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FACULDADE ALFREDO NASSER
CURSO DE MEDICINA
ESQUIZOFRENIA: UM RELATO DE CASO COM O USO DO ARCO DE MAGUEREZ.
Trabalho apresentado á disciplina do PROGRAMA INTEGRADO DE ESTUDOS NA SAÚDE DA FAMÍLIA – PINESF para fins de avaliação e composição da “Nota Somativa em Grupo – NASG.”
Acadêmicos: Laila Caruline Coelho
		 Isadora Quirino Campos Araujo
		 Maria Juliana Fávero Dias
APARECIDA DE GOIÂNIA
2020
ESQUIZOFRENIA: UM RELATO DE CASO COM O USO DO ARCO DE MAGUEREZ.
Disciplina: PROGRAMA INTEGRADO DE ESTUDOS NA SAÚDE DA FAMÍLIA – PINESF, VI.
Preceptor(a): Thaiza Dias dos Anjos
		
RESUMO
	A esquizofrenia é caracterizada por dois ou mais dos seguintes sintomas: delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamentos catatônico e sintomas negativos, tendo a duração mínima de 6 meses levando o paciente a um isolamento social e mudança total do seu estilo de vida que possuía antes dos primeiros sinais e sintomas da doença. O transtorno quando não tratado pode trazer malefícios e riscos tanto para o paciente quanto para o cuidador, uma vez que o índice de casos suicidas é de 5 a 6% de acordo com o DSM5, e durante o surto os paciente pode agredir e até causar a morte do cuidador presente. Este estudo tem como objetivo relatar um caso referente a importância da junção do tratamento medicamentoso e não medicamentoso, e consequentemente impedindo o surgimento de complicações e progressão da doença. O presente trabalho trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso com o uso da Metodologia do Arco de Maguerez, essa metodologia consiste em cinco etapas: observação da realidade, pontos chaves, teorização, hipótese de solução e aplicação da realidade. A família alvo constitui em um homem de 35 anos que foi diagnosticado com esquizofrenia aos 30 anos, e hoje sente falta do estilo de vida que possuía pois não sai de casa e não vê ninguém além da mãe e alguns parentes. Conclui-se que é de extrema importância a compressão da doença para adesão o tratamento adequado.
Descritores: Esquizofrenia, delírios, desorganização de pensamentos.
ABSTRACT
	Schizophrenia is characterized by two or more of the following symptoms: delusions, hallucinations, disorganized speech, plays catatonic effects and symptoms, having a minimum duration of 6 months, leading the patient to a social state and a total change in their lifestyle than before of the first signs and symptoms of the disease. The disorder when not treated can bring harm and risks for both the patient and the caregiver, since the rate of suicidal cases is 5 to 6% according to the DSM5, and during the period in which the patient can attack and until causing the death of the present caregiver. This study aims to report a case regarding the importance of drug treatment and non-medication, and consequently prevent the treatment of complications and the progress of the disease. The present work is a descriptive study of the type of case related to the use of the Maguerez Arch Methodology, which methodology is carried out in five stages: observation of reality, key points, theorization, solution method and application of reality. A family member targeted by a 35-year-old man who was diagnosed with schizophrenia 30 years ago, and today misses the lifestyle he had because he never leaves the house and sees no one but his mother and some parents. Conclude whether the compression of the disease for adherence or appropriate treatment is extremely important.
Descriptors: Schizophrenia, delusions, disorganized thoughts.
1. INTRODUÇÃO
	A esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas, caracterizada como uma das doenças psiquiátricas mais graves, com causa desconhecida, porém há fortes evidências de componentes genético e ambiental. É uma síndrome clínica complexa que compreende manifestações psicopatológicas variadas de pensamento, percepção, emoção, movimento e comportamento (DSM -5, 2014).
	Surgi geralmente na parte final da adolescência ou no início da vida adulta. Em doentes do sexo masculino ocorrem geralmente entre os 15 e os 25 anos e, no caso do sexo feminino, observa-se uma distribuição etária bimodal, com um primeiro pico entre os 25 e 30 anos e um segundo pico mais tarde na idade adulta (entre 3% a 10% das mulheres têm o início da doença após os 40 anos de idade) (SILVA, 2006).
	Uma das maiores dificuldades da esquizofrenia reside em sua cronicidade (sintomas negativos) e na recorrência dos sintomas agudos (sintomas positivos). A apresentação desses dois tipos de sintomas é responsável pelas consequências pessoais do convívio com a esquizofrenia que são refletidas na vida afetiva, social, familiar e financeira, com destruição de sonhos, desconsideração do portador como ser humano, sentimentos de menos valia e sentimento de não ser compreendido pelos familiares e amigos (SILVA, 2006).
	A prevalência da esquizofrenia é de 1%, se mostrando com início abrupto ou insidioso, mas a maioria dos indivíduos manifesta um desenvolvimento lento e gradativo e tem sido identificada como uma prioridade em termos de políticas de saúde devido ao déficit de funcionamento inerente e à mortalidade precoce (QUEIRÓS; COELHO; LINHARES; TELLES-CORREIA, 2019).
	De acordo com o DSM-5, o diagnóstico da esquizofrenia requer ≥ 2 sintomas característicos delírios, alucinações, discurso desorganizada, comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico, sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou avolia) por um porção significativa de um período de 6 meses, os sintomas devem incluir pelo menos um dos três primeiros. Acompanhados de sinais prodrômicos ou atenuados da enfermidade com prejuízos sociais, ocupacionais ou de cuidados pessoais devem ficar evidentes por período de 6 meses, incluindo um mês de sintomas ativos (DSM -5, 2014).
	O tratamento da esquizofrenia tem como objetivo reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos, preservar a função psicossocial, prevenir recorrências dos episódios sintomáticos e da deterioração associada do funcionamento e reduzir o uso de drogas ilícitas (SHIRAKAWA, 2000)
	Com particular relevo os médicos de família tem o seu papel fundamentado na detecção, promoção da qualidade de vida, no apoio familiar e social, no diagnóstico e acompanhamento de possíveis comorbidades, algumas associadas ao próprio tratamento psicofarmacológico da doença e encaminhamento a consulta de psiquiatria (OLIVEIRA; FACINA; JUNIOR, 2012)
	A complexidade no diagnóstico da esquizofrenia e no seu tratamento torna o acompanhamento especializado por um médico psiquiatra imprescindível. Nesse sentido, todos os clínicos deverão estar atentos para fatores de risco ou sintomas-chave desta doença e ter um papel ativo no encaminhamento adequado para consulta de psiquiatria, já que o prognóstico da doença é tanto melhor quanto mais cedo for o início do tratamento psicofarmacológico (QUEIRÓS; COELHO; LINHARES; TELLES-CORREIA, 2019).
	Assim o presente estudo tem como objetivo o relato de caso frente a uma experiência de paciente com esquizofrenia tendo como foco diagnóstico, cuidado com o paciente, tratamento não medicamentoso incluindo psicoterapias, onde foi utilizado a metodologia da problematização.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de caso, com uso da metodologia do arco de Maguerez, elaborado no contexto da disciplina PINESF VI, ministrada no sexto período do curso de Medicina da Faculdade Alfredo Nasser. 
O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), da cidade de Senador Canedo. Com J.B.M.D.S, 35 anos, sexo masculino, negro. O critério para inclusão deste paciente no estudo foi ao acaso, de acordo com designação dos agentes comunitários de saúde, da UBS. Onde o J.B.M e sua mãe que é responsável por ele, a todo momento estiveram de acordo com a realização do arco.
A intervenção/estudo ocorreu durante a visita domiciliar, com duração média de 45 minutos em cada visita, e um total de 2 visitas, para que o primeiro passo doarco de Maguerez (observação da realidade) pudesse ser realizado. O estudo ocorreu no período compreendido de janeiro de 2020, a junho de 2020.
Segundo Prado et al (2012), o arco de Maguerez é uma das estratégias metodológica de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento da Problematização. Consta de cinco etapas que acontecem a partir da realidade social: a observação da realidade, os pontos-chaves, a teorização, as hipóteses de solução e aplicação à realidade, sendo as visitas divididas dentre tais elementos do arco.
Para observação da realidade, utilizou-se referência aspectos solicitados na disciplina relativos às esferas biológicas, sociais e psicológicas, assim como elementos relativos às necessidades básicas, expectativas e percepções, e bioenergéticos do paciente, além de questões de moradia, auxílio social, exames e tratamento. Para avaliação clínica, utilizou-se anamnese e exames físicos, com base central semiológica do Porto e Porto (2017). Após avaliação geral do paciente e suas condições de vida, foi traçados os aspectos chaves a serem discutido no presente estudo.
Para discussão dos dados, buscaram-se na literatura (artigos, livros, bases dados, diretrizes e teses, que contivessem assuntos relativos a esquizofrenia, delírios, desorganização de pensamentos.) - sem recorte de tempo, com foco na importância do assunto - elementos para a discussão dos resultados encontrados, para que em seguida fossem traçados as hipóteses de solução e aplicação da realidade. Os dados foram apresentados em forma de texto, divididos em tópicos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE
J.B.M.D.S, 35 anos, sexo masculino, negro, solteiro, 3° ano completo. É brasileiro, reside em Senador Canedo, zona urbana, evangélico, natural de Aparecida de Goiânia. Mora em uma residência simples com a mãe.
Seus problemas começaram com 12 anos onde se envolveu em um acidente, estava em sua bicicleta e foi atropelado por uma moto, onde sofreu traumatismo craniano, após alguns anos, mais precisamente aos 17 anos começou a sofrer crises epiléticas. Foi relatado que sempre que ocorria ingestão de álcool e cigarro a frequência das crises aumentavam.
Em abril de 2015 sofreu um grave acidente de moto, fico em tratamento para queimadura por três meses, em novembro do mesmo ano sofreu uma crise psicótica, onde teve alucinações, falava em celular que não existia, dizia que alguma voz estava mandando-o matar a mãe, irmã e sobrinha. Durante esse período de crise levaram-o para o Batuíra onde ficou internado por 4 meses. Durante sua internação trataram a crise e foi dado o diagnostico com esquizofrenia e transtorno bipolar. Ao sair do batuíra continuou com acompanhamento médico e foi diagnostico com trombose venosa e embolia pulmonar e iniciou tratamento para os mesmo. 
Suas crises epiléticas persistiram até 2017, quando conseguiram enfim acertarem os remédios e doses, porem há 4 meses começou sentir muito desequilíbrio e ter quedas, onde em uma desses sofreu um corte no braço tendo então 21 pontos no corte. Na consulta o psiquiatra optou por retirar o clonazepam e a fenitoina, com isso houve melhora nesses aspectos. Entretanto no início do mês (fevereiro) J.B.M teve uma nova crise epilética e a mãe por conta própria voltou coma as duas medicações e marcou um retorno ao médico o qual não foi possível sabermos o que foi decidido.
Durante a primeira consulta pudemos perceber que o paciente não tem total entendimento sobre sua comorbidade, entretanto sua mãe está totalmente ciente, isso a deixa bem cabisbaixa e triste. Paciente faz uso diário de ácido acetilsalicílico 100mg, fenitoína 100mg, clobazam 20mg, venalot, carbamazepina 200mg, depakene 500mg.
Ao longo da visita J.B.M. se mostrou bem receptivo, respondendo as perguntas que lhe foram feitas com riquezas de detalhe, mas muitas vezes de forma confusa, tendo pausas curtas entre uma frase e com pensamentos desorganizados onde misturando histórias ou até mesmo delírios. Se mostrou interessado no trabalho que lhe foi explicado, criado expectativas para a melhora em sua qualidade de vida.
A casa é composta por três quartos, 1 banheiro, 1 sala, 1 copa com cozinha, 1 área e um quintal relativamente extenso todo no cimento. A moradia organizada composta por mobilhas simples, é possível perceber que se esforçam para manter a organização da casa da melhor forma que conseguem, F.B.M ajuda a mãe em todo o serviço doméstico, isso para ele é uma forma de passar o tempo. A renda da casa vem toda da mãe do paciente que trabalha como auxiliar de enfermagem onde ganha um total de 1.300,00, raramente o pai de F.J.M ajuda com a metade do valor dos medicamento que fica em torno de 800,00 mensais.
Não foi abordado em tempo hábil sobre os aspectos biogenéticos do J.B.M.D.S.
Não foi feito exame físico assim como outras avaliações complementares já que, devido a pandemia do COVID-19 as atividades presenciais foram suspensas.
Paciente foi encaminhado para ambulatório, onde seria acompanhado pelo grupo o qual assistia juntamente a um psiquiatra, entretanto a consulta inicial não chegou a ser realizada, devido as intercorrências ocorrida onde houve a paralização das atividades, sendo assim não ocorreu o acompanhamento ambulatorial, este era de grande esperara e expectativa para o paciente.
3.2 PONTOS CHAVES
· Diagnóstico de esquizofrenia;
· Paciente em alguns situações com pensamentos desordenados;
· Paciente com delírios e alucinações em crises;
· Diminuição ou perda das funções normais e de afeto, com contato visual precário;
· Déficits no processamento de informações e na resolução de problemas;
· Falta de atividades para ocupar seu dia;
· O desconhecimento, por parte da paciente, sobre suas morbidades e fatores de risco associados;
· Renda familiar baixa;
· Mãe é a principal cuidadora.
3.3 TEORIZAÇÃO
	A esquizofrenia segundo a OMS é conhecida como o principal transtorno mental, incapacitante, de caráter crônico, ou grupo de transtornos dos quais as causas ainda estão largamente desconhecidas. Tais causas envolvem uma série de distúrbios do pensamento, da percepção e do comportamento afetivo e social. Considera-se como uma doença universal, visto que nenhuma sociedade ou cultura no mundo tem estado livre da mesma. Produz impacto significativo na vida relacional, social e produtiva dos indivíduos assim diagnosticados, além de afetar o seu prazer em viver. Doença esta que atinge cerca de 1% da população mundial (OMS, 2018).
	Em concordância com o ministério da saúde (MSD, 2018), a doença começa no final da adolescência e perdura por toda a vida, geralmente com função psicossocial prejudicada sem fim à vista. A média de idade para início tende a ser 24 anos em mulheres antecipando-se para 20 em homens, cerca de 40% dos casos. São ínfimos os casos com início na infância, precoces na adolescência, ou mesmos tardio na vida, mas quando encontrados são conhecidos como parafrenia. 
	De acordo com o DSM-5 (APA, 2014), a Esquizofrenia caracteriza-se por sintomas como delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatónico e sintomas negativos, tais como embotamento afetivo, alogia ou avolição sendo que, pelo menos dois destes sintomas devem estar presentes durante um mês, sendo um dos sintomas obrigatórios delírios, alucinações ou discurso desorganizado, devendo excluir-se perturbações de humor ou esquizoafetivas, bem como perturbações relacionadas com substâncias ou estados físicos gerais.
	É compreendido pelo DSM-5 que delírios são crenças fixas, não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes. Seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas (p. ex., persecutório, de referência, somático, religioso, de grandeza). Já as alucinações são experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um estímulo externo. A desorganização do pensamento costuma ser inferida a partir do discurso do indivíduo. Comportamento motor desorganizado ou anormal pode se manifestar de várias formas, desde o comportamento “tolo e pueril” até a agitação imprevisível.Por fim temos os sintomas negativos, que por sua vez, são aqueles em que ocorre perda da função, caracterizando-se por diminuição da atividade motora e psíquica, bem como das manifestações emocionais, exemplificados como afeto plano e anedonia. Esses sintomas podem ocorrer também devido a causas secundárias da doença como privação ambiental, quadros depressivos, ansiedade, além dos efeitos colaterais das drogas antipsicóticas.
	Uma das maiores dificuldades da esquizofrenia reside em sua cronicidade (sintomas negativos) e na recorrência dos sintomas agudos (sintomas positivos). A apresentação desses dois tipos de sintomas é responsável pelas consequências pessoais do convívio com a esquizofrenia que são refletidas na vida afetiva, social, familiar e financeira, com destruição de sonhos, desconsideração do portador como ser humano, sentimentos de menos valia e sentimento de não ser compreendido pelos familiares e amigos.
	Conforme visto no CID-10 a esquizofrenia é subdividida em tipos, na qual cada uma possui características próprias: A esquizofrenia paranoide caracteriza-se pela presença de ideias delirantes relativamente estáveis, frequentemente de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações e de perturbações das percepções. A Esquizofrenia hebefrênica caracteriza-se pela presença proeminente de uma perturbação dos afetos; as ideias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível. A Esquizofrenia Catatônica é caracterizada por distúrbios psicomotores proeminentes que podem alternar entre extremos tais como hipercinesia e estupor, ou entre a obediência automática e o negativismo. A Esquizofrenia Residual é caracterizada pela presença persistente de sintomas “negativos” embora não forçosamente irreversíveis. A Esquizofrenia simples caracteriza-se pela ocorrência insidiosa e progressiva de excentricidade de comportamento, incapacidade de responder às exigências da sociedade, e um declínio global do desempenho. Há ainda a esquizofrenia Indiferenciada, Depressão pós-esquizofrênica, outras e não especificadas. 
	A expectativa de vida em um portador de esquizofrenia é reduzida em virtude das condições medicas associadas, como ganho de peso sendo esse porta de entrada para diversar comorbidades, diabetes, síndrome metabólica e doença cardiovascular e pulmonar que são mais comuns na esquizofrenia do que na população em geral. Já as principais causas de morte na esquizofrenia são os suicídios, acidentes e outras patologias associadas, devido às manifestações que acometem o paciente. Outros fatores de risco são o consumo de drogas, pouca adesão à terapêutica, baixa autoestima, estresse, desesperança, isolamento, depressão e eventos negativos na vida do paciente. O portador de esquizofrenia apresenta ainda problemas cognitivos, tais como dificuldade de abstração, déficit de memória, comprometimento da linguagem e falhas no aprendizado. A combinação desses sintomas causa grande sofrimento psíquico, com prejuízos nas relações familiares e na vida profissional e demais relações sociais.
	A esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática, aparentando ser um conjunto de diferentes doenças com sintomas que se assemelham e se sobrepõem, sendo de origem multifatorial. Portanto, é um transtorno causado por diversos fatores biopsicossociais que interagem, criando situações, as quais podem ser favoráveis ou não ao aparecimento do transtorno. Os fatores biológicos seriam aqueles ligados à genética e/ou aqueles que são devidos a uma lesão ou anormalidade de estruturas cerebrais e deficiência em neurotransmissores ou mesmo estimulo dos neurotransmissores dopaminérgicos, onde constatou-se que a droga psicoestimulante anfetamina, quando administrada em doses altas e repetidas, causa uma psicose tóxica com características muito semelhantes às da esquizofrenia paranóide em fase ativa. Os fatores psicossociais são aqueles ligados ao indivíduo, do ponto de vista psicológico e de sua interação com o seu ambiente social, tais como: ansiedade muito intensa, estado de estresse elevado, fobia social e situações sociais e emocionais intensas. Enfim, indivíduos com predisposição podem desenvolver a doença quando estimulados por fatores biológicos, ambientais ou emociona. (Silva, 2006). 
	O tratamento da esquizofrenia é composto pela terapêutica medicamentosa, psicoterapia e socioterapia. O tratamento medicamentoso é fundamental para controle da esquizofrenia, mas na avaliação dos pacientes, os prejuízos acarretados pelo tratamento medicamentoso podem ser tão intensos quanto os sintomas do transtorno. O tratamento recebido pelos portadores de esquizofrenia dificilmente se coloca à altura da complexidade do transtorno, que deve ser tratado em diversas frentes para que o paciente possa atingir uma boa qualidade de vida. Em condições crónicas, no caso de doenças mentais graves como a esquizofrenia, a qualidade de vida e o suporte social tornam-se ainda aspetos mais relevantes, dado que o tratamento não é curativo.
	Como nos indica o DSM-5 (APA, 2014), na esquizofrenia ocorrem frequentemente disfunções sociais e ocupacionais significativas. O suporte social é um fator de redução do impacto de perturbações aumentando a capacidade dos indivíduos para se adaptarem e fazer frente aos acontecimentos stressantes e à vida diária, assim, os indivíduos com esquizofrenia que possuem relações sociais de apoio, relatam melhores condições de vida, menor sintomatologia e menos internamentos do que indivíduos que carecem desse apoio.
3.4 HIPÓTESE DE SOLUÇÃO
1. Pratica de exercício físico 
	O intuito da prática de atividade física é devido os efeitos positivos que foram encontrados em estudos com pacientes diagnosticados com doença mental. Visto que quando o esquizofrênico sai do sedentarismo ocorre melhoras psicológicas, como diminuição da ansiedade, e depressão, maior tolerância ao estresse, melhora da autoestima, e fisiológicas pois aumentam a temperatura corporal, ativando a atividade adrenal, reduzindo o potencial nervoso do músculo em repouso, fazendo assim a neurotransmissão de noradrenalina, serotonina e dopamina. 
	Seria proposto a pratica de atividades aeróbicas de 4 a 5 vezes na semana com duração de 30 minutos, para atingir assim modificações pertinentes e a promoção da saúde. De acordo com o grupo socioeconômica e com as dificuldades do paciente em sair de casa sozinho seria ideal a prática de atividades aeróbica como caminhada, esteira, corrida, em casa e quando possuir alguém da família ou amigos para acompanha-lo fazer uma atividade ao ar livre seja ela no parque ou até pela vizinhança.
2. Atividade ocupacional 
	O objetivo da atividade ocupacional é preencher seu tempo livre durante o dia juntamente com a sensação de sentir útil. O intuído para essa hipótese era procurar uma casa da cultura perto do bairro da família para o J.S.D.M.S aprender e aperfeiçoar seus talentos manuais na pintura e costura, uma vez que já fez alguns tapetes com auxilio materno. 
	Seria de grande valia fazer um jardim no quintal da casa para ter o cuidado de aguar, adubar e plantar novas plantas do seu gosto, uma vez que a jardinagem acaba sendo um tipo de terapia. Colocar atividades domesticas para serem realizadas durantes o dia antes da mãe chegar, como lavar e estender roupas, varrer o chão, estender a cama ao acordar, jogar o lixo fora e preparar alimentos simples para o lanche e café da manhã. 
3. Acompanhamento familiar ao psicoterapeuta
	Seria proposto um acompanhamento do paciente e da sua mãe, pois é o familiar que mais tem contato direto com os sintomas do filho e com os diagnósticos e notícias dadas pelo médico. A consultas familiares ao psicólogo são de extrema importância, visando um bom convívio com o doente, facilitando a positividade do tratamento do paciente, e também aumentar aceitação dos familiares frente a doença. 
	A mãe de J.B.S.M.D se mostrou bastante preocupada e com humor depressivo, devido a mudança drástica na vida do filho, que antes era independente, trabalhava,tinha uma boa vida social e agora depende dela para tudo. Por ser a única que recebe um salario na residência começou a trabalhar por períodos mais prolongados uma vez que as despesas na casa aumentaram, por isso vem reclamando várias vezes de passar dificuldade financeira no final do mês. Sendo assim, imprescindível seu acompanhamento com terapeuta.
	Já para o paciente é de muita importância o seu acompanhamento com o psicólogo, devido a doença juntamente com o abandono de amigos e familiares, incapacidade de trabalhar e dependência financeira.
4. Lazer em família
	Devido a falta de tempo da mãe, que dobrou sua carga horário de trabalho para sustentar a casa, a família não tem muitos momentos de lazer e um grande vínculo afetivo entre eles. Por isso poderia ser sugerido em um dia da semana, preferencialmente nos finais de semana, realizar um lanche e jogos com os familiares e amigos, para ser um momento de troca de sentimentos, carinho e distração, assim aproximando mãe, filhos, familiares e amigos. Nos dias de semana mãe e filho podem fazer o jantar juntos, dividindo as tarefas e tendo um momento de conversa e afeto. Fortalecendo assim laços familiares, reduzindo estresse e melhorando na qualidade de vida, com intuito de auxiliar o tratamento medicamentoso do paciente. 
3.5 APLICAÇÃO DA REALIDADE
	Devido a pandemia do COVID 19, não foi possível terminar as visitas e realizar as hipóteses de solução propostas para a melhora na qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Sendo assim com as hipóteses supracitadas espera-se que o paciente J.B.S.M.D:
1. A pratica de atividade física tem o intuito de distração, diversão e o fortalecimento do ego através do contato social, devido o paciente reclamar de se sentir muito sozinho e sem atividades para realizar, uma vez que a mãe trabalha no período vespertino e matutino. Além de ser importante no prognostico da doença, devido a liberação de noradrenalina, serotonina e dopamina.
2. No caso da aplicação da atividade ocupacional na vida do paciente seria de grande importância, uma vez que realizar atividades domesticas e trabalhos manuais podem ajudar financeiramente a família dando assim maior autonomia e dias mais produtivos para o paciente. 
3. As consultas psiqcomotoras tem como objetivo a promoção do diálogo com a equipe profissional sobre incertezas, medo e mudanças, servindo como apoio, acolhimento e orientações para melhora na qualidade de vida de ambos, assim prevenindo outros problemas psiquiátricos. 
4. Família é essencial no tratamento e acompanhamento do doente, dando apoio, carinho e dedicação, par estabelecer uma confiança e melhor aceitação no tratamento, assim obtendo resultados satisfatórios. Além disso, o apoio dos familiares nas fases difíceis torna os obstáculos mais fáceis de serem enfrentados. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Foi evidenciado com o estudo sobre a estimativa de melhora na qualidade de vida do paciente portador de esquizofrenia, sobre a grande importância da presença dos familiares, atividade ocupacional e pratica de atividade física para um resultado positivo ao tratamento do paciente. A mãe se mostra presente, mesmo tendo uma carga horário pesada no seu trabalho, controla os medicamentos e horário que devem ser tomados, prepara a alimentos para o filho comer durante o dia e leva a consultas quando necessário, tendo como objetivo um avanço benéfico no estado clínico do filho. 
	Durante o encontro na residência do paciente adotado que tivemos no semestre, foi levantado hipóteses que melhoraria a relação do doente com a doença psiquiátrica, tendo como o maior foco atividades ocupacionais, visando obter uma estabilização e melhora do quadro clínico. Não foi possível obter sucesso, devido a pausa das visitas, mas era esperado com a aplicação uma melhora significativa nos sintomas depressivos da mãe e do filho, além dos sintomas da esquizofrenia. 
	Dito isso, esse trabalho teve como objetivo destacar a importância da ocupação da mente, contato social e a pratica de atividade física, de forma diária, assim regulando os sintomas do paciente. Buscando a prevenção de complicações e a conscientização, para solucionar problemas já instalados. Com o intuito de resolução de problema, por meio de observação da realidade e aplicação do Arco de Maguerez. 
Como não foi possível obter respostas as hipóteses de solução levantadas para a família, é notado assim a importância e a necessidade do acompanhamento desse paciente, através das campanhas na unidade de saúde e visitas das agentes de saúde para realizar a conscientização.
	A realização desse estudou contribuiu para o aprendizado do grupo e para reflexão crítica, ética e humanística relacionada ao assunto estudado, visto que é direito e necessidade do paciente obter frequentemente informações sobre a sua patologia e o tratamento adequado, evitando complicações. É muito importante também munir os familiares de conhecimento sobre a fisiopatologia da doença. 
	Entrar em contato com uma realidade além da nossa nos proporcionou amadurecimento quanto profissionais e seres humanos, cultivando o respeito pelo próximo e plantando em nosso coração um desejo por ver essas pessoas com saúde e consciência sobre suas próprias condições e de seus próximos. Mesmo a paciente não aderindo as propostas realizadas, a deixamos mais consciente sobre a sua doença.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1- American Psychiatric Association. (2014). DSM-5- Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais. (5a ed.). Porto Alegre: Artmed..
2- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2000). The world health report 2000: Health System: improving performance.Genebra: OMS, 2000. 
3- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: Critérios diagnósticos para pesquisa. Porto Alegre: Artes Médicas.
4- ESQUIZOFRENIA: uma revisão. Artigos Originais: Schizophrenia: a review, São Paulo,SP, v. 17, ed. 04, 2006.
5- DAVID, J. KUPFER, M.D. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
6- OLIVEIRA, R. M; FACINA, P.C.B.R; JUNIOR, A.C.S. A realidade do viver com esquizofrenia. Rev Bras Enferm, Brasília 2012 mar-abr; 65(2): 309-16.
7- SHIRAKAWA, I. Aspectos gerais do manejo do tratamento de pacientes com esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22  s.1 São Paulo May 2000.
8- SILVA, R.C.B. Esquizofrenia: Uma revisão. Psicologia USP, 2006, 17(4), 263-285.
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10- SLOBODA, ROSANGELA. ATIVIDADE FÍSICA E ESQUIZOFRENIA: PERCEPÇÃO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS. Orientador: Prof. Dr. Adair da Silva Lopes. 2002. ATIVIDADE FÍSICA E ESQUIZOFRENIA (Mestre em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Catarina, [S. l.], 2002.

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