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Disciplina: Alfabetização 2 Coordenação: Prof. Marina Martins APX1 – 2020.1 Prezados alunos: Esta é a sua primeira Avaliação Presencial de Alfabetização 2. Leia, com atenção, os itens abaixo! → Responda as questões no espaço próprio para isso neste mesmo documento e envie-o de volta pela plataforma dentro do prazo informado em nosso cronograma. → Esta avaliação poderá ser realizada por grupos de até 3 estudantes. Os dados dos membros do grupo devem ser apresentados no local apropriado para isso, mais abaixo, neste documento. Aproveite essa oportunidade para discutir e aprender com os colegas. Não separe as questões por membros do grupo. Todos devem participar da elaboração de todas as respostas. Essa é uma oportunidade única de aprendizado! →Esta AP1 é composta por questões discursivas que exigem respostas não muito extensas. Nos últimos semestres, temos observado que muitos alunos apresentam respostas longas sem dominar bem o tema das questões. Para melhor entendermos como está o seu processo de construção dos saberes envolvidos em nossa disciplina, atente-se ao que se pede nas questões. Procure exercitar sua capacidade de síntese. → Além da avaliação do conteúdo das respostas, analisaremos também a pertinência do texto à esfera acadêmica, ou seja, sua coesão e coerência, a clareza na apresentação dos argumentos, a capacidade de articulação entre os textos lidos e suas ideias e a capacidade de síntese. Responda com atenção e não se esqueça de revisar seu texto, verificando se as ideias estão claras e bem apresentadas. Lembre-se que um texto acadêmico, como o que se solicita nessa avaliação, deve estar pautado pela articulação entre os saberes construídos por você e os materiais lidos ao longo do curso. →Em função desse novo contexto em que nos encontramos, esta avaliação pode ser realizada com consulta. Saiba usar o material do curso para estudo. Não copie trechos dos materiais estudados ou de colegas. Qualquer plágio encontrado resultará na anulação da prova inteira. Plágio é crime e será punido com a nota ZERO. Boa prova!! Aluno 1:Roseli Rizzetto Abreu Matrícula:17216080327 Polo: Santa Maria Madalena Aluno 2:Cindy Batista da Rosa Neves Matrícula:17216080124 Polo: Santa Maria Madalena Aluno 3: Silmara Miguel de Souza Matrícula: 16216080357 Polo: Santa Maria Madalena QUESTÃO 1: 5,0 pontos Para responder à questão seguinte, leia os textos 01, 02 e 03: TEXTO 01 Numa sociedade onde ler e escrever representa poder, aqueles que não sabem interpretar um texto ou registrar por escrito suas próprias palavras acabam por ser subalternizados (Cf. LANDER, 2005). Falar de analfabetismo, portanto, seja ele produzido no interior das escolas ou fora delas, é falar de uma injustiça social. Falar de analfabetismo é denunciar as injustiças que produzem a desigualdade, pois ʺnão cabe fatalisticamente cruzar os braçosʺ (FREIRE, 2001, p. 98). (Fragmento de MORAIS, Jacqueline de Fátima dos Santos & ARAÚJO, Mairce da Silva. Alfabetização e analfabetismo no Brasil: algumas reflexões. Revista ACOALFAplp: Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua portuguesa, São Paulo, ano 5, n. 9, 2010/ 2011. Disponível em: . Publicado em: setembro de 2010 – março de 2011). TEXTO 02 O construtivismo, embora com as diferentes e nem sempre corretas interpretações que a ele foram dadas na prática docente, foi hegemônico na área da alfabetização, particularmente no discurso acadêmico e nas orientações curriculares (cf. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997), até os anos iniciais do século em curso, quando a questão do método reaparece e mais uma vez se enfrenta um momento de controvérsias em torno dos caminhos adequados para conduzir com sucesso o processo de alfabetização. (Fragmento de SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2016 ). TEXTO 03 O termo “ambiente alfabetizador”... introduziu muitos mal entendidos... segundo os quais o professor apaga-se, some, desvanece-se, transforma-se em mobiliário... O professor olha e participa dessa maravilha que é o desenvolvimento da criança que cresce sozinha. (Fragmento de FERREIRO, Emília. Cultura, escrita e educação: conversa de Emília Ferreiro com José Antonio Castorina, Daniel Goldin e Rosa Maria Torres. Tradução por Ernani Rosa. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001). Observe os relatos abaixo: - A professora Renata, de uma turma do primeiro ano de escolaridade, leva todos os dias para a sala de aula um livro de literatura infantil e o lê para os alunos. Ao terminar, pergunta qual foi a parte da história que eles mais gostaram e a escreve no quadro. Em seguida, lê em voz alta o trecho que escreveu, acompanhando com o dedo a leitura. Como a biblioteca da escola é pequena, ela pediu a contribuição das crianças para que trouxessem livros, revistas ou jornais de suas casas. No dia seguinte ao pedido, recebeu a visita de Alice, mãe de um aluno, indagando-a sobre o motivo do pedido, já que a maioria das crianças daquela turma ainda não sabia ler. (Retirado do ENADE 2008) - A professora Andréa, em uma reunião de conselho de classe, quis dar seu relato sobre uma tentativa de trabalho com uma turma de primeiro ano do ensino fundamental: “Eu fiquei empolgada em trabalhar com as crianças a questão da identidade. Pedi para que elas trouxessem suas certidões de nascimento. Acabei desistindo. Primeiro porque poucas crianças trouxeram seus documentos, dificultando o trabalho. Tivemos que ir até à secretaria da escola. Segundo, comecei a perceber tantas coisas que achei melhor parar: muitas certidões só traziam o nome da mãe, em outras faltava até o nome do avô, apareciam crianças com o nome totalmente diferente de como ela era chamada por todos, foi muita confusão, não deu para continuar, estávamos ficando atrasados com a cartilha... Não consigo dar quase nada fora do conteúdo…” (Retirado do Material Didático da Disciplina - Aula 03) Com base nos textos 01 e 02 e no material disponibilizado na plataforma, comente, em um pequeno texto acadêmico, as situações colocadas acima, considerando o conceito de “ambiente(s) alfabetizador(es)”. Para isso, apresente as contribuições de Emília Ferreiro e de Paulo Freire para o tema e o papel do cotidiano escolar nesse debate. RESPOSTA Sabemos que a alfabetização é o processo inicial de escolarização inicial do individuo, é o momento em que se começa a formar o caráter e desenvolver suas visões de mundo. Assim Paulo freire acredita que os conhecimentos do ser humano em sua maioria são provenientes do seu contexto familiar, suas vivencias de mundo, e acredite apesar das crianças ainda não possuírem tantas experiências de vida, elas não são inatas, tem muito a contribuir nesse processo. Nesse viés os conhecimentos pré existentes precisam ser valorizados, precisam ser trazidos para sala de aula, pois auxilia no cotidiano escolar. Emilia Ferreiro defende um ambiente alfabetizador que estimule a leitura de livros e textos de todos diferentes gêneros, considerando o cotidiano da criança, dando ênfase na sala de aula ao “ cantinho de leitura”, que geralmente fica esquecido na sala de aula, e só é usado como passa tempo. Já Paulo Freire defende a idéia de ambientes alfabetizadores, onde todo dia terá uma nova oportunidade de se aprender, uma nova forma de ensinar, pois as crianças todos os dias constroem conhecimentos, construindo saberes em seu cotidiano. Os relatos acima refletem a realidade que os docentes enfrentam diariamente no ambiente escolar, como a falta de apoio familiar por parte dos pais dos discentes ao propor algo diferente nos espaços de aprendizagem. Muitas vezes os professores são criticados por não inovar, mais quando tentar desenvolver novas estratégias de aprendizagens acabam se frustrando com os obstáculos frente à educação. QUESTÃO 6: 5,0 pontos Para responder à questão seguinte, leiaos textos 04 e 05: TEXTO 04 Alfabetização não é uma questão de método. O grande equívoco na área de Alfabetização é que, historicamente, sempre se considerou que alfabetização era uma questão de método. Isso é um equívoco porque nenhuma outra disciplina – Geografia, História, Ciências e Matemática – trata de um só método. São campos de conhecimento que o professor deve conhecer bem para saber como agir para transformar esse conhecimento em um objeto do qual o aluno possa se apropriar. Nós temos mudado de método a todo momento ao longo das décadas e nunca conseguimos resolver nosso problema de alfabetizar todas as crianças ou, pelo menos, a maioria delas no tempo certo. Os professores alfabetizadores sempre perguntam: que método usar? E eles são tão espertos e lúcidos que falam “Eu uso o método eclético”. Ou seja, eles misturam vários e tiram de cada um aquilo que está dando certo para seus alunos. (Fragmento de entrevista realizada pela Revista Nova Escola com a professora Magda Soares. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador- como-este-na-educacao. Acesso em: 30/01/2020). TEXTO 05 O mito da neutralidade da educação, que leva à negação da natureza política do processo educativo e a tomá-lo como um quefazer puro, em que nos engajamos a serviço da humanidade entendida como uma abstração, é o ponto de partida para compreendermos as diferenças fundamentais entre uma prática ingênua, uma prática astuta e outra crítica. Do ponto de vista crítico, é tão impossível negar o caráter político do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. (...) Mas é neste sentido também que, tanto no caso do processo educativo quanto no do ato político, uma das questões fundamentais seja a clareza em torno de a favor de quem e do quê, portanto contra quem e contra o quê, fazemos a educação e de a favor de quem e do quê, portanto contra quem e contra o quê, desenvolvemos a atividade política. (Fragmento retirado do Capítulo 1 – “A importância do ato de ler”, do livro “A importância do ato de ler: em três artigos que se completam”, de Paulo Freire) Com base nos fragmentos anteriores e no material estudado em nossa disciplina, produza um pequeno texto acadêmico no qual você discuta a questão dos métodos no processo de alfabetização. Para isso, parta do texto “Alfabetização: o método em questão”, de Magda Soares, apresentando os métodos trazidos por ela, a discussão que ela faz sobre métodos e facetas e sua relação com o processo de alfabetização, e introduza a perspectiva de Paulo Freire neste debate. RESPOSTA Os textos apresentados mostram como a alfabetização é delimitada pelos métodos. O foco no método “X ou Y” é uma questão equivocada, porque do ponto de vista cognitivo e linguístico para aprender a ler e escrever é preciso fazer relação dos sons da língua com as letras e fazer o registro. A criança aprende gradativamente e vai descobrindo aos poucos o que a grafia representa e a relação com os sons. Para que a criança faça associação é preciso interação mútua com a língua escrita, como ela varia de diversas possibilidades e formas a criança compreende a importância da língua no seu contexto. O professor em sua formação precisa trabalhar de forma integrada e sequenciada. Respeitando suas especificidades. Os conhecimentos em um objeto do qual o aluno possa se apropriar torna-se a principal reflexão para o processo de alfabetização. Uma integração com boa formação não precisa de métodos prontos, e sim saber de que maneira a criança aprende. É preciso fundamentos para analisar esse processo de aprendizagem e fazer as interferências necessárias, aí está á autonomia do professor. A interação da teoria e prática é o que constroem os conhecimentos. Magda Soares traz algumas facetas para orientação da aprendizagem inicial da língua escrita, como a linguística que tem como objetivo apropriação do sistema alfabético e ortográfico que representa o visual e o som. Nesta faceta predomina os métodos sintéticos e analíticos. A interativa tem como objetivo habilidades para compreensão e produção dos textos que dá a compreensão do som, com predomínio do construtivismo. Já a sociocultural são os usos e funções da escrita nos eventos sociais e culturais da escrita. Paulo Freire em suas perspectivas apresenta um olhar mais crítico e aguçado ao processo educativo. Nessa ótica, toda prática de ensino é carregada de ideologia (principalmente as que dizem ser neutras). Desde a criação do Projeto Político Pedagógico da escola que permeia a visão de um mundo com suas escolhas política, com prerrogativas em seus saberes manifestando suas crenças e valores. Apresenta se de forma oculta, ao pensarmos https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador-como-este-na-educacao https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador-como-este-na-educacao qual foi o critério de escolha para que determinado conteúdo estivesse no currículo e ainda qual a intencionalidade. Para Freire, a escola e o professor precisam inserir as pessoas na sociedade respeitando seus pontos de vista, como sujeitos na história. Toda essa “neutralidade” só se finda com uma escola democrática, com atuação dos atores envolvidos, participando ativamente da redação e da revisão do Projeto político Pedagógico. Assim diante de todas as situações destacadas acima, podemos concluir que o processo de alfabetização, não é mecânica, ela é um processo de construção, que ultrapassa as barreias da decodificação, os conteúdos nesse processo devem ter um propósito, não ser descontextualizados, fazendo do aluno um banco de conteúdos.
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