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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE Meu nome é Marcela Bassoli. Sou Mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Sou formada em Biblioteconomia e Ciência da Informação também pela mesma instituição. Durante o mestrado desenvolvi pesquisas voltadas para as análises bibliométricas e tenho experiência na elaboração de indicadores e análises de produtividade de Programas Pós-Graduação. Atuo como consultora em Programas de Pós-Graduação Strictu Senso desde 2014, e sou tutora do Claretiano − Centro Universitário desde 2018. E-mail: marcelabassoli@claretiano.edu.br Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Marcela Bassoli Batatais Claretiano 2019 ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE © Ação Educacional Claretiana, 2019 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Milan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 025.04 B323a Bassoli, Marcela Arquitetura da Informação e usabilidade / Marcela Bassoli – Batatais, SP: Claretiano, 2019. 120 p. ISBN: 978‐85‐8377‐596‐6 1. Arquitetura da Informação. 2. Usabilidade. 3. Tecnologia da Informação. 4. Ambientes informacionais digitais. 5. Ciência da Informação. I. Arquitetura da Informação e usabilidade. CDD 025.04 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Arquitetura da Informação e Usabilidade Versão: ago./2019 Formato: 15x21 cm Páginas: 120 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 14 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 20 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 20 5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 21 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 25 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 26 2.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................................. 26 2.2. A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELATOS........ 31 2.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................. 34 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 37 3.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................................ 37 3.2. ARQUITERURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELATOS .......... 38 3.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ................ 39 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 40 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 41 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 42 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 43 UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 47 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 47 2.1. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS .................................................................. 48 2.2. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS ................................................................................................. 52 2.3. METODOLOGIAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ........................... 59 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 65 3.1. O MODELO SERVQUAL ............................................................................ 65 3.2. AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS .............................................. 66 3.3. METODOLOGIAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ............................ 67 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 68 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 70 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 71 UNIDADE 3 – PROCESSOS E PRÁTICAS PARA APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 75 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 75 2.1. AVALIAÇÃO DE ELEMENTOS DE ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO .... 76 2.2. A METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS ................................................................................... 81 2.3. OS COMPONENTES DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO NA WEB ... 85 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 92 3.1. ACESSIBILIDADE E USABILIDADE DE AMBIENTES DIGITAIS................. 92 3.2. DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS ..... 93 3.3. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E CATEGORIZAÇÃO .............................. 94 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 95 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 97 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 98 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 98 UNIDADE 4 – O CONSÓRCIO W3C E O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................101 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 101 2.1. ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM WEBSITES ............................................ 101 2.2. O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS (GED) .............. 106 2.3. ASPECTOS COMPLEMENTARES DA PESQUISA EM USABILIDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL ....................................................................... 108 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 113 3.1. ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM WEBSITES ............................................ 113 3.2. O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS (GED) .............. 114 3.3. ASPECTOS COMPLEMENTARES DA PESQUISA EM USABILIDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL ....................................................................... 115 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 116 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 117 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 118 9 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo A disciplina “Arquitetura da Informação e Usabilidade” visa no contexto do curso compreender os fundamentos e as funções dos processos de Arquitetura da Informação e Usabilidade dos serviços nas unidades de informação. Assim, traz o conceito de qualidade sob a ótica da usabilidade. Avaliação do atendimento das necessidades e dos níveis de satisfação dos usuários. Mé- todos e técnicas qualitativos para a medição e a avaliação das condições de usabilidade. Princípios básicos da Arquitetura da Informação. Metodologia e métodos dentro da Arquitetura da Informação. Práticas de aplicação da Arquitetura da Informa- ção. Processos de gerenciamento da informação. O profissional da Arquitetura da Informação. A Arquitetura da informação em ambientes informacionais digitais. Introdução e estudo dos con- ceitos, tipologias, práticas e características da Arquitetura da Informação e do relacionamento e interação homem-internet. Constitui princípios de design e arquitetura da informação para ambientes digitais. Apresenta o Consórcio W3C. Bibliografia Básica CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011. HAYES, B. E. Medindo a satisfação do cliente: desenvolvimento e uso de questionários. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. SOLOMON, M. R. O Comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. Porto Alegre: Bookman, 2010. 10 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Bibliografia Complementar BRITO, J. F.; MATIAS, M. R. Biblioteca digital de teses e dissertações do ibict: uma análise sob a ótica da arquitetura da informação. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 22, n. 2, p. 285-299, abr./jul., 2017. Disponível em: <https://revista. acbsc.org.br/racb/article/view/1346/pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. LEITE, B. P. C.; RIBEIRO, C. J. S. Contribuições da arquitetura da informação para o projeto de um repositório institucional. Revista Informação na Sociedade Contemporânea, p. 1-20, jun. 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/informacao/article/ view/12277>. Acesso em: 19 abr. 2019. OLIVEIRA, H. P. C; VIDOTTI, S. A. B. G; BENTES, V. Arquitetura da informação pervasiva [online]. São Paulo: UNESP, 2015. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/6cn9c> . Acesso em: 19 abr. 2019. REIS, G. A. Centrando a arquitetura de informação no usuário. 2007. 250f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http:// www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-23042007-141926/publico/ GuilhermoReisCentrandoArquiteturadeInformacaonousuario.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. SILVA, H. S.; VIEIRA, D. V.; LAZZARIN, F. A. R. A importância da arquitetura da informação para fins de recuperação da informação nas perspectivas dos sistemas de navegação e busca. Folha de Rosto, v. 3, n. esp., p. 85-95, 2017. Disponível em: <https://periodicos. ufca.edu.br/ojs/index.php/folhaderosto/article/view/252/174>. Acesso em: 19 abr. 2019. É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se- lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu- ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató- rios, para efeito de avaliação. 11© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Arquitetura da Informação e Usa- bilidade, por meio do qual você obterá informações úteis para uma ampla atuação em sua futura profissão e para as atividades complexas que virão. Por isso, procuramos elaborar um conteúdo capaz de es- clarecer fundamentos essenciais sobre a Arquitetura da Informa- ção e Usabilidade, de modo que você, como futuro bibliotecário, tenha subsídios para desenvolver atividades relacionadas a essa área, bem como possa desenvolver um pensamento crítico e es- tratégico diante das necessidades de estruturação de ambientes digitais e de gestão da informação digital. Aquele profissional que desenvolver competências e ha- bilidades para a construção eficiente de estruturas digitais, que atendam as reais necessidades dos usuários, terá vantagem diante daqueles que não as desenvolverem. Essa obra, então, tem como objetivo garantir a você condi- ções de compreender os principais conceitos relacionados a essa temática, sob a ótica da Biblioteconomia, mas também transi- tando entre as áreas de Ciência da Computação e da Ciência da Informação. O que é Arquitetura da Informação? E usabilidade? Primeiramente, podemos refletir: em quais contextos, até aqui, nos deparamos com o termo arquitetura da informação? Talvez, no decorrer do curso, você tenha o encontrado ao estu- dar gestão da informação digital, sistemas de informação ou o tenha visto apenas em outras situações, externas ao curso. Juntos, veremos que esse termo está diretamente relacio- nado à forma como a informação deve ser delineada e estrutura- 12 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO da para que seu acesso seja eficiente e responda as necessidades dos usuários. Para Camargo e Vidotti (2011, p. 44): A arquitetura da informação é uma área do conhecimento que oferece uma base teórica para tratar aspectos informacionais, estruturais, navegacionais, funcionais e visuais de ambientes in- formacionais digitais por meio de um conjunto de procedimen- tos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no aumento da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos. Juntos, analisaremos os aspectos teóricos pertinentes a estruturação e funcionalidade de ambientes informacionais di- gitais, e também os aspectos práticos do desenvolvimento desse tipo de ambiente. Vamos iniciar então, nossa jornada rumo à compreensão dessa área do conhecimento!Você está preparado? Nossa percepção sobre os ambientes digitais – sejam eles sites, bases de dados, redes sociais etc. – e a forma como as in- formações estão dispostas neles pode variar conforme os conhe- cimentos que temos sobre informática, sistemas de informação, acessibilidade, recuperação de informação e uma série de outras particularidades. Nesse sentido, quanto mais aprofundado forem os seus estudos e conhecimento, maior e mais eficiente será a análi- se profissional que você será capaz de fazer desses ambientes. Ou seja, um bibliotecário que se depare com a necessidade de aprimorar os ambientes digitais de sua unidade de informação, mas que não tenha familiaridade com a área de arquitetura da informação, possivelmente terá dificuldades de resolver os pro- blemas de forma eficiente. Já o profissional que tenha esses co- nhecimentos específicos poderá exercer essa função de maneira eficiente e eficaz, tendo então, maior sucesso. 13© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Na Unidade 1 dessa obra, você encontrará aspectos in- trodutórios e os fundamentos essenciais sobre a Arquitetura da Informação. Vamos analisar o surgimento dessa área, seus obje- tivos iniciais e o relacionamento com outras áreas do conheci- mento. Além disso, você encontrará o conceito de usabilidade, e entenderá como ele está diretamente relacionado com a aplica- ção de uma arquitetura da informação adequada. A compreensão das origens e dos aspectos teóricos dessa temática terá um papel chave no desenvolvimento do seu pen- samento crítico e do seu desempenho na aprendizagem dos con- teúdos mais aprofundados dessa área. É por isso que, ainda que durante o decorrer desses estudos, você se depare com conhe- cimentos específicos advindos de outras áreas da informação, é essencial que você os compreenda bem antes de iniciar os pró- ximos estudos. Na Unidade 2 estão apresentados os conceitos diretamente relacionados aos usuários desses ambientes informacionais digi- tais, e também as suas necessidades. Você aprenderá como ava- liar a usabilidade desses ambientes e a satisfação dos usuários, sob a ótica dos estudos de usuários, bem como saber aplicar os questionários e outros métodos avaliativos. E então, através des- ses conteúdos, você será estimulado a analisar de maneira crítica a eficiente esses ambientes digitais, e compreenderá que, assim como em outros contextos relacionados à Biblioteconomia, os serviços informacionais eficazes são aqueles que atendem às ne- cessidades especificas dos usuários da unidade de informação. Uma vez que compreendermos nas Unidades 1 e 2 os prin- cípios básicos relacionados a Arquitetura da Informação e a Usa- bilidade, veremos na Unidade 3 alguns processos e práticas para a aplicação desses princípios, tanto num contexto geral, quan- to sob a ótica da Biblioteconomia. Neste momento, espero que você seja capaz de refletir sobre as dificuldades e limitações des- 14 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO sas atividades e da necessidade, às vezes inevitável, da criação de equipes com profissionais de formações multidisciplinares para uma boa execução desses projetos. Na Unidade 4 nos aprofundaremos em assuntos relacio- nados ao efetivo design desses ambientes. Compreenderemos então, aspectos inerentes do desenvolvimento de ambientes di- gitais, e por fim aprenderemos sobre o Consórcio W3C, o Geren- ciamento Eletrônico de Documentos e outras particularidades da Arquitetura da Informação e Usabilidade no Brasil. Ao final dos estudos dessa obra, esperamos que você tenha adquirido conhecimentos suficientes a respeito da Arquitetura da Informação e Usabilidade, para que a sua atuação profissio- nal seja diferenciada e completa. Tenha em mente, contudo, que a internet e os ambientes digitais estão em constante mudança e que você deverá estar atento a essas mudanças se quiser se manter preparado para lidar com esses desafios. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí- nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) Acessibilidade: a característica de facilidade de aces- so, ou uso, de quaisquer ambientes (físicos ou digitais) por qualquer pessoa em qualquer contexto (TORRES et al., 2002 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 2) Arquitetura da Informação: área de estudo que visa tratar os aspectos informacionais, estruturais, navega- cionais, funcionais e visuais de ambientes informacio- nais digitais (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 15© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 3) Arquitetura Web: tecnologias e princípios básicos estruturais para o funcionamento de websites (W3C BRASIL, 2019). 4) Banco de dados: uma coleção de arquivos que contêm grande volume de dados e registros (que podem ser a respeito de coisas, pessoas, lugares, instituições etc.) e que proporciona fácil manipulação desses dados (BO- NIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014). 5) Biblioteca digital: a biblioteca onde o acervo é dispo- nibilizado em formatos digitais (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 6) Ciência da Computação: é a ciência que estuda o com- putador. Se dedica a estudar o funcionamento físico e lógico de um computador (VELLOSO, 2004 apud BO- NIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014). 7) Ciência da Informação: campo científico que estuda a coleta, análise, armazenamento, manipulação, clas- sificação, recuperação e disseminação da informação (BORKO, 1968 apud ROCHA; SOUSA, 2010). 8) Consórcio W3C: o Consórcio World Wide Web (W3C) é um consórcio internacional no qual organizações fi- liadas, uma equipe em tempo integral e o público tra- balham juntos para desenvolver padrões para a Web (W3C BRASIL, 2019). 9) CSS: é um mecanismo utilizado para descrever a apa- rência dos elementos HTML, usado para determinar estilos como cores, fontes e espaçamentos em páginas da internet (W3C BRASIL, 2019). 10) Design: “[...] a concepção de produtos como forma de resolução de problemas” (HIRATSUKA, 1996, p. 26). 16 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 11) Empatia: a capacidade de compreensão emocional de um objeto, pessoa ou serviço (COOK; HEATH; THOMP- SON, 2000; SAMPAIO et al., 2004 apud OLIVEIRA, 2013). 12) Engenharia de Usabilidade: área da computação que estuda as especificações e desenvolvimento de soft- wares visando à adequação as necessidades dos usuá- rios (QUEIROZ, 2001 apud COSTA; RAMALHO, 2010). 13) Ergonomia: a área que estuda as interações entre hu- manos e máquinas (MICHAELIS, 2019). 14) Formatos de marcação: também conhecidos como metaformatos são formatos genéricos que podem ser utilizados na elaboração de linguagens específicas sem que haja necessidade de reinventar a sintaxe (W3C BRASIL, 2019). 15) GED: Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos, área da administra- ção que visa armazenar, recuperar e manter a integri- dade de documentos digitais das organizações (MACE- DO, 2003). 16) Hardware: é o termo usado para fazer referência à par- tes físicas dos equipamentos, no caso de computado- res, são usados na entrada, processamento e saída de informações (BONIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014). 17) HTML: é uma das linguagens mais utilizadas na pro- gramação para o desenvolvimento estrutural de sites e páginas na internet (W3C BRASIL, 2019). 18) IBICT: é o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Órgão brasileiro de informação, vincula- do ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 17© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO que realiza estudos no campo da ciência da informa- ção e temas relacionados (IBICT, 2019). 19) Interoperabilidade: a possibilidade de um determina- do sistema seja ele digital ou não, de se comunicar de forma transparente e eficiente com outro sistema (se- melhante ou não) (W3C BRASIL, 2019). 20)Metodologia qualitativa: método de pesquisa que visa compreender e interpretar comportamentos, padrões ou fenômenos (ROCHA; SOUSA, 2010). 21) Metodologia quantitativa: método de pesquisa utili- za técnicas estatísticas para o levantamento, análise e mensuração de dados (ROCHA; SOUSA, 2010). 22) OAIS: Open Archival Information System, é um mode- lo de referência de padrões arquivísticos de dados em formato digital (THOMAZ; SANTOS, 2003). 23) Periódicos eletrônicos científicos: publicações seria- das, de periodicidade definida, de acesso aberto ou via assinatura, de artigos científicos (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 24) Procedimentos: as políticas, métodos, padrões e re- gras pré-estabelecidos para o funcionamento das coi- sas (STAIR, 1998 apud COSTA; RAMALHO, 2010). 25) Protocolo: para a ciência da computação, é uma con- venção que determina as regras e procedimentos de comunicação entre hardwares e softwares (W3C BRA- SIL, 2019). 26) RDF: uma linguagem que tem por objetivo criar mode- los simples de dados, por meio dos metadados, para descrição conceitual e modelagem de informações em sites (BREITMAN et al., [20-?]). 18 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 27) Recuperação da Informação: a área que lida com ar- mazenamento de documentos e a recuperação de do- cumentos (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 28) Repositórios Digitais: sistemas de armazenamento de arquivos digitais. Seus arquivos podem ser pesquisa- dos e recuperados para uso posterior. Um repositório suporta mecanismos de importação, exportação, iden- tificação, armazenamento e recuperação de arquivos (THOMAZ, 2007). 29) SciELO: Scientific Electronic Library Online, é uma bi- blioteca digital de livre acesso com publicações digitais de periódicos científicos de diversas áreas. 30) Script: é um tipo de código de programação que não precisa de pré-processamento para ser executado. É frequentemente utilizado por navegadores na leitura das páginas da Web (W3C BRASIL, 2019). 31) Semântica: o sentido das palavras e das interpretações de seus usos. 32) Sense-making: no português, “criação de sentido”, é uma técnica para aplicação de estudos qualitativos que engloba o trinômio situação-lacuna-uso (PEREIRA, 2002 apud ROCHA; SOUSA, 2010). 33) Sistema informacional: é um sistema em que os ele- mentos são os dados, e ao serem organizados, intera- gem formando informações (BATISTA, 2004 apud CA- MARGO; VIDOTTI, 2011). 34) Sistema: um conjunto de elementos que ao serem organizados, interagem formando algo maior e mais complexo (BATISTA, 2004 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011). 19© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 35) Software: é a parte lógica do computador, que con- tém as instruções para o desempenho dos circuitos eletrônicos de hardware, são os programas que fazem os computadores funcionar (STAIR, 1998 apud COSTA; RAMALHO, 2010; BONIATI; PREUSS; FRANCISCATTO, 2014). 36) Tangibilidade: característica de que algo pode ser to- cado, mensurado, tangível. 37) URL: em inglês Uniform Resource Locator, e em portu- guês “localizador padrão de recursos”; é o termo técni- co atribuído para o que nós conhecemos como link, ou endereço da internet (W3C BRASIL, 2019). 38) Usabilidade: é a característica que define a eficiência do uso de uma ferramenta, ou objeto, na realização de determinada função (TORRES; MAZZONI, 2004). 39) Usuário: qualquer indivíduo no contexto do uso de ambientes informacionais e de serviços de informa- ção. O cliente das unidades de informação. 40) Web Semântica: é a organização da informação digital, de modo que seja legível a computadores e máquinas. Um dos padrões utilizados para sua organização é o RDF (W3C BRASIL, 2019). 41) XML: uma linguagem que fornece modos simplificados e padronizados para a representação de informação. Utiliza referências cruzadas e categorização hierárqui- ca (W3C BRASIL, 2019). 20 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei- tos mais importantes deste estudo. Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Arquitetura da Informação e Usabilidade. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 21© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE CONTEÚDO INTRODUTÓRIO LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. Arquitetura da informação: base para a Gestão do Conhecimento. In: TARAPANOFF, K. O. (Ed.). Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT, 2006. p. 241-255. OLIVEIRA, S. V. W. B. Gestão de serviços. Batatais: Claretiano. 2013. ROCHA, E. C.; SOUSA, M. F. E. Metodologia para avaliação de produtos e serviços de informação. Brasília: IBICT, 2010. 5. E-REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura da informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p. 60-72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pgc/ article/view/10827/6075>. Acesso em: 19 abr. 2019. AQUINO, M. C. Um resgate histórico do hipertexto? O desvio da escrita hipertextual provocado pelo advento da Web e o retorno aos preceitos iniciais através de novos suportes. Razón y palabra, v. 52, p. 1-15, 2006. Disponível em: <https://dialnet. unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2162419>. Acesso em: 19 abr. 2019. BRASIL. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia − IBICT. Sobre o IBICT. 2019. Disponível em: <http://www.ibict.br/sobre-o-ibict-1>. Acesso em: 19 abr. 2019. BONIATI, B. B.; PREUSS, E.; FRANCISCATTO, R. Introdução à informática. Frederico Westphalen: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, 2014. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/cafw/ tecnico_agroindustria/introducao_informatica.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. BREITMAN, K. et al. Publicação de dados governamentais no padrão linked data. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, [20-?]. Disponível em: <http://www.w3c.br/cursos/dados-abertos/curso/Parte-2-Modulo-2-RDF.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. COSTA, L. F.; RAMALHO, F. 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Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/30366858.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. MICHAELIS. Dicionário brasileiro da Língua Portuguesa: ergonomia. 2019. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/ ergonomia/>. Acesso em: 19 abr. 2019. REZENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação & Sociedade, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2010. Disponível em: <http://www. periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/340/262>. Acesso em: 19 abr. 2019. THOMAZ, K. P. Repositórios digitais confiáveis e certificação. Arquivística.net, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 80-89, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/05/pdf_fed0720dbb_0010726.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. THOMAZ; K. P.; SANTOS, V. M. Metadados para o gerenciamento eletrônico de documentos de caráter arquivístico − GED/A: estudo comparativo de modelos e formulação de uma proposta preliminar. 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Conteúdos • Panorama histórico e conceitos de Arquitetura da Informação de acordo com a literatura científica da área. • Os conceitos relacionados ao tema e a relevância dessa área na atualidade. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi- bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na 24 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; faça resumos destacando os principais pontos das unidades, e esclareça suas dúvidas com colegas ou com o tutor da disciplina. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteú- do Digital Integrador e mantenha-se atento às mudanças e às novidades da área mesmo após finalizar os seus estudos. 25© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo! Você está preparado? A sociedade como conhecemos e na qual estamos inseri- dos, é chamada de Sociedade da Informação por razões específi- cas. Lidamos em nosso dia a dia com uma avalanche de informa- ções: seja no trabalho, na faculdade e até mesmo nos momentos de recreação. O acesso e o uso dessas informações influenciam diretamente nossos comportamentos, negócios, posicionamen- tos políticos, crenças e ideologias. No entanto, nem todas as informações chegam até nós da mesma maneira, nem são compreendidas pelas pessoas da mes- ma forma. Os conceitos de acessibilidade, usabilidade e recupe- rabilidade são conceitos-chave para o bom aproveitamento do potencial informacional que está disponível na atualidade. Se nós, enquanto cidadãos dessa sociedade, valorizamos as informações que nos são apresentadas de maneira confiável, em formatos (sejam físicos os digitais) de fácil acesso e de fácil manuseio, qual a nossa responsabilidade nessa organização, en- quanto profissionais da informação? A resposta para esse questionamento encontra-se pautada na Arquitetura da Informação, que tem como papel influenciar na estética dos sistemas de informação (e pense, por enquanto, em todos os tipos de sistemas), bem como facilitar e agilizar o acesso e uso dessas informações e desses sistemas. Nessa unidade, vamos transitar entre as origens e etapas de desenvolvimento dessa área de conhecimento, compreen- dendo os aspectos históricos, teóricos e metodológicos que per- meiam o surgimento dessa área e sua consolidação. 26 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO A história da Arquitetura da Informação se iniciou há mais de cem anos, num movimento que envolveu diversas áreas, es- pecialmente design, computação, ergonomia, usabilidade; e suas práticas estão sendo disseminadas muito antes do termo em si ser popularizado (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Nessa obra, não temos a pretensão de apresentar de for- ma detalhada todos os movimentos e estudos que resultaram nessa abordagem para o tratamento de sistemas informacionais. Contudo, existem alguns eventos e pesquisadores relevantes, que precisam ser mencionados. Inicialmente, é importante destacar que o termo “Arquite- tura da Informação” foi popularizado em 1976, por Richard Saul Wurman, e foi cunhado para descrever o tratamento da infor- mação aliando ciência e arte, com a finalidade de facilitar o seu acesso pelos usuários (CAMARGO; VIDOTTI, 2011; ALBUQUER- QUE; LIMA-MARQUES, 2011). Além disso, convém dizer que existem duas áreas que são essenciais para o desenvolvimento da Arquitetura da Informa- ção: a área de Design e, também, a Arquitetura (tradicional). Nesse sentido, o Design contribui essencialmente por meio da perspectiva do tratamento visual das informações, enquanto as 27© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO concepções e noções de Arquitetura se relacionam ao desenvol- vimento de projetos e construção de ambientes. Há, na área de Design, um campo ainda mais específico, que é bastante aplicado e aproveitado pela Arquitetura da In- formação, que é o chamado design de informação. Sobre esse campo, Camargo e Vidotti (2011, p. 23) afirmam que: O design de informação, também conhecido como infodesign, é uma área do design gráfico que visa tratar a informação visual. O design gráfico estrutura e formata a informação visual, tra- tando a relação entre imagem e texto. Em relação à visão que Wurman tinha para as necessida- des de organização da informação e para as características da arquitetura tradicional, fica claro que, Wurman via a arquitetura como a ciência e a arte da criação de uma “instrução para organização de espaços”. Entendia os pro- blemas de reunião, organização e apresentação da informação com análogos aos de um arquiteto ao projetar um edifício que serviria às necessidades de seus ocupantes [...]. A arquitetura da informação seria uma expansão da profissão da arquitetu- ra, porém aplicada a espaços de informação. (WURMAN, 1996 apud LIMA-MARQUES; MACEDO, 2006, p. 244). Isso é claro, considerando como espaços de informação tanto os catálogos de bibliotecas, quanto os bancos de dados e sistemas informacionais digitais. Durante a década de 1950, alguns estudos destacavam os desafios relacionados ao grande volume de informações que es- tavam sendo produzidas e publicadas. Vannevar Bush enquan- to estudava a incapacidade da leitura e memorização de todo o montante de publicações de uma área de pesquisa, imaginou e descreveu o funcionamento de uma máquina que ele chamou de Memex, que pode ser vista na Figura 1. 28 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Fonte: Bush (1945 apud HACKING HISTORY, 2019). Figura 1 Memex. O Memex, conforme previsto por Vannevar Bush, seria um dispositivo eletromecânico de armazenamento de documentos, por meio do qual, com o uso de códigos mnemônicos e de asso- ciação (armazenados no próprio aparelho) diversos documentos poderiam ser recuperados e acessados rapidamente com um simples toque(BUSH, 1945 apud LARA-FILHO, 2003). Por meio de uma variedade de mecanismos e alavancas, os documentos e suas informações poderiam ser consultados e então reagrupados formando o que Bush chamou de trilhas de associação. Uma consulta de um assunto específico resultaria na recuperação de uma série de documentos, e o pesquisador poderia incluir comentários e estabelecer ligações entre esses documentos, construindo essa trilha, que ficaria registrada para consultas posteriores. Esse conceito é considerado o precursor do conceito de hipertexto (BUSH, 1945 apud LARA-FILHO, 2003). 29© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Ou, em outras palavras, Vannevar Bush pensava, [...] na necessidade de substituir os métodos existentes de dis- ponibilização e recuperação de informações ligadas especial- mente à pesquisa acadêmica, que eram lineares, por sistemas de indexação e arquivamento que funcionassem por associação de ideias, seguindo o modelo de funcionamento da mente hu- mana (COHEN, 2000). Mas, como bem pontuou Rezende (2010, p. 2), [...] para a época, as ideias de Bush não passavam de sonhos, projeções, utopias, uma vez que o estágio tecnológico daquele período não fornecia respaldo suficiente para lhes sustentar o voo. Nos anos 1960, dentro dos limites de tecnologias dispo- níveis, diversos dispositivos e protótipos foram propostos para facilitar a interação entre o homem e os computadores. Surgi- ram válvulas, circuitos integrados, até os transistores de silício e, posteriormente, os sistemas de multiprogramação, sistemas de multiusuários, sistemas de gerenciamento de banco de dados, bibliotecas de software etc. (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Camargo e Vidotti (2011) afirmam que foi depois da ampla automatização dos sistemas de informação que a Arquitetura da Informação foi mais valorizada. Entre as décadas de 1950 e 1980 os sistemas de administra- ção de banco de dados foram sendo implantados massivamente e utilizados em grandes organizações para o aproveitamento de seus recursos, numa forma de investimento que resultassem em uma vantagem competitiva diante de seus concorrentes. Naque- le momento, Os sistemas começaram a dar altos custos de manutenção [...]. Por meio de estudos, a administração executiva verificou que não havia lugar único de armazenamento de informações bási- 30 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO cas de clientes, produtos, faturas e outras informações relevan- tes, e, reconhecendo, então, a natureza crítica do problema de dados, começou a construir um novo planejamento de sistemas de informação nos anos 90 (BRANCHEAU et al., 1989 apud CA- MARGO, VIDOTTI, 2011, p. 25). O surgimento de computadores pequenos, ágeis e com grande capacidade de memória, é datado de 1973, enquanto é de 1975, o registro do surgimento das redes globais e locais de computadores, bem como o uso de microprocessadores e produtos inteligentes por sistemas. Ainda, nesse período, fo- ram desenvolvidos os hardwares de baixo custo, as tecnologias orientadas a objetos, os softwares de inteligência global e até a conhecida rede neural artificial. Outro importante conceito que surgiu nessa década é o de Human-Computer Interaction (HCI) ou Interação Humano-Com- putador (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Contudo, foi em 1981, que Moran apresentou formalmente uma definição para a interface de um sistema, na qual o usuário tem contato físico, perceptivo ou conceitual com um sistema computacional ou parte dele. A HCI ou a Interação Humano-Computador compreende o termo estabelecido para definir esta nova área, cujo foco é não apenas o desenvolvimento do projeto da interface em si, mas o estudo direcionado de todos os aspectos relacionados a esta interação estabelecida entre os usuários e os sistemas (MORAN, 1981; PREECE et al., 1994 apud PRATES; BARBOSA, 2007). Ainda na década de 1980, por conta do aumento significati- vo da complexidade dos sistemas de informação utilizados pelas organizações, foi quando a Arquitetura da Informação teve seu espaço ampliado, especialmente, no que diz respeito ao controle dessas interfaces e da necessidade de integração entre todos os elementos dos sistemas computacionais. Nessa época, também, 31© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO surgiram estudos focados na interação, ergonomia e projeto, en- tre as ferramentas e os indivíduos (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Com as leituras propostas no Tópico 3. 1., você pode aprofundar os seus estudos a respeito do panorama histórico do surgimento e desenvolvimento da Arquitetura da Informa- ção. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.2. A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRE� LATOS Até agora você pode compreender um pouco o desenvol- vimento histórico dessa área do conhecimento. Mas, você já consegue entender, como por exemplo, como a Ergonomia se relaciona com a Arquitetura da Informação? Por definição, ergonomia é: 1 Estudo científico da engenharia industrial, em conjunto com anatomistas, fisiologistas e psicólogos, para estudar a relação do homem com as máquinas em seu ambiente de trabalho. Até a década de 1970 se voltava mais para a interação homem-má- quina e atualmente é voltado para a interação homem-compu- tador. 2 Adequação da tecnologia, da arquitetura e do desenho industrial em benefício do trabalhador e de suas condições ideais de trabalho (MICHAELIS, 2019). Para Moraes (1994 apud HIRATSUKA, 1996) os estudos acerca da ergonomia tiveram origem durante a 2ª Guerra Mun- dial e estiveram sempre relacionados com as ações e os estudos voltados ao desenvolvimento tecnológico. 32 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Ainda que haja mudanças nos tipos de conflitos existentes dentro do sistema homem-tarefa-máquina ao longo dos anos, um ergonomista, [...] trata de estudar e propor melhorias para adequar novos sistemas, formas de organizar o trabalho, controles automatiza- dos, programas informatizados, produtos interativos, espaços urbanos, às características físicas, psíquicas e cognitivas do tra- balhador/operador/usuário/consumidor (MORAES, 1994 apud HIRATSUKA, 1996, p. 5). Assim, faz sentido que, neste período que marca o surgi- mento dos primeiros sistemas computacionais, os métodos da ergonomia tenham sido aplicados para os estudos de desenhos desses sistemas informacionais, analisando e propondo melho- rias desde a forma e disposição das peças de um teclado, até em aspectos operacionais e sociais de seus usuários. Tendo em vista os métodos ergonômicos, empresas com as quais estamos familiarizados até hoje, como a Xerox PARC, a Apple e outras, entraram no mercado de sistemas e tecnologias digitais e começaram a desenvolver uma série de produtos pen- sados de maneira direta para o uso individual, é claro que, com capacidade de processamento e memória adequados às necessi- dades e potencialidades dos hardwares da época, mas também com telas, teclados e mouses adequados e pensados para os usuários (CAMARGO; VIDOTTI, 2011). Desde então, muitos esforços têm sido despendidos no aperfeiçoamento de produtos computacionais e de seus softwares e, você pode notar, dentre aqueles que mais utilizamos em nosso dia a dia, o quanto são renovados, atualizados e aprimorados em uma frequência tão alta, que por vezes não conseguimos acompanhar. Mas, além das atualizações e modernizações dos produtos e sistemas de que se utilizam de tecnologias digitais, a Arquite- 33© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO tura da Informação está atrelada aos usos e consumos dos con- teúdos existentes nesses sistemas. E, em relação aos conteúdos,há outras duas áreas e conceitos que você precisa compreender bem, são eles a usabilidade e a acessibilidade. A usabilidade é a capacidade de um usuário utilizar um de- terminado produto ou serviço de maneira eficiente, resultando não apenas no alcance de seus objetivos como na satisfação sen- tida por ele. A usabilidade de um produto pode ser mensurada, formalmen- te, e compreendida, intuitivamente, como sendo o grau de fa- cilidade de uso desse produto para um usuário que ainda não esteja familiarizado com o mesmo (TORRES; MAZZONI, 2004, p. 152). A acessibilidade está diretamente relacionada à usabilida- de, mas mantém o direcionamento na diversidade de particula- ridades da interação entre os usuários e os produtos, tanto no que diz respeito às preferências de uso, quanto às limitações de equipamentos, por exemplo (TORRES; MAZZONI, 2004). A engenharia é outro termo estudado e utilizado em di- versas abordagens da Arquitetura da Informação. Nesse contex- to, a engenharia se assemelha à arquitetura em muitos aspec- tos. A Arquitetura da Informação usa o termo engenharia para representar [...] a análise, projeto e desenvolvimento de recursos como engenharia de software, engenharia da web e engenharia de usabilidade. Porém, essas áreas se diferem da Arquitetura da Informação pelo enfoque dado no produto, principalmente na infraestrutura tecnológica (CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 39). 34 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Com as leituras propostas no Tópico 3. 2., você pode aprofundar os seus estudos a respeito da abordagem da usa- bilidade e acessibilidade dos sistemas de informação. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indica- das, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Até o momento, você pode compreender algumas etapas do desenvolvimento da Arquitetura da Informação como área do conhecimento, bem como aos conceitos e termos que se rela- cionam com esse contexto de estudos. Mas você se sente seguro para explicar o que, de fato, es- tuda um arquiteto da informação? Para te ajudar nessa etapa, veremos algumas explicações a esse respeito, sob as perspectivas de Rosenfeld e Morville (2006), Wyllys (2000) e Macedo (2005) apud Albuquerque e Li- ma-Marques (2011). De acordo com os autores supracitados, as atribuições de um arquiteto da informação, então, podem ser agrupadas em quatro itens: 1) Delinear quais são a missão e a visão de um sistema de informação, ponderando as necessidades da orga- nização em si e as necessidades dos usuários desse sistema. 2) Estabelecer quais funções e conteúdos que um siste- ma de informação deve oferecer, sendo tanto produ- tos e serviços. 35© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 3) Definir os critérios de representação, classificação, organização e recuperação das informações contidas nesses sistemas de informação. 4) Prever e estabelecer formas de acomodar, no sistema de informação, as mudanças futuras provenientes do crescimento desse sistema. Taylor (2004 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 90) afir- ma que o arquiteto da informação “[...] investiga as necessida- des de acesso e uso da informação para modelar interfaces para que sejam funcionais e agradáveis ao usuário no deslocamento navegacional”. Um sistema de informação que integra dados, conteúdos, informações, pessoas, procedimentos, hardwares, softwares etc., tem por meio da Arquitetura da Informação, sua eficiência e eficácia potencializados, já que a informação será analisada para que seja armazenada, processada e distribuída como recurso útil para os usuários (OLIVEIRA, 2013). Além disso, conforme pontuado por Siqueira (2008 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 42), é importante saber que: [...] não é possível delimitar a arquitetura da informação ao uso pragmático de tratamento de documentos, muito menos restringi-la ao contexto da criação de sítios na internet. [...] A aplicação da arquitetura da informação viabiliza a redução do custo de acesso à informação, potencializando o seu valor para o usuário. Com base em sua experiência como usuário de uma série de sistemas de informação, você consegue visualizar ações e mu- danças nesses sistemas que agregariam valor nas informações disponibilizadas por eles? Você consegue pensar em mudanças 36 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO em interfaces de sites que melhorariam suas experiências e seus usos? A Arquitetura da Informação e seus profissionais, têm como objetivo, então, integrar todas as características de um sistema de informação, e a partir daqui vamos pensar exclusiva- mente nos sistemas informacionais digitais, e aprimorar a expe- riência e uso dessas informações pelos usuários e para a própria organização. Para concluir, Camargo e Vidotti (2011, p. 44), definem que a Arquitetura da Informação, como área do conhecimento que oferece [...] uma base teórica para tratar aspectos informacionais, es- truturais, navegacionais, funcionais e visuais de ambientes in- formacionais digitais por meio de um conjunto de procedimen- tos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no aumento da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos. As leituras indicadas no Tópico 3. 3. tratam das ativida- des inerentes dos arquitetos de informação sob as mais diver- sas perspectivas e abordagens. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do material. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 37© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. A ORIGEM DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO A evolução histórica da arquitetura da informação tem muitas outras facetas além das abordadas nessa obra. Há deta- lhes e uma série de informações aprofundadas disponíveis a res- peito dessa evolução que podem ser úteis para uma compreen- são mais ampla e efetiva dessa trajetória. Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam essa li- nha histórica, que pode elucidar e esclarecer eventuais dúvidas e lacunas dessa temática. • ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura da informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p. 60-72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodi- cos.ufpb.br/index.php/pgc/article/view/10827/6075>. Acesso em: 20 abr. 2019. • ADOLFO, L. B.; SILVA, R. C. P. A Arquivística e a Arquite- tura da Informação: uma análise interdisciplinar. Aqui- vistica. Net, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 34-51, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/_repo- sitorio/2009/11/pdf_39c36b8e5e_0006729.pdf>. Aces- so em: 20 abr. 2019. • OLIVEIRA, H. P. C; VIDOTTI, S. A. B. G; BENTES, V. Ar- quitetura da informação pervasiva [online]. São Paulo: UNESP, 2015. Disponível em: <http://books.scielo.org/ id/6cn9c>. Acesso em: 20 abr. 2019. 38 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 3.2. ARQUITERURA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS CORRELA� TOS Os conceitos de usabilidade e acessibilidade são importan-tes e complementares a área de Arquitetura da Informação. Os estudos que analisam os sistemas de informação sob essa pers- pectivam contribuem para que sejam alcançados resultados im- portantes nas experiências de usos e consumo de informações pelos mais diferentes tipos de usuários. Os textos indicados a seguir apresentam essa linha de ra- ciocínio, e podem elucidar e esclarecer eventuais dúvidas e la- cunas acerca dessa temática. • SOUSA, M. R. F. O acesso a informações e a contribuição da arquitetura da informação, usabilidade e acessibili- dade. Informação & Sociedade: estudos, v. 22, n. esp., p. 65-76, 2012. Disponível em: <http://www.periodi- cos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/13298/8210>. Acesso em: 20 abr. 2019. • VECHIATO, F. L.; VIDOTTI, S. A. B. G. Recomendações de usabilidade e de acessibilidade em projetos de am- bientes informacionais digitais para idosos. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v. 5, n. 1, p. 1-23, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle. net/11449/114755>. Acesso em: 20 abr. 2019. • BASSANI, P. B. S. et al. Usabilidade e acessibilidade no desenvolvimento de interfaces para ambientes de educação à distância. Renote, v. 8, n. 1, 2010. Dispo- nível em: <https://www.seer.ufrgs.br/renote/article/ view/15180/8947>. Acesso em: 20 abr. 2019. 39© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 3.3. ESTADO DE PRÁTICA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Além dos conceitos complementares à área de Arquitetura da Informação, há estudos que abordam diretamente atividades e processos realizados pelos arquitetos da informação e profis- sionais correlacionados. Os textos a seguir tratam dessa temática, por isso, sugeri- mos que faça a leitura desses artigos para aprofundamento des- ses assuntos. • OLIVEIRA, H. P. C. Arquitetura da Informação Pervasiva: contribuições conceituais. 2013. 202f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Gradua- ção em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2013. Dis- ponível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/Pos- -Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/olivei- ra_hpc_do_mar.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019. • SANTOS, R. F.; SILVA, E. F. O bibliotecário como arqui- teto da informação: os desafios e as novas abordagens no hodierno Contexto. Múltiplos olhares em Ciência da Informação, v. 3, n. 2, p. 1-10, 2013. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/ moci/article/view/2116/1316>. Acesso em: Acesso em: 20 abr. 2019. • ESPANTOSO, J. J. P. O arquiteto da informação e o biblio- tecário do futuro. Revista de Biblioteconomia de Bra- sília, v. 23-24, n. 2, p. 135-146, 1999-2000. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/02/ pdf_4968c6969b_0008279.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019. 40 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) A principal função da arquitetura da informação é influenciar: a) Os conteúdos de livros e outros documentos. b) A estética dos sistemas de informação. c) O arquivamento de informações sobre a área de Arquitetura. d) Na qualidade das informações disponíveis na Web. e) A avaliação histórica da evolução do acesso a informação. 2) Qual das áreas do conhecimento listadas a seguir não estava envolvida no surgimento da Arquitetura da Informação? a) Computação. b) Ergonomia. c) Design. d) Ciência da Informação. e) Arquivologia. 3) Qual o nome dado ao “[...] estudo científico da engenharia industrial, em conjunto com anatomistas, fisiologistas e psicólogos, para estudar a rela- ção do homem com as máquinas em seu ambiente de trabalho” (MICHAE- LIS, 2019)? a) Ergonomia. b) Infodesign. c) Computação. d) Sistemas de informação. e) Usabilidade. 41© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 4) Qual o nome dado a “[...] capacidade de um usuário utilizar um determi- nado produto ou serviço de maneira eficiente, resultando não apenas no alcance de seus objetivos como na satisfação sentida por ele”? a) Ergonomia. b) Infodesign. c) Computação. d) Sistemas de informação. e) Usabilidade. 5) A definição de critérios para representação, classificação, organização e recuperação das informações contidas em sistemas de informação são atribuições específicas de qual tipo de profissional? a) Bibliotecário. b) Arquivista. c) Museólogo. d) Arquiteto da Informação. e) Programador. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au- toavaliativas propostas: 1) b. 2) e. 3) a. 4) e. 5) d. 5. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de compreender a trajetória da área da Arquite- tura da Informação. Além disso, você foi apresentado aos con- ceitos importantes de usabilidade, acessibilidade e ergonomia. 42 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Você, também, pode aprender sobre as principais defini- ções e caracterizações da Arquitetura da Informação e das atri- buições do arquiteto da informação. Na próxima unidade, você aprenderá os métodos de ava- liação da usabilidade e da satisfação dos usuários dos sistemas de informação. Até lá! Bons estudos! 6. E-REFERÊNCIAS Lista de figura Figura 1 Memex. Disponível em: <https://2014.hackinghistory.ca/syllabus/wpid14- wpid-bush-memex-lg1-jpg/>. Acesso em: 20 abr. 2019. Sites pesquisados ALBUQUERQUE, A. R. R.; LIMA-MARQUES, M. Sobre os fundamentos da arquitetura da informação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. esp., p. 60- 72, out. 2011. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/ view/10827/6075>. Acesso em: 20 abr. 2019. AQUINO, M. C. Um resgate histórico do hipertexto? O desvio da escrita hipertextual provocado pelo advento da Web e o retorno aos preceitos iniciais através de novos suportes. Razón y palabra, v. 52, p. 1-15, 2006. Disponível em: <https://dialnet. unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2162419>. Acesso em: 20 abr. 2019. COHEN, R. Criação em Hipertexto – performance e tecnologia. 2000. Disponível em: <https://www.pucsp.br/~cimid/4lit/longhi/index.html>. Acesso em: 20 abr. 2019. HACKING HISTORY. Memex. Disponível em: <https://2014.hackinghistory.ca/syllabus/ wpid14-wpid-bush-memex-lg1-jpg/>. Acesso em: 20 abr. 2019. HIRATSUKA, T. P. Contribuições da ergonomia e do design na concepção de interfaces multimídia. 1996. 164f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de 43© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Santa Catarina, Florianópolis, 1996. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/ pdf/30357658.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019. LARA-FILHO. D. O fio de Ariadne e a arquitetura da informação na WWW. DataGramaZero, v. 4, n. 6, p. 1-13, 2003. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/ index.php/article/view/0000000768/887766e6ee2f28e5a99156a729c6569b>. Acesso em: 20 abr. 2019. MICHAELIS. Dicionário brasileiro da Língua Portuguesa: ergonomia. 2019. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/ ergonomia/>. Acesso em: 20 abr. 2019. REZENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação & Sociedade, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2010. Disponível em: <http://www. periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/340/262>. Acesso em: 20 abr. 2019. TORRES, E. F.; MAZZONI, A. A. Conteúdos digitais multimídia: o foco na usabilidade e acessibilidade. Ciênciada Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 152-160, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v33n2/a16v33n2.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais digitais. Rio de Janeiro: LTC, 2011. LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. Arquitetura da informação: base para a Gestão do Conhecimento. In: TARAPANOFF, K. O. (Ed.). Inteligência, informação e conhecimento. Brasília: IBICT, 2006. p. 241-255. OLIVEIRA, S. V. W. B. Gestão de serviços. Batatais: Claretiano. 2013. PRATES, R. O.; BARBOSA, S. D. J. Introdução à teoria e prática da interação humano- computador fundamentada na Engenharia Semiótica. In: KOWALTOWSKI, T.; BREITMAN, K. (Org.). Jornadas de atualização em informática. Rio de Janeiro: PUCRIO, 2007. p. 263-326. © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE 45 AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO Objetivos • Compreender os conceitos de avaliação de satisfação dos usuários. • Analisar as características de usabilidade dos sistemas de informação. • Compreender os métodos de avaliação de sistemas de informação e satis- fação de usuários. Conteúdos • Avaliação da usabilidade desses ambientes informacionais digitais e da sa- tisfação dos usuários, sob a ótica dos estudos de usuários. • Análise crítica sobre a eficiência desses ambientes digitais e da adequação às necessidades específicas dos usuários da unidade de informação. • Aplicação métodos e instrumentos avaliativos. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bi- bliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. UNIDADE 2 46 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; faça resumos destacando os principais pontos das unidades, e esclareça suas dúvidas com colegas ou com o tutor da disciplina. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteú- do Digital Integrador e se mantenha atento as mudanças e novidades da área mesmo depois de finalizar os seus estudos. 47© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa segunda unidade de estudo! Você está pronto para mais essa etapa? Nesta unidade, serão apresentados os conceitos direta- mente relacionados aos usuários desses ambientes informacio- nais digitais que estudamos na unidade anterior, e também as suas necessidades. No decorrer do estudo, você aprenderá mais sobre o con- ceito de usabilidade, estudos de usuários, transitando por meio dos aspectos teóricos e conceituais. Você aprenderá como avaliar a usabilidade desses am- bientes e a satisfação dos usuários, sob a ótica dos estudos de usuários, bem como aprender sobre alguns métodos avaliativos. Através desses conteúdos, você será estimulado a analisar de maneira crítica, a eficiência desses ambientes digitais, e com- preenderá que, assim como em outros contextos relacionados à Biblioteconomia, os serviços informacionais eficazes são aqueles que atendem às necessidades específicas dos usuários da unida- de de informação. Bons estudos! 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreen- são integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 48 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO 2.1. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA SA� TISFAÇÃO DOS USUÁRIOS Existem vários outros nomes para o que estamos chaman- do de “ambientes informacionais digitais”. Camargo e Vidotti (2011) citam alguns: sites, websites, software, ambiente digital, ambiente de informação, sistemas, sistemas de informação, en- tre outros. Batista (2004 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 65) expli- ca que um sistema é: [...] o conjunto de elementos interdependentes, ou um todo or- ganizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo e entramos em contato direto com uma série de sis- temas diferentes na nossa vida: temos o sistema de distribuição de água, o sistema digestivo, o sistema nervoso etc. Já um sistema informacional, ou ambiente informacional, é aquele que possui dados ou informações como parte impor- tante de seus elementos de formação, e tem por objetivo gerar informações como resultado, a fim de suprir certas necessidades (BATISTA, 2004 apud CAMARGO; VIDOTTI, 2011). De acordo com os mesmos autores, é importante que esses conjuntos de dados e informações sejam gerenciados por algum tipo de estrutura que seja capaz de armazenar e processar um grande volume de informações, e que seja também possível de ser acessado e consultado por diversos integrantes e usuários. E então, você consegue pensar onde a Arquitetura de In- formação se encaixa nesse contexto? A arquitetura da informação se encaixa na estruturação e na análise desses ambientes, de modo a facilitar e potencializar as experiências dos usuários. 49© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO Mas como saber se o usuário está, de fato, satisfeito com as experiências no uso desses ambientes? E mais importante, como saber quais as necessidades reais dos usuários? A avaliação da qualidade de serviços e produtos de infor- mação é uma área que tem despertado o interesse dos profis- sionais que atuam nesses ambientes, e há quem afirme que o desconhecimento das necessidades dos usuários pode compro- meter a geração de conhecimentos, bem como pode prejudicar atividades de ensino e pesquisa. Os atuais modelos de qualidade estão direcionados na identificação das expectativas dos clien- tes e, no nosso caso, dos usuários, já que aqueles serviços que estiverem mais próximos das expectativas dos usuários serão os serviços de maior qualidade (SAMPAIO et al., 2004). De acordo com Sampaio et al. (2004, p. 143), Os primeiros esforços específicos para avaliação de serviços po- dem ser atribuídos ao trabalho dos pesquisadores norte-ameri- canos Parasuraman, Zeitham & Berry (1985), que que desenvol- veram um modelo visando a captar critérios para avaliação da qualidade em serviços. Os critérios de avaliação, ou dimensões, como nomeadas pelos autores, foram aplicados, considerando- -se as brechas ou lacunas (gaps), que são as diferenças entre as expectativas dos usuários e o que é realmente oferecido. Na ocasião, esses autores definiram quais são as cinco la- cunas (gaps) que relacionam as expectativas e percepções dos usuários, que são: 1) Discrepância entre as expectativas dos usuários e as percepções que os gerentes/gestores têm sobre essas expectativas. 2) Discrepância entre a percepção dos gerentes/gestores em relação às expectativas dos usuários e a especifica- ção de qualidade nos serviços oferecidos. 50 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO 3) Discrepância entre a especificação de qualidade nos serviços e os serviços que são realmente oferecidos. 4) Discrepância entre os serviços oferecidos e aquilo que é comunicado ao usuário. 5) Discrepância entre o que o usuário espera receber e a percepção que ele tem dos serviços oferecidos. É notável que essa perspectiva não se mostra suficiente para uma mensuração efetiva da qualidade dos serviços. E por isso, vários outros estudos e pesquisas foram desenvolvidoscom o objetivo de aprimorar a teoria para avaliação da satisfação de usuários e oferecer ferramentas capazes de facilitar e aferir a qualidade dos serviços oferecidos. Alguns anos depois, Parasuraman, Zeitham e Berry (1988 apud OLIVEIRA, 2013), criaram uma escala chamada SERVQUAL, para analisar qualitativamente e quantitativamente o grau de sa- tisfação do usuário diante de um serviço oferecido. Nessa esca- la, os autores determinaram quais as cinco primeiras dimensões utilizadas pelos usuários no momento da avaliação de qualidade de serviços. São elas: Tangibilidade: facilidades e aparência física das instalações, equipamentos, pessoal e material de comunicação. São aspec- tos tangíveis as condições de limpeza e iluminação de um am- biente, por exemplo. Confiabilidade/Credibilidade: habilidade em prestar o serviço prometido com confiança e precisão. São aspectos de confiabi- lidade o respeito as condições de prazos, ausências de erros e inconsistências etc. Receptividade/Responsabilidade: disposição para ajudar o usuário e fornecer um serviço com rapidez de resposta e pres- teza. São aspectos de responsabilidade de um serviço a habi- 51© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO lidade de resolver prontamente alguma falha ou experiência ruim durante o serviço. Garantia/Segurança: conhecimento e cortesia do funcionário e sua habilidade em transmitir segurança. São aspectos dessa dimensão a percepção do usuário do interesse com o qual o funcionário está disposto a atendê-lo, bem como a noção de preparação desse funcionário para execução do serviço. Empatia: cuidado em oferecer atenção individualizada aos usuários. São aspectos que envolvem a empatia a sensibilidade e atenção despendida no contato com o cliente durante a exe- cução do serviço (COOK; HEATH; THOMPSON, 2000; SAMPAIO et al., 2004 apud OLIVEIRA, 2013, p. 159-160). Diversas áreas de conhecimento e atuação passaram a uti- lizar modelos de avaliação como o SERVQUAL, para suas avalia- ções de satisfação de usuários. Especialmente, pela possibilidade de flexibilização e aplicação dessas dimensões para os diversos tipos de serviços, das áreas mais distintas (SAMPAIO et al., 2004; OLIVEIRA, 2013). Em 2019, uma busca preliminar na base de dados da SciE- Lo pelo termo SERVQUAL, recuperou um montante de 84 artigos científicos que abordam de algum modo esse assunto. Dentre as áreas temáticas em que esses artigos se enquadram, destacam- -se: Ciências Sociais aplicadas, com 34 artigos; Ciências da Saúde, com 27 e Engenharias, com 17 artigos. Sendo que o artigo mais antigo, foi publicado em 1997 e o mais recente é de 2018. O que reitera as afirmações de que esse modelo, chamado SERVQUAL, é aplicável às mais diversas áreas do conhecimento, e que é bas- tante pertinente dentro do contexto de avaliação da satisfação dos usuários. 52 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO Com as leituras propostas no Tópico 3. 1., você poderá aprofundar os seus estudos a respeito da avaliação de satis- fação de usuários de bibliotecas. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando as- similar o conteúdo estudado. 2.2. A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E DA SA� TISFAÇÃO DOS USUÁRIOS A intersecção entre as áreas de Sistemas de Informação e da Ciência da Informação se dá, essencialmente, porque um sistema de informação pode ser definido como “uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam, ma- nipulam e armazenam, disseminam informações” (STAIR, 1998 apud COSTA; RAMALHO, 2010, p. 95). Os conceitos de Sistemas de Informação, na atualidade, são diretamente aplicados a meios tecnológicos e atrelados ao uso de computadores. E de acordo com Stair (1998 apud COSTA; RAMALHO, 2010), esse tipo de sistema é composto por seis ele- mentos: hardware, software, banco de dados, redes de teleco- municações, usuários e procedimentos. Você sabe o que cada um desses conceitos significa? O Hardware consiste no equipamento do computador usado para executar as atividades de entrada, processamento e saída [de informações]. O Software consiste nos programas e nas instituições dadas ao computador e ao usuário. Um Banco de dados é uma coleção organizada de fatos e informações. 53© ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO As telecomunicações permitem ligar os sistemas de computa- dor em verdadeiras redes [...]. As redes podem conectar com- putadores e equipamentos de computador em um prédio, num país inteiro e no mundo. As pessoas são o elemento mais importante na maior parte dos sistemas de informação baseados em computador. Os procedimentos incluem as estratégias, políticas, métodos e regras usadas pelo homem para operar o sistema de informa- ção baseado em computador (STAIR, 1998 apud COSTA; RAMA- LHO, 2010, p. 96). Já as pessoas devem ser consideradas os elementos mais importantes desses sistemas. E essa importância se dá por duas razões: primeiro, porque as pessoas têm seu papel na constru- ção e gerenciamento desses sistemas de informação; e tam- bém porque são elas que utilizam esses sistemas com objetivos específicos. Cada indivíduo, contudo, tem suas características parti- culares e necessidades específicas, de modo que, é impossível estudar cada um de forma isolada. Assim, é preciso agrupar in- divíduos em grupos de outros indivíduos com características pa- recidas para que seja possível estudar seus comportamentos, e analisar seus níveis de satisfação (CURRAS, 1996 apud COSTA; RAMALHO, 2010). Segundo Costa e Ramalho (2010, p. 100), Por muito tempo, tentou-se estabelecer categorias de usuários pela pergunta: “informação, para quem?” Entretanto, consi- derando as várias ocupações dos usuários e seus vários papéis frente à informação, a pergunta, evolutivamente, passou a ser: “informação, para fazer o quê?”. Essa última pergunta refere-se ao fato das recentes compreensões de que um indivíduo pode estar incluso em várias categorias de usuários, desempenhan- 54 © ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO E USABILIDADE UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO do vários papéis nos momentos de sua vida, enquanto um ator social. Os chamados Estudos de Usuários, passaram por diversas fases desde o seu surgimento. A seguir, no Quadro 1, você verá algumas dessas principais fases. Quadro 1 Evolução dos Estudos de Usuários. DÉCADA FASES DE EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS DE USUÁRIOS Final da década de 1940 Os Estudos de Usuários tinham como finalidade agilizar e aperfeiçoar serviços e produtos prestados pelas bibliotecas. Tais estudos eram restritos à área de Ciências Exatas. 1950 Intensificam-se os estudos acerca do uso da informação entre grupos específicos de usuários, agora abrangendo as Ciências Aplicadas. 1960 Os Estudos de Usuários enfatizam agora o comportamento dos usuários; surgem estudos de fluxo da informação, canais formais e informais. Os tecnólogos e educadores começam a ser pesquisados. 1970 Os Estudos de Usuários passam a preocupar-se com mais propriedade com o usuário e a satisfação de suas necessidades de informação, atendendo outras áreas do conhecimento como: humanidades, ciências sociais e administrativas. 1980 Os estudos estão voltados à avaliação da satisfação e desempenho. 1990 Os estudos estão voltados ao comportamento informacional, que define como as pessoas necessitam/buscam/fornecem/usam a informação em diferentes contextos, incluindo espaço de trabalho e vida diária. 1ª década do Século XXI Os estudos estão voltados tanto para o comportamento informacional, quanto para a avaliação de satisfação e desempenho, enfatizando a relação entre usuários e sistemas de informação interativos, no contexto social das TIC’s. Fonte: adaptado de Ferreira (2002 apud COSTA; RAMALHO, 2010).
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