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PARASITOLOGIA - Aula 1 A 10

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com a presença de uma reação inflamatória. Na enterite edematosa, pode-se observar parasitos nas túnicas da parede intestinal com reação inflamatória e quadros de má absorção intestinal. A enterite ulcerosa apresenta inflamação, ulcerações e invasão bacteriana.
Nas formas disseminadas, pode haver o acometimento dos rins (hematúria e proteinúria), fígado, vesícula biliar, coração, cérebro (LCR), pâncreas, tireoide, adrenais, próstata e glândulas mamárias.
O quadro clínico pode-se complicar com infecções bacterianas secundárias, onde bactérias intestinais podem ser transportadas por meio das larvas para a circulação ou pela presença de ulcerações da mucosa intestinal.
O diagnóstico laboratorial é feito para pesquisa de larvas, através de Baerman-Moraes e Rugai, que tem como princípio o hidro e termotropismo das larvas.
Podem ainda ser utilizados os métodos de diagnósticos imunológicos como Elisa e Imunofluorescência Indireta.
Uma endoscopia digestiva pode ser solicitada para a visualização do aspecto da mucosa intestinal e a realização de biópsia.
Ciclo de vida
Apresenta 2 tipos de ciclo biológico:
Monoxeno
Como pode ser observado na imagem a seguir, os ovos são eliminados juntamente com as fezes e podem ser ingeridos por alguma criança.
Ao passarem pelo estômago, os embrióforos são semidigeridos pelo suco gástrico, chegando ao intestino delgado onde ocorre a eclosão da oncosfera, que penetra nas vilosidades do jejuno ou íleo, dando, em quatro dias, uma larva cisticercoide.
10 dias depois, a larva está madura, sai da vilosidade, desenvagina-se e fixa-se na mucosa intestinal através do escólex. Cerca de 20 dias depois, já são vermes adultos.
Esses possuem uma vida curta, pois cerca de 14 dias depois morrem e são eliminados.
Esse ciclo é o mais frequente e que as larvas cisticercóides, nas vilosidades intestinais, estimulam o sistema imune e conferem a imunidade ativa especifica.
Heteroxeno
Utiliza diferentes insetos como HI (pulgas: Xenopsylla cheopis, Ctenocephalides canis, Pulex irritans e coleópteros – Tenebrio molitor e Tenebrio obscurus) e HD (homem, símios e roedores de laboratório e selvagem). No ciclo heteroxênico, os ovos presentes no meio externo são ingeridos pelas larvas de algum dos insetos já citados. Ao chegarem ao intestino desses hospedeiros intermediários, liberam a oncosfera, que se transforma em larva cisticercoide.
A criança pode acidentalmente ingerir um inseto contendo larvas cisticercoides que, ao chegarem ao intestino delgado, fixam-se na mucosa e 20 dias depois já são vermes adultos.
Patologia
Alterações nervosas são decorrentes de excitação do córtex por ação reflexa ou liberação de toxina.
Na superinfecção nota-se:
• Mucosa congesta;
• Infiltração linfocitária;
• Pequenas úlceras;
• Eosinofilia.
Sintomas atribuídos às crianças:
• Agitação;
• Insônia;
• Irritabilidade;
• Diarreia;
• Dor abdominal;
• Raramente sintomas nervosos (ataques epilépticos incluindo cianose, perda de consciência e convulsões);
• Perda de peso.
Diagnóstico laboratorial ; Profilaxia e tratamento
Pesquisa de ovos em exame de fezes através de métodos de rotina:
• Método da sedimentação espontânea (LUTZ ou HOFFMAN, PONS E JANER – HPJ);
• Método de centrífugo - sedimentação (MIFC);
• Método da centrífugo - flutuação – sedimentação (FAUST);
• Método da flutuação – espontânea (WILLIS).
Profilaxia e tratamento
• Como podemos evitá-la?
• Higiene individual;
• Uso de privada ou fossas;
• Uso de aspirador de pó;
• Tratamento dos doentes;
• Combate aos insetos de cereais e pulgas.
Tratamento
A droga de escolha é o Praziquantel, na dose oral de 25mg/kg, com intervalo de 10 dias.
Esse intervalo é importante porque o medicamento só atua contra as formas adultas e não sobre as larvas cisticercoides.
A Miclosamida, na dose de 2g para adultos e 1g para crianças, também é eficiente. Como a anterior, recomenda-se dar o medicamento em duas vezes, com intervalo de 10 dias.
Atividade
1. A teníase é causada por:
a) Ingestão do ovo da Taenia
b) Ingestão de larvas da Taenia
c) Pela penetração de larvas da Taenia
d) Ingestão das proglote da Taenia
e) Ingestão de larva L3
GABARITO: A teníase é causada pela ingestão da larva (cisticerco) presente na carne (bovino ou suíno) mal passada ou crua.
2. Na neurocisticercose podem ocorrer sintomas como:
a) Dor de cabeça, febre e diarreia
b) Epilepsia, visão turva, uveíte
c) Uveíte, vômito em forma de jato, confusão mental
d) Vômito em forma de jato, diarreia, convulsão
e) Meningite, vertigens, prostração, eplepsia
GABARITO: Sintomas meningite, vertigens, desordem mental com formas de delírio, prostração, crises epiléticas, hipertensão craniana, alucinação ocorrem quando estes cisticercos acometem o Sistema Nervoso Central (SNC).
3. Cisticercose é causada por:
a) Ingestão do ovo da Taenia solium
b) Ingestão de larvas da Taenia
c) Pela penetração de larvas da Taenia
d) Ingestão das proglote da Taenia
e) Ingestão do ovo da Taenia saginata
GABARITO: A cisticercose é uma infecção causada pela ingestão acidental do ovo da Taenia solium.
4. Taenia solium e Taenia saginata têm como hospedeiro intermediário respectivamente:
a) Suíno, bovino
b) Homem, suíno
c) Bovino, homem
d) Bovino, suíno
e) Homem, bovino
GABARITO: O suíno é o hospedeiro intermediário para a Taenia solium, o bovino é o hospedeiro intermediário para Taenia saginata. O hospedeiro definitivo para a Taenia solium e Taenia saginata é o homem.
5. O método de tratamento PAIR (punção, aspiração, injeção e reaspiração do cisto) é usado para qual patologia?
a) Hidatidose
b) Equinococose
c) Himenolepíase
d) Teníase
e) Cisticercose
GABARITO: PAIR é um tratamento para hidatidose, que consiste na punção do líquido hidático através de aspiração e inoculação de uma substância protoescolicida (salina hitertônica, etanol, citrinidina ou sulfoxido de albendazol) e reaspiração após 10 minutos.
6. Qual é o habitat para o Hymenolepis nana?
a) Sistema nervoso central
b) Intestino grosso
c) Intestino delgado
d) Globo ocular
e) Região perianal
GABARITO: Hymenolepis nana tem como habitat o intestino delgado do homem.
Aula 4: Trematoides de importância médica
Apresentação
Os vermes da classe Trematoda são ecto ou endoparasitos. Os adultos não possuem epiderme e cílios externos, o corpo é não segmentado e recoberto por uma cutícula; com uma ou mais ventosas, há presença de tubo digestivo, ânus geralmente ausente, podem ser hermafroditas e sua evolução é simples ou com hospedeiro intermediário.
Veremos nesta aula que as cercárias ou metacercárias, resultantes de um único ovo, são numerosas, aumentando a possibilidade da infecção do hospedeiro definitivo, no qual se completa o desenvolvimento e ocorre a formação de novos ovos.
Estudaremos aqui os trematoides de importância médica: Schistosoma mansoni e Fasciola hepatica. Vamos lá?
Objetivos
· Diferenciar aspectos fisiopatológicos por meio dos mecanismos da ação parasitária que influenciam as respostas do hospedeiro;
· Identificar os principais métodos parasitológicos para o diagnóstico laboratorial da parasitose, além de exames laboratoriais complementares;
· Descrever os tratamentos farmacológicos e profilaxia para as patologias causadas por trematódeos.
Lembra da descrição dos Platyhelminthes?
Vimos na aula passada que os Platyhelminthes são os vermes chatos com simetria bilateral, extremidade anterior com órgão sensitivo e de fixação e uma extremidade posterior. Além disso, não apresentam tubo digestório, ânus e aparelho respiratório.
Verificamos também que possuem uma divisão em classes cestodas e trematodas de importância médica. Já discutimos na aula 3 os aspectos gerais dos cestódeos. Agora, estudaremos os dos trematódeos.
Aspectos gerais dos trematódeos?
Na classe Trematoda, encontramos a família Schistosomatide, onde estão inseridos os gêneros Schistosoma e Fasciola.
Tratam-se parasitos de vasos sanguíneos de algum mamífero, incluindo o homem.
São vermes achatados dorsoventralmente em diversos formatos: alongados, em forma de folha, piriformes; e diversos tamanho (de
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