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Classificação Atual das Doenças Periodontais

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Curso de Odontologia 
 
Classificação atual das doenças periodontais 
 
 
Aluna: Isabella Marques Machado (21617) 
Professora: Viviane Sampaio de Morais 
Disciplina: Introdução à Odontologia 
 
 
 
Viçosa - MG 
2020 
 
 
 
 
Introdução: 
O que são doenças periodontais? 
A doença periodontal é uma doença que afeta desde a gengiva até o osso que envolve e suporta o seu 
dente. Os três estágios da doença periodontal, que varia do menos ao mais grave, são gengivite, 
periodontite e periodontite avançada. 
Suas principais causas são: Bactérias da placa bacteriana (biofilme dental), uma película pegajosa e 
incolor formada sobre os dentes, causam as doenças periodontais. Caso a placa não seja removida, 
ela pode endurecer e se transformar em tártaro (cálculo dental), que por sua vez facilita o acúmulo 
de mais placa. A escovação ou o uso do fio dental não remove o tártaro (cálculo dental); apenas um 
dentista poderá fazê-lo por meio de uma limpeza profissional (raspagem). 
 
Sobre a classificação: 
O workshop mundial para a nova classificação das doenças e condições periodontais e peri-
implantares aconteceu em Chicago, de 9 a 11 de novembro de 2017 e foi organizado pela Academia 
Americana de Periodontia (AAP) e pela Federação Europeia de Periodontia (EFP), reunindo experts do 
mundo todo. Os pesquisadores foram encarregados de atualizar a classificação de 1999 (Armitage, 
1999) de acordo com as maiores evidências científicas disponíveis, alinhando ao entendimento atual 
das doenças e condições periodontais, e de desenvolverem uma classificação similar para as doenças 
e condições peri-implantares. No novo sistema de classificação desenvolvido, as doenças e condições 
periodontais foram agrupadas em três grandes grupos: 
1. Saúde Periodontal, Condições e Doenças Gengivais, subdividido em: 
 1.1 – Saúde Periodontal e Saúde Gengival 
 1.2 – Gengivite Induzida pelo Biofilme 
 1.3 – Doenças Gengivais Não Induzidas pelo Biofilme 
2. Periodontite, subdividido em: 
 2.1 – Doenças Periodontais Necrosantes 
 2.2 – Periodontite 
 2.3 – Periodontite como Manifestação de Doenças Sistêmicas 
3. Outras Condições que Afetam o Periodonto, subdividido em: 
 3.1 – Manifestações Periodontais de Doenças ou Condições Sistêmicas (Doenças ou Condições 
Sistêmicas que afetam os Tecidos Periodontais de Suporte) 
 3.2 – Abscessos Periodontais e Lesões Endoperiodontais 
 3.3 – Condições e Deformidades Mucogengivais 
 3.4 – Forças Oclusais Traumáticas 
 3.5 – Fatores Relacionados ao Dente e às Próteses 
Para as condições peri-implantares, estas foram divididas em: 
1. Saúde Peri-Implantar 
2. Mucosite Peri-Implantar 
3. Peri-Implantite 4. Deficiências nos Tecidos Peri-Implantares Moles e Duros 
 
Quadro 1 – Resumo esquemático da nova classificação (AAP & EFP, 2018) 
 
 
 
Doenças e condições periodontais: 
As definições de Saúde Periodontal e Saúde Gengival são importantes para categorizar a prevalência 
das doenças gengivais e periodontais nas populações; para avaliar o processo de doença e estabelecer 
os end points ideais e aceitáveis para as terapias periodontais; e para avaliar o risco futuro e individual 
de desenvolvimento da doença (Lang & Bartold, 2018). Por conseguinte, esses conceitos foram 
definidos para servir como ponto de referência para avaliar tanto o processo de doença quanto para 
determinar os resultados significativos do tratamento. 
1. Saúde Periodontal e Saúde Gengival 
A. Saúde clínica em um periodonto íntegra 
Sem perda de inserção, profundidade de sondagem de até 3 mm, sangramento à sondagem em 
menos de 10% dos sítios e sem perda óssea radiográfica. 
B. Saúde clínica gengival em um periodonto reduzido 
• paciente com periodontite estável 
Perda de inserção, profundidade de sondagem de até 4 mm, sem sítios com profundidade de 
sondagem igual ou superior a 4 mm com sangramento à sondagem, sangramento à sondagem em 
menos de 10% dos sítios e com perda óssea radiográfica. 
 • paciente sem periodontite 
Perda de inserção, profundidade de sondagem de até 3 mm, sangramento à sondagem em menos de 
10% dos sítios e possível perda óssea radiográfica (por exemplo, em casos de recessão gengival e 
aumento de coroa clínica). 
2. Gengivite Induzida pelo Biofilme1 
A gengivite, quando associada ao biofilme dental, foi classificada em: 
A. Associada somente ao biofilme dental 
B. Mediada por fatores de risco sistêmicos ou locais 
C. Associada a medicamento para aumento de tecido gengival 
A. GENGIVITE ASSOCIADA SOMENTE AO BIOFILME 
Quando associada somente ao biofilme dental, a gengivite foi dividida em: 
• Gengivite em periodonto íntegro: caracteriza-se por apresentar sítios com profundidade de 
sondagem menor ou igual a 3 mm, 10% ou mais de sítios com sangramento à sondagem, ausência de 
perda de inserção e de perda óssea radiográfica. 
• Gengivite em periodonto reduzido: os pacientes apresentam sítios com profundidade de sondagem 
de até 3 mm, 10% ou mais dos sítios com sangramento à sondagem, perda de inserção e possível 
perda óssea radiográfica. 
• Gengivite em periodonto reduzido tratado periodontalmente: o paciente tem história de tratamento 
de periodontite, portanto apresenta perda de inserção, sítios com bolsa periodontal de até 3 mm, 10% 
ou mais dos sítios com sangramento à sondagem e perda óssea radiográfica. 
B. GENGIVITE MEDIADA POR FATORES DE RISCO SISTÊMICOS OU LOCAIS 
• Fatores de risco sistêmicos (fatores modificadores) 
(a) Tabagismo 
(b) Hiperglicemia 
(c) Fatores nutricionais 
(d) Agentes farmacológicos (prescritos, não prescritos e recreacionais) (e) Hormônios esteroides 
sexuais (puberdade, ciclo menstrual, gravidez e contraceptivos orais) (f) Condições hematológicas 
 • Fatores de risco locais (fatores predisponentes) 
(a) Fatores de retenção de biofilme dental (por exemplo, margens de restaurações proeminentes) 
(b) Secura bucal 
C. AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO POR MEDICAMENTO 
3. DOENÇAS GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS PELO BIOFILME 
A. Desordens Genéticas e de Desenvolvimento 
• Fibromatose gengival hereditária 
B. Infecções Específicas 
• De origem bacteriana 
(a) Neisseria gonorrhoeae 
(b) Treponema pallidum 
(c) Mycobacterium tuberculosis 
(d) Gengivite estreptocócica 
• De origem viral 
(a) Vírus Coxsackie (doença mão-pé-boca) 
(b) Herpes simples I e II (primário ou recorrente) 
(c) Varicella zoster (catapora e sarampo – nervo V) 
(d) Molluscum contagiosum 
(e) Papilomavírus Humano (papiloma escamoso celular, condiloma acuminatum, verruga vulgar e 
hiperplasia epitelial vulgar) 
• De origem fúngica 
(a) Candidose 
(b) Outras micoses (histoplasmose e aspergilose) 
C. Condições Inflamatórias e Imunes 
• Reações de hipersensibilidade 
(a) Alergia de contato 
(b) Gengivite plasmocitária 
(c) Eritema multiforme 
• Doenças autoimunes da pele e das membranas mucosas 
(a) Pênfigo vulgar 
(b) Penfigoide 
(c) Líquen plano 
(d) Lúpus eritematoso (sistêmico e discoide) 
• Lesões inflamatórias granulomatosas (granulomatoses orofaciais) 
(a) Doença de Crohn 
(b) Sarcoidose 
D. Processos Reacionais 
• Epúlides 
(a) Epúlide fibrosa 
(b) Granuloma fibroblástico calcificante 
(c) Epúlide vascular (granuloma piogênico) 
(d) Granuloma periférico de células gigantes 
E. Neoplasias 
• Pré-malignas 
(a) Leucoplasia 
(b) Eritroplasia 
• Malignas 
(a) Carcinoma escamoso celular 
(b) Infiltrado celular leucêmico 
(c) Linfoma (Hodgkin e não Hodgkin) 
F. Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 
• Deficiência de vitaminas 
(a) Deficiência de vitamina C (escorbuto) 
G. Lesões Traumáticas 
• Trauma mecânico/físico 
(a) Ceratose friccional 
(b) Ulceração gengival induzida mecanicamente 
(c) Lesões factícias (automutilação) 
• Queimaduras químicas (tóxicas) 
• Danos térmicos 
(a) Queimaduras na gengiva 
H. PigmentaçãoGengival 
• Melanoplasia 
• Melanose do tabagista 
• Pigmentação induzida por medicamentos (antimalários e minociclina) 
• Tatuagem de amálgama 
 
Periodontite: 
De acordo com o mais recente sistema de classificação aceito internacionalmente (Armitage, 1999), a 
periodontite é subdividida na seguinte forma (Papapanou et al. 2018): 
• Periodontite crônica, representando as formas de doença periodontal destrutiva que são 
geralmente caracterizadas por progressão lenta; 
• Periodontite agressiva, um grupo diverso de formas altamente destrutivas de periodontite 
que afetam principalmente indivíduos jovens, incluindo condições anteriormente classificadas 
como “periodontite de início precoce” e “periodontite de progressão rápida”; 
• Periodontite como manifestação de doença sistêmica, um grupo de doenças heterogêneas e 
condições patológicas sistêmicas que incluem periodontite como uma manifestação; 
• Doenças periodontais necrosantes, um grupo de condições que compartilham um fenótipo 
característico onde a necrose dos tecidos gengivais ou periodontais é uma característica 
proeminente; 
• Abscessos periodontais, uma entidade clínica com características diagnósticas distintas e 
requisitos de tratamento. Por padrão, os casos de periodontite que não satisfizessem a 
definição de fenótipo “agressiva” seriam classificados como “crônicos”, com a implicação de 
que os últimos casos poderiam ser gerenciados mais facilmente. A justificativa para a 
diferenciação entre periodontite crônica e agressiva incluía a capacidade de identificar e focar 
nos casos mais problemáticos: apresentando maior gravidade no início da vida, maior risco de 
progressão e/ou necessidade de abordagens de tratamento específicas (Tonetti et al. 2018). 
Tabela: Quadro para classificação da periodontite (Tonetti et al. 2018) 
 
Periodontite de estágio I 
O estágio I da periodontite é a fronteira entre a gengivite e a periodontite e representa os estágios 
iniciais da perda de inserção. Pacientes com periodontite estágio I desenvolveram periodontite em 
resposta à persistência de inflamação gengival e disbiose de biofilme. Representa mais do que apenas 
um diagnóstico precoce: se um grau de perda de inserção clínica em uma idade relativamente precoce 
é apresentado, esses pacientes podem ter maior suscetibilidade ao início da doença (Tonetti et al. 
2018). 
Periodontite de estágio II 
O estágio II representa uma periodontite estabelecida na qual um exame clínico periodontal identifica 
os danos característicos que a periodontite causou ao suporte dentário. O manejo permanece 
relativamente simples em muitos casos, pois espera-se que a aplicação de princípios de tratamento 
padrão envolvendo regular remoção bacteriana pessoal e profissional e monitoramento parem com a 
progressão da doença (Tonetti et al. 2018). 
Periodontite de estágio III 
O estágio III é caracterizado pela presença de lesões periodontais profundas que se estendem até a 
porção média da raiz e cujo manejo é complicado pela presença de defeitos intraósseos profundos, 
envolvimento de furca, história de perda dental devido a doença periodontal e presença de defeitos 
localizados na crista. Apesar da possibilidade de perda dentária, a função mastigatória é preservada e 
o tratamento da periodontite não requer reabilitação complexa da função (Tonetti et al. 2018). 
Periodontite de estágio IV 
Esta fase é caracterizada pela presença de lesões periodontais profundas que se estendem à porção 
apical da raiz e/ou história de múltiplas perdas dentárias; frequentemente é complicada pela 
hipermobilidade dentária devido ao trauma oclusal secundário e às sequelas da perda dentária: 
colapso da mordida posterior, por exemplo. Frequentemente, o gerenciamento de casos requer 
estabilização / restauração da função mastigatória (Tonetti et al. 2018). 
Graus da periodontite 
Independentemente do estágio no momento do diagnóstico, a periodontite pode progredir com 
diferentes taxas nos indivíduos, pode responder de forma menos previsível ao tratamento em alguns 
pacientes e pode ou não influenciar a saúde geral ou a doença 22 sistêmica. Fatores de risco 
reconhecidos, como tabagismo ou controle metabólico do diabetes, afetam a taxa de progressão da 
periodontite e, consequentemente, podem aumentar a conversão de um estágio para o próximo 
(Tonetti et al. 2018). 
Tabela: Estágios da periodontite (Tonetti et al. 2018, Papapanou et al. 2018) 
 
Tabela: Grau da Periodontite (Tonetti et al. 2018, Papapanou et al. 2018) 
 
 
Lesões periodontais agudas e endo-perio: 
Segundo a Academia Americana de Periodontia (AAP 2005), as doenças periodontais agudas são 
condições clínicas de início rápido que envolvem o periodonto ou estruturas associadas e podem ser 
caracterizadas por dor ou desconforto, destruição tecidual e infecção. Entre essas condições, estão 
listadas as seguintes doenças: abscesso gengival, abscesso periodontal, doença periodontal 
necrosante, gengivoestomatite herpética, abscesso pericoronário e lesões periodontais ‐ 
endodônticas combinadas (Herrera et al. 2018). Em contraste com a maioria das outras condições 
periodontais, a destruição rápida dos tecidos periodontais pode ocorrer durante o curso dessas lesões, 
enfatizando a importância do rápido diagnóstico e tratamento (Herrera et al. 2018). Segundo a 
Academia Americana de Periodontia (AAP 2005), as doenças periodontais agudas são condições 
clínicas de início rápido que envolvem o periodonto ou estruturas associadas e podem ser 
caracterizadas por dor ou desconforto, destruição tecidual e infecção. Entre essas condições, estão 
listadas as seguintes doenças: abscesso gengival, abscesso periodontal, doença periodontal 
necrosante, gengivoestomatite herpética, abscesso pericoronário e lesões periodontais ‐ 
endodônticas combinadas (Herrera et al. 2018). Em contraste com a maioria das outras condições 
periodontais, a destruição rápida dos tecidos periodontais pode ocorrer durante o curso dessas lesões, 
enfatizando a importância do rápido diagnóstico e tratamento (Herrera et al. 2018). 
Abscessos periodontais: 
Abscessos periodontais podem ser definidos como um acúmulo localizado de pus dentro da parede 
gengival da bolsa periodontal, com o colapso periodontal ocorrendo durante um período limitado de 
tempo e com sintomas clínicos facilmente detectáveis (Herrera 2000). 
Diferentes fatores etiológicos podem explicar a ocorrência de abscessos nos tecidos periodontais, 
como necrose pulpar (abscesso endodôntico, periapical ou dentoalveolar), infecções periodontais 
(abscesso gengival ou periodontal), pericoronarite (abscesso pericoronário), trauma, cirurgia ou 
impactação de corpo estranho (Herrera et al. 2018). 
Os abscessos periodontais devem ser classificados com base em sua etiologia que será 
descrita a seguir: 
Etiologia e Fatores de risco: 
Os abscessos podem se desenvolver na presença ou na aunsência de uma bolsa periodontal pré-
existente (Herrera et al. 2018). 
Abscesso periodontal em pacientes com periodontite (Herrera et al. 2018): 
Em pacientes com periodontite, um abscesso periodontal pode representar um período de 
exacerbação da doença, favorecido pela existência de bolsas tortuosas, presença de envolvimento de 
furca ou um defeito vertical, em que o fechamento marginal da bolsa poderia levar a uma extensão 
da infecção para dentro dos tecidos periodontais. 
Abscesso periodontal em pacientes sem periodontite (Herrera et al. 2018): 
Abscessos periodontais também podem ocorrer em locais anteriormente saudáveis, devido a: 
• Impacto de corpos estranhos: fio dental, elástico ortodôntico, palito, dique de borracha ou 
casca de pipoca. 
• Hábitos nocivos (arame cortante, roer unhas, apertamento) podem favorecer a formação de 
abscesso devido à impactação subgengival de corpos estranhos ou ao fechamento coronal da 
bolsa. 
• Fatores ortodônticos, como forças ortodônticas inadequadasou mordida cruzada. 
• Aumento gengival. 
• Alterações da superfície da raiz. 
Os sintomas mais comuns de abscessos periodontais são: dor, sensibilidade da gengiva, inchaço ou 
“elevação” do dente, supuração durante sondagem. Os abscessos periodontais são geralmente 
associados a uma bolsa periodontal profunda (7,3 a 9,3 mm), sangramento à sondagem e aumento da 
mobilidade dentária, a perda óssea normalmente é observada no exame radiográfico (Herrera et al. 
2018). 
 
Doenças periodontais necrosantes: 
Etiologia e fatores de risco: 
Doenças periodontais necrosantes são condições infecciosas; no entanto, fatores predisponentes, 
incluindo comprometimento da resposta imune do hospedeiro, são críticos na patogênese (Herrera 
et al. 2018): 
• Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana e síndrome da imunodeficiência adquirida 
(HIV / AIDS); 27 
• Desnutrição (redução acentuada nos principais nutrientes antioxidantes e uma resposta de 
fase aguda alterada contra a infecção ("desnutrição energético-protéica") foram relatadas 
como fatores de risco); 
• Estresse psicológico e sono insuficiente (durante os períodos de estresse, a resposta imune e 
o comportamento do sujeito podem ser alterados); 
• Higiene oral inadequada, gengivite pré-existente e história anterior de Doença periodontal 
necrosante; 
• Tabaco e Consumo de Álcool; 
 
Lesões endo-periodontais: 
Etiologia e fatores de risco: 
A etiologia primária dessas lesões pode estar associada a (1) infecções endodônticas e / ou 
periodontais ou (2) trauma e / ou fatores iatrogênicos (Herrera et al. 2018): 
Lesões endo-periodontais associadas a infecções endodônticas e periodontais 
Elas podem ser desencadeadas: (1) por uma lesão cariosa que afeta a polpa e, secundariamente, afeta 
o periodonto; (2) por destruição periodontal que afeta secundariamente o canal radicular; (3) ou por 
ambos os eventos concomitantemente. Este último tipo ocorre com menor frequência e é geralmente 
referido como uma lesão “combinada”. Essas lesões podem se desenvolver em indivíduos com saúde 
ou doença periodontal. 
Lesões endo-periodontais associadas a trauma e fatores iatrogênicos 
Essas condições geralmente têm um mau prognóstico, pois afetam a estrutura dentária. As lesões 
mais comuns nesta categoria são: (1) perfuração da câmara de raiz / polpa / furca (por exemplo, 
devido à instrumentação do canal radicular); (2) fratura ou trinca da raiz; (3) reabsorção radicular 
externa (por exemplo, devido a traumatismo); ou (4) necrose pulpar (por exemplo, devido a trauma) 
que drena através do periodonto. 
 
 
 
 
Periodontite como manifestação de doenças sistemicas: 
Desordens sistêmicas que apresentam um grande impacto na perda dos tecidos periodontais por 
influenciar a inflamação gengival 
A periodontite, de acordo com a definição de caso apresentada anteriormente, é uma manifestação 
destas doenças. 
 Desordens genéticas 
• Doenças associadas com desordens imunológicas 
Síndrome de Down, Síndrome da deficiência da adesão leucocitária, Síndrome de Papillon-Lefèvre, 
Síndrome de Haim-Munk, Síndrome de Chediak-Higashi, Neutropenia severa (neutropenia congênita 
- Síndrome de Kostmann e neutropenia cíclica), doenças de imunodeficiência primária (doença 
granulomatosa crônica, síndromes de hiperimunoglobulina E) e Síndrome de Cohen. 
• Doenças que afetam a mucosa oral e o tecido gengival 
Epidermólise bolhosa (distrófica e Síndrome de Kindler) e deficiência de plasminogênio. 
• Doenças que afetam o tecido conjuntivo 
Síndromes de Ehlers-Danlos (tipos IV e VIII), angioedema (deficiência de inibidor de C1) e lúpus 
eritematoso sistêmico. 
• Desordens metabólicas e endócrinas 
 Doença do armazenamento de glicogênio, doença de Gaucher, hipofosfatasia, raquitismo 
hipofosfatêmico, Síndrome de Hajdu-Cheney. 
• Doenças de imunodeficiência adquirida 
Neutropenia adquirida e infecção por HIV. 
• Doenças inflamatórias 
Epidermólise bolhosa adquirida e doença inflamatória do intestino. 
Outras desordens sistêmicas que influenciam a patogênese das doenças periodontais: 
Estas condições são: diabetes mellitus, obesidade, osteoporose, artrite (reumatoide e osteoartrite), 
estresse emocional, depressão, tabagismo (dependência de nicotina) e uso de medicações. Elas 
devem ser consideradas descritoras da doença (periodontite associada com DOENÇA). Notar que 
algumas destas condições (diabetes mellitus e tabagismo) já influenciam o grau da periodontite; 
portanto, entende-se que a classificação quanto ao estágio e ao grau deve ser mantida. No que se 
refere ao tabagismo, ressalta-se que ele agora está incluído na Classificação Internacional de Doenças 
e deve ser considerado uma dependência da nicotina e desordem médica crônica de relapso, e não 
um hábito. Estes indivíduos (tabagistas ou ex-tabagistas) devem ainda ser classificados quanto ao 
consumo atual ou passado de tabaco em maços/ano. 
 
Condições e deformidades muco gengivais: 
A recessão gengival é influenciada pelo fenótipo periodontal, resultante da combinação de fenótipo 
gengival (volume gengival tridimensional - não usar biotipo gengival, pois este se refere à genética) 
com a espessura do osso alveolar vestibular (morfotipo ósseo). Para o diagnóstico, deve-se utilizar a 
transparência gengival da sonda durante a sondagem: sonda visível = fenótipo fino (≤ 1 mm); sonda 
não visível = fenótipo espesso (> 1 mm). Além disso, verificar a distância (em mm) da margem gengival 
à junção mucogengival. Não há mensuração clínica do morfotipo ósseo. 
 Condição mucogengival na presença de recessões gengivais 
Migração apical da margem gengival/tecidual causada por diferentes condições/patologias. 
As recessões devem ser classificadas em: 
• Classificação das recessões gengivais (extensão vertical da recessão) 
Recessão Tipo 1 (RT1): sem perda de inserção interproximal. Junção cemento-esmalte (JCE) 
interproximal não detectável clinicamente na mesial ou na distal. 
Recessão Tipo 2 (RT2): perda de inserção interproximal, com distância da JCE ao fundo de sulco/bolsa 
menor ou igual à perda de inserção vestibular (medida da JCE ao fundo de sulco/bolsa na vestibular). 
Recessão Tipo 3 (RT3): perda de inserção interproximal, com distância da JCE ao fundo de sulco/bolsa 
maior que a perda de inserção vestibular (medida da JCE ao fundo de sulco/bolsa na vestibular). 
• Degrau 
A condição radicular deve ser considerada de acordo com a presença ou não de concavidades na 
superfície radicular. 
Essa classificação define: 
Classe + presença de um degrau cervical > 0,5 mm 
Classe - ausência de degrau cervical > 0,5 mm 
Assim, qualquer tipo de recessão (RT1, RT2 ou RT3) deve ser seguida do degrau (+ ou -). 
 Condição mucogengival na ausência de recessões gengivais 
Fenótipo gengival fino e/ou faixa estreita/ausência de mucosa queratinizada na ausência de recessão 
gengival (considerando que qualquer espessura de mucosa queratinizada é suficiente para manter 
saúde periodontal). 
 
Forças oclusais traumáticas 
Forças oclusais traumáticas são definidas como qualquer força oclusal que resulte em dano aos tecidos 
e/ou ao aparato de inserção periodontal. Trauma oclusal foi definido como um termo histológico que 
descreve os danos ao aparato de inserção periodontal. Não há evidências de que forças oclusais 
traumáticas causem perda de inserção periodontal ou acelerem a progressão da periodontite em 
humanos. Contudo, há evidências de que forças oclusais não causam recessão gengival. 
• Trauma oclusal primário Dano que resulta em mudanças teciduais de forças oclusais 
traumáticas aplicadas a dente(s) com suporte periodontal normal (mobilidade adaptativa e 
não progressiva). 
• Trauma oclusal secundário Dano que resulta em mudanças teciduais de forças normais ou 
oclusais traumáticas em dente(s) com suporte periodontal reduzido. Dentes com mobilidade 
progressiva podem apresentar migraçãoe dor em função, além de requerer esplintagem. 
• Forças ortodônticas Estudos em animais sugerem que essas forças podem afetar 
negativamente o periodonto e resultar em reabsorção radicular, desordens pulpares, 
recessão gengival e perda óssea alveolar. Estudos observacionais mostram que dentes com 
periodonto saudável – mas reduzido – podem ser submetidos a tratamento ortodôntico sem 
comprometimento dos tecidos periodontais de suporte, desde que haja bom controle de 
placa. 
 
Fatores relacionados ao dente e à prótese 
Fatores locais relacionados ao dente que podem modificar ou predispor a doenças gengivais 
induzidas pelo biofilme/periodontite 
• Fatores anatômicos do dente. 
• Fraturas radiculares. 
• Reabsorção cervical e dilaceração cementária. 
• Proximidade radicular. 
• Erupção passiva alterada- condição de desenvolvimento com relações dento-alveolares 
anormais. 
A margem gengival (e, algumas vezes, o osso) está localizada coronalmente, levando a falsas bolsas e 
a problemas estéticos. É preciso realizar tratamento periodontal cirúrgico. 
 Fatores locais relacionados à prótese dental 
Os fatores locais relacionados à prótese se referem a condições que podem levar ao acúmulo de 
biofilme e a más condições de controle de placa pelos pacientes. 
• Margens de restaurações posicionadas no espaço dos tecidos aderidos supraósseos 
Notar o uso do termo adesão tecidual “supracrestal” ou “supraóssea” em substituição à “distância 
biológica”. Essas invasões levam à inflamação e à perda de tecidos periodontais de suporte, mas a 
causa (biofilme, trauma ou outra) ainda não está clara. 
• Procedimentos clínicos relacionados à confecção de restaurações indiretas 
• Reações de hipersensibilidade/toxicidade aos materiais odontológicos 
 
 
Saúde peri-implantar: 
As doenças peri-implantares (mucosite peri-implantar e peri‑implantite) são aquelas associadas ao 
biofilme, e a progressão da peri-implantite parece ser mais rápida que a da periodontite. Recomenda-
se que os clínicos obtenham radiografias e medidas de sondagem imediatamente após a finalização 
da prótese sobre implante. Uma radiografia adicional depois do período de carga deve ser obtida para 
se estabelecer uma referência de nível ósseo após a remodelação fisiológica. Devem ser obtidos 
radiografias e dados clínicos prévios, caso seja um paciente novo na implantodontia, para avaliar as 
mudanças no nível ósseo. 
1. Saúde Peri-implantar 
Ausência de sinais clínicos de inflamação, ausência de sangramento e/ou supuração após delicada 
sondagem, sem aumento de profundidade de sondagem em relação a exames prévios, e ausência de 
perda óssea, além daquelas observadas após a fase de remodelação fisiológica. 
2. Mucosite Peri-implantar 
Presença de sangramento e/ou supuração à sondagem gentil com ou sem aumento de profundidade 
de sondagem, comparando‑se com exames prévios, e ausência de perda óssea, além daquelas 
observadas após a fase de remodelação fisiológica. 
3. Peri-implantite 
Presença de sangramento e/ou supuração após delicada sondagem, aumento da profundidade de 
sondagem em relação a exames prévios, presença de perda óssea, além daquelas observadas após a 
fase de remodelação óssea. 
Na ausência de exames prévios, podem ser utilizados os seguintes critérios: presença de sangramento 
e/ou supuração após delicada sondagem, profundidades de sondagem iguais ou superiores a 6 mm, 
nível ósseo de 3 mm ou mais apical à porção mais coronária da porção intraóssea do implante. 
Considerar a recessão da mucosa marginal na avaliação clínica 
 
Deficiência nos tecidos peri-implantares moles e duros 
As deficiências dos tecidos peri-implantares estão diretamente relacionadas às condições clínicas 
antes, no decorrer e depois da colocação dos implantes. 
• Dimensão diminuída do processo alveolar/rebordo 
Exposição aos seguintes fatores: perda de suporte periodontal, infecções endodônticas, fraturas 
radiculares longitudinais, tábua óssea vestibular delgada, posicionamento dental 
vestibularizado/lingualizado no arco, extração com trauma adicional aos tecidos, injúria, 
pneumatização do seio maxilar, medicações e doenças sistêmicas que reduzam a quantidade de osso 
formado, agenesia dental, pressão exercida por próteses parciais removíveis e combinações. 
• Recessão da mucosa Peri-implantar 
Exposição aos seguintes fatores: mau posicionamento do implante, ausência de osso vestibular, tecido 
mole fino, ausência de tecido queratinizado, estado de inserção dos dentes adjacentes e trauma 
cirúrgico. 
• Ausência de mucosa queratinizada 
Não existem evidências sobre o efeito da mucosa queratinizada na saúde peri-implantar em longo 
prazo. No entanto, parece haver vantagens em relação ao conforto do paciente e facilidade no 
controle do biofilme. 
• Osso Peri-implantar 
A altura da papila entre dentes e implantes é afetada pela altura dos tecidos periodontais nos dentes 
adjacentes aos implantes. A altura da papila entre implantes é determinada pela crista óssea entre 
implantes. Não há conclusões sobre a necessidade da tábua óssea vestibular para suportar o tecido 
mole vestibular do implante em longo prazo 
 
Referências: 
https://www.colgate.com.br/oral-health/conditions/gum-disease 
https://www.scielo.br/pdf/rounesp/v47n4/1807-2577-rounesp-47-4-189.pdf 
https://www.ict.unesp.br/Home/ensino/pos-graduacao/biopatologiabucal/resumo-do-novo-
esquema-de-classificacao-para-doencas-e-condicoes-periodontais-e-peri-implantes--world-
workshop-2017.pdf 
https://www.colgate.com.br/oral-health/conditions/gum-disease
https://www.scielo.br/pdf/rounesp/v47n4/1807-2577-rounesp-47-4-189.pdf
https://www.ict.unesp.br/Home/ensino/pos-graduacao/biopatologiabucal/resumo-do-novo-esquema-de-classificacao-para-doencas-e-condicoes-periodontais-e-peri-implantes--world-workshop-2017.pdf
https://www.ict.unesp.br/Home/ensino/pos-graduacao/biopatologiabucal/resumo-do-novo-esquema-de-classificacao-para-doencas-e-condicoes-periodontais-e-peri-implantes--world-workshop-2017.pdf
https://www.ict.unesp.br/Home/ensino/pos-graduacao/biopatologiabucal/resumo-do-novo-esquema-de-classificacao-para-doencas-e-condicoes-periodontais-e-peri-implantes--world-workshop-2017.pdf

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