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Aula 4 Fund da economia no campo da educação

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
AULA 4
FUNDAMENTOS DA ECONOMIA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO
DEFINIÇÃO
A Educação e a instrumentalização econômica em sua interpretação, a questão do empreendedorismo na dinâmica educacional.
PROPÓSITO
Reconhecer fundamentos econômicos para despertar potencialidades e desenvolver formas diferenciadas de educação vinculadas às relações políticas e sociais.
MÓDULO 1
Identificar os fundamentos básicos da Economia da Educação
INTRODUÇÃO
A partir do entendimento de que as escolas não são ilhas isoladas em relação ao ambiente externo, sofrendo influências de diversas naturezas e intensidades, pretendemos que você desenvolva habilidades e competências instrumentais bem definidas e contextualizadas à sua realidade profissional, tornando-se, com base na mobilização dos conhecimentos trabalhados aqui, apto a enfrentar os seguintes desafios:
· Compreender os fundamentos básicos da Economia da Educação.
· Entender como as influências do ambiente externo afetam a escola.
· Analisar o impacto de variáveis econômicas sobre a dinâmica da escola.
A fim de proporcionar aos educadores as ferramentas e instrumentos necessários para elevar a sua performance gerencial e atender aos anseios da administração pública e privada, vamos apresentar os fundamentos básicos da Economia e como eles se relacionam com a Educação, bem como entender que as instituições de ensino sofrem influências externas de múltiplas variáveis que afetam sua dinâmica de funcionamento.
FUNDAMENTOS DA ECONOMIA DA EDUCAÇÃO
A Educação brasileira sofre historicamente de problemas de baixo desempenho, tanto na rede pública quanto na rede privada, apresentando indicadores sistemicamente inferiores a outros países quando se comparam índices oficiais.
Essa é uma realidade extremamente nociva para o país, pois produz impactos diretos sobre o desempenho da economia, reduzindo os níveis de produtividade das empresas, aumentando as desigualdades sociais e comprometendo a eficiência do mercado de trabalho no processo de alocação de mão de obra.
Ao longo do tempo, esse problema crônico, estrutural e sistêmico da baixa qualidade do ensino no Brasil impacta na formação do capital humano do país, diminuindo a competitividade nacional frente a países mais desenvolvidos onde a educação produz resultados melhores.
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Na economia globalizada, os cenários competitivos estão em constante transformação, e as empresas, incluídas as instituições de ensino, sofrem os efeitos às vezes imprevisíveis das mudanças na tecnologia, no comportamento do consumidor, nas macrotendências sociais, entre outras dimensões. Para que países, empresas e pessoas estejam aptos a lidar com esse novo mundo de mudanças constantes e cada vez mais intensas, é necessário um processo de educação continuada de alto nível para que se mantenham condições mínimas de igualdade e capacidade de se manter o desenvolvimento socioeconômico das nações.
O CASO DE SUCESSO DA FINLÂNDIA
A Finlândia se tornou um país líder nos principais testes de desempenho internacionais na área de Educação. Investimentos significativos na transformação de seu sistema educacional ajudaram a provocar uma mudança na realidade do país, que se tornou industrializado, moderno e uma referência em inovação. Hoje, esse próprio modelo de educação passou a ser um serviço educacional exportado para outros países, gerando divisas.
Outro fato que destaca a importância dos investimentos em educação e sua contribuição para o desenvolvimento de um país é a demonstração de que países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais elevado são aqueles que mais investem em educação.
IDH – PNUD BRASIL
Quanto mais as pessoas consomem serviços de educação, maior é o investimento em formação do capital humano próprio que elas estão fazendo, pois maior é o acúmulo de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades e competências profissionais, o que está diretamente relacionado ao aumento da renda do trabalho
Por outro lado, o aumento do capital humano em qualquer economia leva ao aumento da produtividade e à maior competitividade do país, bem como serve de matéria-prima essencial para o progresso científico da sociedade e para o desenvolvimento tecnológico das empresas, levando a uma maior diversificação das atividades econômicas, tanto industriais quanto no setor de serviços.
Há uma correlação positiva entre educação e desenvolvimento. Estudos mostram que países com população com formação universitária relevante se desenvolveram mais rapidamente do que países com taxas menores.
FORMAÇÃO DO CAPITAL HUMANO DE UM PAÍS
Para o economista James Heckman , os investimentos para formação do capital humano precisam começar na educação da primeira infância, o que será determinante para o sucesso econômico de um país.
“Segundo Heckman (2009), tentar sedimentar num adolescente o conhecimento que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes, custa mais caro e é menos eficiente”.
Um debate importante derivado do processo de formação do capital humano e de sua importância crítica para o desenvolvimento dos países e para a redução das desigualdades sociais é a forma de estimulá-lo e financiá-lo.
Reflita!. Cabe aos governos financiar uma escola pública universal de qualidade? O acesso a essa escola pública gratuita para todos é capaz de promover a igualdade de oportunidades e maior coesão da sociedade?
A desigualdade social e a pobreza estrutural de países como o Brasil precisam ser enfrentadas por meio de um conjunto amplo de políticas públicas e de ações do setor privado, além da mobilização da sociedade civil de um modo geral. Mas, no centro desse combate, é necessário situar as políticas educacionais a todas as faixas de idade da população, especialmente aos mais jovens.
O gráfico ao lado deixa muito claro que o retorno sobre o investimento em formação do capital humano é maior quanto mais cedo ele é realizado. Na medida em que o tempo passa, os jovens adolescentes e adultos não retornam à sociedade os mesmos ganhos que a escolaridade precoce é capaz de proporcionar ao longo do tempo.
Atenção: Se não houver investimentos maciços nessa idade, lacunas são deixadas no processo de formação dos estudantes e futuros profissionais que dificilmente são preenchidas por esforços tardios de capacitação. Assim, esses atrasos na aprendizagem podem produzir efeitos permanentes, pois o jovem não se torna capaz de aproveitar todo o potencial da escola se apresenta baixo rendimento, perde o interesse e chega até a desistir e, por consequência, não consegue obter os ganhos de renda, qualidade de vida e bem-estar que a maior escolaridade promete entregar.
O acúmulo de capital humano produz riqueza e prosperidade para os países. Esse processo precisa ser contínuo, em todas as faixas de idade, para que os resultados não se percam pelo caminho e não haja desperdício de recursos. Em países em desenvolvimento como o Brasil, uma questão torna-se ainda mais crítica do que a universalização do acesso – a melhoria da qualidade em todo o sistema público e privado, reduzindo as disparidades regionais e entre diferentes grupos sociais.
AS INFLUÊNCIAS DO AMBIENTE EXTERNO SOBRE A ESCOLA
Como qualquer outra organização ou empresa, a escola, pública ou privada, está inserida em um contexto macroambiental externo mais abrangente onde inúmeras forças sociais exercem impactos sobre a sua dinâmica de funcionamento.
Uma das competências dos educadores é compreender esse ambiente externo, tanto quanto aquilo que acontece no interior da escola. Mais do que saber quais são os pontos fortes e fracos da escola, é preciso também entender quais são as oportunidades e ameaças externas existentes.
Forças macro ambientais
Esse macro ambiente é constituído pelas chamadas forças macro ambientais. São elas:
· Analisar como as forças macro ambientais e seus componentes específicos exercem influência e impactam a dinâmica da escola permite identificar fontes de possíveis oportunidades e ameaças.
· É preciso entender o comportamento de variáveis macroeconômicasrelevantes, tais como inflação, juros e taxa de câmbio, assim como perceber de que modo o cenário político-legal e os marcos regulatórios impactam a atuação da escola.
· A compreensão de hábitos, preferências, costumes, estilos de vida, crenças e valores que ajudam a traçar um panorama das características culturais de uma comunidade é essencial para se identificar padrões de comportamento de consumo nos segmentos de atuação da escola.
· As características demográficas da população também precisam ser identificadas, pois seu tamanho, renda, composição etária, étnica e sexual e grau de instrução, afetam a atuação da escola em seus segmentos de mercado.
As mudanças tecnológicas, por sua vez, produzem impactos sobre as empresas em geral e entender como a dinâmica da escola tem sido afetada por inovações tecnológicas é um tema urgente, pois os processos pedagógicos e de gestão da escola podem ser afetados. Novas fronteiras tecnológicas podem gerar oportunidades e ameaças, acelerando a obsolescência de produtos e serviços.
FORÇAS DO AMBIENTE COMPETITIVO
Ultrapassada essa camada mais externa de análise, torna-se necessário aprofundar a compreensão das influências mais próximas à escola, aquelas percebidas no chamado ambiente competitivo de negócios, o que envolve conhecer mais dos seus concorrentes, clientes, fornecedores e de toda a dinâmica de competição existente nos diferentes segmentos de mercado em que a escola atua.
Pense que essas são preocupações também do gestor de escolas públicas, pois elas também têm concorrentes (por exemplo, escolas privadas que ofereçam um serviço com melhor relação custo-benefício), clientes para atender (seus alunos e famílias) e fornecedores de insumos e mão de obra (professores, materiais, merenda escolar etc.) necessários para fazer qualquer escola funcionar.
Assim, o mapeamento e o diagnóstico do mercado trazem à tona uma variedade de informações determinantes para a tomada de decisões do gestor da escola, permitindo a identificação dos principais pontos fortes e fracos do negócio, ao mesmo tempo em que são mapeadas as principais ameaças e oportunidades para a empresa.
Somente este conhecimento profundo do mercado permite que a escola, entendida aqui como uma organização ou empresa como outra qualquer, analise quais são os fatores críticos para o sucesso do negócio e para justificar sua existência.
IMPACTO DE VARIÁVEIS ECONÔMICAS SOBRE A DINÂMICA DA ESCOLA
Da mesma forma que abordamos a relação entre Educação e Economia, demonstrando como a escolaridade da população afeta diretamente o desenvolvimento e o crescimento da economia e da sociedade como um todo, é preciso também entender como o comportamento de algumas variáveis econômicas pode provocar consequências relevantes sobre a escola, afetando o seu dia a dia e a sua sobrevivência em longo prazo.
Atenção: O que um educadores deve saber sobre economia para ser capaz de tomar melhores decisões?
► Inflação
É o termo que se refere ao aumento dos preços de produtos e serviços na economia de um modo geral. No Brasil, é medida por vários índices, sendo o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), que considera a evolução dos preços de um amplo número de bens para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, considerado o índice oficial de inflação do país.
Em termos práticos, todo educadores deve estar preparado para entender o efeito que a inflação pode ter nos preços dos insumos, materiais, equipamentos e mão de obra de que faz uso na escola, ao mesmo tempo em que esse efeito pode também estar presente na corrosão do poder de compra das famílias que contratam os serviços da escola.
►Taxa de juros
Significa o custo do dinheiro. Como qualquer outra mercadoria, o dinheiro tem um preço – a taxa de juros cobrada por você fazer uso de recursos tomados por empréstimo. No Brasil, a chamada Taxa SELIC representa a taxa básica de juros da economia, servindo de referência para todo o mercado financeiro estabelecer o valor do dinheiro disponível para as empresas e pessoas físicas.
Se, por exemplo, os educadores precisam pegar dinheiro no banco para cobrir a falta de recursos em função do aumento da inadimplência dos alunos ou para fazer um investimento na melhoria da infraestrutura da escola, o custo do empréstimo tomado será determinado pela taxa de juros cobrada pelo banco. Então, é preciso ficar de olho, pois isso pode comprometer a saúde financeira do negócio se não for uma decisão tomada com o devido cuidado e planejamento.
► Taxa de câmbio
Representa a relação entre as moedas de dois países, ou de outra forma, mede o preço de uma moeda em comparação com outra. No Brasil o câmbio é flutuante, ou seja, o seu valor não é determinado fixamente pelo Banco Central. Dependendo da oferta e da demanda pelas moedas, a taxa de câmbio flutua, como o preço de qualquer mercadoria.
Para a maioria das escolas, talvez, essa não seja uma variável relevante que afete a sua dinâmica cotidiana de funcionamento. No entanto, o comportamento da taxa de câmbio pode ter grande impacto sobre o crescimento da economia, sobre o orçamento público, sobre setores empresariais específicos mais sensíveis, sobre a inflação e sobre o poder de consumo das famílias, provocando, assim, efeitos indiretos sobre os custos da escola e sobre a demanda por seus serviços.
“Em economia, é fácil explicar o passado. Mais fácil ainda é predizer o futuro. Difícil é entender o presente”. Joelmir Beting
Inúmeras variáveis econômicas podem influenciar o funcionamento das escolas públicas e privadas. Os educadores naturalmente não precisa ser um economista experiente, mas precisa ser capaz de interpretar dados e informações que são decisivos para subsidiar a tomada de diversas decisões, e que podem ser determinantes para a sobrevivência da escola ao longo do tempo.
No mundo globalizado, com as economias dos países cada vez mais entrelaçadas e interdependentes, não se pode desprezar o efeito local que fenômenos e fatos relevantes ocorridos ao redor do mundo podem provocar.
Vivemos uma época de profundas mudanças tecnológicas, transformações radicais no mercado de trabalho, surgimento de negócios disruptivos e inovações radicais nas mais diversas áreas do conhecimento. A escola, inserida neste contexto, por motivos óbvios não está imune aos impactos que tudo isso pode provocar em nossas vidas.
Estudo de caso – Escola pública
Você é gestor de uma pequena escola de ensino fundamental em um município cuja prefeitura sofre problemas crônicos de desequilíbrio financeiro, fruto de mudanças estruturais na economia local que levaram a um quase colapso da região e impactaram profundamente a arrecadação de impostos das cidades de um modo geral.
Neste cenário, o orçamento da secretaria municipal de educação da cidade vem sofrendo cortes que limitam a margem de manobra da gestão das escolas.
Sua missão é manter a qualidade dos serviços da escola diante de um cenário de fortes restrições orçamentárias.
Explique quais ações você implementaria para atingir esse objetivo:
► Exemplificar ao menos três ações criativas que se poderia implementar para lidar com a escassez de recursos no orçamento da escola, sabendo que a qualidade dos serviços precisa ser mantida, tais como:
a) Negociação e busca de novos fornecedores;
b) Reaproveitamento de materiais;
c) Envolvimento da comunidade;
d) Educação para a economia de água e luz;
e) Adaptação dos projetos pedagógicos etc.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Marque a opção que identifica corretamente exemplos de variáveis econômicas.
Inflação, concorrência e taxa de juros.
(*) Inflação, taxa de juros e taxa de câmbio.
Taxa de juros, taxa de câmbio e concorrência.
Taxa de câmbio, inflação e concorrência.
2. Identifique a opção incorreta relacionada ao significado do conceito de inflação.
Possui muita importância como variável econômica.
(*) Quando elevada, aumenta o poder de compra.
É medida por vários índices no Brasil.
É o aumentodos preços dos produtos e serviços.
MÓDULO 2
Analisar indicadores educacionais
INTRODUÇÃO
Através do entendimento do papel e da importância da gestão de instituições de ensino orientada a resultados e baseada em indicadores, pretendemos que você desenvolva habilidades e competências instrumentais bem definidas e contextualizadas à sua realidade profissional, tornando-se, com base na mobilização dos conhecimentos aqui trabalhados, apto a enfrentar os seguintes desafios:
· Interpretar e analisar indicadores educacionais.
· Interpretar e analisar dados apresentados em formato gráfico.
· Prototipar um painel de objetivos, metas e indicadores.
Ao apresentarmos os conceitos essenciais, buscamos sensibilizar você quanto à importância de pautar a gestão de instituições de ensino com base nas melhores práticas de gestão empresarial, a fim de proporcionar aos educadores as ferramentas e os instrumentos necessários para elevar a sua performance gerencial e atender aos anseios da administração pública e privada, o que em última instância significa fazer melhor uso dos recursos que contribuem para que os objetivos da escola sejam atingidos, representados por indicadores educacionais diversos, tais como: melhoria da aprendizagem, redução do absenteísmo, redução da evasão escolar etc., assim como por indicadores operacionais, por exemplo, melhoria da produtividade docente, redução de custos e despesas administrativas, aumento da participação da comunidade, entre outros.
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE INDICADORES EDUCACIONAIS
A gestão baseada em indicadores se configura como uma cultura de gestão cuja origem remonta à Administração por Objetivo, concebida ainda nos anos 1950 por Peter Drucker. Ela pressupõe que se você não pode medir, não pode controlar. E se não pode controlar, não pode gerenciar. (Administração por Objetivo. É um procedimento administrativo que se apoiava em três pilares inter-relacionados: Planejar, Organizar e Controlar. Todas as ações devem ter os três procedimentos feitos e cada um deve retornar as futuras ações, criando um ciclo).
“O que não pode ser medido, não pode ser melhorado”. (DRUCKER, 1950)
O que são indicadores?
Os indicadores são unidades de medida estabelecidas para que se tenha um meio para avaliar se os objetivos e metas definidos por uma organização, por uma escola ou por uma pessoa foram alcançados.
Um bom indicador deve apresentar algumas características:
1 - Simplicidade | Fácil de ser entendido.
2 - Viabilidade | Possível de levantar os dados.
3 - Abrangência | Capaz de absorver universos relevantes de dados.
4 - Comparabilidade | Útil para avaliação ao longo do tempo.
5 - Valor agregado | O custo da coleta de dados é inferior ao benefício proporcionado.
Atenção. Indicadores são instrumentos de gestão utilizados nas atividades de monitoramento e avaliação das organizações. Fazendo uso de um sistema de indicadores, é possível realizar a medição e a consequente avaliação do nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de um determinado processo.
POR QUE USAR INDICADORES?
A utilização de indicadores para suportar a gestão organizacional (e a escolar) pode trazer grandes benefícios, pois isso permite entender e medir o desempenho como um todo, usando um painel de indicadores-chave para monitorar o conjunto das operações.
Entre os ganhos que se pode obter, é possível destacar:
Veja agora uma comparação entre eficiência, eficácia e efetividade:
POR QUE É IMPORTANTE MEDIR?
A medição contínua do desempenho baseada em indicadores é essencial para garantir que ações corretivas apropriadas sejam implementadas, na medida em que sejam identificados desvios de desempenho em relação às metas estabelecidas no planejamento.
O chamado Ciclo PDCA é bastante útil para ilustrar a importância dos indicadores no processo de planejamento. (Ciclo PDCA. O ciclo PDCA foi criado em 1920 por Walter Andrew Shewhart. Normalmente é atribuído ao uso do PDCA o início da percepção da qualidade dos processos. O artigo em que aparece pela primeira vez era intitulado Statistical Method from the Viewpoint of Quality Control).
Exemplo: Imagine que você deseje implementar uma nova metodologia de ensino em sua escola, baseada, por exemplo, em metodologias ativas. No entanto, você encontra resistências. Resultado: cada professor termina fazendo de uma forma, um grupo enorme reclama que a nova metodologia é modismo etc.
Mas, se você aplicar o PDCA:
Saiba mais. Ciclo PDCA: Endeavor. PDCA: A prática levando sua sugestão à perfeição. In: Endeavor. Publicado em: 25 ago. 2017.
COMO A GESTÃO PÚBLICA PODE SE BENEFICIAR?
A definição de objetivos, metas e indicadores que se desdobrem por toda a organização, a exemplo dos efeitos já demonstrados na iniciativa privada, pode trazer grandes benefícios para a gestão pública, especialmente para as escolas e instituições de ensino nas diferentes esferas de governo, tais como:
· Aumento da eficiência operacional dos processos.
· Controle eficaz da gestão e dos resultados.
· Otimização de recursos orçamentários.
· Apoio para a melhoria contínua da gestão.
· Maior compromisso do servidor com a qualidade dos serviços prestados.
· Retorno para a sociedade em geral.
"O processo de construção de um indicador social, ou melhor, de um sistema de indicadores sociais, para uso no ciclo de políticas públicas, inicia-se a partir da explicitação da demanda de interesse programático, tais como a proposição de um programa para ampliação do atendimento à saúde, a redução do déficit habitacional, o aprimoramento do desempenho escolar e a melhoria das condições de vida de uma comunidade." JANNUZZI, 2005
BALANCED SCORECARD (BSC)
O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta de gestão que auxilia as organizações a traduzir as suas diretrizes e estratégias em objetivos, metas e indicadores para toda a estrutura, baseando-se em uma diversidade de métricas. (Balanced Scorecard (BSC). Trata-se de uma visão sistêmica do conjunto de objetivos organizacionais, definidos de forma inter-relacionada sob diferentes perspectivas da gestão (financeira, cliente, processos internos e aprendizado e crescimento), contribuindo, assim, para direcionar a performance dos colaboradores e os manter alinhados às diretrizes gerais e às estratégias de atuação formuladas).
Exemplos de indicadores utilizados na gestão privada de acordo com as dimensões do Balanced Scorecard (BSC)
QUE TIPOS DE INDICADORES PODEMOS USAR?
Os indicadores podem ser classificados de acordo com diferentes critérios, subsidiando os vários processos de tomada de decisão com os quais as organizações públicas e privadas precisam lidar, e podem ser aplicados de inúmeras formas na avaliação da gestão de escolas e demais instituições de ensino e na implementação de suas diversas políticas.
► Indicadores de insumo
Possuem relação direta com os recursos (humanos, materiais e financeiros) necessários para a implementação de programas, projetos e ações, medindo a disponibilidade desses meios. Ex.: nível de disponibilidade de professores nas escolas da rede municipal.
► Indicadores de processo
Indicam o andamento das atividades dos programas e projetos, e o esforço feito para a obtenção dos resultados. Ex.: Taxa de absenteísmo dos alunos no Ensino Médio.
► Indicadores de produto
Medem a entrega dos produtos (bens e serviços) ao público-alvo, o alcance de metas físicas estabelecidas nos programas, projetos e ações. Ex.: percentual de escolas reformadas entregues.
► Indicadores de resultado
Indicam, direta ou indiretamente, os benefícios para o público-alvo decorrentes das ações executadas e dos produtos entregues pelo programa ou projeto. Ex.: percentual de aprovação dos estudantes de Ensino Fundamental.
►Indicadores de impacto
São cálculos de natureza abrangente e multidimensional que medem um conjunto de ações, não sendo relacionados à execução de programas ou projetos específicos. Ex.: taxa de mortalidade infantil.
Outro conjunto de critérios de classificação também pode ser utilizado:
1 - Economicidade | Mede os gastos envolvidos naobtenção dos insumos (materiais, humanos, financeiros etc.) necessários às ações a serem implantadas. Ex.: volume de gastos com a merenda escolar.
2 - Eficiência | Essa medida possui estreita relação com produtividade e diz respeito ao quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados. Ex.: número de atendimentos psicopedagógicos realizados aos alunos.
3 - Eficácia | Aponta o grau com que um programa, projeto ou ação atinge as metas e objetivos planejados. Ex.: quantidade de alunos aprovados ao final do período letivo.
4 - Efetividade | Mede os efeitos de uma intervenção sobre a realidade, apontando se houve mudanças decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou programa. Ex.: taxa de desemprego de estudantes adultos de cursos de alfabetização.
5 - Qualidade | Aponta a capacidade da organização de responder às necessidades de seus usuários. Ex.: nível de satisfação dos alunos com a escola.
6 - Capacidade | Mede a capacidade de resposta de um processo. Ex.: quantidade de turmas oferecidas pela escola.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS INDICADORES EDUCACIONAIS OFICIAIS?
Existem inúmeros exemplos de indicadores educacionais usados no Brasil e pela comunidade internacional para se avaliar a oferta de serviços de educação, sejam eles públicos ou privados.
Segundo o INEP: (INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, vinculado ao Ministério da Educação).
Os indicadores educacionais atribuem valor estatístico à qualidade do ensino, atendo-se não somente ao desempenho dos alunos, mas também ao contexto econômico e social no qual as escolas estão inseridas.
Neste sentido, indicadores são fundamentais para monitorar o funcionamento dos sistemas educacionais, contribuindo para a criação de políticas públicas que resultem na melhoria da qualidade da educação e dos serviços oferecidos à sociedade pelas escolas.
Você conhece os principais indicadores da educação? Não?
Então conheça agora os tipicamente utilizados pelos educadores, no país, para os diferentes níveis de ensino.
· Censo Escolar
Principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional brasileira, abrangendo as diferentes etapas e modalidades da educação básica e profissional, tendo por finalidade compreender a realidade das escolas e a situação de alunos e professores.
O Censo Escolar é aplicado anualmente pelo MEC como forma de metrificar de forma contínua a educação. Abrange o Ensino regular, Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos. Mede o número de alunos por região, cruzando com os dados do censo populacional, o rendimento escolar (aprovação e reprovação), a movimentação (ingresso, reingresso e abandono), distorção Idade/série, entre outros. O Censo Escolar serve para o MEC determinar políticas e financiar via FUNDEB a educação básica.
· IDEB
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos que avaliam a qualidade da educação: O fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações, sendo calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho dos alunos
· ENCCEJA
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos que procura aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Ensino Médio na idade adequada. O ENCCEJA é uma forma de recuperar jovens e adultos que apesar de não conseguirem comprovar a participação no ciclo escolar, adquiriram competências e habilidades para serem considerados aptos até certo ponto do ensino regular. Dessa forma, ele regulamenta alunos de projetos sociais, de iniciativas governamentais e de empresas para que retomem os estudos. Após o exame, esses alunos podem receber a certificação, ou serem classificados para retornar ao ensino regular.
· ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar ao final da educação básica, servindo de referência para o acesso ao ensino superior nas instituições públicas e privadas, podendo originar vários outros indicadores para avaliação da educação básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores.
· Provinha Brasil
Avaliação diagnóstica das habilidades de leitura e de matemática desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2° ano do Ensino Fundamental das escolas públicas brasileiras.
· ENADE
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, representando um dos indicadores para avaliação da qualidade do Ensino Superior.
· Censo da Educação Superior
Instrumento de pesquisa mais completo do Brasil sobre as instituições de educação superior, oferece informações detalhadas sobre a situação e as grandes tendências do setor, gerando indicadores sobre vagas oferecidas, inscrições, matrículas, ingressantes e concluintes e informações sobre docentes.
· PISA
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes é um estudo comparativo internacional feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que oferece informações sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos nos domínios da leitura, matemática e ciências.
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS APRESENTADOS EM FORMATO GRÁFICO
A utilização de indicadores dentro de um sistema de avaliação de desempenho tem como consequência a geração de informações para os tomadores de decisão. Essas informações podem ser disponibilizadas de formas diversas, seja como relatórios textuais, tabelas ou gráficos, sendo este último um instrumento de grande valia para facilitar a análise de dados.
Veja outros exemplos variados de gráficos com dados educacionais e uma orientação de como devem ser interpretados:
Já nesse gráfico em formato de linhas, é demonstrada a evolução do IDEB ao longo do período de 2005 a 2021. A linha verde representa os resultados obtidos, enquanto a linha preta trata da meta projetada. No eixo vertical são apresentadas as notas do IDEB, enquanto no eixo horizontal está o período em questão. Pode-se observar que em 2007 o resultado obtido foi 4 em relação à meta de 3,6. Em 2009 a meta subiu para 4, sendo o resultado percebido 4,4. E por fim em 2017, a meta de 5,2 foi superada por um resultado de 5,5.
Disponibilidade de equipamentos nas escolas de todo o Brasil
Neste outro gráfico em formato de barras, é demonstrada a disponibilidade de diferentes equipamentos nas escolas no ano de 2018. Para ilustrar, do total de 181.939 escolas do país, 81% (147.407) possuíam televisão, 72% (130.555) aparelho de DVD e apenas 27% (48.806) tinham retroprojetor.
Estudo de caso – Escola pública
Você é secretário municipal de educação de uma cidade pequena no rico interior do estado de São Paulo, e desenvolveu um sistema de indicadores que permite avaliar o desempenho de toda a rede escolar do município em várias dimensões:
a) Alunos: absenteísmo, rendimento escolar e evasão; b) Professores: absenteísmo e satisfação com o desempenho; e c) Índices oficiais: IDEB (Prova Brasil e Fluxo Escolar).
Sua missão é melhorar o desempenho de toda a rede escolar, principalmente elevando o nível das escolas que têm apresentado indicadores abaixo da média do próprio município e dos padrões internacionais.
Explique como você faria para desenvolver um diagnóstico completo da realidade, analisar os resultados e elaborar um plano de ação de melhoria.
► Propor ações de melhoria que estejam diretamente relacionadas aos problemas identificados. Refletir sobre as principais causas que podem afetar o desempenho das escolas da rede desse município, a partir de um diagnóstico baseado na análise de indicadores formulados, entre os quais os sugeridos.
Exemplos de ações de melhorias: Estabelecer Parcerias Público Privadas para que a formação continuada possa ser estruturada para melhorar a qualidade da futura forçade trabalho, e estabelecer processos que permitam limitar os problemas gerados pela distorção Idade/série, enfim, as possibilidades dependem dos desafios estruturados.
Caso real: Durante o governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, duas medidas que não eram recorrentes foram detectadas como fundamentais para melhorar o desempenho dos alunos – dar acesso ao transporte público gratuito, evitando longas caminhadas até as escolas. Oferecer uma colação próxima ao início das aulas da manhã e o almoço para alunos do período da tarde e da noite, pois a fome piorava a concentração.
PROTOTIPAÇÃO DE UM PAINEL DE OBJETIVOS, METAS E INDICADORES
A formulação de indicadores-chave de performance (KPIs) aplicados à educação precisa ocorrer de forma alinhada aos objetivos e metas estabelecidos pelos educadores, os quais, por sua vez, devem ser coerentes com as políticas da administração pública ou com as diretrizes da administração privada. (Um KPI é somente definir as métricas que se elege como principais para analisar a gestão. A Educação tem seus próprios KPIs e isso é vital).
· Objetivos
Representam um alvo que se pretende alcançar, e que é possível dada a realidade da organização e do ambiente externo no qual ela se situa.
· Metas
São o desdobramento dos objetivos de tal forma a torná-los mais tangíveis, mensuráveis e limitados no tempo.
· Indicadores
São a unidade de medida utilizada para se avaliar o desempenho no atingimento das metas e objetivos.
Um exemplo de como esse relacionamento pode ser estabelecido está exposto no esquema a seguir.
Percebe-se que há uma relação lógica entre cada uma das três dimensões (objetivo, metas e indicadores), proporcionando ao gestor e tomador de decisões maior clareza sobre a evolução da gestão, na medida em que existem parâmetros definidos para se avaliar a performance.
Sendo assim, cabe à gestão da escola a criação de um painel de indicadores completo que possua todas as informações relevantes para guiar a gestão do sentido do cumprimento das políticas e diretrizes da organização.
A seguir, temos outros exemplos de objetivos, metas e indicadores que poderiam compor esse painel de controle da gestão.
Estudo de caso – Escola privada
Você é proprietário de uma escola privada de Ensino Fundamental e Médio e está conduzindo o processo de planejamento estratégico e pedagógico para o ano seguinte.
Com base em um cenário hipotético, a sua escola tem uma saúde financeira excelente, sendo famosa pelo investimento em tecnologia de ponta. Seu objetivo é manter e continuar sua liderança sem perder para as escolas que vendiam a ideia de ter tecnologia mais moderna e que alegavam ter os melhores preços.
Agora é sua vez, procure definir os objetivos, metas e indicadores apropriados para medir o desempenho da escola, estabelecendo relacionamentos claros e lógicos como mostrados nos exemplos acima.
Você pode considerar como referências para orientar o seu trabalho dimensões como matrículas, infraestrutura da escola, serviços prestados, políticas de gestão de pessoas, aspectos operacionais, entre outras.
► Construir ao menos dois exemplos simulados de objetivos, metas e indicadores logicamente relacionados que possam ser aplicados na medição do desempenho da escola, podendo usar as sugestões oferecidas.
Exemplo: É necessário manter um preço acessível e não abrir mão da tecnologia. Logo, podem ser objetivos: Preparar os docentes para que estejam aptos a utilizar a tecnologia em seu cotidiano sem transformá-la em um evento, mas no cotidiano escolar. Definir que os alunos devem manter projetos coletivos de relações com as tecnologias e problemas apresentados pelos professores.
As atividades docentes serão monitoradas, debatidas em conselho e acompanhadas as metas definidas pela direção. Para tal, os projetos deverão ter apresentações formais, dessa maneira, a interação entre a família e a escola pode ser medida.
A ideia é não só investir em tecnologia, mas deixar o aluno com clareza de que aquilo representa um incremento de desempenho discente e consequentemente do desempenho da escola.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Interprete o gráfico de barras, a seguir, e indique a resposta correta.
A - Peru apresentou o menor crescimento.
B - Crescimento do México foi menor do que o do Brasil.
(*) C - Argentina apresentou crescimento negativo.
D - Colômbia cresceu menos do que o Chile.
2. Interprete o gráfico de linhas a seguir e indique a resposta correta.
Indivíduos com 22 anos, participação dos grupos de escolaridade. Região Metropolitana de São Paulo, 1985 a 2004.
A - Em 1999, a distorção idade/série no Ensino Fundamental começa a cair.
B - A partir de 1996, disparam o número de alunos até 22 anos concluindo o Ensino Fundamental.
(*) C - Entre 1992 e 1998, existe uma leve oscilação positiva de jovens concluindo o Ensino Médio.
D - A partir de 1991, a escolarização no Ensino Fundamental despenca, mostrando uma grave piora da educação brasileira.
MÓDULO 3
Reconhecer as características do fenômeno da educação empreendedora
INTRODUÇÃO
Reconhecendo que as escolas, públicas e privadas, precisam ser gerenciadas com base nas melhores práticas empresariais, de modo a serem capazes de entregar mais valor para a sociedade; pretendemos que você, a partir da mobilização dos conhecimentos trabalhados aqui, se torne apto a:
· Reconhecer as características do fenômeno do empreendedorismo.
· Identificar oportunidades que potencializem a gestão da escola e os seus resultados.
· Multiplicar os valores do empreendedorismo pela escola e para a sociedade.
Ao apresentarmos os conceitos gerais que permitam o entendimento do fenômeno do empreendedorismo, relacionando-os com práticas de gestão que podem contribuir para potencializar os resultados da escola, buscamos sensibilizar você quanto à importância de pautar a gestão de instituições de ensino com base na inovação contínua, no desenvolvimento e melhoria dos serviços e na implantação de iniciativas transformadoras da realidade da escola e de todos aqueles que fazem parte da comunidade acadêmica.
CARACTERÍSTICAS DO FENÔMENO DO EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo não é um fenômeno recente, mas o mundo globalizado e o desenvolvimento tecnológico deram a ele uma dinâmica muito mais intensa e acelerada, além de mais incisiva nas transformações socioeconômicas por ele provocadas.
“O empreendedor utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive”. (DORNELAS, 2008)
Na economia contemporânea, empreender tornou-se mais do que uma necessidade para quem precisa criar fontes de renda. Empreender, nos dias de hoje, significa aproveitar as oportunidades geradas pela nova dinâmica dos mercados, e para isso é preciso estar preparado, possuindo as competências, habilidades e recursos necessários para se ter sucesso.
O QUE É EMPREENDEDORISMO?
Empreender significa observar a realidade ao seu redor, identificar problemas que precisam ser resolvidos e necessidades não satisfeitas a serem atendidas e, a partir daí, desenvolver soluções capazes de gerar valor suficiente para que clientes e demais interessados queiram pagar por produtos, serviços e soluções que entreguem os benefícios desejados.
Empreender nem sempre requer muito conhecimento, muitos recursos, tecnologia ou experiência. Fundamental é dar o primeiro passo.
Empreender requer muito mais uma mudança de mindset (modelo mental). Uma nova forma de pensar, uma nova atitude diante dos desafios que enfrentamos no dia a dia. (Mindset. Este estrangeirismo faz parte da realidade de um mundo que relaciona a dinâmica das máquinas e dos homens. Assim, como programamos as máquinas, os homens, em um sentido mais filosófico, também se programam. Se programam pela tradição, relações familiares e valores. Se pensarmos nessa programação podemos, lentamente, mudar ou trazer novos direcionamentos e possibilidades para nossas escolhas).
É importante também entender o que se chama intraempreendedorismo. Empreender nãosignifica apenas desenvolver e vender novos produtos e serviços. Problemas e necessidades podem estar dentro da escola ou de qualquer tipo de organização. Assim, a atitude empreendedora deve também ser estimulada no interior das empresas (e das escolas) para que os colaboradores estejam atentos às oportunidades de melhoria e às necessidades de mudança nos processos internos e práticas de trabalho adotadas, e prontos para realizar a transformação organizacional necessária. (Intraempreendedorismo. Conforme Paula e Almeida (2015), o termo intraempreendedorismo, também muito empregado no Brasil como empreendedorismo corporativo, foi criado em 1978 como abreviatura do conceito de intracorporate entrepreneuring ou empreendedorismo intracorporativo. Nessa época, foram propostos argumentos e conceitos que sustentam a ideia de que um profissional não precisa abandonar seu emprego em uma grande empresa para se tornar um empreendedor).
“Se você continuar a fazer o que sempre fez, continuará obtendo sempre os mesmos resultados”. Albert Einstein
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EMPREENDEDORAS
Empreendedores e intraempreendedores de sucesso reúnem algumas características comuns, sejam competências técnicas ou habilidades comportamentais, além de adotarem alguns hábitos sistemáticos, tais como os demonstrados a seguir.
Manutenção do radar ligado
Observação direcionada do ambiente ao redor, 24 horas por dia durante 7 dias na semana, para se encontrar necessidades e problemas que podem dar origem a novas ideias de negócios ou para a melhoria de processos e práticas.
Análise de cenários
As ideias inicialmente identificadas são estudadas em detalhes para se entender o potencial que demonstram para serem desenvolvidas e efetivamente implementadas.
Planejamento, decisão e execução
Identificado o potencial de uma ideia, ela precisa ser testada para se verificar sua viabilidade e se de fato representa uma oportunidade ou se deve ser descartada, o que exige o desenvolvimento de um plano e sua implementação.
Inovação com valor agregado
As soluções, produtos ou serviços inovadores que dão certo, desenvolvidos para entregar os benefícios procurados pelos clientes, são aqueles que de fato geram valor na perspectiva dos interessados.
Aprendizado com os erros
Os empreendedores sabem a importância de submeter suas ideias a testes de conceito para que possam colher subsídios que levem ao aperfeiçoamento da solução em desenvolvimento.
Paixão, persistência e desapego
A paixão pela ideia é o motor que leva os empreendedores a persistirem no desenvolvimento da solução, mas ao mesmo tempo, eles conseguem se desapegar daquilo que demonstra inviabilidade de seguir adiante.
Relacionamento com stakeholders (pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa ou organização, podendo ou não ter feito um investimento neles).
Uma rede de relacionamentos e parcerias frequentemente se mostra fundamental para viabilizar o desenvolvimento e a implementação de novas ideias, sendo necessário construí-la e mantê-la continuamente.
Gestão orientada a resultados
O desenvolvimento de novas soluções, produtos e serviços a partir das ideias identificadas precisa se basear em um planejamento com objetivos e metas claros, com uma definição precisa dos resultados que se deseja alcançar.
Busca pela diferenciação
O sucesso de novas soluções, produtos ou serviços frequentemente está associado à introdução de algum tipo de diferencial em relação ao que já existe, capaz de sensibilizar e convencer os clientes e interessados
Aprendizado contínuo
Mente aberta e disposição para pensar fora da caixa fazem com que os empreendedores estejam em modo de aprendizado contínuo com suas próprias experiências e de outros e em busca constante de melhorias.
Gestão de riscos
A capacidade de medir, avaliar e gerenciar o risco do desenvolvimento de novas ideias permite a tomada de decisões mais assertivas e sustentadas em um entendimento melhor da realidade
Liderança
O desenvolvimento de novas ideias muitas vezes é um esforço complexo, difícil de ser conduzido solitariamente, exigindo do empreendedor que busque ajuda de colaboradores que ele precisa liderar da forma mais eficaz possível.
COMPETÊNCIAS PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
Nos tempos atuais, desenvolver competências, habilidades e uma atitude empreendedora tornou-se um requisito importante para o sucesso profissional. Mas a formação de um perfil ainda mais robusto exige que outras competências sejam igualmente desenvolvidas – as capacidades de gestão de pessoas e de projetos.
Se levarmos em conta a realidade da escola, a necessidade de que tais competências façam parte do perfil dos gestores é ainda maior. Instituições de ensino são comunidades acadêmicas movidas por pessoas com as mais variadas características, o que faz do desafio da liderança algo a ser enfrentado diariamente pelos gestores escolares.
Por sua vez, as escolas são organizações cuja dinâmica está intrinsecamente relacionada à gestão de projetos, sejam eles pedagógicos, de infraestrutura, de tecnologia ou relacionados à operação do negócio, cabendo aos gestores terem a capacidade de usar as melhores práticas aplicadas ao gerenciamento de projetos para garantir que eles entreguem os resultados esperados. (Gestão de projetos é uma área da Administração que envolve o domínio e aplicação dos conhecimentos teóricos, técnicas e habilidades para atingir um objetivo – projeto – predefinido).
DIFERENÇA ENTRE O ADMINISTRADOR E O EMPREENDEDOR NA GESTÃO ESCOLAR
Que relação podemos estabelecer entre administrar e empreender?
É possível identificar semelhanças e diferenças entre os dois conceitos e, nesse sentido, devemos acreditar que ambos não se excluem mutuamente, sendo complementares.
Empreender
Significa observar a realidade ao seu redor, identificar problemas que precisam ser resolvidos e necessidades não satisfeitas a serem atendidas e, a partir daí, desenvolver soluções capazes de gerar valor suficiente para que clientes e demais interessados queiram pagar por produtos, serviços e soluções que entreguem os benefícios desejados.
Administrar
Pode ser definido como colocar em prática as funções de planejamento, organização , direção e controle para garantir que os propósitos da organização sejam atingidos.
(Planejar significa definir objetivos, estratégias e ações a partir do entendimento da realidade externa e interna da própria escola.
Organizar representa a mobilização dos recursos necessários para perseguir os objetivos definidos.
Dirigir é liderar as pessoas para que se comprometam com o alcance desses objetivos.
Controlar trata de monitorar a implementação das ações para garantir que a organização esteja no caminho certo).
Assim, é correto afirmar que, em algum momento, os empreendedores, no processo de desenvolvimento de suas novas ideias, farão uso das funções administrativas necessárias para que seus negócios, iniciativas e projetos floresçam, cresçam e se consolidem no mercado ou no interior das organizações em que estão sendo implementados.
COMO TORNAR A ESCOLA UM NEGÓCIO VIÁVEL?
Qualquer empresa ou organização precisa ser sustentável em longo prazo. Para que isso seja possível, a viabilidade do negócio deve ser alcançada em três dimensões: mercadológica, técnica e financeira, de forma interdependente e entrelaçada.
MERCADOLÓGICA
Uma escola precisa ter demanda de alunos que justifique sua existência (escola pública) ou que garanta sua sobrevivência (escola privada). Se não houver uma necessidade social ou uma demanda de mercado que a escola possa satisfazer, sua presença não faz sentido. Se houver uma demanda claramente definida que a escola possa vir a atender, então é possível dizer que há viabilidade mercadológica.
FINANCEIRA
A escola só será capaz de manter a sua operação se as receitas obtidas, seja através do orçamento público, seja por meio de mensalidades pagas, forem superiores às despesas e custos existentes para fazer aescola funcionar – viabilidade financeira
TÉCNICA
Havendo demanda a ser atendida, agora é preciso que a escola reúna os recursos necessários para viabilizar a sua operação e a entrega efetiva do serviço de educação que é o seu propósito. A garantia de que a escola consegue levar aos seus clientes o serviço que se propõe a oferecer demonstra a viabilidade técnica do negócio
Atenção
Como qualquer outra empresa ou organização, a escola precisa ser viável. Não existe almoço grátis. Seja o Estado, seja o empresário, alguém sempre tem que pagar a conta. Então, cabe aos gestores escolares atuarem para fazer valer o princípio de que os recursos públicos precisam ser usados com o máximo de racionalidade e os recursos privados precisam gerar retorno aos proprietários.
IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES QUE POTENCIALIZEM A GESTÃO DA ESCOLA E OS SEUS RESULTADOS
Para aumentar as chances de sucesso de desenvolvimento e implantação de novas ideias e transformá-las em novas soluções, produtos e serviços de sucesso e processos mais eficientes, é fundamental a atenção a alguns pontos-chave.
 Frequentemente, novas ideias de negócios ou de melhorias internas nas organizações falham por uma conjunção de fatores. Não é incomum observar esses erros sendo cometidos na gestão de instituições de ensino públicas e privadas, comprometendo, assim, os seus resultados e até mesmo sua sobrevivência
FONTES DE NOVAS IDEIAS
Por outro lado, o empreendedor e o educadores precisam se aprofundar no entendimento da dinâmica dos mercados para identificar as fontes de novas ideias que apresentam potencial para serem exploradas, ao mesmo tempo em que podem ser encontradas maneiras de aperfeiçoar continuamente os serviços oferecidos pela escola aos seus atuais clientes e a outros potenciais clientes que venham a ser identificados.
DESCOBERTA DE NECESSIDADES
 Que novas demandas podem ser atendidas?
 Que novos hábitos de consumo podem ser identificados?
 Que novos produtos e serviços podem ser concebidos
OBSERVAÇÃO DE DEFICIÊNCIAS
 O que pode ser melhorado na oferta dos concorrentes e da própria escola?
 Estas melhorias são realmente importantes para os clientes?
 Há condições de introduzir tais melhorias?
IDENTIFICAÇÃO DE NICHOS DE MERCADO
 Existem espaços de mercado mal atendidos que podem ser explorados?
 É possível atender a essas demandas específicas de forma diferenciada?
 Esses nichos de mercado são suficientemente rentáveis
ANÁLISE DE TENDÊNCIAS
 Que mudanças tem potencial para afetar a vida das pessoas?
 Que produtos e serviços existentes poderão se tornar obsoletos?
 Há novas tecnologias com impacto potencial relevante de mudança?
BENCHMARKING DE UMA IDEIA/NEGÓCIO DE SUCESSO
 É possível copiar e melhorar soluções bem-sucedidas já existentes?
 Quais são as razões para o sucesso dessas ideias/negócios?
 Que adequações precisam ser feitas e diferenciais introduzidos?
Por sua vez, essas novas ideias precisam ser testadas para que se possa verificar o seu potencial de se transformarem em uma verdadeira oportunidade. Assim, o ponto de partida é entender em profundidade as necessidades e problemas do cliente que a sua ideia se propõe a resolver.
Isso significa submeter as ideias a um teste preliminar baseado em uma série de perguntas orientadoras. É importante que os educadores realizem essa análise sempre que um novo projeto ou iniciativa seja desenvolvido na escola, pois os esforços e recursos precisam ser priorizados.
· Quais necessidades se pretende satisfazer?
· Quem é o cliente alvo?
· Quais problemas se pretende resolver?
· Quais benefícios se pretende oferecer?
· Qual é a solução, produto ou serviço que pode ser oferecido?
· Qual é o diferencial em relação a iniciativas já existentes?
· A ideia já é testada e os resultados obtidos podem servir de referência?
· Quais recursos são exigidos para o desenvolvimento e implementação da ideia?
· O mercado é conhecido em profundidade pelo empreendedor/gestor?
A essas perguntas devem se somar outras que servem para ampliar a visão geral do mercado que o gestor da escola possui, aumentando sua capacidade de tomar decisões mais assertivas.
É possível inovar na forma de fazer as coisas, agregando mais valor ao cliente?
Como é o comportamento típico de compra do consumidor?
Quem são os principais concorrentes?
Há mudanças tecnológicas relevantes em andamento?
Na medida em que se consegue obter respostas claras e consistentes para esses questionamentos, aumentam as chances de que a ideia pode ser bem-sucedida em seu desenvolvimento, podendo vir a se tornar uma oportunidade na qual valha a pena depositar esforço e recursos.
Essa ideia testada que apresenta potencial para se tornar uma oportunidade pode ser melhor estruturada na forma de um modelo de negócio que deixe evidentes os segmentos de clientes que se pretende atender, a proposta de valor e benefícios que se pretende oferecer, a forma como as receitas são geradas, além dos processos, atividades e recursos-chave necessários para sua implementação, além dos custos envolvidos.
A mesma lógica pode ser usada para iniciativas de melhorias internas na escola, inclusive a pública, sendo necessário ter claro quem são os beneficiados, que valor é gerado pelos novos processos ou práticas de gestão implementados, que estruturas, processos e atividades são aperfeiçoados e os custos líquidos envolvidos, resultantes das economias geradas pelas mudanças realizadas.
Estudo de caso – Escola privada
Você é proprietário de uma escola privada de Ensino Fundamental e percebe que há uma demanda crescente por serviços de educação no bairro onde a escola está localizada, fruto do crescimento imobiliário da região.
Assim, você começa a avaliar a possibilidade de fazer mudanças e melhorias na escola, além de introduzir novos serviços, de tal forma a atrair a atenção dos consumidores potenciais para a escola e alavancar o negócio.
Neste sentido, com base em um cenário hipotético que você pode ajudar a construir livremente com outras informações, responda as seguintes perguntas:
1. Quais necessidades e problemas dos novos consumidores sua escola poderia resolver?
2. Quais ideias você poderia desenvolver com essa finalidade?
3. Quais necessidades e problemas dos atuais clientes sua escola poderia atender melhor?
4. Quais melhorias internas poderiam ser implementadas com esse objetivo?
► 1 - Necessidades e problemas: Pequeno número de escolas na região; falta de vagas nas escolas existentes; baixa qualidade dos serviços da concorrência; preço elevado das mensalidades etc.
2 - Ideias e melhorias: Obra de ampliação da escola; abertura de novas turmas; capacitação dos professores; treinamento dos funcionários etc.
3 - Clientes da sua escola: Existe uma dificuldade em notar que um aluno é também um cliente. Mas uma escola, entre outras, é um negócio, tem que ter atratividade. Logo, você deve ter em mente o que fazer para que sua escola seja atrativa a novos clientes.
4. Plano de melhorias: Se você não atentar que a escola precisa pensar no que pode fazer para fidelizar seus alunos – clientes – de modo a evitar evasão, equilibrar seus custos, certamente terá dificuldades em lidar com a educação contemporânea.
MULTIPLICANDO OS VALORES DO EMPREENDEDORISMO POR TODA A ESCOLA
A educação empreendedora possui um potencial transformador da escola e de toda a comunidade ao seu redor. Desenvolver competências, habilidades e atitudes empreendedoras nos estudantes de todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, é essencial para o processo de desenvolvimento econômico do país, e fundamental para aumentar as chances de sucesso profissional das pessoas nessa nova economia, altamente dinâmica e em estado de mudança permanente.
O projeto pedagógico da escola cada vez mais precisa estar baseado em uma proposta empreendedora sólida, e não apenas contemplar iniciativas pontuais e isoladas que apresentam pouco efeito transformador sobre a realidade. Um projeto de escola empreendedora deve produzir impacto social relevante.
Segundo o SEBRAE, é precisodesenvolver pessoas com competências múltiplas, que atuam em equipe, aprendem, enfrentam desafios e promovem transformações, sendo este o foco da educação empreendedora. (SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A educação empreendedora não se resume ao ensino de como abrir um negócio: trata-se do desenvolvimento de uma cultura, competências, habilidades e atitudes que sensibilizam as pessoas, preparando-as e tornando-as empoderadas para perseguir seus objetivos de realização pessoal e profissional.
Nesse sentido, o Programa Nacional de Educação Empreendedora desenvolvido pelo SEBRAE, pode servir como uma boa referência para as escolas pensarem os seus próprios programas de formação empreendedora, promovendo ações que fortaleçam a cultura empreendedora em todos os níveis de ensino, tanto nas redes públicas quanto nas redes privadas, e ajudando os estudantes a pensar de forma inovadora em novos modelos de negócio e a desenvolver comportamentos empreendedores e intraempreendedores.
Outras instituições também atuam no sentido de promover a educação empreendedora com o objetivo de provocar a transformação econômica e social necessária para um país como o Brasil, com sua desigualdade flagrante, baseado em um modelo de desenvolvimento completamente insustentável, cujas consequências se fazem sentir em cada esquina.
Saiba mais: Vale a pena conhecer um pouco mais do modelo de atuação de cada uma dessas organizações e do papel que representam no sentido de fomentar o empreendedorismo no Brasil:
Endeavor
Junior Achievement Brasil
Shell Iniciativa Jovem
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A Educação contemporânea exige uma mudança da atitude dos grupos que se relacionam com a escola, a ideia de uma competência empreendedora se mostra mais necessária para o gestor escolar. Sobre as características necessárias para uma educação empreendedora, é fundamental:
Relacionamento com stakeholders.
Liderança.
(*) Manter o radar ligado.
Análise de cenários.
2.Mesmo a escola pública precisa demonstrar ser um negócio viável – uma instituição que justifica a sua existência na comunidade local porque contribui para resolver seus problemas e necessidades. Neste sentido, o que é necessário para uma escola ser considerada viável?
Ter viabilidade mercadológica, gerencial e financeira.
(*) Ter viabilidade mercadológica, técnica e financeira.
Ter viabilidade mercadológica, estratégica e financeira.
Ter viabilidade mercadológica, educacional e financeira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desafio é fazer com que profissionais de educação parem de lidar com a economia e o mercado como seus inimigos. A educação contemporânea tem uma relação direta com as dinâmicas sociais da economia capitalista e não pode ser dissociada da estrutura de seus mecanismos. Neste tema, você teve a oportunidade de observar como esta relação é intrínseca.
Você compreendeu alguns dos fundamentos básicos da economia que se relacionam com a educação. Em seguida, percebeu de forma prática como a compreensão da Economia instrumentaliza você de forma ampla para lidar com a educação. Primeiro, na capacidade de análise de gráficos, índices e formas de transformá-los em ação. Depois, como é possível criar um ambiente empreendedor, de inovação e gestão, permitindo compreender os desafios necessários para a educação no século XXI.
REFERÊNCIAS
DE PAULA, Roberta Manfron; DE ALMEIDA, F. L. B. G. O Intraempreendedorismo como ferramenta para o crescimento e a competitividade das organizações. In: VIII ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO. Anais. Vale do Paraíba: 2015. p. 2.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
DORNELAS, José. Empreendedorismo Corporativo. São Paulo: Campus, 2017.
DORNELAS, José. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. São Paulo: Atlas, 2018.
JANNUZZI, Gilberta de Martino. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2005, p. 35.124: 255-256.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006 2.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, acesse:
Balanced Scorecard, BALZANI, Haylla. Balanced Scorecard (BSC): Uma ferramenta de gestão. In: Administradores. Publicado em: 19 nov. 2006.
Banco Central do Brasil
BNDES
Encceja
Indicadores-chave de performance (KPIs), Endeavor. Indicadores-chave de performance (KPIs): Como medir o que importa no seu negócio. In: Endeavor. Publicado em: 6 de nov. 2019.
INEP, MEC, Ministério da Economia, QEdu, SEBRAE
Assista:
Avaliações, Exames e Indicadores da Educação Básica – INEP
Capitalismo consciente: uma nova era econômica – TEDxLacador
Economia e sustentabilidade: Fatos, mitos e caos – TEDxSãoSebastião.
Conheça o Inep| Filme Institucional – INEP
Repensar o Consumo – TEDxSudeste
Leia:
BAER, Werner. Economia brasileira. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Manole, 2004.
WELLEN, Henrique; WELLEN, Héricka. Gestão organizacional e escolar: uma análise crítica. Curitiba: Ibpex, 2010.

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