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53457-Apostila_Tecnologia_de_aplição_de_defensivos_agrícolas-UFMT

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1
UFMT-UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FAMEV-FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
CURSO DE AGRONOMIA 
 
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS 
Marcos Ferreira da Costa – ENGº AGRÔNOMO – UFMT/AGOSTO 2009 
 
Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos 
O aumento da população mundial exige da agricultura cada vez mais 
eficiência e competitividade. À medida que as áreas cultivadas foram se 
tornando maiores, a quantidade de produtos químicos utilizada no controle de 
pragas e doenças foi aumentando. 
Entretanto, devem ser considerados os efeitos da produção, formulação, 
transporte, manuseio, armazenamento e aplicação dos agroquímicos agrícolas 
sobre o meio ambiente, visto serem a maioria deles poluidores ou 
contaminantes ambientais, quando mal manejados.3 
O emprego de agroquímicos apresenta dois pontos cruciais para o 
ambiente: eles são biocidas e alguns muitos persistentes, podendo ser 
transportados para outros locais por água e vento, por exemplo, e também 
acumular na cadeia alimentar.3 
As ciências diretamente relacionadas, Entomologia, Fitopatologia, 
Matologia, Acarologia, Nematologia, etc., fornecem as informações necessárias 
para se lançar mão das diferentes formas de controle do problema 
fitossanitário. Uma vez optado pelo controle químico, em época correta de seu 
uso, cabe ao processo de aplicação garantir que o controle seja efetuado com 
eficiência, economia e segurança.3 
Muito se tem escrito sobre os agroquímicos disponíveis, seus efeitos nas 
pragas, doenças e nos organismos que não são 
o alvo, porém pouco sobre como devem ser aplicados de forma segura e 
correta. 1 
A falta de treinamento das pessoas envolvidas na aplicação desses 
produtos e o desconhecimento da ação dos mesmos sobre o organismo 
humano e sobre o ambiente têm resultado no aumento dos riscos à saúde 
humana, bem como na agressão ao meio ambiente. 
A aplicação de agroquímicos quando feita de maneira errada sempre é 
sinônimo de prejuízo, além de gerar desperdício, pode causar resistência e 
aumentar os riscos de contaminação de pessoas e do ambiente.2 
 2
Até 70% dos produtos pulverizados nas lavouras podem ser perdidos 
por má aplicação, escorrimento e deriva descontrolada.2 
A aplicação de agroquímicos é multidisciplinar, vai além do homem que 
opera o pulverizador, envolve agrônomos, biólogos, químicos, economistas, 
engenheiros, médicos e físicos. 1 
 
 
 
 
 
Conceitos básicos 
Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Entender a finalidade da aplicação de agroquímicos 
 3
*Definir e entender os principais conceitos utiliza dos na tecnologia de 
aplicação 
*Entender características das gotas pulverizadas co mo diâmetro, 
espectro e densidade 
 
A aplicação eficiente tem como finalidade a colocação do produto no 
alvo para que o mesmo atue com a esperada eficácia. 
A determinação da dosagem e dos procedimentos operacionais está 
diretamente relacionada com a economia. 
Finalmente a proteção dos aplicadores, dos consumidores dos produtos 
produzidos na área tratada e do próprio ambiente está intrinsecamente ligados 
à segurança. 
O objetivo de toda aplicação de agroquímicos para o controle de pragas, 
doenças e plantas infestantes é cobrir o alvo com a máxima eficiência e o 
mínimo esforço. 
A primeira fase, essencial em todo o processo, é a identificação do alvo 
biológico, sendo este um dos aspectos mais negligenciados das operações de 
aplicações de agroquímicos. 
Além da indefinição do “alvo biológico”, ou seja, do exato local onde 
deverá ser aplicado o produto químico, os agricultores em geral se defrontam, 
com frequência, com vários problemas que dizem respeito à tecnologia de 
aplicação de agroquímicos. Escolha de pontas, determinação de volume de 
pulverização, seleção adequada do equipamento, calibração e manutenção são 
dúvidas frequentes no campo. 
Alguns conceitos básicos são importantes para um melhor entendimento da 
tecnologia de aplicação. São eles: 
• Vazão 
• Pressão 
• Volume de pulverização 
• Dose 
• Faixa de deposição 
• Diâmetro de gota 
• Densidade de gota 
• Espectro de gotas 
• Deriva 
Veremos a seguir cada um desses itens detalhadamente. 
 
Vazão 
 4
Vazão: quantidade, em volume, por unidade de tempo. 
Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se por vazão, o 
volume por unidade de tempo, que se escoa através de determinada seção 
transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação com pressão 
atmosférica) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou 
negativa). Isto significa que a vazão é a rapidez com a qual um volume escoa.4 
É o volume de determinado fluido que passa por uma determinada 
seção de um conduto por uma unidade de tempo. 
Na aplicação de agroquímicos a unidade usualmente adotada é litros por 
minuto (l/min), embora existam outras unidades: 
• m3/s - Metro cúbico por segundo 
• m3/h - Metro cúbico por hora 
• l/s - Litro por segundo 
• l/h - Litro por hora 
• ft3/s - Pé cúbico por segundo 
• gal/s - Galão (US) por segundo 
• gal/min - Galão (US) por minuto (gpm) 
A vazão de cada ponta varia de acordo com a suas ca racterísticas de fabricação, a 
pressão de serviço. 
Pressão 
Pressão: força aplicada a uma superfície, por unida de de área. 
A pressão ou tensão mecânica (símbolo: p) é a força normal 
(perpendicular à área) exercida por unidade de área.4 
A unidade no sistema internacional (SI) para medir a pressão é o Pascal (Pa). 
A pressão exercida pela atmosfera ao nível do mar corresponde a 
aproximadamente 101 325 Pa (pressão normal), e esse valor é normalmente 
associado a uma unidade chamada atmosfera padrão (símbolo atm). 
A pressão relativa define-se como a diferença entre a pressão absoluta e 
a pressão atmosférica. Os aparelhos destinados a medir a pressão relativa são 
o manômetro e também o piezômetro. 
A pressão atmosférica mede-se com um barômetro, inventado por 
Torricelli. 
Atmosfera é a pressão correspondente a 0,760 m de Hg de densidade 
13,5951 g/cm³ e numa aceleração da gravidade de 9,80665 m/s2 
Psi (pound per square inch), libra por polegada quadrada, é a unidade 
de pressão no sistema inglês/americano: 1 psi = 0,07 bar ;1 bar = 14,5 psi 
Em tecnologia de aplicação, utilizam-se principalmente as unidade Bar e Psi. 
 5
 
 
Volume de pulverização 
Volume de pulverização: quantidade de solução (água + defensivo) 
distribuída, por unidade de área (L/ha). 
A tendência atual é reduzir o volume de líquido aplicado, o que leva à 
necessidade de gotas menores para melhor cobertura. 
No entanto, a utilização de gotas pequenas aumenta o risco de deriva, 
por outro lado, gotas muito grandes acarretam desperdício de defensivo, os 
quais podem ser depositados em excesso nas superfícies externas das 
plantas, não atingindo os pontos internos, ou se perdem por escorrimento. 
A redução do volume de pulverização leva à necessidade de uma 
tecnologia mais apurada, tanto por parte do construtor do equipamento, quanto 
por parte do técnico envolvido na aplicação. 
Se o volume for menor do que o necessário, a cobert ura pode não ser satisfatória, e se 
for maior poder haver escorrimento que implica em d esperdício de produto e possíveis 
danos a natureza. 
 
Dose 
Dose: quantidade de produto (agroquímico), em peso ou volume, 
distribuído por unidade de área (kg/ha ou Litro/ha) . 
Varia de acordo com o ALVO, produto e com o objetivo da aplicação. Sua 
determinação é feita pelo Engenheiro Agrônomo responsável. 
 
Faixa de deposição 
Faixa de deposição: largura da área tratada relativ a a uma passada do 
equipamento. 
Define a quantidade de princípio ativo ou de gotas aplicadas por unidade 
de área, ao longo de uma faixa tratada longitudinal e transversalmente. 
Essa distribuição de gotas na faixa é de grande importância na análise 
de um tratamento. 
A melhor distribuição é aquela que acompanha o mais próximo possível 
a localização da praga ou doença a ser controlada e o faz de maneira contínua.6
Dizemos que uma faixa de deposição é descontínua quando numa 
mesma área tratada, encontramos pontos em que a deposição do princípio 
ativo ou a quantidade de gotas depositadas é diferente. 
Diâmetro de gota 
Diâmetro de gota: tamanho da gotas, expresso por se u diâmetro, em 
mícrons (1/1000 mm). 
A nuvem de gotas pode ser formada ou composta de gotas grandes e/ou 
pequenas, homogêneas ou não. 
Para se expressar numericamente o tamanho das gotas ou as 
características do fluxo pulverizado, utiliza-se em geral como parâmetro, o 
diâmetro da mediana volumétrica (DMV). 
DMV é o diâmetro da gota que divide o volume aplicado por uma ponta, 
em duas partes iguais. Uma constituída de gotas menores e outra constituída 
de gotas maiores que o DMV. 
 
Aplicação eficiente requer cobertura adequada da su perfície-alvo com gotas de tamanho 
apropriado. No caso de serem produzidas gotas muito grandes, superiores a 800 µm, 
não ocorre boa cobertura da superfície, tampouco bo a uniformidade de distribuição. As 
gotas muito grandes, pelo seu peso, normalmente não se aderem à superfície da folha e 
terminam no solo. No caso de gotas muito pequenas, geralmente ocorre boa cobertura 
superficial e uniformidade de distribuição da calda , mas essas gotas podem evaporar em 
condições de baixa umidade relativa ou serem levada s pela corrente de ar. 
 
Densidade de gotas 
Densidade de gotas: número de gotas por unidade de área. 
 7
Esse parâmetro tem grande importância no controle de pragas, doenças 
e plantas infestantes. 
Como parâmetros indicativos, utilizam-se as seguintes coberturas para 
produtos não sistêmicos ou de baixa translocação, atendendo ainda as 
condições climáticas existentes: 
• Herbicida - 20 a 30 gotas/cm2 com diâmetros de 200 a 300 micra. 
• Inseticida - 50 a 70 gotas/cm2 com diâmetros de 50 a 200 micra. 
• Fungicida - 70 a 100 gotas/cm2 com diâmetros de 100 a 200 micra. 
À medida que se reduz o volume de aplicação, a tendência é utilizar gotas 
menores. 
O número e tamanho de gotas que se depositam por unidade de área do 
solo ou da superfície foliar desempenha um papel preponderante na eficácia 
das aplicações. 
 
Espectro de gotas 
Espectro de gotas: variabilidade no tamanho das got as produzidas por 
um equipamento de pulverização. 
É a classificação das gotas por tamanho, em percentagem de volume ou 
de número de gotas, o qual pode ser homogêneo, quando todas as gotas são 
do mesmo tamanho, ou heterogêneo, quando o tamanho das gotas é diferente. 
Uma pulverização com espectro de gotas heterogênea resultará por um 
lado, em gotas grandes que escorrerão pelos alvos, representando perda de 
produto químico e poluição ambiental e por outro lado, em gotas pequenas que 
serão levadas pelos ventos (deriva) e finalmente uma quantidade pequena de 
gotas que será aproveitada. Uma aplicação técnica requer um espectro 
homogêneo de gotas. 
Os principais fatores que influenciam o espectro de gotas produzidas por 
determinado ponta são: vazão nominal, ângulo de pulverização, pressão do 
líquido, propriedades da calda e tipo de ponta. 
 
Deriva 
Deriva: desvio da trajetória das partículas liberad as pelo equipamento. 
Quando as partículas não atingem o alvo, provocam uma perda, quando 
essa ocorre dentro da cultura (material que não é coletado pelas folhas e cai no 
solo), pode ser considerada como endoderiva (ou deriva tolerável), enquanto 
 8
que as perdas para fora da área tratada podem ser consideradas devido à 
exoderiva (ou deriva intolerável). 
De qualquer maneira, a intensidade da deriva está relacionada com o 
tamanho da gota, da distância que foi liberada em relação ao alvo, a sua 
velocidade de lançamento e da velocidade do vento. 
Quando se trabalha com caldas aquosas, os problemas de evaporação e 
deriva devem ser analisados em conjunto, uma vez que à medida que perde 
peso por evaporação, a gota fica mais sujeita ao arrastamento pelo vento, 
podendo inclusive desaparecer por completo antes de chegar ao alvo. 
 
Evaporação* 
A água é o diluente (líquido usado para reduzir a concentração do 
ingrediente ativo de uma formulação para a aplicação), mais comumente 
utilizado nas pulverizações. 
Porém, a água apresenta uma pressão de vapor relativamente alta, 
fazendo com que haja uma diminuição do volume da gota produzida. 
A intensidade da evaporação depende de vários fatores, dos quais os 
mais importantes são: (a) a proporção de líquidos não voláteis ou partículas 
sólidas existentes na mistura; (b) temperatura e umidade do ar e a velocidade 
do vento; (c) tamanho da gota e (d) o tempo que a gota permanece no ar. 
À medida que a água vai evaporando, as gotas diminuem de peso e, 
portanto, reduzindo a possibilidade de impactar o alvo. 
Gotas do mesmo tamanho podem ter comportamentos diferentes, se 
diferentes forem as condições ambientais, como mostram os dados da tabela 
abaixo. Portanto, a observação das condições de temperatura e umidade 
relativa do ar é muito importante para uma aplicação correta. 
Comportamento de gotas de diversos tamanhos, em diferentes condições 
ambientais: 
Diâmetro 
inicial (mm) 
tempo até 
extinção (s) 
distância de 
queda (m) 
tempo até 
extinção (s) 
distância de 
queda (m) 
50 12,5 0,13 3,5 0,032 
100 50 6,7 6,7 1,8 
200 200 81,7 81,7 21 
 
Temperatura = 20,0 ºC 
∆ t = 2,2 ºC 
U. R. = 80,0 % 
Temperatura = 30,0 ºC 
∆ t = 7,7 ºC 
U. R. = 80,0 % 
Uma das relações matemáticas para a previsão do tempo de vida t (em segundos) de uma gota 
em função do seu diâmetro d (em micrometros) e das condições ambientais (depressão 
psicrométrica, isto é, a diferença entre as temperaturas indicadas pelos termômetros de bulbo 
seco e de bulbo úmido), é a seguinte: 
 9
 
Tempo de vida da gotas 
 
 O que afeta a aplicação? 
Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Conhecer e entender os fatores que interferem na ap licação de 
agroquímicos e suas interelações 
*Saber classificar uma pulverização segunda as norm as do Conselho 
Britânico de Proteção de Culturas 
Alguns fatores devem ser analisados antes e durante a aplicação de 
agroquímicos, para se obter uma máxima eficiência: 
• Clima 
• Solo 
• Alvo 
• Princípio ativo 
• Máquina 
Veremos a seguir cada um desses itens detalhadamente. 
 
Clima 
Fatores climáticos, como temperatura, umidade relativa do ar e 
velocidade do vento, devem ser monitorados, com o objetivo de se escolher o 
momento ideal de aplicação. 
Altas temperaturas, baixas umidades e fortes ventos constituem-se em 
condições propícias à evaporação e à deriva. 
 10
Fonte: TeeJet 
Desta forma, as aplicações devem ser realizadas, preferencialmente, 
nas primeiras horas da manhã, ou no final do dia. 
De maneira geral, deve-se seguir as seguintes recomendações para a 
escolha do momento ideal de pulverização: 
• Velocidade do vento entre 3 e 10 km/h, 
• Temperatura máxima entre 27 e 30°C 
• Umidade relativa do ar superior a 60% 
Quando não for possível seguir essas recomendações, a aplicação deve ser 
precedida de maiores cuidados, para se evitar a perda do defensivo, seja por 
evaporação ou deriva. 
A escolha de ponta de pulverização “anti-deriva” e da pressão ideal de 
trabalho são exemplos de cuidados que devem ser tomados durante as 
aplicações de defensivos em condições ambientais desfavoráveis. Utilização 
de adjuvantes anti-deriva e assistência de ar também contribui para uma 
aplicação mais segura. 
Solo 
A textura do solo pode influenciar na dose do produto a ser utilizada, 
principalmente em defensivos que visam ao solo. 
Geralmente as doses para solos argilosos são maiores que para solos 
arenosos, já que os argilosos possuem maior quantidade de colóides, que 
inibem o princípio ativo de alguns defensivos. 
 11
Outro fator importante é a topografia. Em áreas declivosas, pode-se 
tornar inviável a aplicação com máquinas tratorizadas, uma vez que a 
segurança da operação pode ficar bastante comprometida. 
Alvo 
Aquilo que foi escolhido paraser atingido pelo processo de aplicação 
(planta hospedeira ou suas partes, organismo nocivo, planta infestante, solo 
etc.). Em função do tipo desse alvo, a pulverização a ser produzida deverá ter 
características específicas para melhor atingi-lo. 
Dessa forma, uma aplicação de herbicida (em pré-emergência) sobre o 
solo, é mais fácil de ser feita quando comparada com a de um inseticida de 
contato, quando o inseto a ser controlado fica na superfície inferior das folhas. 
Por outro lado, a praga, pode estar disponível ou exposta em tempo 
relativamente curto ou em locais diferentes durante o processo. O 
conhecimento do ciclo evolutivo da praga e também da planta cultivada é um 
aspecto importante para a definição da estratégia de controle. 
Assim sendo, o defensivo deve ser usado da forma mais eficiente 
possível, o alvo real tem que ser definido em termos de tempo e espaço, de 
maneira a ser aumentada a porcentagem de produto que o atinge em relação 
daquilo que foi emitido pela máquina aplicadora. 
As principais características a serem observadas referem-se ao local, 
tamanho, mobilidade e forma de propagação. 
Um bom conhecimento do alvo permite escolher a técn ica de aplicação, o 
equipamento, a periodicidade e o defensivo a ser ut ilizado. 
 
Princípio Ativo 
O princípio ativo é o componente tóxico do defensivo nas formulações 
comerciais. 
Atualmente, existe no mercado uma infinidade de produtos que devem 
ser analisados criteriosamente quanto à dosagem, à técnica de aplicação, à 
forma de atuação e à formulação. 
Máquina 
O sucesso de uma aplicação fitossanitária depende da regulagem, da 
manutenção e das características operacionais da máquina aplicadora 
utilizada. 
Grande importância tem sido dada ao agroquímico e pouca à técnica de 
aplicação. A utilização de equipamento adequado e em boas condições é fator 
primordial para obtenção dos resultados desejados. 
 12
 
População de gotas 
Uma aplicação eficiente pressupõe uma perfeita cobertura da superfície 
e uma distribuição uniforme das gotas produzidas.Caso se utilize um bico de 
pulverização que produza gotas muito grandes, não haverá uma perfeita 
cobertura da superfície e tampouco haverá uma boa uniformidade de 
distribuição, a não ser que se utilize grande volume de líquido. Trabalhando 
com gotas menores, consegue-se, geralmente, uma melhor cobertura 
superficial e uma maior uniformidade de distribuição. 
As gotas muito grandes, devido ao seu peso, terminam no solo por 
escorrimento. As gotas muito pequenas podem evaporar em condições 
climáticas de baixa umidade relativa, ou serem levadas pela corrente de ar, 
provocando a perda de produto devido ao fenômeno da deriva. 
Na figura abaixo é possível verificar que, dividindo uma gota grande de 
400 µm de diâmetro em gotas de 200 µm, obtém-se oito gotas, com a mesma 
quantidade de água. Se dividirmos essa mesma gota de 400 µm em gotas de 
50 µm é possível obter 512 gotas. Isso demonstra que é possível obter boa 
cobertura, mesmo trabalhando com pequenos volumes de pulverização. 
 
Em aplicações de fitossanitários deve-se cuidar para que não apareçam 
gotas nem muito grandes, nem muito pequenas. Os estudos têm demonstrado 
que gotas menores que 100 µm são arrastadas com facilidade pelo vento e 
sofrem deriva (MARQUEZ, 1997 e LEFEBVRE, 1989). Da mesma forma, não 
se recomenda utilizar gotas maiores que 800 µm, devido a sua facilidade em 
escorrer. 
De acordo com o tipo produto a aplicar é possível definir um número 
mínimo de gotas por unidade de superfície. Geralmente, no caso de culturas de 
baixo porte, recomenda-se utilizar os tratamentos de acordo com o Quadro 1. 
QUADRO 1 – Recomendação da população de gotas para os tratamentos em 
culturas de baixo porte 
 
 13
PRODUTO TRATAMENTO VOLUME DE CALDA
(L/ha) 
COBERTURA 
(gotas/cm2) 
Herbicidas 
Pré-plantio 200-500 20-40 
Pré-emergência 150-300 20-30 
Pós-emergência 150-300 30-40 
Inseticidas 300-400 20-30 
Fungicidas 300-400 50-70 
De modo geral, não se recomenda aplicar um volume de calda acima de 
400 L/ha, nem abaixo de 100-150 L/ha, sem um monitoramento rigoroso das 
condições climáticas principalmente. 
 
Classificação das aplicações 
Um dos aspectos importantes no manejo das pulverizações em relação 
à deriva está relacionado com o conhecimento do espectro de gotas. Com o 
objetivo de estabelecer um sistema pragmático de classificação qualitativa de 
uma população de gotas, o Conselho Britânico de Proteção de Culturas (British 
Crop Protection Council - BCPC), na Inglaterra, desenvolveu um sistema de 
classificação das pulverizações geradas pelos diferentes equipamentos, 
levando-se em consideração a propensão das mesmas em produzir deriva. 
Foram sugeridas cinco categoria de “Qualidade de Pulverização”: Muito 
Fina (Alta Deriva); Fina (Média Deriva); Média (Baixa Deriva); Grossa (Muito 
Baixa Deriva) e Muito Grossa (Extrema Baixa Deriva). Esse sistema baseou-se 
na análise do espectro do tamanho de gotas comparado com determinados 
tipos de bicos usados como referências para o limite entre categorias. O 
espectro de gota dos bicos a serem analisados deve ser medido com o mesmo 
equipamento, condições e ao mesmo tempo que os bicos de referência. 
 
Pulverizações limites entre as categorias de qualidade de pulverização de acordo com o 
critério do Conselho Britânico de Proteção de Culturas. 
 14
 
Categorias de Qualidade de Pulverização de acordo com a B.C.P.C. 
 
(*) Dados baseados nas pontas de pulverização de jato plano da série XR TeeJet 
Christofoletti, 1999. 
 
Equipamentos para aplicação de agroquímicos 
 
Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Conhecer os equipamentos para aplicação de agroquí micos 
*Entender o princípio de funcionamento, de forma a permitir o seu correto 
*funcionamento e manutenção 
 
Equipamentos para aplicação de agroquímicos 
 
 15
Existem no mercado diversos tipos de equipamentos para aplicação de 
defensivos, cada um com suas características de funcionamento. 
Para o agricultor é importante saber as vantagens e desvantagens da utilização 
de cada equipamento, de forma a obter o melhor desempenho e menor custo 
de utilização. 
Pulverizadores hidraúlicos 
São equipamentos capazes de fragmentar o líquido em gotas devido a 
pressão exercida sobre a mistura (água + produto), proveniente de uma bomba 
hidráulica. 
Exemplos de pulverizadores hidraúlicos: 
• Pulverizador costal manual 
• Pulverizador motorizado 
• Pulverizador de barra 
 
Pulverizador costal manual 
 
 
Fonte: Empresa Jacto 
 16
Recomendado para aplicação de defensivos em pequenas áreas, ou 
 de uso doméstico, para aplicação de inseticidas em plantas ou animais. 
É constituído por um pequeno depósito e uma bomba de pistom, 
acionada pelo operador através de uma alavanca. A bomba de pistom possui 
duas válvulas. A válvula inferior deixa passar líquido do depósito para dentro da 
camisa do cilindro. A válvula superior, localizada na ponta do pistom, admite o 
líquido da camisa do cilindro para dentro da câmara de compressão, formada 
por um cilindro oco. 
Durante a utilização desses pulverizadores, é necessária a verificação 
dessas válvulas, bem como de seu estado de conservação. Além dessas 
válvulas, existe uma bucha de couro ou plástico fixada na ponta do pistom, que 
tem uma influência muito grande no perfeito funcionamento do pulverizador. É 
comum ocorrer o seu endurecimento devido à falta de lubrificação correta ou 
ao prolongado tempo de uso. 
Alguns cuidados devem ser observados durante as operações com esses 
equipamentos: 
1. Manter sempre uma velocidade constante de caminhamento durante a 
aplicação; 
2. Manter sempre a pressão constante com acionamento da bomba 
cadenciado, ou utilizar válvula de pressão constante. 
As principais perdas com este equipamento estão relacionadas à falta de 
controle do tamanho das gotas, à escolha incorreta das pontas de 
pulverização, não conseguindo a densidade necessáriapara o controle químico 
em situações adversas de umidade relativa baixa e temperaturas altas, e a 
vazamentos. 6 
Pulverizador motorizado 
É uma máquina utilizada principalmente para aplicação de defensivos 
agrícolas em culturas anuais ou perenes. Também é muito utilizado na 
aplicação de agroquímicos em áreas urbanas ou em instalações para criação 
de animais. 
Possui um motor elétrico ou de combustão interna para acionamento da 
bomba hidráulica. 
É constituído por uma estrutura suporte, onde estão fixados o motor, 
bomba de êmbolos, regulador de pressão e pistolas de pulverização com 
mangueiras flexíveis. O reservatório é independente e possui sistema de 
agitação. Montado nessa estrutura, pode ter rodas, podendo ser tracionado 
pelo homem, animal ou trator.5 
 
 
 17
Pulverizador de barra 
Constitui um dos pulverizadores mais utilizados na agricultura, principalmente 
em grandes áreas. 
É constituído, geralmente, por um chassi, um depósito para colocação 
da mistura de defensivo, uma bomba, uma câmara de compensação, comando 
com registro de múltiplas saídas com alavanca, válvula reguladora de pressão, 
manômetro, filtros, agitador de calda, mangueiras flexíveis e barra de 
pulverização, onde são montados os bicos hidráulicos. 
O circuito hidraúlico da maioria do pulverizadores é representado no 
esquema abaixo: 
 
Adaptado de: Empresa TEEJET 
O chassi no pulverizador de arrasto (ligado a barra de tração do trator) 
tem rodado alto, para possibilitar um vão livre adequado e bitola regulável. No 
 18
pulverizador montado (ligado ao sistema de três pontos) há pontos de engate 
para o acoplamento e pontos de apoio para estacionamento. 
O reservatório apresenta capacidade volumétrica bastante variável. Os 
de maior capacidade possuem quebra-ondas no seu interior. Na parte superior 
do tanque há uma abertura, por onde se faz o reabastecimento, inspeção e 
limpeza do interior do mesmo. É provido de filtro de malha fina e resistente, ou 
de metal perfurado. 
O material de construção do reservatório pode ser polietileno de alta 
densidade, principalmente nos menores, e resina de poliéster com reforços em 
fibra de vidro ou fibra de vidro com revestimento interno de resina, nos de 
maior capacidade. Podem ter indicadores de nível na sua parede ou com 
mangueira transparente externa. 
O agitador de calda pode ser hidráulico ou mecânico, sendo que, na 
maioria dos pulverizadores, os dois funcionam conjuntamente. 
Na agitação hidráulica, utiliza-se o retorno do líquido da bomba, que 
passa pelo regulador de pressão, fazendo-o sair através de um tubo rígido 
instalado no fundo do reservatório e longe do bocal de sucção da bomba. O 
líquido pode vir também por uma derivação dos bicos. 
A agitação mecânica normalmente é realizada por uma ou mais hélices 
ou pás, montadas em uma árvore paralela e próxima a parede do fundo do 
reservatório. Essa agitação por vezes, é auxiliada pela existência de quebra-
ondas no interior do reservatório. 
A bomba é um dos órgãos essenciais do pulverizador. Pode ser 
acionada pela tomada de potência do trator ou pelo sistema hidráulico. 
A câmara de compensação amortece as pulsações causadas pelas 
bombas de pistão, permitindo leitura constante do manômetro. Com bombas do 
tipo centrífuga por exemplo, não há necessiade desta câmara. 
O conjunto de comandos deve estar ao alcance do operador. Constitui-
se de registros de múltiplas saídas com alavanca de controle, válvula 
reguladora de pressão e manômetro. O número de vias de saída é variável e 
depende principalmente do tamanho da barra do pulverizador. 
As tubulações são estruturas flexíveis de plástico ou de borracha, 
reforçados. São utilizadas para fazer a ligação entre os vários órgãos do 
pulverizador. Em alguns equipamentos utilizam-se barra húmidas, em que o 
líquido é deslocado junto a barra e sua parte interna. 
Os filtros são elementos protetores do circuito hidráulico, retirando do 
mesmo eventuais impurezas. São posicionados na abertura de abastecimento 
do reservatório, na sua saída, no início de cada seção da barra e junto aos 
bicos. 
 19
A barra de pulverização constitui-se na estrutura de suporte das 
mangueiras e bicos. Normalmente é construída em estrutura metálica ou PVC, 
de seção quadrangular ou circular, podendo alcançar cerca de 30 m de 
comprimento. Normalmente é articulada em seções para recolhimento durante 
o transporte. Pode apresentar mecanismo nivelador e dispositivo de segurança 
contra choques em obstáculos. Alguns equipamentos mais modernos possuem 
sensores de altura que controlam automaticamente a distância da barra em 
relação ao alvo. 
As mangueiras são normalmente de plástico flexível com reforços de 
náilon. Na traseira do pulverizador pode haver carretéis ou enroladores para 
recolher as mangueiras. 
Os bicos são constituídos por corpo, capa, filtro e ponta. Os jatos 
produzidos apresentam configuração em leque ou em cone, segundo o tipo de 
ponta. 
O reabastecedor consta de um bocal específico para a sucção de água 
levando-a da fonte para o reservatório. Há duas mangueiras, sendo uma a que 
une a bomba e outra que liga a bomba ao reservatório. 
Os pulverizadores de barra podem ser do tipo: 
• Pulverizadores montados e de arrasto 
• Pulverizadores autopropelidos 
 
Pulverizadores montados e de arrasto 
A maior parte dos pulverizadores montados (ligados ao sistema 
hidráulico do trator) e de arrasto (ligados a barra de tração do trator) possuem 
todos os componentes semelhantes, mudando apenas em forma e tamanho. 
Os pulverizadores montados em tratores, conhecidos também por 
“pulverizadores de três pontos”, normalmente são equipados com barras de 12 
a 16 metros de comprimento e operam em velocidades de 5 a 8 km/hora. São 
geralmente encontrados no mercado brasileiro com capacidade de carga de 
agroquímicos entre 400 a 800 litros. 
 20
 
Pulverizador montado 
Os pulverizadores tracionados ou de arrasto, normalmente, são 
equipados com barras de 18 a 24 metros de comprimento e operam em 
velocidades de 6 a 10 km/hora. São encontrados no mercado brasileiro em 
geral com capacidade de carga de agroquímicos entre 1.000 a 3.000 litros. 
 
Pulverizador de arrasto 
Levando-se em consideração as especificações técnicas desses 
pulverizadores tratorizados montados e tracionados, seria possível 
teoricamente, desenvolver um rendimento diário de área aplicada em torno de 
60 a 80 hectares por dia pelos tracionados e de 30 a 40 hectares aplicados 
pelos pulverizadores de três pontos. 
No entanto, devido aos vários problemas de planejamento e logística 
durante as operações de controle químico com esses pulverizadores, a maior 
 21
parte deles não consegue chegar a 50% desse rendimento operacional 
estimado.6 
Entre os problemas mais comuns relacionados a pulverizadores 
hidráulicos estão a falta de um manômetro funcionando, bicos de pulverização 
entupidos, desgastados ou danificados, corpo de bico simples sem a presença 
da válvula anti-gotejante, abraçadeiras de corpo de bico quebradas e 
“amarradas” com tiras de borrachas ou arame.6 
Todos esses problemas acontecem pela falta de manutenção nos 
pulverizadores e resultam na ineficiência das aplicações de agroquímicos, 
colocando em risco a sanidade da cultura tratada, 
 
Pulverizador Autopropelido 
Pulverizadores autopropelidos, autopropulsados ou automotrizes são 
máquinas agrícolas com grande capacidade de carga e alto rendimento 
operacional, utilizadas nas aplicações de agroquímicos equipadas com motor, 
cabine e sistemas de pulverização (bombas, barras, bicos, etc) em uma mesma 
plataforma, em um mesmo chassi. 
 
 
São máquinas de alto desempenho, podem substituir cinco ou seis 
cojunto trator-pulverizador, conseguem desenvolver velocidades entre 15 a 30 
km/h durante as pulverizações nas culturas em campo e até 70 km/h durante o 
 22
translado. As barras de pulverização possuem total acionamento hidráulico 
com sistema auto-nivelante e medem entre 20 até30 metros de comprimento. 6 
Normalmente apresenta motor diesel, de quatro tempos, sistema de 
direção e barra de pulverização. Apresenta barra que pode ser posicionada na 
parte anterior ou posterior da máquina, com altura regulável. 5 
 
 
Conta com sistema de compensação com comando hidráulico para cada 
lado da barra, permitindo manter a mesma paralela ao solo em terrenos 
irregulares ou em curva de nível. 
O chassi pode ser rígido ou articulado com estrutura reforçada. 
Apresenta cabine climatizada, isolando o contato direto do operador com 
eventual deriva da aplicação. 5 
Um pulverizador autopropelido com capacidade de carga para 3.000 
litros, com barras de pulverização com 27 metros de comprimento é capaz de 
conseguir um rendimento operacional aproximado de 500 hectares em um 
único dia de trabalho. Se esse equipamento não estiver corretamente calibrado 
e regulado, serão muitos hectares aplicados de maneira incorreta, com grandes 
prejuízos para os produtores. 6 
Não somente o pulverizador autopropelido precisa ser bem projetado e 
avançado, mas também a tecnologia em bicos e pontas de pulverização 
também precisa ser corretamente formatada para as condições de trabalho 
 23
desse equipamento para que seja possível conseguir a total eficiência nas 
aplicações de agroquímicos. 
O monitoramento da qualidade nas aplicações de agroquímicos 
realizadas nesses pulverizadores é de extrema importância, pois um erro de 
apenas 10 cm em uma faixa de aplicação de 27 metros (comprimento da barra) 
poderá resultar em uma área de 400 metros quadrados sem deposição de 
agroquímicos, em somente 100 hectares aplicados. Em um dia de aplicação, 
essa falha na faixa terá provocado uma área sem proteção química em torno 
de 2.000 m². 6 
Pulverizadores pneumáticos 
Os pulverizadores pneumáticos, também são conhecidos no campo como 
atomizadores. 
Tipos de atomizadores: 
• Atomizador tipo canhão 
• Atomizador costal motorizado 
 
Atomizador tipo canhão 
Fonte: Empresa Jacto 
O atomizador tipo canhão é geralmente utilizado em culturas anuais ou 
arbustivas, permitindo aplicação de defensivo numa faixa, de acordo com os 
fabricantes, de 30 a 40 metros de largura. Propicia boa capacidade 
operacional do conjunto trator-atomizador. 
 24
Neste equipamento, existe um ventilador acionado pela tomada de força 
do trator responsável pela corrente de ar que promoverá a quebra do líquido 
em gotas de pequeno diâmetro. Com excesão do ventilador, o aspecto 
construtivo é semelhante a um pulverizador hidráulico. 
Possui algumas limitações de uso, principalmente devido à deriva e à 
evaporação das gotas, ocasionadas por ventos, velocidade excessiva e baixa 
umidade do ar, dentre outras. Outro limitante é a determinação da faixa de 
aplicação, que em campo é difícil execução pelo tratorista. 
Atomizador costal motorizado 
Geralmente empregado em pequenas áreas, em instalações avícolas ou 
similares. 
 
Esse atomizador geralmente possibilita sua utilização para a aplicação 
de defensivos líquido ou pó seco. Neste caso, deve-se ter o cuidado de retirar o 
bocal atomizador. 
Os atomizadores costais motorizados, quando forem utilizados na 
aplicação de defensivos em plantas perenes de porte alto, devem possuir uma 
bomba centrífuga para conduzir a calda até o bocal atomizador. 
Possui um motor dois ou quatro tempos, responsável pela geração da 
corrente de ar. Em geral, a ergonomia deste equipamento não é muito boa. 
 
 
 25
Pulverizadores hidro-pneumáticos 
São também chamados de atomizadores tipo cortina de ar. Esses 
pulverizadores constituem uma das alternativas viáveis para aplicação de 
defensivos em culturas perenes, tais como citrus, macieiras, pessegueiros, 
cafeeiros, etc. 
 
São também muito utilizados nas pulverizações em videiras, porém, 
necessitam de algumas modificações no direcionamento dos bicos e na 
regulagem dos defletores de ar, devido à arquitetura foliar da cultura da uva, 
permitindo aplicação de defensivo. Propicia boa capacidade operacional do 
conjunto trator-atomizador. 
Correspondem a aproximadamente 15% do total dos pulverizadores em 
operação no Brasil. São equipados com reservatórios de calda de 
agroquímicos com capacidade entre 200 a 4.000 litros e no arco de 
pulverização são instalados os bicos, geralmente do tipo cone vazio ou cheio. 
O sistema de assistência de ar é formado por um ventilador de grande 
vazão, que com o auxílio de defletores expele o ar na forma de um leque 
perpendicular à direção de caminhamento da máquina. Os ângulos de abertura 
desses defletores são regulados e ajustados de acordo com a altura das 
plantas a serem pulverizadas. Alguns equipamentos possuem regulagem do 
ângulo das pás do ventilador permitindo alterar a velocidade de saída do ar. 
Isso permite evitar a perda de defensivo. 
 26
As principais causas de perdas com esses equipamentos são: 
1. Distribuição incorreta dos bicos no arco de pulverização, o que resulta 
na liberação de gotas muito acima das copas das árvores. 
2. Falta de controle no tamanho das gotas pulverizadas, produzindo gotas 
muito finas. 
3. Alto volume nas aplicações em altas pressões de trabalho. 
Deriva com pulverizadores hidro-pneumáticos 
 
A correta seleção e disposição dos bicos no arco de pulverização 
possibilita que a maior parte do volume de calda a ser aplicado seja 
direcionado para a região mediana e superior da copa das plantas, 
possibilitando depositar com eficiência as gotas nos ponteiros, que 
normalmente são áreas de difícil acesso, com o mínimo de perdas por 
evaporação e deriva. 
 
Termo-nebulizadores 
São equipamentos capazes de produzir gotas com diâmetro menor que 
50µm. Utilizados geralmente para aplicação de inseticidas dissolvidos em óleo 
(diesel), que ao serem colocados em contato com uma superfície aquecida, ou 
ar quente, sofrem evaporação. 
 27
 
Pulverizador eletrostático 
O princípio de funcionamento do pulverizador eletrostático baseia-se em 
transferir cargas elétricas às gotas, as quais quando se aproximam do objeto 
aterrado (planta) com carga de sinal contrário a sua, são fortemente atraídas a 
este. 
 
Fonte: Juan José Olivet 
As gotas geradas são carregadas eletricamente e aceleradas em direção 
do alvo aterrado através de um campo elétrico, principalmente quando 
próximas deste alvo.5 
Um estudo foi realizado pela EMBRAPA7 sobre um bocal eletrostático, 
comparado-o a uma aplicação convencional, para a cultura do tomate. Os 
resultados mostraram que o pulverizador eletrostático pode depositar até 70% 
do agrotóxico aplicado, enquanto que a pulverização convencional pode 
depositar somente 30% do agrotóxico aplicado, para a cultura do tomate. O 
estudo também mostra que a aplicação eletrostática possibilita uma redução 
real na dose do produto aplicado, sem perda da eficácia de controle e também 
uma sensível redução de contaminação por parte do aplicador. 
 
 28
Fonte:VM CONTROLE DE PRAGAS 
Em locais fechados, como galpões, armazéns e tubulações, permitem 
aplicação dos inseticidas de forma econômica, uma vez que, por se tratar de 
uma nebulização, ocorre uma completa ocupação do interior das instalações, 
utilizando baixo volume de pulverização. 
 
Pulverizador centrífugo 
Os pulverizadores centrífugos são equipamentos para a aplicação de 
defensivos agrícolas que utilizam o processo chamado atomização centrífuga 
para a subdivisão do líquido em gotas menores. 
Neste processo, a subdivisão é obtida através da introdução do líquido 
sob baixa pressão no interior de um mecanismo giratório, que pode ser um 
cilindro de tela, escova circular ou mesmo um rotor ranhurado. 
O maior desenvolvimento destes equipamentos se deu somente nas 
últimas duas décadas, como conseqüência da dificuldade para controlar a 
deriva das gotas pequenas e uniformes, que são produzidas com essa técnica 
de pulverização, nas diferentes condições ambientes. Também o grande 
avanço da pulverização hidráulica contribui paraesse desenvolvimento tardio. 
Inicialmente esses pulverizadores, utilizados para a aplicação de 
inseticida, aplicavam gotas na ordem de 80 micras, o que as tornavam bastante 
sujeitas à deriva. Entretanto pesquisadores com o objetivo de reduzir a faixa de 
variação do tamanho de gotas desenvolveram um pulverizador de gotas 
controladas (CDA), equipamento este que por meio do disco rotativo produzia 
gotas de tamanho muito uniforme e centradas em um tamanho médio de 250 
micras, as quais apresentam ótima eficiência biológica e menor 
susceptibilidade a evaporação e deriva. 
A pulverização centrífuga é uma alternativa bastante utilizada nas 
aplicações aéreas, entretanto sua utilização nos equipamentos terrestres deve 
 29
ser bastante criteriosa, sendo recomendada somente em explorações agrícolas 
capazes de manejar bem esta técnica. 
Em condições ambientais apropriadas (brisa moderada) pode se realizar 
aplicações fitossanitárias em baixo volume sobre cultivo baixos com bons 
resultados. As maiores dificuldades para uma correta aplicação aparecem 
quando a velocidade do vento aumenta, o que incrementa muito a 
deriva.Também quando não existe vento algum, ocorre um depósito somente 
superficial sem penetração do produto no interior da folhagem tratada. 
Outro problema é a falta de mão de obra e assistência técnica 
especializada. Além disso, a pulverização centrífuga somente opera com 
eficiência quando o volume aplicado é pequeno o bastante para impedir que se 
inunde o disco rotativo. Existe um fluxo máximo permitido, por exemplo 1,5 
ml/seg para o equipamento “Herbi”. 
Em contrapartida a pulverização centrífuga apresenta uma série de 
benefícios que a torna viável em determinadas condições. 
As gotas produzidas resultam em um tamanho extraordinariamente 
uniforme, adequadas para os tratamento de baixo (BV) e ultra baixo (UBV) 
volume ( 1 a 50 L/ha). Com a utilização de gotas muito pequenas se consegue 
uma boa cobertura com baixos volume de calda, no entanto, existe maior 
dificuldade para controlar e dirigir este tipo de gotas pequenas em condições 
atmosféricas desfavoráveis. 
Este método de trabalho teve sua origem na "Aviação Agrícola" e em 
equipamentos manuais, para regiões com escassez de água. Seu uso tem 
crescido nos equipamentos terrestres, a medida que se desenvolvem produtos 
químicos adequados para essa forma de aplicação. 
 
 
 30
Análise operacional e econômica das técnicas de 
aplicação 
A análise operacional e econômica das diferentes técnicas de aplicação 
permite a seleção do equipamento mais adequado e do procedimento mais 
apropriado para as distintas situações. 
A análise operacional envolve basicamente a determinação da 
capacidade da máquina pulverizadora e do seu rendimento. A capacidade é 
quantidade de trabalho executada em uma unidade de tempo, e é muito 
importante para se fazer o planejamento dos tratos culturais. Uma forma 
simplificada de se calcular essa capacidade, observada em condições reais de 
operação, é através da seguinte fórmula: 
 
• Cco = capacidade de campo operacional (hectare/hora) 
• TPe = tempo de preparo (acoplamento, regulagem e calibração da 
máquina) 
• Tr = tempo de reabastecimento do tanque pulverizador 
• Td = tempo de deslocamento, indo e vindo para o tempo de 
abastecimento 
• Tv = Tempo de virada nas cabeceiras 
• TPr = Tempo de produção 
Já a análise do custo de um sistema de pulverização, deve levar em conta o 
custo de utilização de todos os componentes, isto é, do trator, do pulverizador 
e, quando houver, da carreta tanque. 
É de fundamental importância não se perder de vista, nesta análise, o 
componente biológico do problema. As medidas a serem preconizadas nunca 
deverão afetar a eficácia do controle do problema fitossanitário que se pretende 
resolver. Além disso, uma aplicação mais rápida e mais barata não deve 
provocar maiores riscos ao operador e ao ambiente. 
 
Cálculo da produção diária* 
Para calcular a produção diária de pulverizadores de barra, pode se usar: 
 31
 
Onde, 
• T - capacidade do tanque, em litros 
• q - vazão total da barra, em L/min 
• J - jornada diária de trabalho, em minutos 
• Q - volume de pulverização, em L/ha 
• Ab - tempo gasto de abastecimento, em minutos 
• E - fator que indica eficiência operacional (%) 
Vazão total 
Para obter a vazão de calda aplicado ao longo da barra em um determinado 
tempo usa-se a fórmula: 
onde, 
• q - vazão total da barra, em L/min 
• Q - volume de pulverização em L/ha 
• V - velocidade em, Km/h 
• f - faixa de aplicação da barra, em metros 
• 600 - fator de conversão de unidades 
Tempo de abastecimento 
Para determinar o tempo de reabastecimento, considera-se todo o tempo gasto 
desde a interrupção da pulverização, quando termina a calda, até o reinício da 
aplicação, podendo-se calcular pela fórmula: 
onde, 
• Td - tempo de deslocamento até o local de abastecimento 
• Tprep - tempo de preparo do pulverizador para abastecimento 
• Tench - tempo de enchimento do tanque 
• Tmist - tempo de preparo da mistura 
 32
Eficiência operacional 
O cálculo da eficiência operacional é feito usando a fórmula: 
onde, 
• E - eficiência operacional 
• Tpulv - tempo real de pulverização, em minutos 
• Tcampo - tempo total do pulverizador no local de trabalho, em minutos, 
menos o tempo de abastecimento 
Fonte de consulta: Manual técnico sobre orientação de Pulverização. Empresa 
Jacto. 32p. 
 
Pontas de pulverização 
 
Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Conhecer as principais pontas de pulverização disponíveis no mercado 
*Aprender a selecionar a ponta de pulverização mais adequada a cada 
condição de aplicação 
*Entender a importância da correta seleção da ponta de pulverização 
 
 
Bicos hidráulicos e pontas de pulverização 
Os bicos hidráulicos são dispositivos utilizados nos pulverizadores para 
subdivisão do liquido em gotas, capazes de promover uma distribuição 
uniforme do defensivo sobre a superfície de aplicação. 
Os bicos fragmentam o liquido pela ação da pressão exercida por uma 
bomba, que força o líquido passar por um orifício, adquirindo velocidade e 
energia no difusor para subdividir-se em pequenas gotas ao sofrer o impacto 
com o ar. 
Existem diferentes tipos de bicos no mercado, cada qual com 
características específicas para uma determinada aplicação. Essas variações 
são importantes, pois permitem utilizar aquele que seja mais adequado a cada 
situação, minimizando assim as perdas de produtos fitossanitários e 
melhorando a qualidade da aplicação. 
 33
O que se chama genericamente de bico é o conjunto de peças colocado no 
final do circuito hidráulico, através do qual a calda é emitida para fora da 
máquina. 
 
Fonte: Empresa TeeJet 
Esse conjunto é composto de várias partes, das quais a ponta de pulverização 
é a mais importante, regulando a vazão, o tamanho das gotas e a forma do jato 
emitido. 
Os principais tipos de pontas são: 
• pontas de jato cônico vazio; 
• pontas de jato cônico cheio; 
• pontas de jato plano ou em leque; 
• pontas de impacto ou de jato plano defletor; 
• pontas de indução de ar. 
As pontas de pulverização possuem três funções bási cas: 
1. DETERMINAM A VAZÃO (Quantidade) 
2. PRODUZEM AS GOTAS DE TAMANHO DETERMINADO (Qualid ade) 
3. PROPORCIONAM A DISTRIBUIÇÃO DO LÍQUIDO PULVERIZA DO (Qualidade) 
 
Características das pontas de pulverização 
A ponta de pulverização é um componente de fundamental importância 
em um pulverizador, pois dele depende a vazão e a qualidade das gotas 
produzidas. Dessa forma influência diretamente a qualidade da pulverização. 
Existe uma grande variedade de pontas no mercado. Pontas que 
formam diversos ângulos de pulverização, que trabalham em pressões 
 34
diferentes, que produzem gotas de vários tamanhos e que têm vazões 
diferentes. 
São característica das pontas de pulverização 
• Ângulo do Jato 
• Tamanho de gotas 
• Posicionamento 
• Durabilidade 
A seguir veremoscada um desses ítens em detalhes. 
 
Ângulo do jato 
As pontas de pulverização são projetados para produzir os jatos de 
pulverização, com um dterminado ângulo em uma certa pressão. 
À medida que se varia a pressão, varia-se o ângulo do jato de pulverização. 
• Aumenta a pressão = Aumenta o ângulo do jato de pulverização. 
• Diminui a pressão = Diminui o ângulo do jato de pulverização 
Os mais comuns no mercado são os de 80 e 110 graus, sendo que este último 
apresenta duas grandes vantagens: 
• Possibilita trabalhar com a barra mais próxima do alvo, diminuindo a 
deriva. 
• Menor influência, em termo de uniformidade de distribuição, pela 
oscilação da barra. 
 
 35
 
Tamanho e espectro de gotas 
Nas décadas passadas, pouca atenção se dava à uniformidade de 
distribuição durante as aplicações de produtos fitossanitários, pois se buscava 
molhar bem a cultura, o que se conseguia mediante volume de calda bastante 
alto. 
Atualmente, entretanto, existe uma tendência em reduzir o volume de 
calda, visando diminuir os custos e aumentar a eficiência da pulverização. O 
uso de menor volume de calda aumenta a autonomia e a capacidade 
operacional dos pulverizadores e diminui os riscos de contaminação ambiental. 
Assim, o conhecimento do tamanho das gotas pulverizadas tornou-se 
essencial, para garantir um recobrimento mínimo do alvo. Caso seja desejado 
que o produto aplicado recubra a maior parte da superfície-alvo, como no caso 
de tratamentos com produtos de contato, as gotas devem ser finas. Caso 
contrário, podem ser mais grossas, evitando problemas de deriva. 
Os estudos têm mostrado que gotas menores que 100 mm são 
arrastadas com facilidade pelo vento, produzindo o fenômeno da deriva, e 
gotas maiores que 800 mm tendem a escorrer da superfície das folhas. 
As gotas muito grandes, devido ao seu próprio peso, atingem o solo por 
escorrimento. As gotas pequenas possuem uma menor massa de líquido, 
podendo evaporar em condições de baixa umidade relativa ou serem carreadas 
pelo vento, provocando a perda de produto por deriva. 
Atualmente, o diâmetro da mediana numérica (DMN), o diâmetro da 
mediana volumétrica (DMV) e o coeficiente de homogeneidade têm sido os 
parâmetros mais utilizados para caracterização de uma população de gotas. 
O diâmetro da mediana numérica é o diâmetro que divide uma 
população de gotas em duas partes numericamente iguais. Deve ser analisado 
em conjunto com o diâmetro da mediana volumétrica (DMV), possibilitando a 
avaliação do espectro de gotas e do coeficiente de homogeneidade. 
O diâmetro da mediana volumétrica é definido, segundo MATUO (1990), 
como o diâmetro que divide uma população de gotas em duas metades 
volumetricamente iguais. É de se esperar que o valor do DMV esteja mais 
próximo do limite superior das classes de diâmetros, pois o volume de poucas 
gotas grandes equivale ao de muitas gotas pequenas. 
 36
Diâmetro da mediana volumétrica 
Classificação das gotas em função do DMV, expresso em µm 
DMV (µm) Classificação 
<100 aerossóis e névoas 
100 - 200 gotas finas 
200 - 300 gotas médias 
300 - 425 gotas grossas 
> 425 gotas muito grossas 
Fonte: WILKINSON et al., 1999. 
O coeficiente de homogeneidade é definido pela relação entre o 
diâmetro da mediana volumétrica e o diâmetro da mediana numérica. Uma 
população de gotas é considerada homogênea quanto mais próximo de um for 
o valor do coeficiente de homogeneidade (MATUO, 1990). Para valores 
inferiores a 1,4 , o conjunto de gotas é considerado homogêneo. De acordo 
com CARRERO (1996), o coeficiente de homogeneidade varia de acordo com 
o tipo de bico. 
Valores do coeficiente de homogeneidade 
 
Tipos de Bico 
Coeficiente de 
homogeneidade 
Bico defletor ou de 
impacto 
5 – 10 
Bico tipo leque 2 – 5 
Bico tipo cone 2 - 5 
Fonte: CARRERO, 1996. 
Já o espectro de gotas é a caracterização da pulverização em função 
das gotas de diferentes tamanhos produzidas pelo equipamento. O espectro 
seria homogêneo, se todas as gotas fossem do mesmo tamanho. Tendo gotas 
de tamanhos diferentes, o espectro é heterogêneo. 
O espectro é considerado estreito, se a diferença entre as gotas maiores 
e menores for pequena; se essa diferença for grande, o espectro é amplo ou 
 37
largo. A caracterização numérica do espectro pode ser feita utilizando-se os 
dados da avaliação da curva do percentual do volume acumulado em relação 
ao diâmetro das gotas. 
Determinação do tamanho e espectro de gotas 
A determinação do tamanho e espectro de gotas pode ser feita 
diretamente com as gotas no ar, ou por meio da medição indireta dos impactos 
produzidos pelas gotas em alvos artificiais. As medições indiretas simulam o 
impacto em alvos naturais e são importantes para estudo de escorrimento e de 
eficácia biológica. 
Já as medições diretas são importantes para se avaliar o potencial de 
deriva das aplicações, sendo preferidas por muitos pesquisadores nos últimos 
anos, apesar do custo elevado, por apresentarem boa precisão e alta 
sensibilidade. 
A determinação da dimensão das gotas pode ser feita utilizando várias 
técnicas, desde as mais antigas, que incluem os microscópios de bolso com 
um retículo, até as mais modernas, que utilizam raios laser. 
 38
 
 
Classificação de pulverização por tamanho de gotas 
VMD(µ) Classificação 
Capacidade de retenção 
pelas folhas 
Uso 
Suscetibilidade a 
deriva 
< 50 Aerosol Boa Ocasiões específicas Alta 
51 - 100 Neblina Boa Ocasiões específicas Alta 
101 - 200 Fina Boa Boa cobertura Média 
201 - 300 Média Média Maioria Baixa 
> 300 Grossa Ruim Herb. Solo e Fertilizantes Muito baixa 
Densidade de gotas X produtos 
Número de impactos 
Produto Gotas/cm² 
Inseticida 20 a 30 
Herbicidas (pré-emergentes) 20 a 30 
Herbicidas (pós-emergentes) 30 a 40 
Fungicidas (sistêmicos) 30 a 40 
Fungicidas (de contato) > 70 
 
Posicionamento das pontas 
Os bicos devem ser colocados na barra com espaçamento iguais entre 
si, que podem ser de: 35 cm; 40 cm; 50 cm; etc. 
Para se trabalhar com bicos de jato plano (leque) é necessário que 
estejam posicionados com um ângulo de 4º a 6º aproximadamente em relação 
a barra. As capas de engate rápido normalmente já fornecem essa angulação. 
Caso contrário, deve-se utilizar chaves apropriadas para isto. 
 
 39
Dessa forma, ocorrerá o cruzamento necessário entre os jatos para 
manter a uniformidade da distribuição ao longo da barra, desde que se 
mantenha uma altura mínima compatível com o ângulo do jato. Vale lembrar 
que para pontas de jato cônico não é possível evitar este contato entre os jatos 
adjascentes, o que leva a menor uniformidade de distribuição. 
 
Durabilidade das pontas 
A durabilidade de uma ponta, depende muita da forma com trabalha essa 
ponta, levando em conta alguns aspectos, como: 
Pressão 
As pontas de "jato leque" são projetadas para trabalhar com baixa 
pressão, em uma faixa que varia entre 15 a 60 lbf/pol². Nas pontas do tipo jato 
cônico a faixa de trabalho varia entre 60 a 200 lbf/pol², acima disso essas 
pontas perdem sua características, sofrendo aumento de vazão e de ângulo, 
desgastando-se rapidamente. 
Deve-se levar em consideração que quanto maior a pressão, menor é o 
tamanho das gotas, possibilitando a ocorrência de deriva. 
Qualidade da água 
Em relação a qualidade da água alguns ítens influenciam diretamente na 
durabilidade das pontas e também na eficiência dos defensivos aplicados, 
como: 
• Porcentagem de elementos químicos como cloro, enxofre, cálcio, 
magnésio, entre outros. 
• Deverá ser o mais limpa possível, ou seja, sem algas, areia, lodo ou 
qualquer tipo de matéria orgânica. 
Tipo de produto 
Os produtos usados na pulverização têm formulações bem variadas e 
dentre eles os pó-molhaveis e suspensão concentrada possuem abrasividade 
relativamente alta, devido as particulas sólidas que aceleram o processo de 
desgaste das pontas. 
Limpeza das pontas 
Não se deve utilizar instrumentos metálicos, como: agulhas,arames e 
nem tão pouco canivetes. Também é incorreto o uso de gravetos de madeira, 
pois acabam quebrando dentro do orifício da ponta. O correto é usar um 
instrumento que não danifique o orifício com um escova com cerdas de nylon 
(escova de dentes), ou ar comprimido. 
 40
Material 
A tabela abaixo mostra uma estimativa da vida útil da pontas de acordo com o 
material. 
Vida útil estimada de pontas de pulverização de jato plano 
 
Material de fabricação do bico Vida útil (horas) 
Cerâmica +400 
Poliacetal 400 
Aço inoxidável 400 
Naylon 200 
Latão 100 
Troca de pontas 
Durante a utilização dos bicos de pulverização, é importante atentar também 
para outro fator: os bicos devem ser trocados quando sua vazão diferir mais de 
10% em relação a média de vazão de todos os bicos. 
 
Identificação 
 
Segundo a Norma ISO 10626, os bicos hidráulicos (pontas) à pressão de 3 bar 
devem ter as seguintes cores de identificação em função de sua vazão: 
Código de cores da pontas hidráulicas 
Cor Laranja Verde Amarelo Azul Vermelho Marrom Cinza Branco 
Vazão (L/min) 0,4 0,6 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 3,2 
 
Fonte: ISO 10625 
 41
 
 
Com relação a designação dos bicos, existe uma variação quanto aos 
fabricantes e órgãos de pesquisa. Adiante seguem alguns exemplos utilizados: 
Segundo a BCPC (British Crop Protection Council) tem-se: 
F110/1.44/2.5 
F: bico tipo leque (fan) 
110: ângulo de abertura em graus 
1.44: vazão nominal dos bicos (L/min) 
2.5: pressão de trabalho (bar) 
Algumas empresas utilizam apenas a designação 
110 02 
110: ângulo de abertura em graus 
02: vazão nominal dos bicos a 40 lbf.pol² (10-1 gal/min) 
 
Ponta tipo cone 
Os bicos com pontas do tipo cone são formados pelas seguintes partes: 
 
• corpo; 
• filtro; 
• caracol; 
• ponta; 
• porca de fixação. 
 42
1. Bico tipo cone vazio 
Os bicos do tipo cone vazio têm como característica uma deposição do 
líquido maior na porção mais externa do cone. Possuem um padrão de 
distribuição com menos líquido no centro, aumentando depois um pouco para 
voltar a cair bruscamente, nos extremos. Não são, em geral, recomendados 
para aplicação de herbicidas. São geralmente aconselhados para aplicação de 
inseticidas, fungicidas e dessencantes, em culturas com grande massa foliar, 
onde a penetração do jato e a cobertura são críticas. 
Trabalham normalmente com uma pressão de 2 a 10 bar, produzindo um 
ângulo de 70º a 80º e gotas muito pequenas, o que favorece a deriva. São 
montados na barra portabicos com uma distância entre 0,25 m e 0,50 m, para 
permitir alcançar o volume necessário de fitossanitário por área tratada 
(CHRISTOFOLETTI, 199110). Também são recomendas para aplicação de 
fertilizantes foliares). 
Como esses bicos trabalham a altas pressões, têm uma vida útil muito 
pequena quando são fabricados em latão. Por esta razão, os fabricantes 
preferem construí-los de material cerâmico, que propicia maior durabilidade. 
Como característica principal, tem-se a boa capaciade de penetração e 
cobertura dos alvos, no entanto, em geral apresentam alto risco de deriva. 
Recentemente, lançou-se no mercado uma variável desta ponta com indução 
de ar, com isto, reduziu-se o risco de deriva, em função das gotas de maior 
diâmetro, no entanto, a cobertura ficou comprometida. 
2 Bico tipo cone cheio 
Os bicos do tipo cone cheio operam normalmente a baixas pressões (1 a 
3 bar), produzindo gotas grandes e menos sujeitas à deriva, e um ângulo de 
abertura de 80º. 
As gotas produzidas por esse tipo de bico são normalmente maiores que 
as de outros tipos, operando à mesma pressão. São recomendados para a 
aplicação de herbicidas sobre o solo ou sistêmicos. Para uma melhor 
uniformidade de distribuição na barra, recomenda-se que os bicos estejam 
montados com uma inclinação de 30 a 45º, em relação ao plano vertical 
(CHRISTOFOLETTI, 199110). 
 43
Ponta tipo leque 
Os bicos com pontas do tipo leque são formados pelas seguintes partes: 
 
• corpo; 
• filtro; 
• ponta; 
• capa. 
Os bicos tipo leque são os mais utilizados na área agrícola devido a sua 
diversidade de utilização. 
Fonte: Empresa TeeJet 
Produzem um jato plano à saída do bico, formando um ângulo característico 
em forma de leque. 
 44
Apresentam uma concentração maior de líquido na parte central do jato, 
mas com boa uniformidade de distribuição do líquido, em função da 
sobreposição apropriada. 
Esses bicos encontram-se normalmente no mercado com ângulo de 
abertura de 60, 80 e 110º, sendo mais comum os dois últimos. Quanto maior o 
ângulo formado pelo bico, menor é o tamanho das gotas, podendo ser montado 
a uma distância maior na barra portabicos. 
São ideais para a aplicação de herbicidas em área total, onde se 
necessita maior uniformidade de distribuição. No entanto, atulmente também 
tem sido utilizado para aplicação de inseticidas e fungicidas com sucesso, de 
forma a evitar o risco de deriva nas aplicações com pontas de jato cônico vazio. 
Operam melhor a pressão de 2 a 4 bar, permitindo uma cobertura mais 
uniforme. Utilizando pressões mais baixas é possível conseguir tamanho maior 
de gotas, para reduzir a deriva, mas a uniformidade de distribuição diminui. 
Para melhor uniformidade de distribuição ao longo de uma barra, recomenda-
se uma sobreposição de aproximadamente 30%, em cada lado do jato.8 
Existem outros modelos de ponta tipo leque que usam uma faixa maior 
de pressão. Também existem pontas de jato plano duplo, mais recomendados 
para aplicação em que se deseja boa cobertura e penetração entre as folhas. 
Para aplicação entre as linhas da cultura, ou sobre as linhas, existem as pontas 
tipo leque com perfil de distribuição uniforme (Even) ( ALBUZ, 199211). 
 45
 Ponta de impacto 
 
 
Fonte: Empresa TeeJet 
As pontas de impacto, da mesma forma que as pontas tipo leque, 
produzem um jato em forma de leque, com um ângulo de pulverização grande, 
variando de 110 a 140º. 
O efeito de divisão do líquido em gotas produz-se pelo impacto do jato 
com uma superfície plana. Como possuem um orifício de saída circular, são 
menos sujeitos a entupimentos. 
Possuem maior deposição de líquido nas extremidades do jato. Podem 
trabalhar a pressões muito baixas (0,7 a 1,8 bar), produzindo gotas grandes, 
diminuindo o problema da deriva. 
Essas pontas são recomendados para a aplicação de herbicidas 
sistêmicos a baixo volume, bem como para aplicação utilizando pulverizadores 
costais de acionamento manual. 
 
 
 
 46
Ponta de indução de ar ou arejadora 
 
Fonte: Empresa TeeJet 
As pontas com indução de ar têm como característica a produção de 
gotas grandes, contendo ar no seu interior, próprias para aplicação de produtos 
sistêmicos. 
Consistem basicamente de um ponta, contendo no seu interior um 
venturi responsável pela aspiração do ar. Este é misturado com o líquido em 
uma câmara antes da formação do jato. 
Algumas vezes tem-se observado o entupimento do orifício de entrada 
de ar, eliminando o efeito do borbulhamento. Isso tem ocorrido principalmente 
em locais onde o próprio movimento do trator causa excesso de poeira. 
Vale ressaltar que ainda não se têm um bom entendimento sobre o 
processo de impacto da gota formada por essa pontas com o alvo, contudo 
sabe-se que a mesma ao impactar com o alvo quebra-se em pequenas gotas, 
melhorando a cobertura portanto, o simples fato de ter uma gota grossa não 
necessariamente implica em um tratamento ineficiente com a aplicação de 
inseticida e fungicida. 
 
Calibração 
Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Aprender a teoria da calibração de pulverizadores 
*Adequar a regulagem do pulverizador ao receituário agronômico 
 47
 
 
Calibração 
Para se fazer a calibração dos aplicadores de agroquímicos, é importante 
determinar alguns parâmetros, tais como: 
Volume ou taxa de pulverização (Q) 
O volume de pulverização, ou a quantidade de calda (água + defensivo) 
aplicado uniformemente por unidade de área, depende de: 
•Tipo de equipamento; 
• Tipo de produto químico; 
• Estágio de desenvolvimento da cultura; 
• Formulação do produto químico; 
• Condições climáticas. 
O volume de pulverização pode ser calculado, utilizando a fórmula: 
 
em que: 
Q - volume de pulverização (L/ha) 
q - vazão por bico ou do total de bicos (L/min) 
v - velocidade de trabalho (km/h) 
f - faixa de pulverização por bico ou total dos bicos (m) 
NOTA: 
Quando for utilizado a vazão por bico, a faixa de pulverização 
considerada deverá ser correspondente à produzida por um bico apenas. 
Quando se utilizar a vazão total, a faixa de pulverização deverá ser 
correspondente ao comprimento da barra. 
A quantidade de produto químico a ser colocada no tanque será calculada 
pela fórmula: 
 
em que: 
Pr - quantidade de produto químico por tanque (kg ou L) 
Ct - capacidade do tanque (L) 
 48
Q - volume de pulverização (L/ha) 
D - dosagem de defensivo (kg/ha ou L/ha) 
Faixa de pulverização (f) 
É a largura da faixa tratada por um bico ou bocal atomizador, a cada 
passada do pulverizador, medida no solo. 
Mede-se a faixa de pulverização conforme os exemplos a seguir: 
Pulverizador costal 
A faixa de pulverização por bico é igual ao espaçamento entre duas 
passadas sucessivas, em metros. 
Faixa de pulverização em culturas anuais (Fonte: Jacto S. A.). 
Aplicação de defensivos em culturas anuais 
A faixa pulverizada pelo pulverizador costal é igual à largura tratada 
pelo bico 
. 
No caso do pulverizador costal motorizado a faixa de pulverização é 
determinada medindo-se a largura aplicada entre cada passada. 
Aplicação de defensivos em culturas perenes 
A faixa de pulverização é igual à metade do espaçamento entre as 
linhas da cultura, em metros. 
 49
Faixa de pulverização em culturas perenes (Fonte: Jacto S. A.). 
Pulverizador de barra 
A faixa de pulverização é igual a distância entre os bicos montados na barra 
do pulverizador. 
Faixa de aplicação do pulverizador de barra. 
Atomizador tipo canhão de ar 
A faixa de pulverização é igual à distância entre cada passada em metros. O 
alcance do jato atomizador é estabelecido pelo fabricante ou em ensaio de 
campo. 
 
Métodos práticos de calibração 
Antes de realizar a calibração de qualquer pulverizador é importante verificar: 
• Funcionamento da bomba hidráulica; 
• Condições dos filtros; 
• Estado dos bicos; 
 50
• Funcionamento dos registros ou regulagem da vazão; 
• Funcionamento dos manômetros ou registros de regulagem da 
pressão; 
• Estado das tubulações; 
• Funcionamento dos agitadores, etc. 
 
Faixa de pulverização do atomizador tipo canhão (Fonte: Jacto S. 
A.). 
Atomizador tipo cortina de ar (turbo-atomizador) 
A faixa de pulverização é igual ao espaçamento entre as linhas da cultura, 
em metros. 
Faixa de pulverização do atomizador cortina de ar (Fonte: Jacto S. A.). 
 
 51
Calibração do pulverizador costal manual 
Para se fazer a calibração do pulverizador costal, deve-se seguir os seguintes 
passos: 
1o) Marcar uma área igual a 100 metros quadrados (10 m x 10 m); 
2o) Encher completamente o tanque do pulverizador; 
Demarcação da área (Fonte: Jacto S. A.). 
3o) Aplicar na área, por faixa, usando uma cadência igual a de trabalho; 
4o) Medir a quantidade aplicada; 
5o) Determinar o volume de pulverização aplicando a seguinte fórmula: 
 
em que: 
Q – volume de pulverização (L/ha) 
V - volume gasto na área (L) 
 
Calibração do pulverizador de barra 
Parte I - Trator em movimento 
1o) Marcar um percurso de 30 a 50 metros; 
2o) Escolher a velocidade para aplicação; 
3o) Regular a rotação da TDP em 540 rpm; 
4o) Determinar o tempo gasto, em segundos, para percorrer o percurso. 
 52
Demarcação do percurso. 
 
Parte II - Trator Estacionado 
1o) Com a mesma aceleração, regular a pressão dos bicos; 
2o) Coletar o volume por bico no tempo gasto para percorrer o percurso; 
3o) Calcular o volume aplicado, utilizando a fórmula: 
 
Ou então use o seguinte cálculo: 
 Área = f x 50 m. 
Logo, tem-se: 
 
Correções necessárias 
a) Volume de aplicação abaixo do desejado: 
• Aumentar a pressão nas pontas (dentro da faixa recomendada para 
cada ponta); 
• Diminuir a velocidade; 
• Trocar as pontas utilizados por pontas de maior vazão. 
b) Volume acima do desejado: 
• Diminuir a pressão; 
• Aumentar a velocidade de deslocamento; 
• Trocar as pontas utilizados por pontas de menor vazão. 
 53
Obs. De forma geral, se o volume de pulverização diferir mais de 25% do 
volume desejado, trocar as pontas, caso contrário, alterar a pressão de 
trabalho e a velocidade de pulverização. Em geral, os agricultores no campo 
dispõe de um recipiente graduado que dispensa a realização do cálculos, 
fornecendo uma leitura direta do volume de pulverização. 
 
Aplicação aérea 
 
*Ao final desse módulo você será capaz de: 
 
*Conhecer os princípios básicos da aplicação aérea 
*Compreender as potencialidades e os riscos da aplicação aérea 
 
Aplicação aérea* 
A aviação agrícola possui um papel fundamental no aumento de ganho 
de produtividade, pela sua natureza de rápida e eficaz cobertura. O avião 
agrícola, nada mais é que uma máquina aplicadora como qualquer outra, 
porém apresenta particularidades, não apenas por ser uma máquina que voa, 
mas pelas características dinâmicas envolvidas na aplicação. 
Sem dúvida, a aplicação aeroagrícola funciona e é uma ferramenta 
valiosa na agricultura, quando realizada dentro de critérios técnicos bem 
definidos e acompanhada por pessoal técnico especializado. 
O uso de aviões para fins agrícolas começou antes da Segunda Guerra 
Mundial. Inicialmente o número de aeronaves era pequeno. Empregavam-se 
aviões militares modificados. Com o tempo a atividade foi se desenvolvendo e 
no final da década de 40 surgiu o primeiro avião projetado e construído para 
fins agrícolas. 
 54
A aplicação aérea, assim como a aplicação terrestre, apresenta 
vantagens e desvantagens. Como principal vantagem tem-se a grande 
capacidade operacional, isto é, a possibilidade de tratamento de grandes áreas 
em pequeno tempo. 
Como conseqüência deste alto rendimento, possibilita também a 
realização do tratamento no momento mais oportuno para o controle seja de 
plantas daninhas, de doenças ou de insetos. 
Além disso, evita a compactação do solo e as injúrias às culturas, tão 
freqüentes nas aplicações tratorizadas. Estima-se uma perda causada pelo 
amassamento das plantas de até 5% do rendimento, dependendo da cultura. 
No entanto, se operação não for bem executada, dentro dos parâmetros 
técnicos recomendados, a aplicação aérea pode causar a deriva dos 
defensivos (arrastamento pelo vento) para áreas vizinhas. 
Além disso, como o volume de pulverização (água + defensivo) é 
bastante reduzido, muitas vezes inferior a 40 litros por hectare, a dificuldade de 
cobertura do alvo é maior e, portanto, requer estratégias que assegurem a boa 
deposição e cuidado redobrado com as condições climáticas durante as 
aplicações. 
Um fator bastante controverso com relação a aplicação aérea refere-se 
ao custo. De forma simplista o custo da aplicação aérea é superior ao da 
terrestre. No entanto, se forem computados os custos de amassamento e 
compactação, esta relação se inverte. 
Estas generalizações, porém, são bastante perigosas, pois dependem de cada 
situação. Um fator que influencia bastante é a distância da área a ser aplicada 
até a pista de decolagem. Quanto maior for esta, mais onerosa será aplicação. 
Outro fator que limita a aplicação aérea é a presença de muitos obstáculos na 
área e relevo muito acidentado. 
Outra controvérsia com relação ao uso do avião agrícola é que o mesmo 
somente é viável em grandes áreas. Contudo, se as áreas forem próximas à 
pista de pouso, a aplicação é viável mesmo em pequenas áreas. 
Deve ficar claro que tanto a aplicação aérea, como a terrestre, são eficientes e 
têm seu campo de aplicação.Ninguém irá recomendar que se encostem pulverizadores tratorizados e 
autopropelidos nos galpões, quando os mesmos puderem trabalhar, e se 
contratem empresas de aviação agrícola para fazer as aplicações de 
defensivos. 
No entanto, quando a capacidade operacional instalada de máquinas 
não for suficiente, ou as condições climáticas não forem favoráveis, como 
longos períodos chuvosos que empeçam a entrada de tratores, a aplicação 
aeroagrícola é uma boa opção, tanto do ponto de vista econômico, como do 
ponto de vista técnico. 
 55
As duas formas de aplicação apresentam vantagens e desvantagens. 
Estas devem ser bem avaliadas e contornadas utilizando-se de técnicas 
adequadas. As aeronaves agrícolas vêm apresentando melhorias contínuas, de 
forma a promoverem aplicações mais eficientes e mais seguras do ponto de 
vista ambiental. 
A indústria química também tem auxiliado na segurança das aplicações. 
Produtos químicos (adjuvantes) têm sido desenvolvidos para serem aplicados 
junto com os defensivos agrícolas, permitindo menor risco de evaporação e 
perda por deriva. 
Portanto, a aplicação aérea é uma importante ferramenta que os 
agricultores podem e devem se utilizar para obter o sucesso tão desejado. 
 
Características importantes da aeronave agrícola 
O emprego de aviões com fins agrícolas iniciou em todo mundo de forma 
improvisada, com a adaptação de aviões principalmente militares. No entanto, 
com o aumento de sua utilização, os projetistas passaram a desenvolver 
aeronaves especificamente agrícolas, visando entre outras coisas tornar a 
operação mais eficiente e segura. 
As características consideradas desejáveis em um avião agrícola são: 
• Grande capacidade de carga, o que requer motor de grande potência, 
fuselagem aerodinamicamente “limpa” e redução do peso do avião 
vazio; 
• Ser capaz de decolar, atingindo 16 metros de altura, a partir de pistas 
semi-elaboradas, consumindo não mais de 400 metros de distância, ao 
nível do mar; 
• Velocidade de cruzeiro em torno de 160 km/h (100 mph), combinada 
com baixa velocidade de stol (65 – 100 km/h) (velocidade de mínima 
sustentação); 
• Boa estabilidade e manobrabilidade, especialmente em curvas, e o 
sistema de comando do equipamento agrícola deve requerer pouco 
esforço do piloto, de forma a reduzir fadiga; 
• Visibilidade o mais irrestrita possível, para frente a para trás, bem como 
visibilidade lateral, especialmente nas curvas; 
• Para proteção, em caso de acidentes, é considerado essencial que o 
motor e o tanque de produtos agrícolas possam estar colocados à frente 
da cabine, e uma estrutura especial da fuselagem, forte o suficiente, 
deve proteger o piloto de danos físicos, mesmo quando houver 
“pilonagem” do avião (capotar o avião para frente); 
• Outros itens de segurança importantes incluem controles e comandos 
simples, de fácil identificação manual, e suspensórios de segurança, 
retráteis e com fixação segura na fuselagem do avião, além da ausência 
de protuberâncias, saliências e alavancas pontiagudas; 
 56
• Cabine vedada, impedindo a penetração de gases e vapores dos 
produtos aplicados; 
• Os produtos líquidos devem poder ser colocados no tanque por 
tubulações a partir do fundo do tanque. Os produtos sólidos podem ser 
colocados pela abertura superior do tanque de produtos, sendo que, 
neste caso, a abertura deve ser de grandes dimensões; 
• O revestimento da fuselagem do avião deve permitir fácil e rápida 
inspeção da estrutura, motor e equipamento agrícola, bem como fácil e 
rápida limpeza e lavagem de todo o avião, interna e externamente; 
• O projeto e construção devem visar a facilidade de manutenção, e os 
materiais utilizados devem ser resistentes à corrosão, típica do uso. 
Costuma-se subdividir as aeronaves agrícolas em duas categorias (Monteiro, 
20069): 
• Aeronaves agrícolas leves: aeronaves com motores de potência abaixo 
de 300 HP e capacidade de carga abaixo de 1000 litros. 
• Aeronaves agrícolas pesadas: aeronaves com motores de potência 
superior a 300 HP, podendo chegar a 1200 HP, e capacidade de carga 
acima de 1000 litros, chegando a 3000 litros em equipamentos 
destinados ao combate a incêndio florestal. 
É importante frisar também que, apesar do uso em menor escala, as 
aplicações aéreas podem ser feitas por helicópteros, também chamados de 
aeronaves de asa móvel. Eles não necessitam de velocidade de deslocamento 
linear para adquirir força de sustentação. 
Nestes equipamentos, de forma similar as aeronaves de asa fixa, também 
há um vórtice de ponta de asa, que pode prejudicar a uniformidade de 
distribuição, caso a colocação dos bicos ou atomizadores na barra não seja 
feita de forma adequada. No entanto, o efeito “downwash” promovido pelas 
hélices do rotor, aliado às velocidades mais baixas, favorece a deposição das 
gotas no alvo e a minimização da deriva. 
Em geral, o custo de aplicação e manutenção de helicópteros é superior 
aos aviões, no entanto, eles apresentam vantagens como facilidade de trabalho 
em pequenas áreas e áreas com topografia irregular, possibilidade de emprego 
em tarefas não relacionadas ao meio agrícola em épocas de pouca utilização, 
boa manobrabilidade, que evita a aplicação em áreas não-alvo e facilidade de 
pouso e decolagem. Sem dúvida, a aplicação com helicóptero apresenta 
grande potencial, como por exemplo em grandes áreas de reflorestamento. 
Quantick32(1990) destaca em seu livro “Manual del piloto agrícola” que a 
técnica de vôo agrícola exige do piloto agrícola uma habilidade e um campo de 
conhecimento bastante diferenciado de outros tipos de pilotos, pois estes, além 
da operação na condução da aeronave, tem que ter conhecimentos sobre os 
produtos a serem aplicados, seus riscos de manipulação, exigências técnicas 
necessárias à correta pulverização e todos os aspectos que minimizem os 
problemas de contaminação ambiental. 
 
 57
O avião agrícola brasileiro 
A aeronave agrícola (EMB) “Ipanema”, fabricada pela Empresa Brasileira 
de Aeronáutica (EMBRAER) – fez o seu vôo inaugural em 31 de julho de 1970 
e, desde então, é o único avião agrícola em escala comercial de fabricação 
nacional. Existem atualmente novas propostas em desenvolvimento de novas 
aeronaves por outros fabricantes, tais como a IPE e a KLAUSS, que pretendem 
lançar no mercado modelos agrícolas .Em produção experimental há a 
Empresa ASA, em Minas Gerais, que produz o modelo Falcão, mas de uso 
restrito. 
O Ipanema foi fabricado em diferentes versões ao longo do tempo, todas 
com a mesma fuselagem básica, tendo sofrido alterações, de modelo a 
modelo, principalmente no motor (potência e tipo de combustível), hélice, perfil 
de asa e sistema de comandos. Assim, o primeiro Ipanema lançado - EMB-200 
– era equipado com motor a carburador de 260 HP e hélice de passo fixo. 
Avião agrícola brasileiro Ipanema. Fonte: Wellington P. A. Carvalho. 
Seguiu-se a este, o modelo EMB-200A, com o mesmo motor, porém, 
com hélice de passo variável. O EMB-201, terceira versão da série, foi 
equipado com motor mais potente – 300HP – com injeção direta de 
combustível, e o EMB-201A foi basicamente o mesmo avião, porém 
incorporando aperfeiçoamentos no sistema de comandos e no perfil de asa. 
Atualmente, o Ipanema é produzido pela subsidiária da EMBRAER, a 
Indústria Aeronáutica Neiva S.A., sediada em Botucatu, SP. A partir de 1992, a 
Neiva iniciou as entregas de seu modelo mais recente, o EMB-202, 
descontinuando a produção do EMB-201A. O EMB-202 incorporou várias e 
importantes modificações em relação aos modelos anteriores, tendo a destacar 
os seguintes aspectos: 
1. Ampliação do tanque de produtos com maior volume, de 680 litros para 
950 litros, mantida a mesma capacidade em peso (750 kg). Este 
 58
aumento permitiu proporcionar um melhor aproveitamento da 
capacidade de carga quando das aplicações de produtos com baixo 
peso específico, em especial sementes; 
2. Inclusão de amortecedores do trem de pouso com pastilhas de 
poliuretano;

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