Buscar

Tema 1 - Fundamentos Teoricos e metodologicos da infancia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Definição
Apresentação dos conceitos sobre a infância e sua construção prática a partir do século XIX.
Propósito
Reconhecer a evolução histórica dos conceitos de infância para identificar a criança atual como um ser competente, ativo e sujeito de direitos.
Objetivos
· Módulo 1
Identificar as concepções existentes sobre a infância nos séculos XIX e XX.
· Módulo 2
Reconhecer o conceito contemporâneo de infância como resultado de um processo histórico e legislativo
Módulo 1 -> Identificar as concepções existentes sobre a infância nos séculos XIX e XX
Introdução
Você já parou para pensar em como as crianças eram vistas socialmente?
Historicamente, percebemos diversos olhares sobre a infância que nos permitem identificar os conceitos construídos sobre a criança ao longo de nossa história. No entanto, para compreendê-los, não podemos perder de vista as relações sociais e a cultura nas quais a criança está inserida. Por isso, é importante fazer um percurso histórico sobre o atendimento à criança, de acordo com as concepções históricas, sociais e políticas de cada época, que influenciaram no modo de percebê-las, bem como na legislação voltada para elas. Para começar a nossa reflexão, leia o poema a seguir de Loris Malaguzzi
A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar,
de jogar e de falar.
Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens (e depois, cem, cem, cem),
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo.
Dizem-lhe: de pensar sem as mãos, de fazer sem a cabeça, de escutar e de não falar,
De compreender sem alegrias, de amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe: de descobrir o mundo que já existe e, de cem,
roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia, a ciência e a imaginação,
O céu e a terra, a razão e o sonho, são coisas que não estão juntas.
Dizem-lhe: que as cem não existem. A criança diz: ao contrário,
as cem existem.
Esse poema fala da complexidade das crianças, de seu pensamento, de como elas se expressam por meio de múltiplas linguagens e de como ressignificam os saberes produzindo cultura e conhecimento. Diante disso, agora vamos compreender como a criança era considerada ao longo dos séculos XIX e XX.
A infância ao longo do século XIX
Quem cuidava das crianças no século XIX?
As classes mais abastadas mantinham em suas estruturas familiares mulheres, escravas e alforriadas, que assumiam a função de tutela das crianças. Eram amas de leite, cantavam as cantigas de roda, envolviam-se com o cotidiano dessas crianças. As mães ensinavam bons modos e habilidades às meninas, como tocar piano, falar línguas, ser uma anfitriã que soubesse organizar a casa de seu futuro marido, preparando-as para um bom casamento. Isso mesmo: a formação das meninas visava ao casamento.
A classe média urbana reproduzia um misto das linhas da influência da modernidade europeia (crianças mais “funcionais”, criadas para atender à sociedade) com traços da família patriarcal, com empregadas – mucamas ou assalariadas. As mães poderiam até cuidar dos próprios filhos, mas isso acontecia em classes menos favorecidas, nas quais os maridos conseguiam reproduzir o ideal burguês com suas esposas se dedicando ao lar e à criação dos filhos. Os meninos entravam nesse modelo social. Deveriam se exercitar, aprender números e letras para assumirem a condição que sua família permitisse. Deveriam aprender o ofício de seus pais ou profissões que lhes permitissem um papel superior. Os filhos dos menos favorecidos eram integrados ao mercado de trabalho muito cedo e as filhas assumiam a condição de cuidar dos irmãos menores para que a mãe pudesse trabalhar.
Curiosidade
Nesse período, surgiu a roda dos expostos (ou roda dos enjeitados), criada pela Santa Casa de Misericórdia como um instrumento que recolhia as crianças rejeitadas. Ao atingirem uma idade em que já tinham força para se preparar e trabalhar, os meninos eram enviados para casas de custódia. As meninas se mantinham por mais tempo, pois a Santa Casa buscava benfeitores que pudessem ceder-lhes um dote, permitindo que essas moças conseguissem um casamento. A roda dos expostos era uma representação social importante, icônica; ela não é uma política pública, mas uma ação dos grupos sociais que inserem as crianças de alguma forma.
Outra peça importante da relação com as crianças eram as figuras das criadeiras, mulheres que passaram a tomar conta das crianças enquanto suas mães trabalhavam. Essas mulheres, que eram remuneradas por isso, reuniam em suas casas e terrenos algumas dezenas de crianças, onde eram alimentadas e aprendiam as primeiras letras (VELLOSO, 2009).
Em se tratando do Estado, quais foram as ações com foco no cuidado das crianças ao longo do século XIX?
Período Colonial
· 1530 a 1822 -> Existia a tutela do Estado e influência do modelo europeu no atendimento à criança, com uma evidente diferença no trato entre brancas e negras, uma vez que estas eram incorporadas ao trabalho desde os 5 anos e aos 12 eram consideradas adultas. As crianças sofriam castigos corporais e havia elevado índice de mortalidade infantil.
· 1824 -> De acordo com Aragão e Kreutz (2010, p. 27), o Brasil escravocrata e monocultor – que cedia espaço para a urbanização, com a abertura de portos e a reorganização administrativa – sofria fortes pressões dos ideais liberais europeus, que defendiam a instrução populacional em massa. Assim, em 1824, a Constituição estabeleceu, no artigo 179, a gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos.
· 1827 -> Uma lei determinou a criação de uma escola de primeiras letras em cada cidade, que não chegou a ser cumprida.
· 1861 -> Houve a criação do Instituto de Menores, para onde passaram a ser encaminhadas as crianças infratoras ou abandonadas e, em seguida, as não infratoras também. Isso causou um problema, uma vez que o objetivo da educação ficou perdido. A criança das classes menos favorecidas era tratada como criminosa.
· 1875 -> Nesse ano, foi criado o Jardim de Crianças do Colégio Menezes Vieira, localizado no Rio de Janeiro. Essa foi uma das primeiras instituições brasileiras a atender crianças de 0 a 6 anos. Dois anos mais tarde, a cidade de São Paulo passou a ter os seus primeiros jardins de infância, pertencentes à esfera privada (REIS e CUNHA, 2010).
Segundo Oliveira (2011, p. 101):
“No final do século XIX, é trazido ao Brasil, através das influências americana e europeia, o jardim de infância, que também foi alvo de muitas discussões entre os políticos da época. Alguns o criticavam porque consideravam-no mais um local de mera guarda das crianças. Os Jardins de Infância eram considerados prejudiciais porque tiravam a criança do convívio familiar precocemente. Outros os defendiam por acreditarem que trariam benefícios ao desenvolvimento da criança, já se vislumbrando um aspecto pedagógico influenciado pelo Movimento das Escolas Novas”.
Brasil República
· 1889 a 1930 -> Como o índice de mortalidade infantil era alto nesse período e não diminuía, foi criado o Movimento Higienista, visando um melhor atendimento à criança para que ela sobrevivesse às epidemias e aos maus tratos. Desse modo, surgiram as primeiras leis para os menores.
· Movimento Higienista - No fim do século XIX e início do XX, surgia uma nova mentalidade que se propunha a cuidar da população, educando e ensinando novos hábitos. (...) Convencionou-se chamá-la “movimento higienista”. Muitos “higienistas” tomavam como referência a ideia que preconizava ser a falta de saúde e educação do povo responsável por nosso atraso em relação à Europa (GÓIS JUNIOR, 2002).
· 1932 -> Surge o Manifesto dos pioneiros, defendendo uma revolução educacional, com a criação da escola não religiosa, gratuita e obrigatória, função do Estado. Uma escola única, para meninos e meninas, com um ensino ativo.
· Manifestodos pioneiros - O Manifesto da Escola Nova foi um documento elaborado por 26 educadores, em 1932, com o objetivo de oferecer diretrizes para a política educacional. Veja um trecho desse manifesto:
“Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade o da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas condições econômicas, é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade”.
· Primeiras décadas do século XX -> Uma parcela do movimento operário, em virtude da maior participação das mulheres no trabalho, reivindicava um local onde as mães pudessem deixar as crianças enquanto trabalhavam. Logo, os empresários construíam creches próximo às fábricas, embora tal ação não constituísse bondade ou descaso.
Apesar do tímido processo de expansão das escolas e creches, tanto por parte dos sistemas de educação como pelos órgãos de assistência ou saúde, a legislação trabalhista que determinava a criação desses estabelecimentos tornou-se sem efeito, pois não atendia a todas as necessidades.
A partir desse breve descritivo histórico sobre o tratamento dispensado às crianças ao longo do século XIX, podemos perceber que, em geral, a infância foi considerada sem importância e a criança era objetificada, ou seja, era considerada um ser que deveria ser protegido ou punido, seguindo a lógica do tratamento diferenciado, de acordo com classe social ou raça.
E quanto ao conceito de infância, a partir desse histórico, você consegue defini-lo?
Como você pode perceber, durante muito tempo não se pensou sobre o que é a infância. As decisões que eram tomadas com o objetivo de tutelar e cuidar das crianças, não eram estabelecidas baseadas em um conceito definido sobre a criança. No máximo, havia uma classificação a partir de debates sobre até quando se é uma criança. Essa discussão é antiga e tem como base a Teoria das Idades, de Agostinho de Hipona (354 - 430), que destaca duas fases da infância:
 Agostinho de Hipona -> Nasceu no dia 13 de novembro de 354, em Tagaste, cidade da Numídia (atualmente Argélia), em uma região dominada pelo Império Romano. Iniciou seus estudos em sua cidade natal e, posteriormente, foi para Madaura onde estudou retórica. Agostinho também estudou música, física, matemática e filosofia. Tornou-se um importante filósofo, escritor, bispo e teólogo cristão e suas concepções sobre a fé e a razão, Igreja e o Estado influenciaram toda a Idade Média.
Mesmo para renascentistas (século XVI), iluministas (séculos XVII e XVIII) e cientificistas (séculos XVIII e XIX), as crianças tinham classificações e, ao longo do tempo, as percepções de cuidado foram alteradas sem nunca se discutir efetivamente o que era chamado de infância. Parecia algo tão óbvio, tão presente, que qualquer debate conceitual perdia para a observação direta: infância é esse momento de amadurecimento do ser.
A infância ao longo do século XX
O século XX é tratado como o século da infância e esse fenômeno ocorreu por muitos elementos. Nunca tinham ficado tão claras as diferenças sociais sobre como as sociedades pensam e se relacionam com as crianças. Etnógrafos perceberam que as crianças e os relatos de como lidar com elas eram diferentes. Vejamos como exemplo o relato de Heloisa Schurmann:
· Heloisa Schurmann - Graduada Professora de Inglês pela New York University com especialização na área de Pedagogia, Heloísa Schurmann educou os quatro filhos nas duas expedições de volta ao mundo da Família Schurmann.
Pesquisadora, é responsável pelo conteúdo dos projetos globais e autora dos diários de bordo nas viagens. Heloisa é escritora, autora de três best sellers nacionais e publicou recentemente o livro “Pequeno Segredo”.
Desenvolveu o Programa Pedagógico da expedição Magalhães Global Adventure, intitulado “Educação na Aventura”, que foi acompanhado por mais de 2 milhões de alunos no Brasil e nos Estados Unidos. Além de palestrante, é responsável pelo núcleo de dramaturgia da produtora e pelo conteúdo digital da Família Schurmann.
 Em certa ocasião, ao visitar algumas ilhas da Polinésia, percebi que as crianças de lá pareciam estar sempre felizes, elas corriam e brincavam sem a supervisão de um adulto. Então, perguntei a algumas pessoas se eles não tinham receio de que as crianças se machucassem, uma vez que na maioria das vezes estavam sozinhas. Foi então que aprendi uma lição inesquecível: para eles, uma criança deveria ser criança, crescer, brincar, aprender como a comunidade funcionava e como poderia ser um local de felicidade. Dessa forma, a criança pouco a pouco se sentiria responsável por si e pelos que as acompanhavam.
Perceba que esse relato se distancia da forma como as crianças eram tratadas ao longo do século XIX, onde eram constantemente supervisionadas. Ao contrário disso, nas ilhas da Polinésia, as crianças cresciam livres e se desenvolviam à medida em que interagiam com a sua comunidade. Não há aqui a intenção de taxar como certa ou errada essas diferentes formas de se perceber e lidar com a infância, no entanto, essa diferenciação nos faz refletir sobre o papel social da criança nas comunidades. Pensando nesse contexto, no século XX surgiram diversos movimentos científicos, cada um com o seu enfoque particular, mas que tinham como objetivo conceituar e classificar a infância:
Psicologia
Pensando nas fases do desenvolvimento infantil, buscava analisar os estímulos e condicionamentos que poderiam ser desenvolvidos nos seres humanos.
Medicina
Buscava estudar o desenvolvimento dos corpos, definindo como deviam ser os cuidados com as crianças, estudando cérebros, medula, hormônios entre outros aspectos.
Pedagogia
Desenvolveu teorias sobre a absorção de conhecimentos, sobre as trocas e interações do sujeito.
A ciência moderna tentava constituir uma versão singular sobre as formas de pensar e lidar com a criança, com o objetivo de garantir o melhor desenvolvimento infantil. Nesse cenário, o mundo passou a perceber e discutir a importância de cuidar de nossas crianças ainda que ninguém soubesse muito bem o que era isso. Como exemplo de ações desenvolvidas com esse objetivo, destacamos os órgãos internacionais que foram criados com a finalidade de discutir sobre os cuidados necessários às crianças:
Convenção de 1919 da Organização Internacional do Trabalho
Fundada em 1919 como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem como objetivo promover a justiça social. Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1969, a OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 183 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.
A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (Convenções e Recomendações) As Convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico.
Fonte: International Labour Organization
· Fala sobre limitar o trabalho infantil em dois dos seus itens.
Declaração de Genebra de 1924
Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a questão dos órfãos, foi o primeiro documento internacional a abordar sobre a proteção das crianças.
Declaração do Direito das crianças e dos adolescentes de 1954 (ONU)
Direitos são as vantagens, permissões e oportunidades que cada criança ou adolescente deve ter. A Convenção sobre os Direitos da Criança estabelece esses direitos em 54 artigos e em um conjunto de "Protocolos Facultativos" que listam direitos adicionais.
Caso queira conhecer os artigos pesquise na internet sobre a convenção.
· Após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a ONU foi pressionadaa constituir um caminho de proteção e defesa internacional das crianças. O Brasil só adotou essas medidas a partir da Constituição de 1988.
A partir de 1980, a criança passou a ser percebida, também, em seu âmbito social. Nesse sentido, os enfoques psicológicos, biológicos e médicos sobre a criança começaram a dialogar com os fenômenos sociais que englobam a infância. Essa nova percepção trouxe à tona o problema da marginalização da infância e, na década de 1990, temas como abuso sexual passaram a ser abordados. A partir desse direcionamento, novas ideias sobre a infância puderam ser concluídas:
A criança:
· Está imersa em contextos sociais
· Está sujeita à sexualização
· Pode ser considerada objeto de consumo
· Estrutura relações e se constitui a partir da complexidade delas.
· Faz conexões com a cultura na qual está imersa.
Perceba que as mudanças sociais e econômicas ocorridas no século XX provocaram significativas mudanças nos modos de ver e de lidar com as crianças. Apesar disso, manteve-se uma clara separação entre crianças pobres e ricas, brancas e negras:
Ainda no século XX, surgiu a preocupação com um investimento maciço no ensino fundamental, mas não para todos. Houve, também, uma movimentação dos operários que passaram a reivindicar melhorias no atendimento educacional prestado às crianças pequenas, uma vez que as condições trabalhistas precárias às quais eram submetidos os havia impulsionado na luta por seus direitos.
Esse cenário nos mostra como a visão que os adultos têm sobre as crianças mudou e continua em transformação, segundo as culturas nas quais estão imersas. Seja considerando-as seres mais ou menos frágeis, capazes ou incapazes, dignos ou não de proteção, costuma haver diferentes compreensões a respeito do que podem ou não fazer, dos lugares adequados para elas, das vivências permitidas ou não, das expectativas para seu futuro e dos seus direitos.
Módulo 2 -> Reconhecer o conceito contemporâneo de infância como resultado de um processo histórico e legislativo
Introdução
Atualmente, tanto as pesquisas quanto os teóricos apresentam uma imagem de criança e infância bem diferente da que existia, ou seja, ela é considerada um ser competente, ativo, crítico e comunicativo, capaz de posicionar-se sobre as situações que mais lhe afetam, de representar o mundo e a si mesma, como Co construtora de sua cultura lúdica, a partir das interpretações que faz sobre os conteúdos encontrados durante as interações sociais ocorridas em seus jogos e brincadeiras.
Seguindo essa mesma linha de pensamento, os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (PNQEI) definiram a criança como ser integrante da sociedade, que tem direito à dignidade e ao respeito, bem como à autonomia e participação. Desse modo, as crianças devem ser:
Com base nesses novos preceitos, houve, então, a necessidade de se criar espaços onde a criança pudesse se expressar livremente. Para isso, novas leis foram criadas com o objetivo de garantir que os direitos das crianças fossem cumpridos. É o que veremos a seguir.
Aspectos legislativos sobre a infância
Nunes (2011) afirma que o lugar da criança também na política pública corrobora com a visão que permeia a legislação nacional da atualidade, ou seja, que entende a criança como um sujeito histórico, protagonista e cidadão. Sendo assim, a criança precisa ter os seus direitos garantidos e um deles é a educação, desde o seu nascimento, em instituições que assegurem o cuidar e o educar indissociáveis e que possibilitem seu desenvolvimento integral, em seus múltiplos aspectos.
Segundo Cury (2002), vivemos novos desafios no mundo contemporâneo e a cidadania também os enfrenta à medida que deve ser reafirmada a todo instante, sem que se esqueça da luta histórica que garantiu seus direitos. Para ele, a educação, como um desses direitos é uma “dimensão fundante da cidadania”, nunca perderá sua atualidade no debate. Diz ainda que, em todo o mundo, as legislações garantem o acesso à educação de seus cidadãos. Assim, “tal princípio é indispensável para políticas que visam à participação de todos nos espaços sociais e políticos e, mesmo, para inserção no mundo profissional”. Por isso, a seguir, você encontrará um quadro legislativo que mostra as principais leis criadas com o objetivo de garantir os direitos da criança, dos mais básicos aos mais específicos.
Constituição Federal – 1988
A Constituição Federal (CF) de 1988, conhecida como Constituição cidadã, apresenta mudanças com relação ao tratamento dado à educação infantil, pois a partir dela esta etapa passa a ser vista como direito da criança, e não da mãe que trabalha. Dos artigos 205 ao 214 apresenta um rol dedicado apenas à Educação e alça a criança a sujeito de direito, garantindo a educação básica e gratuita dos 4 aos 17 anos, por força da emenda Constitucional n° 59 de 2009.
AQUI TEM A APOSTILA 1!
AQUI TEM A APOSTILA 2!
ECA – Lei 8.069/90
O ECA – Lei 8.069/90, por sua vez, regulamentando o art. 227 da CF, ratifica a visão da criança e do adolescente como sujeitos de direitos fundamentais (individuais, difusos e coletivos). Ademais, os reafirma como titulares de prioridade absoluta e de proteção integral.
Segundo Amin (2014, p. 50), “o Estatuto da Criança e do Adolescente resultou da articulação de três vertentes: o movimento social, os agentes do campo jurídico e as políticas públicas.” Em seu artigo 3º ficam expostos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, os quais a criança e o adolescente devem ter assegurados para que seja possível seu “desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASIL, 1990). Para Nunes, (2011, p. 26), “o ECA, de 1990, é que vai fazer a revolução conceitual e criar os mecanismos operacionais para a implementação dos direitos da criança no Brasil”.
AQUI TEM A APOSTILA 3!
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394 de 1996
A atual LDBEN insere a educação infantil como primeira etapa da educação básica. De acordo com seu art. 21, “a educação escolar compõe-se de: I - educação básica, formada pela Educação Infantil, ensino fundamental e ensino médio”. Em seu art. 29 afirma que a EI “tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).
Para Nunes (2011), a EI “vem se tornando não só uma demanda cada vez mais expressiva, um objeto explícito da política educacional e um dever dos organismos governamentais, mas também um claro empenho de organizações da sociedade civil.” (NUNES, 2011, p.15). Desse modo, não se modifica apenas a visão da criança, mas também, do papel do Estado para que a EI seja garantida a todos, a partir dos 4 anos de idade.
AQUI TEM A APOSTILA 4!
Lei n° 12.796 de 2013
A Lei n° 12.796, de 2013, regulamenta a EC 59/2009, pois estende a obrigatoriedade do Estado em oferecer educação para todos, dos 4 aos 17 anos. De acordo com a alteração proposta pela Lei nº 11.700, de 2008, no inciso X do art. 4° da LDB, no caso da EI e do ensino fundamental, a oferta de vaga deve ocorrer em escola pública mais próxima da residência de toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de idade.
AQUI TEM A APOSTILA 5!
AQUI TEM A APOSTILA 6!
Marco Legal da Primeira Infância - Lei n° 13.257, de 2016
O Marco Legal da Primeira Infância é a Lei n° 13.257, de 8 de março de 2016, dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e altera algumas leis, entre elas o ECA, o Código de Processo Penal (CPP), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei n° 12.662, de 5 de junho de 2012 (que regula a expedição e a validade nacional da Declaração de Nascido Vivo – DNV).
Em seu artigo 1°, essa lei estabelece os princípios e as diretrizes a serem utilizados na formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeirosanos de vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano. A Lei n° 13.257/2016 está em consonância com os princípios e as diretrizes expressos na legislação que esta lei altera.
AQUI TEM A APOSTILA 7!
Você consegue visualizar a trajetória legislativa que conferiu às crianças a imagem contemporânea de infância no Brasil?
É possível afirmar que historicamente ocorreu uma luta intensa para que a infância fosse prioritária e houvesse um olhar atento às suas especificidades e às necessidades das crianças, como sua constituição em sujeito de direitos, merecedoras de proteção. Apesar dessa evolução de conceitos, as práticas aqui no Brasil permaneceram apontando a família como responsável máxima pela infância, seguida pelo Estado, garantidor daqueles cujas famílias não tivessem condição, e pelas ações religiosas como caridade.
Fato é que a Educação, como direito social, requer a atuação do Estado para a garantia de sua efetividade e acesso a todos. Nesse sentido, Bobbio (2004) diz sobre os direitos sociais que “para sua realização prática, ou seja, para a passagem da declaração puramente verbal à sua proteção efetiva, (...) é necessária a ampliação dos poderes do Estado.” Uma proposta para a solução desses percalços é a criação de mecanismos de fiscalização que permitam monitorar se todos os esforços para se garantir os direitos das crianças estão sendo realizados e alcançando aos objetivos propostos. O Brasil é um dos líderes mundiais em termos de políticas de atendimento à infância, no entanto, é importante reconhecer que há a necessidade de que essas políticas se tornem em ações efetivas que atendam de forma satisfatória às crianças, foco desses direitos.
Uma nova concepção sobre a criança
Os estudos da área, realizados tanto por universidades como por centros de pesquisa brasileiros, têm contribuído para o surgimento de uma nova concepção das crianças e sua capacidade criadora:
A criança passou a ser vista como produtora de cultura e sujeito de direitos, bem como um ser sócio-histórico que atua na sociedade na qual está inserido.
Seguindo essa concepção, a Política Nacional da Educação Infantil (2006) passou a preconizar a indissociabilidade entre o cuidar e o educar, possibilitando outra função para as ações que são desenvolvidas com as crianças, segundo suas especificidades. Posteriormente, tal filosofia é incorporada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010).
AQUI TEM A APOSTILA 8!
AQUI TEM A APOSTILA 9! Tenho esse livro
De acordo com Bobbio (2004), essa caracterização da criança como um ser que merece proteção especial não surge naturalmente na sociedade, antes, é fruto de estudos e debates que comprovam essa necessidade de especificação. A ampliação dos direitos do ser humano ocorre de acordo com categorias específicas. Nesse sentido, a humanidade deixa de ser vista de maneira genérica para ser encarada de acordo com suas especificidades. Ou seja, são levadas em consideração características de sua diversidade, quais sejam, a idade, o sexo ou as condições físicas, por exemplo, que não permitem que todos sejam tratados igualmente. O autor conclui que a mulher é diferente do homem; a criança, do adulto; o adulto, do velho; o sadio, do doente etc.
O Marco Legal pela Primeira Infância se tornou crucial para garantir ao Brasil o alinhamento com os países que estão na vanguarda do cuidado com suas crianças. Tal preocupação evidencia a importância que os primeiros anos de vida têm sobre todo o desenvolvimento do ser humano, desde o crescimento físico, a aquisição de habilidades motoras e a aprendizagem da fala até a criação das bases para o desenvolvimento cognitivo, social, psicológico e cultural.
Dessa forma, o trabalho com as crianças deve ser um conjunto de:
 Um trabalho consciente na educação infantil.
 +
 A participação da família por meio de políticas intersetoriais.
Essa convergência entre o trabalho da educação infantil e a participação da família poderá gerar repercussões em toda a vida da criança, além de garantir que as suas necessidades sejam de fato atendidas. Vejamos o que Corsaro (2011) nos diz sobre isso:
 Corsaro
É formado em Sociologia pela Indiana University, Bloomington (1970) e concluiu Doutorado em Sociologia pela University of North Carolina, Chapel Hill (1974). Atualmente, é professor titular do Departmento de Sociologia da Indiana University, Blommington, onde ocupa a cátedra Professor Robert H. Shaffer. Entre seus interesses de pesquisa, destacam-se a Sociologia da Infância, Etnografia e Sociologia da Educação.
Ao se posicionarem diante dos acontecimentos do mundo, as crianças expressam sua visão da realidade que as cerca. Ou seja, de acordo com o pensamento de Corsaro, elas agem na sociedade e contribuem para que os adultos entendam um pouco como encaram determinados fatos sociais. Por isso, é necessário um trabalho conjunto entre escola, família e comunidade, pois esses três âmbitos permitirão que se conheça um pouco mais as necessidades e realidades nas quais a criança está inserida.
A Sociologia da Infância aparece aqui como contribuição teórica, trazendo pesquisas que, atualmente, têm sido importantes para os delineamentos da política nacional para a infância. Os autores dessa Sociologia afirmam que esse é um campo recente do estudo da infância e evidenciam a importância de que os investigadores busquem observar as relações entre as crianças, desvelando os jeitos de ser criança. Para a Sociologia da Infância, as crianças são atores sociais, imersas em seus mundos; a infância, por sua vez, é entendida como  uma categoria social do tipo geracional, socialmente construída. Para eles, a infância ainda é colocada numa relação de dependência nas sociedades em relação aos adultos. Por isso, a necessidade de olhar para as crianças com o objetivo de conhecer as suas construções e particularidades e permitir que elas se tornem participantes de suas culturas, manifestando as suas interpretações e percepções sobre os diferentes contextos nos quais estão inseridas.
· Sociologia da Infância -> A Sociologia da infância é um campo de estudo que passa a analisar a criança como parte do tecido social. Assim, traz a ideia de que a educação funciona em teias de saberes, ou seja, os grupos sociais, ao se relacionarem, constroem regras próprias. Ao mesmo tempo se relacionam com outros grupos são, também, influenciados por essas regras. A Infância faz parte desta dinâmica, sendo assim, as crianças criam as suas próprias regras, trocam e fazem micro modelos sociais, mas, ao mesmo tempo, são marcadas pela sociedade dos adultos, suas disputas, vícios e formas de violência.
Essa teoria está de acordo com as ideias do modelo construtivista, proposto por Lev Vygotsky, que enxerga a criança como um ser competente, que deve ser colocada numa posição mais ativa que passiva e que é capaz de construir uma interpretação própria do mundo. Assim, Vygotsky relaciona o desenvolvimento social da criança às ações grupais que ocorrem na sociedade, possibilitando o desenvolvimento de estratégias coletivas por meio da interação com outras pessoas para superar os problemas que surgem. Alguns autores, fundamentados na teoria de Vygotsky, criticam o que foi feito por muito tempo no campo educacional, ou seja, a fixação em concepções de criança e infância advindas da psicologia do desenvolvimento, pautada na herança biológica, conformando-a num modelo universal, a-histórico, abstrato e predeterminado, que as remetem à condição de dependência. As maiores críticas que surgem residem no fato de muitas práticas revelarem a vontade de apagar esse “ser criança” ativo e crítico, exigindo a renúncia de seu desejo para prevalecer a vontade dos adultos que lidam com elas.
 Lev Vygotsky
Nasceu em Orsha, cidade próximo a Minsk, capital da Bielorrússia, no dia 17 de novembro de 1896. Formou-se em Direito pela Universidade de Moscou, onde também estudou Literatura e História da Arte. Desenvolveu pesquisas na área de Psicologia, enfatizandoos processos de aprendizagem. A teoria de Vygosky foi de grande relevância para a Educação.
Você consegue notar como fica clara a necessidade de reconhecer a competência dos discursos infantis e da urgência em se ouvir as crianças?
A ideia de criança como pessoa completa, competente, curiosa e criativa, com direito a ser ouvida e atendida nas suas necessidades específicas surge tanto nos discursos dos profissionais envolvidos com elas como nas pesquisas e estudos que propõem escuta e olhar sensíveis e livres de preconceitos, que sejam capazes de ver e ouvir crianças concretas, vivas, reais. Ou seja, os novos paradigmas apresentam uma perspectiva diferente de criança, definindo-a como ser competente para interagir e produzir cultura no meio em que se encontra.
Nesse sentido, cabe às instituições a disponibilização de espaços de participação nos quais as crianças, mais que ouvidas, sejam auscultadas de modo que sua opinião seja considerada e gere efetivas mudanças a começar pela proposta pedagógica, que constitui um espaço privilegiado no qual a criança deve poder se expressar acerca de seus desejos e expectativas com relação à sua institucionalização. Indubitavelmente, não é uma tarefa fácil e requer metodologias capazes de captar essas vozes e transformar esses desejos em ações. Segundo Rocha (2008, p. 47), os projetos pedagógicos deixam de ser apenas para as crianças e passam a ser definidos a partir delas e com elas.
Falamos tanto sobre a infância, mas você já se questionou até qual idade uma pessoa é considerada uma criança? A verdade é que essa delimitação muda nas diferentes áreas de conhecimento.
Considerações Finais
Você percebeu que compreender o conceito de infância é fundamental a todo profissional que, direta ou indiretamente, colocará seus esforços com o objetivo de formar as crianças. Quanto mais entendermos tal conceito como constituído ao longo dos últimos séculos, melhor teremos condições de buscar possibilidades de uma atuação mais eficaz no processo educativo das crianças.
Ao sairmos de um conceito forjado ao longo dos séculos XIX e XX que, por um lado, tutelava a infância sob o Estado e a Religião e, por outro, definia a mesma exclusão social e étnica presente no ambiente adulto, chegamos à visão contemporânea que tem como foco a garantia de uma educação integral das crianças. Busca, assim, alcançar um equilíbrio que não volte a transformar a criança em mini adulto, agora como que sem necessidade de cuidados específicos, por já possuir autonomia necessária a sua formação.
Podcast - Rodrigo Rainha, Simone Berle e Camila Machado encerram o tópico conversando sobre os conceitos de infância.
Conquistas adquiridas
· A habilidade de identificar as concepções existentes sobre a infância nos séculos XIX e XX.
· A capacidade de reconhecer o conceito contemporâneo de infância como resultado de um processo histórico e legislativo.
Explore +
1. Visite o site Vila Malaguzzi – Tempos de infância e descubra esse lugar destinado a brincadeiras, aprendizado, suporte e auxílio para as crianças e que também funciona como um espaço de acolhimento, formação e informação para pais e familiares.
 LORIS MALAGUZZI
A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre
cem modos de escutar
de maravilhar
e de amar.
 
 
Loris Malaguzzi nasceu em Correggio (Itália) em1920, formou-se em Pedagogia na Universidade de Urbino. Em 1940 ele começou a ensinar nas escolas primárias 1941-1943 em Sologno, uma cidade perto de Reggio Emilia, no município de Villa Minozzo.
 
Com fim da Segunda Guerra e frente a uma cidade devastada, a comunidade de Reggio Emilia começou a reerguer a cidade. Todos de mãos dadas e, uma das primeiras ações era construir uma escola onde os filhos pudessem ficar.
 
A escola foi erguida com a venda de um tanque de guerra, cavalos e caminhões, deixados pelos alemães. Esse movimento nasceu do desejo de reconstrução da própria história e da possibilidade de uma vida melhor para seus filhos. Então, desde sua origem, Reggio Emilia é uma escola diferente, enraizada na vontade das famílias de construir um mundo melhor por meio da educação.
 
Loris Malaguzzi, ao tomar conhecimento do que ocorria na cidade vizinha, pegou sua bicicleta e seguiu para Reggio Emilia com o intuito de contribuir com uma proposta de educação que se diferenciasse das já existentes. 
 
Esta ideia pareceu-me incrível! Corri até lá em minha bicicleta e descobri que tudo aquilo era verdade. Encontrei mulheres empenhadas em recolher e lavar pedaços de tijolos. As pessoas haviam-se reunido e decidido que o dinheiro para começar a construção viria da venda de um tanque abandonado de guerra, uns poucos caminhões e alguns cavalos deixados para trás pelos alemães em retirada. (MALAGUZZI, 1999, p.59)
 
Para Malaguzzi, a criança possui múltiplas formas de se expressar e todas devem ser validadas, ressaltadas e respeitadas. Por isso, chamou sua pedagogia de pedagogia da escuta.
 
A escola é comparada a um canteiro de obras, em um laboratório permanente onde os processos de crianças e adultos de investigação estão interligados tão forte, viva e em evolução diária.
2. Para se aprofundar no conhecimento dos pensamentos que contribuíram para o avanço da Educação, leia a obra: AZEVEDO, F. et al. Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores (1959). 122 p. Coleção Educadores. Fundação Joaquim Nabuco. Recife: Massangana, 2010.
O link não abriu.
3. Visite o site da Organização Internacional do Trabalho – OIT.
História da OIT
Fundada em 1919 como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem como objetivo promover a justiça social. Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1969, a OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 183 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.
A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (Convenções e Recomendações) As Convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil está entre os membros fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião.
Desde a sua criação, os membros tripartites da OIT adotaram 189 Convenções Internacionais de Trabalho e 205 Recomendações sobre diversos temas (emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e segurança no trabalho, trabalho marítimo etc). 
Na primeira Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 1919, a OIT adotou seis convenções. A primeira delas respondia a uma das principais reivindicações do movimento sindical e operário do final do século XIX e começo do século XX: a limitação da jornada de trabalho a 8 horas diárias e 48 horas semanais. As outras convenções adotadas nessa ocasião referem-se à proteção à maternidade, à luta contra o desemprego, à definição da idade mínima de 14 anos para o trabalho na indústria e à proibição do trabalho noturno de mulheres e menores de 18 anos.
Em 1920, a sede da OIT foi estabelecida em Genebra, na Suíça, com Albert Thomas como seu primeiro Diretor-Geral. Em 1926, a Conferência Internacional do Trabalho introduziu uma inovação importante para supervisionar a aplicação das normas: uma Comissão de Peritos, composta por juristas independentes, encarregada de examinar os relatórios enviados pelos governos sobre a aplicação de Convenções ratificadas por seus países (as “memórias”). A cada ano, esta Comissão apresenta seu próprio relatório à Conferência. Desde então, seu mandato foi ampliado para incluir memórias sobre Convenções e Recomendações não ratificadas.
Depressão e Guerra
Em 1932, depois de haver assegurado uma forte presença da OIT no mundo durante 13 anos, Albert Thomas faleceu. Seu sucessor, Harold Butler, teve que enfrentar o problema do desempregoem massa, produto da Grande Depressão. Nesse contexto, as Convenções já adotadas pela OIT ofereciam um mínimo de proteção aos desempregados.
Durante seus primeiros 40 anos de existência, a OIT se dedicou a desenvolver normas internacionais do trabalho e a garantir sua aplicação. Entre 1919 e 1939, foram adotadas 67 Convenções e 66 Recomendações. A eclosão da II Guerra Mundial interrompeu temporariamente esse processo.
Em agosto de 1940, a localização da Suíça no coração de uma Europa em guerra levou o novo Diretor-Geral, John Winant, a mudar temporariamente a sede da OIT de Genebra para Montreal, no Canadá. Em 1944, os delegados da Conferência Internacional do Trabalho adotaram a Declaração de Filadélfia que, como anexo à Constituição da OIT, até hoje constitui a carta de princípios e objetivos da Organização, além de ter servido como referência para a adoção da Carta das Nações Unidas (1946) e da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
A Declaração de Filadélfia reafirmou o princípio de que a paz permanente só pode estar baseada na justiça social e estabeleceu quatro ideias fundamentais, que constituem valores e princípios básicos da OIT até hoje: que o trabalho deve ser fonte de dignidade; que o trabalho não é uma mercadoria; que a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos; e que todos os seres humanos tem o direito de perseguir o seu bem estar material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades.
No final da guerra, nasce a Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de manter a paz através do diálogo entre as nações. A OIT, em 1946, torna-se sua primeira agência especializada.
Em 1969, ano em que comemorava seu 50º aniversário, a OIT recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Ao apresentar o prestigioso prêmio, o Presidente do Comitê do Prêmio Nobel ressaltou que “a OIT tem uma influência perpétua sobre a legislação de todos os países” e deve ser considerada “a consciência social da humanidade”.
Do Século XX ao XXI
A OIT desempenhou um papel importante na definição das legislações trabalhistas e na elaboração de políticas econômicas, sociais e trabalhistas durante boa parte do século XX.
Em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho, na sua 87ª Sessão, adotou a Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho , definidos como o respeito à liberdade sindical e de associação e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva, a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório, a efetiva abolição do trabalho infantil e a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação.
AQUI TEM A APOSTILA 11 !
A Declaração associa esses quatro direitos e princípios diretamente a oito Convenções, que passam a ser definidas como fundamentais. Dessa forma, todos os Estados Membros da OIT, por terem aderido à sua Constituição, são obrigados a respeitar esses direitos e princípios, havendo ou não ratificado as oito Convenções fundamentais que correspondem a eles. A Conferência também definiu a ratificação universal dessas Convenções como um objetivo e estabeleceu as bases para um amplo programa de cooperação técnica da OIT com seus Estados Membros, visando contribuir à sua efetiva aplicação e criando um mecanismo de monitoramento dos avanços realizados.
Em junho de 2008, durante a 97ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho, representantes de governos, empregadores e trabalhadores, adotaram um dos mais importantes documentos da OIT: a Declaração sobre Justiça Social para uma Globalização Equitativa , uma das primeiras manifestações de um organismo internacional sobre o mundo globalizado e a grave crise financeira internacional que eclodiria três meses depois.
AQUI TEM A APOSTILA 10 !
É importante assinalar que já existia uma crise de emprego antes da crise econômica de 2008. Ela já se manifestava na existência de 195 milhões de desempregados no mundo, no fato de que 40% das pessoas ocupadas (cerca de 1,4 bilhões de pessoas) ganhavam menos de US$ 2 por dia (abaixo da linha da pobreza) e 20% delas ganhava menos de US$ 1 por dia (abaixo da linha da extrema pobreza). Além disso, naquela época 80% da população mundial não tinham acesso a regimes de previdência social.
A crise foi precedida por um desequilíbrio crescente no processo de globalização, que se manifestou, em particular, em uma distribuição muito desigual dos seus benefícios (entre os países e no seu interior) e no aumento das desigualdades de renda.
O chileno Juan Somavia, que havia assumido o posto de Diretor Geral da OIT em 1999, enfatizou a importância de fazer do trabalho decente um objetivo internacional estratégico e promover uma globalização justa. Ele também destacou o trabalho como um instrumento de alívio da pobreza e o papel da OIT em ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, incluindo o de reduzir a pobreza mundial pela metade até 2015.
Em maio de 2012, Guy Ryder (Reino Unido) foi eleito como o décimo Diretor-Geral da OIT. Em novembro de 2016, ele foi reeleito para seu segundo mandato de cinco anos, que começou em 1º de outubro de 2017.
4. Conheça, no site da UNICEF, a versão para crianças e adolescentes da Convenção sobre os Direitos da Criança, que traz uma linguagem mais simples para o documento promulgado pelo Decreto nº 99.710, em 1990.
Convenção sobre os Direitos da Criança
Versão para crianças e adolescentes
UNICEF/BRZ/Raoni Libório
Todas as crianças e todos os adolescentes têm os mesmos direitos.
Direitos são as vantagens, permissões e oportunidades que cada criança ou adolescente deve ter. A Convenção sobre os Direitos da Criança estabelece esses direitos em 54 artigos e em um conjunto de "Protocolos Facultativos" que listam direitos adicionais.
A Convenção é guiada por quatro princípios gerais:
a não discriminação (artigo 2º), o melhor interesse da criança (artigo 3º), o direito à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento (artigo 6º) e o direito de ser ouvida e levada a sério (artigo 12).
Artigo 1: Definição de criança
Uma criança é qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade.*
*No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 2º, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Artigo 2: Não discriminação
Todas as crianças têm todos estes direitos, não importa quem sejam, onde morem, que idioma falem, que religião tenham, como pensem, que aparência tenham, se são meninos ou meninas, se têm alguma deficiência, se são ricas ou pobres, e não importa quem sejam seus pais ou famílias ou no que seus pais ou famílias acreditem ou o que façam. Nenhuma criança deve ser tratada injustamente por qualquer motivo.
Artigo 3: O melhor interesse da criança
Quando os adultos tomam decisões, eles devem pensar em como suas decisões afetarão as crianças. Todos os adultos devem fazer o que é melhor para as crianças. Os governos devem garantir que as crianças sejam protegidas e cuidadas pelos pais, ou por outras pessoas quando isso for necessário. Os governos devem garantir que as pessoas e os locais responsáveis por cuidar das crianças estejam fazendo um bom trabalho.
Artigo 4: Realizando os direitos
Os governos devem fazer todo o possível para garantir que todas as crianças em seus países possam gozar de todos os direitos desta Convenção.
Artigo 5: Orientação familiar enquanto as crianças se desenvolvem
Os governos devem permitir que famílias e comunidades orientem seus filhos para que, à medida que cresçam, aprendam a usar seus direitos da melhor maneira. Quanto mais as crianças crescem de menos orientação elas precisam.
Artigo 6: Vida, sobrevivência e desenvolvimento
Toda criança tem o direito de estar viva. Os governos devem garantir que as crianças sobrevivam e se desenvolvam da melhor maneira possível.
Artigo 7: Nome e nacionalidade
As crianças devem ser registradas ao nascer e receber um nome que seja oficialmente reconhecido pelo governo. As crianças devem ter nacionalidade (pertencera um país). Sempre que possível, as crianças devem conhecer seus pais e ser cuidadas por eles.
Artigo 8: Identidade
As crianças têm direito à sua própria identidade – um registro oficial de quem são, que inclui nome, nacionalidade e relações familiares. Ninguém deve tirar isso delas, mas, se isso acontecer, os governos devem ajudar as crianças a recuperar rapidamente sua identidade.
Artigo 9: Mantendo as famílias juntas
As crianças não devem ser separadas de seus pais, a menos que não estejam sendo tratadas adequadamente – por exemplo, se um dos pais machucar ou não cuidar de sua criança. As crianças cujos pais não moram juntos devem manter contato com os dois, a menos que isso possa prejudicar a criança.
Artigo 10: Contato com os pais em outros países
Se uma criança vive em um país diferente dos pais, os governos devem permitir que a criança e os pais viajem para que possam permanecer em contato e ficar juntos.
Artigo 11: Proteção contra sequestro
Os governos devem impedir que as crianças sejam retiradas do país quando isso é ilegal – por exemplo, ser sequestrado por alguém ou mantido no exterior por um dos pais quando o outro não concorda.
Artigo 12: Respeito pela opinião das crianças
As crianças têm o direito de dar suas opiniões livremente em questões que as afetam. Adultos devem ouvir e levar as crianças a sério.
Artigo 13: Compartilhando pensamentos livremente
As crianças têm o direito de compartilhar livremente com outras pessoas o que aprendem, pensam e sentem, seja conversando, desenhando, escrevendo ou de qualquer outra forma, a menos que isso prejudique outras pessoas.
Artigo 14: Liberdade de pensamento e religião
As crianças podem escolher seus próprios pensamentos, opiniões e religião, mas isso não deve impedir que outras pessoas desfrutem de seus direitos. Os pais podem orientar os filhos para que, à medida que cresçam, aprendam a usar corretamente esse direito.
Artigo 15: Criando ou ingressando em grupos
As crianças podem criar ou ingressar em grupos ou organizações, e elas podem se encontrar com outras pessoas, desde que isso não prejudique ninguém.
Artigo 16: Proteção da privacidade
Toda criança tem o direito à privacidade. A lei deve proteger a privacidade, a família, a casa, as comunicações e a reputação (ou bom nome) das crianças contra qualquer ataque.
Artigo 17: Acesso à informação
As crianças têm o direito de obter informações por meio de internet, rádio, televisão, jornais, livros e outras fontes. Os adultos devem garantir que as informações que elas estão recebendo não seja prejudicial. Governos devem incentivar a mídia a compartilhar informações de várias fontes diferentes, numa linguagem que todas as crianças possam entender.
Artigo 18: Responsabilidade dos pais
Os pais são os principais responsáveis por criar uma criança. Quando a criança não tem pais, outro adulto terá essa responsabilidade e eles são chamados de "guardiões". Os pais e responsáveis devem sempre considerar o que é melhor para essa criança. Os governos devem ajudá-los. Nos casos em que uma criança tenha ambos os pais, os dois devem ser responsáveis por criar a criança.
Artigo 19: Proteção contra a violência
Os governos devem proteger as crianças contra a violência, o abuso e a negligência de quem cuida delas.
Artigo 20: Crianças sem famílias
Toda criança que não pode ser cuidada por sua própria família tem o direito de ser cuidada adequadamente por pessoas que respeitem sua religião, sua cultura, seu idioma e outros aspectos de sua vida.
Artigo 21: Crianças adotadas
Quando crianças são adotadas, o mais importante é fazer o que é melhor para elas. Se uma criança não puder ser cuidada adequadamente em seu próprio país – por exemplo, morando com outra família –, poderá ser adotada em outro país.
Artigo 22: Crianças refugiadas
As crianças que se mudam de seu país de origem para outro país como refugiadas (porque não era seguro para elas permanecer naquele país) devem obter ajuda e proteção e ter os mesmos direitos que as crianças nascidas nesse país.
Artigo 23: Crianças com deficiência
Toda criança com deficiência deve ter a melhor vida possível na sociedade. Os governos devem remover todos os obstáculos para que as crianças com deficiência se tornem independentes e participem ativamente da comunidade.
Artigo 24: Saúde, água, comida e ambiente
As crianças têm direito aos melhores cuidados de saúde possíveis, água potável para beber, comida saudável e um ambiente limpo e seguro para morar. Todos os adultos e crianças devem ter informações sobre como permanecer em segurança e saudáveis.
Artigo 25: Revisão da colocação da criança
Toda criança que foi colocada em algum lugar fora do lar – para cuidados, proteção ou saúde da própria criança – deve ter sua situação verificada regularmente para ver se tudo está indo bem e se esse ainda é o melhor lugar para a criança.
Artigo 26: Ajuda social e econômica
Os governos devem fornecer dinheiro ou outro apoio para ajudar crianças de famílias pobres.
Artigo 27: Comida, roupas e um lar seguro
As crianças têm direito a comida, roupas e um local seguro para viver, para que possam se desenvolver da melhor maneira possível. O governo deve ajudar famílias e crianças que não podem pagar por isso.
Artigo 28: Acesso a educação
Toda criança tem direito a uma educação. A educação primária deve ser gratuita. O ensino secundário e superior deve estar disponível para todas as crianças. As crianças devem ser incentivadas a ir à escola até o nível mais alto possível. A disciplina nas escolas deve respeitar os direitos das crianças e nunca usar violência.
Artigo 29: Objetivos da educação
A educação das crianças deve ajudá-las a desenvolver plenamente suas personalidades, talentos e habilidades. Deve ensiná-las a entender seus próprios direitos e a respeitar os direitos, culturas e diferenças de outras pessoas. Deve ajudá-las a viver em paz e proteger o meio ambiente.
Artigo 30: Cultura, idioma e religião das minorias
As crianças têm o direito de usar seu próprio idioma, cultura e religião – mesmo que não sejam compartilhados pela maioria das pessoas no país em que vivem.
Artigo 31: Descanso, brincadeiras, cultura e artes
Toda criança tem o direito de descansar, relaxar, brincar e participar de atividades culturais e criativas.
Artigo 32: Proteção contra o trabalho prejudicial
As crianças têm o direito de ser protegidas contra a realização de trabalhos perigosos ou prejudiciais à sua educação, à sua saúde ou ao seu desenvolvimento. Se as crianças trabalham, elas têm o direito de ter segurança e ser pagas de maneira justa.
Artigo 33: Proteção contra drogas prejudiciais
Os governos devem proteger as crianças de consumir, fabricar, transportar ou vender drogas nocivas.
Artigo 34: Proteção contra o abuso sexual
O governo deve proteger as crianças contra a exploração sexual e o abuso sexual, inclusive por pessoas forçando crianças a fazer sexo por dinheiro ou fazendo fotos ou filmes sexuais delas.
Artigo 35: Prevenção de venda e tráfico
Os governos devem garantir que as crianças não sejam sequestradas ou vendidas, ou levadas para outros países ou lugares para ser explorados (aproveitadas).
Artigo 36: Proteção contra a exploração
As crianças têm o direito de ser protegidas contra todas as formas de exploração, mesmo que não estejam especificamente mencionadas nesta Convenção.
Artigo 37: Privação de liberdade
As crianças acusadas de violar a lei não devem ser mortas, torturadas, tratadas com crueldade, colocadas na prisão para sempre ou na prisão com adultos. A prisão deve sempre ser a última escolha e apenas pelo menor tempo possível. As crianças privadas de liberdade devem ter ajuda legal e poder manter contato com a família.
Artigo 38: Proteção na guerra
As crianças têm o direito de ser protegidas durante a guerra. Nenhuma criança com menos de 15 anos pode se juntar ao exército ou participar da guerra.
Artigo 39: Recuperação e reintegração
As crianças têm o direito de obter ajuda se forem feridas, negligenciadas, maltratadas ou afetadas pela guerra, para que possam recuperar sua saúde e suadignidade.
Artigo 40: Crianças que violam a lei
As crianças acusadas de violar a lei têm direito a ajuda legal e tratamento justo. Deve haver muitas soluções para ajudar essas crianças a que se tornem bons membros de suas comunidades. A prisão deve ser apenas a última escolha.
Artigo 41: As melhores leis para crianças devem ser aplicadas
Se as leis de um país protegem os direitos das crianças melhor do que esta Convenção, essas leis devem ser usadas.
Artigo 42: Todos devem conhecer os direitos da criança
Os governos devem informar ativamente crianças e adultos sobre esta Convenção, para que todos saibam sobre os direitos das crianças.
Artigo 43 a 54: Como a convenção funciona
Esses artigos explicam como os governos, as Nações Unidas – incluindo o Comitê dos Direitos da Criança e o UNICEF – e outras organizações trabalham para garantir que todas as crianças desfrutem de todos os seus direitos.
5. Conheça os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (PNQEI) – volume 1, publicados em 2010, que tratam do ensino infantil das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos.
AQUI TEM A APOSTILA 12 !
6. Leia a pelo direito das crianças de zero a seis anos à Educação, 2006, e aprenda mais um pouco.
7. Busque na internet e conheça as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010).
AQUI TEM A APOSTILA 9! Tenho esse livro
8. Visite o portal do MEC e conheça a Política Nacional da Educação Infantil
AQUI TEM A APOSTILA 13!
Referências bibliográficas
AMIN, A. R. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. (coordenação) Curso de direito da criança e do adolescente: aspectos teóricos e práticos. – 7. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014.
ARAGÃO, M.; KREUTZ, L. Considerações acerca da Educação Infantil: história, representações e formação docente. In: Conjectura. v. 15. nr. 1. jan./abr. Caxias do Sul, 2010. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/download/174/165. Acesso em novembro de 2019.
BARROS, R. P.; COUTINHO, D.; MENDONÇA, R., 2016. Monitoramento e avaliação: desenhando e implementando programas de promoção do desenvolvimento infantil com base em evidências. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/programas/primeira-infancia/pdf-arquivos/avancos-do-marco-legal-da-primeira-infancia. Acesso em novembro de 2019.
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.
BRASIL. Casa Civil. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil. v. 1. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Política nacional de educação infantil. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Política de educação infantil no Brasil: Relatório de avaliação. Brasília, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional Pela Primeira Infância. (Versão Resumida), 2010, p. 18. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/01/PNPI-Resumido.pdf. Último acesso em novembro de 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. A educação infantil nos países do MERCOSUL: análise comparativa da legislação. Brasília, 2013.
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 12.796 de 2013. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm. Último acesso em julho de 2015.
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 13.005/2014. Plano Nacional de Educação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm. Acesso em julho de 2015.
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 13.257 de 2016. Marco Legal da Primeira Infância. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm. Acesso em novembro de 2019.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
CORSARO, W. Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
CRUZ, S. H. V. Ouvindo crianças: considerações sobre o desejo de captar a perspectiva da criança acerca da sua experiência educativa. Trabalho apresentado na 27ª Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, 2004.
CRUZ, S. H. V. A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008.
CURY, C. R. J. Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença. In: Cadernos de Pesquisa, n. 116, p. 245-262, julho/2002.
DALBOSCO, C. A. Educação natural em Rousseau: das necessidades da criança e dos cuidados do adulto. São Paulo: Cortez, 2011.
FRAZÃO, Dilva. Lev Vygotsky. Disponível em: https://www.ebiografia.com/lev_vygotsky/ Acesso em 29 jan. 2020.
FRAZÃO, Dilva. Santo Agostinho. Disponível em: https://www.ebiografia.com/santo_agostinho/ Acesso em: 29 jan. 2020.
GÓIS JUNIOR, E. “Movimento higienista” na história da vida privada no Brasil: do homogêneo ao heterogêneo. In: ConSCIENTIAE SAÚDE Rev. Cient. UNINOVE, São Paulo, v. 1, p. 47-52, 2002.
JOÃO, J. S. Crianças, professores e famílias: (co)protagonistas da Educação Infantil. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, 2009.
KUHLMANN JUNIOR, M. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 2010.
MALAGUZZI, Vila. Loris Malaguzzi. Disponível em: https://www.vilamalaguzzi.com.br/loris-malaguzzi. Acesso em: 29 jan. 2020.
MARTINS FILHO, A. J. Jeitos de ser criança: balanço de uma década de pesquisas com crianças apresentadas na ANPEd. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2010. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPEd. 35., 2010, Caxambu/MG. Anais Eletrônicos... Caxambu/MG: ANPEd, 2010.
NAZARIO, R. Narrativas das experiências de crianças pequenas no contexto de uma “casa lar” do município de Florianópolis – SC. 2011. Tese (Doutorado em Educação) - Centro de Ciências da Educação. Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2011.
NUNES, M. F. R. Educação Infantil no Brasil: primeira etapa da educação básica. Brasília: Fundação Orsa, 2011.
OLIVEIRA, Z. M. R. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
OLIVEIRA, Z. M. R. O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Biruta, 2012. Várias autoras.
QUEIROZ, E. C. Marco Legal Pela Primeira Infância: uma grande oportunidade. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/programas/primeira-infancia/pdf-arquivos/avancos-do-marco-legal-da-primeira-infancia. Acesso em novembro de 2019.
REIS, F. P. G.; CUNHA, D. O. Políticas públicas e a educação infantil brasileira: problemas, embates e armadilhas. Disponível em: http://books.scielo.org/id/j8gtx/pdf/pimenta-9788578791216-06.pdf. Acesso em novembro de 2019.
ROCHA, E. A. C. Por que ouvir as crianças? Algumas questões para um debate científico multidisciplinar. In: CRUZ, Silvia Helena Vieira (org.). In: A escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008.
SALGADO, R. G.; FERRARINI, A. R. K.; LUIZ, G. M. Crianças mirando-se no espelho da cultura: corpo e beleza na infância contemporânea. In: Reunião anual da ANPEd 35, 2012.
SALLES, C. G. N. L. Infância e filosofia: um encontro possível? O que dizem as crianças. In: Reunião anual da ANPEd 32, 2009.
SARMENTO, M. J. Sociologia da infância: correntes e confluências. In: SARMENTO, M.; GOUVEA, M. C. S. (orgs.) Estudos da Infância: educação e práticas sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
SCHRAMM, S. M. O. A constituição do sujeito criança e suas experiências na pré-escola. In: Reunião anual da ANPEd 32, 2009.
SCHURMANN, H. Família Schurmann. Disponível em: http://schurmann.com.br/heloisa-schurmann/ Acesso em: 29 jan. 2020.
SIQUEIRA, R. B.; CARVALHO, M. C. Literatura e cultura como convite aos professores. In: KRAMER, S.; NUNES, M.F.R.; CARVALHO, M.C. (orgs.). Educação Infantil: Formação e responsabilidade. 1. ed. – Campinas, SP: Papirus, 2013.
VELLOSO, A. C. F. A Roda dos Expostos. Disponível em: https://www.santacasasp.org.br/upSrv01/up_publicacoes/4639/10750_Texto%20do%20Dr.%20Augusto%20C.%20F.%20Velloso%20-%20Sobre%20a%20Roda%20dos%20Expostos.pdf.Acesso em: 17 jan. 2020.
 
Definição
 
Apresentação dos conceitos sobre a infância e sua construção prática a partir do 
século XIX.
 
Propósito
 
Reconhecer a evolução histórica dos conceitos de infância para identificar a criança 
atual como um ser competente, ativo e sujeito de 
direitos.
 
Objetivos
 
 
·
 
Módulo 1
 
Identificar as concepções existentes sobre a infância nos séculos XIX e XX
.
 
 
Definição 
Apresentação dos conceitos sobre a infância e sua construção prática a partir do 
século XIX. 
Propósito 
Reconhecer a evolução histórica dos conceitos de infância para identificar a criança 
atual como um ser competente, ativo e sujeito de direitos. 
Objetivos 
 
 Módulo 1 
Identificar as concepções existentes sobre a infância nos séculos XIX e XX.

Continue navegando