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Gabriela Reis Viol p!asitoses intestinais p!asitoses intestinais p!asitoses intestinais p!asitoses intestinais • As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância, principalmente em pré-escolares e escolares. Sendo consideradas problema de saúde pública. • Sua transmissão depende das condições sanitárias e de higiene das comunidades. Além disso, muitas dessas parasitoses relacionam-se a déficit no desenvolvimento físico, cognitivo e desnutrição. • Grande parte dos casos de enteroparasitoses não é diagnosticada, visto que apresentam-se de forma assintomática, o que dificulta a determinação de sua prevalência e o controle de sua transmissão. • Há uma proporção mínima de crianças infectadas no primeiro ano de vida. • Não foram encontradas diferenças significativas nas prevalências entre os sexos para as parasitoses avaliadas. • A sintomatologia é VARIADA, podendo levar à desnutrição. • Considerada doença emergente em imunossuprimidos: I. Criptosporidíase. II. Isoosporidíase. III. Ciclosporidíase. IV. Micosporidíase. observação: atentar-se durante início de corticoterapia. • EPF é o padrão ouro: simples e específico. • Escolha do método: depende da consistência das fezes no momento da coleta I. FEZES DIARRÉICAS OU DISENTÉRICAS (predomínio da forma trofozoítica) ↠ EXAME DIRETO ↠ coloração lugol ou hematoxilina férrica. Devem ser examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em soluções conservantes, pois os trofozoítas têm viabilidade curta. II. FEZES BEM FORMADAS (formas císticas) ↠ TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO (Faust ou Ritchie). • Solicita-se sempre o exame e técnica diagnóstica • Uma negatividade do exame mas na presença de suspeita clínica ↠ repetir. Gabriela Reis Viol Entamoeba coli e Endolimax nana são parasitas frequentemente encontrados nos exames coproparasitológicos. Porém, são comensais, normalmente, não tendo ação patogênica. DIAGNÓSTICO Os trofozoítas e cistos ↠ principalmente da G. lamblia, são eliminados de forma intermitente, sendo recomendada a coleta de + de 3 amostras/7 dias. • Métodos sorológicos, biópsia jejunal e microscopia do líquido aspirado, exame de escarro e do lavado bronco-alveolar ↠ casos de hiperinfecção pelo S. stercoralis. • ENTEROTEST ↠ pesquisa de G. lamblia no suco duodenal ↠ diarreia crônica, DEP e exames parasitológicos negativos. • MÉTODOS SOROLÓGICOS: I. Imunofluorescência direta ou indireta (EIA), testes rápidos (dipstick-like tests) ↠ abcesso amebiano hepático (95% de detecção). II. ELISA ↠ Cryptosporidium sp., E. hystolitica e G. Lamblia ↠ sensibilidade de 85-95% e especificidade de 90-100%. III. BIOLOGIA MOLECULAR: PCR (complexo e de alto custo) ↠ diferenciação da E. hystolitica (patogênica) da E. Dispar (saprófita). • HEMOGRAMA ↠ anemia, eosinofilia ↠ esquistossomose, ascaridíase, ancilostomíase e estrongiloidíase. • FERRITINA ↠ anemia hipocrômica. • RX DE ABDOME ↠ novelo de parasitas. • RX DE TÓRAX ↠ pneumonite. • EDA ↠ alterações da mucosa intestinal. • US ABDOMINAL ↠ obstrução da árvore biliar e abcesso hepático. Gabriela Reis Viol DIAGNÓSTICO: provas específicas DIAGNÓSTICO: exames inespecíficos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SINAIS SINTOMAS Palidez. Distensão abdominal. Meteorismo. Hipertimpanismo abdominal. Fezes diarreicas com muco e/ou sangue. Diarreia alternada com constipação. Tosse seca e irritativa. Broncoespasmo. Dor abdominal. Náuseas matutinas. Hiporexia. Irritabilidade. Distúrbios de sono. Astenia. Dispneia leve. Prurido cutâneo. • Em poliparasitados ↠ inicialmente tratar os parasitas com risco de migração e os que provocam maior repercussão clínica. • Usar drogas com amplo espectro, eficazes, de menor preço e atóxicas. • EVITAR associação de drogas. • EXCLUIR parasita intestinal com capacidade de disseminação ↠ A. Lumbricoides e S. strecolaris, em pacientes que irão submeter-se a procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral ou inicial quimioterapia. • EXAME DE FEZES: 7 ↠ 14 ↠ 21 dias após término do tratamento. • AMEBÍASE INTESTINAL: 7 ↠ 14 ↠ 21 ↠ 28 dias após término do tratamento. • ESTRONGILOIDÍASE: 8 ↠ 9 ↠ 10 dias após término do tratamento. • ENTEROBÍASE: 5 ↠ 7 dias a partir do 8º dia pós tratamento. • Condições adequadas de sanitários. • Higiene pessoal. • Tratamento de pessoas infectadas. • Cozinhar adequadamente carne bovina e suína. • Depois da evacuação e antes de qualquer refeição ↠ lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão. • Cortar as unhas regularmente. • Não ingerir legumes, verduras e frutas, sem lavá-las de maneira correta. • Não comer raízes cruas sem raspá-las e lavá-las previamente. • Usar sempre calçados em zonas desprovidas de serviços de esgotos. • A água para consumo, quando não encanada e tratada, deve ser fervida. • Evacuar sempre em sanitários ou fossas ↠ nunca diretamente no solo. • Manter o lixo coberto. • Erradicar moscas e baratas. Gabriela Reis Viol Tratamento Além do tratamento específico, deve-se corrigir ↠ anemia e déficits nutricionais. Tratar os contactantes, como na enterobíase. Controle de cura Profilaxia • TRANSMISSÃO: ingestão de água não tratadas, alimentos contaminados com água de esgoto, alimentos contaminados por vetores mecânicos, mãos contaminadas com fezes, transmissão sexual. • Distribuição cosmopolita. • Afeta principalmente crianças de 8 meses aos 12 anos. •Prevalece com taxas de até 30% com baixas condições sócio econômicas. •Pode ocorrer em surtos epidêmicos em ambientes fechados ↠ creches e abrigos. •O cisto resiste até 2 meses em boas condições de umidade. • Adere e lesiona as microvilosidades do intestino delgado, através do disco ventral, ocasionando má absorção intestinal e diarreia. • Desencadeia resposta inflamatória e imune ↠ produção de IgA e IgE ↠ ativação de mastócitos ↠ liberação de histamina ↠ edema ↠ aumento de motilidade ↠ diarreia. QUADRO CLÍNICO • A maioria das infecções é assintomática e autolimitada, podendo haver eliminação de cistos nas fezes por longos períodos. • Indivíduos que nunca entraram em contato com o parasita antes podem apresentar: diarreia aquosa, explosiva, com odor fétido e dor abdominal ↠ diarreia dos viajantes. • Em crianças pequenas é comum ↠ diarreia, esteatorreia, irritabilidade, náuseas, vômitos. • Quadros crônicos associam a desnutrição ↠ má absorção de gorduras e vitaminas lipossulúveis (A, D, E, K), vitamina B12, ferro, xilose, lactose. DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO • NAS FEZES FORMADAS: pesquisa de cistos com salina ou lugol pelo método de Faust. • NAS FEZES DIARREICAS: pesquisa de trofozoítos ou cistos ↠ examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em soluções conservantes, pois os trofozoítos tem viabilidade curta. • NO FLUIDO DUODENAL: pesquisa de trofozoítos em biópsia jejunal ou Entero-test (para diarreia crônica). Gabriela Reis Viol Giardíase DOMÍNIO Eukaria REINO Protista SUBREINO Protozoa FILO Sarcomastigophora SUBFILO Mastigophora CLASSE Zoomastigophora ORDEM Diplomonadida FAMÍLIA Hexamitidae GÊNERO Giardia ESPÉCIE Giardia lamblia DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO • NO SORO: pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI ↠ pouco sensível e específico. • NAS FEZES: pesquisa de antígenos por ELISA ↠ sensibilidade em torno de 85% a 95% e especificidade de 90% a 100%. DIAGNÓSTICO MOLECULAR • AMOSTRAS DE ÁGUA: pesquisa de DNA parasitário por PCR. TRATAMENTO • TINIDAZOL 50mg/kg ↠ dose única ↠ 5 dias. • Maior eficácia: > 90% ↠ > 98% de cura 7 dias após o tratamento, 86% após 14 dias e 72% após 21 dias. • Comodidade de tomada única. • Gosto amargo em 100% dos casos. • METRONIDAZOL 7,5mg/kg ↠ 8/8 horas ↠ 5 dias. • Usado em maiores de 1 ano. • A taxa de cura é 98% ↠ 21 dias após o tratamento ou suspensão de 25mg/ml. • Menores de 10kg ↠ 7,5ml. • 10 a 19,9kg ↠ 15 ml. • 20 a 29,9kg ↠ 22,5 ml. • Maiores de 30kg ↠ 30 ml. • De 8/8 horas ↠ 10dias. • ALBENDAZOL 400mg/dia ↠ 5 dias. • Usado em maiores de 2 anos. • Efeitos adversos pouco frequentes. • SECNIDAZOL 30mg/kg ↠ dose única. • FURAZOLIDONA 5 a 10mg/kg/dia ↠ 6/6 horas ↠ 7 dias. Gabriela Reis Viol O tratamento para giardíase de sintomáticos e assintomáticos, frequentadores de creche ↠ reduz significativamente a prevalência da doença após 6 meses de tratamento. SBP ↠ 5 a 20mg/kg/dia ↠ 12/12 horas ↠ 5 dias. • Geralmente não causa distúrbios intestinais graves. • Pode provocar alergias respiratórias, pneumonias e processos obstrutivas ↠ parasita de ciclo cardiopulmonar. • TRANSMISSÃO: ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados, o ovo eclode a larva ↠ vai para o ID, perfurando-o ↠ atingindo a circulação ↠ fígado ↠ ciclo sistêmico. • Durante a migração pulmonar pode gerar micro hemorragias, pneumonia eosinifólica, pneumonia bacteriana secundária. • Em casos de obstrução intestinal há risco de invaginação intestinal, volvos, obstrução de canais pancreático e biliar. QUADRO CLÍNICO • LABORATÓRIO: eosinofilia. • Irritabilidade. • Alternância entre diarreia e constipação. • Reações alérgicas ↠ a migração pulmonar pode causar uma inflamação alveolar. • Anemia e emagrecimento. • Visualização dos parasitos. TRATAMENTO • MEBENDAZOL 500mg ↠ dose única • IVERMECTINA ↠ 200 µg/kg ↠ 1x ao dia ↠ 2 dias. • ALBENDAZOL 400mg ↠ dose única ↠ repetir após 1 semana. Gabriela Reis Viol ASCARIDÍASE Pode surgir localização ectópica ↠ inflamação em olhos (ducto lacrimal) e ouvido. SÍNDROME DE LOEFFLER • Febre, tosse com estertor a ausculta e eosinofilia. • O paciente que tem asma pode ter essa síndrome sem ter o parasita. Ou em outras situações: hipersensibilidade a um antígeno inalado ou ingerido, neoplasias, efeitos secundários a fármacos. • Outros parasitoses que podem resultar em síndrome de Loeffler são: estrongiloidíase, ancilostomíase, necatoríase. Ascaris lumbricoides • Toxocara canis não é um parasita do ser humano, mas sim de cão e gato. Acidentalmente infecta o homem ↠ larva migrans visceral (LMV). • TRANSMISSÃO: ingestão de ovos larvados através de carnes e vísceras mal cozidas. QUADRO CLÍNIDO • Larva migrans visceral ↠ febre, hepatomegalia, manifestações pulmonares. • Larva migrans ocular ↠ geralmente unilateral ↠ granuloma posterior periférico e enoftalmia crônica. • Toxocaríase oculta (mais prevalente em adultos) ↠ tosse, dor abdominal, rash cutâneo, distúrbios do sono. DIAGNÓSTICO • CLÍNICO. • LABORATORIAL: eosinofilia, hipergaglobulinemia. • TÉCNICAS SOROLÓGICAS E IMQ ↠ ELISA, Western blotting. TRATAMENTO • IVERMECTINA. • ALBENDAZOL. • TIABENDAZOL. • CAMBENDAZOL. • Em casos de envolvimento ocular ↠ corticoide + anti-inflamatório. Gabriela Reis Viol Toxocaríase PROFILAXIA Deve-se realizar o tratamento de animais infectados com ALBENDAZOL e MEBENDAZOL. Além de previnir a contaminação ambiental + educação sanitária. • Trichuris trichiura. • Alta prevalência em regiões quentes e úmidas. • TRANSMISSÃO: ingestão oral. QUADRO CLÍNICO • INFECÇÕES MODERADAS: colite, dor abdominal, sangue e muco nas fezes, disenteria crônica. • INFECÇÕES INTENSAS E CRÔNICAS: dor abdominal, disenteria, sangramento, tenesmo e prolapso retal ↠ associado a geofagia. • ALTERAÇÕES SISTÊMICAS: hiporexia, vômito, eosinofilia, anemia, desnutrição, retardo do desenvolvimento. TRATAMENTO • MEBENDAZOL ↠ 3 dias. • Conhecido como amarelão. • Causado pelo Ancylostoma duodenali e Necator americanus. • No ciclo de vida, o indivíduo defeca no solo ↠ o contato com solo contaminado permite que a larva (filarióide) penetre pela pele. QUADRO CLÍNICO • Déficit cognitivo, baixo desenvolvimento psíquico e de estatura/ peso. • Pneumonite eosinofílica. • Dermatite pruriginosa. • Anemia ↠ sangramento oculto. TRATAMENTO • ALBENDAZOL ↠ dose única. • MEBENDAZOL ↠ 3 dias. • PAMOATO DE PIRANTEL ↠ 3 dias. Gabriela Reis Viol Tricuríase Ancilostomíase PROFILAXIA Evitar contato direto com o solo contaminado ↠ usando calçados. • Enterobius vermicularis. • TRANSMISSÃO: ingestão de ovos, heteroinfecção, auto infecção. QUADRO CLÍNICO • Comumente assintomático. • Prurido anal ↠ parasito na pele da região. • Náuseas, vômitos e dor abdominal. DIAGNÓSTICO • CLÍNICO: prurido anal que se manifesta durante a noite + sinais de irritação perianal ou perineal. • MÉTODO DE GRAHAM ↠ método da fita adesiva. TRATAMENTO • ALBENDAZOL ↠ 400mg ↠ dose única. • MEBENDAZOL ↠ 3 dias. Gabriela Reis Viol Enterobíase SEMPRE investigar contactantes.
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