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Célia Gonzaga dos Santos Portfólio – Seminário espaços escolares e não escolares CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA PEDAGOGIA Epitaciolândia 2020 Epitaciolândia 2020 Portfólio – Seminário espaços escolares e não escolares Relatório apresentado ao Centro Universitário FAVENI, como requisito para o aproveitamento da disciplina SEMINÁRIO do Curso de Pedagogia. Célia Gonzaga dos Santos SUMÁRIO 2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................10 REFERÊNCIAS...........................................................................................................11 INTRODUÇÃO Os processos educativos o autor esclarece que: "[...] podem ocorrer nos mais variados ambientes sociais, caracterizando como educação, não apenas os processos de ensino-aprendizagem que ocorrem dentro do ambiente escolar, mas, também, aqueles que ocorrem fora dele” (BRANDÂO, 2007, p. 17). Para Gomes, Silva e Silva (2012, p.4) "[...] a educação, assim, se caracteriza como um processo contínuo que se desenvolve a todo momento onde haja pessoas construindo conhecimentos em interação e inter-relação". Brandão complementa: "Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. ” (BRANDÃO, 2007, p.7). A prática pedagógica em espaços não escolares, neste estudo, tem sido compreendida através de Veiga (1992) como uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social. E que essa prática pedagógica esteja embasada na visão de Freire (1996) ao dizer que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção (p.47). É dentro do tema da educação não formal que envolve assuntos como espaços educacionais, práticas educativas, ações pedagógicas, dentre outros, que o presente estudo buscou contribuir por meio de informações e dados, na fundamentação da importância exercida por esse tipo de educação e formação dos cidadãos. Na Pedagogia se prepara os formandos tanto em relação aos conhecimentos teórico-prático, possibilitar ferramentas necessárias para a atuação docente, preparando o futuro professor para as diversas áreas e campos dos conhecimentos em contextos escolares e não escolares. Sendo assim o portfólio deste semestre o foco é espaço escolares e não escolares, então vamos conhecer um pouco essa temática? 1 DESENVOLVIMENTO A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Nesse contexto, percebe-se uma inter-relação entre a família, o Estado e a sociedade na formação sócio educacional do indivíduo. Para Libâneo (2013), o profissional em pedagogia da atualidade enfrenta um desafio referente a sua atuação, que pode se dar tanto nos espaços escolares ou não escolares, o que acaba, por conta disso, remetendo a uma reflexão sobre sua formação relacionada ao exercício da profissão. O momento de globalização atual que se caracteriza por estabelecer inter- relações de natureza econômica, política, cultural e pessoal entre as pessoas, países, povos, exige do pedagogo uma postura atuante não apenas na escola, como o ambiente que existe fora dela. Libâneo (2013) descreve a importância da formação de um pedagogo stricto: O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas socioeducativas de tipo formal e não formal e informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental – não apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica das escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais [...] na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional etc. (LIBÂNEO, 2013, p. 38-39). Partindo dessas reflexões iniciais, nota-se que o pedagogo da atualidade deve ter ciência com relação a sua prática a qual não mais se limita aos processos tradicionais de ensino-aprendizagem, nos conhecidos espaços escolares formais onde os ensinos eram ministrados (LIBÂNEO, 2013). Através das reformulações que o Curso de Pedagogia vem experimentando nos últimos anos, desde a sua criação em 1939 até o momento da aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia – Resolução CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006, pensa-se em uma Pedagogia Social onde a formação de pedagogos não pode mais ficar limitada a docência somente no âmbito dos espaços tradicionais escolares, mas deve englobar os seus diferentes espaços de atuação (GOHN, 2001). Segundo Matos e Mugiatti (2008), a prática pedagógica nos espaços não escolares deve ser pensada e elaborada para atender as necessidades do indivíduo, acreditando nas suas potencialidades. A prática pedagógica deve superar as barreiras impostas pela educação tradicional dotada de uma visão restrita sobre o ato de ensinar e seus conteúdos. Desta forma entende-se que a visão do profissional em pedagogia deve ser e estar atenta às mudanças e movimentos ao seu redor, buscando pensar sobre suas práticas, reforçando suas potencialidades para que consiga desenvolver um planejamento, trazendo situações enriquecedoras àqueles que orienta. Caracteriza-se então como uma educação que acontece num fluxo que se difere da educação formal no momento em que parte da comunidade a intencionalidade de seu desenvolvimento. É na comunidade que se estabelecem o que será aprendido e o que será ensinado, de acordo com seus anseios. Acontece para atender a uma demanda previamente estabelecida pelas características em comuns dos indivíduos em seu meio, a partir de suas manifestações e demonstrações de interesse. Espaços não-escolares são espaços onde existem o processo educativo diferentemente do modelo formal de educação, que acontece na escola. Espaço não-escolar é o espaço educativo fora dos muros da escola, sendo reconhecido nas ONG’s, nas associações de bairro, nos grupos culturais e/ou religiosos, no CRAS e nos diversos espaços socioeducativos que surgem a todo momento. A responsabilidade pela educação hoje não se limita à escola e aos seus professores, num processo de transmissão de conteúdos pré-definidos. A educação acontece nos diversos espaços onde os indivíduos se interagem e onde há a troca de saberes e o compartilhamento de experiências. O espaço escolar, enquanto espaço físico é um símbolo, disposto e habitado por docentes e discentes, que comunica e educa, além de ser apropriado para uma determinada época. O espaço escolar enquanto território condiciona e explica as relações com os espaços que estão ao seu redor; mostra as relações entre as zonas edificadas e não edificadas da escola, a sua distribuição e o seu uso; além da disposição interna das zonas edificadas. Têm-se que levar em consideração também os espaços pessoais dentro do universo escolar, como a carteira, o arquivo, o armário, o escaninho, etc.... O espaço físico é, para o ser humano, um espaço apropriado, disposto e habitado. Neste sentido, o espaço é uma construçãosocial e o espaço escolar, uma das modalidades de sua conversão em território e lugar. Um dos elementos - chave na configuração da cultura escolar de uma determinada instituição educativa, juntamente com a distribuição e os usos do tempo, os discursos e as tecnologias da conversação e comunicação nela utilizados, é a distribuição e os usos do espaço, ou seja, a dupla configuração deste último como lugar e como território. (...) a instituição escolar ocupa um espaço que se torna, por isso, lugar. Um lugar específico, com características determinadas, aonde se vai, onde se permanece umas certas horas de certos dias, e de onde se vem. Ao mesmo tempo, essa ocupação de espaço e sua conversão em lugar escolar leva consigo sua vivência como território por aqueles que com ele se relacionam. Desse modo é que surge, a partir de uma noção objetiva – a de espaço – lugar – uma noção subjetiva, uma vivência individual ou grupal, a de espaço – território. (VIÑAO, 2005, p. 17) Segundo VIÑAO ( 2005), a análise do espaço escolar implica considerar três aspectos: sua morfologia ou estrutura, seus diferentes usos e funções e a sua organização ou relações existentes entre os seus diferentes espaços e funções. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a educação em espaços não escolares, a educação caracterizada como não formal, desempenha um papel tão significativo quanto a educação formal no processo de construção de uma pedagogia que tenha seu papel esclarecido, desde a formação profissional até os campos de atuação que irá culminar com novas perspectivas e novas práticas profissionais, contribuindo assim para o processo de construção de uma sociedade menos desigual, na qual a mudança da percepção dos sujeitos será também a mudança em sua estrutura social. A educação tal qual se configura hoje também se transfigura ao passo em que busca dentro de seu histórico a construção de sua identidade. Observamos que o ato educativo não se limita às instituições escolares. Antes acontece nas relações sociais, desde a família até os laços comunitários. Pensar a educação hoje implica pensar em formas de transformação social, por meio da compreensão de que é em sociedade que a educação acontece. A partir do momento em que essa compreensão se estabelecer, de que a educação não se limita aos muros escolares e que é através dela que o sujeito pode se perceber enquanto um ser social, teremos uma sociedade em que a emancipação do sujeito e o desenvolvimento de sua consciência crítico-reflexiva não serão mais discursos teóricos com provisões futuras. Teremos de fato uma sociedade em que a reflexão e a ação do homem na transformação de sua realidade acontecem de maneira natural, autônoma. A atuação do Pedagogo em ambientes não escolares é fato e agora embasado em lei, desta forma foi dada mais uma atribuição a este profissional que deverá agir dentro de suas habilidades pedagógicas no âmbito da capacitação de empresas, metodologias de disseminação de informações de ONGs, empresas e Meios de comunicação em geral. Enfim, pretendemos que todos os esforços empreendidos venham a se constituir, neste momento histórico de transição da Pedagogia, contribuindo expressivamente com os processos de construção social e educacional e, também, colaborando para estabelecer uma integração maior da pedagogia visando a uma sociedade sustentável, humana e de natureza realmente transformadora. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos Temas Contemporâneos Transversais, ética/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. VIÑAO, Antônio. Espaços, usos e funções; a localização e disposição física da direção escolar na escola graduada. In: BENCOSTTA, Maucus Levy (org.). História da educação, arquitetura e espaço escolar. São Paulo: Cortez, 2005 FRAGO, Antônio Viñao. História de la educación e história cultural: possibilidades, problemas, cuestiones. In: Revista Brasileira de Educação, no.O. ANPED, set/out/nov/dez 1995. SUMÁRIO 1 DESENVOLVIMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
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