
Ezequiel 4..................................................... 27 
Ezequiel 5..................................................... 33 
Ezequiel 6..................................................... 37 
Ezequiel 7..................................................... 41 
Ezequiel 8..................................................... 48 
Ezequiel 9..................................................... 55 
Ezequiel 10................................................... 59 
Ezequiel 11................................................... 65 
Ezequiel 12................................................... 72 
Ezequiel 13................................................... 80 
Ezequiel 14................................................... 86 
Ezequiel 15................................................... 92 
Ezequiel 16................................................... 95 
Ezequiel 17................................................... 107 
Ezequiel 18................................................... 114 
Ezequiel 19................................................... 122 
Ezequiel 20................................................... 125 
Ezequiel 21................................................... 144 
Ezequiel 22................................................... 152 
Ezequiel 23................................................... 158 
Ezequiel 24................................................... 166 
Ezequiel 25................................................... 172 
Ezequiel 26................................................... 176 
Ezequiel 27................................................... 180 
Ezequiel 28................................................... 186 
Ezequiel 29................................................... 194 
Ezequiel 30................................................... 201 
Ezequiel 31................................................... 206 
Ezequiel 32................................................... 210 
Ezequiel 33................................................... 216 
4 
Ezequiel 34................................................... 226 
Ezequiel 35................................................... 233 
Ezequiel 36................................................... 236 
Ezequiel 37................................................... 244 
Ezequiel 38................................................... 252 
Ezequiel 39................................................... 256 
Ezequiel 40................................................... 262 
Ezequiel 41................................................... 270 
Ezequiel 42................................................... 275 
Ezequiel 43................................................... 280 
Ezequiel 44................................................... 284 
Ezequiel 45................................................... 289 
Ezequiel 46................................................... 293 
Ezequiel 47................................................... 297 
Ezequiel 48................................................... 307 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Ezequiel 1 
 
O profeta Ezequiel foi juntamente com o 
profeta Daniel para Babilônia, na primeira leva 
de cativos que se deu em 605 a.C, quando o rei 
Joaquim foi levado por Nabucodonosor para 
Babilônia. 
Ele afirma que no quinto ano do cativeiro de 
Joaquim, ou seja, cinco anos após terem sido 
levados para Babilônia, ele começou a ter visões 
de Deus. 
As citações aos anos em que recebera visões e 
revelações da parte Deus, ao longo de todo o seu 
livro, tem como referencial o início do seu 
cativeiro em Babilônia juntamente com o rei 
Joaquim, Daniel, muitos príncipes, nobres e 
outras pessoas do povo de Judá. 
Assim, quando ele diz sexto ano, significa que se 
encontrava no sexto ano do seu cativeiro, e dos 
demais judeus que se encontravam com ele em 
Babilônia. 
Ezequiel era filho do sacerdote Buzi, e portanto, 
também seria preparado para o sacerdócio, 
porque este cargo era vitalício, que passava de 
pai para filho, desde a descendência dos filhos 
de Arão. 
Todavia, o Senhor o chamou para o ofício 
profético quando se encontrava já em Babilônia 
há cinco anos, e a primeira visão e profecia que 
lhe vieram, descritas neste e nos próximos 
capítulos, lhes foram dadas quando se 
encontrava junto ao rio Quebar. 
6 
Neste primeiro capítulo ele descreve a visão que 
tivera da glória celestial, e especialmente dos 
quatro seres viventes, ou querubins, sobre os 
quais estaremos falando mais especificamente 
neste nosso comentário, em conexão com os 
capítulos nono e décimo, nos quais eles são 
achados em ação, e vinculados ao propósito da 
visão que fora dada pelo Senhor a Ezequiel. 
Todavia, cabe ressaltar que as visões e profecias 
que tivera no quinto ano, encontram-se 
registradas do primeiro ao sétimo capítulo do 
seu livro; e as que tivera no sexto ano, estão 
contidas do oitavo ao décimo nono capítulo; as 
do sétimo ano, do vigésimo ao vigésimo 
terceiro; as do nono ano, no vigésimo quarto e 
vigésimo quinto capítulos; as do décimo 
primeiro ano do vigésimo sexto ao vigésimo 
oitavo, e trigésimo primeiro; as do décimo ano 
no vigésimo nono e trigésimo; as do décimo 
segundo ano, do trigésimo segundo ao 
trigésimo nono; as do décimo quarto ano, do 
quadragésimo até o último capítulo 
(quadragésimo oitavo). 
Assim, as visões que tivera dos querubins, 
registradas nos capítulos nono e décimo lhes 
foram dadas um ano após da primeira que é 
narrada por ele neste primeiro capítulo. 
Os quatro seres viventes, ou querubins, são 
citados em Gên 3.24; Êx 25.18-22; 26.1,31; 36.8,35; 
37.7-9; Nm 7.89; I Sm 4.4; II Sm 6.2; 22.11; I Rs 6.23-
35; 7.29,36; 8.6,7; II Rs 19.15; I Cr 13.6; 28.18; II Cr 
3.7-14; 5.7,8; Sl 18.10; 80.1; 99.1; Is 37.16; Ez 1.5-26; 
9.3; 10 (todo o capítulo); 11.22; 28.14-16; 41.18-
7 
20,25; Is 37.16; Hb 9.5; Apo 4.6-9; 5.6,8,11,14; 
6.1,3,5-7; 7.11; 14.3; 15.7; 19.4. 
A palavra Querubim significa guardar, cobrir, 
proteger o acesso etc (Êx 25.17-22). 
Os quatro querubins, que proclamam dia e 
noite, sem descanso que Santo, Santo é o Senhor 
Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e 
que há de vir, são chamados também de seres 
viventes, pelo profeta Ezequiel e pelo apóstolo 
João, em Apocalipse (Apo 4.8); quando derem 
glória, honra e ações de graças a Deus (Apo 4.9) 
os 24 anciãos se prostrarão diante do Senhor e o 
adorarão (Apo 4.10,11); os 4 querubins também 
se prostram e adoram a Deus juntamente com 
os 24 anciãos e todos os anjos (Apo 7.11; 
19.14); são eles que chamam, respectivamente, 
os 4 cavaleiros quando os 4 primeiros selos do 
livro são abertos (Apo 6.1,3,5,7); e são eles que 
dão aos sete anjos, as sete taças cheias da ira de 
Deus (Apo 15.7). 
Ezequiel os viu quando Deus manifestou ao 
profeta a sua glória, estando eles sob o 
firmamento celestial (Ez 1.1,5-26), e 
posteriormente os viu no templo em Jerusalém 
(Ez 10.1-22). A glória do Senhor estava sobre os 
querubins e se dirigiu para a entrada do templo 
(Ez 9.3; 10.4). Depois a glória do Senhor saiu da 
entrada do templo e parou sobre os querubins, e 
esteslevantaram suas asas e se elevaram da 
terra (Ez 10.18-20). 
Na visão de Ezequiel, os quatro seres viventes ou 
querubins (Ez 10.20), tinham quatro rostos e 
quatro asas, cada um, e a semelhança de mãos 
de homens debaixo das asas (Ez 1.6,8; 10.21), 
8 
sendo parecidos com os serafins da visão de Is 
6.2,3 sendo que estes tinham seis asas cada um, 
como os quatro seres viventes de Apo 4.8, tendo 
também estes seis asas, cada um em vez de 
quatro. 
A forma dos querubins é como de homem (Ez 
1.5). A cabeça possui quatro faces, sendo rosto de 
homem na frente, rosto de leão, à direita, rosto 
de boi, à esquerda, e rosto de águia na parte de 
trás (Ez 1.10). 
O apóstolo João teve a visão dos seres quanto à 
forma do rosto, como tendo cada um, 
respectivamente, rosto de homem, leão, boi e 
águia (Apo 4.7) e os viu cheios de olhos por 
dentro e por fora, em todo o seu redor (Apo 
4.6,8). Já quanto aos olhos, Ezequiel viu que além 
dos olhos em todo o corpo dos querubins, 
inclusive nas asas e mãos (Ez 10.12) havia uma 
roda ao lado de cada querubim e estas também 
estavam cheias de olhos ao redor (Ez 1.15-18; 
10.12) e estas seguiam os querubins aonde quer 
que fossem. Havia algo semelhante ao 
firmamento sobre a cabeça dos querubins, 
brilhante como cristal (Ez 1.22), e sobre o 
firmamento que estava sobre as suas cabeças, 
havia algo semelhante a um trono, como uma 
safira, e sentado no trono alguém semelhante a 
um homem (Ez 1.26; 10.1); e o tatalar das asas dos 
querubins fazia um estrondo semelhante ao 
tropel de um exército e como o som de muitas 
águas (Ez 1.24). No meio destas visões o Espírito 
de Deus entrou em Ezequiel e o Senhor lhe falou 
enviando-o como profeta à casa de Israel (Ez 2.1-
7). 
9 
O aspecto deles é como o de carvão em brasa, 
semelhante a tochas, e ziguezagueavam como 
relâmpagos, como também saiam relâmpagos 
entre eles (Ez 1.13,14). 
Os querubins com as rodas formavam uma 
carruagem sobrenatural para o trono de Deus, 
que era carregado pelos seres viventes. 
A aparição deles a Ezequiel tinha a ver com os 
juízos que seriam ainda despejados sobre Judá, 
especialmente com a destruição do templo e da 
cidade de Jerusalém pelos babilônios em 586 
a.C., portanto cerca de sete anos depois da visão 
dada ao profeta. Este juízo está descrito no Novo 
Comentário da Bíblia, da seguinte forma: “O 
incêndio de Jerusalém (Ez 10.1-22): O trono (v 1) 
estava vazio (cf 9.3), os querubins aguardavam 
Jeová para alçar voo e partir. 
O destruidor da cidade era o homem vestido de 
linho (v 2), que anteriormente havia feito uma 
marca nos fiéis, separando-os para a 
preservação; todos os sete anjos. Dessa forma, 
eram ministros vingativos, como em Apo 8.1-
11.15. 
A santidade exige sempre o que é correto em 
nosso comportamento. As pernas dos 
querubins eram direitas (Ez 1.7). Não se viravam 
em seu movimento, sempre indo para a frente, 
indo para onde o espírito havia de ir (Ez 1.9,12). 
Quem lança mão do arado não deve olhar para 
trás. Não deve servir a Deus com o olhar voltado 
para o mundo, para a vida que tinha antes da 
conversão. E deve estar sob governo do seu 
espírito e não da sua alma, tal como os 
querubins. 
10 
A santidade é progresso contínuo. 
É uma caminhada em busca da perfeição divina, 
fazendo o que agrada a Deus. Se o crente para em 
sua caminhada, ele começa a cair. 
A carne o vencerá porque a antiga natureza 
sobrepujará a nova, recebida na regeneração. As 
rodas e os querubins sempre se movimentavam 
para a frente, nem para trás, nem para a direita, 
nem para a esquerda. O caminho é Cristo. É 
estreito e reto. É neste caminho que o crente 
deve andar, e é nisto que consiste a sua 
santificação. 
 
“1 Ora aconteceu no trigésimo ano, no quarto 
mês, no dia quinto do mês, que estando eu no 
meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se 
abriram os céus, e eu tive visões de Deus. 
2 No quinto dia do mês, já no quinto ano do 
cativeiro do rei Joaquim, 
3 veio expressamente a palavra do Senhor a 
Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos 
caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve sobre 
ele a mão do Senhor. 
4 Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha 
do norte, uma grande nuvem, com um fogo que 
emitia de contínuo labaredas, e um resplendor 
ao redor dela; e do meio do fogo saía uma coisa 
como o brilho de âmbar. 
5 E do meio dela saía a semelhança de quatro 
seres viventes. E esta era a sua aparência: 
tinham a semelhança de homem; 
6 cada um tinha quatro rostos, como também 
cada um deles quatro asas. 
11 
7 E as suas pernas eram retas; e as plantas dos 
seus pés como a planta do pé dum bezerro; e 
luziam como o brilho de bronze polido. 
8 E tinham mãos de homem debaixo das suas 
asas, aos quatro lados; e todos quatro tinham 
seus rostos e suas asas assim: 
9 Uniam-se as suas asas uma à outra; eles não se 
viravam quando andavam; cada qual andava 
para adiante de si; 
10 e a semelhança dos seus rostos era como o 
rosto de homem; e à mão direita todos os quatro 
tinham o rosto de leão, e à mão esquerda todos 
os quatro tinham o rosto de boi; e também 
tinham todos os quatro o rosto de águia; 
11 assim eram os seus rostos. As suas asas 
estavam estendidas em cima; cada qual tinha 
duas asas que tocavam às de outro; e duas 
cobriam os corpos deles. 
12 E cada qual andava para adiante de si; para 
onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam 
quando andavam. 
13 No meio dos seres viventes havia uma coisa 
semelhante a ardentes brasas de fogo, ou a 
tochas que se moviam por entre os seres 
viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saíam 
relâmpagos. 
14 E os seres viventes corriam, saindo e voltando 
à semelhança dum raio. 
15 Ora, eu olhei para os seres viventes, e vi rodas 
sobre a terra junto aos seres viventes, uma para 
cada um dos seus quatro rostos. 
16 O aspecto das rodas, e a obra delas, era como 
o brilho de crisólita; e as quatro tinham uma 
mesma semelhança; e era o seu aspecto, e a sua 
12 
obra, como se estivera uma roda no meio de 
outra roda. 
17 Andando elas, iam em qualquer das quatro 
direções sem se virarem quando andavam. 
18 Estas rodas eram altas e formidáveis; e as 
quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos 
ao redor. 
19 E quando andavam os seres viventes, 
andavam as rodas ao lado deles; e quando os 
seres viventes se elevavam da terra, elevavam-
se também as rodas. 
20 Para onde o espírito queria ir, iam eles, 
mesmo para onde o espírito tinha de ir; e as 
rodas se elevavam ao lado deles; porque o 
espírito do ser vivente estava nas rodas. 
21 Quando aqueles andavam, andavam estas; e 
quando aqueles paravam, paravam estas; e 
quando aqueles se elevavam da terra, elevavam-
se também as rodas ao lado deles; porque o 
espírito do ser vivente estava nas rodas. 
22 E por cima das cabeças dos seres viventes 
havia uma semelhança de firmamento, como o 
brilho de cristal terrível, estendido por cima, 
sobre a sua cabeça. 
23 E debaixo do firmamento estavam as suas 
asas direitas, uma em direção à outra; cada um 
tinha duas que lhe cobriam o corpo dum lado, e 
cada um tinha outras duas que o cobriam doutro 
lado. 
24 E quando eles andavam, eu ouvia o ruído das 
suas asas, como o ruído de muitas águas, como 
a voz do Onipotente, o ruído de tumulto como o 
ruído dum exército; e, parando eles, abaixavam 
as suas asas. 
13 
25 E ouvia-se uma voz por cima do firmamento, 
que estava por cima das suas cabeças; parando 
eles, abaixavam as suas asas. 
26 E sobre o firmamento, que estava por cima 
das suas cabeças, havia uma semelhança de 
trono, como a aparência duma safira; e sobre a 
semelhança do trono havia como que a 
semelhança dum homem, no alto, sobre ele. 
27 E vi como o brilho de âmbar, como o aspecto 
do fogo pelo interior dele ao redor desde a 
semelhança dos seus lombos, e daí para cima; e, 
desde a semelhança dos seus lombos, e daí para 
baixo, vi como a semelhança de fogo, e havia um 
resplendor ao redor dele. 
28 Comoo aspecto do arco que aparece na 
nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do 
resplendor em redor. Este era o aspecto da 
semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, 
caí com o rosto em terra, e ouvi uma voz de 
quem falava.” (Ezequiel 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Ezequiel 2 
 
Como Ezequiel ficou prostrado com a glória da 
visão que tivera, o Senhor lhe ordenou que 
ficasse de pé para que pudesse lhe falar, e ao ter 
ouvido tal ordem, o Espírito Santo entrou nele e 
o fortaleceu e o colocou de pé, e então pôde 
ouvir e entender o que Deus lhe falava. 
O Senhor disse que lhe estava enviando aos 
filhos de Israel, às duas casas (Israel e Judá) que 
Ele chamou de nações rebeldes, porque 
estavam transgredindo contra Ele, tal como 
haviam feito os seus antepassados. 
Seria a um povo endurecido e obstinado de 
coração que Ezequiel teria que profetizar, mas 
atendessem ou não às palavras que o Senhor lhe 
daria para serem pregadas a eles, saberiam que 
houve um profeta entre eles, porque o Senhor 
mesmo seria com Ezequiel e falaria através dele, 
de modo que não deveria temê-los, ainda que 
fossem para ele como espinhos e escorpiões, 
por causa da sua rebeldia. 
Ezequiel deveria ser diferente deles, porque 
importava que fosse sensível e receptivo ao 
Senhor, à sua vontade e Palavra, para que 
pudesse se comunicar com Ele, e assim cumprir 
o ministério para o qual estava sendo designado. 
Então, o que deveria falar lhe foi mostrado como 
um rolo escrito por dentro e por fora, o qual lhe 
foi ordenado que o comesse, e o livro continha 
lamentações, suspiros e ais, porque consistia 
em repreensões e visões de Deus relativas aos 
15 
pecados de Israel, e o próprio profeta 
lamentaria, suspiraria e se afligiria diante de 
tais repreensões e visões, porque este era o 
mesmo sentimento de Deus diante das 
transgressões do seu povo. 
 
“1 E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e 
falarei contigo. 
2 Então, quando ele falava comigo entrou em 
mim o Espírito, e me pôs em pé, e ouvi aquele 
que me falava. 
3 E disse-me ele: Filho do homem, eu te envio 
aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se 
rebelaram contra mim; eles e seus pais têm 
transgredido contra mim até o dia de hoje. 
4 E os filhos são de semblante duro e obstinados 
de coração. Eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim 
diz o Senhor Deus. 
5 E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir 
(porque eles são casa rebelde), hão de saber que 
esteve no meio deles um profeta. 
6 E tu, ó filho do homem, não os temas, nem 
temas as suas palavras; ainda que estejam 
contigo sarças e espinhos, e tu habites entre 
escorpiões; não temas as suas palavras, nem te 
assustes com os seus semblantes, ainda que são 
casa rebelde. 
7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer 
ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. 
8 Mas tu, ó filho do homem, ouve o que te digo; 
não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a 
tua boca, e come o que eu te dou. 
9 E quando olhei, eis que tua mão se estendia 
para mim, e eis que nela estava um rolo de livro. 
16 
10 E abriu-o diante de mim; e o rolo estava 
escrito por dentro e por fora; e nele se achavam 
escritas lamentações, e suspiros e ais.” (Ezequiel 
2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Ezequiel 3 
 
Talvez não haja capítulo que tenha servido à 
formulação de uma falsa doutrina sobre 
justificação na própria Igreja de Cristo, do que 
este, em conjunto com o que se afirma no 
capítulo 18, por causa da sua incorreta 
interpretação. 
Antes de tudo, devemos ter em perspectiva 
permanentemente no estudo destas passagens, 
que Ezequiel fora enviado aos israelitas e a 
nenhum outro povo, conforme o próprio Deus 
afirma neste texto (v. 5 e 6). 
Tão endurecidos eles estavam no pecado, 
especialmente de idolatria, que foram 
conduzidos ao cativeiro. Este endurecimento 
aqui referido pelo Senhor no livro de Ezequiel, 
pode ser visto em todos os seus detalhes e 
nuances no livro do profeta Jeremias. 
Então o próprio Ezequiel fora feito enrijecido 
(não quanto ao pecado, mas quanto à coragem e 
firmeza) pelo Senhor, para poder suportar a 
dureza dos israelitas, a qual ele teria que 
enfrentar. 
Assim, os ímpios que deveriam ser admoestados 
pelo profeta, seriam os próprios israelitas, o 
próprio povo de Deus na Antiga Aliança, que 
apesar de estarem aliançados com Ele, em 
decorrência daquela aliança que foi feita com 
todos os descendentes de Jacó, a grande maioria 
deles não tinha o seu temor e não O conhecia, 
apesar de ter se revelado a eles, e lhes escolhido, 
18 
dentre todas as nações da terra, para ser o seu 
povo particular. 
Justamente eles haviam se endurecido 
totalmente contra Ele, aos quais se encontrava 
aliançado, tanto que o Senhor afirma que caso 
tivesse enviado Ezequiel a qualquer outra nação 
da terra, ele seria ouvido por eles, mas Israel se 
recusaria a ouvi-lo (v. 6). 
Ezequiel não falaria por si mesmo, e nem 
mecanicamente sendo um mero repetidor de 
palavras que Deus lhe dissesse, mas o faria pelo 
testemunho do Espírito Santo que o tomara (v. 12 
e 14), tendo as suas entranhas cheias da Palavra 
de Deus (v. 1 a 3), o efeito disso foi que ele pôde 
experimentar, conduzido pelo Espírito, e cheio 
da Palavra de Deus, a amargura e a indignação 
de Deus contra o pecado do seu povo, em seu 
próprio espírito. E Ezequiel se sentiu 
inteiramente tomado pelo poder de Deus (v. 14). 
Logo, o que será dito por Deus adiante, depois de 
ter dado tal experiência ao profeta, não seriam 
conceitos teológicos sobre o modo da salvação 
da alma, especialmente do modo da justificação 
dos ímpios, mas um toque de trombeta 
poderoso nos ouvidos rebeldes da própria nação 
judaica que estava no cativeiro, para que 
nenhum deles viesse a ser destruído pelo juízo 
do Senhor, mesmo já se encontrando debaixo de 
um juízo que viera da sua parte, de terem que 
viver numa terra estranha por setenta anos. 
Aqueles que dessem ouvidos a Ezequiel 
preparariam um bom caminho diante do 
Senhor para o retorno de Babilônia, quando 
fossem libertados por Ciro, mas os que se 
19 
endurecessem e permanecessem na prática da 
idolatria, receberiam os juízos descritos neste 
livro, em continuação a tudo que lhes havia sido 
sucedido, e conforme fora profetizado 
especialmente por Jeremias, com morte pela 
espada, pela peste e pela fome. 
Assim, Ezequiel foi conduzido pelo Espírito a 
viver no meio do povo que estava cativo, na 
região em que eles estavam morando junto ao 
rio Quebar, e ainda se encontrava pasmado no 
meio deles por causa das revelações que lhe 
haviam sido feitas (v. 15) e pela dureza da missão 
que ele teria que cumprir junto a eles. 
Passados os sete dias de pasmo, o Senhor tornou 
a falar a Ezequiel dizendo que lhe havia 
constituído por atalaia (vigia, sentinela) sobre os 
judeus, e como sentinela de Deus, seu dever 
seria alertá-los sobre tudo o que lhe dissesse, 
especialmente, quanto aos perigos que estavam 
correndo, por permanecerem na prática da 
impiedade. 
Então Ezequiel seria posto no ofício profético 
para o próprio bem deles, assim como a 
sentinela que guarda a cidade para avisá-la do 
perigo da destruição que se aproxima, de 
maneira que seus habitantes possam se 
defender a tempo. 
Deus estava em guerra com os ímpios do seu 
povo, mas lhes deu um sentinela para avisá-los, 
antes de submetê-los a um juízo de destruição 
(v. 17). 
Então, para o cumprimento fiel da sua missão, 
Deus impôs a Ezequiel o jugo da 
responsabilidade de não deixar de avisar a todos 
20 
os ímpios de Israel sobre a condição deles 
perante Ele, sob pena, de o Senhor demandar 
das próprias mãos do profeta, a destruição de 
morte que traria sobre tais rebeldes que não 
fossem avisados por Ezequiel. 
Eles deveriam morrer pelos juízos do Senhor, 
mas era da vontade do Senhor que lhes fosse 
dada antes a oportunidade para se 
arrependerem, de modo que desviariatal juízo 
daqueles que se arrependessem. 
O mesmo sucede com o evangelho na 
dispensação da graça, porque tem sido imposto 
aos cristãos o dever de serem os atalaias de Deus 
em todo o mundo, de forma, que aqueles que 
não têm desempenhado a sua função de 
protestarem contra o pecado, e alertarem as 
pessoas sobre o juízo que lhes aguarda, caso não 
se arrependam de seus pecados e creiam em 
Cristo, elas serão condenadas, mas o Senhor 
requererá dos cristãos negligentes o sangue 
delas, ou seja a condenação a um juízo de morte 
eterna aos quais teve que submetê-las por não 
conhecerem o terrível juízo que lhes aguardava 
por causa do pecado não perdoado. 
Por isso o apóstolo Paulo se esforçava 
sobremaneira para que não fosse achado 
culpado de tal pecado de negligência. 
“26 Portanto, no dia de hoje, vos protesto que 
estou limpo do sangue de todos. 
27 Porque não me esquivei de vos anunciar todo 
o conselho de Deus.” (Atos 20.26,27) 
Não se está falando portanto de condenação 
eterna do atalaia infiel, nem mesmo de salvação 
pelas obras da lei. 
21 
Porque a grande ênfase do Senhor no 
proferimento desta palavra dada a Ezequiel 
recaía sobretudo no livramento da morte física, 
em razão de aplicação de maldições previstas na 
Antiga Aliança, sobre o povo daquela aliança, a 
saber, os judeus. 
Então, não seria pelo simples fato de Ezequiel 
proclamar a Palavra do Senhor aos judeus, que 
todos eles se converteriam a Ele, mas todos 
seriam avisados sobre o que lhes sucederia caso 
não se arrependessem. 
É importante lembrar que o justo citado no 
verso 20, não é o justificado pela fé, mas o justo 
da Antiga Aliança que guardava os 
mandamentos de Deus. 
Caso tal judeu deixasse de praticar a justiça e 
começasse a praticar a iniquidade, então o 
Senhor colocaria diante dele um tropeço, que 
era uma das maldições da Antiga Aliança, e 
mataria o tal judeu que deixou de perseverar na 
obediência aos mandamentos da aliança, 
especialmente por retornar à prática da 
idolatria. 
Mas mesmo este, deveria ser avisado por 
Ezequiel que a justiça que ele havia praticado 
antes de voltar ao pecado, não seria levada em 
consideração por Deus, para remover o juízo 
que viria sobre ele, por causa da sua atual 
iniquidade. 
Então, não se trata de possibilidade de perda de 
salvação de justificados pela fé, mas de perda 
dos benefícios das bênçãos prometidas da 
Antiga Aliança, por se colocar numa condição 
que em vez de bênção, deveria receber a 
22 
promessa da maldição constante da lei, 
especialmente a que diz que “Maldito é aquele 
que não confirmar as palavras desta lei, para as 
cumprir.” (Dt 27.26). 
Para o justificado pela fé, na Nova Aliança, Cristo 
se fez maldição em seu lugar na cruz, de modo 
que já não há nenhuma condenação para quem 
está de fato em Cristo, unido a Ele pela fé. 
Porque em Cristo está morto para Lei, e 
consequentemente para a maldição da Lei, que 
Deus estaria aplicando aos judeus, e por isso 
chamou Ezequiel para alertá-los, porque 
aqueles eram dias em que vigorava a Antiga 
Aliança em toda a sua plenitude, e vigoraria 
ainda, por cerca de seiscentos anos mais, até 
que Jesus morresse na Cruz, e inaugurasse uma 
Nova Aliança no seu sangue, que revogaria e 
substituiria a Antiga. 
Então, Deus havia descrito a Ezequiel qual seria 
a sua missão, e depois disto fez com que ele visse 
a sua glória, quando saiu ao vale, igual à que 
tinha visto junto ao rio Quebar, e que ele 
descreveu no primeiro capítulo, e isto fez com 
que caísse com o rosto em terra em atitude de 
adoração e reverência para com Deus. 
Ele ficara portanto na condição necessária para 
ser tomado pelo Espírito Santo, e foi quando o 
Espírito entrou nele e lhe colocou em pé, e lhe 
falou dizendo que deveria entrar no interior da 
sua casa (v. 24), e ser amarrado com cordas, e 
não sair de casa, e o Espírito faria com que a 
língua do profeta ficasse presa ao seu palato, de 
modo que não poderia falar palavra alguma, 
como um sinal para os judeus de que não lhes 
23 
serviria receberem um repreendedor, porque 
não o ouviriam por causa da rebeldia deles (v. 
25,26). 
Todavia, quando o Senhor votasse a falar ao 
profeta, Ele lhe abriria a boca, e então deveria 
proclamar aos judeus o seguinte: 
 “Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir, ouça, e 
quem deixar de ouvir, deixe; pois casa rebelde 
são eles.” (v. 27) 
De tudo isto o que se aprende é que aqueles que 
se mantiverem rebeldes contra Deus, não se 
convertendo a Ele pela fé em Cristo, e 
comprovando tal conversão por um andar no 
Espírito em santificação, podem estar certos, 
alertados por esta palavra, que o que lhes 
aguarda é um juízo de morte eterna. 
 
“1 Depois me disse: Filho do homem, come o que 
achares; come este rolo, e vai, fala à casa de 
Israel. 
2 Então abri a minha boca, e ele me deu a comer 
o rolo. 
3 E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao 
teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo 
que eu te dou. Então o comi, e era na minha boca 
doce como o mel. 
4 Disse-me ainda: Filho do homem, vai, entra na 
casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras. 
5 Pois tu não és enviado a um povo de estranha 
fala, nem de língua difícil, mas à casa de Israel; 
6 nem a muitos povos de estranha fala, e de 
língua difícil, cujas palavras não possas 
entender; se eu aos tais te enviara, certamente 
te dariam ouvidos. 
24 
7 Mas a casa de Israel não te quererá ouvir; pois 
eles não me querem escutar a mim; porque toda 
a casa de Israel é de fronte obstinada e dura de 
coração. 
8 Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus 
rostos, e dura a tua fronte contra a sua fronte. 
9 Fiz como esmeril a tua fronte, mais dura do 
que a pederneira. Não os temas pois, nem te 
assustes com os seus semblantes, ainda que são 
casa rebelde. 
10 Disse-me mais: Filho do homem, recebe no 
teu coração todas as minhas palavras que te hei 
de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos. 
11 E vai ter com os do cativeiro, com os filhos do 
teu povo, e lhes falarás, e tu dirás: Assim diz o 
Senhor Deus; quer ouçam quer deixem de ouvir. 
12 Então o Espírito me levantou, e ouvi por 
detrás de mim uma voz de grande estrondo, que 
dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde o 
seu lugar. 
13 E ouvi o ruído das asas dos seres viventes, ao 
tocarem umas nas outras, e o barulho das rodas 
ao lado deles, e o sonido dum grande estrondo. 
14 Então o Espírito me levantou, e me levou; e eu 
me fui, amargurado, na excitação do meu 
espírito; e a mão do Senhor era forte sobre mim. 
15 E vim ter com os do cativeiro, a Tel-Abibe, que 
moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde 
eles moravam; e por sete dias sentei-me ali, 
pasmado no meio deles. 
16 Ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a 
mim, dizendo: 
25 
17 Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a 
casa de Israel; quando ouvires uma palavra da 
minha boca, avisa-los-ás da minha parte. 
18 Quando eu disser ao ímpio: Certamente 
morrerás; se não o avisares, nem falares para 
avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, a fim 
de salvares a sua vida, aquele ímpio morrerá na 
sua iniquidade; mas o seu sangue, da tua mão o 
requererei: 
19 Contudo se tu avisares o ímpio, e ele não se 
converter da sua impiedade e do seu mau 
caminho, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu 
livraste a tua alma. 
20 Semelhantemente, quando o justo se desviar 
da sua justiça, e praticar a iniquidade, e eu puser 
diante dele um tropeço, ele morrerá; porque 
não o avisaste, no seu pecado morrerá e não 
serão lembradas as suas ações de justiça que 
tiver praticado; mas o seu sangue, da tua mão o 
requererei. 
21 Mas se tu avisares o justo, para que o justo não 
peque, e ele não pecar, certamente viverá, 
porque recebeu o aviso; e tu livraste a tua alma. 
22 E a mão do Senhor estava sobre mim ali, e ele 
me disse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei 
contigo. 
23 Então me levantei, e saí ao vale; e eis que a 
glória do Senhor estava ali, comoa glória que vi 
junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra. 
24 Então entrou em mim o Espírito, e me pôs em 
pé; e falou comigo, e me disse: Entra, encerra-te 
dentro da tua casa. 
26 
25 E quanto a ti, ó filho do homem, eis que porão 
cordas sobre ti, e te ligarão com elas, e tu não 
sairás por entre eles. 
26 E eu farei que a tua língua se pegue ao teu 
paladar, e ficarás mudo, e não lhes servirás de 
repreendedor; pois casa rebelde são eles. 
27 Mas quando eu falar contigo, abrirei a tua 
boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: 
Quem ouvir, ouça, e quem deixar de ouvir, 
deixe; pois casa rebelde são eles.” (Ezequiel 3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Ezequiel 4 
 
Esta profecia foi dada a Ezequiel quando 
Jerusalém estava sendo sitiada pelos babilônios, 
nos dias do rei Zedequias (sabemos pelo livro de 
Jeremias que este cerco durou um ano e oito 
meses), de forma que durante o período do sítio, 
Ezequiel deveria fazer uma pequena maquete 
que representasse a cidade de Jerusalém sendo 
cercada pelos babilônios, tal como já estava 
ocorrendo, e deveria deitar para dormir 
somente sobre um dos lados do seu corpo por 
um determinado período de dias, e depois de 
cumpridos tais dias determinados pelo Senhor, 
deveria se deitar sobre o lado oposto. 
Ezequiel estava entre os exilados de Babilônia, 
que haviam sido levados para lá, antes do cerco 
de Jerusalém, nos dias do rei Joaquim. 
Todavia, como o coração dos judeus que 
estavam em Babilônia, se encontrava em 
Jerusalém, pensando em retornarem para lá, o 
Senhor lhes mostrou o que sucederia àquela 
cidade, e qual era o motivo de tais juízos, 
conforme se verá nos capítulos seguintes, de 
maneira que não aspirassem mais retornar para 
aquilo que seria inteiramente destruído pelo 
seu juízo, através do braço de Babilônia. 
Ele ficaria deitado sobre o seu lado esquerdo por 
390 dias, simbolizando que estava levando sobre 
si a iniquidade da casa de Israel (Reino do Norte) 
que havia sido levado para o cativeiro pelos 
assírios desde 722 a. C. 
28 
Depois, deveria ficar deitado 40 dias sobre o seu 
lado direito, como que levando a iniquidade da 
casa de Judá (Reino do Sul), que viria a ser levado 
numa nova leva de cativos para Babilônia, e 
quando a cidade de Jerusalém e o templo, 
seriam destruídos e queimados, pelo rei de 
Babilônia, em 586.a.C. 
Esta ordem de Deus ao profeta tinha 
principalmente o propósito didático de revelar 
que os israelitas estariam em aperto, e 
perderiam a liberdade para dormirem em paz 
enquanto durassem as assolações da 
dominação estrangeira que estava determinada 
sobre eles, numa terra estranha. 
No entanto, o tempo de opróbrio de Judá seria 
menor do que o de Israel (Reino do Norte) 
porque não se achou mais naquele reino 
constituído pelas dez tribos do norte, algo bom, 
como ainda se achava em Judá. E seria portanto, 
principalmente através de Judá, que o Senhor 
daria prosseguimento ao seu plano de salvar em 
todas as nações do mundo, pela revelação que 
continuaria fazendo através deles, até que o 
Messias se manifestasse. 
Durante o sítio de Jerusalém haveria grande 
escassez de alimentos na cidade, e isto está 
descrito neste capítulo de Ezequiel, 
especialmente no símile que lhe foi dado pelo 
Senhor, para servir de comparação ao que 
sucederia aos judeus que estivessem no interior 
daquela cidade, porque experimentariam a 
fome a ponto de comerem até mesmo seus 
próprios filhos, para se alimentarem. 
29 
Então Ezequiel deveria profetizar que Jerusalém 
não poderia se libertar do sítio que lhe fora 
imposto pelo Senhor, até que se cumprissem os 
dias determinados por Ele para o seu fim. 
A comida do profeta seria um pão simples feito 
de trigo, cevada, favas, lentilhas e milho, e 
durante os 390 dias em que estivesse deitado 
sobre o seu lado esquerdo (v. 9,10). 
Ele deveria também reduzir a medida de água 
que beberia diariamente (v. 11), para servir de 
sinal aos judeus sob o cerco de Babilônia que 
haveria escassez de água para eles. 
Além disso, Ezequiel deveria assar o seu pão 
sobre excremento humano, para representar 
que o pão que os israelitas comeriam 
espalhados entre as nações seria um pão 
imundo aos próprios olhos deles, tal como seria 
aos olhos do profeta. 
Como Ezequiel disse ao Senhor, que estava 
constrangido pelo seu próprio amor à lei, que 
proibia o comer coisas imundas, o Senhor lhe 
deu no lugar de excremento humano, 
excremento seco de boi, para que pudesse usá-
lo como combustível para assar o seu pão (v. 18). 
Tudo isto estava profetizado na Antiga Aliança 
como maldições que viriam da parte de Deus 
sobre o seu povo, quando eles insistissem em 
transgredir os seus mandamentos (veja Levítico 
26). 
Então eles teriam sobressalto e espanto de 
espírito ao comerem e ao beberem, em face da 
grave escassez com que o Senhor faria que 
viesse sobre eles, em cumprimento às ameaças 
30 
que lhes fizera desde os dias de Moisés, em caso 
de descumprimento da sua aliança. 
Quando a Igreja não anda nos caminhos do 
Senhor, os seus ministros sofrem juntamente 
com o povo, as correções que lhes vem da parte 
de Deus, por mais consagrados que sejam a Ele 
esses ministros, tal como vemos no exemplo do 
que Ezequiel teve que viver, e não somente Ele, 
como todos os profetas de Deus que sofreram e 
foram perseguidos pelo próprio povo ao qual 
serviam com fidelidade, para o bem deles. 
 
“1 Tu pois, ó filho do homem, toma um tijolo, e 
pô-lo-ás diante de ti, e grava nele uma cidade, a 
cidade de Jerusalém; 
2 e põe contra ela um cerco, e edifica contra ela 
uma fortificação, e levanta contra ela uma 
tranqueira; e coloca contra ela arraiais, e põe-
lhe aríetes em redor. 
3 Toma também uma sertã de ferro, e põe-na 
por muro de ferro entre ti e a cidade; e olha para 
a cidade, e ela será cercada, e tu a cercarás; isso 
servirá de sinal para a casa de Israel. 
4 Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, 
e põe sobre ele a iniquidade da casa de Israel; 
conforme o número dos dias em que te deitares 
sobre ele, levarás a sua iniquidade. 
5 Pois eu fixei os anos da sua iniquidade, para 
que eles te sejam contados em dias, trezentos e 
noventa dias; assim levarás a iniquidade da casa 
de Israel. 
6 E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-
te-ás sobre o teu lado direito, e levarás a 
31 
iniquidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, 
cada dia por um ano. 
7 Dirigirás, pois, o teu rosto para o cerco de 
Jerusalém, com o teu braço descoberto; e 
profetizarás contra ela. 
8 E eis que porei sobre ti cordas; assim tu não te 
voltarás dum lado para o outro, até que tenhas 
cumprido os dias de teu cerco: 
9 E tu toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e 
milho miúdo, e espelta, e mete-os numa só 
vasilha, e deles faze pão. Conforme o número 
dos dias que te deitares sobre o teu lado, 
trezentos e noventa dias, comerás disso. 
10 E a tua comida, que hás de comer, será por 
peso, vinte siclos cada dia; de tempo em tempo a 
comerás. 
11 Também beberás a água por medida, a sexta 
parte dum him; de tempo em tempo beberás. 
12 Tu a comerás como bolos de cevada, e à vista 
deles a assarás sobre o excremento humano. 
13 E disse o Senhor: Assim comerão os filhos de 
Israel o seu pão imundo, entre as nações, para 
onde eu os lançarei. 
14 Então disse eu: Ah Senhor Deus! eis que a 
minha alma não foi contaminada: pois desde a 
minha mocidade até agora jamais comi do 
animal que morre de si mesmo, ou que é 
dilacerado por feras; nem carne abominável 
entrou na minha boca. 
15 Então me disse: Vê, eu te dou esterco de bois 
em lugar de excremento de homem; e sobre ele 
prepararás o teu pão, 
16 Disse-me mais: Filho do homem, eis que 
quebrarei o báculo de pão em Jerusalém; e 
32 
comerão o pão por peso, e com ansiedade; e 
beberão a água por medida, e com espanto; 
17 até que lhes falte o pão e a água, e se espantem 
uns com os outros, e se definhemna sua 
iniquidade.” (Ezequiel 4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Ezequiel 5 
 
Este capítulo, por um outro símile que foi dado 
por Deus aos judeus que se encontravam já 
cativos em Babilônia, por meio de Ezequiel, 
deveria servir de completo desencorajamento a 
eles quanto a abrigarem qualquer sonho no 
sentido de retornarem a Jerusalém, para se 
unirem aos seus irmãos que se encontravam 
sob o cerco, que lhes fora imposto por Babilônia. 
O Senhor ordenou ao profeta que raspasse os 
cabelos de sua cabeça e barba, e que os dividisse 
em três partes iguais. 
Estes cabelos assim repartidos simbolizariam o 
próprio povo de Deus estando debaixo dos juízos 
específicos que Ele lhes traria. Afinal, todos eles 
tinham um DNA comum, de um ancestral 
comum (Jacó), e bem poderiam ser 
representados pelo DNA deles que havia no 
cabelo de Ezequiel. 
Assim, quando acabasse os dias de sítio, 
Ezequiel deveria pegar uma terça parte 
daqueles cabelos e queimá-la no fogo, no meio 
da maquete que ele fizera da cidade de 
Jerusalém, para revelar aos judeus que ela seria 
queimada pelo fogo; uma outra parte deveria ser 
colocada ao redor da maquete da cidade e ser 
ferida com uma espada, porque isto 
representaria os judeus que seriam mortos pela 
espada dos babilônios, especialmente aqueles 
que tentassem fugir quando Jerusalém fosse 
tomada por eles; e a última terça parte deveria 
34 
ser espalhada ao vento, para simbolizar aqueles 
que em fuga seriam ainda assim perseguidos 
pela espada (v. 2). 
Destes cabelos raspados de sua cabeça e barba, 
Ezequiel deveria reservar uma pequena parte 
para ser guardada atada nas bordas da sua capa, 
e ainda desta parte reservada deveria tomar um 
tanto para ser queimado no fogo, simbolizando 
que mesmo depois da queda da cidade, haveria 
um fogo de destruição que seria trazido sobre o 
remanescente que nela ficasse (v. 3, 4). 
Todavia, um resto ficaria preso à capa de 
Ezequiel, simbolizando os judeus que 
escapariam do juízo de Deus, que seriam muito 
poucos, comparativamente a todo o cabelo que 
havia sido destruído ou lançado fora. 
Do verso 5 ao 17 Deus descreve estas ações que 
dera em símile a Ezequiel, em detalhes relativos 
ao que faria a Judá por causa da sua rebeldia aos 
seus mandamentos, que era ainda maior do que 
as das nações ao seu redor. 
Então, não foram rejeitados por Ele, como as 
demais nações, porque tinha uma aliança com 
Israel, e permaneceria fiel à aliança, mesmo em 
face da infidelidade deles, porque os seus planos 
não podem ser frustrados. 
 
“1 E tu, ó filho do homem, toma uma espada 
afiada; como navalha de barbeiro a usarás, e a 
farás passar pela tua cabeça e pela tua barba. 
Então tomarás uma balança e repartirás os 
cabelos. 
2 A terça parte, queimá-la-ás no fogo, no meio da 
cidade, quando se cumprirem os dias do cerco; 
35 
tomarás outra terça parte, e com uma espada 
feri-la-ás ao redor da cidade; e espalharás a 
outra terça parte ao vento; e eu desembainharei 
a espada atrás deles. 
3 E tomarás deles um pequeno número, e atá-
los-ás nas bordas da tua capa. 
4 E ainda destes tomarás alguns e, lançando-os 
no meio do fogo, os queimarás no fogo; e dali 
sairá um fogo contra toda a casa de Israel. 
5 Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; 
coloquei-a no meio das nações, estando os 
países ao seu redor; 
6 ela, porém, se rebelou perversamente contra 
os meus juízos, mais do que as nações, e os meus 
estatutos mais do que os países que estão ao 
redor dela; porque rejeitaram as minhas 
ordenanças, e não andaram nos meus preceitos. 
7 Portanto assim diz o Senhor Deus: Porque sois 
mais turbulentos do que as nações que estão ao 
redor de vós, e não tendes andado nos meus 
estatutos, nem guardado os meus juízos, e 
tendes procedido segundo as ordenanças das 
nações que estão ao redor de vós; 
8 por isso assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, 
sim, eu, estou contra ti; e executarei juízos no 
meio de ti aos olhos das nações. 
9 E por causa de todas as tuas abominações farei 
sem ti o que nunca fiz, e coisas às quais nunca 
mais farei semelhantes. 
10 portanto os pais comerão a seus filhos no 
meio de ti, e os filhos comerão a seus pais; e 
executarei em ti juízos, e todos os que restarem 
de ti, espalha-los-ei a todos os ventos. 
36 
11 Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor 
Deus, pois que profanaste o meu santuário com 
todas as tuas coisas detestáveis, e com todas as 
tuas abominações, também eu te diminuirei; e 
não te perdoarei, nem terei piedade de ti. 
12 uma terça parte de ti morrerá da peste, e se 
consumirá de fome no meio de ti; e outra terça 
parte cairá à espada em redor de ti; e a outra 
terça parte, espalha-la-ei a todos os ventos, e 
desembainharei a espada atrás deles. 
13 Assim se cumprirá a minha ira, e satisfarei 
neles o meu furor, e me consolarei; e saberão 
que sou eu, o Senhor, que tenho falado no meu 
zelo, quando eu cumprir neles o meu furor. 
14 Demais te farei uma desolação, e objeto de 
opróbrio entre as nações que estão em redor de 
ti, à vista de todos os que passarem. 
15 E isso será objeto de opróbrio e ludíbrio, e 
escarmento e espanto, às nações que estão em 
redor de ti, quando eu executar em ti juízos com 
ira, e com furor, e com furiosos castigos. Eu, o 
Senhor, o disse. 
16 Quando eu enviar as malignas flechas da 
fome contra eles, flechas para a destruição, as 
quais eu mandarei para vos destruir; e 
aumentarei a fome sobre vós, e tirar-vos-ei o 
sustento do pão. 
17 E enviarei sobre vós a fome e feras, que te 
desfilharão; e a peste e o sangue passarão por ti; 
e trarei a espada sobre ti. Eu, o Senhor, o disse.” 
(Ezequiel 5) 
 
 
 
37 
Ezequiel 6 
 
O teor das ameaças dirigidas por Deus contra os 
judeus neste capítulo de Ezequiel, é muito 
parecido ao que nós encontramos 
especialmente nos vinte primeiros capítulos do 
livro de Jeremias. 
A palavra de destruição pela espada não é 
dirigida propriamente contra os montes, 
colinas e vales de Judá, mas aos judeus que 
costumavam oferecer neles seus sacrifícios e 
oferendas a falsos deuses. Daí ter sido ordenado 
a Ezequiel que profetizasse contra os montes, 
colinas e vales. 
Não somente os adoradores de falsos deuses 
seriam destruídos pelo juízo do Senhor, como 
também os seus altares e os seus ídolos (v. 4). E 
os cadáveres dos idólatras seriam colocados ao 
redor dos seus altares e ídolos para que os que 
estivessem vivos soubessem que o que se pode 
conseguir com a adoração de falsos deuses é 
apenas a morte (v. 5, 13, 14). 
Todavia, o Senhor deixaria que escapasse do 
juízo da morte pela espada, um remanescente 
que viveria espalhado pelas nações, e estes se 
lembrariam dele, quando lhes quebrantasse o 
coração corrompido, que havia se desviado dele, 
e que em consequência fez com que seus olhos 
espirituais ficassem cegados a ponto de 
adorarem ídolos, e caindo em si, sentiriam nojo 
pelo que haviam feito (v. 9). 
38 
Então saberiam que todo aquele mal que lhes 
sobreviera havia partido do próprio Senhor (v. 
10). 
Todavia, não morreriam apenas pela espada, 
mas também pela fome e pela peste, conforme 
estava previsto nas ameaças de maldições da Lei 
(v. 11). 
Os que fugissem da espada seriam alcançados 
pela peste, e o que sobrasse deles, morreria de 
fome, porque o Senhor derramaria o seu furor 
contra eles (v. 12). 
 
“1 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 
2 Filho do homem, dirige o teu rosto para os 
montes de Israel, e profetiza contra eles. 
3 E dize: Montes de Israel, ouvi a palavra do 
Senhor Deus. Assim diz o Senhor Deus aos 
montes, aos outeiros, às ravinas e aos vales: Eis 
que eu, sim eu, trarei a espada sobre vós, e 
destruirei os vossos altos. 
4 E serão assolados os vossos altares, e 
quebrados os vossos altares de incenso; e 
arrojarei os vossos mortos diante dos vossos 
ídolos. 
5 E porei os cadáveres dos filhos de Israel diante 
dos seus ídolos,e espalharei os vossos ossos em 
redor dos vossos altares. 
6 Em todos os vossos lugares habitáveis as 
cidades serão destruídas, e os altos assolados; 
para que os vossos altares sejam destruídos e 
assolados, e os vossos ídolos se quebrem e sejam 
destruídos, e os altares de incenso sejam 
cortados, e desfeitas as vossas obras. 
39 
7 E os traspassados cairão no meio de vós, e 
sabereis que eu sou o Senhor. 
8 Contudo deixarei com vida um restante, visto 
que tereis alguns que escaparão da espada entre 
as nações, quando fordes espalhados pelos 
países. 
9 Então os que dentre vós escaparem se 
lembrarão de mim entre as nações para onde 
forem levados em cativeiro, quando eu lhes 
tiver quebrantado o coração corrompido, que se 
desviou de mim, e cegado os seus olhos, que se 
vão corrompendo após os seus ídolos; e terão 
nojo de si mesmos, por causa das maldades que 
fizeram em todas as suas abominações. 
10 E saberão que eu sou o Senhor; não disse 
debalde que lhes faria este mal. 
11 Assim diz o Senhor Deus: Bate com a mão, e 
bate com o teu pé, e dize: Ah! por causa de todas 
as péssimas abominações da casa de Israel; pois 
eles cairão à espada, e de fome, e de peste. 
12 O que estiver longe morrerá de peste; e, o que 
está perto cairá à espada; e o que ficar de resto e 
cercado morrerá de fome; assim cumprirei o 
meu furor contra eles. 
13 Então sabereis que eu sou o Senhor, quando 
os seus mortos estiverem estendidos no meio 
dos seus ídolos, em redor dos seus altares, em 
todo outeiro alto, em todos os cumes dos 
montes, e debaixo de toda árvore verde, e 
debaixo de todo carvalho frondoso, lugares 
onde ofereciam suave cheiro a todos os seus 
ídolos. 
14 E estenderei a minha mão sobre eles, e farei a 
terra desolada e erma, em todas as suas 
40 
habitações; desde o deserto até Dibla; e saberão 
que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Ezequiel 7 
 
Ao tempo em que estas profecias eram dadas a 
Ezequiel, relativas ao sítio e à queda de 
Jerusalém, em Babilônia, Jeremias ainda 
profetizava em Judá. 
Certamente, chegou aos judeus, tanto de uma 
quanto de outra parte, o teor destas profecias de 
ambos, que eram uma só revelação em essência, 
e nem com isso eles se arrependeram de suas 
más obras. 
É possível pregar tudo que se refira à sã doutrina 
sobre santificação e nem assim muitos cristãos 
virem a se santificar. 
É possível pregar com exatidão sobre a 
segurança da salvação por causa da justificação, 
e ainda assim muitos cristãos viverem 
angustiados pelo temor da perda da salvação. 
Deste modo, não é nenhuma garantia de que 
haverá obediência dos cristãos, caso a Palavra 
seja pregada e ensinada como convém, isto é, 
estando a vida em acordo com a verdade pelos 
que pregam e ensinam, e por uma exposição 
correta da doutrina da graça e da verdade que 
estão em Cristo Jesus. 
É necessário tomar uma posição em relação ao 
que se ouve, e colocá-lo em prática. Daí a 
ordenança bíblica de que não sejamos meros 
ouvintes da Palavra, mas praticantes. 
O fato de saber a doutrina correta não é uma 
garantia de que estamos salvos ou santificados. 
Apesar de ser fundamental o conhecimento da 
42 
verdade para que haja salvação e santificação. 
Mas somente o conhecimento intelectual da 
verdade não é por si só, uma garantia de 
conversão, como podemos ver na atitude de 
Israel na recepção da Palavra que lhe foi enviada 
da parte de Deus pelos seus profetas. 
O próprio Senhor Jesus disse que aquele que 
ouve a Palavra e não a pratica é como um 
insensato que construiu sua casa sobre a areia. 
Nenhum pastor deveria se iludir portanto, 
pensando que tudo o que deve fazer é 
simplesmente aprender e ensinar a doutrina 
correta, porque conduzir a si mesmo e o povo de 
Deus à santificação é tarefa para quem é 
diligente não apenas no aprendizado da 
verdade, mas também na busca de Deus, no 
enchimento do Espírito e revestimento do seu 
poder, de uma vida de oração e de renúncias, 
uma vez estabelecida a comunhão com nosso 
Senhor, que nos trará o seu governo sobre o 
nosso espírito. 
Por isso Deus havia alertado a Ezequiel de 
antemão que Ele não seria ouvido pelos judeus, 
apesar de tudo o que lhes dissesse proviesse 
dele, e fosse a pura verdade. Porque Deus sabe 
que para haver arrependimento e conversão é 
necessário muito mais do que simplesmente 
ouvir a verdade, é necessário ter um coração 
contrito perante Ele, que odeie o pecado, e que 
trema da sua presença, pelo seu temor e da sua 
Palavra, de maneira que Ele ache um caminho 
para poder se revelar aos nossos corações. 
Como os judeus poderiam se converter ao 
Senhor enquanto seus corações estavam 
43 
apegados às riquezas que eles haviam 
acumulado? Estava apegado de tal forma, que 
nem sequer no sítio que estavam sofrendo, 
viram que ouro e prata não matam a fome, em 
tais circunstâncias, porque nada se pode 
comprar com eles, e nem sequer servir para 
pagar tributos a nações que pudessem lhes 
socorrer, porque estavam em aperto e 
incomunicáveis, de maneira que toda a fortuna 
que haviam juntado de nada lhes serviria, e não 
somente isto, passaria para as mãos de outros. 
Por causa dessa riqueza do mundo eles haviam 
desprezado a celestial, e afastando-se dos 
caminhos retos do Senhor, vieram a viver na 
iniquidade. Então o dinheiro se lhes tornou em 
tentação e laço, que endureceu seus corações, 
preparando-lhes para a destruição (v. 19). 
Até mesmo os adornos que usavam foi 
convertido em soberba, lhes tornando 
orgulhosos, e fizeram deles imagens de 
esculturas para adorá-las (v. 20). 
Então o Senhor permitiria que caíssem nas 
mãos de ímpios, e também que o seu próprio 
templo fosse profanado, porque eles haviam se 
tornado indignos de entrarem na sua casa e 
adorá-lO. 
Nos dias da sua destruição eles buscariam a paz, 
mas não a paz que o Senhor dá, e por isso não 
achariam nenhuma paz (v. 25). 
O Senhor agrada-se em dar a sua paz, porque é 
um dos seus atributos, é parte do fruto do seu 
Espírito, mas não pode dar tal paz a quem vive na 
iniquidade, e que se recusa a se arrepender de 
seus pecados. 
44 
Jesus é o Príncipe da paz, e nos dá a sua paz não 
conforme é dada pelo mundo, ou seja, pela 
ausência de dificuldades e tribulações. Ele nos 
dá paz em meio às aflições, quando O buscamos 
de todo o nosso coração, dispostos a tomar sobre 
nós o jugo da obediência que Lhe é devida. 
Fazendo assim, sendo seus imitadores, por 
sermos mansos e humildes de coração tal como 
Ele, acharemos por fim a sua paz, porque 
agrada-se em dá-la aos que procedem de tal 
forma. 
Buscar meramente alívio de aflições, tal como 
os judeus fariam na hora da destruição que viria 
sobre eles, não significa buscar a paz de Deus, 
nem mesmo ao próprio Deus, porque é possível 
achar conforto e alívio que nos seja dado por Ele, 
para logo endurecer de novo o coração, pela 
falta de um verdadeiro arrependimento, tal 
como a Bíblia está cheia de exemplos nas 
pessoas de Esaú, faraó, o rei Acabe, Judas e 
tantos outros. 
 
“1 Ainda veio a palavra do Senhor a mim, 
dizendo: 
2 E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor 
Deus à terra de Israel: Vem o fim, o fim vem 
sobre os quatro cantos da terra. 
3 Agora vem o fim sobre ti, e enviarei sobre ti a 
minha ira, e te julgarei conforme os teus 
caminhos; e trarei sobre ti todas as tuas 
abominações. 
4 E não te pouparei, nem terei piedade de ti; mas 
eu te punirei por todos os teus caminhos, 
45 
enquanto as tuas abominações estiverem no 
meio de ti; e sabereis que eu sou o Senhor. 
5 Assim diz o Senhor Deus: Mal sobre mal! eis 
que vem! 
6 Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; 
eis que vem. 
7 Vem a tua ruína, ó habitante da terra! Vem o 
tempo; está perto o dia, o dia de tumulto, e não 
de gritos alegres, sobre os montes. 
8 Agora depressa derramarei o meu furor sobre 
ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e te julgareiconforme os teus caminhos; e te punirei por 
todas as tuas abominações. 
9 E não te pouparei, nem terei piedade; 
conforme os teus caminhos, assim te punirei, 
enquanto as tuas abominações estiverem no 
meio de ti; e sabereis que eu, o Senhor, castigo. 
10 Eis o dia! Eis que vem! Veio a tua ruína; já 
floresceu a vara, já brotou a soberba. 
11 A violência se levantou em vara de iniquidade. 
Nada restará deles, nem da sua multidão, nem 
dos seus bens. Não haverá eminência entre eles. 
12 Vem o tempo, é chegado o dia; não se alegre o 
comprador, e não se entristeça o vendedor; pois 
a ira está sobre toda a multidão deles. 
13 Na verdade o vendedor não tornará a possuir 
o que vendeu, ainda que esteja por longo tempo 
entre os viventes; pois a visão, no tocante a toda 
a multidão deles, não voltará atrás; e ninguém 
fortalece a sua vida com a sua própria 
iniquidade. 
14 Já tocaram a trombeta, e tudo prepararam, 
mas não há quem vá à batalha; pois sobre toda a 
multidão deles está a minha ira. 
46 
15 Fora está a espada, e dentro a peste e a fome; 
o que estiver no campo morrerá à espada; e o 
que estiver na cidade, a fome e a peste o 
consumirão. 
16 E se escaparem alguns sobreviventes, estarão 
sobre os montes, como pombas dos vales, todos 
gemendo, cada um por causa da sua iniquidade. 
17 Todas as mãos se enfraquecerão, e todos os 
joelhos se tornarão fracos como água. 
18 E se cingirão de sacos, e o terror os cobrirá; e 
sobre todos os rostos haverá vergonha e sobre 
todas as suas cabeças calva. 
19 A sua prata, lança-la-ão pelas ruas, e o seu 
ouro será como imundícia; nem a sua prata nem 
o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do 
Senhor; esses metais não lhes poderão saciar a 
fome, nem lhes encher o estômago; pois 
serviram de tropeço da sua iniquidade. 
20 Converteram em soberba a formosura dos 
seus adornos, e deles fizeram as imagens das 
suas abominações, e as suas coisas detestáveis; 
por isso eu a fiz para eles como uma coisa 
imunda. 
21 E entrega-la-ei nas mãos dos estrangeiros por 
presa, e aos ímpios da terra por despojo; e a 
profanarão. 
22 E desviarei deles o meu rosto, e profanarão o 
meu recesso; porque entrarão nele 
saqueadores, e o profanarão. 
23 Faze uma cadeia, porque a terra está cheia de 
crimes de sangue, e a cidade está cheia de 
violência. 
24 Pelo que trarei dentre as nações os piores, 
que possuirão as suas casas; e farei cessar a 
47 
soberba dos poderosos; e os seus lugares santos 
serão profanados. 
25 Quando vier a destruição eles buscarão a paz, 
mas não haverá paz. 
26 Miséria sobre miséria virá, e se levantará 
rumor sobre rumor; e buscarão do profeta uma 
visão; mas do sacerdote perecerá a lei, e dos 
anciãos o conselho. 
27 O rei pranteará, e o príncipe se vestirá de 
desolação, e as mãos do povo da terra tremerão 
de medo. Conforme o seu caminho lhes farei, e 
conforme os seus merecimentos os julgarei; e 
saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 7) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
Ezequiel 8 
 
Aos que iam ao templo, parecia que tudo lá era 
feito de acordo com as prescrições da Lei de 
Moisés, que lhe fora dada pelo Senhor, pela qual 
entrara em aliança com Israel. 
Todavia, o Senhor sabe tudo o que os homens 
fazem às ocultas. Não somente exteriormente 
como no interior de seus próprios corações. 
Cristãos podem parecer em seu procedimento 
exterior, especialmente quando se encontram 
na igreja, como templos vivos aprovados por 
Deus, mas Ele conhece perfeitamente o que está 
no interior destes templos vivos que são os 
cristãos, porque discerne não somente os 
pensamentos como até mesmo as intenções dos 
corações. Se amam e obedecem de fato a Ele e à 
sua Palavra, ou não. 
Então o Senhor revelaria a Ezequiel, pela 
instrução de um anjo, tudo o que se estava 
fazendo às ocultas nas câmaras do seu próprio 
templo em Jerusalém, pelos sacerdotes e 
anciãos de Judá. 
Havia decorrido um ano desde que Ezequiel 
havia recebido as visões e profecias narradas 
nos capítulos anteriores, quando foi arrebatado 
por uma das tranças dos seus cabelos por um 
varão semelhante ao fogo, sendo transportado 
desse modo pelo Espírito Santo, de Babilônia até 
ao templo de Jerusalém. 
Nós vimos anteriormente que ele havia rapado a 
sua cabeça, e então seus cabelos estavam de 
49 
novo crescidos porque um ano se passara desde 
que tivera as visões e profecias narradas até o 
capítulo sétimo. 
A Jeremias não foram dadas tais revelações do 
que havia de escondido nas câmaras do templo, 
mas Ezequiel as havia recebido da parte de Deus, 
para que o povo soubesse que os juízos terríveis 
que estava proclamando através de Jeremias 
contra Jerusalém e contra o próprio templo, não 
poderiam ser suspendidos, porque haveria 
necessidade de se purificar o santuário de toda 
aquela grosseira idolatria, e de todas as 
contaminações que haviam sido colocadas nas 
paredes da própria casa do Senhor. 
Como poderia o Senhor e a sua glória habitarem 
num tal lugar? 
Então este capítulo é preparatório para as visões 
que Ezequiel teve nos capítulos seguintes não 
somente das medidas que estavam sendo 
tomadas para purificar Jerusalém e o templo 
pelo fogo, como também para constatar que de 
fato, isto foi feito, porque o Senhor e a sua glória 
havia abandonado o templo, conforme foi dado 
a Ezequiel ver nos capítulos seguintes. 
O povo, de um modo geral desconhecia a Lei de 
Deus, em todas as suas minúcias, especialmente 
quanto às regras para o funcionamento do culto 
no templo. Então foi muito fácil para os escribas 
e sacerdotes infiéis introduzirem uma imagem 
de escultura à porta norte do templo, próximo 
do altar dos holocaustos, sob a possível alegação 
de que fazia parte da estrutura que fora 
ordenada pelo Senhor, quando na verdade se 
tratava de um acréscimo abominável. Por isso é 
50 
chamada de imagem do ciúme, ou seja que 
despertava e provocava a zelos ao Senhor, por 
causa da sua santidade. 
Não é incomum que ministros acrescentem à 
forma de adoração já instituída por Deus para a 
forma que deve ser adorado pela Igreja, que é 
em espírito e em verdade, práticas de cunho 
carnal e mundano, a pretexto de serem formas 
lícitas de se adorar a Deus, quando pessoas 
esclarecidas na verdade, sabem muito bem que 
se trata também de uma provocação ao zelo do 
Senhor, por causa do amor à sua própria 
santidade, e da glória do seu grande nome que 
deve ser santificado na terra, assim como é no 
céu, ou seja, conforme a forma por Ele prescrita. 
Por maiores que sejam as justificativas, a 
presença ou ausência da glória do Senhor nas 
pessoas desses ministros e dos demais 
adoradores, responderá se estão agindo de 
modo correto ou não. 
Todavia, os ministros do templo não agiam por 
ignorância, porque sabiam muito bem que 
estavam cultuando a outros deuses e lhes dando 
honra no lugar do Senhor. E pior de tudo, 
fazendo isto tudo descaradamente na sua 
própria casa. 
Com isto, o povo se corrompeu, porque vemos 
neste capítulo mulheres chorando em adoração 
em honra do falso deus Tamuz. 
Se a consciência desses ministros não lhes 
condenava, no entanto lhes acusava perante o 
Senhor, porque o que havia de pior entre eles, 
faziam às ocultas, tanto que foi ordenado a 
Ezequiel que fizesse um buraco numa das 
51 
paredes do templo que conduzia a uma câmara 
onde setenta anciãos se reuniam para adorar 
falsos deuses, que haviam sido estampados nas 
paredes daquela câmara na forma de répteis, e 
de animais imundos, e todos os ídolos da casa de 
Israel (v. 10). 
Além disso foi mostrado a Ezequiel 25 
adoradores no átrio interno do templo com seus 
rostos voltados para o nascente, adorando o 
sol. 
Ora, eles fizeram tudo isto deliberadamente, e 
por terem considerado que haviam sido 
abandonados pelo Deus de Moisés, de maneira 
que escolheram deuses para serem adorados 
segundo a própria conveniência deles, 
esquecidos que tinham uma aliança com o 
Senhor,pela qual, estavam sujeitos a juízos de 
bênçãos ou de maldições, segundo a obediência 
ou desobediência deles, respectivamente. 
A Lei nos ensina portanto em figura, que mesmo 
estando numa Nova Aliança com Cristo, e não 
estando mais debaixo da Lei, isto não significa 
que eles têm liberdade para adorar o que bem 
entendam ou que não estão sujeitos a nenhum 
castigo da parte do Senhor caso venham a andar 
de modo desordenado, contra a santificação que 
Lhe é devida. 
Ainda que não sejam mais amaldiçoados com as 
mesmas maldições especificadas na Antiga 
Aliança, certamente serão sujeitados à sua 
disciplina e não serão tidos por aprovados ou 
abençoados ou bem-aventurados, quando 
viverem deliberadamente na prática da 
iniquidade, tal como viveram os judeus nos dias 
52 
de Ezequiel, e que por isso foram destruídos 
pelos juízos do Senhor. 
Que comunhão pode existir entre luz e trevas? 
Entre Cristo e Belial? 
Entre a glória do Senhor e os demônios? 
Por isso, quando Ezequiel foi arrebatado ao 
templo de Jerusalém, ainda se via a glória do 
Senhor naquele lugar, para que ele constatasse 
quão incompatível é que tal glória permaneça 
onde predominam as trevas do pecado nos 
corações. 
Então a glória seria removida do templo, assim 
como é removida dos corações dos cristãos que 
entristecem o Espírito Santo, e que apagam o 
fogo da sua glória, até que eles venham a se 
arrepender, porque o corpo deles é templo do 
Espírito, e Ele não pode estar se manifestando 
em glória num templo que esteja sujo. 
 
“1 Sucedeu pois, no sexto ano, no mês sexto, no 
quinto dia do mês, estando eu assentado na 
minha casa, e os anciãos de Judá assentados 
diante de mim, que ali a mão do Senhor Deus 
caiu sobre mim. 
2 Então olhei, e eis uma semelhança como 
aparência de fogo. Desde a aparência dos seus 
lombos, e para baixo, era fogo; e dos seus 
lombos, e para cima, como aspecto de 
resplendor, como e brilho de âmbar. 
3 E estendeu a forma duma mão, e me tomou 
por uma trança da minha cabeça; e o Espírito me 
levantou entre a terra e o céu, e nas visões de 
Deus me trouxe a Jerusalém, até a entrada da 
porta do pátio de dentro, que olha para o norte, 
53 
onde estava o assento da imagem do ciúme, que 
provoca ciúme. 
4 E eis que a glória do Deus de Israel estava ali, 
conforme a semelhança que eu tinha visto no 
vale. 
5 Então me disse: Filho do homem, levanta 
agora os teus olhos para o caminho do norte. 
Levantei, pois, os meus olhos para o caminho do 
norte, e eis que ao norte da porta do altar, estava 
esta imagem do ciúme na entrada. 
6 E ele me disse: Filho do homem, vês tu o que 
eles estão fazendo? as grandes abominações 
que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste 
do meu santuário; Mas verás ainda outras 
grandes abominações. 
7 E levou-me à porta do átrio; então olhei, e eis 
que havia um buraco na parede. 
8 Então ele me disse: Filho do homem, cava 
agora na parede. E quando eu tinha cavado na 
parede, eis que havia uma porta. 
9 Disse-me ainda: Entra, e vê as ímpias 
abominações que eles fazem aqui. 
10 Entrei, pois, e olhei: E eis que toda a forma de 
répteis, e de animais abomináveis, e todos os 
ídolos da casa de Israel, estavam pintados na 
parede em todo o redor. 
11 E setenta homens dos anciãos da casa de 
Israel, com Jaazanias, filho de Safã, no meio 
deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada 
um tinha na mão o seu incensário; e subia o odor 
de uma nuvem de incenso. 
12 Então me disse: Viste, filho do homem, o que 
os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, 
cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? 
54 
Pois dizem: O Senhor não nos vê; o Senhor 
abandonou a terra. 
13 Também me disse: Verás ainda maiores 
abominações que eles fazem. 
14 Depois me levou à entrada da porta da casa do 
Senhor, que olha para o norte; e eis que estavam 
ali mulheres assentadas chorando por Tamuz. 
15 Então me disse: Viste, filho do homem? Verás 
ainda maiores abominações do que estas. 
16 E levou-me para o átrio interior da casa do 
Senhor; e eis que estavam à entrada do templo 
do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de 
vinte e cinco homens, de costas para o templo 
do Senhor, e com os rostos para o oriente; e 
assim, virados para o oriente, adoravam o sol. 
17 Então me disse: Viste, filho do homem? Acaso 
é isto coisa leviana para a casa de Judá, o fazerem 
eles as abominações que fazem aqui? pois, 
havendo enchido a terra de violência, tornam a 
provocar-me à ira; e ei-los a chegar o ramo ao 
seu nariz. 
18 Pelo que também eu procederei com furor; o 
meu olho não poupará, nem terei piedade. 
Ainda que me gritem aos ouvidos com grande 
voz, contudo não os ouvirei.” (Ezequiel 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
Ezequiel 9 
 
Antes que os exércitos de Babilônia 
destruíssem especialmente os idólatras que 
haviam sido mostrados a Ezequiel no capítulo 
anterior, o Senhor mostrou ao profeta estas 
destruições como sendo já consumadas por Ele, 
pela mão de um anjo destruidor, assim como 
fizera na terra do Egito nos dias de Moisés, 
quando o anjo destruidor matou todos os 
primogênitos egípcios. 
Tal como no passado em que havia mandado 
marcar as casas dos israelitas com o sangue do 
cordeiro pascal, para que o destruidor passasse 
(páscoa) sobre elas sem lhes fazer mal, de igual 
modo, o Senhor ordenou antes que fossem 
marcados com um sinal invisível em suas testas 
somente visto por Ele, todos aqueles que 
estavam chorando por causa das abominações 
que estavam sendo feitas em Jerusalém, para 
que fossem poupados da destruição. 
Ezequiel viu seis homens (anjos) com armas de 
destruição em suas mãos caminhando 
juntamente com um varão vestido de linho 
branco com um tinteiro de escrivão em seu 
cinto, com o qual marcaria os que seriam 
poupados da destruição dos que traziam as 
armas. 
Na ocasião, a glória do Senhor estava sobre um 
querubim, porque como já comentamos no 
primeiro capítulo, o seu trono está acima dos 
querubins, e Ele se assenta sobre eles, como 
56 
sendo suas carruagens vivas e móveis com as 
quais se desloca em glória. 
E saindo de sobre o querubim a glória do Senhor 
veio para junto à entrada do templo, não para 
abençoar, mas para ser glorificado nos seus 
juízos, porque havia deixado o seu trono de 
graça, para castigar o pecado de Israel. 
É importante sabermos que Deus é glorificado 
nos seus santos tanto quando os abençoa, 
quanto quando os corrige. E quanto aos juízos 
que traz sobre os ímpios, Deus também é 
glorificado nisto porque mostra o quão santo e 
justo Ele é. 
Uma vez marcados partiu a ordem de Deus que 
começassem a matança a partir do próprio 
templo, e que a ninguém poupassem dos que 
não tivessem a marca, independentemente de 
sexo, idade ou posição social. 
Tal foi a extensão da destruição que o profeta 
Ezequiel viu, que ele caiu com o rosto em terra e 
começou a clamar dizendo: “Ah Senhor Deus! 
destruirás todo o restante de Israel, 
derramando a tua indignação sobre 
Jerusalém?”. 
Todavia a resposta que o Senhor lhe deu, era a 
de que a culpa da casa de Israel e de Judá era 
grandíssima e a terra estava cheia de sangue por 
causa da injustiça e da violência deles, e ainda 
diziam que o Senhor estava indiferente ao que 
eles faziam, porque já não era o Deus deles e 
nem sequer sabia o que eles estavam fazendo. 
Então mostraria por aqueles juízos que é o Deus 
vivo que tudo vê e julga, porque agiria de acordo 
57 
com a Palavra da aliança que havia feito com 
eles. 
 
“1 Então me gritou aos ouvidos com grande voz, 
dizendo: Chegai, vós, os intendentes da cidade, 
cada um com as suas armas destruidoras na 
mão. 
2 E eis que vinham seis homens do caminho da 
porta superior, que olha para o norte, e cada um 
com a sua arma de matança na mão; e entre eles 
um homem vestido de linho, com um tinteiro de 
escrivão à sua cintura. E entraram, e se puseram 
junto ao altar de bronze. 
3 E a glória do Deus de Israel se levantou do 
querubimsobre o qual estava, e passou para a 
entrada da casa; e clamou ao homem vestido de 
linho, que trazia o tinteiro de escrivão à sua 
cintura. 
4 E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da 
cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com 
um sinal as testas dos homens que suspiram e 
que gemem por causa de todas as abominações 
que se cometem no meio dela. 
5 E aos outros disse ele, ouvindo eu: Passai pela 
cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, 
nem vos compadeçais. 
6 Matai velhos, mancebos e virgens, 
criancinhas e mulheres, até exterminá-los; mas 
não vos chegueis a qualquer sobre quem estiver 
o sinal; e começai pelo meu santuário. Então 
começaram pelos anciãos que estavam diante 
da casa. 
7 E disse-lhes: Profanai a casa, e enchei os átrios 
de mortos; saí. E saíram, e feriram na cidade. 
58 
8 Sucedeu pois que, enquanto eles estavam 
ferindo, e ficando eu sozinho, caí com o rosto em 
terra, e clamei, e disse: Ah Senhor Deus! 
destruirás todo o restante de Israel, 
derramando a tua indignação sobre Jerusalém? 
9 Então me disse: A culpa da casa de Israel e de 
Judá é grandíssima, a terra está cheia de sangue, 
e a cidade cheia de injustiça; pois eles dizem: O 
Senhor abandonou a terra; o Senhor não vê. 
10 Também, quanto a mim, não pouparei nem 
me compadecerei; sobre a cabeça deles farei 
recair o seu caminho. 
11 E eis que o homem que estava vestido de 
linho, a cuja cintura estava o tinteiro, tornou 
com a resposta, dizendo: Fiz como me 
ordenaste.” (Ezequiel 9) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
Ezequiel 10 
 
Quanto às características dos querubins, estas 
já se encontram comentadas no primeiro 
capítulo. 
O que há agora para se comentar em relação a 
este décimo capítulo, é o modo como os juízos 
do Senhor foram disparados a partir deles, e 
executados pelo homem que estava vestido de 
linho branco, citado também no capítulo 
anterior. 
Nós já dissemos no primeiro capítulo que são os 
querubins que chamam os cavaleiros do 
Apocalipse a exercerem seus juízos sobre a 
terra. E são também eles que chamam os anjos 
para lançarem suas taças cheias com os juízos 
de Deus sobre a terra, nos dias do Anticristo. 
Eles têm participação nestes juízos, porque são 
guardiões da santidade de Deus, e por isso se 
encontravam esculpidos no tabernáculo e no 
templo, para que fosse ensinado em figura qual 
é a função deles. 
É dito então que eles fazem repousar a glória de 
Deus nos lugares que estão debaixo da sua 
aprovação, ou até mesmo da sua condenação, 
como era agora o caso do que se ocorria em Judá 
nos dias de Ezequiel. 
Eles estão em movimento porque Deus se 
movimentou de seu trono para exercer juízos 
sobre a terra. 
Por isso Ezequiel viu o trono do Senhor em 
forma de pedra de safira, acima da cabeça dos 
60 
querubins (v. 1), e partiu do trono uma voz ao 
homem vestido de linho dizendo-lhe que 
entrasse por entre as rodas giratórias dos 
querubins e que enchesse as suas mãos de 
brasas acesas que estavam dentre os querubins, 
que são o fogo do juízo do Senhor contra o 
pecado; e que lançasse tais brasas espalhando-
as sobre todas a cidade de Jerusalém (v. 2). 
Neste momento os querubins estavam de pé ao 
lado direito do templo, quando entrou o homem 
vestido de linho, e nessa hora uma nuvem 
encheu o átrio interior do templo (v. 3). 
Após a entrada do homem vestido de linho, a 
glória do Senhor se levantou de sobre o 
querubim e passou para a entrada do templo 
enchendo-a de uma nuvem, e assim, o átrio 
interior se encheu do resplendor da glória do 
Senhor (v. 4). 
Ezequiel ouviu o ruído do bater das asas dos 
querubins, estando no átrio exterior, como se 
fosse a voz do próprio Deus, e mais uma vez se 
ordenou ao homem vestido de linho que 
pegasse fogo entre as rodas dentre os 
querubins, e ele se colocou junto a uma roda, e 
um dos querubins pegou o fogo que estava entre 
eles, e o colocou na mão do homem vestido de 
linho, o qual o tomou e saiu, para lançá-lo sobre 
Jerusalém para que fosse queimada. 
Com isto estava selado o juízo de Deus sobre a 
cidade que seria executado pelos babilônios. 
A visão dada a Ezequiel tinha o propósito de lhe 
revelar e aos judeus que estavam exilados em 
Babilônia que nada poderia impedir que 
Jerusalém fosse destruída pelo fogo, coisa que 
61 
muitos deles não estavam acreditando, porque o 
templo do Senhor se encontrava nela, e 
pensavam que Deus estava obrigado a defender 
a cidade, por causa do seu templo. 
Nos versos 8 a 14 são descritas características 
dos querubins que já comentamos no primeiro 
capítulo. 
Depois que o homem vestido de linho saiu, os 
querubins se elevaram ao alto, e as rodas que 
acompanhavam os seus movimentos também 
se elevaram com eles, porque a visão para 
Ezequiel era a de uma carruagem de fogo, 
composta por seres viventes. 
Logo após, a glória do Senhor saiu da entrada do 
templo e repousou sobre os querubins, e então 
estes bateram as suas asas e se elevaram ainda 
mais à vista de Ezequiel, tendo depois parado à 
entrada da porta Leste do templo, e a glória de 
Deus permanecia sobre eles. 
Estes querubins eram os mesmos que Ezequiel 
havia visto em sua primeira visão descrita no 
primeiro capítulo, ou seja, existem no céu 
apenas estes quatro querubins que foi 
permitido não somente a Ezequiel vê-los, como 
também ao apóstolo João, e registrar o que 
viram em relação a eles, na Palavra de Deus. 
 
“1 Depois olhei, e eis que no firmamento que 
estava por cima da cabeça dos querubins, 
apareceu sobre eles uma como pedra de safira, 
semelhante em forma a um trono. 
2 E falou ao homem vestido de linho, dizendo: 
Vai por entre as rodas giradoras, até debaixo do 
querubim, enche as tuas mãos de brasas acesas 
62 
dentre os querubins, e espalha-as sobre a 
cidade. E ele entrou à minha vista. 
3 E os querubins estavam de pé ao lado direito da 
casa, quando entrou o homem; e uma nuvem 
encheu o átrio interior. 
4 Então se levantou a glória do Senhor de sobre 
o querubim, e passou para a entrada da casa; e 
encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se 
encheu do resplendor da glória do Senhor. 
5 E o ruído das asas dos querubins se ouvia até o 
átrio exterior, como a voz do Deus Todo-
Poderoso, quando fala. 
6 Sucedeu pois que, dando ele ordem ao homem 
vestido de linho, dizendo: Toma fogo dentre as 
rodas, dentre os querubins, entrou ele, e pôs-se 
junto a uma roda. 
7 Então estendeu um querubim a sua mão de 
entre os querubins para o fogo que estava entre 
os querubins; e tomou dele e o pôs nas mãos do 
que estava vestido de linho, o qual o tomou, e 
saiu. 
8 E apareceu nos querubins uma semelhança de 
mão de homem debaixo das suas asas. 
9 Então olhei, e eis quatro rodas junto aos 
querubins, uma roda junto a um querubim, e 
outra roda junto a outro querubim; e o aspecto 
das rodas era como o brilho de pedra de 
crisólita. 
10 E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham a 
mesma semelhança, como se estivesse uma 
roda no meio doutra roda. 
11 Andando elas, iam em qualquer das quatro 
direções sem se virarem quando andavam, mas 
63 
para o lugar para onde olhava a cabeça, para 
esse andavam; não se viravam quando andavam. 
12 E todo o seu corpo, as suas costas, as suas 
mãos, as suas asas, e as rodas que os quatro 
tinham, estavam cheias de olhos em redor. 
13 E, quanto às rodas, elas foram chamadas 
rodas giradoras, ouvindo-o eu. 
14 E cada um tinha quatro rostos: o primeiro 
rosto era rosto de querubim, o segundo era 
rosto de homem, o terceiro era rosto de leão, e o 
quarto era rosto de águia. 
15 E os querubins se elevaram ao alto. Eles são os 
mesmos seres viventes que vi junto ao rio 
Quebar. 
16 E quando os querubins andavam, andavam as 
rodas ao lado deles; e quando os querubins 
levantavam as suas asas, para se elevarem da 
terra, também as rodas não se separavam do 
lado deles. 
17 Quando aqueles paravam, paravam estas; e 
quando aqueles se elevavam, estas se elevavam 
com eles; pois

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