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L10 RIM - NECROSE DE COAGULAÇÃO

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Caso Clínico 07: L10 RIM - NECROSE DE COAGULAÇÃO 
Carol Esli Seixas da Silva 
Profª Tânia 
RESUMO CLÍNICO 
Paciente portador de cardiopatia chagásica foi a óbito por arritmia cardíaca. Três dias antes 
apresentou forte dor lombar com hematúria. 
Macroscopia: 
 Rim apresentando região cortical alargada e pálida, pesando 150g. Na região cortical observou-
se uma área triangular com vértice voltado para a medula, de cor branca amarelada. Ao redor 
desta área havia um halo hemorrágico (vasos congestos e sangue extravasado nas bordas da área 
necrótica) e uma rima amarelada (afluxo de neutrófilos na borda da área necrótica). 
Microscopia: 
 Macroscopicamente identifique no corte histológico uma área rósea, ligeiramente triangular 
(área branco-amarelada na macroscopia). 
 No microscópio identifique o parênquima renal preservado ao redor da área róseo clara. 
 Compare a área de necrose (róseo-clara) com a área necrótica e identifique a diferença nos 
contornos das células (tubulares e glomerulares) mesmo que o núcleo já tenha desaparecido. 
 Mais perifericamente ou junto com os vasos congestos, note que há um aumento de número de 
células. Estas células são neutrófilos que irão fagocitar restos de tecido necrosado. 
Nota: 
 O termo coagulação foi baseada na aparência do citoplasma das células necróticas, cujas 
proteínas parecem coaguladas, grumosas, perdendo o caráter levemente basofílico (azuladas), 
para assumirem uma cor rósea (eosinofilia). O tecido morto se apresenta como uma massa de 
material desnaturado, coagulado, de difícil remoção a não ser por heterólise. É típico das 
necroses de coagulação a preservação histológica dos limites celulares e da estrutura do órgão, 
isto é, olhando o tecido morto você consegue fazer o diagnóstico do órgão. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
A dor lombar acompanhada de hematúria são sintomas de infecção urinária e síndrome do quebra-nozes 
(compressão da veia renal esquerda pela artéria mesentérica superior em sua passagem entre esta e a aorta 
abdominal). A hematúria também pode ser causada por prostatite, pedra no rim ou doença renal crônica. 
Outras causas para dor lombar por distensão muscular, osteoporose e hérnia de disco. 
PREVALÊNCIA 
Segundo o Boletim Epidemiológico da Agência de Secretaria em Saúde do Ministério da Saúde de 2012 a 
2016, dos 1190 casos confirmados de Doença de Chagas Aguda, a faixa etária mais acometida foi de 20 a 49 
anos (49%) e a maioria do sexo masculino (55%). 
CAUSA MAIS PROVÁVEL QUE LEVOU O INDIVÍDUO A DESENVOLVER A PATOLOGIA EM QUESTÃO 
Infarto isquêmico provocado pela cardiopatia chagásica. 
SINTOMAS CLÍNICOS APRESENTADOS PELO INDIVÍDUO E CORRELAÇÃO COM OS PROCESSOS 
PATOLÓGICOS 
A arritmia cardíaca, provavelmente, foi devido aos danos que o Trypanosoma cruzi causa nas terminações 
nervosos que vão para o coração. Já a dor lombar e a hematúria, provavelmente, foram causados pela 
isquemia renal devido a um troboêmbolo. 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MICROSCÓPICAS E MACROSCÓPICAS DO TECIDO AFETADO 
 
 Figura 1 - Robbins & Cotran, p. 97 - Infarto renal em forma de cunha (em amarelo). 
 
Figura 2 - Robbins & Cotran, p. 97 - Vista microscópica da borda o infarto, com células renais normais (N) e células 
necróticas no infarto (I), mostrando contornos celulares preservados, mas com perda dos núcleos e um infiltrado 
inflamatório (visto como núcleos das células inflamatórias entre os túbulos necróticos). 
 
 
Figura 3 - Córtex renal, mais afetado pela isquemia, células sem núcleo. 
 
Figura 4 - Medula renal. Região com halo hemorrágico. Hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo na região). 
MECANISMO DE COMO O PROCESSO PATOLÓGICO FOI FORMADO 
O paciente contraiu a doença de Chagas, uma doença infecciosa provocada pelo protozoário Trypanosoma 
cruzi, que está presente nas fezes do inseto triatomíneo (barbeiro). A transmissão da doença se dá, 
principalmente, pela picada do Bicho Barbeiro, que tem hábitos noturnos e costuma defecar sobre a área 
picada, ou pelo consumo de alimentos contaminados pelas fazes do inseto, como cana de açúcar e açaí. A 
doença passa primeiro por uma fase aguda na qual a maioria dos pacientes é assintomáticos, no entanto, 
alguns podem apresentar inchaço e eritema na área da picada do inseto ou ainda cardiopatia aguda. Depois, 
a doença fica um longo período na fase de latência, que é assintomática e pode durar anos ou até mesmo 
décadas. Por último, cerca de 20 a 40% dos pacientes desenvolvem uma fase crônica após o período de 
latência. O principal quadro da fase crônica da doença de Chagas é a miocardiopatia crônica. O protozoário, 
T. cruzi, causa lesões nas fibras cardíacas, expondo o colágeno. Devido a isso, uma cascata de coagulação é 
ativada, provocando o aumento da agregação paquetária, favorecendo a formação de um trombo mural, que 
pode ser embolizado (trombo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea) devido aos movimentos 
cardíacos. Este tromboêmbolo segue até um ramo da A. Renal, obstruindo-a e causando isquemia seguida de 
infarto anêmico. A isquemia prolongada do rim leva à morte celular (necrose de coagulação) e à perda da 
capacidade desse órgão regular a pressão arterial. Além disso, o protozoário também pode causar lesões no 
sistema de condução cardíaco, provocando arritmias. 
 
REFERÊNCIAS: 
1. ROBINS & CONTRAN. Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9ª Edição. Rio de Janeiro: Editora 
Elsevier, 2016. 
2. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. 9a Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2016. 
3. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE | MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doença de Chagas Aguda e 
distribuição espacial dos triatomíneos de importância epidemiológica, Brasil 2012 a 2016. Boletim 
Epidemiológico, Vol 50, Nº 2, jan de 2019. Disponível em: 
http://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/23/2018-025.pdf. Acesso em: 07 de ago de 2020. 
4. PEARSON, R. D. Doença de Chagas. Manual MSD Versão para Profissionais de Saúde, mar de 2017. 
Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/doen%C3%A7a-de-chagas. Acesso em: 06 de ago de 
2020. 
5. ANDRADE, Z. A. Patologia da doença de Chagas: história e desafios. Portal da Doença de Chagas, 
Fiocruz, 2017. Disponível em: http://chagas.fiocruz.br/patologia/. Acesso em: 07 de ago de 2020. 
 
 
http://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/23/2018-025.pdf
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/doen%C3%A7a-de-chagas
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/doen%C3%A7a-de-chagas
http://chagas.fiocruz.br/patologia/

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