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16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 1/32 ANÁLISE E RESOLUÇÃO DEANÁLISE E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PROFISSIONAIS:PROBLEMAS PROFISSIONAIS: COMO LIDAR COM SITUAÇÕES EMCOMO LIDAR COM SITUAÇÕES EM DIFERENTES CONTEXTOSDIFERENTES CONTEXTOS Autor: Bruno Stramandinoli Moreno I N I C I A R 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/32 introduçãoIntrodução Quando motivados a construir relações entre si, os indivíduos estabelecem grupos de referência (por exemplo: colegas de trabalho), que passam a balizar as ações individuais, por meio de papéis “normativos”. Nesse sentido, Albuquerque e Puente- Palacios (2004) explicam que esses grupos de referência têm a função de “alinhar” as condutas de seus membros, por meio de regras e valores gerais, amplamente disseminados no contexto social. Mas será que todos nós nos comportamos da mesma forma? Em todas as circunstâncias? Diante dos problemas que surgem no cotidiano, seguimos o mesmo protocolo social? Muitas classes pro�ssionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, advogados, militares, pedreiros, entre outras, dispõem de códigos de conduta ética, que funcionam como uma espécie de “guia comportamental”. Eles atuam no sentido de “cercear” a individualidade desses pro�ssionais, tendo em vista a necessidade de existir uma postura correta e mais ou menos padronizada diante de questões, dilemas, desa�os e problemas que surgem no dia a dia de trabalho. Albuquerque e Puente-Palacios (2004) destacam que, às vezes, somos surpreendidos atuando de maneira inadequada. Porém, em outro momento, o mesmo comportamento poderá ser entendido como aceitável. Por que será que isso acontece? O que será que varia? Nós mesmos, o contexto, o grupo de referência? Assim, cabe relembrar o pensamento do �lósofo francês Jean-Paul Sartre (2015): “o que fazemos com o que fazem de nós?”. De acordo com esse pensador, todos nós dispomos de esquemas mentais formados a partir de experiências anteriores, o que nos permite lidar com o incerto, transformando-o em um ambiente “seguro”. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/32 E por que precisamos entender o conceito de grupo no âmbito dos estudos sobre resolução de problemas pro�ssionais? A resposta é, caro(a) aluno(a): a interação entre as pessoas tem papel decisivo e fundamental na resolução de problemas. E é isso que vamos ver neste material! Vamos lá! 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/32 Biólogos, neurocientistas, antropólogos e muitos outros estudiosos têm concluído que a vida humana é estabelecida em grupos. Nesse sentido, o homem é um artefato social, um produto da vivência em grupos, dos mais variados tipos e contextos: família, trabalho, igreja etc. Assim, ainda que busque se isolar, é impossível não ser impactado pela coletividade. Pai, mãe, chefes, clientes, vizinhos, fornecedores, colegas de trabalho, entre outras �guras, sempre vão in�uenciar e nortear nossos comportamentos e decisões. Dessa forma, é importante salientar que pouco importa quem executa a ação, pois é o contexto que explica por que a ação foi tomada. Um grupo pode ser entendido como um conjunto formado por duas ou mais pessoas que visam a objetivos comuns (por exemplo, resolver um problema). Para que estejam envolvidas, é necessário um certo grau de interação e afetividade, delimitado por uma temporalidade relativamente longa. Albuquerque e Puente-Palacios (2004) a�rmam que, para ser considerado um grupo, esse conjunto de pessoas deve preencher alguns requisitos: (a) quanto menor for o número de seus membros; (b) quanto maior for a interação entre seus membros; (c) Pessoas, Equipes ePessoas, Equipes e Solução deSolução de ProblemasProblemas 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/32 quanto maior for sua história; e (d) quanto mais a perspectiva de futuro partilhado seja percebida pelos seus membros. Os autores compreendem que, se os grupos são pequenos, as pessoas vivenciam uma relação mais próxima e concreta. O objetivo é compartilhar anseios e expectativas, além de construir acordos coletivos. É relevante diferenciar o que pode ser e o que não pode ser considerado grupo. Imagine um ponto de ônibus lotado, cheio de pessoas querendo voltar para casa depois de um dia intenso de trabalho. Esse coletivo é um grupo? Não, pois cada um está envolvido apenas com seu próprio objetivo: pegar um ônibus e voltar para casa. Agora, pense naquele �m de semana em que você vai se reunir com seus amigos para jogar futebol, tomar cerveja e fazer churrasco. Nessas condições, temos um grupo constituído, pois o objetivo só poderá ser alcançado no coletivo. Assim, um grupo vai além de um “amontoado” de indivíduos, pois há em seu âmago uma interdependência de ações. Ou seja, para alcançar objetivos, é necessário haver interações uns com os outros, regularmente. A resolução de problemas está intimamente ligada à atuação em grupo, já que é a partir da vivência que surge a possibilidade de cumprir tarefas com mais sucesso. Segundo Grilletti (2017): a. Grupos apresentam melhores julgamentos do que indivíduos agindo de forma isolada. b. Em grupo, a solução de problemas complexos pode ser facilmente manejada por meio do compartilhamento de informações, de modo a dividir as tarefas entre seus membros. c. Os grupos dão suporte criativo, inventivo e inovador à realização de tarefas. No contexto pro�ssional, as equipes de trabalho apresentam-se como uma variação bastante especí�ca de grupos de pessoas. Albuquerque e Puente-Palacios (2004) explicam que elas são conhecidas também pelas seguintes denominações: “grupos de trabalho”, “círculos de qualidade”, “comitês de gestão” e até mesmo “times”. No geral, as equipes de trabalho têm como objetivo buscar mecanismos que fomentem a e�cácia, a e�ciência e a efetividade, principalmente no que tange ao desempenho do indivíduo. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/32 No quadro a seguir, temos uma coletânea de de�nições para equipes de trabalho: Quadro 1.1 - Compilado de de�nições para equipes de trabalho Fonte: Adaptado de Albuquerque e Puente-Palacios (2004). No tocante às equipes de trabalho, a responsabilidade pelo resultado é compartilhada, seja em maior grau, seja em menor grau. Assim, se a equipe ganha, todos ganham. Do mesmo modo, se a equipe perde, todos perdem. Em outros tipos de grupo, isso não acontece, pois, embora o objetivo seja comum, ele não é compartilhado, ou seja, as 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/32 equipes de trabalho se caracterizam por ter um objetivo de trabalho compartilhado. Ainda que cada membro possa ter metas especí�cas, existe um objetivo global, da equipe, que é a razão de sua existência. Dinâmica das Equipes de Trabalho O funcionamento de uma equipe de trabalho depende da adoção dos seguintes critérios de formação, distribuídos em cinco categorias (ALBUQUERQUE; PUENTE- PALACIOS, 2004): (a) pelas características das tarefas (baixa, média ou alta complexidade); (b) pela forma como o trabalho se estrutura (sua organização); (c) pelas características dos integrantes (conhecimentos, habilidades e motivação); (d) pelas características da equipe (distribuição de poder, disponibilidade de recursos etc.); e (e) pelos processos da equipe (coordenação, comunicação, gestão de con�itos e outros processos emergentes). Esses critérios sofrem impacto da fase na qual a equipe se encontra. Vejamos o esquema a seguir: Formação: orientar para a tarefa. Estabelecimento de relações de dependênciaentre os integrantes do grupo. Nessa fase, os seguintes fatores são testados: a dependência, Figura 1.1 - Fases de formação da equipe Fonte: Adaptada de Zanchet, Paula e Rodrigues (2011). 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/32 os limites do grupo e o comportamento dos indivíduos. Confusão: de�nir ou determinar o lugar – hierarquia – dos indivíduos no grupo, na esfera da tarefa. Nessa fase, têm-se a gestão dos con�itos internos do grupo e o reconhecimento de direitos e deveres. Normalização: criar harmonia no grupo, por meio da de�nição de normas e papéis. Posteriormente, há o desenvolvimento da coesão do grupo, por meio da exposição de opiniões. Execução: executar atividades, utilizando a energia e a estrutura da equipe; soluções para a tarefa, com foco na atuação. Dissolução: �nalizar a atuação do grupo. Há, então, um processo de avaliação da equipe (ou autoavaliação). Vantagens e Desvantagens da Atuação de Equipes de Trabalho Para Puente-Palacios e González-Romá (2013), as equipes de trabalho se organizam segundo três critérios: Recomendação: como forças-tarefa, comitês ad hoc ou equipes de projeto, estudam problemas especí�cos e recomendam soluções, muitas vezes trabalhando com um esquema integrado para completar dados. Essas equipes se dissolvem logo após seu propósito ser cumprido. Execução: como grupos, ou mesmo órgãos funcionais, desempenham tarefas permanentes para a organização. São relativamente estáveis e permanentes. Pesquisa e aceleração: como órgãos formais, ou mesmo grupos gestores, formulam propósitos, objetivos, valores e direções estratégicas, ajudando as pessoas a implementá-los adequadamente. O que determina se uma equipe de trabalho terá sucesso na resolução de um problema é a forma com que seus membros percebem suas tarefas, a saber, com satisfação ou 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/32 não. Além disso, temos a forma com que os objetivos são traçados. Outro aspecto é a maneira como as relações interpessoais ocorrem entre os membros e os indivíduos externos à equipe de trabalho. Um ponto central, nesse sentido, é considerar como as práticas de resolução de problemas se estabelecem. Sob essa ótica, Puente-Palacios e González-Romá (2013) destacam algumas condições que podem determinar o sucesso de uma equipe de trabalho na busca por soluções a problemas: 1ª condição: o grau de lealdade entre os membros e o líder da equipe. 2ª condição: o nível de con�ança entre os membros e o líder da equipe. 3ª condição: a quantidade de habilidades empregadas pelos membros no alcance de objetivos. 4ª condição: a forma de comunicação entre os membros. 5ª condição: o estilo de tomadas de decisões da equipe. 6ª condição: o nível de convergência de valores e as necessidades de cada membro em relação à equipe. 7ª condição: a diferença entre o nível de responsabilidade individual e o nível de responsabilidade coletiva. Cabe aqui compreender melhor quais são as características de uma equipe de trabalho e qual é seu foco de atenção. Vejamos o quadro a seguir: 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/32 Características da equipe Descrição Foco de atenção Ser composta por três membros ou mais O tamanho mínimo é de três membros, e o máximo depende da complexidade das atividades. ● Grupos compostos por duas pessoas são denominados díades. ● Equipes muito grandes provavelmente apresentam fragmentações em subgrupos. Desempenhar atividades complementares Atividades desempenhadas pelos membros constituem contribuições para um �m comum, que é a meta de trabalho do grupo. ● A complementaridade das tarefas pode ser do tipo agrupado sequencial, recíproca ou de equipe. Possuir uma meta de trabalho compartilhada Os membros da equipe devem ser capazes de reconhecer ou descrever a meta que devem atingir como célula de trabalho. ● A meta de trabalho estabelecida serve como norte e deve permitir o acompanhamento da evolução do trabalho. Manter relações de interdependência Refere-se ao fato de os membros necessariamente precisarem uns dos outros para atingir de maneira satisfatória a meta estabelecida. ● Interdependência de tarefas: depender dos colegas para realizar as tarefas. ● Interdependência de resultados: desempenho atrelado ao sucesso e ao fracasso de outros membros. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/32 Quadro 1.2 - Caracterização de equipes de trabalho Fonte: Adaptado de Puente-Palacios e González-Romá (2013). Para compreender como esses tipos de equipes de trabalho se organizam, é necessário analisar sua dinâmica com mais profundidade. Assim, vejamos os tipos de atividades que uma equipe pode desempenhar: Identi�car-se e ser identi�cada por seus membros como uma equipe Tanto os membros da equipe como os membros da organização sabem quem faz parte dessa ou daquela equipe. ● Os próprios membros devem identi�car-se como parte da equipe. ● A agência de reconhecimento por parte de membros externos só é verdadeira para aqueles com os quais a equipe mantém relações. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 12/32 Quadro 1.3 - Taxonomia de tarefas de equipes de trabalho Fonte: Adaptado de Puente-Palacios e González-Romá (2013). A chave do sucesso de qualquer equipe de trabalho é a capacidade de seus membros de construir um consenso estratégico, ou seja, uma compreensão compartilhada (concordante ou similar) com relação às prioridades estratégicas de ação e aos meios para executá-la (PUENTE-PALACIOS; GONZÁLEZ-ROMÁ, 2013). 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/32 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/32 Primeiramente, é necessário de�nir o que é um problema. Segundo Soares (2012, p. 93), “[…] um problema pode ser de�nido como um resultado indesejado de um processo, como um estado de di�culdade que precisa ser resolvido, ou, ainda, como a diferença entre o desempenho obtido e as metas”. Conforme Snowden e Boone (2007), os problemas podem ser classi�cados de acordo com cinco contextos (de�nidos em razão da natureza da relação entre causa e efeito): (a) exigem compreensão (diagnóstico) da situação e demandam uma ação apropriadamente contextualizada (contextos simples, complicados, complexos e caóticos); e (b) quando não está claro qual dos outros quatro contextos é predominante (contexto desordem). Aqui, nos ateremos aos quatro primeiros contextos. Contextos simples: foco nas melhores práticas Contextos simples se caracterizam por sua condição estável e pela clareza da relação causa-efeito. Aqui, todos, sem maiores esforços, são capazes de compreender o que ResolvendoResolvendo ProblemasProblemas Individualmente eIndividualmente e em Equipeem Equipe 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/32 ocorre. A solução, em geral, é evidente e não deixa “sombra de dúvidas”. Como o entendimento é compartilhado por todos os envolvidos/afetados, as soluções são inquestionáveis. A maneira de gerir a construção de soluções em contextos simples é direta. Os membros da equipe de trabalho identi�cam e classi�cam o problema, e sugerem uma resposta adequada (executando a solução encontrada). Isso signi�ca que a resposta pensada tem como base a categorização de fatos da situação, facilmente e claramente perceptível. Normalmente, esse tipo de contexto demanda uma dinâmica de funcionamento em que a gestão devede�nir um estilo claro de comando, controlando e de�nindo parâmetros. As prescrições são claras, e as soluções, quando demandadas, são fáceis de serem construídas e implementadas. Em contextos simples, é muito raro encontrar situações de desacordo, uma vez que a comunicação é clara. Contextos complicados: a palavra é com os especialistas Diferentemente dos contextos simples, os contextos complicados não têm um nível de previsibilidade tão claro. Há a possibilidade de ocorrer uma gama variada de soluções e, mesmo que seja possível identi�car a relação causa-efeito, não são todos os envolvidos/afetados que são capazes de fazê-lo. Nesse contexto, a busca por solução não apresenta respostas prontas. Há uma maior intensidade de re�exões e de análises, Figura 1.2 - Contexto simples Fonte: Lucarthhb / 12 bilder / Pixabay. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/32 ou seja, os contextos complicados são mais prescritivos. Não é incomum que os membros mais experientes identi�quem o problema com mais rapidez e facilidade. Aqui, há demanda por uma postura mais investigativa, a �m de encontrar opções mais apropriadas à resolução do problema. Isso nos remete à percepção de que, nos contextos complicados, as soluções levam mais tempo para serem de�nidas. Contextos complexos: “Houston, we have an emergency” Quando a situação se complica, segundo Grilletti (2017), existirá, pelo menos, uma solução e�caz. No entanto, quando há um incremento da complexidade na situação- problema, as melhores soluções podem simplesmente nunca serem encontradas. Aqui, reside o desconhecido! Uma signi�cativa parcela dos negócios contemporâneos tem transitado por esse reino. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/32 Em geral, as situações e soluções organizacionais se caracterizam como complexas porque as empresas estão inseridas em um universo imprevisível, de �uxo incerto e sujeito a mudanças. Muitas vezes, a compreensão sobre um problema só ocorre em caráter retrospectivo. A vida parece ser muito mais experimental, em que a imposição de um dado tom tende a ser menos e�caz. Além disso, aqui, há uma intensa investigação a ser desenvolvida. Contextos caóticos: a urgência é de uma resposta rápida Se, em inúmeras mitologias, o caos é traduzido como um vazio (sem �m e sem de�nição), na �loso�a, ele é tido como um estado mais amplo e indiferenciado de elementos ausentes. Nesse sentido, Deleuze e Guattari (1993, p. 237) a�rmam: Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos. Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, ideias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não dominamos. Em um estado caótico, a busca por soluções parece ser algo sem sentido, pois não é possível identi�car relações de causa-efeito. Não há padrões, apenas “turbulências”. Não estamos mais falando de alguma solução que não pode ser encontrada, mas de irreconhecibilidade total. Figura 1.4 - Contexto complexo Fonte: PublicDomainPictures / Pixabay. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/32 Aqui, a atuação dos membros da equipe de trabalho não deve ser orientada por padrões. Assim, segundo Grilletti (2017), o objetivo é conter a crise. Imagine que você está andando pelas ruas e, em um momento de distração, pisa em um caco de vidro e corta o pé. Qual seria sua reação? Pelo menos de imediato, o que é mais importante? Estancar o sangramento, certo? Até que você faça isso, pouco importa saber por que havia um caco de vidro jogado na rua. O foco da intervenção da equipe não é investigar, mas ordenar o contexto, a �m de conseguir identi�car os pontos em que há instabilidade ou não. Nos contextos caóticos, a solução do problema demanda, primeiramente, uma resposta ordenada, para então tentar entender a complexidade envolvida. A comunicação é imperativa: ou você faz algo ou morre na sarjeta, não há tempo hábil para discussão. “Árvore de Problemas” De acordo com o tipo de contexto enfrentado (SNOWDEN; BOONE, 2007), a adoção de uma abordagem para a resolução de um problema dependerá do objetivo inicial. A velocidade de resposta, em geral, será ditada pela capacidade de encontrar maneiras rápidas de identi�car o problema e propor soluções. Um fator destacado por Grilletti (2017) é o grau de autonomia ofertado às pessoas envolvidas/afetadas na questão. Figura 1.5 - Contexto caótico Fonte: AbsolutVision / Pixabay. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/32 Segundo essa autora, é necessário apresentar o problema de maneira que seja possível compreendê-lo su�cientemente bem a ponto de propor soluções adequadas e corretas. Um método destacado por Grilletti (2017) é a chamada “árvore de problemas”. A “árvore de problemas” é composta pelas seguintes partes: problemas no centro (caule); conexão dos efeitos (topo); e causas (raízes). Adicionalmente, os problemas identi�cados são hierarquizados: os mais complexos �cam em cima; os menos complexos �cam embaixo. Essa hierarquização tem razão de ser: os elementos táticos e mais especí�cos serão analisados primeiramente. A partir de fatos e dados, as análises alocam as pessoas nas posições em que estas têm maior potencial de solucionar o problema. Nesse sentido, vejamos a �gura a seguir: 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/32 Grande parte do sucesso de solucionar um problema reside na capacidade de: (a) identi�car qual é o problema; (b) construir uma solução para o problema; e (c) entender as razões que permitiram alcançar a solução. De�inindo o Problema Ao enfrentar um problema, é necessário encará-lo de forma que as pessoas se sintam inspiradas, provocadas, desa�adas, mobilizadas e instigadas a buscar uma (ou várias) solução. A maneira como delimitamos um problema pode tanto encerrar a vontade quanto incendiar o ímpeto de buscar uma solução. Vejamos a �gura a seguir: Figura 1.8 - Maneiras de delimitar um problema Fonte: Adaptada de Grilletti (2017). 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 21/32 Ou seja, é preciso transformar o problema em algo factível, dimensionável. Como dizia o gato da história “Alice no país das maravilhas”: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Desse modo, não se pode enfrentar nada. Assim, é necessário con�rmar se o problema está bem de�nido. Dois bons exemplos de metodologia para auxiliar no dimensionamento de um problema são as conhecidas SMART e MASP. Para Shahin e Mahbod (2007), na SMART, temos: Speci�c – Measurable – Achievable – Realistic – Time-bound A metodologia SMART tem como �nalidade a construção de metas palpáveis. Nesse sentido, ao rever um problema, sob essa perspectiva, serão dimensionados erros/distorções cognitivas (causas). E, assim, o que se põe em prática é a análise com base nos critérios do acrônimo (cinco critérios), de modo a propor uma revisão tácita ou explícita. Ou seja, funcionará como uma ponte necessária para transportar a situação-problema a algo desejável. Essa metodologia desenha os esforços e os recursos que serão mobilizados para a solução do problema. No quadro a seguir, temos um exemplo de aplicação da metodologia SMART: p 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/32 Principal característica Descrição Questões- chaves Os atrasos são gerados, principalmente, por: (A) tempo alocado em retrabalhos; (B) entraves legais devido à ausência de documentação adequada. A carga de retrabalhoencontra- se elevada devido à falta de de�nição (e desrespeito) do escopo estabelecido no início do projeto. Contexto A imagem da empresa é afetada. A imagem da organização é afetada, assim como todos os colaboradores, em todos os setores. Critérios de sucesso Os possíveis indicadores são: (D) taxa de projetos atrasados; e (E) satisfação do cliente. É necessário criar um indicador de índice de retrabalho, para sua mensuração e eliminação. Escopo de solução A redução (ou a eliminação) de retrabalho e a criação de um checklist documental auxiliam na mitigação desse problema. Devem ser estabelecidas as responsabilidades do cliente no momento do contrato, bem como as regras para o escopo do projeto. Partes interessadas Afeta todos os stakeholders. Todos os stakeholders são afetados: (F) cliente, pois a 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 23/32 Quadro 1.4 - Aplicação da metodologia SMART Fonte: Adaptado de Urquiza (2018). Temos, em seguida, segundo Lima et al. (2017), a metodologia MASP: Metodologia de Análise e Soluções de Problemas A metodologia MASP é constituída de oito ações que nos levam à solução do problema, conforme o passo a passo a seguir (LIMA et al., 2017): 1º passo: identi�cação do problema – etapa em que se busca de�nir o problema e reconhecer sua importância. 2º passo: observação – etapa em que as características especí�cas do problema são investigadas, sob vários pontos de vista. 3º passo: análise – etapa em que se busca descobrir as causas fundamentais do problema. 4º passo: plano de ação – etapa em que é necessário conceber um plano para bloquear as causas fundamentais do problema. 5º passo: ação – etapa em que se busca recapitular todo o processo de solução do problema, a �m de aplicá-lo futuramente em contextos similares. 6º passo: veri�cação – etapa em que é necessário veri�car se o bloqueio realizado na etapa anterior foi efetivo. interessadas stakeholders. afetados: (F) cliente, pois a solução dessas questões impactaria na percepção da qualidade do serviço; (G) setor de projetos, que não vai sofrer por conta da fadiga gerada pelos problemas mencionados; (H) toda a organização, pois as atividades de outros setores impactam positivamente nas condições de trabalho, tanto internamente quanto externamente. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/32 7º passo: padronização – etapa em que é efetuada a prevenção contra o reaparecimento do problema, por meio da padronização das ações operacionais do processo. 8º passo: implementação da solução do problema – etapa em que se dá o bloqueio das causas fundamentais do problema. A elaboração de um plano de ação possibilita visualizar e gerir as ações de maneira mais organizada. A seguir, vejamos um exemplo de utilização da metodologia MASP: 1. Saber onde quer chegar. 2. Criar metas mensuráveis. 3. Listar as tarefas que serão executadas. 4. Dividir as grandes tarefas em partes menores, a �m de que seja mais fácil controlá- las. 5. Decidir os prazos para execução e entrega cotidiana. 6. Criar um esboço para que seja possível visualizar o plano de ação. 7. Acompanhar periodicamente as ações. Lima et al. (2017) explicam que a MASP busca a padronização de ações (procedimentos), sempre com foco na correção de falhas e no estabelecimento de práticas de prevenção de novos problemas. Quando alguém adota os oitos passos da metodologia MASP, está promovendo ações corretivas e preventivas. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 25/32 O interessante dessa metodologia é a possibilidade de se detalhar o problema e sua respectiva causa. Diferentemente da SMART, a metodologia MASP tem um caráter mais cíclico. Conforme Grilletti (2017), ao proceder com os ajustes necessários, você estará pronto para avançar na construção da resolução de qualquer problema. saibamaisSaiba mais Um exemplo dessa metodologia pode ser visualizado no quadro disponível no site da Qualiex: Blog da Qualidade: ACESSAR https://blogdaqualidade.com.br/app/uploads/2012/06/MASP1-menor.png 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 26/32 Estruturando o Problema Segundo Grilletti (2017), quando uma equipe precisa dimensionar o tamanho de um problema a ser enfrentado, é necessário considerar alguns aspectos importantes, conforme detalhado a seguir: a. Fazer uma versão preliminar já de saída. Todo e qualquer trajeto precisa ser iniciado com um primeiro passo. A �m de não desperdiçar muito tempo na busca pela “árvore” ideal, é preciso ter foco. Em muitos casos, um único problema pode demandar mais de uma solução. Assim, cada passo dado em direção a uma solução é uma resposta à resolução do problema como um todo. Experimentar diferentes maneiras de montar a árvore (no primeiro instante) é de grande valia, a �m de se entender melhor o problema. b. Desenho de forma simpli�cada, depois vem o ajuste (conforme entender necessário). saibamaisSaiba mais Vejamos no site da Endeavor um exemplo de formulário de de�nição de problema: ACESSAR https://images.endeavor.org.br/uploads/2017/03/Problem-Solving-02-07-10-1.png 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 27/32 Como vimos, as “árvores de problemas” são construídas tendo como referência os fatos e os dados acessados. À medida que novos fatos são revelados, a “árvore” se modi�ca. c. Busque novas perspectivas. Reuniões para se discutir hipóteses tendem a focar na criatividade de todos os envolvidos, aumentando, assim, a probabilidade de surgir respostas inovadoras aos problemas. E é óbvio que isso acaba sendo mais divertido, com certeza! d. Execute cada ação com foco nela mesma (“um passo depois do outro”). Traçar diferentes caminhos é imprescindível: testagens, experimentações e simulações fornecem variadas perspectivas acerca do problema. Por �m, para a consolidação e a implementação do plano de ação, é necessário apresentar não apenas os resultados �nanceiros, mas também as soluções para que a equipe funcione e trabalhe com mais harmonia. Para tanto, vale utilizar os indicadores das problemáticas analisadas, assim como demonstrar o impacto dos problemas no funcionamento da organização. Esses números têm grande importância para a alta direção da empresa, geralmente responsável pela aprovação da execução do plano de ação, uma vez que visam a melhorar a situação do negócio/organização. 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 28/32 conclusão Conclusão Após a de�nição e a estruturação do problema, cabe coletar os fatos e os dados que subsidiarão a análise e o levantamento de hipóteses. Assim, é necessário ter imparcialidade, a �m de retomar a pergunta elaborada, aprofundar o problema e buscar soluções. Vimos que, mais importante que propor uma solução, é evidenciar os elementos comuns entre os fatos. A proposição deve ser socializada entre os membros da equipe e os envolvidos/afetados pelo problema. Em suma, temos os seguintes passos: explicar o problema; apresentar a solução encontrada; e explicar as razões que levaram ao desenho da solução. A resolução de problemas demanda, por parte dos membros das equipes de trabalho, uma vontade de gerar mudanças também em nível individual. Dessa forma, é necessário que toda a equipe tenha compreensão sobre os diferentes contextos que permeiam cada indivíduo, de modo a entender as peculiaridades de cada um. referências Referências Bibliográ�cas 16/08/2020 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 29/32 A ANÁLISE de causa raiz na manutenção industrialem 6 passos. VaporTec, [2020]. Disponível em: https://www.vaportec.com.br/ind/2017/04/22/analise-de-causa-raiz- na-manutencao-industrial-em-6-passos/. Acesso em: 10 ago. 2020. ALBUQUERQUE, F. J. C.; PUENTE-PALACIOS, K. Grupos e equipes de trabalho nas organizações. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a �loso�a? São Paulo: Editora 34, 1993. 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