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RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
Conceito: é uma medida jurídica legal utilizada para tentar evitar a falência de 
uma empresa. 
Atende aos princípios: Função Social da Empresa e Da Preservação da Empresa. 
Regularizado pela Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e de Falência - LRE 
- n º 11.101.2005, 
Objetivo: art. 47 da LRE: “a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a 
superação da situação de crise econômica – financeira do devedor, afim de permitir a 
manutenção da fonte produtora, assim, a preservação da empresa, sua função social e o 
estímulo à atividade econômicos’’. 
Geralmente a Recuperação Judicial é Requerida antes da crise da empresa. Porém, 
é admissível que o pedido seja feito após um credor pedir a falência do devedor. Este 
pedido deve ser feito durante o prazo de contestação ao requerimento da falência. 
LRE Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear 
sua recuperação judicial. 
LRE Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, 
desta Lei, não será decretada se o requerido provar: 
II - prescrição; 
No caso do pedido incidental ao pedido de falência, a decretação de falência 
impede que o credor use o benefício da Recuperação Judicial. art. 48, I, LRE. 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no 
momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 
(dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
 
O procedimento do pedido de recuperação judicial é uma espécie de 
“procedimento especial”. Todos os credores devem se habilitarem para que possam votar 
na assembleia. O devedor apresenta seu plano, os credores são comunicados, via edital, 
 
 
 
 
para que apresentem eventuais objeções dentro do prazo, caso haja algum, assembleia 
geral dos credores é convocado para deliberar sobre o plano apresentado. 
Ressalta-se que a LRE exclui alguns empresários de requerem a recuperação judicial 
conforme prevê seu art. 2 º. 
Art. 2 º Esta Lei não se aplica a: 
I - empresa pública e sociedade de economia mista; 
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora 
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Os Requisitos Materiais do pedido de recuperação judicial encontra–se previsto 
no art. 48 da LRE, que dispõe: 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no 
momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 
(dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
Esta norma foi redigida visando o empresário individual. Logo o devedor da 
empresa individual para realizar o pedido de recuperação, precisa comprovar que nunca 
teve sua falência decretada, ou se já teve, então deve comprovar que suas obrigações já 
tenha sido declaradas extintas por sentença transitada em julgado. 
Já no que concerne à Sociedade Empresária, terá indeferido o pedido de 
recuperação, caso tenha a existência de sócios de responsabilidade ilimitada que já teve 
sua falência decretada anteriormente, ou que tenha participado de outra sociedade que 
teve sua falência decretada. 
II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de 
recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste 
Capítulo; 
IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio 
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta 
Lei. 
 
 
 
 
Tanto o empresário individual ou, no caso de sociedade empresária sócios 
controladores ou administradores, não podem terem sido condenados por crime 
falimentar. Já o sócio minoritário da sociedade, que não possui poder de controle ou de 
administração, não há nenhum impedimento no pedido caso este tenha sido condenado 
por crimes tipificados na LRE. Em razão disso o impedimento somente cai se condenado 
era administrador ou controlador da sociedade com poderes. 
No que dizer a respeito o foro de competência, o art. 3º da LRE estabelece que 
será o competente o foro do principal estabelecimento do devedor, este 
estabelecimento não condiz necessariamente a sede, mas ao local onde encontra – se a 
maior concentração do volume de negócio da empresa. 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o 
juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora 
do Brasil. 
No a tocante petição inicial do pedido de recuperação, além dos requisitos 
estabelecidos no art. 319 do CPC/2015, o art. 51 estabelece outros requisitos. 
 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I - a exposição das causas concretas da situação patrimonial do 
devedor e das razões da crise econômico-financeira; 
Esta exposição deve ser feita de forma minuciosa, visto que é tanto juiz como os 
credores para averiguarem a real situação em que a empresa se encontra e a viabilidade 
da recuperação. 
II - as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios 
sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, 
confeccionadas com estrita observância da legislação societária 
aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
 
 
 
 
III - a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por 
obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, 
a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, 
discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a 
indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; 
IV - a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas 
funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com 
o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores 
pendentes de pagamento; 
V - certidão de regularidade do devedor no Registro Público de 
Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais 
administradores; 
Tem por objetivo possibilitar o juiz examinar o cumprimento do requisito presente 
no art. 48, caput, LRE, ora já mencionado. 
VI - a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos 
administradores do devedor; 
É exigido já que os controladores ou administradores da empresa podem ser 
futuramente responsabilizados. 
VII - os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas 
eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em 
fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas 
respectivas instituições financeiras; 
VIII - certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do 
domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; 
Nota-se que é exigido apenas as certidões dos cartórios de protestos e não a 
certidão negativas do cartórios. Caso nas certidões apontem a existência de títulos de 
protestos, isto não se torna motivo para impedimento da ação de recuperação . 
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em 
que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a 
estimativa dos respectivos valores demandados. 
Sua finalidade é permitir que o juiz e os credores verifiquem a gravidade em que 
a empresa encontra-se,alguns doutrinadores indicam que deve fazer a probabilidade da 
vitória ou derrota da recuperação. 
1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios 
auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à 
 
 
 
 
disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização 
judicial, de qualquer interessado. 
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, 
as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar 
livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação 
específica. 
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a 
que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. 
Deferimento dia processamento do pedido. 
Caso a petição não esteja atendendo os requisitos, então o juiz determinará a 
emenda à petição. 
Atendendo os requisitos então: 
Atendendo os requisitos então “o juiz deferirá o processamento da recuperação 
judicial”, art. 52, caput LRE. Este deferimento não significa que a recuperação será 
realizada, quer dizer apenas que o pedido da recuperação foi aceito. 
No inciso I do art. supracitado diz que o juiz “nomeará o administrador judicial 
observado o disposto no art. 21 desta lei”, a função do administrador judicial é exercida 
no processo falimentar, a distinção é quando nesta o administrador passa administrar a 
empresas, naquela o devedor continua com plenos direito sob administração da empresa, 
sendo apenas fiscalizado pelo administrador judicial. 
Já o inciso III, estabelece que: 
III - ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na 
forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se 
processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei 
e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; 
Tal dispositivo instaura o Juízo Universal na recuperação judicial, mas também 
há exceções. Logo todas ações e execução em face do devedor são suspensas com exceção 
das ações que trata de quantia líquida (art. 6º , § 1); das ações demandadas na Justiça do 
Trabalho ( art. 6º, § 2); das execuções fiscais (art. 6º, § 7); e das ações e execuções 
movidas por credores de quais os créditos não se sujeitam à recuperação judicial, 
conforme arts. 3 e 4 LRE. 
Nota-se que, nesse caso o juízo natural não transfere para si a competência, apenas 
manterá suspensas e cada qual continuará nos respectivos juízos de sua competência. Os 
 
 
 
 
eventuais pedidos de falência ainda não julgados são suspenso também. Salienta-se que 
essa suspensão é temporária, conforme art. 6º, § 4. E “caberá ao devedor comunicar a 
suspensão aos juízos competentes”, art. 52, § 3. 
Art. 6, § 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste 
artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento 
e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, 
restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar 
ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento 
judicial. 
 
Atendido os requisitos previstos no art. 52 da LRE, o juízo determinará a 
expedição do edital no órgão que deverá atender os incisos do mesmo dispositivo. 
A partir do momento que os credores tomem ciência do deferimento do 
processamento do pedido de recuperação, estes poderão a qualquer tempo, requerer 
a convocação de assembleia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou 
substituição de seus membros, observado o disposto no § 2º, art. 36 desta Lei. 
 
A APRESENTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIA. 
Publicada a decisão que diz respeito ao processamento do pedido de 
recuperação judicial, o devedor terá prazo de 60 disse para apresentar ao juiz o seu 
plano de recuperação, caso contrário terá sua decretação de falência, art. 53 da LRE. 
As medidas propostas no plano visando a recuperação da empresa está prevista no 
art. 50 da LRE. 
No que diz respeito ao créditos no plano de recuperação judicial, segundo o 
art. 54 da LRE “plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 
1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação 
judicial” e “o plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para 
o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos 
créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao 
pedido de recuperação judicial”. 
 
 
 
 
Ressalta-se que, não são todos os credores que estão sujeitos à recuperação 
judicial, a LRE dá uma abordagem diferente aos créditos bancários, beneficiando 
estes créditos. Ou seja, de acordo com o art. 49, § 3 e § 4 LRE, estão de fora da 
recuperação judicial “ (...) credor titular da posição de proprietário fiduciário de 
bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente 
vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de 
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou 
de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio (...)” e os credores e 
os titulares “da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, 
decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 
75, §§ 3º e 4º, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da 
operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas 
específicas da autoridade competente;”. 
Já aqueles que fazem parte na recuperação, deverão se habilitar no processo 
de recuperação, conforme o art. 7º e seguintes da LRE, seu objetivo é legitimar os 
credores para participar da assembleia geral dos credores. 
A segui uma decisão que trata da autonomia da assembleia. 
STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.631.762 - 
SP(2016/02683932).2019.RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL. ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES.APROVAÇÃO DO 
PLANO. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS.CONCESSÃO DE 
PRAZOS E DESCONTOS. POSSIBILIDADE. 
1. Recuperação judicial requerida em 4/4/2011. Recurso especial interposto em 
31/7/2015. 
2. O propósito recursal é verificar se o plano de recuperação judicial 
apresentado pelas recorrentes – aprovado pela assembleia geral de credores e 
homologado pelo juízo de primeiro grau – apresenta ilegalidade passível de 
ensejar a decretação de sua nulidade e, consequentemente, autorizar a 
convolação do processo de soerguimento em falência. 
3. O plano de recuperação judicial, aprovado em assembleia pela vontade dos 
credores nos termos exigidos pela legislação de regência, possui índole 
marcadamente contratual. Como corolário, ao juízo competente não é dado 
imiscuir-se nas especificidades do conteúdo econômico do acordo estipulado 
entre devedor e credores. 4. Para a validade das deliberações tomadas em 
 
 
 
 
assembleia acerca do plano de soerguimento apresentado, o que se exige é que 
todas as classes de credores aprovem a proposta enviada, observados os quóruns 
fixados nos incisos do art. 45 da LFRE. 
5. A concessão de prazos e descontos para pagamento dos créditos novados 
insere-se dentre as tratativas negociais passíveis de deliberação pelo devedor e 
pelos credores quando da discussão assemblear sobre o plano de recuperação 
apresentado, respeitado o disposto no art. 54 da LFRE quanto aos créditos 
trabalhistas. 
6. Cuidando-se de hipótese em que houve a aprovação do plano pela assembleia 
de credores e não tendo sido apontadas, no acórdão recorrido, quaisquer 
ilegalidades decorrentes da inobservância de disposições específicas da LFRE 
(sobretudo quanto às regras dos arts. 45 e 54), deve ser acolhida a pretensão 
recursal das empresas recuperandas. 
7. Recurso especial provido. 
 
Da análise do plano pelos credores e pelo juiz.Deferido o processamento da recuperação pelo juiz e apresentado o plano 
pelo devedor, então aquele “ordenará a publicação de edital contendo aviso aos 
credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixado para o prazo para 
manifestação de eventuais objeções (...)”, art. 53, § único, LRE. 
Este momento será de análise por parte dos credores, que formará uma 
assembleia, pode ocorrer três decisões referente ao plano de recuperação: 
Aprovado sem alterações, como é assembleia que julga o plano, caso estejam todos 
de acordo, então o juiz apenas homologará o plano. 
Aprovado com alterações, quando ocorre alguma objeção por parte dos 
credores ao analisarem o plano. O prazo para manifestar as objeções são em regra 
de 30 (trinta) dias a contar da publicação da relação de credes que o administrador 
mostrar, parágrafo § 2º, art. 7º, da LRE. Então o juiz convoca a assembleia para 
decidir sobre as objeções. Caso os credores não apresentem objeções dentro do 
prazo, então presume que houve aprovação tácita. Frisar-se que o STJ credor já 
decidiu que pode desistir das objeções até antes da convocação da assembleia, 
 
 
 
 
conforme a REsp. 1.014.153/ RN, Rel. Mi. João Otávio de Noronha, 4 Turma, j. 
04.08.2011, DJe 05.09.2011. 
Recurso especial. Pedido de recuperação judicial. Impugnação de credor. 
Desistência antes de convocado a Assembleia Geral de Credores. Possibilidade. 
1. O credor pode desistir da objeções ao plano de recuperação judicial será o 
pedido de desistência tiver sido apresentado antes de convocada a assembleia 
geral de credores. 2. Recurso especial provido. 
Aprovada com ou sem alterações, o credor deverá apresentar certidões 
negativas de débito, nos termos do art. 151, 205, 206 do Código tributário. Caso o 
credor esteja em situação passiva com os tributos, poderá parcelar seus débitos com 
a Fazenda Pública em até 84 ( oitenta e quatro) vezes, conforme a lei número 
13.043/2014, art. 10-A. Apresentando as certidões, o juiz concederá a recuperação 
judicial, de acordo com o art. 57 da lei LRE. 
Não ser aprovado, então o juiz decreta a falência, art. 56, § 1º. 
Quando é aprovado com alterações isto significa que algum credor 
apresentou uma objeção . 
 
Da concessão da recuperação judicial com parcela substancial dos votos. 
Há uma situação excepcional da concessão da recuperação quando não é 
concedida pela assembleia geral. Para isto acontecer deve ser atendido os critérios 
estabelecidos nos parágrafos 1 e 2 do art. 58, conforme dispõe: 
§ 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que 
não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma 
assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: 
I - o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de 
todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
II - a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a 
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; 
 
 
 
 
III - na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um 
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta 
Lei. 
§ 2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1º 
deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores 
da classe que o houver rejeitado. 
Efeitos da decisão que concede a recuperação judicial. 
• Resulta em novação anteriores ao pedido. Art. 50 § único. 
• A decisão judicial que concedeu o título de crédito constitui título executivo. 
Art. 50 § 1. 
• A decisão que concede o pedido de recuperação é recorrível, cabendo agravo 
de instrumento. Art. 50 § 2º. 
 
Decisão no refere nova dos débitos. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DÍVIDAS 
COMPREENDIDAS NO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NOVAÇÃO. 
INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. SUSPENSÃO DA 
PUBLICIDADE DOS PROTESTOS EM NOME DA RECUPERANDA E SUAS 
FILIAIS PERANTE OS CARTÓRIOS DE PROTESTOS E DAS RESTRIÇÕES DE 
CRÉDITOS CONSTANTES DO SERASA E DO SPC DOS DÉBITOS SUJEITOS À 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DECISÃO CONTRÁRIA AOS PRINCÍPIOS 
NORTEADORES 
1. Diferentemente do regime existente sob a vigência do Decreto-Lei nº 7.661/45, 
cujo artigo 148 previa expressamente que a concordata não produzia novação, a 
primeira parte do art. 59 da Lei nº 11.101/05 estabelece que o plano de 
recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido. 
2. A novação induz a extinção da relação jurídica anterior, substituída por uma 
nova, não sendo mais possível falar em inadimplência do devedor com base na 
dívida extinta. 
3. Todavia, a novação operada pelo plano de recuperação fica sujeita a uma condição 
resolutiva, na medida em que o art. 61 da Lei nº 11.101/05 dispõe que 
descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação 
da recuperação em falência, com o que os credores terão reconstituídos seus direitos 
e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores 
eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da 
recuperação judicial. 
4. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação judicial, os órgãos 
competentes 
 
 
 
 
Encerramento do processo de recuperação judicial. 
 
Cumprido o plano de recuperação então o juiz decretará o fim da recuperação 
judicial conforme consta nos art. 60 e 61 da LRE. Nessa sentença o juiz estabelecer as 
medidas previstas no art. 63 da LRE. 
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 
61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação 
judicial e determinará: 
I - o pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente 
podendo efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, 
no prazo de 30 (trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso III 
do caput deste artigo; 
A segunda parcela dos honorários do administrador deverá ser paga após o 
mesmo mostrar e posteriormente ser aprovados suas constado pelo juiz. 
II - a apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; 
Juiz ordenará apurar e recolher as dívidas em aberto. 
III - a apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no 
prazo máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de 
recuperação pelo devedor; 
Este relatório é o mesmo que o inciso trata. 
IV - a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador 
judicial; 
V - a comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências 
cabíveis. 
A Junta Comercial deverá retirar do registro do devedor o termo “em 
recuperação judicial”. 
Da convocação da recuperação judicial. 
Caso o plano não se suceda bem dentro do prazo estipulado ocorrendo 
descumprimento de obrigação, resultará em convolação, conforme art. 61 §1º. E a 
convolação resultará em falência, art. 73 da LRE. Caso o este descumprimento ocorra 
 
 
 
 
após o prazo, não será convolação e sim execução de dívida ou requerimento de 
falência, art. 94, III LRE. E outra hipótese de convolação está estabelecido nos incisos 
do art. 73 da LRE. 
Salienta-se que falência pode ser decretada durante a vigência do prazo da 
recuperação quando requerido por credor que não está sujeito aos efeitos do plano de 
recuperação. 
 
 
 
Referência CRUZ, André Santa. Direito Empresarial: Recuperação Judicial. - 
8.ed.rev, atual e ampl.-Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2018.

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