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Sheila Prates – 93 Ortodontia I Diastemas Anteriores Diastema entre incisivos centrais superiores é comum na dentição mista. Preocupa pais e pacientes devido a estética podendo causar problemas psicológicos. A maioria dos espaçamentos fecham espontaneamente com a erupção dos caninos permanentes. Os problemas encontrados em pacientes são relacionados a Estética, Fonética e Função. DEFINIÇÃO: Diastema é a condição em que espaços ou ausência de contato podem ocorrer entre dois ou mais dentes consecutivos, tanto no arco dental superior quanto no inferior e podem ser causados por diferentes fatores etiológicos Incidência CLASSIFICAÇÃO • Localizados – espaço excessivo em um ponto de contato (dois incisivos centrais, por ex.) • Generalizados – espaço excessivo em vários pontos de contato FATORES ETIOLÓGICOS 1. Durante o desenvolvimento normal 2. Deficiência de material dentário no arco 3. Impedimentos físicos 4. Artificiais DURANTE DESENVOLVIMENTO NORMAL ➢ Dentição decídua ✓ Arco tipo I de Baume – espaçamentos generalizados no arco, espaços primatas Como os dentes superiores são maiores que os inferiores, os superiores ocluem atrás dos dentes inferiores e o espaço primata será exatamente onde a ponta do canino está: a ponta do canino superior está na distal no canino inferior e a ponta do canino inferior está na mesial do canino superior. ➢ Dentição Mista ✓ Fase do patinho feio – a formação dos caninos comprime as raízes dos dentes laterais e esses comprimem as raízes dos centrais, fazendo com que as coroas se afastem, em leque, formando o diastema interincisal central. Então, deve-se apenas observar, a menos que tenha uma intercorrência. ➢ Dentição permanente Definição: oclusão dentária normal, é um complexo estrutural constituído fundamentalmente pelos dentes e ossos dos maxilares, caracterizado por uma relação normal dos chamados planos inclinados oclusais dos dentes que se encontram situados individual e coletivamente em harmonia arquitetônica com seus ossos basais e com a anatomia craniana, apresentando contatos proximais e posições axiais corretas e tendo associado e ele, crescimento, desenvolvimento, posição e correlação normal com todos os tecidos adjacentes. “Strang 1950” Idade (anos) % de casos 6 97 6-7 88 10-11 49 12-18 7 DEFICIÊNCIA DE MATERIAL DENTÁRIO ➔ Discrepância de tamanho dentário Incisivos estão com formatos diferentes de acordo com a anatomia, tanto os superiores quanto os inferiores. ➔ Dentes ausentes Ausencia dos incisivos laterais e quando há ausencia do elemento dentário, há discrepância óssea positiva. Agenesia Condições: o dente pode estar intraósseo ou dente ausente. ➔ Dentes ectópicos Dentes longos e finos nos centrais e formato conóide na lateral. Canino está com contato prematuro causando desgastes. Lado direito não apresenta dente lateral. ➔ Dentes extraídos Exodontia antecipada devido a vários fatores ou perda por trauma, pode acontecer um fibrozamento da mucosa e impede a irrupção do dente sucessor. ➔ Apinhamento Dentes fora de posição, não está no arco adequadamente e tem condição de apinhamento, também é considerado diastema. ➔ Comprimento do arco aumentado Paciente com dentes pequenos mas também é caso em que o paciente tem posicionamento de língua baixa, tendo força excedente de dentro pra fora, e não é equilibrada com os lábio. Quando há equilíbrio com os dois músculos, não há espaçamento. IMPEDIMENTOS FÍSICOS ➔ Dente decíduo retido Caso mais encontrado em anquilose de molar decíduo. Dente está sondado no osso e não faz movimento de erupção passiva e não esfolia naturalmente por reabsorção do sucessor permanente. Necessidade de exodontia. Quando há chave de oclusão molar e mesmo que a tendencia é da inclinação mesial desse dente, não é identificado porque a condição da chave de oclusão acaba sendo estável e o molar não conseque mesializar, mas mesmo assim deve tomar providências. ➔ Dentes extra-numerários Mesiodens – pode apresentar nessas três condições: divergência dos ápices radiculares; convergência dos ápices radiculares; paralelismo dos ápices. No caso em que há divergência de ápice convergência de coroa, o mesiodens está na situação invertida. Nos demais casos não e pode chegar à na cavidade bucal. Sempre tirar radiografia para fazer análise. Casos em que há inversão do mesiodens→ ➔ Freio labial anormal Entre os incisivos consegue identificar a parte ósse em formato de “pá”. Identificar tracionando o lábio para frente e para cima e observar se há presença de isquemia. ➔ Fusão imperfeita da pré-maxila Parte óssea em formato de “W”, sendo o meio a sutura palatina mediana. Deve-se fazer curetagem ao meio devido as fibras da sutura no espaçamento e não irá fechar. Fusão das duas maxilas. ➔ Presença de cistos Caso em que o cisto que causou movimentação inapropriada os dentes. ➔ Sobremordida exagerada A sobremedida normal é pelo menos 1/3 do dente, nesse caso há pelo menos a metade. Excesso de trespasse vertical, ocasionando uma sobremordida, o dente oclui em tecido mole e força a região da raiz pela palatina. Devido a essa força, os dentes sofrem movimento para vestibular, aumentando o overjet. ➔ Perda de dentes posteriores – casos em que, quando há perda dos posteriores, os dentes que ficam a frente se movimentam para distal, causando espaçamento na porção anterior. ARTIFICIAIS Expansão palatal rápida Casos em que a maxila seja atrésica e que precise aumentar o contorno dessa maxila para que o arco fique adequado e possa posicionar todos os dentes da arcada. Nesses casos, é preciso separar a sutura palatina mediana com aparelhos específicos. Disjuntor de Haas – aparelho ortopédico que promove separação da sutura palatina mediana. Foi verificado radiograficamente a linha de separação da sutura palatina. O aparelho é apoiado nos dentes e é mucosuportável devido a porção de acrílico. A abertura do aparelho promove a abertura da sutura palatina e assim, aumento da circunferência do arco e mais espaço para posição dos dentes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Exame: clínico e radiográfico Exame clínico • Espaço localizado ou generalizado • Medir os dentes • Ausência de dentes • Presença de sobremordida • Levantar o lábio superior e verificar presença de isquemia • Determinar, se possível, se o espaço está aumentado • Presença de hábitos • Tratamento ortodôntico prévio Exame radiográfico • Verificar fusão imperfeita da pré-maxila (linha média) • Presença de extra-numerários • Ausência congênita de incisivo lateral • Presença de lesões na linha média Diastema intericisal → freio labial (fazer exames para saber se há ou não relacionamento) Freio Labial ➢ Feixe de tecido fibroso que se insere na mucosa da face interna do lábio superior e se estende por cima da crista alveolar até a papila palatina. ➢ Desenvolve a partir do processo frontonasal aos 3 meses de vida intra-uterina ➢ Inserção ao nascimento é baixa tornando-se mais superior com a erupção dentária Diagnóstico • Teste isquêmico • Radiografia periapical TRATAMENTO Ortodôntico ➔ Removível ✓ Hawley ✓ Placas com grampos ✓ Placas modificadas ➔ Fixo Cirúrgico ➔ Frenectomia ➔ Frenotomia Aparelho Removível Utilizado quando os incisivos superiores apresentam coroas divergentes e ápice radicular convergente. Os aparelhos removíveis auxiliam apena na inclinação dos dentes e não funciona para dentes com raízes paralelas. As molas em “E” inclinam os dentes da distal para mesial. Aparelho Fixo Utilizado quando os incisivos superiores apresentam coroas e ápices radicular paralelos. É sondados um acessório (tubo horizontal) nas bandas e porele, passa um fio elástico que forçam os dentes a se movimentar para mesial, fechando o diastema. Não inclina a raiz e nem a coroa. NÃO pode colocar simplesmente um elástico entre os dentes. O elástico desliza na coroa que é convergente e assim, pode subir em direção cervical e ir destruindo o osso radicular. Na ortodontia corretiva, quando há espaçamento indevido ou exodontia, pode-se colocar alça específica que promove o fechamento do espaço. Depois de removido o aparelho, faz uma contenção de acrílico, encostando em todos os dentes pela palatina e um arco labial que vai de molar a molar. ❖ Frenectomia – remoção completa de tecido fibroso em sua origem ❖ Frenotomia – remoção parcial de tecido fibroso e reinserção mais apical Cirurgia Meister – caninos apresentem metade de suas coroas na cavidade oral Dewel – frenectomia precoces podem resultar numa formação cicatricial, que impede o movimento mesial dos incisivos Proffit – frenectomias antes do tratamento ortodôntico estão contra- indicado Conclusão ✓ Deve-se saber que existem fases normais do desenvolvimento dentário onde há espaçamento entre os dentes ✓ É necessário conhecer os fatores etiológicos dos diastemas para poder diagnosticar e estabelecer o tratamento correto ✓ Deve-se aguardar a erupção dos caninos permanentes para, se necessário, indicar a frenectomia.
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