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Breve Análise do Filme-Daens, um Grito de Justiça.

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Breve Análise do Filme: Daens – um grito de Justiça 
Com base na obra de Maria Inês Souza Bravo 
 
O filme assistido apresenta inúmeras expressões da questão social, agravadas pela 
contradição entre capital e trabalho, que se apresentam em Aalst, uma cidade localizada na Bélgica. 
O drama ocorre na década de 90, tratando ainda de aspectos da Revolução Industrial. A pobreza 
extrema, pauperização da classe trabalhadora, mortalidade infantil, extensas horas de trabalho, 
abuso de mulheres, péssimas condições de saúde para a classe subalterna, exploração em massa, 
tudo isso representa a população de Aalst. 
De um lado os detentores do poder, do saber, da política e do lucro, que alienam a 
população com a ajuda da Igreja Católica, enquanto de outro lado essa população vulnerável forma 
uma periferia excluída das decisões públicas. Mas com a chegada do padre Adolphe Daens, dotado 
de uma visão mais crítica, este se indigna com a morte e exploração das crianças que são vitimas da 
indústria têxtil, o que leva ele a conhecer a situação das famílias que viviam nos recantos daquela 
cidade, sem o que comer e submetidos à dominação do capitalismo que avançava ali nas custas dos 
pobres marginalizados. 
O padre designado para aquela cidade passa a ser perseguido, pois ele ameaça a ordem 
social denunciando as injustiças que ocorrem em Aalst e esclarece a visão da classe trabalhadora 
propiciando as revoluções e movimentos sociais. Ele fica a favor dos operários e contra o trabalho 
infantil e na medida em que o filme vai acontecendo, entendemos como existem ideias antagônicas 
que muitos “católicos” propagam a respeito de Deus e da fé, as quais favorecem a dominação sobre 
os alienados, fazendo com que aceitem as condições impostas. 
Essas ideias também são impostas ao padre Daens, mas ele sendo um revolucionário crítico 
não se contenta com as explicações dadas à ele, então, não se torna um aliado da burguesia, apesar 
das controvérsias apresentadas no filme o padre acaba se juntando aos socialistas para lutar em prol 
dos operários. 
Buscando fundamentos na autora Maria Inês Souza Bravo (1996), ela retrata bem em seu 
texto o que ocorre nas cenas do filme, quando fala sobre o novo avanço das forças produtivas no 
século XVIII, que fortalece a produção em massa e a nova agricultura, onde ocorre a multiplicação 
da produtividade do trabalho humano e o aprofundamento da alienação, assim acelera-se rumo ao 
capitalismo industrial, com o destaque para o recrutamento elevado de mulheres e crianças, como 
visto no filme, por ser a mão de obra mais barata passa a substituir o trabalho dos homens. 
Esse é o quadro de agravamento da questão social, no qual, o trabalho humano fica 
marcado pela exploração, e os preços altos gerando fome e mendicância, enquanto isso é abafado 
por medidas assistencialistas, como pode ser percebido na cena em que o bispo oferece sopa para 
atenuar as rebeliões contra a indústria e de repente os socialistas oferecem uma sopa melhor para 
que os trabalhadores não desistam da luta pelos direitos. A autora Bravo (1996) ainda acrescenta 
que os operários trabalham até dezesseis horas por dia, sem quaisquer condições ou direitos, 
portanto, isso é muito evidente no filme, que, por sua vez, nos permite ver em cenas muito reais 
como tudo isso ocorre. 
 
Referência 
 
BRAVO, Maria Inês de S. Serviço Social e Reforma Sanitária: lutas sociais e práticas 
profissionais. São Paulo, Cortez, 1996.

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