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fibroedema gelóide e lipodistrofia localizada

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Abordagem dos Aspectos Gerais do 
Fibroedema Geloide e da Lipodistrofia 
Localizada
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Abordagem dos Aspectos Gerais do Fibroedema Geloide e da 
Lipodistrofia Localizada
Autoria: Mariana Prado Bravo
Como citar este documento: BRAVO, Mariana Prado. O Fibroedema geloide e a lipodistrofia locali-
zada. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada 05
Unidade 2: Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada 32
Unidade 3: Metabolismo do tecido adiposo 62
Unidade 4: Recursos eletroterápicos no tratamento do FEG 88
2/222
3/2223
Unidade 5: Princípios ativos cosméticos 111
Unidade 6: Legislação vigente no território nacional 139
Unidade 7: Endermoterapia ou vacuoterapia 171
Unidade 8: Termoeconomia 193
Sumário
Abordagem dos Aspectos Gerais do Fibroedema Geloide e da 
Lipodistrofia Localizada
Autoria: Mariana Prado Bravo
Como citar este documento: BRAVO, Mariana Prado. O Fibroedema geloide e a lipodistrofia locali-
zada. Valinhos: 2017.
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Apresentação da Disciplina
Com a mudança nos padrões estipulados 
pela sociedade no que se refere à beleza e 
com o aumento da expectativa de vida da 
população, nota-se uma busca incessante 
pela juventude e por solucionar problemas 
relacionados à insatisfação com a estética 
corporal e facial. Assim, visando atingir re-
sultados cada vez melhores, a estética deu 
um grande salto no desenvolvimento de 
tecnologias inovadoras e recursos estéti-
cos, o que vêm facilitando e aprimorando os 
resultados atingidos. 
As mudanças constantes e inovações nos 
procedimentos exigem dos profissionais da 
estética uma constância nos estudos e no 
aperfeiçoamento das técnicas desenvolvi-
das, o que permite que se mantenham atu-
alizados e inseridos no concorrido mercado 
de trabalho. Por isso, nesta disciplina você 
estudará uma importante matéria no meio 
estético, o fibroedema geloide e a lipodis-
trofia localizada, popularmente conhecidos 
como celulite e gordura localizada. 
Esta disciplina foi estruturada para atender 
aos profissionais da área de estética e traz-
er as informações mais relevantes sobre o 
tópico. Deste modo, abordaremos o assun-
to de forma completa, trazendo definições, 
características histológicas, tratamentos 
cosméticos e suas características e a abor-
dagem terapêutica para o FEG e lipodistro-
fia localizada. Portanto, convido você para 
o estudo da presente disciplina e aprimo-
ramento neste importante tópico, visando 
ao aperfeiçoamento no assunto e a con-
sequente obtenção de resultados cada vez 
mais satisfatórios para os clientes na apli-
cação prática do tema.
5/222
Unidade 1
Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada
Objetivos
1. Compreender o que é fibroedema ge-
loide e lipodistrofia localizada e os 
nomes utilizados, tentando adequar o 
termo as características histomorfo-
lógicas;
2. Aprender a identificar e diferenciar o 
fibroedema geloide da lipodistrofia 
localizada;
3. Conhecer, através de imagens, a dife-
rença causada na pele quando da pre-
sença de fibroedema geloide; os graus 
existentes e as diferentes formas em 
que se apresenta.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada6/222
Introdução
O fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada são caracterizados por um distúrbio metabólico 
que ocorre no tecido subcutâneo e ocasionam, como consequência, uma alteração na aparência 
da pele. Essa alteração tende a ser comparada, informalmente, como uma pele com a aparên-
cia de “casca de laranja”. Por que isso acontece? Antigamente se associava a ocorrência desse 
fator com a obesidade, entretanto, já é sabido que a causa é multifatorial e não está associada 
apenas ao ganho de peso. Aprofundaremos, a seguir, a divisão das classes de fatores que podem 
desencadear a formação da chamada celulite. Dessa forma, todos os fatores devem ser tratados 
de maneira conjunta, ou seja, fatores quesomados ocasionam o distúrbio metabólico. Já a alte-
ração na pele se dá pela hipertrofia, que é o aumento de tamanho, combinada com a hiperplasia, 
o aumento de quantidade, de adipócitos que aumentam a gordura localizada em determinada 
região, conforme demonstra a imagem.
Figura 1 | Diferença da pele com e sem celulite
Fonte: <http://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072002.pdf>. Acesso: 14 out. 2017.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada7/222
Em razão desse aumento, o tecido adiposo 
comprime os vasos sanguíneos e linfáticos 
e atrapalha a circulação do sangue no local, 
bem como a eliminação das toxinas do cor-
po, o que ocasiona um acúmulo de líquidos, 
causando edemas. Assim, as fibras coláge-
nas que se prendem à pele e englobam essa 
estrutura sofrem uma tração, o que encap-
sula a gordura, forma nódulos celulíticos e 
cria a depressão na pele, conforme demons-
tra a imagem.
1. Aspectos gerais do fibroede-
ma geloide
O fibroedema geloide é comumente repre-
sentado pela sigla FEG e se caracteriza por 
uma alteração na pele, causada principal-
mente na população feminina, normal-
mente localizado nos membros inferiores e 
nádegas. Além de ser considerado um pro-
blema estético, é responsável por ocasionar 
problemas álgicos nas regiões atingidas. 
O FEG é erroneamente conhecido como 
celulite. Na medicina o sufixo “ite”, vêm do 
grego “itis” que é utilizado para indicar a 
ocorrência de um processo inflamatório, o 
que não ocorre no fibroedema geloide. Na 
década de 1920, foi utilizado o termo celu-
lite para expor uma alteração verificada na 
superfície cutânea, o que foi prontamente 
questionado, visto que realizada a histopa-
tologia, não foi constatada uma inflamação. 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada8/222
Na tentativa de adequar o nome à carac-
terística histomorfológica, diversos termos 
são utilizados, como: hidrolipodistrofia gi-
noide, lipodistrofia ginoide, paniculopatia 
edemato-fibroesclerótica e paniculose, li-
poesclerose nodular, lipodistrofia localizada 
e fibroedema geloide que é o termo que se 
demonstra mais correto.
Para saber mais
O fibroedema geloide deverá ser identificado em 
um cliente após a anamnese, durante o exame fí-
sico, realizado na primeira sessão de atendimen-
to, na qual se observará todos os sinais clínicos, a 
existência de alguma alteração na pele, a locali-
zação dessa alteração, para posteriormente, du-
rante o exame de palpação classificar o grau de 
comprometimento. 
A anamnese serve para que o profissional conhe-
ça o seu cliente. Por isso, deve ser o primeiro pro-
cedimento feito na clínica de estética. É por meio 
dela que é possível chegar a um diagnostico, en-
tender o quadro apresentado e, assim, indicar o 
tratamento mais adequado para as necessidades 
individuais de cada cliente. 
Link
Diferentemente do fibroedema geloide, cha-
mado erroneamente de celulite, existe a celulite 
infecciosa, causada por bactérias. Visite o site, 
descubra mais sobre a celulite infecciosa e com-
pare com o fibroedema geloide. Disponível em: 
<http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/
view/733/747>. Acesso em: 15 jan. 2019.
http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/733/747
http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/733/747
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada9/222
2.1Teorias acerca do desenvol-
vimento do fibroedema geloide
Alguns autores criaram hipóteses teóricas 
acerca do surgimento do fibroedema geloi-
de. No total, sete teorias, as quais veremos 
de forma resumida, a título de conhecimen-
to:
• Teoria reumática: defendida por 
Aquier e Paviot, entende que o FEG se 
trata de uma distrofia celular comple-
xa não inflamatória do sistema me-
senquimatoso, com um edema do te-
cido conjuntivo. Defende que o fibro-
edema geloide nada mais é que uma 
resposta do tecido conjuntivo à algu-
ma agressão sofrida por um período 
de tempo, podendo esta ser glandular, 
traumática, tóxica ou infecciosa. 
• Teoria alérgica: foi uma teoria defini-da em 1928 por Lagèze e dividida em 
três fases. O autor sugere que existe 
uma primeira fase congestiva de in-
vasão serosa que ocasiona uma infil-
tração flácida e dolorosa. Na segunda 
fase ocorre hiperplasia e deformação 
fibrosa em relação a uma exsudação 
fibrinosa, em que ocorre a produção 
nodular que altera as características 
da pele e, por fim, a terceira fase na 
qual a deformidade se torna irrever-
sível, visto que ocorre a retração es-
clerótica e cicatricial, o que faz com 
que o tecido conjuntivo fique preso 
em uma massa dura e comprimida. A 
teoria alérgica defende a tese de que 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada10/222
durante as três etapas não há proces-
so inflamatório, mas sim um proces-
so alérgico do fibroedema geloide em 
decorrência de um exsudato de ori-
gem vascular pela ocorrência de uma 
vasodilatação, semelhante às encon-
tradas nas manifestações anafiláticas. 
• Teoria tóxica: teoria defendida por La-
roche, em 1929, que entende que o 
FEG está relacionado com as toxinas 
recebidas pelo organismo em função 
de problemas hepáticos e renais. De-
fende a tese de que o fibroedema não 
é uma doença, mas sim um processo 
defensivo do organismo, seguido de 
um processo cicatricial, no qual ocorre 
o inchaço das células em decorrência 
do acúmulo de resíduos, como coles-
terol, ácido lático, ácido úrico etc. 
• Teoria metabólica: surgiu em 1950, 
defendida por Rubens-Durval. O autor 
sugere que ocorre um desvio metabó-
lico ocasionado por uma perturbação 
nutritiva histológica, de caráter dis-
trófico, que leva à diminuição do ana-
bolismo proteico e aumento do ana-
bolismo lipídico. 
• Teoria hormonal: apresentada por 
Weil-Fage, em 1952, relaciona o fibro-
edema geloide como a consequência 
de uma deficiência hormônio-glan-
dular posteriormente atribuída a um 
estado hiper-hormonal paratireoideo. 
• Teoria circulatória: criada em 1958 
por Merlen, entende que o fibroedema 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada11/222
geloide se origina de causas alérgicas 
e hemodinâmica.
• Teoria bioquímica: esta teoria, apre-
sentada em 1960, descreve que o FEG 
se origina em decorrência de uma per-
turbação metabólica em razão do de-
sequilíbrio do líquido coloidal, em que 
o meio fica ácido e torna a região mais 
hidrófila. 
2.2 Etiologia
Como já mencionado anteriormente, a ocor-
rência do fibroedema geloide é multifato-
rial, ou seja, ligada a diversos fatores cumu-
lados. Assim, não se pode falar em apenas 
uma causa para a lipodistrofia localizada e 
consequente formação do FEG. Segundo 
Guirro e Guirro (2004), é possível descrever 
a etiologia para o fibroedema geloide em 
três classes:
• Fatores predisponentes: relacionados 
à genética, idade, sexo e desequilíbrio 
hormonal. 
Em função da genética devemos entender 
que é herdado o biótipo e suas peculiarida-
des funcionais, a estrutura corporal, assim 
como a suscetibilidade a distúrbios mesen-
quimatosos. Existe também uma predispo-
sição hereditária para a lipodistrofia locali-
zada e para as diferentes formas de obesi-
dade, porém devemos lembrar que a predis-
posição genética pode ser modificada pelo 
ser humano de maneira total ou parcial, vis-
to que somos capazes de interferir ou acen-
tuar a herança genética. 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada12/222
O FEG é um distúrbio próprio da mulher e 
normalmente se inicia próximo à puberda-
de, visto que nessa fase devido à ação do 
estrógeno, principal hormônio envolvido no 
FEG, ocorre um aumento de gordura na re-
gião do quadril, seguida da primeira mens-
truação (menarca) e, por influência do hor-
mônio, acontece a replicação das células 
adiposas. O estrógeno é também responsá-
vel pelo aumento da permeabilidade e dimi-
nuição do tônus muscular, o que prejudica a 
circulação. 
O hormônio estrógeno é responsável por 
alterar o recâmbio do colágeno, assim, in-
fluencia no turn-over de glicosaminoglica-
nas (macromoléculas do líquido intersti-
cial) que com o acúmulo de ácido hialurô-
nico gera alterações bioquímicas na matriz 
intercelular, o que afeta na retenção e no 
transporte de íons, aumenta a pressão os-
mótica intersticial e causa um microedema, 
dificultando a difusão dos nutrientes, hor-
mônios e metabólitos entre as células e o 
sistema circulatório. Levando em conta que 
no corpo feminino ocorre a alteração men-
sal do estrógeno, a produção desse edema 
também será mensal e se não eliminado 
corretamente, ocorre um edema residual, 
fator para o desencadeamento do FEG (CI-
PORKIN; PASCHOAL, 1992).
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada13/222
• Fatores determinantes: esses fatores 
estão ligados ao estresse, sedenta-
rismo, tabagismo, maus hábitos ali-
mentares, desequilíbrios glandulares 
e disfunção hepática.
Devido à dieta desequilibrada da sociedade 
atual, nota-se o aumento do FEG. O hábito 
alimentar inadequado é o primeiro fator co-
adjuvante exógeno geral para a ocorrência 
do fibroedema geloide devido a dietas ricas 
em ácidos graxos saturados (hiperlipídicas), 
hipercalóricas, com insuficiência em líqui-
dos, sais minerais, vitaminas, proteínas, fi-
bras e oligoelementos.
O sedentarismo também tem grande con-
tribuição negativa no FEG já que ocasiona 
mudanças metabólicas com a diminuição 
de gasto calórico, redução da utilização de 
glicose pelo músculo, o aumento de apetite, 
aumento dos níveis de insulina circulante, 
bem como problemas muscular-ligamen-
toso devido à redução da massa muscular 
e aumento de massa gordurosa, diminui as 
mitocôndrias das fibras musculares que fi-
cam com baixo conteúdo de ATP (energia) 
Link
Visto que o fibroedema geloide é um distúrbio pró-
prio da mulher, com grande relação ao hormônio 
estrógeno, consulte um estudo, para ampliar seu 
conhecimento, sobre a incidência do fibroedema 
geloide em mulheres caucasianas jovens: <http://
files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/
v34n2/a005.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2017.
http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada14/222
e enzimas aeróbicas e aumenta a flacidez 
músculo-tendinosa que repercute nos des-
vios lombossacrais. Outra influência nega-
tiva está no sistema circulatório-periférico 
no qual o sedentarismo e a falta de movi-
mentos levam a um bombeamento muscu-
lar insuficiente, responsável por impulsionar 
centripetamente o sangue venoso com a 
ajuda das válvulas, o que faz com que a cir-
culação de retorno seja deficiente. Por con-
sequência, com o passar do tempo, ocorre 
o fenômeno de estase venosa e linfática, 
com a infiltração edematosa intersticial 
subcutânea regional resultante (CIPORKIN; 
PASCHOAL, 1992).
Outro fator de extrema importância é o hi-
perinsulinismo. A insulina é um agente li-
pogênico e o inibidor principal de toda ini-
ciativa lipolítica por parte dos hormônios 
encarregados dessa função metabólica. A 
ocorrência do hiperinsulinismo pode se dar 
por duas origens, a pancreática e a extra-
pancreática. O primeiro é causado por um 
aumento no percentual de células beta (hi-
perplasia) em decorrência de uma alimen-
tação excessiva em carboidratos e glicose 
e o segundo acontece pela redução da ca-
pacidade do fígado em degradar a insulina 
ou por uma menor resistência dos tecidos a 
ela. Assim, é possível concluir a importância 
de equilibrar a alimentação durante o tra-
tamento do fibroedema geloide, na medida 
em que se o paciente se mantém em uma 
dieta rica em carboidrato e glicose ocorre-
rá a produção excessiva de insulina, com a 
consequente retenção de líquidos e lipogê-
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada15/222
nese (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992).
• Fatores condicionantes: dificuldade 
de reabsorção linfática, aumento da 
pressão capilar, favorecimento a tran-
sudação linfática nos espaços inters-ticiais. 
Esses fatores são responsáveis por ocasio-
nar alterações no tecido conjuntivo e por 
isso fazem com que o tecido se torne mais 
hidrófilo, ou seja, ávido por água. Assim, o 
trânsito de líquido fica mais lento e se as-
sociado a outros fatores, como fatores hor-
monais, cria uma condição propícia para 
que ocorra o depósito de gordura na região 
(hidrolopopexia).
Para saber mais
Você sabia que o biótipo corporal que mais de-
senvolve o fibroedema geloide é o ginoide? Esse 
biótipo se caracteriza pelo predomínio de células 
gordurosas nas regiões periféricas (fémuro-glú-
teas, a abdômen inferior). As células adiposas são 
metabolicamente mais resistentes e estáveis à li-
pólise e dependentes dos hormônios sexuais fe-
mininos. Neste biótipo as células mais numerosas 
envoltas em uma trama lamelar de tecido con-
juntivo são menos sensíveis às variações de fluxo 
sanguíneo e por isso tendem à hipertrofia. 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada16/222
2.3. Diferenciando FEG e lipo-
distrofia localizada
O profissional de estética deve ter cautela 
ao identificar o fibroedema geloide e a lipo-
distrofia localizada, visto que ambos podem 
conferir à pele o aspecto “acolchoado”. 
Deste modo, durante a anamnese, o profis-
sional deverá realizar o exame de palpação 
no local em que existe a disfunção. Com o 
auxílio de uma pequena quantidade de cre-
me, deverá ser realizado um deslizamento 
com o dedo polegar para sentir a existência, 
ou não, de nódulos fibrosos. 
Após isso, é possível identificar o caso espe-
cífico, visto que se durante o deslizamento 
for identificado nódulos sensíveis ao tato, 
trata-se de fibroedema geloide, e na ausên-
cia de nódulos se trata de lipodistrofia loca-
lizada.
 2.4 Grau de acometimento do 
FEG
O fibroedema geloide pode ser dividido em 
quatro fases evolutivas, sendo que a atua-
ção clínica do profissional de estética é pos-
sível até o grau III. No grau IV se faz neces-
sária a intervenção médica. Os graus se re-
ferem à gravidade do comprometimento no 
local do FEG.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada17/222
Figura 2 | Graus do fibroedema geloide
Fonte: <https://www.mundoestetica.com.br/wp-content/uploads/2014/12/graus-HLDG.png>. Acesso em: 20 set 2017
O comprometimento do grau I é o menor. Observa-se o aspecto de “casca de laranja” apenas com 
a compressão da área afetada. No grau II, em razão das células de gordura aumentadas e com-
primindo os vasos que a irrigam, já é possível visualizar as alterações na pele sem a necessidade 
de contração, visto que o sistema linfático já se encontra deficiente e com toxinas acumuladas. 
No grau III, é possível identificar a formação de traves fibrosas e nódulos no momento da palpa-
ção, com grande retenção hídrica e comprometimento da circulação sanguínea. Nesse estágio, é 
comum a sensação de fadiga e peso nas pernas. O grau IV apresenta uma gravidade maior, já que 
o sistema circulatório está deficiente e se caracteriza pelo inchaço e flacidez tissular acentuada. 
Nesse estágio, as ondulações podem se apresentar endurecidas e é comum a ocorrência de dor 
apenas com a palpação.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada18/222
2.5 Tipos de fibroedema geloi-
de
O fibroedema geloide pode ser classificado 
como duro ou compacto, flácido, edemato-
so e misto.
• Compacto: predominante em jovens 
em que a anatomia estética e o con-
torno corporal permanecem inaltera-
dos. Tem aspecto mais rígido com um 
espessamento acentuado e aumento 
dos tecidos superficiais da pele.
• Flácido: se apresenta de forma flácida, 
fofa e trêmula e diferentemente do fi-
broedema geloide duro que apresen-
ta complicações localizadas, a flácida 
tem grande volume e afeta o corpo 
em geral. 
• Edematoso: é considerado o mais gra-
ve, pois indica um sinal de falência dos 
sistemas de retorno circulatório. Nes-
se estágio o edema está recoberto por 
uma pele lustrosa e frequentes fenô-
menos atróficos, o que indica o sofri-
mento das camadas dérmico-epidér-
micas. 
Para saber mais
O fibroedema geloide pode ser agravado por 
questões alimentares, visto que alimentos com 
grande teor de sódio auxiliam na retenção hídrica. 
De outro modo, alimentos ricos em potássio, fer-
ro, zinco, silício e polifenoides podem favorecer a 
redução do FEG. 
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada19/222
• Misto: esta forma se caracteriza pela possibilidade de unir as características compacta ou 
flácida com a edematosa, podendo ser identificada como flácida-edematosa ou compac-
ta-edematosa. 
Figura 3 | Tipos de fibroedema geloide
Fonte: Licha, 2016, p. 12.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada20/222
Glossário
Adipócitos: são as células responsáveis por armazenarem gordura e regular a temperatura cor-
poral.
Álgico: algo responsável por provocar dor.
Exsudação: se refere à saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares.
Questão
reflexão
?
para
21
Um cliente te procura com o intuito de realizar um pro-
tocolo estético corporal, apresentando reclamações 
de dores nas pernas e deformações aparentes na pele 
que afetam sua autoestima. Como profissional, quais os 
passos a se realizar com o presente cliente? O que deve-
rá ser analisado? Como deverá ser classificado o caso?
22/222
Considerações Finais
• Neste tema você estudou sobre os aspectos gerais do fibroedema geloide 
e da lipodistrofia localizada com o intuito de entender as diferenças entre 
ambos e os aspectos ocasionados na pele quando da presença destes.
• Sobre as teorias criadas por autores com a intenção de explicar o desenvol-
vimento do FEG e as classes etiológicas que podem auxiliar na predisposi-
ção do fibroedema. 
• Acerca do método que o profissional de estética deverá utilizar para identi-
ficar a presença de fibroedema geloide ou lipodistrofia localizada para atuar 
com o tratamento correto. 
• Por fim, sobre as classificações acerca do grau de acometimento do fibroe-
dema geloide e das formas em que se apresentam.
Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada23/222
Referências
CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização terapêutica e fisiopatogênica da lipodistrofia gi-
noide. São Paulo: Santos, 1992.
GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e pa-
tologias. 3. ed. rev. e ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004.
LICHA, Heloísa Maria Elaine; PEREIRA, Maria Silvia Félix; MILREU, Poliana Galindo de Almeida. Re-
cursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais. Londrina: Unopar, 2014. 177 p.
24/222
1. Ocorre uma mudança no tecido conjuntivo durante o processo celulítico, 
o que ocasiona uma reação fibrótica, que em graus avançados pode evoluir 
para esclerose. O fibroedema geloide pode se apresentar em quatro graus, 
com características distintas. Analise as afirmativas a seguir e assinale a al-
ternativa incorreta sobre o grau do FEG e suas características.
a) No grau IV há a ocorrência de grave alteração na circulação, com vasos estrangulados; pre-
sença de grandes nódulos com aderência e fibrose; compressão dos nervos que ocasiona dor 
e sensação de inchaço. 
b) Para identificação do grau II não há a necessidade de pressão ou contração muscular; as 
trocas metabólicas já se encontram alteradas e a produção de líquido intersticial pelo fi-
broblasto já apresenta um pH alterado (mais ácido); as células adiposas apresentam maior 
volume. 
c) O grau I é caracterizado pela aparente deformidade da pele, sem necessidade de pressão ou 
contração muscular para identificação; presença de fibrose e pele com aspecto de “casca de 
laranja”.
d) No grau III as fibras elásticas se rompem e as fibras de colágeno enrijecem, possibilitando a 
identificação de nódulos com o exame de palpação.
Questão 1
25/222
2. A anamnese é de extrema importância para que o profissional tenha co-
nhecimento sobre informações detalhadas do cliente e assim possa reali-zar um tratamento eficaz. O fibroedema geloide é identificado nessa fase 
e pode ser classificado em graus e tipos. Assinale a alternativa incorreta 
sobre o tipo do FEG.
a) Tipo edematoso: predominante em jovens em que a anatomia estética e o contorno corporal 
permanecem inalterado.
b) Tipo compacto: se apresenta de forma flácida, fofa e trêmula, tem grande volume e afeta o 
corpo em geral.
c) Tipo flácido: é considerado o mais grave, pois indica um sinal de falência dos sistemas de re-
torno circulatório.
d) Tipo misto: esta forma se caracteriza pela possibilidade de unir as características compacta ou 
flácida com a edematosa.
Questão 2
26/222
3. O fibroedema geloide deixou de ser considerado apenas uma deforma-
ção estética e passou a ser considerado uma doença. É sabido que a obe-
sidade não é o único fator que pode levar à incidência do FEG e por isso os 
fatores passaram a ser o predisponente, determinantes e condicionantes. 
Analise a alternativa correta sobre a ordem das características de cada um 
dos fatores:
I. Fatores predisponentes
II. Fatores determinantes
III. Fatores condicionantes
1. ( ) O biótipo e suas peculiaridades funcionais são herdadas, o que facilita a suscetibilidade 
aos distúrbios teciduais. 
2. ( ) Fator relacionado com alterações ocorridas no tecido conjuntivo que o tornam mais hi-
drófilo e dificultam o trânsito de líquido, isso, somado a outros fatores, propicia o depósito 
de gordura na região
Questão 3
27/222
Questão 3
3. ( ) Relacionado ao estilo de vida atual, por exemplo, o sedentarismo, mau hábitos alimen-
tares, estresse somado a desequilíbrios glandulares e disfunções hepáticas.
a) 1 - III; 2 - I; 3 - II.
b) 1 - II; 2 - III; 3 - I.
c) 1 - I; 2 - II; 3 - III.
d) 1 - I; 2 - III; 3 - II.
28/222
4. O fibroedema geloide tem maior propensão em mulheres, principal-
mente pela ação do estrógeno. Assinale a alternativa que indica, respec-
tivamente, a fase da vida em que há maior ocorrência do FEG; a principal 
região acometida e o tipo morfológico com maior propensão para essa 
disfunção estética.
a) Pós puberdade; partes inferiores do corpo; tipo morfológico ginoide.
b) Puberdade; partes inferiores do corpo; tipo mórfico androide.
c) Pós puberdade; partes superiores do corpo; tipo mórfico ginoide.
d) Puberdade; partes superiores do corpo; tipo mórfico androide.
Questão 4
29/222
5. O processo de formação da celulite segue uma ordem de fatores. Dentre 
os fatores estão: a) deficiência do sistema linfático; b) dificuldade de tro-
cas metabólicas; c) alteração bioquímica da matriz intersticial sequente ao 
edema; d) alterações circulatórias; e) lipogênese e hipertrofia das células 
adiposas. Os fatores do processo de formação da celulite estão mencio-
nados aleatoriamente, - assinale a alternativa que indica a ordem correta 
dos fatores:
a) b; d; a; e; c.
b) c; d; b; e; a.
c) a; b; c; e; d.
d) e; a; b; c; d.
Questão 5
30/222
Gabarito
1. Resposta: C.
O grau I é o mais brando e puramente cir-
culatório, comporta essencialmente esta-
se venosa e por isso só é identificado com 
a pressão ou contração muscular. A pele 
apresenta o aspecto de casa de laranja.
2. Resposta: D.
As demais afirmativas estão incorretas, por-
que o FEG do tipo compacto é predominan-
te em jovens em que a anatomia estética e 
o contorno corporal permanecem inaltera-
do. Do tipo flácido se apresenta de forma 
flácida, fofa e trêmula, tem grande volume 
e afeta o corpo em geral. E do tipo edema-
toso é considerado o mais grave, pois indica 
um sinal de falência dos sistemas de retorno 
circulatório.
31/222
Gabarito
3. Resposta: D.
A ordem correta para as características é 
encontrada na alternativa D.
4. Resposta: A.
O tipo morfológico mais propenso ao de-
senvolvimento do FEG é o ginoide, por apre-
sentar um desequilíbrio na parte inferior do 
corpo em que o edema acontece com mais 
facilidade pela posição ortostática ao longo 
do dia. Esse acometimento é frequente após 
a puberdade pela maior variação hormonal 
na mulher e as regiões mais acometidas são: 
coxas, glúteos, abdômen e braços.
5. Resposta: B.
A ordem do processo de formação da celulite 
é: início com a alteração bioquímica da matriz 
intersticial sequente ao edema; alterações 
circulatórias; dificuldade de trocas metabóli-
cas; lipogênese e hipertrofia das células adi-
posas e, por fim, deficiência do sistema linfá-
tico.
32/222
Unidade 2
Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada
Objetivos
1. Nesta aula você estudará sobre as 
possibilidades de terapias existentes 
no mercado para o tratamento do fi-
broedema geloide e da lipodistrofia 
localizada. Será abordado o motivo 
pelo qual cada tratamento tem influ-
ência direta com a melhora do FEG e 
da gordura localizada e suas influên-
cias no organismo. O presente tópico 
busca ampliar os conhecimentos so-
bre tratamentos em um aspecto ge-
ral, razão pela qual não serão trazi-
dos apenas tratamentos cosméticos, 
mas também farmacoterapêuticos, 
medidas dietéticas, a importância 
dos exercícios físicos, dentre outros.
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada33/222
Introdução
Você estudou no tópico anterior que múlti-
plas são as causas para a formação do fibro-
edema geloide e da lipodistrofia localizada, 
de igual modo são as terapias para o trata-
mento da gordura localizada e do FEG. Por 
serem distúrbios estéticos localizados, am-
bos precisam de tratamento precoce para 
que se atinja bons resultados. É necessária 
a realização de uma avaliação para que se 
observe o grau, as características e o tipo de 
fibroedema de maneira particularizada, o 
que permitirá que o profissional de estética 
se utilize de recursos terapêuticos adequa-
dos para o tratamento de cada cliente. Ape-
sar das diversas técnicas para o tratamen-
to do fibroedema geloide e da lipodistrofia 
localizada, a análise minuciosa no cliente 
se faz imprescindível para que o profissio-
nal elabore um plano de ação detalhado, 
no qual será fundamental a colaboração do 
cliente para melhores resultados e, caso ul-
trapasse do campo estético, o encaminha-
mento para um profissional competente. 
As terapias utilizadas serão divididas nessa 
aula em seis setores e os resultados podem 
ser atingidos através de medidas dietéticas; 
exercícios físicos; eletroterapia; tratamen-
tos com farmacoterapia, subdivididos em 
tratamento com medicamentos de uso sis-
têmico ou de uso fitoterápicos; tratamentos 
cirúrgicos e, por fim, tratamentos estéticos, 
que se subdividem em tratamentos eletro-
terápicos e recursos manuais, os quais se-
rão estudados a seguir, de maneira detalha-
da, para o aperfeiçoamento profissional. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada34/222
1. Medidas dietéticas
A lipodistrofia localizada tem relação dire-
ta com o tecido subcutâneo, localizado na 
camada mais profunda da pele, que pode 
ser chamado de tecido adiposo. Este tecido 
está localizado abaixo da derme e se cons-
titui por tecido adiposo e tecido conectivo 
frouxo, que possuem células chamadas de 
adipócitos, responsáveis por armazenarem 
energia em forma de gordura e regularem 
a temperatura corporal, atuando como iso-
lante térmico, bem como protegendo contra 
os choques mecânicos. As células adiposas 
podem aumentar ou diminuir de volume, 
dependendo da quantidade de gordura que 
está absorvida em seu interior. Assim, nota-
-se o aumento de gordura corporal quando 
o gasto calórico não supera a ingestão de 
alimentos. 
Com o aumento do volume nas células adi-
posas ocorre uma alteração no processo cir-
culatório, com a consequente má condução 
de macromoléculas e água no interstício, o 
que acaba por gerar edemas que compri-
mem os pequenos vasos e com o passar do 
tempo causam alterações na aparência da 
pele. 
O Ministério da Saúde, em 2017, estimou 
que entre os anos de 2006 e 2016, a obesi-
dade no Brasil cresceu em 60%. O estilo ali-
mentar da sociedade mudou drasticamente 
de alimentos frescos e com altoconsumo 
de vegetais para um consumo prioritário de 
alimentos industrializados, com grandes ní-
veis de processamento, refinados, com ex-
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada35/222
cesso de sódio e açúcar, bem como diversos 
conservantes. Essas mudanças, cumuladas 
com a vida sedentária, levam a uma popu-
lação obesa com problemas de saúde como 
diabetes, problemas cardíacos, hiperten-
são, entre outras doenças associadas ao 
ganho de peso. 
Assim, um dos tratamentos para a lipodis-
trofia localizada e para o fibroedema geloi-
de é a mudança de hábitos e medidas dieté-
ticas. É necessário provocar um déficit caló-
rico para que o organismo utilize o capital 
energético estocado nos adipócitos e passe 
a ter um balanço energético negativo.
Para que os resultados sejam satisfatórios, 
a dieta deve seguir alguns padrões, aten-
dendo sempre aos parâmetros legais que 
regem a dietética humana. O foco deve ser 
em uma dieta hipocalórica, considerando a 
origem dos alimentos e a quantidade de ca-
lorias ingeridas; hipoglicídica, com a redu-
ção do consumo de carboidratos entre 50 
a 60 gramas diários. A supressão não deve 
ser adotada, visto que alimentos com car-
boidratos são importantes para que o orga-
Link
É sabido que a gordura visceral está relacionada a 
diversas doenças. Acesse o artigo para conhecer 
mais sobre o aumento do tecido adiposo visce-
ral na gênese da hipertensão e doenças cardio-
vasculares. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf >. Acesso em: 15 
Jan. 2018.
http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada36/222
nismo tenha energia, já que são facilmente 
assimiláveis, responsáveis por estimular a 
síntese de triglicerídeos intra-adipocitários 
(lipogênese) e auxiliam na eliminação ele-
trolítica e na retenção hídrica.
A dieta também deve ser hipolipídica, com 
baixo consumo de alimentos ricos em coles-
terol e ácidos graxos saturados, responsá-
veis por criar uma resistência insulínica, vis-
to que diminuem os receptores e a sua liga-
ção de insulina; hiperproteica, já que o con-
sumo de proteínas não interfere de forma 
significativa na secreção da insulina, o que 
ocasiona pequenas alterações nos níveis de 
glicemia, além de provocar uma sensação 
de saciedade por períodos maiores do que 
os alimentos ricos em gordura. 
A inclusão de fibras na dieta também é de 
grande importância, visto que possuem ní-
veis calóricos baixos, mas auxiliam de forma 
significativa no funcionamento do meta-
bolismo. As fibras auxiliam na diminuição 
da fome, visto que provocam saciedade por 
um período maior e diminuem a velocidade 
do esvaziamento gástrico; auxiliam com o 
equilíbrio da flora intestinal; com a redução 
nos níveis de colesterol; e possuem a impor-
tante função de retardar o gatilho para libe-
ração de insulina. 
Por fim, o aumento do consumo de água au-
xiliará na eliminação de toxinas e resíduos 
e também ajuda na sensação de saciedade, 
na medida em que umedece e modifica o 
volume do bolo alimentar e, a suplementa-
ção de vitaminas e minerais que atendam às 
necessidades diárias do cliente. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada37/222
2. Prática de exercícios físicos
O exercício físico é um grande aliado da 
saúde e se combinado com medidas dieté-
ticas poderá auxiliar na melhora do fibroe-
dema geloide e da lipodistrofia localizada. A 
intenção da mudança nos hábitos alimen-
tares é manter o balanço calórico negativo, 
com o exercício físico isso se torna mais fácil 
devido ao aumento do gasto energético. 
Ademais, a prática de exercício físico traz 
inúmeras vantagens para o organismo. Ao 
praticar uma atividade física ocorre um au-
mento da produção de endorfina, conheci-
da como hormônio do bem-estar, que é res-
ponsável por estimular o sistema nervoso 
central e reduzir sintomas negativos, como 
a ansiedade, a depressão e causar um au-
mento na autoestima. 
O exercício também tem a capacidade de 
diminuir a gordura que se localiza no tecido 
adiposo, aumentando nessas células a ca-
pacidade lipolítica; influenciar no movimen-
to do intestino, com a consequente melhora 
na condução do bolo alimentar; promover a 
tonificação das fibras musculares; melhorar 
a circulação sanguínea, com aumento de 
trocas metabólicas nos tecidos periféricos e 
aumentar a circulação venosa e linfática de 
retorno. 
3. Eletroterapia
O termo eletroterapia é utilizado, em um 
conceito geral, para explicar diversos trata-
mentos em que é utilizada a energia elétrica 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada38/222
para melhorar problemas de saúde e acele-
rar o processo de reabilitação em lesões. 
São empregados nos aparelhos diversos ti-
pos de correntes. A emissão das ondas ele-
tromagnéticas se dá através de eletrodos, 
em contato com a pele do cliente, ligados a 
cabos condutores. 
A corrente russa é um dos meios de eletrote-
rapia utilizados para o tratamento do fibro-
edema geloide e da lipodistrofia localizada. 
Ela é responsável por auxiliar na tonificação 
dos músculos e consequente redução da 
flacidez muscular. 
O equipamento utiliza corrente elétrica de 
frequência média alternada de 2.500 hz e 
por realizar uma ação de bombeamento nos 
vasos, auxilia a oxigenação e melhora a to-
nificação muscular. Existem duas denomi-
nações de frequência para o aparelho, a fre-
quência portadora padrão da corrente russa 
(2.500 Hz), que se caracteriza pela corren-
te introdutória do estímulo excito motor e, 
Para saber mais
O aparelho de corrente russa possui esse nome 
por ter sido desenvolvido por médicos russos na 
década de 1980. Ele foi elaborado para tratar as-
tronautas russos, após os médicos observarem 
que após as missões no espaço, pela falta de gra-
vidade, os astronautas sofriam de flacidez, atrofia 
e fadiga muscular.
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada39/222
a frequência modulada, a qual obedece às 
características da fibra muscular que será 
trabalhada. 
O profissional, ao utilizar a corrente russa, 
deverá decidir por trabalhar com as fibras 
brancas ou vermelhas. As fibras brancas por 
serem mais velhas, são menos vasculariza-
das e possuem maior diâmetro que as fi-
bras vermelhas. Elas são responsáveis pela 
velocidade e força e tendem a ser utilizadas 
quando praticamos exercícios de alta inten-
sidade, porém com curta duração. É possí-
vel notar a flacidez nas fibras brancas com 
o passar da idade, visto que diminuem de 
maneira significativa. Para esse tratamen-
to, você deve utilizar a frequência modulada 
em torno de 80 Hz.
As fibras vermelhas possuem um diâmetro 
menor, o que faz com que necessitem de um 
fornecimento maior de sangue. Por possuí-
rem metabolismo aeróbico, devido à quan-
tidade de mitocôndrias que possuem, pro-
duzem grande quantidade de energia, o que 
permite que o músculo seja utilizado em 
exercícios físicos de longa duração, com in-
tensidade baixa ou moderada, podendo ser 
usado também em exercícios de resistência. 
Para esse tipo de fibra a frequência deverá 
ser modulada em aproximadamente 20 Hz. 
Link
Entenda de maneira mais detalhada sobre os ti-
pos de fibras musculares que constituem os mús-
culos do corpo humano. Disponível em: <http://
www.treinoemfoco.com.br/fisiologia-do-
-treino/tipos-de-fibra-muscular-branca-
-vermelha/>. Acesso em: 28 dez. 2017.
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada40/222
A modulação do aparelho é a variação dos 
ajustes realizados para que se obtenha a 
máxima eficácia dos resultados. Na corren-
te russa normalmente se realiza a modula-
ção de rampa, responsável por determinar o 
aumento ou diminuição da duração e am-
plitude de pulso em um período de tempo. 
O aumento da amplitude de pulso é chama-
do de Rise e está ligado ao tempo em que a 
corrente elétrica chega no corpo do cliente. 
A diminuição da carga, de maneiragradual, 
até o término do tempo é chamada de De-
cay e se relaciona com o tempo de saída da 
corrente elétrica no corpo do cliente. 
Outra modulação é acerca do tempo em que 
a corrente elétrica passa e cessa sua passa-
gem para os tecidos. O chamado Tempo ON 
é o período em que há contração muscular 
e o Tempo OFF é quando cessa a contração 
muscular. 
Para atingir os resultados visados, quais se-
jam, o aumento da vascularização com a 
consequente melhora no aporte de enzimas 
e nutrientes na corrente sanguínea, o au-
mento da flexibilidade tissular, a tonificação 
muscular e seu fortalecimento e a melhora 
da circulação linfática, o profissional da es-
tética deverá determinar o tempo para cada 
fase da rampa, observando sempre o nível 
máximo suportado pelo cliente. 
Importante ressaltar que o aparelho de cor-
rente russa não deve ser utilizado em ne-
nhuma hipótese em pessoas com problemas 
cardíacos, portadores de aparelho marca-
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada41/222
-passo, gestantes, portadores de câncer ou 
trombose venosa profunda, com patologias 
ginecológicas ou sobre regiões alérgicas ou 
inflamadas. 
4. Farmacoterapia
Farmacoterapia é o tratamento realizado 
através do uso de medicamentos. A Federa-
ção Brasileira dos Profissionais Esteticistas 
(FEBRAPE, 2003) regulamenta que é vedado 
ao profissional de estética a prescrição me-
dicamentosa. Assim, os tratamentos com 
medicamentos de uso sistêmico são pres-
critos exclusivamente por médicos. 
Para o tratamento do fibroedema geloi-
de e da lipodistrofia localizada, os médicos 
poderão prescrever remédios com agentes 
hidrófilos; agentes lipolíticos; que alteram 
a absorção no intestino de carboidratos e 
lipídios; agentes de ação anorética; que au-
mentam a captação de glicose nos múscu-
los; termogênicos; enzimáticos; vasoativos, 
entre outros (CIPORKIN, 1992). 
O uso de medicamentos fitoterápicos que 
possuam cafeína, castanha da índia, L-car-
tinina, citrus aurantiun, centella asiática, 
thiomucase, green tea, bioex antilipêmico, 
hialuronidase, adipol, fosfatidilcolina, iom-
bina, entre outros componentes, também 
podem auxiliar com melhores resultados no 
tratamento do FEG e da lipodistrofia locali-
zada. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada42/222
5. tratamentos cirúrgicos 
Além dos métodos não invasivos para a me-
lhora do fibroedema geloide e da lipodistro-
fia localizada, existem tratamentos cirúrgi-
cos com o mesmo objetivo. Entretanto, os 
procedimentos estéticos deveriam ser ado-
tados como solução primária, e as cirurgias 
plásticas, apesar de muito comum nos dias 
atuais, deveriam ser tratadas como última 
opção devido ao grau de complicação e in-
vasividade, bem como pela possibilidade de 
complicação cirúrgica.
Um dos procedimentos cirúrgicos realizados 
é a lipoaspiração. Esse procedimento cirúr-
gico só pode ser realizado por um médico e 
visa à retirada cirúrgica da lipodistrofia lo-
calizada, ocasionando a redução da gordura 
localizada que se encontrava depositada em 
uma região específica, com a consequente 
definição no contorno do corpo (FRANCO et 
al., 2012). 
A lipoaspiração é realizada, pelo médico, 
nas camadas profundas do tecido adiposo. 
Esse procedimento não tem como objetivo 
a perda de peso, mas sim a retirada da gor-
dura localizada que é dificilmente eliminada 
apenas com medidas dietéticas e exercícios 
físicos. Deste modo, essa cirurgia plástica 
é indicada para pessoas saudáveis, que se 
encontram no seu peso ideal, ou próximas 
a ele.
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada43/222
Figura 1 | Lipoaspiração
Fonte: <https://static.tuasaude.com/media/article/70/0e/lipoaspiracao_9364_l.>. Acesso em: 20 set 2017.
Após o procedimento, faz-se necessária a realização de drenagem linfática pelo profissional de 
estética, na medida em que a invasividade do procedimento cirúrgico destrói capilares sanguí-
neos e causa edema por romper vasos capilares linfáticos. 
Outra possibilidade cirúrgica é chamada de subcisão e pode ser utilizada para melhorar as alte-
rações causadas na pele em razão do fibroedema geloide em graus avançados, cicatrizes acnei-
cas ou rugas. Nessa técnica o médico deverá liberar a tração existente em razão das trabéculas 
do tecido subcutâneo com a utilização de um bisturi. Ocorre que com o procedimento vasos san-
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada44/222
guíneos são juntamente seccionados, o que 
ocasiona a formação de hematomas. 
Do mesmo modo que a lipoaspiração, o 
edema causado pela destruição de capi-
lares sanguíneos e danos em linfáticos faz 
com que após o procedimento cirúrgico a 
intervenção do profissional de estética seja 
necessária para realizar drenagem linfática. 
Por fim, outra possibilidade é a realização de 
dermolipectomia, também conhecida como 
abdominoplastia, que tem por finalidade a 
remoção da pele flácida. Nesse procedimen-
to o profissional realizará uma incisão de 
uma crista ilíaca à outra, deslocando a pele 
e o tecido adiposo da musculatura abdo-
minal, removendo os excessos de gordura e 
pele e suturando o músculo reto abdominal. 
Após, é necessária drenagem linfática para 
auxiliar no processo de recuperação. 
Para saber mais
A realização de drenagem linfática auxilia com 
um dos principais riscos da cirurgia de dermoli-
pectomia que é a formação de seroma, ou seja, o 
acúmulo de líquido no local em que foi realizada 
a incisão. 
Link
Amplie seus conhecimentos através da leitu-
ra do estudo comparativo realizado entre a efi-
cácia da drenagem linfática manual e mecâ-
nica no pós-operatório de dermolipectomia. 
Disponível em: <http://www.redalyc.org/
html/408/40818407/>. Acesso em: 28 dez. 
2017.
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada45/222
6. tratamentos estéticos
6.1 Eletroterápicos
6.1.1 Eletrolipoforese
Essa técnica é utilizada para o tratamento 
da lipodistrofia localizada e do fibroedema 
geloide. O profissional realiza a aplicação 
de micro correntes de baixa frequência que 
irão atuar nos adipócitos e acúmulo de li-
pídios, ocasionando sua destruição e pos-
terior eliminação. Através de uma corrente 
galvânica pulsada que alterna os polos (po-
sitivo e negativo) a cada segundo, em razão 
do efeito Joule, quando ocorre a circulação 
da corrente elétrica há o aumento da tem-
peratura produzida na eletrolipólise. Com 
isso, o fluxo sanguíneo no local é melhorado 
pela ocorrência da vasodilatação. 
A técnica pode ser realizada através de ele-
trodos posicionados sobre a pele ou através 
de finíssimas agulhas que são implantadas 
no panículo adiposo, sendo que ambas pro-
vocarão modificações fisiológicas no local 
(MELLO et al. 2010). A corrente galvânica 
estimula a pele em três etapas: diminui a re-
sistência intrínseca da pele; estimula as cé-
lulas e ativa a microcirculação, o que propi-
cia a ocorrência de lipólise, com a transfor-
mação e eliminação da gordura; e estimula 
a drenagem devido à ocorrência do estímu-
lo circulatório. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada46/222
Alguns aparelhos podem ter sua frequên-
cia regulada entre 5 e 50Hz, mas o indica-
do é utilizar a frequência em torno de 25Hz 
devido ao melhor estímulo circulatório. No 
eletrodo pode ser aplicado gel neutro ou gel 
com princípios ativos, sendo que eles de-
vem estar posicionados distantes, entre 2 
e 5 cm. A aplicação pode várias entre 30 e 
60 minutos devido à intensidade escolhida 
pelo profissional. 
Importante lembrar que este aparelho não 
deve ser utilizado em cliente com insufici-
ência rela, cardíaca, portadores de marca-
-passo, gestantes, com lesões na pele, cân-
cer ou trombose. 
6.1.2 Ultrassom 3 Mhz
Esse tópico será detalhadamente estuda-
do em outra aula, porém para elucidação, 
o aparelho utiliza um cabeçote, chamado 
de transdutor, para realizar ondas sonoras 
e causar vibração. No interior no aparelho 
supramencionado há um cristal de umma-
terial específico que realiza o efeito piezo-
elétrico. 
O aparelho de ultrassom não pode ser liga-
do sem que esteja em contato com a pele 
do cliente, pois quando o cristal recebe a 
corrente elétrica, tem seu formato alterado, 
dilatando e comprimindo, o que altera sua 
espessura. Assim, as ondas precisam de um 
meio de penetração, no caso a pele, pois se 
encontrarem somente o ar ocorre o efeito 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada47/222
reflexo, as ondas retornam para o cabeçote 
e podem gerar a quebra do cristal, causan-
do danos ao aparelho.
No meio estético é utilizado o aparelho com 
frequência de 3Mhz (mega-hertz), visto que 
para o tratamento de lipodistrofia localiza-
da e do fibroedema geloide a atuação deve 
se dar na epiderme, derme e no tecido adi-
poso. A frequência em mega-hertz está re-
lacionada com a profundidade em que as 
ondas vibratórias ou sônicas serão penetra-
das. Apesar da existência do ultrassom de 
1Mhz, este não é utilizado para tratamentos 
estéticos, visto que penetra além do neces-
sário, atingindo músculos, ossos e tendões. 
O ultrassom traz benefícios como a regene-
ração tissular e reparação de tecidos moles 
e é relaxante muscular, anti-inflamatório, 
anti-edematoso, fibrinolítico, analgésico e 
auxilia na vasodilatação e no aumento da 
permeabilidade das membranas tissulares 
e celulares, realizando assim, a fonoforese 
(LICHA; PEREIRA. MILREU, 2014). 
6.1.3 Radiofrequência
A radiofrequência é um aparelho que utili-
za frequências de média ou alta intensida-
de para gerar calor. Em altas frequências as 
ondas eletromagnéticas causam uma mu-
dança nas moléculas de água e aumentam 
a temperatura entre elas. Assim, ocorre a 
diminuição da resistência dos tecidos que 
passam a aquecer onde há moléculas de 
água. 
Esses efeitos térmicos ocasionam a des-
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada48/222
naturação do colágeno que provoca a con-
tração das fibras, ativação dos fibroblastos 
com a deposição e aumento do colágeno, o 
que possibilita a reorganização das fibras e 
remolda o tecido. 
As correntes alternadas do aparelho variam 
entre 0,3MHz e 3MHz, podendo alguns apa-
relhos atingirem 5MHz. A desnaturação do 
colágeno ocorre quando a temperatura es-
tiver entre 40 e 65 °C, momento em que as 
ligações sensíveis passam a quebrar com o 
calor. O profissional deve medir a tempera-
tura fazendo uso de um termômetro, assim, 
saberá a temperatura em que a pele está por 
fora, entretanto, deve lembrar que a tempe-
ratura interna pode ser entre 2 e 5 °C maior 
do que a temperatura indicada pelo termô-
metro que mede a temperatura externa.
A radiofrequência, se utilizada corretamen-
te, pode auxiliar com a melhora na aparên-
cia do fibroedema geloide, auxilia na síntese 
de colágeno tonificando a pele, reabsorve 
os líquidos intracelulares, tem efeito anti-
coagulante, provoca a vasodilatação capilar 
e arterial, com a consequente melhora da 
circulação sanguínea e melhor distribuição 
de oxigênio e nutrientes para os tecidos, en-
tre outros fatores. Entretanto, se utilizado 
de maneira errada pode ser responsável por 
ocasionar queimaduras internas e externas 
e aumentar a fibrose. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada49/222
6.1.4 Vacuoterapia
Este procedimento será estudado de forma 
individualizada na Unidade 7 e por isso será 
tratado brevemente neste momento. A va-
cuoterapia é uma técnica não invasiva que 
utiliza um aparelho com o intuito de simu-
lar os mesmos efeitos gerados pelas massa-
gens manuais, entretanto por ser realizada 
por um aparelho que se utiliza de rolos mo-
torizados com uma pressão positiva, com-
binada com a pressão negativa gerada pelo 
vácuo, com intensidades variáveis, que faz 
com que o tratamento seja mais padroniza-
do e por consequência mais rápido.
O aparelho utiliza a técnica da sucção que 
auxilia na circulação sanguínea e linfática 
através da técnica ritmada de dobramen-
to e desdobramento, e sucção do panículo 
adiposo. Assim, melhora a circulação san-
guínea, eliminas as zonas de tensão cutâ-
nea, auxilia no trofismo tissular e trata as 
dermalgias reflexas. 
Para saber mais
O aparelho de rádio frequência não deve ser uti-
lizado em pacientes portadores de câncer, com 
problemas cardíacos, com diabetes, artrite, in-
fecções sistêmicas, com tuberculose ativa, que 
estejam com a pele sensível em razão de algum 
tratamento químico ou mecânico agressivo, ges-
tantes, ou pacientes que tenham algum metal no 
corpo. O aparelho também nunca deve ser aplica-
do sobre a glândula tireoide. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada50/222
6.1.5 Massagem vibratória
A massagem vibratória também tem o 
mesmo intuito e princípios das massagens 
manuais, entretanto utiliza-se um apare-
lho que acompanha diferentes formatos de 
cabeçote para que o profissional escolha 
o mais adequado ao caso, dependendo da 
disfunção apresentada pelo cliente e o seu 
grau de acometimento. Esse aparelho atu-
ará realizando movimentos vibratórios, de 
percussão e circulares. 
O aparelho não causa traumas ao tecido. Os 
tipos de cabeçote podem influenciar na dor, 
dependendo do grau de comprometimento 
da pele, por isso existem cabeçotes lisos que 
são mais suaves e não causam dor e outros 
cabeçotes mais fortes. 
Por utilizar as mesmas técnicas das mas-
sagens manuais, ela deve ser realizada se-
guindo as fibras musculares, de maneira 
ascendente, podendo seguir princípios da 
drenagem linfática e ser realizada devagar e 
suave ou de acordo com as massagens mo-
deladores com mais força e agilidade. 
Ao utilizar o equipamento, o profissional 
deve aplicar um óleo sobre a pele para fa-
cilitar o deslizamento do aparelho e evitar 
danos causados pelo excesso de atrito pro-
duzido entre a pele e o aparelho. As massa-
gens vibratórias são reconhecidas por au-
xiliarem na vasodilatação, aumentar o me-
tabolismo dos tecidos, melhorar o sistema 
circulatório, auxiliar na drenagem linfática, 
o que colabora com a eliminação de toxinas, 
modelar o corpo e auxiliar na melhora cau-
sada na pele pelo FEG. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada51/222
6.2 Recursos manuais
Dentre os recursos manuais estão as mas-
sagens modeladoras e a drenagem linfática. 
Um dos objetivos principais da massagem 
modeladora é a perda de medidas. Esse tipo 
de massagem utiliza técnicas com movi-
mentos rápidos, repetitivos e realizados de 
maneira forte. Dentre eles podemos desta-
car as técnicas de fricção, amassamento e 
deslizamento para auxiliar na tonificação da 
musculatura corporal e consequente redu-
ção da gordura localizada em razão da dre-
nagem local com a eliminação das toxinas.
Na drenagem linfática, o procedimento é o 
oposto, a massagem deve ser sempre rea-
lizada com calma, suavidade, movimentos 
leves e rítmicos. Seu objetivo é auxiliar nas 
funções do sistema linfático. Com o passar 
dos anos, foi comprovado que a drenagem 
linfática é capaz de auxiliar na diminuição 
de edemas com os estímulos suaves nos lin-
fonodos. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada52/222
Glossário
Efeito piezoelétrico: é a capacidade que alguns cristais possuem, quando comprimidos ou sub-
metidos à pressão, de gerarem um campo elétrico. 
Fonoforese: em razão da vasodilatação e da permeabilidade das membranas ocasionada pelo 
aparelho ultrassom, a fonoforese é o aumento da permeabilidade de princípios ativos no interior 
dos tecidos. 
Medicamentos fitoterápicos: medicamentos de origem vegetal
Questão
reflexão
?
para
53
Após os tópicos estudados e a análise do estilo de vida 
da sociedade atual, quais medidas poderiam ser adota-
das para prevenir a ocorrência do fibroedema geloide e 
da lipodistrofia localizada?
54/222
Considerações Finais 
• Nesta aula você estudou sobre as possíveis técnicas e terapias que podem 
ser utilizadas no tratamento do fibroedema geloide e da lipodistrofia loca-
lizadae sua inferência nesses tópicos.
• Compreendeu a necessidade de uma aplicação cumulativa de tratamentos, 
não apenas estéticos, mas mudanças até mesmo nos padrões de vida do 
cliente no que se refere a hábitos alimentares e a prática do exercício físico.
• Estudou sobre procedimentos cirúrgicos capazes de auxiliar no FEG e na 
lipodistrofia localizada, os quais podem ser realizados exclusivamente por 
médicos, entretanto necessitam do auxílio do profissional de estética no 
pós-operatório devido à invasividade dos procedimentos.
• Por fim, analisou os aparelhos eletroterápicos e os recursos mecânicos que 
podem ser utilizados no meio estético para melhorar a aparência da pele, 
reestruturando diversas funções no organismo. 
Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada55/222
Referências 
CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização terapêutica e fisiopatogênica da lipodistrofia gi-
noide. São Paulo: Santos, 1992.
LICHA, Heloísa Maria Elaine; PEREIRA, Maria Silvia Félix; MILREU, Poliana Galindo de Almeida. Re-
cursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais. Londrina: Unopar, 2014. 177 p.
FRANCO, F. F; et al. Complicações em lipoaspiração clássica para fins estéticos. Rev. Bras. Cir. 
Plást. vol. 27 n.1 São Paulo jan./mar. 2012.
MELLO, P. B.; et al. Tratamento da gordura ginoide através da fonoforese com tiratricol. Fisiote-
rapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p.28-33, fev. 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil, 2017: Vigilância de Fa-
tores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2017.
56/222
1. A gordura localizada, tecnicamente conhecida por lipodistrofia localizada, 
ocorre quando há um maior acúmulo de gordura no tecido adiposo em de-
terminada região do corpo. O seu surgimento se dá por motivos diversos, so-
mados. Entre os fatores listados, identifique quais estão relacionados com o 
surgimento da lipodistrofia localizada.
I. Síndrome metabólica.
II. Alterações hormonais no organismo.
III. Consumo de gasto energético maior que o de calorias ingeridas.
IV. Aumento da lipase.
V. Uso de hormonioterapia.
a) Todas as sentenças estão corretas.
b) As sentenças I, III e IV estão incorretas.
c) Somente as sentenças I, II e V estão corretas.
d) Somente as sentenças II e III estão corretas.
e) Todas as sentenças estão erradas.
Questão 1
57/222
2. O primeiro relato escrito acerca da drenagem linfática ocorreu no ano de 
1936, após o fisioterapeuta Dr. Emil Vodder perceber, anos antes, que a ma-
nipulação suave dos gânglios linfáticos edemaciados melhorava o estado 
dos pacientes acometidos por gripes e sinusites. Usando seus conhecimen-
tos sobre a drenagem linfática, assinale a alternativa INCORRETA: 
Questão 2
a) A drenagem linfática ocasiona uma melhora na circulação sanguínea, na oxigenação e na 
nutrição das células.
b) Estudos comprovados demonstram que a drenagem linfática, apesar dos seus inúmeros be-
nefícios ao sistema circulatório, não auxilia na melhora do fibroedema geloide.
c) Após a realização de drenagem linfática, é possível notar a redução de edemas locais.
d) Dentre os benefícios da drenagem linfática está a regeneração dos tecidos. 
e) A drenagem linfática proporciona inúmeros benefícios ao sistema circulatório e auxilia na 
melhora do fibroedema geloide.
58/222
3. Após a realização de procedimentos cirúrgicos para melhoria do FEG e da 
lipodistrofia localizada, a intervenção do profissional de estética é comu-
mente necessária. Qual, dentre os procedimentos estudados, é o mais indi-
cado para o período pós-cirúrgico?
Questão 3
a) Radiofrequência.
b) Eletrolipoforese.
c) Vacuoterapia.
d) Massagem vibratória.
e) Drenagem linfática.
59/222
4. Umas das técnicas comumente utilizada para o tratamento da lipodistrofia 
localizada é a eletrolipoforese. Essa técnica se utiliza de um aparelho que aplica 
micro correntes em uma baixa frequência nas células adiposas para a sua elimi-
nação. O aparelho, entretanto, deve ser regulado em uma frequência para que 
o estímulo circulatório seja melhor. Qual é a frequência ideal?
Questão 4
a) entre 40 e 50Hz.
b) entre 10 e 15Hz.
c) entre 5 e 50Hz.
d) entre 25 e 30Hz.
e) entre 50 e 60Hz.
60/222
5. Um dos procedimentos estéticos utilizados para a melhora de diversos 
fatores é a massagem. Entretanto, esta não pode ser realizada de qualquer 
modo e deve seguir determinados componentes para que se obtenha resul-
tados satisfatórios. Assinale a alternativa correta acerca dos componentes 
da massagem:
Questão 5
a) O único componente da massagem é o ritmo.
b) A massagem segue os componentes do ritmo e direção.
c) O componente principal da massagem para obtenção de resultados é o tempo em que ela é 
realizada e a quantidade de sessões.
d) Os componentes da massagem são frequência, pressão, ritmo, direção, velocidade, duração e 
o meio utilizado. 
e) A massagem segue os componentes do ritmo e frequência apenas.
61/222
Gabarito
1. Resposta: C.
Dentre as causas que levam à lipodistrofia 
localizada, apenas as mencionadas nas al-
ternativas I, II e V estão corretas.
2. Resposta: B.
A alternativa incorreta é a B, visto que a dre-
nagem linfática é um dos tratamentos indi-
cados para a melhora do fibroedema geloide 
por sua melhora no sistema circulatório e na 
eliminação de toxinas do sistema linfático.
3. Resposta: E.
O procedimento mais indicado no período 
do pós-operatório é a drenagem linfática 
para a redução de edemas, inchaços e res-
tabelecimento de capilares frequentemen-
te rompidos com cirurgias invasivas.
4. Resposta: D.
Alguns aparelhos podem ter sua frequência 
regulada entre 5 e 50Hz, mas o indicado é 
utilizar a frequência em torno de 25Hz devi-
do ao melhor estímulo circulatório.
5. Resposta: D.
Os componentes da massagem são frequ-
ência, pressão, ritmo, direção, velocidade, 
duração e o meio utilizado.
62/222
Unidade 3
Metabolismo do tecido adiposo
Objetivos
1. Você estudará nesse tema sobre a im-
portância do tecido adiposo, que após 
alguns anos deixou de ser considerado 
apenas um depósito de gordura e teve 
sua importância reconhecida para o me-
tabolismo. Assim, o objetivo dessa aula 
é entender de forma detalhada sobre as 
sínteses que ocorrem no tecido adiposo 
e compreender sobre a chamada lipólise 
e lipogênese.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo63/222
Introdução
A lipodistrofia localizada e o fibroedema ge-
loide, temas estudados ao longo das aulas, 
caracterizados como um distúrbio metabó-
lico, têm sua formação em razão do aumen-
to do tecido adiposo que comprime os vasos 
sanguíneos e dificulta o adequado funcio-
namento do sistema circulatório e linfático, 
o que acaba por ocasionar edemas nessas 
regiões e com o passar do tempo, devido à 
tração sofrida pelas fibras colágenas que se 
prendem à pele, a gordura é encapsulada e 
se formam os nódulos celulíticos que alte-
ram a aparência da pele. Assim, visto que 
todo o processo de formação dos temas es-
tudados se inicia no tecido adiposo, faz-se 
necessário conhecer essa parte do orga-
nismo de maneira mais detalhada. O teci-
do adiposo, também chamado de tela sub-
cutânea ou panículo adiposo, encontra-se 
abaixo da derme que é a camada intermedi-
ária da pele, localizada abaixo da epiderme, 
fazendo com que seja a camada mais pro-
funda da pele. A composição da tela sub-
cutânea se dá através de tecido conectivo 
frouxo e tecido adiposo. A predominância 
no tecido adiposo é de células chamadas 
adipócitos que armazenam, como forma 
de energia, gotículas de gordura em seu ci-
toplasma. Essas células têm sua espessura 
variável na medida em que podem absorver 
um volume maior ou menor de gordura, de-
pendendo da ingestão calórica e do gasto 
de energia do corpo. Vamos estudar a seguir 
mais características desse tecido e sobre o 
seu metabolismo.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo64/222
1. Características do tecido adi-
poso
As células adiposasque compõem o tecido 
adiposo se caracterizam pelo seu formato 
arredondado e são capazes de armazenar 
gordura em um volume dez vezes maior que 
seu tamanho. 
Essas células podem se arranjar em lóbulos 
que se separam pelo septo do tecido con-
juntivo no qual existem células como os fi-
broblastos, vasos, nervos e partes profundas 
das glândulas sudoríparas (LICHA, 2016).
Figura 1 | Adipócitos
Fonte: < http://www.sobiologia.com.br/figuras/His-
tologia/adiposo.jpg>. Acesso em: 20 set 2017. 
O metabolismo do tecido adiposo é com-
plexo, visto que essas células sofrem ação 
de diversas substâncias presentes no orga-
nismo, como o hormônio da tireoide, o hor-
mônio do crescimento, a insulina. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo65/222
O metabolismo do panículo adiposo é de 
extrema importância para o organismo, vis-
to que nele está armazenado o maior esto-
que de energia do corpo em forma de trigli-
cerídeos que fornece energia de forma mais 
eficiente que a reservada em forma de gli-
cogênio. 
O tecido adiposo dá forma aos contornos 
femininos e por isso está disposto de manei-
ra diferente no sexo masculino e feminino. 
Em uma mulher com peso corporal normal, 
estipula-se que uma média de 20 a 25% do 
peso corporal seja de tecido adiposo, en-
quanto no sexo masculino esse percentual 
varia entre 15 e 20%. 
Existem duas classificações acerca dos adi-
pócitos:
• Tecido adiposo unilocular: é o mais 
abundante no organismo e seu nome 
faz referência à sua característica, 
visto que armazena a energia em seu 
interior de maneira una, em um lócu-
lo (cavidade), já que pequenas gotas 
de lipídio se fundem e formam uma 
grande gota que ocupa quase a tota-
lidade da célula, deslocando o núcleo 
e o citoplasma para a parte periférica 
da célula. 
O tecido unilocular frequentemente se 
apresenta na cor amarela devido a pigmen-
tos e vitaminas (comumente vitamina A) 
que se dissolvem nos lipídios e provocam 
essa tonalidade.
Sua função é armazenar e fornecer energia 
para o organismo, já que é responsável tam-
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo66/222
bém pela resposta imunitária, em doenças 
vasculares e na regulação do apetite.
É comum que ocorra a hiperplasia desse 
tipo de célula no período da infância e da 
adolescência. 
• Tecido adiposo multilocular: não é en-
contrado em grandes quantidades em 
adultos. É predominante nos recém-
-nascidos para auxiliar na termor-
regulação, através da circulação de 
sangue que ocorre no interior dos di-
versos capilares que esse tecido apre-
senta.
Diferentemente do tecido unilocular, no te-
cido multilocular há a presença de vários 
lóculos, com uma coloração predominante-
mente parda,- e, normalmente, se localiza 
na região pélvica e escapular. 
A gordura marrom se apresenta na forma 
de múltiplas gotículas citoplasmáticas, nos 
mais diferentes tamanhos. As mitocôndrias 
no tecido multilocular agem de maneira di-
versa de grande parte das células do orga-
nismo, visto que por apresentarem função 
termorreguladora não utilizam os lipídios 
para a produção de ATP, mas o transformam 
em energia térmica.
O tecido marrom apresenta uma gran-
de quantidade de mitocôndrias que não 
possuem o complexo enzimático necessá-
rio para a síntese de ATP. Assim, utilizam a 
energia que é liberada na oxidação de me-
tabólitos, principalmente os ácidos graxos, 
para gerar calor. Esse fenômeno acontece 
por causa da termogenina, uma proteína da 
membrana mitocondrial interna da gordu-
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo67/222
ra marrom, que possui função desacopladora. A termogenina atua como um canal de próton e 
descarrega a energia gerada pelo acúmulo de prótons no espaço intramembranoso das mito-
côndrias durante as reações oxidativas. Com isso, ocorre o impedimento da síntese de ATP, o que 
permite que a energia estocada no interior da mitocôndria seja dissipada em calor. 
Para saber mais
A ciência vem estudando a possibilidade de utilizar a gordura marrom, presente em pequenas quantidades no 
organismo humano, para o combate da obesidade. Após a descoberta de que a gordura marrom se mantinha 
presente nos adultos depositada nos mesmos lugares em que estão nos recém-nascidos, sendo no pescoço, 
abaixo da clavícula e ao longo da espinha, pesquisadores iniciaram estudo para compreender os efeitos da 
exposição da gordura marrom a baixas temperaturas, já que por ser uma gordura com função termorregula-
dora, quando é ativada para produzir calor ocorre um processo maior de queima de calorias, já que funcionam 
como combustível para que as células funcionem e para cumprirem sua função de produzir energia térmica 
precisam recorrer à queima calórica. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo68/222
Figura 2 | Tecido adiposo unilocular e multilocular
Fonte: Junqueira e Carneiro,- (2017). 
Link
O texto completo acerca dos estudos sobre a gordura marrom como auxiliar na queima de gordura, os dife-
rentes resultados obtidos em países diversos, bem como as linhas de pensamento sobre o assunto podem ser 
acessados para estudo no presente a seguir.. Disponível em: <http://istoe.com.br/228808_A+GORDU-
RA+QUE+QUEIMA+GORDURA/>. Acesso em: 28 dez. 2017.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo69/222
Outra divisão que pode ser feita acerca do tecido adiposo é sobre a presença de duas camadas 
na sua formação:- a camada areolar e lamelar. Ambas variam de acordo com a região corporal, o 
sexo e a idade:
• Camada areolar: está localizada logo após a derme, sendo mais superficial que a lamelar. 
Apresenta células arredondadas, com maior volume e grande quantidade de vasos sanguí-
neos. 
• Camada lamelar: é a mais profunda que compõe o tecido adiposo, ela está localizada abai-
xo da camada areolar e pode ser caracterizada como uma lâmina fibrosa que tem como 
função realizar o suporte elástico da trama vascular. A camada lamelar é composta por cé-
lulas de menor volume e mais alongadas que possuem menos material lipídico. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo70/222
Figura 3 | Camada areolar e lamelar 
Fonte: <http://www.tfwlondon.com/images/gallery/BlogPhotos/April-15/Cellulite-Layers-640.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017.
2. Funcionamento do metabolismo adiposo
A palavra metabolismo se refere a mudanças. É qualquer reação bioquímica que acontece no 
interior das células e no organismo, tanto para gerar energia para as diversas atividades neces-
sárias para o corpo ou para sintetizar compostos orgânicos. 
Para que isso ocorra, existem dois tipos de reações, as anabólicas e catabólicas. De forma sim-
plificada, as reações anabólicas são as responsáveis pela criação de moléculas estruturais e fun-
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo71/222
cionais para que o organismo tenha energia 
quando necessário e as reações catabólicas 
são as responsáveis pela quebra dessas mo-
léculas quando o organismo necessita de 
energia para suas atividades. 
O corpo utiliza as energias provenientes dos 
nutrientes encontrados na alimentação, 
porém, para que a energia seja usada, ou até 
mesmo estocada para quando necessário, 
é preciso que o corpo realize a digestão, a 
absorção e a metabolização dos nutrientes, 
através das quebras das ligações químicas.
Para saber mais
É utilizado o termo metabolismo basal para se re-
ferir à quantidade mínima de energia necessária 
pelo organismo para a sobrevivência em repou-
so, ou seja, é preciso realizar um cálculo para se 
estimar quantas calorias cada pessoa deve ingerir 
durante o dia para que o organismo realize ati-
vidades vitais. O percentual calórico não é igual 
para todos e varia de acordo com o sexo, idade, 
altura, peso, composição corporal, frequência de 
exercícios físicos realizados, dentre outros. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo72/222
Já com relação ao metabolismo do tecido 
adiposo existe a ocorrência de dois fatores 
chamados lipogênese ou lipólise, respon-
sáveis pela queima ou acúmulo de gordura, 
que você estudará a seguir. 
2.1 Lipogênese
Conceitua-sepela síntese de ácidos graxos 
e triglicérides que são armazenados no fíga-
do e no tecido adiposo. A lipogênese ocorre 
no organismo nos casos em que a quanti-
dade de alimento ingerido supera a quanti-
dade do gasto calórico, o que chamamos de 
balanço energético positivo. 
Nesses casos, o organismo sintetiza os tri-
glicerídeos a partir dos ácidos graxos pro-
venientes da alimentação e do glicerol, que 
possui como fonte a glicose. Assim, o que 
regula a ocorrência da lipogênese é a com-
posição nutricional dietética e o tipo de car-
boidrato ingerido. 
Link
Ainda sobre o assunto, acesse o site para compre-
ender de maneira mais completa como é a fórmu-
la realizada para calcular a taxa do metabolismo 
basal: <http://pt.calcuworld.com/nutricao/
taxa-de-metabolismo-basal-metodo-har-
ris-benedict/>. Acesso em: 28 dez. 2017.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo73/222
Dois são os fatores reconhecidos por intervir na lipogênese, a insulina e a lipoproteína lipase. A 
intervenção se dá na medida em que a insulina aumenta a penetração da glicose nas células e 
auxilia na transformação desta em ácidos graxos, estimula a proteína lipase no tecido adiposo e 
inibe o efeito lipolítico dos hormônios. 
Figura 4 | Lipogênese
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-fm3JXXLtX44/UiO_mO-zqkI/AAAAAAAAAC0/iWiU1lh7bmI/s400/lipolise.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017.
Para melhor elucidação, quando ocorre a ingestão de carboidrato o organismo realiza sua que-
bra em glicose que fica na corrente sanguínea. Quando os níveis de glicose ultrapassam o limite 
máximo na corrente sanguínea, o fígado age armazenando a glicose em forma de glicogênio. Da 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo74/222
mesma forma, quando os limites máximos de glicose são ultrapassados no fígado, a molécula é 
“quebrada” e eliminada no sangue, o que consequentemente aumenta a concentração de ácidos 
graxos no sangue, que são depositados no tecido adiposo na forma de gordura.
Figura 5 | Representação da lipogênese e da insulina no organismo
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-tS1Gzyap57Y/VYtHjRIjPJI/AAAAAAAAAMQ/dii7S3ayJ3o/s640/insulinaa.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017.
Assim, essa gordura que se estoca no tecido adiposo passa a formar a lipodistrofia localizada e 
tem grande influência na formação do fibroedema geloide pelos fatores anteriormente estuda-
dos, que o aumento do panículo adiposo ocasiona. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo75/222
2.2 Lipólise
A lipólise age de forma contrária à lipogê-
nese e refere-se à quebra das moléculas de 
gordura para fornecer energia para o meta-
bolismo celular. Sua ocorrência também se 
dá de forma contrária à lipogênese, quando 
há um consumo alimentar menor do que o 
gasto calórico, chamado de balanço ener-
gético negativo. 
Assim, quando a concentração de glicose 
no sangue está abaixo dos limites normais, 
o fígado quebra a glicose estocada em for-
ma de glicogênio e a envia para a corrente 
sanguínea. 
O fígado, na necessidade de estabilizar as 
quantidades de glicogênio armazenado em 
seu interior, retira ácidos graxos do sangue 
e os transforma em glicogênio.
Quando o sangue, que teve seus ácidos 
graxos removidos para balancear o fígado, 
entra em contato com a pele, esta quebra 
a gordura estocada nos adipócitos para in-
troduzi-la no sangue na forma de ácidos 
graxos, o que diminui o volume do tecido 
adiposo.
Para saber mais
Pesquisas realizadas indicam que a concentra-
ção de cálcio no interior das células é maior em 
pessoas com obesidade. O cálcio tem importante 
papel na regulação da lipólise e da lipogênese no 
metabolismo do tecido adiposo. Conclui-se que a 
alta concentração de cálcio nas células estimula a 
enzima responsável pela lipogênese, o que pode 
dificultar na perda de peso. 
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo76/222
Assim, a lipólise é uma grande aliada para a 
diminuição ou não formação da lipodistro-
fia localizada. Entretanto, a perda de peso 
ideal deve ser realizada de forma lenta para 
que haja a redução do panículo adiposo e 
não da massa muscular, ou massa magra. 
Link
Alguns estudos recentes têm pesquisado acer-
ca da possibilidade da utilização do extrato de 
alho para a melhora da lipólise e diminuição da 
lipogênese no tratamento da lipodistrofia lo-
calizada. Acesse e leia um artigo sobre o estu-
do. Disponível em: <http://www.redalyc.org/
html/2655/265520997004/>. Acesso em: 28 
dez. 2017.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo77/222
Glossário
Fibroblastos: é a célula que faz parte da formação do tecido conjuntivo, de origem mesenqui-
mática, que possui a função de sintetizar componentes da matriz extracelular desse tecido. 
Glicogênio: é a forma em que a glicose fica armazenada no fígado (glicogênio hepático) e nos 
músculos (glicogênio muscular), e são utilizadas como um estoque de energia rápida para o cor-
po.
Resposta imunitária: é a resposta do organismo em caso de invasão de agentes estranhos ao 
corpo com o objetivo de neutralizar sua ação.
Questão
reflexão
?
para
78
Como já estudado anteriormente nas aulas, a formação 
do fibroedema geloide e da lipodistrofia possui causas 
multifatoriais. Após o estudo realizado sobre o meta-
bolismo do tecido adiposo, você, como profissional de 
estética, compreende a necessidade da indicação de 
mudanças dietéticas para a obtenção de melhores re-
sultados em tratamento estéticos?
79/222
Considerações Finais
• Devido à influência do tecido adiposo nos casos de lipodistrofia localizada e 
do fibroedema geloide, você estudou sobre as características do tecido adi-
poso e dos adipócitos. 
• Visualizou, através de imagens, sobre as diferentes camadas existentes no 
panículo adiposo e as características de suas camadas, com suas diferen-
ciações. 
• Compreendeu sobre a importância da lipogênese no funcionamento do 
metabolismo do tecido adiposo e a influência e como funciona a quebra de 
moléculas e sua absorção no organismo. 
• Por fim, estudou sobre a lipólise e a forma que ela é utilizada pelo organismo 
para obtenção de energia através da quebra de moléculas de lipídio estoca-
das.
Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo80/222
Referências 
LICHA, H. M. E. Recursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais: métodos de análise e 
avaliação corporal. Caderno de Atividades. Anhanguera Educacional, 2016. 
GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e pa-
tologias. 3. ed. rev. e ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004.
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JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017.
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1. Após estudar sobre o tecido adiposo e seu metabolismo, assinale a alter-
nativa correta acerca das características apresentadas pelo tecido adiposo:
a) O tecido adiposo é localizado na primeira camada da pele.
b) O panículo adiposo possui influências no organismo apenas com o que se refere ao peso e 
acúmulo de gordura.
c) As células chamadas adipócitos sofrem influências como da insulina, do hormônio do cresci-
mento e do hormônio da tireoide.
d) O tecido adiposo pode ser classificado em três tipos: tecido unilocular, amarelo ou multilocu-
lar. 
e) A função da gordura marrom é a produção de ATP. 
Questão 1
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2. O panículo adiposo pode ser dividido em dois tipos, o tecido adiposo uni-
locular e o multilocular. Assinale a alternativa que apresenta a resposta cor-
reta acerca dessa divisão:
a) Ao observar o tecido adiposo unilocular, nota-se que a gordura permanece no interior da cé-
lula como micro gotas, em apenas um lóculo (cavidade).
b) No tecido multiocular, a gordura se armazena no interior do adipócito como uma grande gota 
de gordura fundida.
c) O tecido mais presente no organismo humano é o multiocular.
d) A função do tecido adiposo unilocular é fornecer energia para o corpo, além de sua responsa-
bilidade na resposta imunitária. 
e) A predominância da gordura

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