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Estácio - Referências PCC - Neuropsicologia e as Funções Cognitivas

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Neuropsicologia e as Funções 
Cognitivas 
 
FONTES, Maria Alice; FISCHER, Claudia Petlik. Neuropsicologia e 
as Funções Cognitivas. Artigo. São Paulo, SP: Site Plenamente, 
ago. 2006. Disponível em: < 
http://plenamente.com.br/artigo.php?FhIdArtigo=66# >. Acesso em 
05 set. de 2020. 
 
O interesse do ser humano em buscar explicações sobre o 
comportamento e uma possível relação com o cérebro data desde a 
Antiguidade, época em que os gregos se tornaram os pioneiros na 
localização de lesões cerebrais em feridos de guerra. 
Desde então, a trajetória das neurociências vem se 
desenvolvendo ao longo dos séculos, até chegar 
nos dias atuais, em que o avanço do aparato 
tecnológico e médico-científico possibilita a 
investigação mais complexa da atividade cerebral e 
sua correlação como comportamento humano, e 
ainda assim há muito para se descobrir nesse 
campo da ciência. 
 
A neurociência é um campo interdisciplinar que abrange um conjunto 
de disciplinas dentre outras: neuroanatomia, neurofisiologia, 
neuroquímica, neuroimagem, genética, farmacologia, neurologia, 
psicologia, psiquiatria. As neurociências procuram estudar as várias 
relações entre o comportamento e a atividade cerebral. 
 
Dentro das neurociências, o papel do psicólogo vem conquistando um 
grande destaque, que resultou na Resolução nº 02/2004 do Conselho 
Federal de Psicologia, que regulamenta a prática da neuropsicologia 
(diagnóstico, acompanhamento, reabilitação e pesquisa) como 
especialidade do profissional psicólogo através de registro e titulação. 
 
 
http://plenamente.com.br/artigo.php?FhIdArtigo=66
 
 
Todas as tarefas que diariamente realizamos necessitam da atividade 
cerebral. Para ler e compreender esse texto, anotar um recado para 
um colega, reconhecer alguém e lembrar seu nome, calcular o 
orçamento doméstico, conversar com uma pessoa, saber que amarelo 
é uma cor e que carro é um meio de transporte, lembrar o caminho de 
casa, são apenas alguns de uma infinidade de funções que nosso 
cérebro faz no dia a dia. 
 
As principais funções cognitivas são: percepção, atenção, memória, 
linguagem e funções executivas. É a partir da relação entre todas 
estas funções que entendemos a grande maioria dos 
comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior 
complexidade, e que exigem atividades cerebrais mais elaboradas. 
 
ATENÇÃO 
 
A atenção é uma função cognitiva bem complexa e diversos 
comportamentos resultam de um nível adequado de atenção para 
serem bem sucedidos, por exemplo: assistir um filme e compreendê-
lo; manter o foco de conversação em um ambiente ruidoso. A atenção 
também é um pré-requisito fundamental para o processo de 
memorização. 
 
O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um 
foco, seja de um estímulo ou informação, entre as inúmeras que 
obtemos através de nossos sentidos, memórias armazenadas e outros 
processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa atenção 
para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os 
outros estímulos que não os principais, passam a fazer parte do 
“fundo” não sendo mais os focos na atenção. 
 
Podemos estudar e avaliar os diferentes aspectos da atenção, por 
exemplo: 
• atenção seletiva: quando o indivíduo escolhe um estímulo ao qual 
prestará atenção, por exemplo, ler um livro ao invés de assistir tv, 
mesmo que esta esteja ligada e faça ruídos ao fundo; 
• atenção dividida: caracteriza-se pela capacidade do indivíduo em 
prestar atenção em mais de um estímulo ao mesmo tempo, por 
exemplo, conversar enquanto dirige um veículo, trabalhar no 
computador enquanto atende ao telefone; 
Nossa capacidade de manter a concentração é restrita, e depende de 
inúmeros fatores, desde a falta de vontade ou ânimo por algum 
assunto, até a dificuldades específicas, como as presentes no TDAH 
(veja seção principais diagnósticos) que interferem na capacidade de 
atenção seletiva e dividida, ou seja, todos nós temos alguma 
dificuldade atencional, se isso representa um problema a ser tratado, 
depende do grau de comprometimento e do número de sintomas. 
 
Problemas de concentração podem ser resultantes de um distúrbio 
atencional simples, ou a uma inabilidade de manter o foco de atenção 
intencional, ou até aos dois problemas ao mesmo tempo. No nível 
seguinte de complexidade, está o rastreamento mental que também é 
afetado por dificuldades atencionais. A preservação da atenção é um 
pré-requisito para atividades que requeriam, tanto concentração, como 
rastreamento mental. A habilidade de manter a própria atenção focada 
em um conteúdo mental fica diminuída, ou seja pode-se ter dificuldade 
de para se manter uma sequência de pensamentos simples, o que 
invariavelmente compromete a habilidade de solução de problemas 
mais complexos. 
 
Elucidar a natureza dos problemas atencionais, depende não somente 
da complexa observação do comportamento geral do paciente, assim 
como o desempenho em testes específicos que envolvam 
concentração e trilhas mentais. Somente com a comparação entre as 
várias observações, pode ser possível a distinção entre os déficits 
globais e aqueles mais discretos e normais presentes na maioria das 
pessoas. 
 
 
MEMÓRIA 
 
A memória é uma das funções cognitivas mais utilizadas pelo ser 
humano em seu cotidiano. Memória é a capacidade de armazenar 
informações, lembrar delas e utilizá-las no presente. O bom 
funcionamento da memória depende inicialmente de do nível de 
atenção. Para que o bom armazenamento aconteça outras atividades 
cognitivas como a capacidade de percepção e associação é 
importante para que as informações possam ser armazenadas com 
sucesso. 
 
A memória pode ser classificada de forma simples, de acordo com a 
duração e os tipos de informação envolvidos: 
• memória de curto prazo: também conhecida como memória de 
trabalho, armazena (numa quantidade limitada) informações por 
alguns minutos. A memória de trabalho possibilita, por exemplo, uma 
pessoa discar um número de telefone que alguém acabou de lhe dizer 
ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento. 
• memória de longo prazo: ao contrário da anterior, a memória de longo 
prazo tem uma capacidade maior para o armazenamento de 
informações, que permanecem com o indivíduo durante longos 
períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Por exemplo, 
as lembranças de fatos ocorridos na infância, o aprendizado de 
conteúdos escolares, a fisionomia ou o nome de alguém que ao se vê 
há tempos, etc. Dentro da memória de longo prazo, encontram-se os 
seguintes tipos: 
 
- memória episódica: fazem parte desse conjunto os eventos 
vivenciados pela pessoa que os recorda, em um determinado tempo e 
lugar, por exemplo, uma viagem de férias, o primeiro dia num 
emprego, o nascimento de um filho, ou até eventos negativos como 
uma situação de violência. Assim, a memória episódica é constituída 
por lembranças autobiográficas que representam um significado 
importante para o indivíduo. 
 
- memória semântica: corresponde ao conhecimento de fatos da vida 
em geral, como o idioma falado, o significado das palavras, o nome de 
objetos e que não têm qualquer ligação com as experiências dotadas 
de algum tipo de emoção, como descrito na memória episódica. 
 
- memória procedural: esse tipo de memória é ligado ao conhecimento 
de procedimentos corriqueiros e automáticos, por exemplo, lembrar 
como se toca um instrumento musical, andar de bicicleta, vestir-se, 
etc. 
Com o avanço da idade, a partir do 50 anos, é comum as pessoas se 
queixarem de dificuldades de memória, o que traz um certo 
desconforto ou ate o receio de que possa ser o início de um quadro 
patológico, como o Mal de Alzheimer, porém é importante ressaltar 
que o declínio da memória como avanço da idade é completamente 
normal. 
 
Não é só a idade que provoca prejuízos na capacidade de memória; o 
estresse emocional, a depressão e problemas de ordem física são 
outros importantes fatores. 
 
Por outro lado, existem também fatores que favorecema memória, 
como a motivação e as emoções. Quanto maior o interesse em 
aprender algo, melhor será o armazenamento das informações obtidas 
nesse processo, assim quanto maior o número de emoções (sejam 
elas positivas ou negativas) atribuídas a um evento mais chances dele 
permanecer na memória para uma futura recuperação. 
 
LINGUAGEM 
 
A linguagem é uma função que usamos todos os dias, durante a maior 
parte do tempo, seja através da linguagem oral (numa conversa) ou da 
escrita (ao ler ou escrever um texto). 
 
O conceito de linguagem é definido pelo uso de um meio organizado 
de combinar as palavras a fim de se comunicar, embora a 
comunicação não se constitua unicamente num processo verbal. As 
formas não-verbais, como gestos ou desenhos também são capazes 
de transmitir ideias e sentimentos. 
 
Tanto a fala quanto a escrita são processos em que o indivíduo 
seleciona as palavras que conhece e as organiza num determinado 
contexto, dentro das regras gramaticais de seu idioma. 
 
A linguagem é um processo que ocorre apenas se existir uma 
sequência coerente de símbolos (sons ou palavras). Assim, para uma 
comunicação ser satisfatória, o indivíduo precisa compreender uma 
determinada informação para entender a seguinte, e daí por diante até 
o fim de um texto ou uma conversa. 
 
Mesmo que a pessoa leia um texto com muita atenção e 
compreensão, dificilmente as frases serão armazenadas exatamente 
iguais como aparecem no texto. Apenas as informações mais 
relevantes, como palavras-chave e as ideias centrais, serão 
necessárias para a compreensão e armazenamento na memória de 
longo prazo. 
 
A leitura adequada é aquela que o sujeito organiza as palavras em 
grupos coerentes, dos quais será extraído um significado geral e 
associados ao tema principal do texto. 
 
A linguagem também é caracterizada pela sua constate evolução, pois 
embora as pessoas respeitem os limites de sua estrutura (gramática, 
ortografia), elas podem produzir novas elocuções a qualquer 
momento. Basta observar as mudanças ocorridas na escrita de certas 
palavras há algumas décadas atrás, por exemplo “pharmácia”. 
 
PERCEPÇÃO 
A percepção é uma função cognitiva que se 
constitui de processos pelos quais o sujeito é 
capaz de reconhecer, organizar e dar significado a 
um estímulo vindo do ambiente através dos órgãos 
sensoriais. 
 
Por exemplo, se um indivíduo tem seus olhos 
vendados e lhe são oferecidos alguns objetos para 
tatear, ele é capaz de reconhecer - através de 
informações armazenadas - a textura (áspero ou macio, duro ou 
mole), a forma (quadrado, redondo, grande, etc.) e depois nomear o 
objeto. O mesmo processo ocorre com os outros sentidos como o 
olfato (reconhecer que é “cheiro de fumaça"), a gustação (identificar se 
algo é doce ou salgado), a audição (saber que um som é do canto de 
pássaros), ou a visão (identificar um obstáculo ao dirigir um veículo e 
desviá-lo). 
 
As agnosias são os déficits na capacidade de percepção dos 
estímulos sensoriais, especialmente os relacionados à visão. Embora 
o sujeito não seja portador de qualquer tipo de deficiência sensorial, 
ele não é capaz de reconhecer e identificar o estímulo que lhe é 
oferecido, normalmente em consequência a lesões cerebrais 
adquiridas. 
 
FUNÇÕES EXECUTIVAS 
 
As funções executivas compreendem um conceito neuropsicológico 
que se aplica às atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento 
e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, a 
estratégias, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Todos 
esses processos cognitivos são produzidos diariamente, pois uma 
série de problemas - dos mais simples aos de maior complexidade - 
 
 
 
ocorrem na vida do ser humano. Assim, independente do grau de 
complexidade do problema, o sujeito precisa estar apto para analisar a 
situação (problema), lançar mão de estratégias, e antever as 
consequências de sua decisão. 
 
O cotidiano oferece diferentes desafios ou simplesmente situações 
imprevistas que exigem uma boa habilidade para um manejo 
adequado. Por exemplo, descobrir o melhor caminho para se chegar 
num determinado local, uma nova função no emprego, aumentar o 
orçamento doméstico, ou mesmo durante o desenvolvimento da 
criança, que a cada momento descobre uma nova possibilidade e vai 
em busca de uma nova habilidade. 
 
Existem três tipos de resolução de problemas: 
• inferente: utilizada quando o indivíduo está frente a uma situação 
desconhecida e pela qual ainda não existem soluções disponíveis. 
Sendo assim, é necessário avaliar os elementos que compõem o 
problema e deduzir (inferir) qual a melhor estratégia para superar 
aquele problema, ou no pelo menos minimizar seus efeitos. Na 
medicina isso é bastante utilizado quando se tem um determinado 
quadro patológico desconhecido. 
• analógica: é o uso de recursos anteriormente utilizados em situações 
semelhantes. 
• automática: é o tipo que se caracteriza pela espontaneidade. Ocorre 
principalmente se a pessoa que o utiliza tem bastante prática no 
problema, por exemplo, um motorista experiente. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Como pode ser visto todas as funções cognitivas interagem entre si. A 
separação existe apenas para fins educativos, pois o ser humano é 
caracterizado por sua totalidade. As funções executivas reúnem todas 
as funções anteriores. Para resolver um determinado problema, o 
sujeito precisa utilizar todas as funções cognitivas. Por exemplo, ao 
detectar um cheiro de fumaça (atenção), ele vai reconhecer 
(percepção) de acordo com o que já foi aprendido (memória) que esse 
pode ser um sinal de incêndio; a partir de então ele busca estratégias 
para solucionar o problema, como primeiro se certificar do que se 
trata, manter a calma, retirar as pessoas do local, e chamar por 
socorro (funções executivas). 
 
A atuação do neuropsicólogo - seja na pesquisa, na avaliação ou na 
reabilitação - se dá sobre os quadros que envolvem algum distúrbio 
das funções cognitivas, como Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade, Mal de Alzheimer, Dislexias, ou qualquer distúrbio 
neurodegenerativo, na avaliação pré-cirúrgica, etc. 
É importante lembrar que a neuropsicologia é uma área das 
neurociências e que portanto, o neuropsicólogo não trabalha sozinho, 
e sim existe uma equipe atuando em conjunto para o bem estar do 
paciente. 
 
Referências bibliográficas 
 
1. www.happyneuron.com 
2. Andrade, F.H.S. (org.) Neuropsicologia hoje. São Paulo: Artes 
Médicas, 2004. 
3. Mello, C.B. (org.) Neuropsicologia do desenvolvimento. São Paulo: 
Memnon, 2005. 
4. Sternberg, R. J. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 
2000. 
2006-08-15 00:00:00 
 
http://www.happyneuron.com/

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