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Abordagem dos Aspectos Gerais do Fibroedema Geloide e da Lipodistrofia Localizada W B A 0 5 5 9 _ v1 _ 1 2/222 Abordagem dos Aspectos Gerais do Fibroedema Geloide e da Lipodistrofia Localizada Autoria: Mariana Prado Bravo Como citar este documento: BRAVO, Mariana Prado. O Fibroedema geloide e a lipodistrofia locali- zada. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada 05 Unidade 2: Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada 32 Unidade 3: Metabolismo do tecido adiposo 62 Unidade 4: Recursos eletroterápicos no tratamento do FEG 88 2/222 3/2223 Unidade 5: Princípios ativos cosméticos 111 Unidade 6: Legislação vigente no território nacional 139 Unidade 7: Endermoterapia ou vacuoterapia 171 Unidade 8: Termoeconomia 193 Sumário Abordagem dos Aspectos Gerais do Fibroedema Geloide e da Lipodistrofia Localizada Autoria: Mariana Prado Bravo Como citar este documento: BRAVO, Mariana Prado. O Fibroedema geloide e a lipodistrofia locali- zada. Valinhos: 2017. /222 4/222 Apresentação da Disciplina Com a mudança nos padrões estipulados pela sociedade no que se refere à beleza e com o aumento da expectativa de vida da população, nota-se uma busca incessante pela juventude e por solucionar problemas relacionados à insatisfação com a estética corporal e facial. Assim, visando atingir re- sultados cada vez melhores, a estética deu um grande salto no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e recursos estéti- cos, o que vêm facilitando e aprimorando os resultados atingidos. As mudanças constantes e inovações nos procedimentos exigem dos profissionais da estética uma constância nos estudos e no aperfeiçoamento das técnicas desenvolvi- das, o que permite que se mantenham atu- alizados e inseridos no concorrido mercado de trabalho. Por isso, nesta disciplina você estudará uma importante matéria no meio estético, o fibroedema geloide e a lipodis- trofia localizada, popularmente conhecidos como celulite e gordura localizada. Esta disciplina foi estruturada para atender aos profissionais da área de estética e traz- er as informações mais relevantes sobre o tópico. Deste modo, abordaremos o assun- to de forma completa, trazendo definições, características histológicas, tratamentos cosméticos e suas características e a abor- dagem terapêutica para o FEG e lipodistro- fia localizada. Portanto, convido você para o estudo da presente disciplina e aprimo- ramento neste importante tópico, visando ao aperfeiçoamento no assunto e a con- sequente obtenção de resultados cada vez mais satisfatórios para os clientes na apli- cação prática do tema. 5/222 Unidade 1 Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada Objetivos 1. Compreender o que é fibroedema ge- loide e lipodistrofia localizada e os nomes utilizados, tentando adequar o termo as características histomorfo- lógicas; 2. Aprender a identificar e diferenciar o fibroedema geloide da lipodistrofia localizada; 3. Conhecer, através de imagens, a dife- rença causada na pele quando da pre- sença de fibroedema geloide; os graus existentes e as diferentes formas em que se apresenta. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada6/222 Introdução O fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada são caracterizados por um distúrbio metabólico que ocorre no tecido subcutâneo e ocasionam, como consequência, uma alteração na aparência da pele. Essa alteração tende a ser comparada, informalmente, como uma pele com a aparên- cia de “casca de laranja”. Por que isso acontece? Antigamente se associava a ocorrência desse fator com a obesidade, entretanto, já é sabido que a causa é multifatorial e não está associada apenas ao ganho de peso. Aprofundaremos, a seguir, a divisão das classes de fatores que podem desencadear a formação da chamada celulite. Dessa forma, todos os fatores devem ser tratados de maneira conjunta, ou seja, fatores quesomados ocasionam o distúrbio metabólico. Já a alte- ração na pele se dá pela hipertrofia, que é o aumento de tamanho, combinada com a hiperplasia, o aumento de quantidade, de adipócitos que aumentam a gordura localizada em determinada região, conforme demonstra a imagem. Figura 1 | Diferença da pele com e sem celulite Fonte: <http://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072002.pdf>. Acesso: 14 out. 2017. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada7/222 Em razão desse aumento, o tecido adiposo comprime os vasos sanguíneos e linfáticos e atrapalha a circulação do sangue no local, bem como a eliminação das toxinas do cor- po, o que ocasiona um acúmulo de líquidos, causando edemas. Assim, as fibras coláge- nas que se prendem à pele e englobam essa estrutura sofrem uma tração, o que encap- sula a gordura, forma nódulos celulíticos e cria a depressão na pele, conforme demons- tra a imagem. 1. Aspectos gerais do fibroede- ma geloide O fibroedema geloide é comumente repre- sentado pela sigla FEG e se caracteriza por uma alteração na pele, causada principal- mente na população feminina, normal- mente localizado nos membros inferiores e nádegas. Além de ser considerado um pro- blema estético, é responsável por ocasionar problemas álgicos nas regiões atingidas. O FEG é erroneamente conhecido como celulite. Na medicina o sufixo “ite”, vêm do grego “itis” que é utilizado para indicar a ocorrência de um processo inflamatório, o que não ocorre no fibroedema geloide. Na década de 1920, foi utilizado o termo celu- lite para expor uma alteração verificada na superfície cutânea, o que foi prontamente questionado, visto que realizada a histopa- tologia, não foi constatada uma inflamação. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada8/222 Na tentativa de adequar o nome à carac- terística histomorfológica, diversos termos são utilizados, como: hidrolipodistrofia gi- noide, lipodistrofia ginoide, paniculopatia edemato-fibroesclerótica e paniculose, li- poesclerose nodular, lipodistrofia localizada e fibroedema geloide que é o termo que se demonstra mais correto. Para saber mais O fibroedema geloide deverá ser identificado em um cliente após a anamnese, durante o exame fí- sico, realizado na primeira sessão de atendimen- to, na qual se observará todos os sinais clínicos, a existência de alguma alteração na pele, a locali- zação dessa alteração, para posteriormente, du- rante o exame de palpação classificar o grau de comprometimento. A anamnese serve para que o profissional conhe- ça o seu cliente. Por isso, deve ser o primeiro pro- cedimento feito na clínica de estética. É por meio dela que é possível chegar a um diagnostico, en- tender o quadro apresentado e, assim, indicar o tratamento mais adequado para as necessidades individuais de cada cliente. Link Diferentemente do fibroedema geloide, cha- mado erroneamente de celulite, existe a celulite infecciosa, causada por bactérias. Visite o site, descubra mais sobre a celulite infecciosa e com- pare com o fibroedema geloide. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/ view/733/747>. Acesso em: 15 jan. 2019. http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/733/747 http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/733/747 Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada9/222 2.1Teorias acerca do desenvol- vimento do fibroedema geloide Alguns autores criaram hipóteses teóricas acerca do surgimento do fibroedema geloi- de. No total, sete teorias, as quais veremos de forma resumida, a título de conhecimen- to: • Teoria reumática: defendida por Aquier e Paviot, entende que o FEG se trata de uma distrofia celular comple- xa não inflamatória do sistema me- senquimatoso, com um edema do te- cido conjuntivo. Defende que o fibro- edema geloide nada mais é que uma resposta do tecido conjuntivo à algu- ma agressão sofrida por um período de tempo, podendo esta ser glandular, traumática, tóxica ou infecciosa. • Teoria alérgica: foi uma teoria defini-da em 1928 por Lagèze e dividida em três fases. O autor sugere que existe uma primeira fase congestiva de in- vasão serosa que ocasiona uma infil- tração flácida e dolorosa. Na segunda fase ocorre hiperplasia e deformação fibrosa em relação a uma exsudação fibrinosa, em que ocorre a produção nodular que altera as características da pele e, por fim, a terceira fase na qual a deformidade se torna irrever- sível, visto que ocorre a retração es- clerótica e cicatricial, o que faz com que o tecido conjuntivo fique preso em uma massa dura e comprimida. A teoria alérgica defende a tese de que Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada10/222 durante as três etapas não há proces- so inflamatório, mas sim um proces- so alérgico do fibroedema geloide em decorrência de um exsudato de ori- gem vascular pela ocorrência de uma vasodilatação, semelhante às encon- tradas nas manifestações anafiláticas. • Teoria tóxica: teoria defendida por La- roche, em 1929, que entende que o FEG está relacionado com as toxinas recebidas pelo organismo em função de problemas hepáticos e renais. De- fende a tese de que o fibroedema não é uma doença, mas sim um processo defensivo do organismo, seguido de um processo cicatricial, no qual ocorre o inchaço das células em decorrência do acúmulo de resíduos, como coles- terol, ácido lático, ácido úrico etc. • Teoria metabólica: surgiu em 1950, defendida por Rubens-Durval. O autor sugere que ocorre um desvio metabó- lico ocasionado por uma perturbação nutritiva histológica, de caráter dis- trófico, que leva à diminuição do ana- bolismo proteico e aumento do ana- bolismo lipídico. • Teoria hormonal: apresentada por Weil-Fage, em 1952, relaciona o fibro- edema geloide como a consequência de uma deficiência hormônio-glan- dular posteriormente atribuída a um estado hiper-hormonal paratireoideo. • Teoria circulatória: criada em 1958 por Merlen, entende que o fibroedema Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada11/222 geloide se origina de causas alérgicas e hemodinâmica. • Teoria bioquímica: esta teoria, apre- sentada em 1960, descreve que o FEG se origina em decorrência de uma per- turbação metabólica em razão do de- sequilíbrio do líquido coloidal, em que o meio fica ácido e torna a região mais hidrófila. 2.2 Etiologia Como já mencionado anteriormente, a ocor- rência do fibroedema geloide é multifato- rial, ou seja, ligada a diversos fatores cumu- lados. Assim, não se pode falar em apenas uma causa para a lipodistrofia localizada e consequente formação do FEG. Segundo Guirro e Guirro (2004), é possível descrever a etiologia para o fibroedema geloide em três classes: • Fatores predisponentes: relacionados à genética, idade, sexo e desequilíbrio hormonal. Em função da genética devemos entender que é herdado o biótipo e suas peculiarida- des funcionais, a estrutura corporal, assim como a suscetibilidade a distúrbios mesen- quimatosos. Existe também uma predispo- sição hereditária para a lipodistrofia locali- zada e para as diferentes formas de obesi- dade, porém devemos lembrar que a predis- posição genética pode ser modificada pelo ser humano de maneira total ou parcial, vis- to que somos capazes de interferir ou acen- tuar a herança genética. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada12/222 O FEG é um distúrbio próprio da mulher e normalmente se inicia próximo à puberda- de, visto que nessa fase devido à ação do estrógeno, principal hormônio envolvido no FEG, ocorre um aumento de gordura na re- gião do quadril, seguida da primeira mens- truação (menarca) e, por influência do hor- mônio, acontece a replicação das células adiposas. O estrógeno é também responsá- vel pelo aumento da permeabilidade e dimi- nuição do tônus muscular, o que prejudica a circulação. O hormônio estrógeno é responsável por alterar o recâmbio do colágeno, assim, in- fluencia no turn-over de glicosaminoglica- nas (macromoléculas do líquido intersti- cial) que com o acúmulo de ácido hialurô- nico gera alterações bioquímicas na matriz intercelular, o que afeta na retenção e no transporte de íons, aumenta a pressão os- mótica intersticial e causa um microedema, dificultando a difusão dos nutrientes, hor- mônios e metabólitos entre as células e o sistema circulatório. Levando em conta que no corpo feminino ocorre a alteração men- sal do estrógeno, a produção desse edema também será mensal e se não eliminado corretamente, ocorre um edema residual, fator para o desencadeamento do FEG (CI- PORKIN; PASCHOAL, 1992). Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada13/222 • Fatores determinantes: esses fatores estão ligados ao estresse, sedenta- rismo, tabagismo, maus hábitos ali- mentares, desequilíbrios glandulares e disfunção hepática. Devido à dieta desequilibrada da sociedade atual, nota-se o aumento do FEG. O hábito alimentar inadequado é o primeiro fator co- adjuvante exógeno geral para a ocorrência do fibroedema geloide devido a dietas ricas em ácidos graxos saturados (hiperlipídicas), hipercalóricas, com insuficiência em líqui- dos, sais minerais, vitaminas, proteínas, fi- bras e oligoelementos. O sedentarismo também tem grande con- tribuição negativa no FEG já que ocasiona mudanças metabólicas com a diminuição de gasto calórico, redução da utilização de glicose pelo músculo, o aumento de apetite, aumento dos níveis de insulina circulante, bem como problemas muscular-ligamen- toso devido à redução da massa muscular e aumento de massa gordurosa, diminui as mitocôndrias das fibras musculares que fi- cam com baixo conteúdo de ATP (energia) Link Visto que o fibroedema geloide é um distúrbio pró- prio da mulher, com grande relação ao hormônio estrógeno, consulte um estudo, para ampliar seu conhecimento, sobre a incidência do fibroedema geloide em mulheres caucasianas jovens: <http:// files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/ v34n2/a005.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2017. http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2009/v34n2/a005.pdf Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada14/222 e enzimas aeróbicas e aumenta a flacidez músculo-tendinosa que repercute nos des- vios lombossacrais. Outra influência nega- tiva está no sistema circulatório-periférico no qual o sedentarismo e a falta de movi- mentos levam a um bombeamento muscu- lar insuficiente, responsável por impulsionar centripetamente o sangue venoso com a ajuda das válvulas, o que faz com que a cir- culação de retorno seja deficiente. Por con- sequência, com o passar do tempo, ocorre o fenômeno de estase venosa e linfática, com a infiltração edematosa intersticial subcutânea regional resultante (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992). Outro fator de extrema importância é o hi- perinsulinismo. A insulina é um agente li- pogênico e o inibidor principal de toda ini- ciativa lipolítica por parte dos hormônios encarregados dessa função metabólica. A ocorrência do hiperinsulinismo pode se dar por duas origens, a pancreática e a extra- pancreática. O primeiro é causado por um aumento no percentual de células beta (hi- perplasia) em decorrência de uma alimen- tação excessiva em carboidratos e glicose e o segundo acontece pela redução da ca- pacidade do fígado em degradar a insulina ou por uma menor resistência dos tecidos a ela. Assim, é possível concluir a importância de equilibrar a alimentação durante o tra- tamento do fibroedema geloide, na medida em que se o paciente se mantém em uma dieta rica em carboidrato e glicose ocorre- rá a produção excessiva de insulina, com a consequente retenção de líquidos e lipogê- Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada15/222 nese (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992). • Fatores condicionantes: dificuldade de reabsorção linfática, aumento da pressão capilar, favorecimento a tran- sudação linfática nos espaços inters-ticiais. Esses fatores são responsáveis por ocasio- nar alterações no tecido conjuntivo e por isso fazem com que o tecido se torne mais hidrófilo, ou seja, ávido por água. Assim, o trânsito de líquido fica mais lento e se as- sociado a outros fatores, como fatores hor- monais, cria uma condição propícia para que ocorra o depósito de gordura na região (hidrolopopexia). Para saber mais Você sabia que o biótipo corporal que mais de- senvolve o fibroedema geloide é o ginoide? Esse biótipo se caracteriza pelo predomínio de células gordurosas nas regiões periféricas (fémuro-glú- teas, a abdômen inferior). As células adiposas são metabolicamente mais resistentes e estáveis à li- pólise e dependentes dos hormônios sexuais fe- mininos. Neste biótipo as células mais numerosas envoltas em uma trama lamelar de tecido con- juntivo são menos sensíveis às variações de fluxo sanguíneo e por isso tendem à hipertrofia. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada16/222 2.3. Diferenciando FEG e lipo- distrofia localizada O profissional de estética deve ter cautela ao identificar o fibroedema geloide e a lipo- distrofia localizada, visto que ambos podem conferir à pele o aspecto “acolchoado”. Deste modo, durante a anamnese, o profis- sional deverá realizar o exame de palpação no local em que existe a disfunção. Com o auxílio de uma pequena quantidade de cre- me, deverá ser realizado um deslizamento com o dedo polegar para sentir a existência, ou não, de nódulos fibrosos. Após isso, é possível identificar o caso espe- cífico, visto que se durante o deslizamento for identificado nódulos sensíveis ao tato, trata-se de fibroedema geloide, e na ausên- cia de nódulos se trata de lipodistrofia loca- lizada. 2.4 Grau de acometimento do FEG O fibroedema geloide pode ser dividido em quatro fases evolutivas, sendo que a atua- ção clínica do profissional de estética é pos- sível até o grau III. No grau IV se faz neces- sária a intervenção médica. Os graus se re- ferem à gravidade do comprometimento no local do FEG. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada17/222 Figura 2 | Graus do fibroedema geloide Fonte: <https://www.mundoestetica.com.br/wp-content/uploads/2014/12/graus-HLDG.png>. Acesso em: 20 set 2017 O comprometimento do grau I é o menor. Observa-se o aspecto de “casca de laranja” apenas com a compressão da área afetada. No grau II, em razão das células de gordura aumentadas e com- primindo os vasos que a irrigam, já é possível visualizar as alterações na pele sem a necessidade de contração, visto que o sistema linfático já se encontra deficiente e com toxinas acumuladas. No grau III, é possível identificar a formação de traves fibrosas e nódulos no momento da palpa- ção, com grande retenção hídrica e comprometimento da circulação sanguínea. Nesse estágio, é comum a sensação de fadiga e peso nas pernas. O grau IV apresenta uma gravidade maior, já que o sistema circulatório está deficiente e se caracteriza pelo inchaço e flacidez tissular acentuada. Nesse estágio, as ondulações podem se apresentar endurecidas e é comum a ocorrência de dor apenas com a palpação. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada18/222 2.5 Tipos de fibroedema geloi- de O fibroedema geloide pode ser classificado como duro ou compacto, flácido, edemato- so e misto. • Compacto: predominante em jovens em que a anatomia estética e o con- torno corporal permanecem inaltera- dos. Tem aspecto mais rígido com um espessamento acentuado e aumento dos tecidos superficiais da pele. • Flácido: se apresenta de forma flácida, fofa e trêmula e diferentemente do fi- broedema geloide duro que apresen- ta complicações localizadas, a flácida tem grande volume e afeta o corpo em geral. • Edematoso: é considerado o mais gra- ve, pois indica um sinal de falência dos sistemas de retorno circulatório. Nes- se estágio o edema está recoberto por uma pele lustrosa e frequentes fenô- menos atróficos, o que indica o sofri- mento das camadas dérmico-epidér- micas. Para saber mais O fibroedema geloide pode ser agravado por questões alimentares, visto que alimentos com grande teor de sódio auxiliam na retenção hídrica. De outro modo, alimentos ricos em potássio, fer- ro, zinco, silício e polifenoides podem favorecer a redução do FEG. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada19/222 • Misto: esta forma se caracteriza pela possibilidade de unir as características compacta ou flácida com a edematosa, podendo ser identificada como flácida-edematosa ou compac- ta-edematosa. Figura 3 | Tipos de fibroedema geloide Fonte: Licha, 2016, p. 12. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada20/222 Glossário Adipócitos: são as células responsáveis por armazenarem gordura e regular a temperatura cor- poral. Álgico: algo responsável por provocar dor. Exsudação: se refere à saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares. Questão reflexão ? para 21 Um cliente te procura com o intuito de realizar um pro- tocolo estético corporal, apresentando reclamações de dores nas pernas e deformações aparentes na pele que afetam sua autoestima. Como profissional, quais os passos a se realizar com o presente cliente? O que deve- rá ser analisado? Como deverá ser classificado o caso? 22/222 Considerações Finais • Neste tema você estudou sobre os aspectos gerais do fibroedema geloide e da lipodistrofia localizada com o intuito de entender as diferenças entre ambos e os aspectos ocasionados na pele quando da presença destes. • Sobre as teorias criadas por autores com a intenção de explicar o desenvol- vimento do FEG e as classes etiológicas que podem auxiliar na predisposi- ção do fibroedema. • Acerca do método que o profissional de estética deverá utilizar para identi- ficar a presença de fibroedema geloide ou lipodistrofia localizada para atuar com o tratamento correto. • Por fim, sobre as classificações acerca do grau de acometimento do fibroe- dema geloide e das formas em que se apresentam. Unidade 1 • Fibroedema geloide e a lipodistrofia localizada23/222 Referências CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização terapêutica e fisiopatogênica da lipodistrofia gi- noide. São Paulo: Santos, 1992. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e pa- tologias. 3. ed. rev. e ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004. LICHA, Heloísa Maria Elaine; PEREIRA, Maria Silvia Félix; MILREU, Poliana Galindo de Almeida. Re- cursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais. Londrina: Unopar, 2014. 177 p. 24/222 1. Ocorre uma mudança no tecido conjuntivo durante o processo celulítico, o que ocasiona uma reação fibrótica, que em graus avançados pode evoluir para esclerose. O fibroedema geloide pode se apresentar em quatro graus, com características distintas. Analise as afirmativas a seguir e assinale a al- ternativa incorreta sobre o grau do FEG e suas características. a) No grau IV há a ocorrência de grave alteração na circulação, com vasos estrangulados; pre- sença de grandes nódulos com aderência e fibrose; compressão dos nervos que ocasiona dor e sensação de inchaço. b) Para identificação do grau II não há a necessidade de pressão ou contração muscular; as trocas metabólicas já se encontram alteradas e a produção de líquido intersticial pelo fi- broblasto já apresenta um pH alterado (mais ácido); as células adiposas apresentam maior volume. c) O grau I é caracterizado pela aparente deformidade da pele, sem necessidade de pressão ou contração muscular para identificação; presença de fibrose e pele com aspecto de “casca de laranja”. d) No grau III as fibras elásticas se rompem e as fibras de colágeno enrijecem, possibilitando a identificação de nódulos com o exame de palpação. Questão 1 25/222 2. A anamnese é de extrema importância para que o profissional tenha co- nhecimento sobre informações detalhadas do cliente e assim possa reali-zar um tratamento eficaz. O fibroedema geloide é identificado nessa fase e pode ser classificado em graus e tipos. Assinale a alternativa incorreta sobre o tipo do FEG. a) Tipo edematoso: predominante em jovens em que a anatomia estética e o contorno corporal permanecem inalterado. b) Tipo compacto: se apresenta de forma flácida, fofa e trêmula, tem grande volume e afeta o corpo em geral. c) Tipo flácido: é considerado o mais grave, pois indica um sinal de falência dos sistemas de re- torno circulatório. d) Tipo misto: esta forma se caracteriza pela possibilidade de unir as características compacta ou flácida com a edematosa. Questão 2 26/222 3. O fibroedema geloide deixou de ser considerado apenas uma deforma- ção estética e passou a ser considerado uma doença. É sabido que a obe- sidade não é o único fator que pode levar à incidência do FEG e por isso os fatores passaram a ser o predisponente, determinantes e condicionantes. Analise a alternativa correta sobre a ordem das características de cada um dos fatores: I. Fatores predisponentes II. Fatores determinantes III. Fatores condicionantes 1. ( ) O biótipo e suas peculiaridades funcionais são herdadas, o que facilita a suscetibilidade aos distúrbios teciduais. 2. ( ) Fator relacionado com alterações ocorridas no tecido conjuntivo que o tornam mais hi- drófilo e dificultam o trânsito de líquido, isso, somado a outros fatores, propicia o depósito de gordura na região Questão 3 27/222 Questão 3 3. ( ) Relacionado ao estilo de vida atual, por exemplo, o sedentarismo, mau hábitos alimen- tares, estresse somado a desequilíbrios glandulares e disfunções hepáticas. a) 1 - III; 2 - I; 3 - II. b) 1 - II; 2 - III; 3 - I. c) 1 - I; 2 - II; 3 - III. d) 1 - I; 2 - III; 3 - II. 28/222 4. O fibroedema geloide tem maior propensão em mulheres, principal- mente pela ação do estrógeno. Assinale a alternativa que indica, respec- tivamente, a fase da vida em que há maior ocorrência do FEG; a principal região acometida e o tipo morfológico com maior propensão para essa disfunção estética. a) Pós puberdade; partes inferiores do corpo; tipo morfológico ginoide. b) Puberdade; partes inferiores do corpo; tipo mórfico androide. c) Pós puberdade; partes superiores do corpo; tipo mórfico ginoide. d) Puberdade; partes superiores do corpo; tipo mórfico androide. Questão 4 29/222 5. O processo de formação da celulite segue uma ordem de fatores. Dentre os fatores estão: a) deficiência do sistema linfático; b) dificuldade de tro- cas metabólicas; c) alteração bioquímica da matriz intersticial sequente ao edema; d) alterações circulatórias; e) lipogênese e hipertrofia das células adiposas. Os fatores do processo de formação da celulite estão mencio- nados aleatoriamente, - assinale a alternativa que indica a ordem correta dos fatores: a) b; d; a; e; c. b) c; d; b; e; a. c) a; b; c; e; d. d) e; a; b; c; d. Questão 5 30/222 Gabarito 1. Resposta: C. O grau I é o mais brando e puramente cir- culatório, comporta essencialmente esta- se venosa e por isso só é identificado com a pressão ou contração muscular. A pele apresenta o aspecto de casa de laranja. 2. Resposta: D. As demais afirmativas estão incorretas, por- que o FEG do tipo compacto é predominan- te em jovens em que a anatomia estética e o contorno corporal permanecem inaltera- do. Do tipo flácido se apresenta de forma flácida, fofa e trêmula, tem grande volume e afeta o corpo em geral. E do tipo edema- toso é considerado o mais grave, pois indica um sinal de falência dos sistemas de retorno circulatório. 31/222 Gabarito 3. Resposta: D. A ordem correta para as características é encontrada na alternativa D. 4. Resposta: A. O tipo morfológico mais propenso ao de- senvolvimento do FEG é o ginoide, por apre- sentar um desequilíbrio na parte inferior do corpo em que o edema acontece com mais facilidade pela posição ortostática ao longo do dia. Esse acometimento é frequente após a puberdade pela maior variação hormonal na mulher e as regiões mais acometidas são: coxas, glúteos, abdômen e braços. 5. Resposta: B. A ordem do processo de formação da celulite é: início com a alteração bioquímica da matriz intersticial sequente ao edema; alterações circulatórias; dificuldade de trocas metabóli- cas; lipogênese e hipertrofia das células adi- posas e, por fim, deficiência do sistema linfá- tico. 32/222 Unidade 2 Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada Objetivos 1. Nesta aula você estudará sobre as possibilidades de terapias existentes no mercado para o tratamento do fi- broedema geloide e da lipodistrofia localizada. Será abordado o motivo pelo qual cada tratamento tem influ- ência direta com a melhora do FEG e da gordura localizada e suas influên- cias no organismo. O presente tópico busca ampliar os conhecimentos so- bre tratamentos em um aspecto ge- ral, razão pela qual não serão trazi- dos apenas tratamentos cosméticos, mas também farmacoterapêuticos, medidas dietéticas, a importância dos exercícios físicos, dentre outros. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada33/222 Introdução Você estudou no tópico anterior que múlti- plas são as causas para a formação do fibro- edema geloide e da lipodistrofia localizada, de igual modo são as terapias para o trata- mento da gordura localizada e do FEG. Por serem distúrbios estéticos localizados, am- bos precisam de tratamento precoce para que se atinja bons resultados. É necessária a realização de uma avaliação para que se observe o grau, as características e o tipo de fibroedema de maneira particularizada, o que permitirá que o profissional de estética se utilize de recursos terapêuticos adequa- dos para o tratamento de cada cliente. Ape- sar das diversas técnicas para o tratamen- to do fibroedema geloide e da lipodistrofia localizada, a análise minuciosa no cliente se faz imprescindível para que o profissio- nal elabore um plano de ação detalhado, no qual será fundamental a colaboração do cliente para melhores resultados e, caso ul- trapasse do campo estético, o encaminha- mento para um profissional competente. As terapias utilizadas serão divididas nessa aula em seis setores e os resultados podem ser atingidos através de medidas dietéticas; exercícios físicos; eletroterapia; tratamen- tos com farmacoterapia, subdivididos em tratamento com medicamentos de uso sis- têmico ou de uso fitoterápicos; tratamentos cirúrgicos e, por fim, tratamentos estéticos, que se subdividem em tratamentos eletro- terápicos e recursos manuais, os quais se- rão estudados a seguir, de maneira detalha- da, para o aperfeiçoamento profissional. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada34/222 1. Medidas dietéticas A lipodistrofia localizada tem relação dire- ta com o tecido subcutâneo, localizado na camada mais profunda da pele, que pode ser chamado de tecido adiposo. Este tecido está localizado abaixo da derme e se cons- titui por tecido adiposo e tecido conectivo frouxo, que possuem células chamadas de adipócitos, responsáveis por armazenarem energia em forma de gordura e regularem a temperatura corporal, atuando como iso- lante térmico, bem como protegendo contra os choques mecânicos. As células adiposas podem aumentar ou diminuir de volume, dependendo da quantidade de gordura que está absorvida em seu interior. Assim, nota- -se o aumento de gordura corporal quando o gasto calórico não supera a ingestão de alimentos. Com o aumento do volume nas células adi- posas ocorre uma alteração no processo cir- culatório, com a consequente má condução de macromoléculas e água no interstício, o que acaba por gerar edemas que compri- mem os pequenos vasos e com o passar do tempo causam alterações na aparência da pele. O Ministério da Saúde, em 2017, estimou que entre os anos de 2006 e 2016, a obesi- dade no Brasil cresceu em 60%. O estilo ali- mentar da sociedade mudou drasticamente de alimentos frescos e com altoconsumo de vegetais para um consumo prioritário de alimentos industrializados, com grandes ní- veis de processamento, refinados, com ex- Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada35/222 cesso de sódio e açúcar, bem como diversos conservantes. Essas mudanças, cumuladas com a vida sedentária, levam a uma popu- lação obesa com problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos, hiperten- são, entre outras doenças associadas ao ganho de peso. Assim, um dos tratamentos para a lipodis- trofia localizada e para o fibroedema geloi- de é a mudança de hábitos e medidas dieté- ticas. É necessário provocar um déficit caló- rico para que o organismo utilize o capital energético estocado nos adipócitos e passe a ter um balanço energético negativo. Para que os resultados sejam satisfatórios, a dieta deve seguir alguns padrões, aten- dendo sempre aos parâmetros legais que regem a dietética humana. O foco deve ser em uma dieta hipocalórica, considerando a origem dos alimentos e a quantidade de ca- lorias ingeridas; hipoglicídica, com a redu- ção do consumo de carboidratos entre 50 a 60 gramas diários. A supressão não deve ser adotada, visto que alimentos com car- boidratos são importantes para que o orga- Link É sabido que a gordura visceral está relacionada a diversas doenças. Acesse o artigo para conhecer mais sobre o aumento do tecido adiposo visce- ral na gênese da hipertensão e doenças cardio- vasculares. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf >. Acesso em: 15 Jan. 2018. http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf http://www.scielo.br/pdf/abc/v78n6/11859.pdf Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada36/222 nismo tenha energia, já que são facilmente assimiláveis, responsáveis por estimular a síntese de triglicerídeos intra-adipocitários (lipogênese) e auxiliam na eliminação ele- trolítica e na retenção hídrica. A dieta também deve ser hipolipídica, com baixo consumo de alimentos ricos em coles- terol e ácidos graxos saturados, responsá- veis por criar uma resistência insulínica, vis- to que diminuem os receptores e a sua liga- ção de insulina; hiperproteica, já que o con- sumo de proteínas não interfere de forma significativa na secreção da insulina, o que ocasiona pequenas alterações nos níveis de glicemia, além de provocar uma sensação de saciedade por períodos maiores do que os alimentos ricos em gordura. A inclusão de fibras na dieta também é de grande importância, visto que possuem ní- veis calóricos baixos, mas auxiliam de forma significativa no funcionamento do meta- bolismo. As fibras auxiliam na diminuição da fome, visto que provocam saciedade por um período maior e diminuem a velocidade do esvaziamento gástrico; auxiliam com o equilíbrio da flora intestinal; com a redução nos níveis de colesterol; e possuem a impor- tante função de retardar o gatilho para libe- ração de insulina. Por fim, o aumento do consumo de água au- xiliará na eliminação de toxinas e resíduos e também ajuda na sensação de saciedade, na medida em que umedece e modifica o volume do bolo alimentar e, a suplementa- ção de vitaminas e minerais que atendam às necessidades diárias do cliente. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada37/222 2. Prática de exercícios físicos O exercício físico é um grande aliado da saúde e se combinado com medidas dieté- ticas poderá auxiliar na melhora do fibroe- dema geloide e da lipodistrofia localizada. A intenção da mudança nos hábitos alimen- tares é manter o balanço calórico negativo, com o exercício físico isso se torna mais fácil devido ao aumento do gasto energético. Ademais, a prática de exercício físico traz inúmeras vantagens para o organismo. Ao praticar uma atividade física ocorre um au- mento da produção de endorfina, conheci- da como hormônio do bem-estar, que é res- ponsável por estimular o sistema nervoso central e reduzir sintomas negativos, como a ansiedade, a depressão e causar um au- mento na autoestima. O exercício também tem a capacidade de diminuir a gordura que se localiza no tecido adiposo, aumentando nessas células a ca- pacidade lipolítica; influenciar no movimen- to do intestino, com a consequente melhora na condução do bolo alimentar; promover a tonificação das fibras musculares; melhorar a circulação sanguínea, com aumento de trocas metabólicas nos tecidos periféricos e aumentar a circulação venosa e linfática de retorno. 3. Eletroterapia O termo eletroterapia é utilizado, em um conceito geral, para explicar diversos trata- mentos em que é utilizada a energia elétrica Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada38/222 para melhorar problemas de saúde e acele- rar o processo de reabilitação em lesões. São empregados nos aparelhos diversos ti- pos de correntes. A emissão das ondas ele- tromagnéticas se dá através de eletrodos, em contato com a pele do cliente, ligados a cabos condutores. A corrente russa é um dos meios de eletrote- rapia utilizados para o tratamento do fibro- edema geloide e da lipodistrofia localizada. Ela é responsável por auxiliar na tonificação dos músculos e consequente redução da flacidez muscular. O equipamento utiliza corrente elétrica de frequência média alternada de 2.500 hz e por realizar uma ação de bombeamento nos vasos, auxilia a oxigenação e melhora a to- nificação muscular. Existem duas denomi- nações de frequência para o aparelho, a fre- quência portadora padrão da corrente russa (2.500 Hz), que se caracteriza pela corren- te introdutória do estímulo excito motor e, Para saber mais O aparelho de corrente russa possui esse nome por ter sido desenvolvido por médicos russos na década de 1980. Ele foi elaborado para tratar as- tronautas russos, após os médicos observarem que após as missões no espaço, pela falta de gra- vidade, os astronautas sofriam de flacidez, atrofia e fadiga muscular. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada39/222 a frequência modulada, a qual obedece às características da fibra muscular que será trabalhada. O profissional, ao utilizar a corrente russa, deverá decidir por trabalhar com as fibras brancas ou vermelhas. As fibras brancas por serem mais velhas, são menos vasculariza- das e possuem maior diâmetro que as fi- bras vermelhas. Elas são responsáveis pela velocidade e força e tendem a ser utilizadas quando praticamos exercícios de alta inten- sidade, porém com curta duração. É possí- vel notar a flacidez nas fibras brancas com o passar da idade, visto que diminuem de maneira significativa. Para esse tratamen- to, você deve utilizar a frequência modulada em torno de 80 Hz. As fibras vermelhas possuem um diâmetro menor, o que faz com que necessitem de um fornecimento maior de sangue. Por possuí- rem metabolismo aeróbico, devido à quan- tidade de mitocôndrias que possuem, pro- duzem grande quantidade de energia, o que permite que o músculo seja utilizado em exercícios físicos de longa duração, com in- tensidade baixa ou moderada, podendo ser usado também em exercícios de resistência. Para esse tipo de fibra a frequência deverá ser modulada em aproximadamente 20 Hz. Link Entenda de maneira mais detalhada sobre os ti- pos de fibras musculares que constituem os mús- culos do corpo humano. Disponível em: <http:// www.treinoemfoco.com.br/fisiologia-do- -treino/tipos-de-fibra-muscular-branca- -vermelha/>. Acesso em: 28 dez. 2017. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada40/222 A modulação do aparelho é a variação dos ajustes realizados para que se obtenha a máxima eficácia dos resultados. Na corren- te russa normalmente se realiza a modula- ção de rampa, responsável por determinar o aumento ou diminuição da duração e am- plitude de pulso em um período de tempo. O aumento da amplitude de pulso é chama- do de Rise e está ligado ao tempo em que a corrente elétrica chega no corpo do cliente. A diminuição da carga, de maneiragradual, até o término do tempo é chamada de De- cay e se relaciona com o tempo de saída da corrente elétrica no corpo do cliente. Outra modulação é acerca do tempo em que a corrente elétrica passa e cessa sua passa- gem para os tecidos. O chamado Tempo ON é o período em que há contração muscular e o Tempo OFF é quando cessa a contração muscular. Para atingir os resultados visados, quais se- jam, o aumento da vascularização com a consequente melhora no aporte de enzimas e nutrientes na corrente sanguínea, o au- mento da flexibilidade tissular, a tonificação muscular e seu fortalecimento e a melhora da circulação linfática, o profissional da es- tética deverá determinar o tempo para cada fase da rampa, observando sempre o nível máximo suportado pelo cliente. Importante ressaltar que o aparelho de cor- rente russa não deve ser utilizado em ne- nhuma hipótese em pessoas com problemas cardíacos, portadores de aparelho marca- Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada41/222 -passo, gestantes, portadores de câncer ou trombose venosa profunda, com patologias ginecológicas ou sobre regiões alérgicas ou inflamadas. 4. Farmacoterapia Farmacoterapia é o tratamento realizado através do uso de medicamentos. A Federa- ção Brasileira dos Profissionais Esteticistas (FEBRAPE, 2003) regulamenta que é vedado ao profissional de estética a prescrição me- dicamentosa. Assim, os tratamentos com medicamentos de uso sistêmico são pres- critos exclusivamente por médicos. Para o tratamento do fibroedema geloi- de e da lipodistrofia localizada, os médicos poderão prescrever remédios com agentes hidrófilos; agentes lipolíticos; que alteram a absorção no intestino de carboidratos e lipídios; agentes de ação anorética; que au- mentam a captação de glicose nos múscu- los; termogênicos; enzimáticos; vasoativos, entre outros (CIPORKIN, 1992). O uso de medicamentos fitoterápicos que possuam cafeína, castanha da índia, L-car- tinina, citrus aurantiun, centella asiática, thiomucase, green tea, bioex antilipêmico, hialuronidase, adipol, fosfatidilcolina, iom- bina, entre outros componentes, também podem auxiliar com melhores resultados no tratamento do FEG e da lipodistrofia locali- zada. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada42/222 5. tratamentos cirúrgicos Além dos métodos não invasivos para a me- lhora do fibroedema geloide e da lipodistro- fia localizada, existem tratamentos cirúrgi- cos com o mesmo objetivo. Entretanto, os procedimentos estéticos deveriam ser ado- tados como solução primária, e as cirurgias plásticas, apesar de muito comum nos dias atuais, deveriam ser tratadas como última opção devido ao grau de complicação e in- vasividade, bem como pela possibilidade de complicação cirúrgica. Um dos procedimentos cirúrgicos realizados é a lipoaspiração. Esse procedimento cirúr- gico só pode ser realizado por um médico e visa à retirada cirúrgica da lipodistrofia lo- calizada, ocasionando a redução da gordura localizada que se encontrava depositada em uma região específica, com a consequente definição no contorno do corpo (FRANCO et al., 2012). A lipoaspiração é realizada, pelo médico, nas camadas profundas do tecido adiposo. Esse procedimento não tem como objetivo a perda de peso, mas sim a retirada da gor- dura localizada que é dificilmente eliminada apenas com medidas dietéticas e exercícios físicos. Deste modo, essa cirurgia plástica é indicada para pessoas saudáveis, que se encontram no seu peso ideal, ou próximas a ele. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada43/222 Figura 1 | Lipoaspiração Fonte: <https://static.tuasaude.com/media/article/70/0e/lipoaspiracao_9364_l.>. Acesso em: 20 set 2017. Após o procedimento, faz-se necessária a realização de drenagem linfática pelo profissional de estética, na medida em que a invasividade do procedimento cirúrgico destrói capilares sanguí- neos e causa edema por romper vasos capilares linfáticos. Outra possibilidade cirúrgica é chamada de subcisão e pode ser utilizada para melhorar as alte- rações causadas na pele em razão do fibroedema geloide em graus avançados, cicatrizes acnei- cas ou rugas. Nessa técnica o médico deverá liberar a tração existente em razão das trabéculas do tecido subcutâneo com a utilização de um bisturi. Ocorre que com o procedimento vasos san- Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada44/222 guíneos são juntamente seccionados, o que ocasiona a formação de hematomas. Do mesmo modo que a lipoaspiração, o edema causado pela destruição de capi- lares sanguíneos e danos em linfáticos faz com que após o procedimento cirúrgico a intervenção do profissional de estética seja necessária para realizar drenagem linfática. Por fim, outra possibilidade é a realização de dermolipectomia, também conhecida como abdominoplastia, que tem por finalidade a remoção da pele flácida. Nesse procedimen- to o profissional realizará uma incisão de uma crista ilíaca à outra, deslocando a pele e o tecido adiposo da musculatura abdo- minal, removendo os excessos de gordura e pele e suturando o músculo reto abdominal. Após, é necessária drenagem linfática para auxiliar no processo de recuperação. Para saber mais A realização de drenagem linfática auxilia com um dos principais riscos da cirurgia de dermoli- pectomia que é a formação de seroma, ou seja, o acúmulo de líquido no local em que foi realizada a incisão. Link Amplie seus conhecimentos através da leitu- ra do estudo comparativo realizado entre a efi- cácia da drenagem linfática manual e mecâ- nica no pós-operatório de dermolipectomia. Disponível em: <http://www.redalyc.org/ html/408/40818407/>. Acesso em: 28 dez. 2017. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada45/222 6. tratamentos estéticos 6.1 Eletroterápicos 6.1.1 Eletrolipoforese Essa técnica é utilizada para o tratamento da lipodistrofia localizada e do fibroedema geloide. O profissional realiza a aplicação de micro correntes de baixa frequência que irão atuar nos adipócitos e acúmulo de li- pídios, ocasionando sua destruição e pos- terior eliminação. Através de uma corrente galvânica pulsada que alterna os polos (po- sitivo e negativo) a cada segundo, em razão do efeito Joule, quando ocorre a circulação da corrente elétrica há o aumento da tem- peratura produzida na eletrolipólise. Com isso, o fluxo sanguíneo no local é melhorado pela ocorrência da vasodilatação. A técnica pode ser realizada através de ele- trodos posicionados sobre a pele ou através de finíssimas agulhas que são implantadas no panículo adiposo, sendo que ambas pro- vocarão modificações fisiológicas no local (MELLO et al. 2010). A corrente galvânica estimula a pele em três etapas: diminui a re- sistência intrínseca da pele; estimula as cé- lulas e ativa a microcirculação, o que propi- cia a ocorrência de lipólise, com a transfor- mação e eliminação da gordura; e estimula a drenagem devido à ocorrência do estímu- lo circulatório. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada46/222 Alguns aparelhos podem ter sua frequên- cia regulada entre 5 e 50Hz, mas o indica- do é utilizar a frequência em torno de 25Hz devido ao melhor estímulo circulatório. No eletrodo pode ser aplicado gel neutro ou gel com princípios ativos, sendo que eles de- vem estar posicionados distantes, entre 2 e 5 cm. A aplicação pode várias entre 30 e 60 minutos devido à intensidade escolhida pelo profissional. Importante lembrar que este aparelho não deve ser utilizado em cliente com insufici- ência rela, cardíaca, portadores de marca- -passo, gestantes, com lesões na pele, cân- cer ou trombose. 6.1.2 Ultrassom 3 Mhz Esse tópico será detalhadamente estuda- do em outra aula, porém para elucidação, o aparelho utiliza um cabeçote, chamado de transdutor, para realizar ondas sonoras e causar vibração. No interior no aparelho supramencionado há um cristal de umma- terial específico que realiza o efeito piezo- elétrico. O aparelho de ultrassom não pode ser liga- do sem que esteja em contato com a pele do cliente, pois quando o cristal recebe a corrente elétrica, tem seu formato alterado, dilatando e comprimindo, o que altera sua espessura. Assim, as ondas precisam de um meio de penetração, no caso a pele, pois se encontrarem somente o ar ocorre o efeito Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada47/222 reflexo, as ondas retornam para o cabeçote e podem gerar a quebra do cristal, causan- do danos ao aparelho. No meio estético é utilizado o aparelho com frequência de 3Mhz (mega-hertz), visto que para o tratamento de lipodistrofia localiza- da e do fibroedema geloide a atuação deve se dar na epiderme, derme e no tecido adi- poso. A frequência em mega-hertz está re- lacionada com a profundidade em que as ondas vibratórias ou sônicas serão penetra- das. Apesar da existência do ultrassom de 1Mhz, este não é utilizado para tratamentos estéticos, visto que penetra além do neces- sário, atingindo músculos, ossos e tendões. O ultrassom traz benefícios como a regene- ração tissular e reparação de tecidos moles e é relaxante muscular, anti-inflamatório, anti-edematoso, fibrinolítico, analgésico e auxilia na vasodilatação e no aumento da permeabilidade das membranas tissulares e celulares, realizando assim, a fonoforese (LICHA; PEREIRA. MILREU, 2014). 6.1.3 Radiofrequência A radiofrequência é um aparelho que utili- za frequências de média ou alta intensida- de para gerar calor. Em altas frequências as ondas eletromagnéticas causam uma mu- dança nas moléculas de água e aumentam a temperatura entre elas. Assim, ocorre a diminuição da resistência dos tecidos que passam a aquecer onde há moléculas de água. Esses efeitos térmicos ocasionam a des- Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada48/222 naturação do colágeno que provoca a con- tração das fibras, ativação dos fibroblastos com a deposição e aumento do colágeno, o que possibilita a reorganização das fibras e remolda o tecido. As correntes alternadas do aparelho variam entre 0,3MHz e 3MHz, podendo alguns apa- relhos atingirem 5MHz. A desnaturação do colágeno ocorre quando a temperatura es- tiver entre 40 e 65 °C, momento em que as ligações sensíveis passam a quebrar com o calor. O profissional deve medir a tempera- tura fazendo uso de um termômetro, assim, saberá a temperatura em que a pele está por fora, entretanto, deve lembrar que a tempe- ratura interna pode ser entre 2 e 5 °C maior do que a temperatura indicada pelo termô- metro que mede a temperatura externa. A radiofrequência, se utilizada corretamen- te, pode auxiliar com a melhora na aparên- cia do fibroedema geloide, auxilia na síntese de colágeno tonificando a pele, reabsorve os líquidos intracelulares, tem efeito anti- coagulante, provoca a vasodilatação capilar e arterial, com a consequente melhora da circulação sanguínea e melhor distribuição de oxigênio e nutrientes para os tecidos, en- tre outros fatores. Entretanto, se utilizado de maneira errada pode ser responsável por ocasionar queimaduras internas e externas e aumentar a fibrose. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada49/222 6.1.4 Vacuoterapia Este procedimento será estudado de forma individualizada na Unidade 7 e por isso será tratado brevemente neste momento. A va- cuoterapia é uma técnica não invasiva que utiliza um aparelho com o intuito de simu- lar os mesmos efeitos gerados pelas massa- gens manuais, entretanto por ser realizada por um aparelho que se utiliza de rolos mo- torizados com uma pressão positiva, com- binada com a pressão negativa gerada pelo vácuo, com intensidades variáveis, que faz com que o tratamento seja mais padroniza- do e por consequência mais rápido. O aparelho utiliza a técnica da sucção que auxilia na circulação sanguínea e linfática através da técnica ritmada de dobramen- to e desdobramento, e sucção do panículo adiposo. Assim, melhora a circulação san- guínea, eliminas as zonas de tensão cutâ- nea, auxilia no trofismo tissular e trata as dermalgias reflexas. Para saber mais O aparelho de rádio frequência não deve ser uti- lizado em pacientes portadores de câncer, com problemas cardíacos, com diabetes, artrite, in- fecções sistêmicas, com tuberculose ativa, que estejam com a pele sensível em razão de algum tratamento químico ou mecânico agressivo, ges- tantes, ou pacientes que tenham algum metal no corpo. O aparelho também nunca deve ser aplica- do sobre a glândula tireoide. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada50/222 6.1.5 Massagem vibratória A massagem vibratória também tem o mesmo intuito e princípios das massagens manuais, entretanto utiliza-se um apare- lho que acompanha diferentes formatos de cabeçote para que o profissional escolha o mais adequado ao caso, dependendo da disfunção apresentada pelo cliente e o seu grau de acometimento. Esse aparelho atu- ará realizando movimentos vibratórios, de percussão e circulares. O aparelho não causa traumas ao tecido. Os tipos de cabeçote podem influenciar na dor, dependendo do grau de comprometimento da pele, por isso existem cabeçotes lisos que são mais suaves e não causam dor e outros cabeçotes mais fortes. Por utilizar as mesmas técnicas das mas- sagens manuais, ela deve ser realizada se- guindo as fibras musculares, de maneira ascendente, podendo seguir princípios da drenagem linfática e ser realizada devagar e suave ou de acordo com as massagens mo- deladores com mais força e agilidade. Ao utilizar o equipamento, o profissional deve aplicar um óleo sobre a pele para fa- cilitar o deslizamento do aparelho e evitar danos causados pelo excesso de atrito pro- duzido entre a pele e o aparelho. As massa- gens vibratórias são reconhecidas por au- xiliarem na vasodilatação, aumentar o me- tabolismo dos tecidos, melhorar o sistema circulatório, auxiliar na drenagem linfática, o que colabora com a eliminação de toxinas, modelar o corpo e auxiliar na melhora cau- sada na pele pelo FEG. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada51/222 6.2 Recursos manuais Dentre os recursos manuais estão as mas- sagens modeladoras e a drenagem linfática. Um dos objetivos principais da massagem modeladora é a perda de medidas. Esse tipo de massagem utiliza técnicas com movi- mentos rápidos, repetitivos e realizados de maneira forte. Dentre eles podemos desta- car as técnicas de fricção, amassamento e deslizamento para auxiliar na tonificação da musculatura corporal e consequente redu- ção da gordura localizada em razão da dre- nagem local com a eliminação das toxinas. Na drenagem linfática, o procedimento é o oposto, a massagem deve ser sempre rea- lizada com calma, suavidade, movimentos leves e rítmicos. Seu objetivo é auxiliar nas funções do sistema linfático. Com o passar dos anos, foi comprovado que a drenagem linfática é capaz de auxiliar na diminuição de edemas com os estímulos suaves nos lin- fonodos. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada52/222 Glossário Efeito piezoelétrico: é a capacidade que alguns cristais possuem, quando comprimidos ou sub- metidos à pressão, de gerarem um campo elétrico. Fonoforese: em razão da vasodilatação e da permeabilidade das membranas ocasionada pelo aparelho ultrassom, a fonoforese é o aumento da permeabilidade de princípios ativos no interior dos tecidos. Medicamentos fitoterápicos: medicamentos de origem vegetal Questão reflexão ? para 53 Após os tópicos estudados e a análise do estilo de vida da sociedade atual, quais medidas poderiam ser adota- das para prevenir a ocorrência do fibroedema geloide e da lipodistrofia localizada? 54/222 Considerações Finais • Nesta aula você estudou sobre as possíveis técnicas e terapias que podem ser utilizadas no tratamento do fibroedema geloide e da lipodistrofia loca- lizadae sua inferência nesses tópicos. • Compreendeu a necessidade de uma aplicação cumulativa de tratamentos, não apenas estéticos, mas mudanças até mesmo nos padrões de vida do cliente no que se refere a hábitos alimentares e a prática do exercício físico. • Estudou sobre procedimentos cirúrgicos capazes de auxiliar no FEG e na lipodistrofia localizada, os quais podem ser realizados exclusivamente por médicos, entretanto necessitam do auxílio do profissional de estética no pós-operatório devido à invasividade dos procedimentos. • Por fim, analisou os aparelhos eletroterápicos e os recursos mecânicos que podem ser utilizados no meio estético para melhorar a aparência da pele, reestruturando diversas funções no organismo. Unidade 2 • Tratamentos para o FEG e lipodistrofia localizada55/222 Referências CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização terapêutica e fisiopatogênica da lipodistrofia gi- noide. São Paulo: Santos, 1992. LICHA, Heloísa Maria Elaine; PEREIRA, Maria Silvia Félix; MILREU, Poliana Galindo de Almeida. Re- cursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais. Londrina: Unopar, 2014. 177 p. FRANCO, F. F; et al. Complicações em lipoaspiração clássica para fins estéticos. Rev. Bras. Cir. Plást. vol. 27 n.1 São Paulo jan./mar. 2012. MELLO, P. B.; et al. Tratamento da gordura ginoide através da fonoforese com tiratricol. Fisiote- rapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p.28-33, fev. 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil, 2017: Vigilância de Fa- tores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 56/222 1. A gordura localizada, tecnicamente conhecida por lipodistrofia localizada, ocorre quando há um maior acúmulo de gordura no tecido adiposo em de- terminada região do corpo. O seu surgimento se dá por motivos diversos, so- mados. Entre os fatores listados, identifique quais estão relacionados com o surgimento da lipodistrofia localizada. I. Síndrome metabólica. II. Alterações hormonais no organismo. III. Consumo de gasto energético maior que o de calorias ingeridas. IV. Aumento da lipase. V. Uso de hormonioterapia. a) Todas as sentenças estão corretas. b) As sentenças I, III e IV estão incorretas. c) Somente as sentenças I, II e V estão corretas. d) Somente as sentenças II e III estão corretas. e) Todas as sentenças estão erradas. Questão 1 57/222 2. O primeiro relato escrito acerca da drenagem linfática ocorreu no ano de 1936, após o fisioterapeuta Dr. Emil Vodder perceber, anos antes, que a ma- nipulação suave dos gânglios linfáticos edemaciados melhorava o estado dos pacientes acometidos por gripes e sinusites. Usando seus conhecimen- tos sobre a drenagem linfática, assinale a alternativa INCORRETA: Questão 2 a) A drenagem linfática ocasiona uma melhora na circulação sanguínea, na oxigenação e na nutrição das células. b) Estudos comprovados demonstram que a drenagem linfática, apesar dos seus inúmeros be- nefícios ao sistema circulatório, não auxilia na melhora do fibroedema geloide. c) Após a realização de drenagem linfática, é possível notar a redução de edemas locais. d) Dentre os benefícios da drenagem linfática está a regeneração dos tecidos. e) A drenagem linfática proporciona inúmeros benefícios ao sistema circulatório e auxilia na melhora do fibroedema geloide. 58/222 3. Após a realização de procedimentos cirúrgicos para melhoria do FEG e da lipodistrofia localizada, a intervenção do profissional de estética é comu- mente necessária. Qual, dentre os procedimentos estudados, é o mais indi- cado para o período pós-cirúrgico? Questão 3 a) Radiofrequência. b) Eletrolipoforese. c) Vacuoterapia. d) Massagem vibratória. e) Drenagem linfática. 59/222 4. Umas das técnicas comumente utilizada para o tratamento da lipodistrofia localizada é a eletrolipoforese. Essa técnica se utiliza de um aparelho que aplica micro correntes em uma baixa frequência nas células adiposas para a sua elimi- nação. O aparelho, entretanto, deve ser regulado em uma frequência para que o estímulo circulatório seja melhor. Qual é a frequência ideal? Questão 4 a) entre 40 e 50Hz. b) entre 10 e 15Hz. c) entre 5 e 50Hz. d) entre 25 e 30Hz. e) entre 50 e 60Hz. 60/222 5. Um dos procedimentos estéticos utilizados para a melhora de diversos fatores é a massagem. Entretanto, esta não pode ser realizada de qualquer modo e deve seguir determinados componentes para que se obtenha resul- tados satisfatórios. Assinale a alternativa correta acerca dos componentes da massagem: Questão 5 a) O único componente da massagem é o ritmo. b) A massagem segue os componentes do ritmo e direção. c) O componente principal da massagem para obtenção de resultados é o tempo em que ela é realizada e a quantidade de sessões. d) Os componentes da massagem são frequência, pressão, ritmo, direção, velocidade, duração e o meio utilizado. e) A massagem segue os componentes do ritmo e frequência apenas. 61/222 Gabarito 1. Resposta: C. Dentre as causas que levam à lipodistrofia localizada, apenas as mencionadas nas al- ternativas I, II e V estão corretas. 2. Resposta: B. A alternativa incorreta é a B, visto que a dre- nagem linfática é um dos tratamentos indi- cados para a melhora do fibroedema geloide por sua melhora no sistema circulatório e na eliminação de toxinas do sistema linfático. 3. Resposta: E. O procedimento mais indicado no período do pós-operatório é a drenagem linfática para a redução de edemas, inchaços e res- tabelecimento de capilares frequentemen- te rompidos com cirurgias invasivas. 4. Resposta: D. Alguns aparelhos podem ter sua frequência regulada entre 5 e 50Hz, mas o indicado é utilizar a frequência em torno de 25Hz devi- do ao melhor estímulo circulatório. 5. Resposta: D. Os componentes da massagem são frequ- ência, pressão, ritmo, direção, velocidade, duração e o meio utilizado. 62/222 Unidade 3 Metabolismo do tecido adiposo Objetivos 1. Você estudará nesse tema sobre a im- portância do tecido adiposo, que após alguns anos deixou de ser considerado apenas um depósito de gordura e teve sua importância reconhecida para o me- tabolismo. Assim, o objetivo dessa aula é entender de forma detalhada sobre as sínteses que ocorrem no tecido adiposo e compreender sobre a chamada lipólise e lipogênese. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo63/222 Introdução A lipodistrofia localizada e o fibroedema ge- loide, temas estudados ao longo das aulas, caracterizados como um distúrbio metabó- lico, têm sua formação em razão do aumen- to do tecido adiposo que comprime os vasos sanguíneos e dificulta o adequado funcio- namento do sistema circulatório e linfático, o que acaba por ocasionar edemas nessas regiões e com o passar do tempo, devido à tração sofrida pelas fibras colágenas que se prendem à pele, a gordura é encapsulada e se formam os nódulos celulíticos que alte- ram a aparência da pele. Assim, visto que todo o processo de formação dos temas es- tudados se inicia no tecido adiposo, faz-se necessário conhecer essa parte do orga- nismo de maneira mais detalhada. O teci- do adiposo, também chamado de tela sub- cutânea ou panículo adiposo, encontra-se abaixo da derme que é a camada intermedi- ária da pele, localizada abaixo da epiderme, fazendo com que seja a camada mais pro- funda da pele. A composição da tela sub- cutânea se dá através de tecido conectivo frouxo e tecido adiposo. A predominância no tecido adiposo é de células chamadas adipócitos que armazenam, como forma de energia, gotículas de gordura em seu ci- toplasma. Essas células têm sua espessura variável na medida em que podem absorver um volume maior ou menor de gordura, de- pendendo da ingestão calórica e do gasto de energia do corpo. Vamos estudar a seguir mais características desse tecido e sobre o seu metabolismo. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo64/222 1. Características do tecido adi- poso As células adiposasque compõem o tecido adiposo se caracterizam pelo seu formato arredondado e são capazes de armazenar gordura em um volume dez vezes maior que seu tamanho. Essas células podem se arranjar em lóbulos que se separam pelo septo do tecido con- juntivo no qual existem células como os fi- broblastos, vasos, nervos e partes profundas das glândulas sudoríparas (LICHA, 2016). Figura 1 | Adipócitos Fonte: < http://www.sobiologia.com.br/figuras/His- tologia/adiposo.jpg>. Acesso em: 20 set 2017. O metabolismo do tecido adiposo é com- plexo, visto que essas células sofrem ação de diversas substâncias presentes no orga- nismo, como o hormônio da tireoide, o hor- mônio do crescimento, a insulina. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo65/222 O metabolismo do panículo adiposo é de extrema importância para o organismo, vis- to que nele está armazenado o maior esto- que de energia do corpo em forma de trigli- cerídeos que fornece energia de forma mais eficiente que a reservada em forma de gli- cogênio. O tecido adiposo dá forma aos contornos femininos e por isso está disposto de manei- ra diferente no sexo masculino e feminino. Em uma mulher com peso corporal normal, estipula-se que uma média de 20 a 25% do peso corporal seja de tecido adiposo, en- quanto no sexo masculino esse percentual varia entre 15 e 20%. Existem duas classificações acerca dos adi- pócitos: • Tecido adiposo unilocular: é o mais abundante no organismo e seu nome faz referência à sua característica, visto que armazena a energia em seu interior de maneira una, em um lócu- lo (cavidade), já que pequenas gotas de lipídio se fundem e formam uma grande gota que ocupa quase a tota- lidade da célula, deslocando o núcleo e o citoplasma para a parte periférica da célula. O tecido unilocular frequentemente se apresenta na cor amarela devido a pigmen- tos e vitaminas (comumente vitamina A) que se dissolvem nos lipídios e provocam essa tonalidade. Sua função é armazenar e fornecer energia para o organismo, já que é responsável tam- Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo66/222 bém pela resposta imunitária, em doenças vasculares e na regulação do apetite. É comum que ocorra a hiperplasia desse tipo de célula no período da infância e da adolescência. • Tecido adiposo multilocular: não é en- contrado em grandes quantidades em adultos. É predominante nos recém- -nascidos para auxiliar na termor- regulação, através da circulação de sangue que ocorre no interior dos di- versos capilares que esse tecido apre- senta. Diferentemente do tecido unilocular, no te- cido multilocular há a presença de vários lóculos, com uma coloração predominante- mente parda,- e, normalmente, se localiza na região pélvica e escapular. A gordura marrom se apresenta na forma de múltiplas gotículas citoplasmáticas, nos mais diferentes tamanhos. As mitocôndrias no tecido multilocular agem de maneira di- versa de grande parte das células do orga- nismo, visto que por apresentarem função termorreguladora não utilizam os lipídios para a produção de ATP, mas o transformam em energia térmica. O tecido marrom apresenta uma gran- de quantidade de mitocôndrias que não possuem o complexo enzimático necessá- rio para a síntese de ATP. Assim, utilizam a energia que é liberada na oxidação de me- tabólitos, principalmente os ácidos graxos, para gerar calor. Esse fenômeno acontece por causa da termogenina, uma proteína da membrana mitocondrial interna da gordu- Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo67/222 ra marrom, que possui função desacopladora. A termogenina atua como um canal de próton e descarrega a energia gerada pelo acúmulo de prótons no espaço intramembranoso das mito- côndrias durante as reações oxidativas. Com isso, ocorre o impedimento da síntese de ATP, o que permite que a energia estocada no interior da mitocôndria seja dissipada em calor. Para saber mais A ciência vem estudando a possibilidade de utilizar a gordura marrom, presente em pequenas quantidades no organismo humano, para o combate da obesidade. Após a descoberta de que a gordura marrom se mantinha presente nos adultos depositada nos mesmos lugares em que estão nos recém-nascidos, sendo no pescoço, abaixo da clavícula e ao longo da espinha, pesquisadores iniciaram estudo para compreender os efeitos da exposição da gordura marrom a baixas temperaturas, já que por ser uma gordura com função termorregula- dora, quando é ativada para produzir calor ocorre um processo maior de queima de calorias, já que funcionam como combustível para que as células funcionem e para cumprirem sua função de produzir energia térmica precisam recorrer à queima calórica. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo68/222 Figura 2 | Tecido adiposo unilocular e multilocular Fonte: Junqueira e Carneiro,- (2017). Link O texto completo acerca dos estudos sobre a gordura marrom como auxiliar na queima de gordura, os dife- rentes resultados obtidos em países diversos, bem como as linhas de pensamento sobre o assunto podem ser acessados para estudo no presente a seguir.. Disponível em: <http://istoe.com.br/228808_A+GORDU- RA+QUE+QUEIMA+GORDURA/>. Acesso em: 28 dez. 2017. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo69/222 Outra divisão que pode ser feita acerca do tecido adiposo é sobre a presença de duas camadas na sua formação:- a camada areolar e lamelar. Ambas variam de acordo com a região corporal, o sexo e a idade: • Camada areolar: está localizada logo após a derme, sendo mais superficial que a lamelar. Apresenta células arredondadas, com maior volume e grande quantidade de vasos sanguí- neos. • Camada lamelar: é a mais profunda que compõe o tecido adiposo, ela está localizada abai- xo da camada areolar e pode ser caracterizada como uma lâmina fibrosa que tem como função realizar o suporte elástico da trama vascular. A camada lamelar é composta por cé- lulas de menor volume e mais alongadas que possuem menos material lipídico. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo70/222 Figura 3 | Camada areolar e lamelar Fonte: <http://www.tfwlondon.com/images/gallery/BlogPhotos/April-15/Cellulite-Layers-640.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017. 2. Funcionamento do metabolismo adiposo A palavra metabolismo se refere a mudanças. É qualquer reação bioquímica que acontece no interior das células e no organismo, tanto para gerar energia para as diversas atividades neces- sárias para o corpo ou para sintetizar compostos orgânicos. Para que isso ocorra, existem dois tipos de reações, as anabólicas e catabólicas. De forma sim- plificada, as reações anabólicas são as responsáveis pela criação de moléculas estruturais e fun- Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo71/222 cionais para que o organismo tenha energia quando necessário e as reações catabólicas são as responsáveis pela quebra dessas mo- léculas quando o organismo necessita de energia para suas atividades. O corpo utiliza as energias provenientes dos nutrientes encontrados na alimentação, porém, para que a energia seja usada, ou até mesmo estocada para quando necessário, é preciso que o corpo realize a digestão, a absorção e a metabolização dos nutrientes, através das quebras das ligações químicas. Para saber mais É utilizado o termo metabolismo basal para se re- ferir à quantidade mínima de energia necessária pelo organismo para a sobrevivência em repou- so, ou seja, é preciso realizar um cálculo para se estimar quantas calorias cada pessoa deve ingerir durante o dia para que o organismo realize ati- vidades vitais. O percentual calórico não é igual para todos e varia de acordo com o sexo, idade, altura, peso, composição corporal, frequência de exercícios físicos realizados, dentre outros. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo72/222 Já com relação ao metabolismo do tecido adiposo existe a ocorrência de dois fatores chamados lipogênese ou lipólise, respon- sáveis pela queima ou acúmulo de gordura, que você estudará a seguir. 2.1 Lipogênese Conceitua-sepela síntese de ácidos graxos e triglicérides que são armazenados no fíga- do e no tecido adiposo. A lipogênese ocorre no organismo nos casos em que a quanti- dade de alimento ingerido supera a quanti- dade do gasto calórico, o que chamamos de balanço energético positivo. Nesses casos, o organismo sintetiza os tri- glicerídeos a partir dos ácidos graxos pro- venientes da alimentação e do glicerol, que possui como fonte a glicose. Assim, o que regula a ocorrência da lipogênese é a com- posição nutricional dietética e o tipo de car- boidrato ingerido. Link Ainda sobre o assunto, acesse o site para compre- ender de maneira mais completa como é a fórmu- la realizada para calcular a taxa do metabolismo basal: <http://pt.calcuworld.com/nutricao/ taxa-de-metabolismo-basal-metodo-har- ris-benedict/>. Acesso em: 28 dez. 2017. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo73/222 Dois são os fatores reconhecidos por intervir na lipogênese, a insulina e a lipoproteína lipase. A intervenção se dá na medida em que a insulina aumenta a penetração da glicose nas células e auxilia na transformação desta em ácidos graxos, estimula a proteína lipase no tecido adiposo e inibe o efeito lipolítico dos hormônios. Figura 4 | Lipogênese Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-fm3JXXLtX44/UiO_mO-zqkI/AAAAAAAAAC0/iWiU1lh7bmI/s400/lipolise.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017. Para melhor elucidação, quando ocorre a ingestão de carboidrato o organismo realiza sua que- bra em glicose que fica na corrente sanguínea. Quando os níveis de glicose ultrapassam o limite máximo na corrente sanguínea, o fígado age armazenando a glicose em forma de glicogênio. Da Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo74/222 mesma forma, quando os limites máximos de glicose são ultrapassados no fígado, a molécula é “quebrada” e eliminada no sangue, o que consequentemente aumenta a concentração de ácidos graxos no sangue, que são depositados no tecido adiposo na forma de gordura. Figura 5 | Representação da lipogênese e da insulina no organismo Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-tS1Gzyap57Y/VYtHjRIjPJI/AAAAAAAAAMQ/dii7S3ayJ3o/s640/insulinaa.jpg>. Acesso em: 20 set. 2017. Assim, essa gordura que se estoca no tecido adiposo passa a formar a lipodistrofia localizada e tem grande influência na formação do fibroedema geloide pelos fatores anteriormente estuda- dos, que o aumento do panículo adiposo ocasiona. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo75/222 2.2 Lipólise A lipólise age de forma contrária à lipogê- nese e refere-se à quebra das moléculas de gordura para fornecer energia para o meta- bolismo celular. Sua ocorrência também se dá de forma contrária à lipogênese, quando há um consumo alimentar menor do que o gasto calórico, chamado de balanço ener- gético negativo. Assim, quando a concentração de glicose no sangue está abaixo dos limites normais, o fígado quebra a glicose estocada em for- ma de glicogênio e a envia para a corrente sanguínea. O fígado, na necessidade de estabilizar as quantidades de glicogênio armazenado em seu interior, retira ácidos graxos do sangue e os transforma em glicogênio. Quando o sangue, que teve seus ácidos graxos removidos para balancear o fígado, entra em contato com a pele, esta quebra a gordura estocada nos adipócitos para in- troduzi-la no sangue na forma de ácidos graxos, o que diminui o volume do tecido adiposo. Para saber mais Pesquisas realizadas indicam que a concentra- ção de cálcio no interior das células é maior em pessoas com obesidade. O cálcio tem importante papel na regulação da lipólise e da lipogênese no metabolismo do tecido adiposo. Conclui-se que a alta concentração de cálcio nas células estimula a enzima responsável pela lipogênese, o que pode dificultar na perda de peso. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo76/222 Assim, a lipólise é uma grande aliada para a diminuição ou não formação da lipodistro- fia localizada. Entretanto, a perda de peso ideal deve ser realizada de forma lenta para que haja a redução do panículo adiposo e não da massa muscular, ou massa magra. Link Alguns estudos recentes têm pesquisado acer- ca da possibilidade da utilização do extrato de alho para a melhora da lipólise e diminuição da lipogênese no tratamento da lipodistrofia lo- calizada. Acesse e leia um artigo sobre o estu- do. Disponível em: <http://www.redalyc.org/ html/2655/265520997004/>. Acesso em: 28 dez. 2017. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo77/222 Glossário Fibroblastos: é a célula que faz parte da formação do tecido conjuntivo, de origem mesenqui- mática, que possui a função de sintetizar componentes da matriz extracelular desse tecido. Glicogênio: é a forma em que a glicose fica armazenada no fígado (glicogênio hepático) e nos músculos (glicogênio muscular), e são utilizadas como um estoque de energia rápida para o cor- po. Resposta imunitária: é a resposta do organismo em caso de invasão de agentes estranhos ao corpo com o objetivo de neutralizar sua ação. Questão reflexão ? para 78 Como já estudado anteriormente nas aulas, a formação do fibroedema geloide e da lipodistrofia possui causas multifatoriais. Após o estudo realizado sobre o meta- bolismo do tecido adiposo, você, como profissional de estética, compreende a necessidade da indicação de mudanças dietéticas para a obtenção de melhores re- sultados em tratamento estéticos? 79/222 Considerações Finais • Devido à influência do tecido adiposo nos casos de lipodistrofia localizada e do fibroedema geloide, você estudou sobre as características do tecido adi- poso e dos adipócitos. • Visualizou, através de imagens, sobre as diferentes camadas existentes no panículo adiposo e as características de suas camadas, com suas diferen- ciações. • Compreendeu sobre a importância da lipogênese no funcionamento do metabolismo do tecido adiposo e a influência e como funciona a quebra de moléculas e sua absorção no organismo. • Por fim, estudou sobre a lipólise e a forma que ela é utilizada pelo organismo para obtenção de energia através da quebra de moléculas de lipídio estoca- das. Unidade 3 • Metabolismo do tecido adiposo80/222 Referências LICHA, H. M. E. Recursos estéticos aplicados aos tratamentos corporais: métodos de análise e avaliação corporal. Caderno de Atividades. Anhanguera Educacional, 2016. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e pa- tologias. 3. ed. rev. e ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004. GUEDES, D. P. Controle de peso corporal. 2º. ed. Rio de Janeiro: Shade, 2003. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 81/222 1. Após estudar sobre o tecido adiposo e seu metabolismo, assinale a alter- nativa correta acerca das características apresentadas pelo tecido adiposo: a) O tecido adiposo é localizado na primeira camada da pele. b) O panículo adiposo possui influências no organismo apenas com o que se refere ao peso e acúmulo de gordura. c) As células chamadas adipócitos sofrem influências como da insulina, do hormônio do cresci- mento e do hormônio da tireoide. d) O tecido adiposo pode ser classificado em três tipos: tecido unilocular, amarelo ou multilocu- lar. e) A função da gordura marrom é a produção de ATP. Questão 1 82/222 2. O panículo adiposo pode ser dividido em dois tipos, o tecido adiposo uni- locular e o multilocular. Assinale a alternativa que apresenta a resposta cor- reta acerca dessa divisão: a) Ao observar o tecido adiposo unilocular, nota-se que a gordura permanece no interior da cé- lula como micro gotas, em apenas um lóculo (cavidade). b) No tecido multiocular, a gordura se armazena no interior do adipócito como uma grande gota de gordura fundida. c) O tecido mais presente no organismo humano é o multiocular. d) A função do tecido adiposo unilocular é fornecer energia para o corpo, além de sua responsa- bilidade na resposta imunitária. e) A predominância da gordura
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