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Parágrafo padrão Odenildo Sena

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PARÁGRAFO PADRÃO
UNIDADE BÁSICA DE UM BOM TEXTO
O parágrafo padrão...
É resultado de um planejamento mental composto por:
Delimitação do tema (o que dizer?)
Estabelecimento do objetivo (Para que dizer?)
Plano de desenvolvimento (Como dizer?)
Frase núcleo (apresentação do assunto)
Frases intermediárias (Desenvolvimento dos argumentos)
O parágrafo padrão...
Dificilmente, um texto terá todos seus parágrafos na estrutura padrão (frase núcleo+ frases intermediárias+ frase conclusiva). Entretanto, todos deverão que seguir a lógica desse tipo de parágrafo. (Apresentar um assunto+ desenvolvê-lo+ concluir ou anunciar outro aspecto)
Conceito e processos de elaboração do parágrafo
 “O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”.
 “[...] esse conceito se aplica a um tipo de parágrafo considerado como padrão, e padrão não apenas no sentido de modelo, de protótipo, que se deva ou que convenha imitar, dada a sua eficácia, mas também no sentido de ser frequente, ou predominante, na obra de escritores – sobretudo modernos – de reconhecido mérito.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.203)
Conceito e processos de elaboração do parágrafo (Continuação)
 “Em geral, o parágrafo-padrão, aquele de estrutura mais comum e mais eficaz, – o que justifica seja ensinado aos principiantes – consta, sobretudo na dissertação e na descrição, de duas e, ocasionalmente, de três partes: a introdução, representada na maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo (é o que passaremos a chamar daqui por diante de tópico frasal); o desenvolvimento, isto é, a explanação mesma dessa ideia-núcleo; e a conclusão, mais rara, mormente nos parágrafos pouco extensos ou naqueles em que a ideia central não apresenta maior complexidade.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.206)
Definição 
A delimitação do tema
“A delimitação do assunto, feita com adjuntos adnominais e adverbiais, não é capricho do autor. É uma forma que lhe possibilita tratar do assunto com maior profundidade e eficácia. Permite-lhe total controle do assunto.” (Andrade/Medeiros. Curso de Língua Portuguesa. S. Paulo: Atlas, 1997, p.225)
“Cabe a quem vai escrever optar por uma entre as várias possibilidades de delimitação do assunto. Essa opção deve ser feita com base nos conhecimentos, experiências e interesses de quem vai escrever: não se pode escrever bem sobre um tema que não se conhece bem, de que não se tem experiência ou pelo qual não se tem interesse.” (Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.49)
Características e vantagens da delimitação
Torna o tema menos genérico
As ideias passam por um processo de afunilamento
Mais facilidade para controlar o assunto sobre o qual se está escrevendo
Melhor definição sobre quantidade e variedade das ideias
Melhor sintonia entre as escolhas e o conhecimento/interesse do autor
Imposição de uma ordem ao assunto
Estabelecimento dos limites do parágrafo
Possibilidade de tratar o assunto com maior profundidade e eficácia
Favorece a criação de ideias
Mesmo assunto permite diferentes delimitações
Definição
Estabelecimento de objetivo
 “Determinar para quê se vai escrever sobre determinado assunto, com que finalidade, para atingir quais objetivos, é uma etapa indispensável no planejamento do ato de escrever.” (Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.56)
 “Um procedimento comumente indicado como técnica para melhorar o desempenho na redação é estabelecer um objetivo para alcançar em cada um dos parágrafos. Qual a finalidade do texto? Onde se pretende chegar?” (Andrade/Medeiros. Curso de Língua Portuguesa. S. Paulo: Atlas, 1997, p.225)
Características e vantagens da fixação do objetivo
Facilita a seleção das ideias e sua ordenação
Indica o para quê escrever sobre determinado assunto
Oferece direção ao assunto
O texto se desenvolve em função do objetivo estabelecido
Serve de controle de fidelidade do pensamento
Mantém o trabalho nos limites da linha escolhida
Auxilia na manutenção da unidade e da coerência
Características e vantagens do plano e do desenvolvimento
Trata-se da explanação da ideia principal do parágrafo contida na frase-núcleo.
Trata-se da fundamentação, de maneira clara e convincente, do objetivo fixado pelo autor.
Trata-se da exposição dos pormenores que irão constituir o corpo do parágrafo.
Consiste na seleção e ordenação das ideias que irão dar sequência à frase-núcleo.
A seleção e ordenação das ideias são determinadas pelo objetivo e constituem o plano de desenvolvimento.
O plano será o controle do desenvolvimento e evitará a inclusão de detalhes desnecessários.
A divisão do assunto em parcelas torna o texto mais comunicativo.
Possibilita a expressão de uma ideia de cada vez.
Definição
 Elaboração da frase-núcleo ou tópico frasal
 “Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a ideia-núcleo do parágrafo. É, como vimos, uma generalização, em que se expressa opinião pessoal, um juízo, se define ou se declara alguma coisa.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.206)
 “Depois que o assunto foi delimitado, depois que o objetivo que deverá orientar o parágrafo foi especificado, pode-se começar a escrever. É importante redigir, em primeiro lugar, uma ou mais frases que traduzam o objetivo escolhido. Essa ou essas frases iniciais do parágrafo são o que se pode chamar de frase-núcleo.” (Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.62)
Características e vantagens da elaboração da frase-núcleo ou tópico frasal
Indica a delimitação do assunto e o objetivo que o dirige
Encerra de modo geral e conciso a ideia-núcleo do parágrafo
Trata-se de um generalização que expressa uma opinião pessoal, um juízo, define ou declara alguma coisa
Trata-se de um raciocínio dedutivo
Constitui um meio eficaz de expor ou explanar ideias
Garante a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo
Define o propósito do parágrafo e evita digressões
Características e vantagens da elaboração da frase-núcleo ou tópico frasal
Funciona como um controle de fidelidade ao objetivo fixado
Mantém o parágrafo nos limites do objetivo fixado
Facilita o resumo ou sumário de um texto
Serve de orientação para o leitor
Capta o interesse do leitor, prendendo-lhe a atenção
Assemelha-se ao lead de um texto jornalístico
Em síntese: a) controla a fidelidade ao objetivo b) garante a coerência das ideias com esse objetivo c) orienta e prende a atenção daquele que vai ler o trabalho
Modelos de Parágrafo Padrão
“Embora goste bastante de futebol, o torcedor amazonense não prestigia os jogos locais. A primeira causa para esse crescente desinteresse é a falta de incentivo por parte do governo e da mídia local, que dão mais ênfase ao futebol do sul e do sudeste, deixando o daqui sem muito atrativo. A segunda é a ausência de jogadores de expressão e de grandes ídolos no futebol amazonense, o quefaz com que o torcedor deixe de comparecer aos estádios e prefira assistir aos jogos ‘de fora’ pela televisão. A terceira causa para esse desprestígio é a falta de uma estrutura profissional local mais eficaz dentro dos clubes, que não dão aos seus técnicos e atletas condições favoráveis para desempenharem um futebol de melhor qualidade. Por tais razões, o futebol, tão apreciado pelo torcedor manauara, não se torna expressivo no âmbito local.” (Edilson de S. Soares, aluno do 1º período de Letras da UFAM, 1999)
 “O Universo parece conspirar contra o secretário de Segurança Pública, Júlio Pinheiro. Desde que retornou ao cargo, de onde esteve afastado por questões de saúde, o crime tem assustado a cidade. Primeiro foi o assassinato da menina Dayanne, de apenas 10 anos, mês passado, que até hoje não se sabe quem é o assassino. Depois foi a vez da agente de viagem Léia, grávida de dois meses, ser morta a tiros em assalto à agência em que trabalhava. Em seguida foi a morte da menina Francimara, de apenas 6 anos, que também ninguém sabe quem matou e violentou. Na sequência foi a morte do pedreiro Adriano, o “Quarentinha”, que a família acusa ter sido morto dentro de uma viatura da Polícia Civil. Depois, ainda, foram as mortes de dois suspeitos de assalto durante a colisão do carro em que eles estavam, com um ônibus, durante perseguição policial. Detalhe: nunca se soube onde seria o assalto que a polícia afirma que eles fariam. Agora foi o assalto a uma joalheria, em pleno centro da cidade, estimado em R$ 1 milhão. Isso é que é um agosto precoce”.
(Diário do Amazonas, Manaus, 6.08.2004, p.6. Adaptação)
 “Diversos foram os benefícios políticos decorrentes da recente greve na Universidade Federal do Amazonas. Em primeiro lugar, temos que registrar o inédito envolvimento da sociedade amazonense, que de forma direta e indireta conviveu com os problemas enfrentados pela instituição. Em seguida, devemos dar destaque à ativa participação da mídia, que, sem restrições ou pruridos, colocou em evidência, para a sociedade, as mazelas e os méritos do ensino superior gratuito. Finalmente, não podemos deixar de citar os ganhos salariais, que, embora reduzidos, foram resultantes da pressão exercida pelo movimento dos docentes. Em síntese, tais conquistas nos convencem de que algo de novo está para acontecer.” (O. S.)
 “O discurso pedagógico não pode ser analisado sem que se levem em conta dois fatores: a escola e o livro didático. No primeiro caso, pelo seu papel como aparelho ideológico do Estado, pela sua função dissimuladora e pelo fato de atuar como a sede desse discurso. No segundo, por ser o instrumento através do qual se materializa e se institucionaliza esse mesmo discurso. Contextualizado à luz de tais elementos, o discurso pedagógico permite uma análise que pode demonstrar, com certa clareza, a presença do edifício ideológico, que é a sua marca predominante.” (Odenildo Sena. Caderno de Humanidades e Ciências Sociais, V.1, n.1. EDUA, 1988)
 
 “O atual e crescente interesse pelo canto gregoriano é notável e compreensível. Notável porque se dá em uma época em que tudo o que está na moda tem de ser barulhento e acelerado. Compreensível porque nenhuma outra música proporciona uma sensação de tranquilidade e paz interior tão profunda. Os cantos tranquilizadores conquistaram o mundo em busca de uma nova espiritualidade” (Encarte do CD Vozes da tranquilidade, Reader’s Digest Música)
 “As ex-primeiras-damas Evita Perón e Imelda Marcos são fortes candidatas ao posto de primeira dama do século. Maior heroína da Argentina, Evita Perón, mulher de Juan Perón, tinha uma coleção de 1200 vestidos, 600 casacos de pele e 900 pares de sapatos. Para transportar suas roupas, chegou a usar 130 malas numa única viagem. Casada com o ditador filipino Ferdinand Marcos, Imelda não fez por menos. Seu guarda-roupa continha 3000 pares de sapatos, 200 cintas-ligas, 1000 meias-calças e 500 sutiãs pretos, inclusive, um deles é à prova de balas. As outras concorrentes que se cuidem”. (Adaptação. Revista Veja, 22.12.99., p.242)
“O poder das novelas globais é tão grande, que chega a mudar e moldar o comportamento de muitos telespectadores. Se pararmos para observar, veremos todos os personagens ganhando vida na realidade, com todas as suas manias, vícios, linguagem e modo de se vestir. As pessoas absorvem tudo para si próprias e não se dão conta de que estão sendo moldadas e manipuladas. Dessa forma, a poderosa Rede Globo transforma seus telespectadores em verdadeiras marionetes” (Tatiana dos R Fortaleza, aluna do 1º período de Letras na UFAM, 1999)
 “Um presidente impopular cria dois tipos de ministros. Um faz o tipo compadecido é tão prestativo quanto inócuo. Outro faz o gênero ‘eu-saio-inteiro’, ele cata e guarda as migalhas do poder esfarelado, supondo que poderá vir a juntá-las, mas terminado o governo, descobre que juntou pão dormido. As duas espécies já podem ser vistas nas cerimônias de Brasília.” (Elio Gaspari, Folha de S. Paulo, 15.09.99., p.9)
“Contrariando as expectativas do povo brasileiro, o Programa de Privatização do governo FHC não melhorou os serviços prestados por antigas empresas estatais, prova disso é a situação da Telemar, em Manaus. A empresa oferece péssimos serviços à comunidade. Problemas constantes nas linhas telefônicas, contas com valor absurdo (sem a discriminação do serviço prestado) e a demora no conserto em domicílio denunciam essa situação. Esses fatos mostram que o programa não melhorou os serviços prestados à comunidade, apenas os tornou mais caros.” (Eliana G. Martins, aluna de Letras da UFAM, 1999)
“Mais do que qualquer livro sobre imprensa lançado no Brasil, ‘Notícias do Planalto’, de Mário Sergio Conti, é revelador. Primeiro, por contar histórias, de maneira fluente, com um estilo vapt-vupt, sem adjetivações e/ou redundâncias. Segundo, porque quase todas as histórias envolvem pessoas que estão atuando na mídia, e fala de episódios ainda recentíssimos em termos históricos. O livro de Conti provocou, assim, reações variadas, surpreendentes, e até violentas. (Tão Gomes Pinto, Imprensa, n.145, fevereiro de 2000, p.4)
 “Algumas pessoas alegam duas razões principais para não gostarem de política. A primeira é que política é chata e complicada. A segunda é que todos os políticos são iguais, isto é, corruptos. São por tais motivos que uma parcela da população continua escolhendo mal seus representantes.” (Aline Alves de Souza, aluna do 1º período do Curso de Letras da UFAM, 2000)
 “Gostar de política não é uma opção, mas uma necessidade. Primeiro, porque o cidadão precisa de um conhecimento político para escolher seu candidato. Depois, porque a política está presente na escola, no trabalho, enfim, na vida. Logo, torna-se fundamental o gosto por ela, pois é ela que rege a nossa existência.” (Sidomar F. Vieira, aluno do 1º período do Curso de Letras, 2000)
 “Quando a sua empresa disca 23, você sempre sai ganhando. Além de cobertura nacional e internacional, a Intelig tem a melhor tabela de preços do horário em que a sua empresa mais usa o telefone: o horário comercial. Os interurbanos nacionais de qualquer capital para qualquer capital do Brasil, por exemplo, são de 6% a 18% mais baratos neste horário – de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Ligue para a Central de Atendimento da Intelig (0800-34-2023) e veja como melhorar ainda mais a telefonia da sua empresa.” (Informe publicitário publicado na revista Isto é, 26.07.2000)
 “Ela continua impossível. A modelo britânicaNaomi Campbel, famosa por armar barracos, está proibida de entrar numa conhecida loja de roupas londrina. O jornal The Independent registrou que, ao não ser reconhecida como uma cliente vip, ela armou um escândalo monumental no meio das araras de blazes. Foi um tal de pedir desculpas para lá e para cá. Nada, porém, acalmou a bela fera. Os proprietários cansaram da confusão e apagaram de vez o nome de Naomi da lista de celebridades.” (Revista ISTOÉ, 28.02.01., p.65)
 “Há no mínimo três Nelsons, segundo a classificação dada aos textos por Sábato Magaldi: o das peças psicológicas, que se ocupam do inconsciente das personagens, o das peças míticas, que mergulham nas sombras do inconsciente coletivo, e o das tragédias cariocas, com as quais o dramaturgo enjeitado, mas jornalista muito lido, volta à realidade cotidiana, nela redescobrindo as aventuras perenes de amor e morte. Há, na verdade, vários Nelsons, como os diretores, entre eles Antunes Filho, têm sabido enxergar.” (Fernando Marques. Revista Cult, dezembro/2000, p. 49)
Possibilidades de Frase Núcleo
A primeira frase do parágrafo padrão
Elaboração da frase-núcleo ou tópico frasal
 “O tópico frasal é semelhante ao lead de um texto jornalístico: orienta o desenvolvimento do parágrafo e possibilita ao redator manter-se coerente com as ideias expostas. Essa frase inicial policia o desenvolvimento das ideias para que o parágrafo não fuja do objetivo determinado. (...) O tópico frasal introduz o assunto, ainda que de forma geral. Portanto, é uma frase sintética que traça a direção que o desenvolvimento deve seguir. Ele indica ao autor os limites das ideias que pode explanar no parágrafo.” (Andrade/Medeiros. Curso de Língua Portuguesa. S. Paulo: Atlas, 1997, p.227)
Diferentes feições da frase-núcleo ou tópico frasal
“Admitindo-se como recomendável essa técnica de se iniciar o parágrafo com o tópico frasal, resta-nos mostrar algumas das suas feições mais comuns. Há vários artifícios, que a leitura dos bons autores – contemporâneos de preferência – nos pode ensinar. Conhecê-los talvez contribua para abreviar aqueles momentos de indecisão que precedem o ato de redigir as primeiras linhas de um parágrafo. Ora, o tópico frasal lhe facilita a tarefa, porque nele está a síntese do seu pensamento, restando-lhe fundamentá-lo.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.208)
DECLARAÇÃO INICIAL 
 “O conhecimento nasceu como uma extensão do corpo, para ajudá-lo a viver. O corpo sentiu dor, e a dor fê-lo usar a inteligência a fim de encontrar uma receita para por fim à dor. O corpo sentiu prazer, e o prazer fê-lo usar a inteligência a fim de encontrar uma receita para repetir a experiência de prazer. Esse é o início do conhecimento. Foi assim que nasceu a ciência”. (Rubem Alves, Folha de S. Paulo, 12.09.99.)
DECLARAÇÃO INICIAL
	“Dick Tracy’ tem muitos pontos em comum com ‘Batman’, o grande sucesso de bilheteria do ano passado. Os dois filmes são baseados em histórias em quadrinhos da década de 30. Tiveram campanhas de marketing milionárias. Cenários, maquiagem e figurinos são atrações quase da mesma estatura dos atores nos dois casos. O grande personagem de ‘Batman’ é o bandido. Em ‘Dick Tracy’, também. A ambientação dos dois filmes se dá em cidades imaginárias e num clima de atemporalidade. Superstars da música pop (Prince e Madonna) cantam nas trilhas sonoras. Os dois heróis têm queixo quadrado.” (Carlos E. L. da Silva, Folha de S. Paulo, 20.07.90.)
DECLARAÇÃO INICIAL
 “Não há sofrimento mais confrangente que o da privação da justiça. As crianças o trazem no coração com os primeiros instintos da humanidade, e, se lhe magoam essa fibra melindrosa, muitas vezes nunca mais o esquecem, ainda que a mão, cuja aspereza as lastimou, seja a do pai extremoso ou da mãe idolatrada.” (Apud Luiz Vianna Filho, Antologia, p.95. In: (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.209)
DEFINIÇÃO
	“Estilo é a expressão literária de ideias ou sentimentos. Resulta de um conjunto de dotes externos ou internos, que se fundem num todo harmônico e se manifestam por modalidades de expressão a que se dá o nome de figuras.” (Augusto Magne, Princípios..., p.39. In: Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.209)
	“Fonética é o estudo dos sons da língua. Podemos estudá-los descrevendo-os, examinando-lhes a natureza e classificando-os. Teremos, então, a fonética descritiva.” (Gladstone Chaves de Melo, Gramática fundamental da Língua Portuguesa, p.12)
DIVISÃO
	“Um presidente impopular cria dois tipos de ministros. Um faz o tipo compadecido. É tão prestativo quanto inócuo. Outro, faz o gênero ‘eu-saio-inteiro’. Cata e guarda as migalhas do poder esfarelado, supondo que poderá vir a juntá-las. Terminado o governo, descobre que juntou pão dormido. As duas espécies já podem ser vistas nas cerimônias de Brasília” (Elio Gaspari, Folha de S. Paulo, 15.09.99., p.9).
	“O silogismo divide-se em silogismo simples e silogismo composto (isto é, feito de vários silogismos explícita ou implicitamente formulados). Distinguem-se quatro tipos de silogismos compostos: (...)” (Jacques Mauritain, Lógica Menor, p.246. In: Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.209)
DIVISÃO
 “Há três hipóteses básicas para explicar o sucesso econômico: a teoria de Karl Marx, segundo a qual a riqueza capitalista se forma pela extração da mais-valia (diferença entre o salário e o valor objetivo do trabalho), a de Max Weber, baseada na concentração de esforços propiciada pela ética protestante, e a de Alain Peyrefitte, na qual o desenvolvimento nasce de certas condições culturais e psicológicas que favorecem a criatividade econômica, a livre negociação e a fidelidade aos contratos. A primeira foi desmoralizada por seus erros de previsão, por suas falhas lógicas e pela revelação de que usara estatísticas manipuladas. A segunda entrou em pane porque o próprio autor morreu sem ter conseguido confirmá-la. A terceira me parece a mais certa, mas isso é o máximo que posso dizer.” (Olavo de Carvalho, Revista Época, 17.07.2000)
ALUSÃO HISTÓRICA
 
 “Dizia Winston Churchill que a diferença entre o capitalismo e o socialismo é que naquele os resultados são melhores que as intenções; neste, o contrário acontece. (...) (Roberto Campos, Veja, 18.03.98., p.119)
 “Conta-se que Boabdil, último rei mouro de Granada, vencido pelos cristãos, ao lançar um olhar de despedida à bela cidade andaluza, do alto de uma das colinas que a circundam, não se conteve e chorou. Sua mãe, que o acompanhava, em vez de reconfortá-lo, teria, ao contrário, dirigido ao príncipe estas palavras cruéis: ‘Chora, meu filho, como mulher, a cidade que não soubeste defender como homem (...)” (Jefferson Peres, A Crítica, 06.12.87.)
ALUSÃO HISTÓRICA
	
 “Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso o encarava... ‘Por que aperta os olhos assim? Você não é limpo da vista?” O personagem do escritor Guimarães Rosa, menino nascido e criado na Mata do Mutum, em Minas Gerais, não era mesmo “limpo da vista”. Aos 8 anos equilibrou sobre o nariz, pela primeira vez, um par de óculos que lhe deu um tropeiro amigo da família. Deslumbrou-se ao ver pela primeira vez os grãos de areia, as pedrinhas menores, formigas, minúsculos insetos e sobretudo o rosto da mãe, que até então não contemplara com nitidez. O personagem de Rosa nasceu na novela Campo em geral, de 1956. Meio século depois, o panorama é outro.Falta de óculos ainda é questão de saúde pública, mas, no patamar da alta especialização a oftalmologia brasileira se consolida como uma das melhores do mundo. (...) (Revista Época, 12.02.2001, p.52-53. Adaptação)
OMISSÃO DE DADOS IDENTIFICADORES
	“Numa sauna, meia dúzia de mulheres vai aos poucos se despindo: uma meia, uma frustração amorosa, uma camisa, um sentimento de inutilidade. A cena é da peça Na Sauna, da inglesa Nell Dunn, adaptada para o cinema por Joseph Losey e montada no teatro Villa-Lobos, no Rio, sob a direção de Bibi Ferreira. (...)” (IstoÉ Senhor, 06.02.89., p.124)
	 “Sempre tive um temperamento de eremita”. De quem é esta frase? Uma dica: ela é de um ex-senador que, mesmo no auge de sua trajetória política, quando era aclamado nos quatro cantos do País, alternava momentos de profunda introspecção com momentos de explosão verbal. Outra dica: o seu temperamento afável desaparecia na virulência e sinceridade de seus discursos no Senado que abalavam seus vizinhos do Palácio do Planalto. Última chance: foi o grande comandante da inesquecível subcomissão do sistema bancário que desnudou o esquema de cheques fantasmas na CPI que investigou o ex-presidente Fernando Collor e seu tesoureiro, o falecido Paulo César Faria. O leitor já sabe de quem se está falando?” (ISTOÉ, 13.10.2004, p.20) 
OMISSÃO DE DADOS IDENTIFICADORES
 
 “É um monumento. Tem o tamanho do gramado do Maracanã e a altura de um prédio de 40 andares. Está no meio da Baía da Guanabara há uma semana, em cima de um navio. Até janeiro, a plataforma marítima Petrobrás-36 já deverá estar na Bacia de Campos, com uma centena de pessoas a bordo. Vai extrair 180 mil barris de petróleo por dia do poço Roncador, a 1.350 metros de profundidade no mar. Será responsável, sozinha, por um aumento de 16% na produção brasileira de petróleo. Vista de um outro ângulo, essa plataforma representa o símbolo de um problema bilionário – o cancelamento dos contratos de outras seis plataformas marítimas fechadas pelo ex-presidente Joel Mendes Renó, 62 anos, engenheiro que deixou a empresa mo início do ano” (Adaptação. Revista Época, 29.11.99., p.162).
INTERROGAÇÃO
	“Por que algumas crianças se prendem à televisão mais que outras? Pesquisas mostram que as crianças que assistem por mais tempo à televisão são aquelas que possuem pais mais autoritários e mais frustrantes. Assim também, o uso da televisão depende das relações das crianças com seus ‘pares’: a criança que vive mais na família e menos com seus colegas de idade assiste mais à televisão.” (Abraham Moles et alii, Linguagem da Cultura de Massa)
	“Que é Gramática Normativa? É a própria Gramática Descritiva, utilizada com intenção didática, com a finalidade de corrigir os desvios da língua-padrão, ou melhor, as influências, na língua-padrão, das linguagens locais e das diversas formas de linguagem coloquial. (...)” (Gladstone C. de Melo, Gramática Fundamental da Língua Portuguesa, p.11)
INTERROGAÇÃO
 “Para que servem, afinal, as novelas? De certa maneira, para servir de espelho à sociedade que as inspira. Mas basta aparecer uma personagem que não esteja de acordo com a imagem que a sociedade idealiza sobre si mesma e chovem os pedidos moralizantes para tirar a personagem do ar. Homossexualismo, por exemplo, não pode: na última novela de Silvio de Abreu, “Torre de Babel”, explodiram o casal vivido por duas atrizes. Agora, em “Laços de Família”, o alvo é a Capitu, interpretada pela atriz Giovanna Antonelli. Garota de programa que se dá bem não é um bom exemplo pras famílias. Por outro lado, personagens sacanas, ladrões, corruptos, de caráter duvidoso, canalhas de toda espécie, ah!, isso pode. Novela é o espelho da sociedade? É sim, mas com filtro moral.” (Cláudio Parreira, Revista Bundas, n.59, 01.08.2000, p.8)
Tipos de Desenvolvimento
Executar o Plano de desenvolvimento
A formulação do desenvolvimento do parágrafo
 “Desenvolvimento é a explanação mesma da ideia principal do parágrafo. Há diversos processos, que variam conforme a natureza do assunto e a finalidade da exposição; mas, qualquer que seja ele, a preocupação maior do autor deve ser sempre a de fundamentar de maneira clara e convincente as ideias que defende ou expõe, servindo-se de recursos costumeiros tais como a enumeração de detalhes, comparações, analogias, contrastes, aplicação de um princípio, regra ou teoria, definições precisas, exemplos, ilustrações, apelo ao testemunho autorizado, e outros.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.214)
Desenvolvimento
Tema: A corrupção
Delimitação: 1) A corrupção no Brasil 2) A corrupção na cidade de S. Paulo 3) Os casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito Celso Pitta
Fixação do objetivo: Identificar e comentar os casos mais graves de corrupção envolvendo o ex-prefeito Celso Pitta.
Frase-núcleo ou tópico frasal:
 Muitos são os casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito de S. Paulo, Celso Pitta, mas alguns se revestem de maior gravidade. 
Plano de desenvolvimento das ideias:
 Casos mais graves de corrupção envolvendo o ex-prefeito:
1996 – emissão de 3,2 bilhões em títulos
1997 – o caso conhecido como frangogate
1999 – descumprimento da Lei Orgânica do Município
 Muitos são os casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito de S. Paulo, Celso Pitta, mas alguns se revestem de maior gravidade. Em 1996, por exemplo, a emissão de R$ 3,2 bilhões em títulos para pagar dívidas de R$ 1,9 bilhão, com desvio da diferença para outros fins, representa uma situação limite, uma vez que fere frontalmente o que determina a Constituição. Já em 1997, o caso que ficou conhecido como “frangogate”, em que a prefeitura de S. Paulo comprava frangos de uma empresa pertencente à mulher do ex-prefeito Paulo Maluf, diz muito bem da falta de lisura e do favorecimento envolvendo recursos públicos. Não fica para trás, por sua vez, a descoberta feita em 1999 de que a prefeitura descumpria sistematicamente a Lei Orgânica do Município, que estipula em 30% o percentual a ser aplicado em educação, fato que gerou prejuízos irreversíveis, principalmente para a população mais carente.
Tema: O governo
Delimitação: 1) O governo brasileiro 2) O governo de FHC 3) Os escândalos do governo FHC 4) A compra de votos e o grampo no BNDES
Fixação do objetivo: Evidenciar a indiferença do presidente diante da gravidade dos escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES ocorridos no seu governo
Frase-núcleo ou tópico frasal:
	Em meio a tantos outros, os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES revelam a suspeita indiferença do presidente da República face à gravidade das denúncias que pesam contra ele. 
Plano de desenvolvimento das ideias:
Os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES
(a) a compra de votos para a reeleição
(b) o grampo no BNDES
Em meio a tantos outros, os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES revelam a suspeita indiferença do presidente da República face à gravidade das denúncias que pesam contra ele. Para quem não se lembra, dias antes da votação da emenda constitucional que permitiria a possibilidade de reeleição do presidente, a imprensa divulgou gravações telefônicas que comprometiam políticos da base governista envolvidos com a oferta da compra de votos para que o referido projeto fosse aprovado. O preço chegava a duzentos mil reais e envolvia políticos de peso, como o falecido ministro Sérgio Mota. Mais recentemente, o episódio que ficou conhecido como “o grampo no BNDES” trouxe à tona conversas telefônicas que evidenciavam articulações de Fernando Henrique Cardoso com o presidente daquelainstituição com vistas a interferir no leilão de privatização de uma parte da Telebrás. Um dos trechos das gravações mostrava o presidente autorizando o uso de seu nome para mudar os rumos da venda da estatal.
Tema: A televisão
Delimitação: A realidade na televisão.
Objetivo: Mostrar que a televisão não fornece uma reprodução fiel da realidade.
Frase-núcleo ou tópico frasal:
 A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade.
Plano de desenvolvimento das ideias:
(a) a realidade apresentada pela tevê é resultado de pontos de vista do:
realizador
produtor
cameraman
(b) o espectador não tem liberdade de escolher o que vai ver
Possibilidades de Desenvolvimento
Alternativas de desenvolvimento do parágrafo
“A elaboração de parágrafos não pode ficar jungida a normas muito restritas. Um parágrafo pode apresentar mais de uma faceta ao mesmo tempo, de acordo com a natureza do assunto, o tipo de composição, o estilo do escritor. As formas de desenvolvimento que se citam têm caráter didático; visam a oferecer ao aluno subsídios para o aprendizado.” (Maria Margarida de Andrade/Antonio Henriques. Língua portuguesa: noções básicas para cursos superiores. S. Paulo: Atlas, 1999, p.105)
ENUMERAÇÃO DE DETALHES
 “Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luiz do Maranhão parecia entorpecida pelo calor. Quase não se podia sair à rua: as pedras escaldavam; as vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes; as paredes tinham reverberações de prata polida; as folhas das árvores nem se mexiam; as carroças d’água passavam ruidosamente a todo o instante, abalando os prédios; e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas (calças) arregaçadas, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes. Em certos pontos não se encontrava viva alma na rua; tudo estava concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar, ou andavam no ganho.” (Aluísio Azevedo) 
ENUMERAÇÃO DE DETALHES
 “A emissora carioca pode não entender nada de democracia, nem de jornalismo, mas é especialista em manipulação eleitoral. Fez campanha contra o Movimento Diretas-Já, vendo-se obrigada a aderir na última hora, quando seus veículos já não podiam circular sem sofrer hostilidade da população. No desespero de evitar uma vitória de Leonel Brizola na eleição para governador do Rio, a Globo já havia se envolvido no escândalo Proconsult, uma das maiores vergonhas na história política recente. Mais tarde, praticou a edição criminosamente deformada do debate entre os candidatos Collor e Lula, com vistas a eleger o primeiro, a quem apoio durante toda a campanha.” (Folha de S. Paulo, 22.09.96., p.1-7)
ENUMERAÇÃO
 “No processo de formação das opiniões individuais atuam três fatores básicos: a educação, a vida familiar e a participação nos grupos primários. A educação é um fator fundamental, porque vai conformando a mentalidade dos indivíduos e abrindo-lhes horizontes específicos: desde o momento em que nasce e se incorpora à sociedade, o cidadão participa de todo um processo educativo, que vai moldando o seu comportamento e delineando normas de conduta. Outro fator importante é a vida familiar: da família o indivíduo recebe uma série de padrões de comportamento aos quais se vai acostumando e em torno dos quais vai girar a sua atividade social. A seguir, adquire importância a participação do indivíduo nos grupos primários: vizinhança, clubes, trabalho, associações etc.: o indivíduo se integra nesses grupos porque as suas normas estão de acordo com os seus próprios padrões de comportamento.” (Adaptado do livro Comunicação, opinião, desenvolvimento, de José Marques de Melo. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.114)
ENUMERAÇÃO
	“Recentes desenvolvimentos tecnológicos tornaram possível uma nova forma de comunicação humana: a comunicação de massa. Essa forma se diferencia das anteriores pelas seguintes e principais características: é dirigida a audiências relativamente grandes, heterogêneas e anônimas; as mensagens são transmitidas publicamente, na maior parte das vezes programadas para atingir simultaneamente a maioria dos membros da audiência, e têm caráter transitório; o comunicador tende a operar dentro de uma organização complexa que pode envolver grandes despesas. Essas condições têm consequências importantes para as atividades tradicionais que são desempenhadas por comunicadores na sociedade”. (Charles R. Wright, Comunicação de Massa)
ENUMERAÇÃO
 “Há constantes alagações nas ruas e bairros de Manaus e são duas as principais causas. A primeira é devido a cidade estar localizada à margem do rio, o que significa dizer que várias ruas foram construídas sobre os igarapés. A segunda é consequência da primeira, pois a população mora próximo a esses igarapés e joga lixo dentro dele. Portanto, quando chove, o acúmulo de lixo faz com que a água transborde, inundando ruas e casas” (Lorena M. N. Tomas, aluna do 1º período de Letras na UFAM, 1999).
CONFRONTO
	“Lendo-os com atenção, sente-se que Vieira, ainda falando do céu, tinha os olhos nos seus ouvintes; Bernardes, ainda falando das criaturas, estava absorto no Criador. Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo, e Bernardes para a cela, para si, para o seu coração. Vieira estudava graças a louçainhas de estilo (...) Bernardes era como essas formosas de seu natural que se não cansam com alinhamentos (...) Vieira fazia a eloquência; a poesia procurava a Bernardes. Em Vieira morava o gênio; em Bernardes, o amor, que, em sendo verdadeiro, é também gênio (...)” (A. F. de Castilho, apud Fausto Barreto e Carlos de Laet, Antologia nacional, p. 186)
CONFRONTO
 “Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria e o explorar a benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou conjunto das funções do organismo nacional; é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.” (Rui Barbosa, apud Luís Viana Filho)
CONFRONTO
 “Não se pode imaginar contraste mais violento do que o existente entre as duas regiões. De um lado, a terra escura, pegajosa, úmida, cavada de sulcos ou embebida de água, com árvores frutíferas, mangueiras, laranjeiras, canaviais, rios limosos. De outro lado, um caos de pedras cinzentas cravadas em desordem no chão de argila seca, rachado pelo sol, e vastas extensões de areia ardente. No litoral, a riqueza da vegetação exuberante, de um verde quase negro, com raízes mergulhadas nos pântanos e o cimo muitas vezes coroado de brumas matinais - plantas que arrebentam de seiva, mel, de perfumes. No sertão, a caatinga, como lhe chamavam os índios, com uma vegetação de cactos, de moitas espinhosas, de ervas raquíticas, amarelas, calcinadas, de árvores esqueléticas com folhas raivosamente eriçadas, transformadas em espinhos ou arestas, de árvores ventrudas que são como odres para reter sob a casca rugosa a maior quantidade possível da mesquinha água da chuva. À paisagem voluptuosa da cana-de-açúcar, em que tudoé tentação de vadiar, de dormir, de sonhar, de amar, opõe-se esta paisagem dura, angulosa, trágica.” (Roger Bastide, Brasil: terra de contrastes)
ANALOGIA
	“A paixão da verdade semelha, por vezes, as cachoeiras da serra. Aqueles borbotões d’água, que rebentam e espadanam, marulhando, eram, pouco atrás, o regato que serpeia, cantando pela encosta, e vão ser, daí a pouco, o fio de prata que se desdobra, sussuRrando, na esplanada. Corria murmuroso e descuidado; encontrou o obstáculo: cresceu, afrontou-o, envolveu-o, cobriu-o e, afinal, o transpõe, desfazendo-se em pedaços de cristal e flocos de espuma. A convicção do bem, quando contrariada pelas hostilidades pertinazes do erro, do sofisma ou do crime, é como essas catadupas da montanha. Vinha deslizando, quando topou na barreira, que se lhe atravessa no caminho. Então remoinhou arrebatada, ferveu, avultando, empinou-se, e agora brame na voz do orador, arrebata-lhe em rajadas a palavra, sacode, estremece a tribuna, e despenha-se-lhe em torno, borbulhando.” (Rui Barbosa)
COMPARAÇÃO
 “Nunca dois filmes tão diferentes foram tão parecidos. O primeiro, ‘A companhia dos lobos’, é inglês, foi produzido em 1978 e dirigido pelo saxofonista, escritor e cineasta Neil Jordan, baseado no conto de Ângela Carter, com roteiro do diretor e da autora. O segundo, ‘Ele, o boto’, é brasileiro, foi produzido em 1986 e dirigido pelo fluminense Walter Lima Jr., cujo argumento de Lima Barreto, baseado em ideia da atriz Vanja Orico, teve roteiro do próprio diretor. Geográfica e culturalmente distantes, os filmes se aproximam na forma e no conteúdo. Os dois tratam da sexualidade, dos preconceitos, do medo do desejo, através da imaginação das personagens excitadas por fábulas que ouviram na infância.” (Revista IstoÉ, 15.07.87.)
CITAÇÃO DE EXEMPLOS
 “Analogia é um fenômeno de ordem psicológica, que consiste na tendência para nivelar palavras ou construções que de certo modo se aproximam pela forma ou pelo sentido, levando uma delas a se modelar pela outra. Quando uma criança diz “fazi” e “cabeu”, conjuga essas formas verbais por outras já conhecidas, como dormi e correu.” (Rocha Lima, Português no Colégio,p.94)
 “A cidade de Manaus possui lugares muito bonitos de se visitar. O Teatro Amazonas e a Praia de Ponta Negra, por exemplo, não devem deixar de estar no roteiro de visitas. O primeiro, mais sofisticado, encanta os olhos com sua beleza rica do período áureo da borracha; o segundo convida a um passeio informal e possui uma vista linda do Rio Negro. Quem visita Manaus não esquece suas belezas” (Mariana dos Santos, aluna do 1º período de Letras na UFAM, 1999).
DIVISÃO E EXPLANAÇÃO DAS IDÉIAS “EM CADEIA”
	“A vocação literária é sempre concreta. Manifesta-se como tendência, não só à atitude em geral, mas ainda a este ou àquele gênero de atitude. Entre as inúmeras posições possíveis (e neste terreno as classificações chegam às maiores minúcias), há cinco a marcar bem nitidamente inclinações diferentes do gênio criador - o lirismo, a epopeia, o drama, a crítica e a sátira. O lirismo é a expressão da própria alma. A epopeia, a representação narrativa da vida. O drama, a representação ativa dela. A crítica, o juízo sobre a criação feita. E a sátira, a caricatura dos caracteres (...)” (A.A. Lima, Estética Literária, p. 99)
DIVISÃO E EXPLANAÇÃO DAS IDÉIAS “EM CADEIA”
 “Gregório de Mattos Guerra (Bahia, 1636 – Recife, 1713?) é provavelmente o poeta mais problemático, polêmico e prismático da literatura brasileira. Problemático porque, sob a etiqueta Gregório de Mattos, palpitam dúvidas autorais e textuais de difícil resolução, em razão do caráter apógrafo da obra, espalhada em cerca de uma vintena de códices, com variações a que somente uma sonhada edição crítica poria término. Polêmico porque ainda hoje há quem discuta sua originalidade e quem a reafirme. Prismático porque o escritor baiano seria dono de uma obra multifacetada, barrocamente contraditória. De todo modo, tornou-se ele, no dizer de Aderaldo Castello, uma figura-síntese do seu século na poesia e, ao lado do Padre Antônio Vieira, na prosa.” (Adriano Espínola. Revista Cult, dezembro/2000, p. 23)
DEFINIÇÃO
	“Os dois tropos ou figuras de designação mais comuns - ‘as duas figuras polares do estilo’, como as chama R. Jakobson - são a metáfora e a metonímia. A primeira consiste em dizer que uma coisa (A) é outra (B), em virtude de qualquer semelhança percebida pelo espírito entre o traço característico de A e o atributo predominante, o atributo por excelência, de B. A metonímia consiste em designar uma coisa (A) pelo nome de outra (B), em virtude de uma relação não de semelhança ou similaridade mas de contiguidade, de interdependência real entre ambas.”
RESPOSTA À INTERROGAÇÃO
 “Você quer aprender a elaborar um parágrafo-padrão? Se sua resposta for sim, primeiro escolha um tema sobre qualquer assunto; depois, delimite esse tema, isto é, vá desdobrando-o em partes menores até chegar naquela que você domina, conhece profundamente. Então, estabeleça um objetivo. Nele deve estar inserido o motivo que o levou a redigir o parágrafo. Agora, sim, elabore uma frase bem interessante sobre o assunto delimitado, daquelas frases misteriosas que estimulam a curiosidade e a sensibilidade das pessoas. Em seguida, explique claramente os seus pontos de vista e os seus conhecimentos, sempre orientado pelo objetivo. Finalmente, conclua o seu parágrafo traçando uma opinião sucinta que lembre ao leitor o seu tema e o seu objetivo. Dessa forma, é praticamente impossível não chegar à elaboração de um parágrafo que possa ser tomado como padrão” (Elen Mara dos Santos, aluna do 1º período do curso de Letras, UFAM).
RESPOSTA À INTERROGAÇÃO
 “Para que servem, afinal, as novelas? De certa maneira, para servir de espelho à sociedade que as inspira. Mas basta aparecer uma personagem que não esteja de acordo com a imagem que a sociedade idealiza sobre si mesma e chovem os pedidos moralizantes para tirar a personagem do ar. Homossexualismo, por exemplo, não pode: na última novela de Silvio de Abreu, “Torre de Babel”, explodiram o casal vivido por duas atrizes. Agora, em “Laços de Família”, o alvo é a Capitu, interpretada pela atriz Giovanna Antonelli. Garota de programa que se dá bem não é um bom exemplo pras famílias. Por outro lado, personagens sacanas, ladrões, corruptos, de caráter duvidoso, canalhas de toda espécie, ah!, isso pode. Novela é o espelho da sociedade? É sim, mas com filtro moral.” (Cláudio Parreira, Revista Bundas, n.59, 01.08.2000, p.8)
CAUSA E CONSEQÜÊNCIA
 “Quando a imprensa se converte, efetivamente, num autêntico veículo de comunicação de massas nas áreas urbanas, surgem o rádio e a televisão, como consequência do progresso eletrônico, e rapidamente incorporam-se à estrutura da sociedade de consumo massivo. O rádio e a TV surgiram com maiores condições para levar mensagens às grandes massas, porque traziam uma característica intrínseca, – a oralidade – ampliando o acesso potencial a todos os indivíduos, independentemente dos níveis de alfabetização e educação. Grandes parcelas da massa populacional, no mundo inteiro, sobretudo nas áreas rurais, que se conservavam marginalizadas da cultura, em virtude das características elitizantes da imprensa, passaram a receber informações orais e audiovisuais, respectivamente, através do rádio e da TV. Isso abalou, profundamente, as bases da própria cultura alfabética, linear, criando-se novos padrões.” (José Marques de Melo. Comunicação, opinião, desenvolvimento. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.73)
CAUSA E CONSEQUÊNCIA“Hoje, em nossas cidades, a maior parte da aprendizagem ocorre fora da sala de aula. A quantidade pura e simples de informações transmitidas pela imprensa, revistas, filmes, rádio e televisão excede, de longe, a quantidade de informações transmitidas pela instrução e textos escolares. Esse desafio destruiu o monopólio do livro como auxiliar de ensino e abriu brechas nas próprias paredes da aula, tão de súbito que ficamos confusos, desconcertados.” (Edmund Carpenter e Marshall McLuhan. Revolução na comunicação. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.73)
EXPLICITAÇÃO
 “O processo mediante o qual os seres humanos podem arbitrariamente fazer com que certas coisas representem outras pode-se chamar de processo simbólico. Quando se quer que dois ou mais seres humanos possam comunicar-se entre si, eles poderão, mediante acordo, fazer qualquer coisa representar qualquer outra coisa, isto é, criar símbolos. Não é só isto, mas ainda podemos ir mais longe, criando símbolos que representem outros símbolos. Esta liberdade para criar símbolos de qualquer valor determinado e criar símbolos que representem símbolos é essencial àquilo que denominamos processo simbólico.” (Adaptado do livro A linguagem no pensamento e na ação, de S.I. Hayakawa. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.73)
EXPLICITAÇÃO
 “O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de fazer rir. Isso é comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é uma análise crítica do homem e da vida. Uma análise não obrigatoriamente comprometida com o riso, uma análise desmistificadora, reveladora, cáustica. Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira, e o seu êxito está na alegria que ele provoca pela descoberta inesperada da verdade.” (Ziraldo, em entrevista publicada na revista Veja, de 31.12.69. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.73)
EXPLORAÇÃO DE ASPECTOS ESPACIAIS E TEMPORAIS
 “O salão de visitas era no primeiro andar. Mobília antiga um tanto mesclada; ao centro, grande lustre de cristal, coberto de filó amarelo. Três largas janelas de sacada, guarnecidas de cortinas brancas, davam para a rua; do lado oposto, um enorme espelho de moldura dourada e gasta inclinava-se pomposamente sobre um sofá de molas; em uma das paredes laterais, um detestável retrato a óleo de Madame Brizard, vinte anos mais moça, olhava sorrindo para um velho piano, que lhe ficava fronteiro; por cima dos consolos, vasos bonitos de louça da Índia, cheios de areia até a boca.” (Aluísio Azevedo, Casa de Pensão, p.94)
EXPLORAÇÃO DE ASPECTOS ESPACIAIS E TEMPORAIS
 “Há secas que ficaram famosas: a de 1790-1793, conhecida como “Grande Seca”; a de 1824-1825, acompanhada de uma epidemia de varíola; e principalmente a de 1877-1879, com 5.780 mortos, 125.000 expatriados, dos quais alguns foram obrigados a comer cadáveres pelo caminho para também não morrerem de fome – seca que acarretou a perda de 180.000 cabeças de gado; a de 1915, com 30.000 mortos, 42.000 imigrantes e o desaparecimento de 680.000 bois, mais de dois milhões de cabras e carneiros, 112.000 burros e 211.000 cavalos. Mais perto de nós houve ainda as de 1932 e a de 1952-1953. Longos rosários de sofrimentos que explicam por que o vaqueiro vive no temor constante da cólera divina, que se abate impiedosa sobre a terra.” (Roger Bastide. Brasil: terra de contrastes. In: Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.73)
Frase conclusiva
A última frase do parágrafo padrão. 
Elaboração da frase conclusiva
 “A conclusão do parágrafo consiste numa retomada do objetivo expresso na frase-núcleo ou, ainda, numa recapitulação dos detalhes que compuseram o seu desenvolvimento. “Em outros termos, o autor reorganiza resumidamente os diversos aspectos da fase de desenvolvimento em uma frase final, que fecha o texto.” Trata-se de “uma representação sucinta ou geral do objetivo proposto na fase de introdução (frase-núcleo) e dos aspectos ou detalhes particulares explicitados na fase de desenvolvimento.” (Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.83)
 “A conclusão de um parágrafo ou se constrói com um resumo das ideias apresentadas no desenvolvimento do parágrafo ou com a apresentação das consequências das ideias expostas.” (Andrade/Medeiros. Curso de Língua Portuguesa. S. Paulo: Atlas, 1997, p.235)
Características e vantagens da frase conclusiva
Retoma o objetivo fixado na frase-núcleo ou tópico frasal.
Recapitula conjunto de detalhes que fazem parte do desenvolvimento.
Reorganiza resumidamente, em uma frase, os diversos aspectos da fase de desenvolvimento.
Apresenta implicações ou inferências da frase-núcleo ou tópico frasal ou do desenvolvimento.
(1) Assunto: A corrupção
Delimitação: 1) A corrupção no Brasil 2) A corrupção na cidade de S. Paulo 3) Os casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito Celso Pitta
Fixação do objetivo: Identificar e comentar os casos mais graves de corrupção envolvendo o ex-prefeito Celso Pitta
Frase-núcleo ou tópico frasal:
 Muitos são os casos de corrupção envolvendo o ex-prefeito de S. Paulo, Celso Pitta, mas alguns se revestem de maior gravidade. 
Plano de desenvolvimento das ideias:
Casos mais graves de corrupção envolvendo o ex-prefeito:
1996 – emissão de 3,2 bilhões em títulos
1997 – o caso conhecido como frangogate
1999 – descumprimento da Lei Orgânica do Município
Desenvolvimento:
Em 1996, por exemplo, a emissão de R$ 3,2 bilhões em títulos para pagar dívidas de R$ 1,9 bilhão, com desvio da diferença para outros fins, representa uma situação limite, uma vez que fere frontalmente o que determina a Constituição. Já em 1997, o caso que ficou conhecido como frangogate, em que a prefeitura de S. Paulo comprava frangos de uma empresa pertencente à mulher do ex-prefeito Paulo Maluf, diz muito bem da falta de lisura e do favorecimento envolvendo recursos públicos. Não fica para trás, por sua vez, a descoberta feita em 1999 de que a prefeitura descumpria sistematicamente a Lei Orgânica do Município, que estipula em 30% o percentual a ser aplicado em educação, fato que gerou prejuízos irreversíveis, principalmente para a população mais carente.
Conclusão:
Os casos aqui arrolados, entretanto, representam apenas a ponta de um iceberg que esconde o verdadeiro perfil dos homens que administram a coisa pública em nosso país.
(2) Assunto: O governo
Delimitação: 1) O governo brasileiro 2) O governo de FHC 3) Os escândalos do governo FHC 4) A compra de votos e o grampo no BNDES
Fixação do objetivo: Evidenciar a indiferença do presidente diante da gravidade dos escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES ocorridos no seu governo
Frase-núcleo ou tópico frasal:
 	Em meio a tantos outros, os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES revelam a suspeita indiferença do presidente da República face à gravidade das denúncias que pesam contra ele. 
Plano de desenvolvimento das ideias:
Os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES
(a) a compra de votos para a reeleição
(b) o grampo no BNDES
 Desenvolvimento:
Para quem não se lembra, dias antes da votação da emenda constitucional que permitiria a possibilidade de reeleição do presidente, a imprensa divulgou gravações telefônicas que comprometiam políticos da base governista envolvidos com a oferta da compra de votos para que o referido projeto fosse aprovado. O preçochegava a duzentos mil reais e envolvia figuras de peso, como o falecido ministro Sérgio Mota. Mais recentemente, o episódio que ficou conhecido como “o grampo no BNDES” trouxe à tona conversas telefônicas que evidenciavam articulações de Fernando Henrique Cardoso com o presidente daquela instituição com vistas a interferir no leilão de privatização de uma parte da Telebrás. Um dos trechos das gravações mostrava o presidente autorizando o uso de seu nome para mudar os rumos da venda da estatal.
Conclusão:
Apesar de ambos os casos envolverem funcionários públicos de sua estrita confiança e a sua própria pessoa, todos os pronunciamentos do presidente da República acerca das denúncias foram no sentido de simplesmente desqualificá-las, tratando-as como episódios corriqueiros e sem a menor importância.
(3) Assunto: A televisão
Delimitação: A realidade na televisão.
Objetivo: Mostrar que a televisão não fornece uma reprodução fiel da realidade.
Frase-núcleo ou tópico frasal:
 A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade.
Plano de desenvolvimento das ideias:
(a) a realidade apresentada pela tevê é resultado de pontos de vista do:
realizador
produtor
cameraman
(b) o espectador não tem liberdade de escolher o que vai ver
Desenvolvimento:
Uma reportagem de TV, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameraman, que seleciona os ângulos de filmagem; 4) finalmente, de todos aqueles capazes de intervir no processo de transmissão. Por outro lado, alternando sempre os closes (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental, ou seja, aquilo que ele deseja ver em grandes ou pequenos planos.
Conclusão:
Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira especialíssima de ver o real. (Muniz Sodré, A comunicação do grotesco)
Parágrafo Padrão
O sucesso do planejamento
Forma completa de cada um dos parágrafos que serviram de exemplo (1)
 Muitos são os casos de corrupção envolvendo o prefeito de São Paulo, Celso Pitta, mas alguns se revestem de maior gravidade. Em 1996, por exemplo, a emissão de R$ 3,2 bilhões em títulos para pagar dívidas de R$ 1,9 bilhão, com desvio da diferença para outros fins, representa uma situação limite, uma vez que fere frontalmente o que determina a Constituição. Já em 1997, o caso que ficou conhecido como frangogate, em que a prefeitura de S. Paulo comprava frangos de uma empresa pertencente à mulher do ex-prefeito Paulo Maluf, diz muito bem da falta de lisura e do favorecimento envolvendo recursos públicos. Não fica para trás, por sua vez, a descoberta feita em 1999 de que a prefeitura descumpria sistematicamente a Lei Orgânica do Município, que estipula em 30% o percentual a ser aplicado em educação, fato que gerou prejuízos irreversíveis, principalmente para a população mais carente. Os casos aqui arrolados, entretanto, representam apenas a ponta de um iceberg que esconde o verdadeiro perfil dos homens que administram a coisa pública em nosso país.
Forma completa de cada um dos parágrafos que serviram de exemplo (2)
 Em meio a tantos outros, os escândalos da compra de votos e do grampo no BNDES revelam a suspeita indiferença do presidente da República face à gravidade das denúncias que pesam contra ele. Para quem não se lembra, dias antes da votação da emenda constitucional que permitiria a possibilidade de reeleição do presidente, a imprensa divulgou gravações telefônicas que comprometiam políticos da base governista envolvidos com a oferta da compra de votos para que o referido projeto fosse aprovado. O preço chegava a duzentos mil reais e envolvia figuras de peso, como o falecido ministro Sérgio Mota. Mais recentemente, o episódio que ficou conhecido como “o grampo no BNDES” trouxe à tona conversas telefônicas que evidenciavam articulações de Fernando Henrique Cardoso com o presidente daquela instituição com vistas a interferir no leilão de privatização de uma parte da Telebrás. Um dos trechos das gravações mostrava o presidente autorizando o uso de seu nome para mudar os rumos da venda da estatal. Apesar de ambos os casos envolverem funcionários públicos de sua estrita confiança e a sua própria pessoa, todos os pronunciamentos do presidente da República acerca das denúncias foram no sentido de simplesmente desqualificá-las, tratando-as como episódios corriqueiros e sem a menor importância.
Forma completa de cada um dos parágrafos que serviram de exemplo (2)
 “A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade. Uma reportagem de TV, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameraman, que seleciona os ângulos de filmagem; 4) finalmente, de todos aqueles capazes de intervir no processo de transmissão. Por outro lado, alternando sempre os closes (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental, ou seja, aquilo que ele deseja ver em grandes ou pequenos planos. Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira especialíssima de ver o real.” (Muniz Sodré, A comunicação do grotesco)
Em síntese
 “Ao escrever sobre determinado assunto, escrevemos para atingir um objetivo, que deve estar presente em todo o texto: nas fases de introdução, desenvolvimento e conclusão, permitindo que se construa uma unidade de composição escrita – uma unidade organizada de forma articulada, ou integrada. Esta unidade é organizada de forma que os seus elementos de introdução, desenvolvimento e conclusão comportem-se como se fossem elos de uma corrente: cada unidade ou cada peça depende das demais. A esta unidade de composição escrita a respeito de um assunto particular, produzida para atingir um objetivo, e estruturada por um conjunto de orações de introdução, desenvolvimento e conclusão, dá-se o nome de parágrafo.” (Magda B. Soares e Edson N. Campos. Técnica de redação. S. Paulo: Ao Livro Técnico, 1987, p.85)
Qualidade de um texto
Conquistas do parágrafo padrão
 Quatro qualidades de um bom parágrafo: UNIDADE, COERÊNCIA, COESÃO E ÊNFASE
 “A correção gramatical é, sem dúvida, uma das mais importantes qualidades do estilo. Mas nem sempre a mais importante: uma composição pode estar absolutamente correta do ponto de vista gramatical e revelar-se absolutamente inaproveitável. (...) É verdade que erros grosseiros podem invalidar outras qualidades do estilo. Mas a experiência nos ensina que os defeitos mais graves nas redações de alunos do curso fundamental – e até superior – decorrem menos dos deslizes gramaticais que das falhas de estruturação da frase, da incoerência das ideias, da falta de unidade, da ausência de realce. Quando o estudante aprende a concatenar ideias, a estabelecer suas relações de dependência, expondo seu pensamento de modo claro, coerente e objetivo, a forma gramatical vem com um mínimo de erros que não chegam a invalidar a redação. Esse mínimo de erros se consegue evitar com um mínimo de ‘regrinhas’ gramaticais.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.253)
Primeira qualidade: UNIDADE
Observemoso texto a seguir:
 A família é a célula que forma um grande corpo chamado sociedade, sendo assim a unidade básica para a formação de pessoas que possam relacionar-se harmonicamente entre si. O mais importante – a desestruturação de várias famílias tem provocado uma quebra nas relações entre os indivíduos, devido a má formação da personalidade e do caráter do ser humano”. (Texto de aluno)
Estamos, portanto, diante de um texto SEM UNIDADE.
Algumas características da UNIDADE
Consiste em dizer uma coisa de cada vez, deixando-se de lado o que nada tem a ver com a ideia predominante no parágrafo;
Consiste em manter-se fiel ao objetivo representado no parágrafo pela frase-núcleo;
Consiste em evitar digressões impertinentes e manter objetividade nas relações entre a ideia principal e as secundárias.
Alternativas para se conseguir UNIDADE
1) Dar preferência ao uso da frase-núcleo ou tópico frasal
 “Para esta coleção (de CDs), reunimos uma seleção representativa dos mais belos cantos gregorianos interpretados por três corais que estão entre os melhores dos seus respectivos países. A Escola Gregoriana Mediolanensis, italiana, interpreta três das mais conhecidas missas assim como várias antífonas. O Coral dos Monges da Abadia de São Otílio nos conduz através do ano litúrgico com destaques como as missas de Natal, Domingo de Páscoa e Pentecostes. Finalmente, o Coral Gregoriano da Abadia de Grimbergen, da Bélgica, fez uma seleção dos cantos da Liturgia dos Mortos. Trata-se, pois, de vozes da tranquilidade que o ajudarão a relaxar e a se desligar das tensões da vida cotidiana.” (Adaptação. Encarte do CD Vozes da Tranquilidade, Reader’s Digest Música).
Primeira qualidade: UNIDADE
Observemos, agora, este outro texto:
 “Não há comicidade fora do que é propriamente humano. Uma paisagem poderá ser bela, graciosa, sublime, insignificante ou feia, porém jamais risível. Riremos de um animal, mas porque teremos surpreendido nele uma atitude de homem ou certa expressão humana. Riremos de um chapéu, mas no caso o cômico não será um pedaço de feltro ou palha, senão a forma que alguém lhe deu, o molde da fantasia humana que ele assumiu. Como é possível que fato tão importante, em sua simplicidade, não tenha merecido atenção mais acurada dos filósofos?” (Henri Bergson, O riso)
Estamos, portanto, diante de um texto COM UNIDADE.
Alternativas para se conseguir UNIDADE
1) Dar preferência ao uso da frase-núcleo ou tópico frasal
 “Viver é mesmo uma ginástica. O coração se contorce para bombear o sangue que, por sua vez, corre o corpo inteiro. A respiração estica e encolhe os pulmões. O aparelho digestivo se dobra e desdobra com o alimento. Tudo na vida animal é movimento - músculos que se contraem, músculos que se estendem. Graças a cerca de 650 músculos o homem pode, além de viver, ficar em pé, andar, dançar, falar, piscar os olhos, cair na gargalhada, prorromper em lágrimas, expressar no rosto suas emoções, escrever e ler este texto. Portanto, o desempenho da musculatura é muito mais forte que mera força bruta.” (Revista Superinteressante, n.2, 1988)
Alternativas para se conseguir UNIDADE
2) Evitar pormenores impertinentes, acumulações, redundâncias
 “O assassínio do Presidente Kennedy, naquela triste tarde de novembro, quando percorria a cidade de Dallas, aclamado por numerosa multidão, cercado pela simpatia do povo do grande Estado do Texas, terra natal, aliás, do seu sucessor, o Presidente Johnson, chocou a humanidade inteira não só pelo impacto emocional provocado pelo sacrifício do jovem estadista americano, tão cedo roubado à vida, mas também por uma espécie de sentimento de culpa coletiva que nos fazia, por assim dizer, como que responsáveis por esse crime estúpido, que a História, sem dúvida, gravará como o mais abominável do século.” (Redação de aluno citada em: Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.256)
O mesmo parágrafo sem as redundâncias e exageros:
 O assassínio do Presidente Kennedy chocou a humanidade inteira, não só pelo impacto emocional mas também por uma espécie de sentimento de culpa coletiva por esse crime que a História gravará como o mais abominável do século.
Alternativas para se conseguir UNIDADE
3) Evitar frases entrecortadas
 “Saí de casa hoje de manhã muito cedo. Estava chovendo. Eu tinha perdido o guarda-chuva. O ônibus custou a chegar. Eu fiquei todo molhado. Apanhei um bruto resfriado.”
 Quando saí de casa hoje de manhã muito cedo, estava chovendo. Como tinha perdido o guarda-chuva e o ônibus custasse a chegar, fiquei todo molhado e apanhei um bruto resfriado.
Obs. Com a nova estrutura, o parágrafo passa a ter mais unidade e coesão, aí incluído o destaque para as ideias mais importantes, que aparecem em orações principais.
Alternativas para se conseguir UNIDADE
4) Evitar o fragmento da mesma ideia-núcleo em diversos parágrafos
 “Diversos fatores têm sido responsáveis pelas transformações que se estão verificando na região de colonização estrangeira.
 O rádio é um deles; o cinema, outro; a facilidade de transportes, com estradas e veículos, igualmente.
 O rádio é utilizado no meio rural e nas cidades, e através dele divulgam-se notícias de todos os tipos, propaganda, transmissões de jogos e bailes, notícias de aniversários etc.
 O cinema, igualmente, vai penetrando mesmo nos meios rurais; cada vila tem o seu pequeno cinema, onde há projeções, uma vez por semana. (...)”
 “Diversos fatores têm sido responsáveis pelas transformações que se estão verificando na região de colonização estrangeira. O rádio é um deles; o cinema, outro; a facilidade de transportes, com estradas e veículos, igualmente. O rádio é utilizado no meio rural e nas cidades, e através dele divulgam-se notícias de todos os tipos, propaganda, transmissões de jogos e bailes, notícias de aniversários etc. O cinema, igualmente, vai penetrando mesmo nos meios rurais; cada vila tem o seu pequeno cinema, onde há projeções, uma vez por semana. (...)”
Para se manter UNIDADE é aconselhável:
Dar atenção ao que é essencial, enunciando claramente a ideia-núcleo em tópico frasal ou frase-núcleo;
Não se afastar, por descuido, da ideia predominante expressa no tópico ou na frase-núcleo;
Evitar digressões irrelevantes ou impertinentes; quando intencionais, não devem ser mais extensas que a ideia central do parágrafo;
Evitar a acumulação de fatos ou pormenores que escondam a ideia-núcleo;
Inter-relacionar as frases ou estágios do desenvolvimento por meio de expressões de transição ou palavras de referência;
Evitar passagens bruscas de um assunto para outro.
Segunda qualidade: COERÊNCIA
Observemos o texto a seguir:
 “O Romantismo, período da literatura em que prevaleceu o estilo de características notáveis, como utilização de uma linguagem popular, livre de artifícios literários clássicos, elevação do eu a sujeito da história, exaltação da natureza, subjetividade, sentimentalismo exacerbado, escapismo espacial e temporal e outras, é uma estética que se distancia do Classicismo e que vai buscar sua idade de ouro na Idade Média. A epopeia, o poema lírico, o romance são formas que aparecem na literatura desde a Antiguidade. O estudante de hoje encontra farta bibliografia traduzida e nacional sobre literatura moderna”. (Andrade/Medeiros. Curso de Língua Portuguesa. S. Paulo: Atlas, 1997, p.249)
Obs. O parágrafo aborda três assuntos. Não há interligação lógica entre as ideias, que não concorrem para um único objetivo, comprometendo, inclusive, a unidade.
Estamos, portanto, diante de um texto
 SEM COERÊNCIA.
Segunda qualidade: COERÊNCIA
Observemos,agora, este outro texto: 
 “Como a imigração portuguesa era predominantemente masculina, prosseguiu a livre mestiçagem mameluca que a princípio foi, naturalmente, a única. Em 1584, por exemplo, a população de São Vicente compunha-se de 600 brancos e 3000 escravos índios. Com o tempo, proibida a escravidão do índio e praticada a do negro, este passou a ter o mais importante papel dentro da grande miscigenação brasileira. Esses três grupos étnicos formaram a maioria das populações brasileiras.” (F.M. Salazar e N. Freitas Maia, Populações brasileiras)
Estamos, portanto, diante de um texto COM COERÊNCIA.
Algumas características da COERÊNCIA
“Resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à superfície textual. (...) É responsável pelo sentido do texto.” (Maria da Graça C. Val. Redação e textualidade. S. Paulo: Martins Fontes, 1999, p.5)
Representa a articulação do nexo entre os conceitos;
Consiste na interligação das ideias de maneira clara e lógica;
Depende de uma ordem adequada ao desenvolvimento;
É auxiliada pelo emprego de expressões de transição;
Depende da relação entre a ideia predominante e as secundárias;
Sem coerência pode-se comprometer a unidade do parágrafo;
Ordem e transição são características fundamentais para se manter coerência.
Alternativas para se conseguir COERÊNCIA
1) Respeitar a ordem cronológica
 “Washington patrocinou dois encontros de presidentes das Américas, nos anos 90, para discutir uma ‘estratégia de conjunto’ de combate ao narcotráfico. O primeiro aconteceu em Cartagena, no litoral da Colômbia, em 15 de janeiro de 1990, reunindo Estados Unidos, Bolívia, Peru e Colômbia. O segundo, realizado em San Antonio, no Texas, em 26 e 27 de fevereiro de 1992, reuniu Estados Unidos, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, México e Venezuela. Foram encontros patéticos, em que se multiplicaram os discursos moralistas, mas tendo como pano de fundo, de um lado, a arrogância americana e, de outro, a miséria latino-americana” (José Arbex Jr., Caros Amigos, setembro de 1999, pp. 36-37).
Alternativas para se conseguir COERÊNCIA
2) Estabelecer critério para a ordem espacial
 “A cama estava imponente: descia-lhe da cúpula um enorme cortinado de labirinto, que a avó do Luís, quando moça, recebera como presente de uma senhora do Porto, a cujo filho amamentara antes de vir para o Brasil; arrepanhavam-no pelas extremidades, à base das quatro colunas, grandes ramos de flores naturais, donde pendiam laços de cetim azul, baratinho, mas muito vistoso. Por cima da famosa colcha auriverde com armas brasileiras figurava uma cerimoniosa cobertura de rendas, sobre a qual se desfolhavam rosas e bogaris; e lá no alto, por fora do sobrecéu, esparralhado contra o teto, um imenso feixe de tinhorões e crótons”. (Aluísio Azevedo, O homem, p. 177)
Obs. Deve-se considerar a ordem em que o objeto é observado. Dos detalhes mais próximos aos mais distantes, ou destes para aqueles. De dentro para fora, da direita para a esquerda ou vice-versa.
Alternativas para se conseguir COERÊNCIA
3) Atentar para a ordem lógica
 “A mocidade é essencialmente generalizadora. Os casos particulares não interessam. A análise, exigindo demora e paciência, repugna ao espírito imediatista da mocidade, que não quer apenas mas quer já. E quer em linhas gerais que tudo abranjam. Esse espírito de fácil generalização leva os moços a concluírem com facilidade e a julgarem de tudo e de todos com precipitação e vasta dose de suficiência. Tudo isso, porém, é utilíssimo para os grandes empreendimentos que exigem certa dose de temeridade para serem levados avante. A mocidade é naturalmente totalitária e as soluções parciais não lhe interessam ou pelo menos não a satisfazem.” (A. Amoroso Lima, Idade, sexo e tempo, p. 72, apud Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.277)
Obs. Os estágios de raciocínio do autor se encadeiam de forma coerente, inclusive com o auxílio de expressões de transição. Como se vê, essa ordem depende muito do encadeamento das frases por meio da associação de ideias. Implica substancialmente processo de raciocínio dedutivo ou indutivo. 
Alternativas para se conseguir COERÊNCIA
4) Buscar a concisão, evitando a redundância
 “Conforme a última deliberação unânime de toda a diretoria, a entrada, a frequência e a permanência nas dependências deste clube, tanto quanto a participação nas suas atividades esportivas, recreativas, sociais e culturais, são exclusivamente privativas dos seus sócios, sendo terminantemente proibida, seja qual for o pretexto, a entrada de estranhos nas referidas dependências do mesmo.” (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.287)
Eliminada a redundância pode-se ter: “É proibida a entrada de estranhos” ou “Só é permitida a entrada de sócios”. 
Obs. A prolixidade decorre da redundância estilística ou retórica. Não há necessidade de detalhes supérfluos ou do acréscimo de ideias já claramente expressas ou subentendidas.
Terceira qualidade: COESÃO
Observemos as frases abaixo:
...tivemos de ampliar as instalações do prédio.
...fomos obrigados a admitir novos professores.
...a Lei de Diretrizes e Bases tornou possível a reorganização dos currículos.
...o colégio passou por transformações radicais.
...todas as atividades prosseguiram normalmente.
Estamos diante de fragmentos SEM COESÃO entre si.
Observemos, agora, o parágrafo a seguir:
 Para atender ao crescente número de pedidos de matrícula, tivemos de ampliar as instalações do prédio. Também, pela mesma razão, fomos obrigados a admitir novos professores. Por outro lado, a Lei de Diretrizes e Bases tornou possível a reorganização dos currículos. Em virtude desses fatores, o colégio passou por transformações radicais. Não obstante, todas as atividades prosseguiram normalmente. (Othon M. Garcia. Comunicação em prosa moderna. R. de Janeiro: FGV, 1988, p.279)
Estamos, agora, diante de um texto COM COESÃO
Terceira qualidade: COESÃO
Observemos o parágrafo seguinte:
 “Estamos atravessando momentos adversos e o facciosismo político vem mobilizando até a Justiça que tem tantos processos para julgar. Vamos nos unir para que os problemas de todo o Amazonas sejam resolvidos. A cupidez e a disputa de poder são pedras de tropeço para o nosso desenvolvimento. Existem programas de rádio e televisão que estão servindo apenas para dificultar as coisas. Os apresentadores progridem e a população fica na pior. A briga política está criando um desgaste”. (Acrítica, Seção de Cartas dos leitores, 23.01.2005)
Estamos diante de um parágrafo sem coesão!
Terceira qualidade: COESÃO
Vejamos este outro parágrafo:
 “Você quer aprender a elaborar um parágrafo padrão? Se sua resposta for sim, primeiro escolha um tema sobre qualquer assunto; depois, delimite esse tema, isto é, vá desdobrando-o em partes menores até chegar àquela que você domina, conhece profundamente. Então, estabeleça um objetivo. Nele deve estar inserido o motivo que o levou a redigir o parágrafo. Agora, sim, elabore uma frase bem interessante sobre o assunto delimitado, daquelas frases misteriosas que estimulam a curiosidade e a sensibilidade das pessoas. Em seguida, explique claramente os seus pontos de vista e os seus conhecimentos, sempre orientado pelo objetivo. Finalmente, conclua o seu parágrafo traçando uma opinião sucinta que lembre ao leitor o seu tema e o seu objetivo. Dessa forma, é praticamente impossível não chegar à elaboração de um parágrafo que possa ser tomado como padrão” (Elen Mara dos Santos, aluna do 1º período do curso de Letras, UFAM,1999).
Estamos, agora, diante de um parágrafo COM COESÃO entre as ideias. É preciso, portanto, cuidar da transição entre as

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