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• É o acúmulo de fluido intersticial (dentro dos tecidos); • O fluido extravascular também pode se acumular em cavidades corporais e tais acúmulos são chamados de efusões; como exemplos, temos: - Na cavidade pericárdica (hidropericárdio), também chamado de derrame pericárdico; - Na cavidade pleural (hidrotórax), também chamado de derrame pleural; - Na cavidade peritoneal, mais conhecido como ascite; • O edema grave é chamado de anasarca, o qual é generalizado e provoca grande tumefação dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais; Em condições normais: • O movimento da água e dos solutos e dos sais entre os tecidos e vasos é controlado principalmente pelo efeito oposto da pressão hidrostática vascular e da pressão coloidosmótica plasmática; • Não há perda ou ganho final de líquido através do leito capilar. Caso haja um aumento da pressão hidrostática ou diminuição da pressão coloidosmótica (oncótica), o tecido linfático ainda consegue drenar muito do excesso de volume do líquido, retornando ao fluxo sanguíneo através do ducto torácico. Em condições anormais: Contudo, se o movimento da água e dos solutos dentro dos tecidos ou cavidades corporais ultrapassar a capacidade da drenagem linfática, ocorre o acúmulo de líquido, resultando em edema tecidual. çã • O fluido do edema que se acumula devido ao aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão coloidosmótica, tipicamente, é um transudato pobre em proteínas; • Já o exsudato, fluido que se acumula devido ao aumento da permeabilidade vascular e inflamações, é rico em proteínas. • Realiza-se comprimindo a região edemaciada com o polegar por cerca de 10 segundos e observando-se se há formação de depressão (sendo positivo, confirma o edema). ê í • Os efeitos do edema são variáveis, desde um mero incômodo até um edema rapidamente fatal; eles podem ser dos seguintes tipos: Edema subcutâneo • Pode ser um importante sinalizador de doença cardíaca ou renal de base; • Pode comprometer a cicatrização de feridas ou a eliminação das infecções; • Pode ser difuso ou pode ser mais evidente em regiões com alta pressão hidrostática. Na maioria dos casos, a distribuição é influenciada pela gravidade, sendo denominado de edema dependente (pernas quando em pé, o sacro quando encostado). Edema pulmonar • Edema localizado. É observado em quadros de insuficiência ventricular do lado esquerdo, insuficiência renal, síndrome do desconforto respiratório agudo e em desordens inflamatórias e infecciosas do pulmão; • O pulmão pode apresentar 2 a 3x do seu peso normal e ao corte revela um fluido espumoso; • Pode levar à morte por interferir na função ventilatória normal, além de impedir a difusão normal de oxigênio e criar um ambiente favorável para a proliferação de infecções. Edema cerebral • É potencialmente fatal, pois se o edema for grave, o cérebro pode sofrer herniação (se projetar através do forame magno); • Pode ser localizado ou generalizado. Morfologicamente, no generalizado, os sulcos ficam estreitos e os giros ficam intumescidos e achatados contra o crânio; • Com o aumento da pressão intracraniana, o suprimento vascular do tronco encefálico pode ser comprimido, levando a óbito por lesão dos centros bulbares que controlam as funções vitais do corpo. Pressão hidrostática aumentada • Aumentos na pressão hidrostática (PH) são causados principalmente por distúrbios que comprometem o retorno venoso como a trombose venosa profunda (coágulo dentro do vaso) nos membros inferiores, que causa edema de membros inferiores; • Já em aumentos generalizados da pressão venosa com edema sistêmico (anasarca) ocorrem mais comumente devido à insuficiência cardíaca congestiva; • Outros fatores causam o aumento da pressão hidrostática, como: - Pericardite constritiva; - Ascite (cirrose hepática); - Obstrução ou compressão venosa; - Pressão externa; - Inatividade prolongada das extremidades inferiores em posição vertical. Pressão osmótica plasmática reduzida • A redução da concentração de albumina plasmática leva à redução da pressão coloidosmótica sanguínea e à perda de fluido a partir da circulação; • A albumina é responsável por quase metade da proteína presente no plasma, portanto, ao diminuir a sua concentração por perda ou sintetização inadequada, a pressão osmótica plasmática será reduzida; • Um exemplo de perda de albumina sanguínea é a síndrome nefrótica, na qual os capilares do glomérulo danificados se tornam anormalmente permeáveis, levando à perda de albumina e outras proteínas na urina, desenvolvendo assim, o edema generalizado; • No caso de síntese diminuída de albumina, temos a cirrose hepática e desnutrição proteica; • Independente da causa, níveis reduzidos de albumina no plasma, levam ao edema, volume intravascular reduzido e hiperaldosteronismo secundário; • Além disso, a maior retenção de sal e água pelos rins, não só falha em corrigir o déficit de volume do plasma, como exacerba o edema, pois a redução de albumina persiste; Obstrução linfática • A drenagem linfática comprometida e o consequente linfedema (acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo), geralmente resultam de uma obstrução dos vasos linfáticos causada por uma inflamação ou uma neoplasia; • Um exemplo clássico de obstrução linfática e que causa edema de membros inferiores e genitália é a filariose (elefantíase), infecção parasitária que causa fibrose linfática e linfonodal inguinal; • Outro exemplo é a infiltração e obstrução dos vasos linfáticos pelo câncer de mama, causando edema da pele e depressões na pele da mama afetada (pele em casca de laranja); • Um quadro relativamente comum dessa doença, ocorre em mulheres que são submetidas a ressecção dos linfonodos axilares, os quais podem se romper, obstruir a drenagem linfática e resultar em grave linfedema do braço. Retenção de sódio e água • Pode ser a causa primária do edema; • A retenção excessiva de sal e obrigatoriamente de água induzem o edema devido ao aumento da pressão hidrostática, (por causa da expansão do volume intravascular) e redução da pressão osmótica plasmática; • A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida, como nos distúrbios primários do rim e nos distúrbios cardiovasculares que diminuem a perfusão renal; • Uma das mais importantes causas de hipoperfusão renal é a insuficiência cardíaca congestiva, que resulta na ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona e a retenção de sódio e líquido para compensar o volume de sangue; Ativação do eixo: • O angiotensinogênio está presente na corrente sanguínea e quando ocorre a diminuição da quantidade de sangue dos rins (hipoperfusão renal), ele liberará renina, que é responsável por converter o angiotensinogênio em angiotensina I; • Várias células do endotélio, inclusive as células endoteliais do pulmão possuem uma enzima ECA (enzima conversora de angiotensina) que converte a angiotensina I em angiotensina II; • A angiotensina II vai agir sobre o córtex da medula adrenal e vai promover a liberação de aldosterona, que irá agir nos túbulos renais, retendo o sódio e retendo líquido; • De início é uma reposta benéfica, já que a retenção de sódio e água, o aumento do tônus vascular e níveis elevados de hormônio antidiurético, aumentam o débito cardíaco e restauram a perfusão renal normal, no entanto, progressivamente, ocorre a piora da insuficiência cardíaca, já que o débito cardíaco diminui e o líquido retido apenas aumenta a pressão hidrostática, resultando em edemas. Inibição do eixo: • Em casos de excesso de sódio no organismo, osistema é inibido, favorecendo uma perda maior de sódio na urina e com isso, mais líquido será perdido. Ativação do hormônio ADH: • Em casos de excesso de sódio no sangue, os receptores do hipotálamo que medem a concentração desse soluto identificam a elevada concentração de sódio, estimulando a hipófise posterior a liberar ADH/vasopressina, que atua nos rins diminuindo a perda de água, retendo mais líquidos e assim, diluindo o sangue para que a concentração de sódio seja menor; Inibição do hormônio ADH: • Quando o sangue está mais diluído e há uma diminuição na concentração de sódio no sangue, os osmoreceptores do hipotálamo identificam a baixa concentração, não sendo feita a ativação da hipófise posterior, muito menos a liberação do hormônio ADH/vasopressina e sua consequente ação nos rins; • Dessa forma, a retenção de líquidos será menor, a liberação de água através da urina será maior e com isso, o sangue fica mais concentrado; • Por fim, este mecanismo de ativação e inibição tem como foco principal a regularização da quantidade de sódio no sangue, para assim atingir os seus valores normais. OBS: Cirurgias que envolvem a hipófise posterior podem acabar desregulando a liberação do ADH, fazendo com que este indivíduo libere muito ADH, resultando numa maior retenção de água, diluição do sangue e favorecendo mais ainda a formação do edema. Microscopicamente, apresenta-se como clareamento e separação da matriz extracelular e uma discreta tumefação celular. Ainda que qualquer órgão ou tecido possa estar envolvido, o edema é mais comumente observado nos tecidos subcutâneos, nos pulmões e no cérebro. Se você está tendo acesso a esse resumo e ainda não me segue no Instagram, siga e valorize meu trabalho! @focusmedicine Referência: KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
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