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Apostila Gestão da Inovação

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APOSTILA DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
UNIDADE 1
Explorando a temática I
Introdução das inovações tecnológicas no mercado   
   
A sobrevivência das empresas e seu crescimento têm relação direta com a inovação de produtos e processos. A importância da inovação tem feito então as empresas deixarem em segundo plano os departamentos tradicionais como RH e Financeiro, por exemplo.  
  
A necessidade por esta inovação tem feito com que várias teorias e discussões práticas ocorram em torno do tema. Por isto, torna-se de extrema relevância estudarmos os conceitos das teorias e até mesmo alguns casos práticos, de como estas inovações podem levar a melhor estruturação das organizações.  
  Gestão da Inovação
Como você poderá perceber ao longo desta disciplina, o mercado está aberto não apenas a conceitos de inovação, mas também a profissionais que tenham a capacidade de inovar. Além de necessários, os profissionais que trabalham na área tendem a ser muito bem remunerados por isto.  
  
              FIGURA 1 - Inovação nas organizações  
Fonte: ALPHASPIRIT, 123RF.   
   
O que é inovação?   
   
Muito iremos discutir sobre a inovação no processo de gestão empresarial, e para este objetivo devemos antes definir inovação.  
  
Para Xavier et al. (2014, p. 22), a inovação é:  
   
um conjunto de processos estratégicos relacionados ao desenvolvimento e à renovação dos produtos, processos, serviços, modelos de gestão e de negócios que a organização oferece ao mercado, e as maneiras como o faz, de forma a obter vantagem competitiva. 
   
Ainda segundo os autores, as rotinas e práticas das atividades inovativas, "que fomentam a inovação dentro da organização devem ser objeto de análise e estudo no que tange a capacidade de inovação de uma organização" (XAVIER et al., 2014, p. 25).  
  
Podemos ainda descrever os tipos de inovação, segundo o grau de novidade da inovação, passando pelas inovações incremental, disruptiva e radical.  
  
As inovações radicais são aquelas que alteram totalmente as tecnologias dos produtos, processos ou serviços já existentes no mercado, modificando também o padrão do consumo.  
  
As inovações incrementais, por sua vez, utilizam uma base existente para alterar de forma sutil os processos, produtos ou serviços. Este tipo de inovação não altera nenhum padrão de consumo, contudo para a empresa que produz a inovação, pode ser uma inovação radical, por alterar sua base tecnológica.  
O último tipo de inovação, a disruptiva, são inovações "semirradicais [..] que implicam na adoção de novos hábitos de consumo com adoção de soluções existentes e novas tecnologias menos sofisticadas" (XAVIER et al., 2014, p. 26).  
  
Os novos produtos e serviços nem sempre são considerados como uma inovação. Estudo apresentado por Xavier et al. (2014), mostra que as empresas mais inovadoras não são as que mais investem em Pesquisa e Desenvolvimento, mas as que desenvolvem uma estratégia com integração de recursos, voltados a inovação.  
  
As TABELAS, a seguir, mostram a pesquisa trazida pelos autores, relacionando as 20 empresas que mais investiram em P&D, versus as empresas mais inovadoras.  
TABELA 1 - 20 empresas que mais investiram em P&D
	Ranking 2012  
	Companhia  
	Local  
	Indústria  
	Investimento em P&D 2011  
	1  
	Toyota  
	Japão  
	Automotivo  
	$9.9  
	2  
	Novartis  
	Europa  
	Saúde  
	$9.6  
	3  
	Roche Holding  
	Europa  
	Saúde  
	$9.4  
	4  
	Pfizer  
	América do Norte  
	Saúde  
	$9.1  
	5  
	Microsoft  
	América do Norte  
	Software e Internet  
	$9.0  
	6  
	Samsung  
	Ásia  
	Computação e Eletrônica  
	$9.0  
	7  
	Merck  
	América do Norte  
	Saúde  
	$8.5  
	8  
	Intel  
	América do Norte  
	Computação e Eletrônica  
	$8.4  
	9  
	General Motors  
	América do Norte  
	Automotivo  
	$8.1  
	10  
	Nokia  
	Europa  
	Computação e Eletrônica  
	$7.8  
	11  
	Volkswagen  
	Europa  
	Automotivo  
	$7.7  
	12  
	Johnson & Johnson  
	América do Norte  
	Saúde  
	$7.5  
	13  
	Sanofi  
	Europa  
	Saúde  
	$6.7  
	14  
	Panasonic  
	Japão  
	Computação e Eletrônica  
	$6.6  
	15  
	Honda  
	Japão  
	Automotivo  
	$6.6  
	16  
	GlaxoSmithKline  
	Europa  
	Saúde  
	$6.3  
	17  
	IBM  
	América do Norte  
	Computação e Eletrônica  
	$6.3  
	18  
	Cisco Systems  
	América do Norte  
	Computação e Eletrônica  
	$5.8  
	19  
	Daimler  
	Europa  
	Automotivo  
	$5.8  
	20  
	Astrazeneca  
	Europa  
	Saúde  
	$5.5  
	   
	Total  
	$153.6  
Fonte: XAVIER et al., 2014, p. 28. 
   
TABELA 2 - Empresas mais inovadoras  
  
	   
	2010  
	2011  
	2012  
	1º  
	Apple  
	Apple  
	Apple  
	2º  
	Google  
	Google  
	Google  
	3º  
	3M  
	3M  
	3M  
	4º  
	GE  
	GE  
	Samsung  
	5º  
	Toyota  
	Microsoft  
	GE  
	6º  
	Microsoft  
	IBM  
	Microsoft  
	7º  
	P&G  
	Samsung  
	Toyota  
	8º  
	IBM  
	P&G  
	P&G  
	9º  
	Samsung  
	Toyota  
	IBM  
	10º  
	Intel  
	Facebook  
	Amazon  
A introdução das inovações tecnológicas no mercado ocorre por meio da ciência e da tecnologia. Porém, antes da introdução de uma nova tecnologia é necessário observar onde a empresa que opera esta tecnologia está inserida.  
  
Quando consideramos o mercado brasileiro, por exemplo, podemos afirmar com dados de órgãos nacionais, que a maior parte do corpo empresarial é formado por micro e pequenas empresas. A seguir, vamos ler uma breve notícia sobre a pesquisa conduzida pela FecomercioSP.  
96,3% das empresas brasileiras são de pequeno e médio porte  
   
Pesquisa realizada pela FecomercioSP apontou que a maior parte das empresas brasileiras se caracteriza como de pequeno ou médio porte. Isto tem um impacto direto no contexto de inovação em nosso país, visto que as empresas situadas neste porte, podem não conseguir se adaptar a uma nova tecnologia de produção, por exemplo, devido ao alto custo de inovação em nosso país. 
  
https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2016/10/96-3-das-empresas-brasileiras-sao-de-pequeno-e-medio-porte.html 
   
Fonte: 96,3% DAS EMPRESAS brasileiras são de pequeno e médio porte. Redação O Povo On-line. 05 out. 2016. Disponível em: <https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2016/10/96-3-das-empresas-brasileiras-sao-de-pequeno-e-medio-porte.html>. Acesso em: 20 jan. 2018.  
 
 
Após a leitura da notícia, podemos considerar que a maioria dos empresários brasileiros é responsável por empresas de baixo poder de barganha, podemos pensar então, como se dá a introdução das novas tecnologias neste mercado.  
  
O mercado globalizado é cada vez mais competitivo e exige cada vez mais investimento em inovações de produtos, serviços e processos. Passamos, primeiramente, pela inovação da tecnologia, pois atualmente tudo gira em torno de computadores e internet.  
  
Com o estágio atual do desenvolvimento tecnológico, a aquisição de computadores não é muito dispendiosa, o tornando acessível não apenas a empresas, mas também a pessoas individuais. Não é por acaso que neste momento, você, aluno(a), está cursando nossa disciplina, conectado à internet, em um computador que muito provavelmente é de seu uso pessoal.  
  
Na videoaula a seguir, você verá porque a inovação faz diferença na vida das organizações.  
  
Videoaula:  Por que inovar?  
  
Pensando em acesso à tecnologia então, podemos dizer que não é o primeiro obstáculo a ser superado pelo mercado brasileiro. Então, qual seria o maior obstáculo? De acordo com Maximiano (2012), há dois tipos principais de tecnologia, que se convergem ao conceito de inovação. Estes tipos são inovação de produtos e processos.  
  
A inovação de produtos incorpora conhecimentos relacionados ao projeto do produto. Sendo assim, o acesso a este tipo de tecnologia se dá principalmente pelo conhecimento de como transformar os materiais para a obtenção do produto. Este tipo de inovação, como alguns autores defendem, depende muito da contratação de uma série de profissionais com grandes conhecimentos, como engenheiros, por exemplo.  
   
              FIGURA 2 - Inovação de produtos  
Considerando que as pessoas são pontos-chave da inovação voltada para produtos,o setor de recursos humanos, na organização, passa a assumir grande importância para o processo de inovação.  
  
Quando pensamos na nossa realidade, onde a maioria das empresas são de porte pequeno ou médio, você deve se perguntar, mas como uma empresa pequena consegue possuir tal departamento?  
  
É importante frisar, que uma empresa pequena pode até não possuir um departamento específico para isto, mas ela deve com certeza possuir gestão de pessoas, independentemente do tamanho.  
  
A gestão de pessoas, sendo uma área de interesse da Administração, deve manter um plano alinhado ao objetivo estratégico da empresa.  
  
A gestão de pessoas deve cuidar de processos como de recrutamento e seleção, análise e descrição de cargos, políticas de incentivos ao desenvolvimento de carreiras, avaliações de desempenho, feedback, questões motivacionais, bem-estar dos colaboradores, bem como também deve pensar em rescisões (COELHO, 2008).  
  
Ainda segundo o mesmo autor, as empresas atuais encontram principalmente problemas em atrair e reter grandes profissionais. É nesta gestão, que as pequenas empresas devem se concentrar, para possuírem acesso às inovações de produto do mercado.  
  
Em relação à tecnologia de processo, alguns especialistas em administração, como Chiavenato (2004), por exemplo, dizem que as empresas devem possuir produtividade e eficiência em seu processo produtivo, ou dificilmente irá sobreviver ao mercado. O processo produtivo deve agregar qualidade ao produto e gerar satisfação ao cliente.  
 
                 FIGURA 3 - Processo Produtivo  
  
Um dos principais fatores que agem de forma direta sobre este tipo de inovação são os fatores de infraestrutura. De acordo com Carreteiro (2009), estes fatores, quando bem utilizados, adequam a empresa ao ambiente competitivo. Além disso, o autor nos conta que o grau de sofisticação tecnológica influencia diretamente neste fator.  
  
O ambiente de competição ao qual a empresa está envolvida, faz com que a sua competência em infraestrutura seja de competência de uma série de áreas, por exemplo, a gestão de decisões.  
  
Assim como este autor pontua, vamos fazer uma relação entre o capital humano e o acesso à inovação tecnológica. Ambos são necessários ao acesso a inovação, correto?  
  
Com certeza, ambas as gestões são imprescindíveis ao sucesso do negócio, e por isto, temos que propor a você a pensar um nível à frente, que trata as estratégias do negócio.  
   
Gestão de Pessoas   
   
Passemos por um breve histórico de como funcionava o departamento de recursos humanos de uma empresa desde o início da Era Industrial. Um bom exemplo do começo da industrialização mundial está na resenha, a seguir, do filme Tempos Modernos, de 1936.  
    
Resenha 
  
Relações de Trabalho no Início da Industrialização pelo Filme Tempos Modernos  
   
O personagem de Chaplin neste filme retrata bem as relações de trabalho do início do século, em que a empresa esperava do funcionário apenas que ele trabalhe sem parar, e na mesma posição horas e horas a fio. 
  
Em algumas passagens do filme, podemos ver ainda o dono da fábrica pedindo que o ritmo da produção aumentasse, sem qualquer preocupação com os trabalhadores. Fica evidente também que o trabalho se torna exaustivo, a ponto de o personagem desistir do emprego na fábrica, tentando trabalhar em outra área, mas sem sucesso, pois sabia fazer apenas o trabalho braçal da fábrica.  
  
Este modo de produção, em linha, apesar de ainda não ter acabado totalmente, hoje é completamente melhorado com o uso de tecnologias. Além de melhorias com a evolução tecnológica, a evolução da relação entre as empresas e as pessoas fez com que a história destas relações conturbadas ficasse apenas nos filmes, pelo menos no Ocidente.  
   
FIGURA 4 - Trabalho no início da industrialização  
  
  
Fonte: NEFTALI77, 123RF. 
   
A imagem mostra o personagem de Chaplin com um colega de trabalho na fábrica. Suas expressões e postura corporal coçando a cabeça, nos induzem a pensar que eles estão confusos com o trabalho. 
    
Podemos notar que, com o passar do tempo, a relação inicial vem se invertendo. Com a automatização das fábricas e informatização das tarefas mais rotineiras e "mecânicas", as pessoas passam de mão de obra para cérebro de obra (DALMAU; TOSTA, 2009 p. 10). 
   
A nova fase das organizações, de focar na eficiência e eficácia das pessoas, faz com que as empresas também se foquem na estratégia organizacional. Esta gestão de recursos humanos estratégica, atua na integração de todos os interesses da empresa, mediante a seleção e retenção de pessoal qualificado.  
   
Gestão Estratégica   
   
Segundo o autor mais famoso conhecido na área, Michael Porter (1980), estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição de defesa em uma indústria, para enfrentar algumas forças competitivas.
  
	Explorando a temática II
	Etapa 1  
	Etapa 2  
	Etapa 3  
	Pesquisa básica  
	Pesquisa aplicada  
	Desenvolvimento  
	Gera novos conhecimentos e avanços tecnológicos pioneiros  
	Resolve problemas práticos aplicando conhecimentos da pesquisa da etapa 1  
	Cria novos produtos e processos para atender a necessidade do mercado  
Procedimentos técnicos para a implantação da inovação   
   
No contexto atual de globalização, podemos dizer que a inovação é uma necessidade cada vez mais intensa. As informações chegam mais rápido, tanto para empresa quanto a concorrentes e consumidores. As novas tecnologias de produção que são disponibilizadas, também surgem com uma velocidade impressionante e da mesma forma se deterioram.  
  
O diferencial da organização competitiva está na capacidade de processamento de dados, informações e conhecimento de forma rápida e precisa. Esta capacidade é fundamental para a tomada de decisões corretas, que impactam diretamente na sobrevivência das organizações, sejam elas de grande porte ou de pequeno porte.  
  
Por isto, as organizações devem seguir alguns procedimentos para implantação, desenvolvimento e manutenção de inovação, que veremos nesta parte do livro.  
  
Na videoaula a seguir, você verá que é possível planejar a inovação dentro do ambiente organizacional.  
    
Videoaula: 7 passos para inovação  
Desde o início dos estudos da área estratégica, muitas teorias surgiram ou evoluíram. Podemos dizer que a estratégia são ações das empresas com objetivos definidos, que envolvem os diversos ambientes, visando tomada de decisão para a eficiência da organização.  
  
Este modelo de negócio prezado pela gestão estratégica, normalmente não é acessível a todas as organizações. A inovação em processos e tecnologias nas pequenas organizações representam o caminho e o fim para o sucesso.  
esquisa e Desenvolvimento  
   
Para que ocorra a inovação nas organizações, é necessário um processo, e devemos conhecer quais são estes processos. Para Mattos (2005), o processo de desenvolvimento de uma inovação necessita de pesquisa e desenvolvimento. Em algumas organizações, principalmente as grandes indústrias, por exemplo, Apple, Microsoft, Samsung, a área de pesquisa e desenvolvimento corresponde a um setor inteiro, onde os maiores investimentos são feitos.  
  
Ainda segundo Mattos (2005), a pesquisa e desenvolvimento segue alguns estágios, representados por ele na TABELA a seguir:  
   
TABELA 3 - Etapas da pesquisa e desenvolvimento  
  
Fonte: MATTOS, 2005, p. 24 [Adaptada].  
   
Ainda segundo o mesmo autor, a pesquisa é caracterizada por busca de conhecimentos científicos e tecnológicos que, por fim, devem resultar na última fase, que é o desenvolvimento de um novo produto, serviço ou processo.  
  
Alguns autores mencionam que em empresas que não possuem o porte de uma Apple, por exemplo, podem utilizar as universidades locais, como setores de pesquisa e desenvolvimento. A fase de pesquisa pode ocorrer por geração de ideias internas, mas também pode ter uma fonte externa.  
  
Na videoaula a seguir, você verá que no nosso país também existe inovação com alta tecnologia.  
   
Videoaula:Inovação no contexto brasileiro  
Tecnologia de Processos   
   
A tecnologia de processos é a segunda área de tecnologia que se relaciona à execução das atividades de produção ou execução dos serviços.  
  
Esta área diz respeito a quais serão os métodos utilizados pela empresa para a realização de suas atividades. Esta área tecnológica acaba sendo muito específica por área de atuação. Por exemplo, a indústria de software, que possui todo um gerenciamento de processos próprio.  
  
Alguns tipos de indústria, como é o caso do software, possuem certificações de qualidade de desenvolvimento voltados ao processo, como é o caso do CMMI para as indústrias de software, cujos objetivos, vamos ver mais detalhadamente a seguir.  
 O que é CMMI?  
   
O CMMI ou Capability Maturity Model® Integration é uma certificação de melhoria de processos, que dita uma forma eficaz de gerenciamento de processos. Pode ser utilizada para a organização toda, ou para setores de forma individualizada. 
  
As certificações ocorrem por alguma certificadora associada ao PMI®Project Management Institute, que é uma organização internacional sem fim lucrativos, que visa disseminar boas práticas de gerenciamento de projetos.  
  
Este é um tipo de melhoria de processo, para a indústria de software, contudo, como mencionado anteriormente, temos várias outras indústrias que adotam modelos de processo para melhoria de produção. Outro exemplo de certificação de qualidade nos processos, são as normas ISO International Organization for Standardization. 
 
 
A seguir, um exemplo de processo definido com o auxílio do CMMI:  
   
FIGURA 5 - Exemplo de processo definido  
  
Podemos pensar que uma definição de processo, como a demonstrada na curiosidade anterior, é algo banal, ou que não faz diferença dentro de uma organização. Mas este pensamento é totalmente equivocado quando pensamos em organizações que não gerenciam o processo de forma organizada.  
  
Temos inúmeros exemplos de organizações que por causa da falta de gerenciamento de processos, acumulam prejuízos milionários, colocando em risco sua continuidade.  
   
Tecnologia de Informação e Comunicação   
   
A tecnologia da informação e da comunicação, é a terceira área da tecnologia segundo Mattos (2005), e é utilizada como interligação entre as outras áreas. As informações da pesquisa e desenvolvimento devem chegar com precisão até a área de processos.  
  
Muito além disto, o autor nos conta que esta área da tecnologia também busca capturar informações relevantes, seja de mercados concorrentes, como de dentro da própria organização. Temos que levar em consideração que as empresas não vivem isoladas no ambiente, muito pelo contrário, as empresas, principalmente as micro e pequenas, vivem em um ambiente de extrema competição.  
  
Passando um passo adiante, temos que pensar também que as informações geradas dentro da própria organização, devem ser utilizadas como um banco de conhecimento. Se a empresa não aprende nada com seus erros, então ela não é eficiente. Para isto, entramos em um outro assunto que é a capacidade de armazenamento destas informações.  
  
Todas as empresas devem fazer o gerenciamento destas informações de forma eficiente, e gerar um feedback de forma que todos entendam. Para isto, torna-se essencial um bom suporte de computadores e softwares, capazes de receber, armazenar, organizar e devolver estas informações de forma ágil.  
  
Confira o estudo de caso a seguir.  
 
Estudo de caso
O caso da Apple e seu mundo de inovação  
   
Neste estudo de caso, verificaremos como a inovação pode se tornar não apenas a estratégia, mas também pode representar a sobrevivência de uma empresa. 
   
É de conhecimento mundial que a Apple se diferencia e muito em todos seus nichos de mercado, sendo sinônimo de inovação. Vamos ver como se deu a formação, consolidação e reestruturação da empresa através do tempo.  
  
A Apple Computer Inc., teve início de suas atividades em 1976 por Steve Jobs e Stephen Wozniak. No seu início, ela funcionava na garagem da casa dos pais de Jobs. O investimento para a fundação da empresa veio da venda de um carro de Jobs e de uma calculadora de Wozniak.  
  
Já em 1980, a empresa inicia a venda de ações na Bolsa de Valores, batendo recordes históricos, e oferecendo ações a seus funcionários como uma forma de recompensa. No início dos anos 80, a Apple II foi o primeiro computador pessoal com vendas expressivas. O sucesso ocorreu principalmente pela interface amiga com o usuário, que mais tarde foi utilizada pela Microsoft para lançar o sistema de computadores mais conhecido atualmente que é o Windows.  
  
Em 1985, o inesperado ocorre e devido a pressão por parte de alguns executivos, Steve Jobs se retira da empresa que ajudara a fundar quase 20 anos antes.  
  
Sem Jobs, a Apple passou a entrar em novos negócios e perder rapidamente mercado na área de computadores pessoais. A empresa que fora líder de mercado na década de 70, passou na década de 90 a deter apenas 10% do mercado.  
  
Apesar de ser muito controverso o histórico da empresa, e envolver alguns episódios de espionagem por parte de outras empresas, os fatos nos levam a crer que muitos erros foram cometidos pelos executivos da empresa.  
  
Em 1996, a empresa amarga um prejuízo aproximado de 69 milhões de dólares. De 1996 a 1997, a empresa fica em situação de risco, pois sua queda no mercado é de cerca de 3%, registrando prejuízo recorde.  
  
Fazemos um parênteses aqui para indicar um filme que mostra um pouco da trajetória da empresa, e como se deu as acusações de pirataria. O filme se chama Piratas do Vale do Silício, de 1999, cujo enredo trata como foi esta relação entre a Apple e outras empresas.  
  
Há também um outro filme mais recente, que mostra a trajetória do fundador, e cujo título leva seu nome: Jobs. Esta produção de 2013, nos traz um pouco de perto como foi a vida pessoal e profissional deste símbolo da inovação mundial.  
   
A volta de Jobs  
  
Conhecidamente de comportamento excêntrico (é fácil perceber no filme sobre sua biografia), seu afastamento da Apple foi tido como um dos maiores erros da empresa. Longe da Apple, Jobs envolveu-se na fundação dos estúdios Pixar (que foi mais tarde adquirido pela Disney, cujo caso comentaremos na próxima unidade), e também fundou a Next que seria uma possível concorrente para a Apple.  
  
Em 1997, o então presidente da Apple traz de volta Steve Jobs para a empresa, para tentar resolver a profunda crise na qual estava inserida. Neste primeiro momento, seu retorno seria apenas para o conselho da empresa, o que mais tarde se transformaria na mais importante reestruturação de negócios.  
O então presidente além de trazê-lo de volta, compra a Next, e incorpora toda a inovação criada por Jobs na nova empresa, a Apple. Jobs em seu retorno, avalia que a Apple perdeu a identificação com o mercado, e por isto os consumidores haviam perdido tanto o interesse por seus produtos.  
  
No segundo semestre de 1997, Jobs retorna como presidente da empresa, e as mudanças começam. Em sua análise mais profunda, ele acredita que a linha de produtos era muito diversificada, o que significava mais de 40 linhas de computadores, laptops, impressoras. A infraestrutura também estaria muito estática, segundo Jobs.  
   
Reestruturação  
  
Jobs, então, reuniu-se com as unidades de negócio da empresa para entender a diversificação. Além disto, a empresa retoma o relacionamento com a Microsoft, cujo produto principal era desenvolvido em parceria com a Apple.  
  
A mudança mais significativa, contudo, foi a de percepção que o mais valioso era sua marca. A época da reestruturação foi marcada por investimentos muito altos na marca e focado, especialmente, nos clientes.  
  
Juntamente com o investimento na marca, a empresa acabou com o conceito de clones, pois caso algum consumidor quisesse adquirir um produto Apple, deveria o fazer diretamente na loja da marca, e não comprando um produto similar. Uma das lições aprendidas foi de que o mercado consumidorda Apple era diferente do mercado da Microsoft, sendo assim a estratégia deveria ser diferenciada.  
  
Foram retomadas parcerias estratégicas com empresas parceiras e fornecedores neste período, reforçando a produção.  
  
Esta concentração de esforços nos produtos resultou em um novo negócio principal, ou core business. Todos os esforços da Apple foram focados aonde eram mais fortes, ou seja, em computadores pessoais. A linha de produtos resumiu-se em computadores portáteis ou de mesa, e de uso doméstico ou profissional.  
  
A partir do foco em computadores, deixaram de focalizar impressoras e outros componentes, e foi a partir de então que a empresa conseguiu realmente pensar em inovação como nunca antes.  
  
A estratégia de mercado da Apple também mudou consideravelmente nesta época, pois eles deixaram de oferecer produtos a preço popular, e segmentaram mais ainda o negócio. A valorização da marca com a segmentação de mercado fez com que os seus usuários experimentassem cada vez produtos com mais performance.  
  
O sucesso foi tão grande que possibilitou a empresa a voltar a pensar em outros produtos. A Apple então entrou de cabeça na onda de inovação. Chegava a época dos iPods, e depois destes dos iPhones. As inovações proporcionadas por estes produtos nunca tinham sido experimentadas antes. Tecnologia nano, deixava os produtos pequenos a ponto de caber no bolso, as telas Touch ofereciam uma experiência interativa inédita.  
  
Além dos produtos, a Apple ainda inovou em Softwares. O iTunes lançado em 2001 é um programa que oferece um serviço de músicas, vídeos, filmes, séries, todos licenciados, em uma plataforma que conversa com seus produtos.  
  
Apesar de todas as inovações, o grande carro-chefe da empresa passa a ser os iPhones. Ele marca uma nova era não apenas da empresa, mas também da telefonia mundial, com o conceito de Smartphones.  
  
Outra inovação nos produtos trazida pela Apple foram as cores em seus computadores. O iMac tornou-se o computador mais vendido da história com 6 milhões de unidades vendidas. Outra inovação, que foi iniciada pela Apple e que ainda é utilizada por algumas máquinas, é o conceito de porta USB, acoplável a pen drives, pois suas máquinas foram as primeiras a abolir os famosos disquetes.  
  
Podemos notar que o foco em fazer poucos produtos, mas fazer com qualidade, tornou o negócio simples, porém focado. Aliado às inovações e à criatividade do seu fundador, levou a Apple ao topo como uma das maiores organizações mundiais. Este resultado de sucesso levou a empresa a enxergar que estava no caminho certo.  
  
Para complementar o sucesso em todas suas inovações, a Apple profissionalizou todo seu setor de produção, cortando mais de 75% de custos com estoque. A simplificação do processo gerou uma economia de 300 milhões de dólares somente no primeiro ano, ainda em 1997.  
  
Apesar de grande perda com os estoques de produtos descontinuados, a Apple obteve um retorno enorme com os produtos de seu core business. O retorno por cada computador vendido da Apple era de cerca de U$$ 875,00, enquanto do seu concorrente a preço popular era de U$$ 25,00 por unidade vendida.  
  
A empresa percebeu que focar os produtos para ter qualidade e inovação, e não o menor preço, foi uma estratégia que dava certo. A margem de lucro foi algo aproximado a 25% logo após a reestruturação, bem acima dos concorrentes, chegando a um lucro de U$$ 818 milhões. A empresa percebeu, enfim, que não deixaria de vender por causa do preço elevado, se entregasse inovação.  
  
Os produtos da Apple até hoje, mesmo depois do falecimento de Steve Jobs, sua principal mente criativa, são focados em um público específico por meio da sua marca, e buscam excelência em inovação e design. Este é um legado que Jobs com certeza deixou na empresa que ajudou a fundar.  
  
Atualmente, a empresa emprega mais de 20 mil funcionários, que se encontram espalhados ao redor do planeta. Seus pontos de venda superam 180, e encontra-se suas lojas em todos os continentes.  
  
Podemos dizer que seus produtos continuam muito a frente em questões de inovação, tecnologia, utilidade e beleza. Quem atualmente não deseja, o mais recente lançamento do iPhone, não é mesmo?  
  
Fonte: CARVALHO, Frederico Mendes de. Criatividade e inovação enquanto diferencial competitivo: o caso Apple. Administradores - O Portal da Administração. 21 set. 2011. Disponível em: <https://www.administradores.com.br/artigos/marketing/criatividade-e-inovacao-enquanto-diferencial-competitivo-o-caso-apple/58372/>. Acesso em: 20 jan. 2018 [Adaptado].
 
 
No caso anterior, da empresa Apple, apresentamos todo o histórico da empresa, desde o seu desenvolvimento, até declínio, e depois seu ressurgimento como uma grande empresa. Além disto, pudemos perceber quais são as áreas de tecnologia utilizadas pela empresa, como apresentadas no tópico anterior. 
   
A Apple, como empresa altamente tecnológica, se utiliza de quais áreas da tecnologia? Será que é apenas de pesquisa e desenvolvimento, voltada à criação de novos produtos? Ou será que ela se faz valer dos três tipos? A empresa utiliza a gestão da inovação? Qual a relação da estratégia com a inovação de produto? 
   
Devemos pensar, antes de mais nada, que em todos os casos, as três áreas da tecnologia devem caminhar juntas. Sem pesquisa e desenvolvimento de produtos, por exemplo, não podemos ter um processo de desenvolvimento definido, e sem estes dois, a informação não seria relevante.  
  
Portanto, para a implantação da inovação, em qualquer tipo de organização, as áreas devem caminhar juntas.  
Explorando a temática III
Características operacionais necessárias para a implantação   
   
Atualmente, devemos pensar que muitas organizações tentam inovar para sobreviver no mercado competitivo. Contudo, muitas organizações não conseguem se desenvolver, ou desenvolver tecnologia necessária para isto. O resultado pode ser desastroso, deixando as empresas em agonia, ou até levando-as a fecharem as portas. 
  
Neste tópico, iremos analisar os tipos de inovação que podem ser de tipo aberta ou fechada, e quais as características necessárias para a implantação, principalmente quando a inovação tratar-se do tipo aberta. 
  
Inovação do Tipo Fechada   
  
A inovação do tipo fechada é aquela inovação que surge dentro dos limites da própria empresa. Desde a pesquisa em seus início, meio e fim, até a confecção do produto, e sua comercialização, é feita sempre dentro da mesma empresa. A seguir, a FIGURA demonstra como se dá o processo da inovação fechada. 
  
FIGURA 6 - Inovação do tipo fechada  
  
  
Fonte: CZELUSNIAK, 2010, p. 41. 
  
Podemos facilmente perceber, que para este tipo de inovação, as organizações devem, principalmente, investir grandes vultos de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento. Como a própria empresa faz todos os processos da inovação, o controle por parte interna da empresa também deve ser muito grande, e por isto, necessita de grande quantidade de mão de obra. 
  
Conforme conversamos no início desta unidade, e você deve se lembrar, o contexto brasileiro está longe de possuir muitas empresas de grande porte, que são capazes de se autofinanciar, como a inovação fechada exige. Apenas grandes multinacionais que atuam no mercado interno possuem esta capacidade. Não é que não exista grandes empresas de capital nacional, na verdade, elas são muito poucas. Podemos citar entre elas o caso da Petrobras, que atualmente representa as empresas nacionais com grande capacidade de inovação, totalmente desenvolvida internamente. 
  
Inovação do Tipo Aberta   
  
Este conceito de inovação aberta surgiu recentemente. Contudo, tem ganhado grande atenção dos estudiosos em inovação, por representar melhor a necessidade, tanto de grandes quanto de pequenas companhias. 
  
O termo foi utilizado pela primeira vez por Chesbrough (2003 apud CZELUSNIAK, 2010), para referir-se à inovação das organizações que buscam principalmente captação de conhecimento, além dos limites das empresas. 
  
FIGURA 7 - Inovação do tipoaberta  
  
  
Fonte: CZELUSNIAK, 2010, p. 42. 
  
Podemos dizer, que a busca de inovações pode ocorrer em vários lugares, entre eles em outras empresas mediante parcerias, em instituições de ensino (faculdades e universidades), em agências de pesquisa governamentais (como Embrapa, por exemplo), em órgãos de fomento (BNDES) etc. 
  
Algumas diferenças entre os dois tipos de inovação são marcantes. A começar pela necessidade de pessoas dentro da organização dedicando-se, exclusivamente, à pesquisa para inovações, em que na inovação fechada é necessária muita gente para setores de pesquisa, enquanto que em inovação do tipo aberta, pouca necessidade de recursos humanos é necessário. 
  
A seguir, o tempo de execução para a finalização da inovação, uma vez que por meio de parcerias, no caso de inovação aberta, o tempo para a implantação da inovação cai muito em relação à inovação fechada. 
  
Em seguida, o capital a ser investido, pois quando a inovação é aberta, e são contratadas ou feito parcerias com empresas especializadas apenas em pesquisa e desenvolvimento, estas além de obterem incentivos fiscais, são menos prejudicadas em burocracia. 
  
Em relação à necessidade de acesso a outras empresas, o quadro se inverte. A inovação do tipo fechada quase que não depende de nenhuma parceria, pois fica responsável sozinha por todo o processo da inovação. Já na inovação do tipo aberta, necessita e muito de outras empresas que estão em seu ambiente. Se por um lado, parcerias formadas são vistas como uma boa saída, há um risco associado a elas, por exemplo, oportunismo na relação. 
  
Um dos riscos que a inovação do tipo aberta apresenta é o de sigilo da informação. Como a inovação do tipo aberta possui mais relacionamentos com outras redes de profissionais, a possibilidade de um projeto ser incorporado por outra empresa é grande. 
  
Confira o infográfico a seguir. 
  
FIGURA 8 - Principais diferenças entre a inovação do tipo aberta e do tipo fechada  
  
  
Fonte: Elaborado pela autora 
  
Podemos dizer, que este tipo de inovação também marca a evolução dos tempos. Veremos, nas próximas unidades, a questão de verticalização e horizontalização, que também é um conceito relativamente recente. 
  
Estes conceitos trazem consigo a necessidade que as empresas enfrentam por atuarem em um mundo globalizado. Quando pensamos em adquirir um smartphone, por exemplo, já sabemos qual é o último lançamento de todas as empresas, e quais são as funcionalidades adicionais dele, não é mesmo? Agora imagine, se nós sabemos de todas as novidades, como as empresas reagem com a inovação das outras? 
  
FIGURA 9 - Mundo Globalizado  
  
  
Fonte: LIGHTWISE, 123RF. 
  
Características para Operacionalizar a Inovação Aberta  
  
As operações que envolvem inovação do tipo aberta pressupõem que muito conhecimento é proveniente de fora da organização. Para que as organizações consigam trabalhar neste contexto, uma série de parcerias são consideradas para melhorar este relacionamento. 
  
A primeira parceria mencionada por Czelusniak (2010) é a parceria com financiadores. Quando falamos em inovação, em alguns casos estamos falando em grande vulto de capital, por isto a inovação aberta pode ser benéfica, trazendo recursos de bancos, de benfeitores e de agências de fomento para dentro das empresas. 
  
Atualmente, temos o conceito de statups, que possuem algumas vezes investidores "anjos", que pagam todo o desenvolvimento da organização, ou de um produto novo, até que ele esteja maduro o suficiente para lidar sozinho com o mercado. 
  
Um segundo ponto abordado pela autora, são os setores de P&D que se separam das empresas principais, e passam a ser fornecedoras de produtos novos as grandes indústrias. A empresa que cria então as novidades tem direito aos royalties das vendas. 
  
Há também as Joint Ventures e uma infinidade de parcerias que podem ser feitas entre empresas que facilitam desde a inovação em si, até a comercialização de novos produtos. 
  
Um último ponto a mencionarmos aqui, são as parcerias que as empresas fazem com as universidades que são fontes de inovação pura. As pesquisas desenvolvidas a nível acadêmico promovem a difusão de Ciência, Tecnologia e Inovação e devem ser levadas em consideração como agentes de desenvolvimento social e econômico de um país. 
  
Atualmente no Brasil, devido a nossa estrutura política e burocrática, esta é uma parceria pouco explorada para o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação. 
  
Você verá, na videoaula a seguir, os conceitos de parcerias para a inovação, enfocando um tema atual que são as Startups. 
  
Videoaula: As startups e novas formas de inovar  
Explorando a temática IV
Inovação x Criatividade   
   
Como já mencionamos no tópico 1, uma das chaves da inovação são as pessoas. Sem o trabalho das pessoas nada se torna realidade, tanto que a gestão de pessoas também é uma área de grande atenção por parte das empresas.  
  
Apesar do capital intelectual estar no centro das atenções das empresas, estas, por sua vez, tendem a exigir cada vez mais dos seus profissionais. Para desenvolver inovação, os colaboradores devem entender que são extremamente necessários, mas que também serão cobrados por isto. Portanto, durante este tópico iremos abordar como a criatividade é parceira da inovação.  
   
Definindo Criatividade  
   
De acordo com Alencar (1996), não há um consenso sobre o que é criatividade, pois existem muitos estudos a respeito. Contudo, ela defende que criatividade envolve, sobretudo, a produção de algo novo (pode ser produto) que seja útil ou seja significativamente satisfatório para uma quantidade de pessoas.  
  
Ainda segundo a mesma autora, alguns indivíduos acreditam que a criatividade pode ser um dom proveniente de algo divino e que favoreça apenas um grupo pequeno de pessoas. Estas mesmas crenças ainda dizem que uma pessoa é criativa ou não, não possuindo um equilíbrio ou um meio termo.  
  
  FIGURA 10 - Criatividade  
  
  
Fonte: JACKSON, 123RF.  
  
Com o passar do tempo, e com algumas pesquisas aplicadas neste campo, surgiram teorias que dizem que a capacidade criativa de cada pessoa é treinável. Isto quer dizer, que as contribuições criativas das quais originam novos produtos, processos ou serviços, podem surgir de pessoas que estejam preparadas tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Este é um dos motivos que nos leva a cada vez mais buscar aperfeiçoamento e estudo, não é mesmo?  
  
Na videoaula a seguir você verá como desenvolver melhor sua criatividade.  
   
Videoaula: Como ser uma pessoa mais criativa  
s fazem com as universidades que são fontes de inovação pura. As pesquisas desenvolvidas a nível acadêmico promovem a difusão de Ciência, Tecnologia e Inovação e devem ser levadas em consideração como agentes de desenvolvimento social e econômico de um país. 
  
Atualmente no Brasil, devido a nossa estrutura política e burocrática, esta é uma parceria pouco explorada para o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação. 
  
Você verá, na videoaula a seguir, os conceitos de parcerias para a inovação, enfocando um tema atual que são as Startups. 
  
Videoaula: As startups e novas formas de inovar
Processo Criativo   
   
O processo criativo dentro das organizações também envolve uma série de etapas, que são necessárias para a inovação. Os estudos mais recentes nos falam que o processo criativo envolve a definição de um problema a ser solucionado.  
  
Este problema, segundo Alencar (1996), pode ser de ordem interna do indivíduo (como a curiosidade, por exemplo), ou de motivação externa (um trabalho necessário para uma empresa, por exemplo).  
  
Logo em seguida, as informações sobre o problema devem ser levantadas, inclusive com possíveis respostas aos problemas anteriormente levantados. Com as hipóteses feitas, é possível chegar a uma solução.  
  
Este processo criativo poderia ser representado por um passo a passo, como veremos a seguir:  
                               
FIGURA 11 - Processo Criativo  
  
  
Fonte: Elaborada pelaautora.  
   
Contudo, podemos dizer que como o processo criativo depende de pessoas, o grau de instrução e até mesmo o ambiente social e cultural impacta neste processo. Assim, temos que pensar que para um processo criativo se aproximar o máximo possível da eficiência, no contexto empresarial, temos que aproximá-lo da ciência.  
  
A ciência pura, da forma que é exercida hoje, encontra-se mais neutra de posições pessoais, por isto a evolução da tecnologia com base científica tem tanto valor. A maioria das inovações provenientes da ciência possui respostas a problemas que beneficiam muitas pessoas.  
  
Confira a indicação de notícia a seguir.  
 
 
 
FDA aprova primeira terapia genética contra o câncer nos EUA  
  
A evolução tecnológica, juntamente com a evolução da ciência, tem gerado muitos resultados, e a matéria a seguir traz um exemplo de evolução que ocorreu recentemente e que possui potencial de marcar a medicina como nunca feito antes. São os chamados tratamentos personalizados, ou como a reportagem diz, terapias genéticas.  
   
Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/fda-aprova-primeira-terapia-genetica-contra-cancer-nos-eua-21765276 
   
Fonte: BAIMA, Cesar. FDA aprova primeira terapia genética contra o câncer nos EUA. Jornal O Globo. 30 ago. 2017. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/fda-aprova-primeira-terapia-genetica-contra-cancer-nos-eua-21765276>. Acesso em: 20 jan. 2018. 
 
   
Gestão da Criatividade  
   
Entrando em um contexto empresarial, podemos dizer que as empresas não tratam a questão da criatividade com o devido cuidado. Este fato é facilmente compreendido no contexto brasileiro, onde a maioria das organizações possui porte pequeno ou médio.  
  
Contudo, quando passamos para uma visão geral, alguns estudiosos afirmam que a abordagem da criatividade deve ser analisada por todos os níveis de empresas. Os recursos humanos têm condições de fazer a gestão da criatividade desde empresas de médio porte, afinal, é neste ambiente onde encontram-se as maiores concorrências.  
  
Por isto a abordagem da criatividade nas organizações tem grande relevância para nosso estudo. Para John Kao (1996 apud TERRA, 2000), a abordagem da criatividade no contexto empresarial está diretamente associada à criação de valor, tanto para a empresa quanto para os clientes. Para ele, as mentes de pessoas altamente capacitadas é o que diferencia as organizações sucedidas ou não.  
  
Para Terra (2000), a gestão da criatividade é necessária pois as empresas estão sendo obrigadas a reinventarem-se por necessidade de crescimento, e por atuarem em um mercado altamente competitivo. Além disto, as pessoas buscam exercer a criatividade e se não conseguem, acabam decidindo mudar de emprego. Um marco para a criatividade, ainda segundo este autor, é a tecnologia da informação que fornece cada vez mais instrumentos para a manifestação da criatividade.  
  
O estudioso no assunto, John Kao (1996 apud TERRA, 2000) propõe uma auditoria para a criatividade da empresa, pelo motivo de considerar a criatividade tão importante quanto os bens materiais da organização. No QUADRO, a seguir, apresentamos o esquema de auditoria, proposta pelos autores.  
    
QUADRO 1 - Auditoria da criatividade nas empresas  
	Fator 1: Resultado da Criatividade   
·        Qual é o valor dos ativos criativos da empresa (equipamentos especiais, pessoas, arquitetura)?
·        Qual a proporção das receitas que vem de produtos com idade inferior a um ano? E inferior a 5 anos?
	Fator 2: Créditos pela Criatividade   
·        Quem levou até o fim as iniciativas mais criativas? Quem as apoiou?
	Fator 3: Ocasiões Criativas   
·        Ocorreram espontaneamente? Resultado de algum desafio específico ou benchmarking (comparação com a concorrência)?
	Fator 4: Sistema de Suporte a Criatividade   
·        Desenho do ambiente de trabalho? Espaços especiais para a socialização?
·        Existem elementos culturais explicitamente apoiadores à criatividade?
·        Quais os elementos pedagógicos (treinamento on-the-job*, anos sabáticos**, exercícios de meditação***)?
·        Premiações especiais?
·        Sistemas de informática de suporte?
	Fator 5: Pessoas   
·        Qual tem sido o resultado quanto a achar, atrair, desenvolver e reter talentos especiais?
·        Quem é responsável pelo recrutamento? Apenas o departamento de RH?
	Fator 6: Capital Criativo   
·        Quais são os sistemas existentes para gerar ideias criativas, armazená-las e protegê-las?
·        Como são recompensados os responsáveis por essas ideias?
*Treinamento on-the-job: treinamento realizado pelo colaborador de forma prática.  
**Anos sabáticos: período em que o colaborador se afasta da empresa para se dedicar a projetos pessoais, podendo ser financiado pela empresa, ou não.  
***Exercícios de meditação: são atividades de relaxamento realizadas na empresa, durante o horário de expediente.  
  
Fonte: TERRA, 2000, p. 40.  
   
Confira o estudo de caso:  
 
Estudo de caso
Gestão da Criatividade, as lições da 3M  
   
Neste estudo de caso, o objetivo de aprendizagem é como a gestão da criatividade tem impacto como diferencial na eficiência das organizações. 
   
A empresa 3M é hoje mundialmente famosa, contudo iniciou suas atividades em 1902 no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, atuando em mineração. Ao longo de todos os anos de existência, a empresa foi abrindo seu leque de produtos, passando para produção de abrasivos em 1905, lixas automotivas em 1920, fitas adesivas em 1925, chegando até aos produtos mais conhecidos como as esponjas Scotch-Brite® em 1950 e ao Post-it® em 1980. 
  
Com todo este histórico de inovação, a empresa 3M é o case mais conhecido até hoje de empresa com gestão de criatividade.  
  
Contudo, o diretor de Marketing da empresa, Luiz Serafim, afirma que a companhia não possui um departamento exclusivo para inovação. Ele afirma que existe uma área de produto e que este os desenvolve. Porém, todo funcionário que chega na empresa, já na integração, é bombardeado de informações para entender que a perpetuação da inovação na 3M é responsabilidade de cada um (JAKITAS, 2013).  
  
Corroborando com Luiz, Ernest Gundling também da 3M diz que inovação é uma nova ideia implementada com sucesso que produz resultados econômicos.  
  
Ainda segundo alguns estudos publicados sobre a empresa, a inovação é incentivada por meio de um ambiente colaborativo entre os funcionários. A empresa ainda procura pessoas com espírito criativo, desde o recrutamento, e após a contratação, há uma série de treinamentos para desenvolver ainda mais a capacidade criativa das pessoas.  
  
Muitas patentes são feitas todos os anos pela empresa, que no ano de 2015 chegou ao número de 100.000. Seu faturamento em 2013 superou os 30 bilhões de dólares ao redor do globo. Alinhado ao faturamento, há o reconhecimento dos funcionários que mais se destacam, sendo os mesmos indicados pelos próprios colegas.  
   
Fonte: NOSSA História. 3M Global Gateway. Disponível em: <https://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/about-3M/information/more-info/history/>. Acesso em: 20 jan. 2018 [Adaptado]. 
 
 
O caso da empresa 3M nos demonstra que nem sempre é necessário seguir todos os passos da gestão da inovação, porém devemos sempre incentivá-la. A empresa, no caso apresentado, não faz uma gestão da inovação propriamente dita, porém, possui a inovação como um de seus objetivos estratégicos, e como estratégia de recursos humanos, ao contratar e treinar as pessoas para perpetuar a inovação. 
  
É possível identificar a gestão da criatividade na empresa 3M? Quantos dos itens apontados no quadro é possível identificar no texto do estudo de caso? 
Conclusão da unidade de ensino
UNIDADE 2
Explorando a temática I
Olá, aluno(a)!  
  
Nesta unidade seremos introduzidos aos conhecimentos necessários à empresa inovadora. Dessa maneira, você terá acesso a informações sobre o funcionamento não apenas de sua estrutura organizacional, mas também dos elementos que a sustentam.Sabe por que a inovação é importante nos contextos organizacionais? Por meio da inovação, as empresas podem alinhar seu produto ou serviço aos seus objetivos estratégicos, visando conquistar seus resultados em longo prazo. Além disso, dentro desse planejamento, a organização também elabora esse cálculo considerando os recursos que possui em seu momento presente, ou seja, assegura também sua permanência em curto prazo.  
  
Nesse sentido, podemos dizer que a inovação é uma prática que assegura a sobrevivência da empresa, além de possibilitar seu crescimento. Destaca-se, nesse ponto, sua importância: inovar é manter-se no mercado e aumentar sua produtividade.  
  
Esperamos que ao concluir esse ponto, você tenha adquirido conhecimentos e habilidades sobre inovação, pesquisa, desenvolvimento, liderança e desejo de inovar. Após ampliar sua visão sobre as empresas inovadoras e reconhecer sua importância, você estará apto(a) a contribuir efetivamente com o meio organizacional do qual faz ou fará parte.  
  
Bons estudos!  
   
Estruturas verticais   
   
FIGURA 1 - Expansão de fronteiras pela estrutura vertical  
   
  
Fonte: SKDESIGN, 123RF.   
  
A relação de verticalidade ocorre a partir da percepção que uma empresa tem das demais empresas que estão ao seu redor. Nesse sentido, de acordo com Thorelli (1986), podemos falar em uma integração vertical, que permite a diversificação e prospecção de novos clientes ou países de atuação mediante a estrutura de redes, o que exclui a participação individual de uma empresa em seu ramo ou segmento de atuação.  
  
Na visão de Amaral Filho (2017), a verticalização surge a partir de uma necessidade específica das grandes empresas: a de se livrarem dos custos incluídos em produção, gestão e burocratização voltados para o atendimento de suas competências não essenciais. Dessa maneira, tais empresas associam-se para terceirizar determinadas funções.  
  
Para Hoffman et al. (2007), encabeçadas por uma empresa coordenadora, demais empresas de diferentes tamanhos associam-se a ela, formando uma rede na qual a cadeia de produção assegura-se mediante o estabelecimento de parcerias.  
  
Em outras palavras, uma estrutura vertical ocorrerá quando uma empresa - no caso a coordenadora - detém todo o processo de produção, desde a incorporação da matéria-prima até o produto final destinado à distribuição. Outro formato de negócio típico da estrutura vertical são as franquias. Fagundes (2017) exemplifica ainda a estrutura vertical como atos de concentração associados a fusões, aquisições de outras companhias e joint-ventures entre empresas inseridas em uma mesma cadeia produtiva. Nesse sentido, são verticalizadas as grandes companhias, gerenciadas por uma hierarquia de atuação em seus diversos segmentos.  
   
FIGURA 2 - Gerenciamento na estrutura vertical  
   
  
Fonte: JULYNX, 123RF.  
   
Balestrin e Vargas (2014) acreditam que a rede vertical está relacionada a elos de gerenciamento que são criados pelos demais atores da rede, expressos nos formatos de diversas atividades dentro da cadeia produtiva no qual cada um desses agentes toma parte.  
   
[...] uma firma contempla diferentes curvas de custos na produção de cada um dos subcomponentes que constituem o produto final. Caso existam algumas firmas no mercado produzindo o mesmo bem, a priori a mais eficiente forma de organizar a produção consistirá em uma firma especializada na produção de cada um dos subcomponentes do produto. Assim, a firma especializada apresentará curva decrescente de custos e fornecerá a outras firmas, que terão menor custo em relação à produção desses componentes por meio da sua integração vertical (BALESTRIN; VARGAS, 2014, p. 214-215). 
   
Em um dos diversos cenários de verticalização, podemos ver de que forma uma empresa pode, dentro da relação vertical, diminuir os custos de produção e auxiliar as demais que pertencem à sua rede, evitando dependências de fontes externas de abastecimento.  
  
Veja o infográfico a seguir:  
   
FIGURA 3 - Estrutura vertical  
  
  
Fonte: Elaborado pelo autor. 
   
Para Fagundes (2017), uma grande vantagem da rede vertical reside no impedimento de estruturas mercadológicas que venham a gerar o abuso de poder econômico em meio às empresas que a integram. Por outro lado, o autor pontua que a integração vertical traz em si preocupações relacionadas à monopolização de mercado. Nesse sentido, poderiam haver barreiras à entrada de novos concorrentes em um determinado mercado, e consequente impedimento de acesso a um mercado já estabelecido. Tais medidas, chamadas pelo autor de anticompetitivas, dependerão da existência de poder de mercado em pelo menos um dos mercados nos quais ocorre a concentração vertical. Em outras palavras, a empresa coordenadora de uma rede deve ter elevada participação em seu mercado atuante para adotar uma postura anticompetitiva. 
  
Existe outra característica importante a ser tratada no caso das redes verticais. Amaral Filho (2017) aponta que existe uma tendência à desintegração do modelo fordista de produção no caso das verticalizações. Isso equivale a dizer que a rede vertical possibilita a desintegração espacial. Resulta daí um deslocamento de partes da rede na busca de regiões que ofereçam vantagens locacionais. Isso impacta significativamente nos custos de produção. Assim, normalmente as empresas verticalizadas conservam seu núcleo estratégico no local de origem e desmembram as demais partes de montagem entre outras regiões em conformidade com o seu alinhamento estratégico.  
  
Na videoaula a seguir, veremos mais sobre a estrutura vertical.  
   
Videoaula: A estrutura vertical é boa para algumas empresas, mas não para outras 
A verticalização, no entanto, requer que a empresa controle seu produto final, bem como todos os seus componentes estruturais. Um exemplo de empresa verticalizada é a Apple, que há 35 anos está na liderança dessa estrutura. A chave de seu sucesso é poder integrar, em suas fases de desenvolvimento, aparelhos com hardware e software integrados, por exemplo, os aparelhos Iphone e Ipad, cujos hardwares e softwares são desenhados pela marca. Dessa maneira, a empresa domina o ritmo de computação móvel no mundo. Essa tendência também é seguida por outras marcas, como a Samsung e a Sony, mas o fato é que a verticalização nem sempre constitui vantagem.  
   
Hardware e software são instrumentos que necessitam de ferramentas e material de desenvolvimento distintas, logo as empresas podem ter que lidar com vários desafios ao ingressarem na verticalização.  
   
Veja o que diz Lawrence Hrebiniak, professor de administração de Wharton:  
   
A corrida da indústria da tecnologia rumo à integração vertical talvez seja um equívoco. Afinal de contas, existe um motivo pelo qual os grandes conglomerados são negociados com desconto em Wall Street: eles são difíceis de administrar. Os conglomerados podem dar certo quando têm uma linha de negócios, decidem entrar em outra, e deixam que a primeira funcione de forma autônoma. Se você tenta integrar negócios distintos, perde o foco de tal modo que anula a possibilidade de coordenação (A INTEGRAÇÃO..., 2012, on-line). 
   
Na verdade, quando uma empresa aposta na verticalização de seus negócios sem que haja um planejamento estruturado, ela poderá sofrer efeitos colaterais, prejudicando, sobretudo, sua evolução.  
Leia com atenção o estudo de caso a seguir.  
 
 
 
O mundo mágico da Disney e estratégias de expansão  
   
Ilustração real sobre como a verticalização pode promover o crescimento e a expansão de uma empresa. 
  
Fundada em 1923, o que era originalmente uma empresa de animação, tornou-se hoje o maior conglomerado de entretenimento do planeta. Ao longo de sua trajetória, o negócio de entretenimento hoje conta com filmes, redes televisivas e parques temáticos. O foco no cliente é tido como o principal agente norteador da The Walt Disney Company, que assume como missão encantar seus clientes e espectadores.  
   
FIGURA 4 - Walt Disney World  
   
  
Fonte: ROGERMAYHEM, PIXABAY.A partir da década de 80, a empresa ampliou ainda mais seu ramo de atuação, voltando-se para teatro, música, publicidade e conteúdos on-line. Em outras palavras, ela diversificou seu leque de produtos considerando as tendências conforme os períodos de atuação. Nesse período, a empresa destacou-se também na produção de conteúdos para adultos, no que tange a conteúdos familiares e infantis. Nesse sentido, sua primeira estratégia verticalizadora foi a aglutinação à Touchstone Pictures (THE WALT, 2018).  
  
Na atualidade, a empresa possui, além do próprio estúdio de cinema, a propriedade da rede televisiva ABC e redes televisivas por assinatura: Disney Channel, ESPN, A+E, Networks e Freeform. A aquisição dessas empresas menores permite à Disney não apenas aumentar sua cadeia de produtos, mas aumentar, exponencialmente, seu poder de transmissão e atuação. Hoje, a empresa está dentro da maioria dos lares mundiais, por exemplo, graças à estratégia de verticalização, que lhe permitiu desenvolver novos produtos e crescer enquanto rede de entretenimento.  
  
Além disso, a Disney também é detentora de unidades publicitárias e de teatro, e também possuidora de quatorze parques temáticos ao redor do mundo. Não suficiente, a verticalização aumentou seu poder produtivo, e a empresa também atua no segmento musical.  
  
Contudo, não apenas a estrutura vertical é responsável pela franca expansão da marca. O destaque aqui vai para a continuidade da verticalização da empresa, que nos dias atuais ainda expande seu negócio mediante um olhar inovador e essencialmente voltado para o encantamento. Prova disso é que em 2006 a companhia adquiriu os estúdios de animação Pixar, seguida em 2009 pela compra da Marvel Entertainment Inc., a Lucasfilm em 2012 e, mais recentemente, a 21st Century Fox em 2017. Somadas, essas aquisições totalizaram 67 bilhões de dólares (THE WALT, 2018).  
  
Essa arriscada estratégia não apenas amplia a produtividade, mas muda radicalmente as relações entre entretenimento e cultura pop como conhecemos. A estratégia, na verdade, faz parte de uma mudança da empresa na forma de criar conteúdos originais de entretenimento adulto e distribuí-los. Considerando que recentemente a Disney também passou a tornar seu conteúdo mais acessível por meio da disponibilização via streaming, além de fontes legítimas de lucro, a Disney passa agora a ter o mesmo poder de distribuição que a famosa Netflix, ícone da evolução de consumo de conteúdos. 
 
Estrutura vertical, estratégias de inovação, fusão e aglutinação de empresas, expansão de produtos. 
   
Além da verticalização, que demais estratégias permitiram à Disney expandir seu negócio? De que formas podemos ver a inovação considerando seus 94 anos de existência? 
 
Explorando a temática II
Estruturas horizontais   
   
As redes de que se pautam pelas estruturas horizontais de parceria se firmam entre empresas secundárias e outras instituições. Hoffman et al. (2007) pontuam que a relação de horizontalidade acontece entre empresas menores que compartilham necessidades comuns. Isso as forçam a se relacionar.  
  
Amaral Filho (2017), por sua vez, postula que as redes de estruturas horizontais surgem como uma resposta das associações de micro, pequenas e médias empresas à economia verticalizada pelas grandes organizações. Assim, essas pequenas organizações passam a produzir de maneira especializada, formando, muitas vezes, distritos industriais.  
   
FIGURA 5 - Estrutura horizontal  
   
  
Fonte: Elaborado pelo autor   
   
Dentre os pontos positivos que a estrutura horizontal promove, Amaral Filho (2017) destaca a construção de economias externas, considerando que essas empresas menores não têm ainda capacidade de promover economias internas. Assim, a economia externa engloba diferentes níveis de cooperação, que permitem o desenvolvimento de: "[...] mercado de trabalho, formação, financiamento, desenvolvimento tecnológico, concepção de produtos, comercialização, exportação e distribuição" (AMARAL FILHO, 2017, p. 92). Nesse sentido, as pequenas empresas fomentam importantes elementos no ambiente de competitividade produtivista.  
  
Para Fagundes (2017), as estruturas horizontais são importantes pois buscam inibir o aparecimento de estruturas de mercado abusivas no que tange ao poder econômico das empresas participantes das redes verticais. Dentro de sua área de atuação, as empresas conectadas pela estrutura horizontal são concorrentes em um mesmo mercado, por isso sua força frente às relações abusivas de concorrência. Para o autor, os órgãos de defesa da concorrência encontram nas estruturas horizontais uma alternativa às restrições impostas pela natureza vertical de negócio, por meio de barreiras criadas à entrada nos mercados já estabelecidos para um produto, diminuição da rivalidade e da competitividade entre as empresas devido à coordenação das ações de distribuidores (FAGUNDES, 2017).  
  
Balestrin e Vargas (2014) acreditam que a estrutura horizontal permite às pequenas e médias empresas mais benefícios ainda: por meio de sua rede de relações, a horizontalidade permite maiores trocas de saberes entre as empresas, aumentam sua participação efetiva e vendas de produtos em feiras e eventos, lobbying, permitem o melhoramento nos processos empresariais, aumento do poder de barganha junto aos fornecedores, estabelecimento de marketing conjunto, poder de acesso a novos representantes, o asseguramento de garantias ao fornecer crédito e o aumento na comercialização de insumos entre empresas e ganhos de economias de escala, além de escopo e especialização. Essas melhorias, na visão dos autores, se dão devido ao fato de que enquanto a verticalização promove ligações de hierarquia, a estrutura horizontal permite estruturar a relação de colaboração entre as empresas.  
   
FIGURA 6 - Tomada de decisão na estrutura horizontal  
   
  
Fonte: BUJDOSO, 123RF.   
   
Em sua concepção, Balestrin e Vargas (2014) postulam que a formalização já é algo estabelecido nas relações entre os atores nas estruturas horizontais. Essa formalização pode, ainda, assumir um caráter informal, baseadas nas relações de amizade, afinidade e parentesco, assim como lhes sucede em outros contextos sociais.  
  
Outro fator importante manifestado a partir de Balestrin e Vargas (2014) referem-se às características evidenciadas que estruturam uma relação horizontal. Dentre elas, destacamos a sua formação por um grupo de micro, pequena e média empresas que se localizam geograficamente próximas umas às outras. Esse conjunto de empresas opera em um único nicho de mercado, e suas relações são horizontais, ou seja, baseadas no cooperativismo e a confiança mútua. Essa rede é formada por período indeterminado, e sua coordenação é gerenciada por mínimos instrumentos de contrato para assegurar regras básicas de governança (BALESTRIN; VARGAS, 2014).  
  
Os autores destacam ainda os fatores que sustentam a relação de horizontalidade entre as empresas. De acordo com eles, a rede é formada apenas por empresas menores, e suas decisões são tomadas baseadas em um processo no qual cada empresário participa em votação. Assim, a estratégia da rede é formada por todos ao invés de concentrar-se sob o interesse de poucos. Há, ainda, a simetria entre o poder político-econômico entre as empresas participantes.  
  
Na videoaula a seguir, veremos mais sobre a gestão horizontal.  
   
Videoaula: Vantagens e Desvantagens da gestão horizontal 
Outro fator positivo é que por meio da estrutura horizontal, os colaboradores passam a ter maior autonomia na tomada de decisões. Normalmente, empresas que contam com a operação horizontal, possuem apenas um gerente para o qual os funcionários se reportam. Por ser um sistema voltado para empresas menores, seu modelo enxuto acaba por se revelar altamente eficaz.  
   
Vejamos outras vantagens dessa modalidade:   
· Motivação.
· Menos burocracia.
· Maior facilidade para lidar com os problemas.
· Menos custos.
· Colaboração entre funcionários.
· Comunicação.
Existe, por outro lado, algumasdesvantagens na estrutura horizontal, sendo elas:   
· Complicação no gerenciamento de processos.
· Dificuldade de acompanhamento conforme a empresa cresce.
· Funcionários podem se sentir perdidos na tomada de decisões.
· Confusão na atribuição de papéis e responsabilidades.
· Gerentes podem se frustrar devido a falta de autoridade.  
Por essa razão, ainda que com um time mais enxuto, as empresas de estrutura organizacional precisam de um planejamento estratégico minucioso voltado a minimizar as chances de falhas. Para isso, deve-se levar em consideração as políticas da empresa, as questões legais e também de segurança.  
   
Agora que conhecemos os conceitos de estrutura vertical e horizontal, vimos que ambas são métodos de gerenciamento de empresas para se manterem fortes e competitivas no mercado de negócios.  
   
Mas qual modelo será mais eficaz para a preservação e crescimento da empresa? Vamos conhecer o depoimento de Eduardo L´Hotellier, que nos conta um pouco de sua história e suas escolhas no segmento de marketplace.  
   
Confira a dica a seguir.  
 
 
 
Negócio Horizontal vs. Vertical: qual é mais bem-sucedido?  
   
"Ao horizontalizar o negócio, favorecemos principalmente o potencial de desenvolvimento do negócio a longo prazo". Veja, por meio do ponto de vista de um empreendedor em alta, Eduardo L'Hotellier, dono da startup GetNinjas, quais são os benefícios de se implantar a estrutura horizontal nos negócios, e entenda de que forma é possível tirar vantagem dessa relação. 
   
Disponível em: https://www.administradores.com.br/noticias/negocios/negocio-horizontal-vs-vertical-qual-e-mais-bem-sucedido/119408/ 
   
Fonte: L'HOTELLIER, Eduardo. Negócio Horizontal vs. Vertical: qual é mais bem-sucedido? Administradores - O Portal da Administração. 6 jun. 2017. Disponível em: <https://www.administradores.com.br/noticias/negocios/negocio-horizontal-vs-vertical-qual-e-mais-bem-sucedido/119408/>. Acesso em: 29 jan. 2018. 
Explorando a temática III
Estruturas de Pesquisa e Desenvolvimento P&D  
   
Como vimos no tópico de Estruturas Horizontais, em alguns casos elas podem ocorrer entre empresas menores e instituições. Partindo desse pensamento damos início a esse novo tópico, que falará sobre pesquisa e desenvolvimento, ou P&D, como é comumente chamado na área científica.  
   
FIGURA 7 - Pesquisa e desenvolvimento  
   
  
   
Fonte: PANYAKHOM, 123RF.    
  
Observando a imagem, você deve ter visto que muitas palavras fazem parte do todo que compõe a pesquisa e desenvolvimento. E cada uma delas tem sua razão de estar contextualizada nesse meio. Se a inovação é uma estratégia para o fortalecimento da competitividade, e que depende da pesquisa e desenvolvimento, então seu contexto está envolvo de descobertas, análise, ciência, negócios e planejamento, dentre outros. Ao longo desse tópico, entenderemos como esses níveis operam dentro da P&D. De antemão, é inegável que a ciência é, hoje, um grande aliado do desenvolvimento de negócios e pela inovação de produtos e serviços.  
  
O setor acadêmico é um grande contribuidor para o setor produtivo, pois ampliam a geração e o acesso ao conhecimento tecnológico. Graças a isso, as empresas são capazes de atingir níveis maiores de inovação (TORRES; BOTELHO, 2018). Dado esse reconhecimento, há o investimento das empresas em P&D, com vistas a realizar sua aplicação aliadas a fontes externas de tecnologia. Considerando a importância dessa relação, o setor acadêmico e produtivo têm estreitado seus laços.  
  
Para Oliveira (2001), o termo tecnologia normalmente está associado a materiais, ferramentas, técnicas e processos produtivos, quando, na verdade, em contexto econômico, a tecnologia se define a partir do conhecimento humano voltado para o aumento da capacidade produtiva. Para poder aplicar o conhecimento teórico à prática, é essencial que haja uma força laboral capacitada, inserida em um ambiente que fomente a criação e capacitação tecnológica. Esse objetivo pode ser alcançado por meio da relação entre pesquisa e desenvolvimento.  
Torres e Botelho (2018) mostram ainda que atualmente as relações formais entre empresas e universidade vêm se intensificando. As empresas, que externalizam o processo de P&D, buscam insumos tangíveis de fontes de conhecimento, encontrando nas universidades uma relação de cooperação que envolve a multiplicação de recursos da universidade e participação de pesquisadores em projetos industriais.  
   
A premissa do modelo é a existência de oportunidades comerciais conhecidas por cientistas e engenheiros e demais profissionais, sendo que os dois primeiros são importantes para o desenvolvimento de empresas de base tecnológica e os demais profissionais englobam o conjunto de fatores que aumentam as chances de uma estratégia de desenvolvimento econômico baseada em conhecimento. Nas interações do MHT, universidade, empresas e governos assumem o "papel do outro", mesmo mantendo seus papéis primários e suas identidades distintas. Ao estimularem o desenvolvimento de empresas a partir da pesquisa, as universidades assumem o papel da indústria (capitalização do conhecimento); por meio de joint ventures, as empresas desenvolvem treinamentos e compartilham conhecimento, aproximando-se das funções do meio acadêmico; já os governos agem como capitalistas públicos ao apoiarem diferentes interações, ao mesmo tempo que mantêm a atividade regulatória (TORRES; BOTELHO, 2018, p. 93). 
   
Como podemos ver, as empresas enxergam oportunidades de futuras parcerias comerciais dentro do conhecimento produzido na universidade. Dessa maneira, o conhecimento passa a ser, também, matéria-prima de produção. Trata-se de uma relação duplamente benéfica, pois a universidade, detentora do conhecimento, não possui o viés empresarial que lhe permita traçar estratégias de desenvolvimento econômico. As empresas, por outro lado, detentoras desse poder, não possuem base de pesquisa tecnológica para colocar em contexto de inovação. Logo, a inovação possui conexões diretas com o meio acadêmico e intelectual. Nesse sentido, os poderes acadêmicos e empresariais não se subjugam um ao outro, mas entram em uma relação benéfica para ambos os lados, pois o poder público regulamenta essa relação de modo que uma esfera não beneficie-se livremente da outra.  
  
Chamamos a atenção, por outro lado, para o fato de que essa não é, necessariamente, a realidade manifestada no Brasil. De acordo com Torres e Botelho (2018), em nosso cenário existem apenas pontos de interação entre universidade e iniciativa privada. Rapini, Oliveira e Silva Neto (2014) atribuem essa fraca relação a alguns pontos, como baixo conteúdo científico associados a um curto prazo solicitado para que se encontre soluções industriais. Por essa razão, as empresas refutam o investimento em P&D. Além disso, a dificuldade de comunicação entre empresa e universidade, e a realidade de um setor produtivo nacional pouco inovativo subsidiam a ausência de instrumentos adequados para o diálogo e associação entre universidade e empresas. A esse respeito, cabe destacar ainda que as grandes empresas contam com laboratórios próprios de P&D. A inovação, nesses contextos, é norteada pelos próprios interesses da organização, e dependerá diretamente dos investimentos associados à pesquisa e desenvolvimento.  
  
A inovação é a grande motivadora do desenvolvimento. Na visão de Oliveira (2001, p. 6):  
   
A forte influência das inovações tecnológicas no crescimento econômico não é direta, mas pela parcela não explicada pelo capital e pelo trabalho. É representada pela melhoria da qualidade das máquinas e equipamentos utilizados, elevando a produtividade da mão-de-obra empregada e o crescimento do produto e do emprego, por meio do retorno do investimento, assegurando os lucros, que estimulam a ação empresarial, a produção e a adoção de novas tecnologias. 
   
Dada a relevância da inovação tecnológica para as cadeias produtivas, a busca pela inovação é constante para as empresas que querem continuar a se desenvolver. Essa busca inclui,muitas vezes, repetição de padrões, que leva a novas descobertas por meio da superação de erros. Isso desencadeia novas tecnologias de processo, de produto, e, muitas vezes, até mesmo aprimora a estrutura organizacional. A repetição de padrões pode considerar, ainda, a inovação com base nos conhecimentos obtidos a partir da indústria à qual a empresa permaneça.  
  
Oliveira (2001) lembra ainda que em alguns casos podem haver empresas que, a partir de um procedimento inovador criado por outras empresas, faz em si pequenas adaptações. Em outros contextos, a empresa pode desenvolver internamente suas ideias a fim de promover melhorias em seu funcionamento.  
  
Os investimentos em P&D e capacitação técnica para estimular a inovação e a difusão de tecnologias, além de inovações organizacionais e institucionais, podem conduzir a economia para um crescimento sustentado, melhor dizendo, contínuo. Assim, cabe aos países criar um ambiente institucional capaz de propiciar a capacitação técnica, a inovação, a difusão e a incorporação de novas tecnologias (OLIVEIRA, 2001, p. 8).  
   
   
O autor chama atenção para um fator extremamente positivo ao relacionar pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ao sugerir a possibilidade de crescimento contínuo, Oliveira (2001) eleva seu argumento a um teor superlativo, de modo que dificilmente alguma contraposição justifica o não investimento em P&D. O fato é que algumas empresas ainda não investem em inovação por não conhecerem sobre suas vantagens. Por outro lado, a empresa que quer investir em inovação deve, essencialmente, planejá-la considerando as relações de P&D.  
  
Oliveira (2001) também sugere um cenário favorecedor para que a empresa possa favorecer a pesquisa e o desenvolvimento. Para o autor, a interdependência entre os tipos de pesquisa básica e aplicada devem ser estimuladas, estreitando os laços entre pesquisadores e empresários. A inovação, incorporação de novas tecnologias e sua difusão devem consolidar-se dentro e fora dos limites regionais. Esses passos estimulados, na opinião de Oliveira (2001), culminam com a qualificação da mão de obra.  
  
Na videoaula a seguir, veremos mais sobre a pesquisa e o desenvolvimento no Brasil.  
  
Videoaula: Brasil e P&D: Contradições 
Dessa maneira, um estudo do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (BRASIL..., 2017, on-line) concluiu que o Brasil investe menos em P&D do que outros países.  
   
No ano de 2015, nosso país gastou 0,63% do PIB com ciência e tecnologia, que mediante o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem parte destinada à pesquisa e desenvolvimento. Essa cifra está longe de se comparar com o que países como Alemanha, Estados Unidos e Japão investem no segmento.  
   
O país que lidera os custos voltados para P&D é Israel. Considerando uma pesquisa da Batelle realizada no ano de 2013 (CALEIRO, 2016, on-line).  
   
Na atualidade, Israel ficou conhecido devido a criação de um Vale do Silício em sua região, fruto de seu investimento em P&D. De acordo com a pesquisa feita pela instituição, segue um ranking com os países que mais investem:   
· Israel: investe 4,2% de seu PIB, traduzido em 11 bilhões de dólares.
· Finlândia: investe 3,6% do PIB, expresso por 7 bilhões de dólares.
· Coreia do Sul: também gasta 3,6% de seu PIB, no total de 61 bilhões de dólares.
· Japão: 3,4% do PIB são orientados para pesquisa e desenvolvimento, somando 164 bilhões de dólares.
· Suécia: 3,4% do PIB, expressos em 14 bilhões de dólares.
· Dinamarca: 3% do PIB, equivalente a 6 bilhões de dólares gastos em pesquisa.
· Suíça: destina 2,9% do PIB em P&D, no total de 19 bilhões de dólares.
· Alemanha: tem 2,8% do PIB destinado à pesquisa e desenvolvimento, totalizando 92 bilhões de dólares.
· Estados Unidos: também contam com 2,8% do PIB voltado para atividades de P&D, estimados em 450 bilhões de dólares.
· Áustria: destina 2,8% do PIB para essa finalidade, sustentada pela cifra de 10 bilhões de dólares.  
O décimo lugar da lista é seguido por países como Catar, Singapura, França, Austrália, Taiwan e, por fim, o Brasil, que em 2013, investiu cerca de 1,3% do PIB para essa finalidade.  
   
Para Conceição e Moreira (2016), em muitos contextos as ações de P&D são concebidas como atividades de geração de conhecimentos, fase antecedente ao processo de inovação propriamente dito. Outro fator importante trazido por esses autores é a interação empresa-cliente como fomentador dos processos de inovação, como sua fonte indutora.  
É preciso também considerar o momento histórico no qual encaramos os processos de pesquisa e desenvolvimento voltados para inovação. Para Oliveira (2001, p. 6),  
   
na década de 1990, principalmente na América Latina, após vários períodos de políticas protecionistas, ocorre um desvio dos objetivos das políticas de ciência e tecnologia, que passam a privilegiar a modernização da indústria e a qualificação da mão-de-obra, para adequar-se ao novo padrão de concorrência internacional. No entanto, para não cometer os mesmos erros do passado protecionista, as políticas dos países da região devem primar nas seguintes frentes: tecnologia e ciência aplicada; reorganização e modernização do setor produtivo; viabilização de instrumentos permanentes para manter a inovação contínua e a incorporação de novas tecnologias; cooperação internacional e disseminação da informação e do conhecimento. 
   
Aquecidas pela ruptura do momento protecionista pelo qual passou o mundo, as políticas de ciência e tecnologia passam a voltar-se para a indústria e qualificação. A ciência então presta auxílio ao mercado capital. Sob o propósito de estabelecer novos paradigmas para a concorrência internacional, P&D constituem então ferramentas para que o comércio possa romper fronteiras e tornar-se globalizado.  
  
Por outro lado, o autor postula ainda que mesmo sendo esse o propósito, alguns cuidados devem ser levados em consideração para que a frente política possa não configurar uma barreira frente ao desenvolvimento que a inovação traz, destacando a aplicação da ciência e tecnologia voltados para a modernização do setor produtivo. Além disso, os países devem adequar suas políticas de modo a fomentar a competitividade por meio de um ambiente favorável à concorrência.  
Leia a notícia que indicamos a seguir:   
 
 
 
Empresa brasileira de pesquisa aumenta investimentos em inovação  
   
A realidade brasileira mostra que a inovação é crescente e estimulada na atualidade. Veja essa matéria na qual o presidente da Embrapii destaca crescimento de 128,5% de recursos investidos em inovação. Com o propósito de fomentar a inovação, o instituto supera a cifra de agências como BNDES, demonstrando a importância de se promover a inovação nas organizações. Acompanhe as tendências de mercado e entenda como funciona esse tipo de apoio. 
   
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1942299-embrapii-aumenta-investimentos-em-inovacao-neste-ano.shtml 
  
Fonte: OLIVEIRA, Filipe. Empresa brasileira de pesquisa aumenta investimentos em inovação. Folha de São Paulo. 11 dez. 2017. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1942299-embrapii-aumenta-investimentos-em-inovacao-neste-ano.shtml>. Acesso em: 29 jan. 2018. 
 
Explorando a temática IV
Visão compartilhada, liderança e desejo de inovar   
   
Ajudar com inovação em uma empresa exige o cumprimento de fases que nem sempre são fáceis ou prazerosas, pois inovar requer mudar e romper com metodologias vigentes. Acontece que no meio corporativo nem sempre essa necessidade de mudança é bem recebida. Quem institui a inovação, por outro lado, deve ter em mente os riscos que o processo naturalmente assume. Em outras palavras, envolver-se com a zona de conforto de uma empresa a fim de oxigená-la com a inovação é uma tarefa árdua que, no fim, pode não trazer os objetivos propostos. Como todo projeto, a inovação também traz em si riscos em sua aplicação, que se ampliam na medida em que se relacionam com as instabilidades do mercado.  
  
Para Tidd e Bessant (2015),

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