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15/03/2017 1 Sistemas de Esgoto e Drenagem - 1703217 Prof. Leonardo Vieira Soares Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil e Ambiental REDE COLETORA DE ESGOTO HIDRÁULICA DOS COLETORES • Escoamento nas redes de esgoto são extremamente irregulares: 1. Variação de vazão (quantidade) e 2. Contribuição de esgotos em diferentes intervalos de tempo de funcionamento ao longo do dia. • Esta situação é observada, principalmente, nos trechos iniciais dos coletores. SITUAÇÃO REAL 15/03/2017 2 • O escoamento de esgoto sanitário ao longo dos coletores, é considerado, para efeito de cálculo, livre, em regime permanente e uniforme. Escoamento livre: se processa em seções parciais de condutos fechados, ou em canais abertos e sob pressão atmosférica. Escoamento Permanente: a vazão é constante ao longo do fluxo, no sentido longitudinal do conduto. Para isso, a forma geométrica e a rugosidade do conduto devam ser as mesmas. Escoamento Uniforme: a declividade é única ao longo do conduto, logo a velocidade é constante em qualquer seção de escoamento. SITUAÇÃO IDEAL OU CONSIDERADA Para as seções 1 e 2 indicadas na figura ao lado tem-se: Q = v1 x A1 = v2 x A2 = cte. Onde: Q: vazão, m3/s; v: velocidade média na seção, m/s; e A: área da seção de escoamento, m2. Q1 = Q2 = Q3 = Q4 EQUAÇÃO DE CONTINUIDADE 15/03/2017 3 “A diferença entre as cotas de montante (CM) e jusante (CJ) de um coletor de esgoto é igual a perda de carga (hf) entre as duas seções consideradas” EQUAÇÃO DE BERNOULLI “A declividade de cada trecho do coletor é igual a diferença das cotas de montante e jusante dividida pelo comprimento deste trecho.” I = (CM – CJ)/L EQUAÇÃO DE BERNOULLI 15/03/2017 4 Equação de Chézy (1775) As fórmulas estabelecidas para o escoamento de condutos livres baseiam-se na expressão de Chézy: Onde: v: velocidade média de escoamento, m/s; RH: raio hidráulico, m; I: declividade do conduto (trecho coletor), m/m; C: coeficiente de Chézy. PERDAS DE CARGA POR ATRITO Fórmula de Darcy-Weisbach (1850) Onde: f: coeficiente de atrito da fórmula universal; g = 9,81 m/s2; L: comprimento da conduto, m; v: velocidade média, m/s; D: diâmetro do conduto, m. O coeficiente de atrito f varia em função do número de Reynolds (R), da rugosidade e dimensões da tubulação e de outros fatores. PERDAS DE CARGA POR ATRITO 15/03/2017 5 Equação de Manning Onde: n: coeficiente de rugosidade de Manning. Substituindo a equação de Manning na equação de Chézy, tem-se: Onde: v: velocidade média, m/s; Q: vazão, m3/s; I: declividade do conduto, m/m; RH: raio hidráulico, m; e A: área de escoamento, m2. PERDAS DE CARGA POR ATRITO Os valores do coeficiente de Manning variam de acordo com o tipo do material dos condutos e também se aplicam para condutos forçados. A norma NBR 9649 de 1986 adota n = 0,013 para o cálculo do diâmetro mínimo e verificação da tensão trativa. Tabela 1 – Coeficiente de Manning Material dos Condutos n de Manning Cerâmico 0,013 Concreto 0,013 PVC 0,010 Ferro Fundido com revestimento 0,012 Ferro fundido sem revestimento 0,013 Aço soldado 0,011 Equação de Manning PERDAS DE CARGA POR ATRITO A norma NBR 14.864 de 2000 adota n = 0,010 para o cálculo do diâmetro mínimo e verificação da tensão trativa. 15/03/2017 6 • Nas canalizações de esgotos as perdas de carga localizadas têm, em geral, valores baixos e por isso não são tomadas em consideração. • Caso as velocidades sejam elevadas, é possível a ocorrência de valores significativos de perdas de carga localizadas em poços de visitas, calculadas conforme equações a seguir: a) nas passagens retas: 0,03 m; b) nas curvas: Se RC < 2D hl = v2/40 Se 2D < RC < 8D hl = v2/80 Onde: D: diâmetro do conduto, m; RC: raio da curva, m; v: velocidade a montante, m/s; hl: perda de carga localizada, m. CASO A CASO B PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS CONDUTOS DE SEÇÃO CIRCULAR RELAÇÕES GEOMÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS Tabela 2 - Principais relações trigonométricas da seção circular (ângulo q em radianos) q = 2 arc cos [1 – (2 Y/D)] Y/D = 0,5 . (1 – cos q/2) Am/D2 = (q – sen q)/8 RH/D = (q – sen q)/4q Am/Y2 = (q – sen q)/4(1 – cos q/2) RH/Y = (q – sen q)/2(1 – cos q/2) 15/03/2017 7 Tisutiya e Além Sobrinho (1999): • Tabela 4.3 – Dimensionamento e verificações das tubulações de esgoto; • Tabela 4.4 – Determinação do raio hidráulico em função de Y/D; • Consideração: n = 0,013. Nuvolari et al. (2001): • Tabelas 2.13 a 2.16 – Escoamento em canais circulares; • Quadro 2.18 – Condutos circulares parcialmente cheios. A partir dessas equações trigonométricas e das equações de Manning para o cálculo das velocidades e vazões, pode-se elaborar tabelas e gráficos que sirvam para o dimensionamento e verificação hidráulica das tubulações com regime de escoamento livre. CONDUTOS DE SEÇÃO CIRCULAR RELAÇÕES GEOMÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS CONDUTOS DE SEÇÃO CIRCULAR RELAÇÕES GEOMÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS 15/03/2017 8 Elemento hidráulicos para coletores circulares de esgoto. Fonte: Tsutiya e Alem Sobrinho (1999). 1) Calcular a relação Y/D, a velocidade v, a lâmina Y e o raio hidráulico RH, para uma vazão de 1,5 l/s de esgoto sanitário escoando em um conduto de PVC, cujo diâmetro é D = 150 mm e as cotas de montante e jusante respectivamente iguais a 10,3 m e 8,3 m. O comprimento do trecho é de 100 m. Verificar também para tubo cerâmico. 2) Um trecho tubulação de seção circular de 200 mm de diâmetro foi executado com uma declividade de 0,3%. Pede-se calcular a vazão e velocidade do trecho, para uma lâmina líquida relativa de 75%, quando material da tubulação for PVC e Cerâmica. 3) Determinado trecho de coletor foi assentado com uma declividade de 0,01 m/m e transporta uma vazão de 34 l/s. Qual o diâmetro mínimo que pode ser utilizado nesse trecho e qual poderá ser a vazão adicionada a ele, considerando que a lâmina relativa não ultrapasse 75%? Considere n = 0,010 e 0,013. EXERCÍCIOS 15/03/2017 9 4) Segundo esquema da figura abaixo, pede-se, para cada trecho de tubulação, a relação Y/D, a lâmina de esgoto (Y) e a velocidade (v). Para o trecho 1-2, determinar o diâmetro da tubulação para que se tenha Y/D ≤ 0,75. Q1-1 = 15,5 l/s; Q2-1 = 8,5 l/s; Q3-1 = 10,0 l/s. EXERCÍCIOS • Capítulo 2 de NUVOLARI, ARIOVALDO (Coordenador). Esgoto sanitário; coleta, transporte e reúso agrícola. 1ª Edição. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. 520 p. • Capítulo 4 de TSUTIYA, MILTON TOMOYUKI & ALEM SOBRINHO, PEDRO. Coleta e transporte de esgoto sanitário. 1ª Edição – São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da universidade de São Paulo, 1999. 548 p. BIBLIOGRAFIA
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