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Introdução: Conceitos gerais da hereditariedade da face: As manifestações craniofaciais representam 75% de todos os defeitos congênitos em humanos, afetando o desenvolvimento da cabeça, face ou do pescoço. Acredita-se que o tamanho facial da criança é parcialmente herdado. O tamanho influência a forma, ao se considerar o tamanho dos componentes faciais individualmente, à medida que influenciam a forma geral da face. Interação da hereditariedade com o meio ambiente: Os fatores ambientais modifica constantemente o que foi herdado. Altera as características de forma e posição dos arcos dentários. Tendências seculares e o meio ambiente: Tendência secular é qualquer mudança em tamanho, forma ou velocidade que persista por várias gerações. Tendência secular é qualquer mudança em tamanho, forma ou velocidade que persista por várias gerações. Diante disso, nos exames, deve-se fazer o acompanhamento longitudinal do crescimento e desenvolvimento orofacial, incluindo a realização de análise facial, intra-oral e funcional da criança nas fases de dentição decídua completa e da Fatores etiológicos da maloclusão: Respiração; Sucção; Deglutição; Mastigação; Fala; Crescimento e desenvolvimento da oclusão. Análise da dentição em uma perspectiva anteroposterior entre os arcos dentários: Incisivos decíduos - No padrão de normalidade da dentição decídua, a relação entre os dentes anteriores pode ser dividida em três grupos: ESPAÇOS DE BAUME Arco tipo I (com espaços); Arco tipo II (sem espaços); Arco tipo misto (espaços apenas numa arcada); Apinhamento dentário: Falta de espaço na dentição decídua que poderá resultar em apinhamento também na dentição permanente. Caninos e molares decíduos: Na dentição decídua, observa- se uma tendência dentária ou esquelética da futura dentição mista de normo, mesio ou distoclusal. Ração oclusal das faces distais dos segundos molares decíduos; Relação oclusal dos caninos. Degrau mesial e reto são normais; Degrau mesial acentuado: provavelmente essa criança poderá ser prognata; Classificação de Baume: (Relação oclusal das faces distais dos segundos molares decíduos): Reto: As faces distais apresentam-se no mesmo plano (76%); Mesial: As face distal do molar inferior localiza-se em uma posição mesial em relação ao molar superior (14%); Distal: A face do molar inferior localiza-se em uma posição distal ao molar superior (10%). Ausência dos espaços primatas: São os espaços fisiológicos existentes na dentição decídua, entre os incisivos laterais e caninos superiores e entre os caninos e primeiros molares inferiores, com a finalidade de acomodar os dentes permanentes sucessores. Mordida cruzada anterior: Considera-se mordida cruzada anterior a relação entre as arcadas, por meio da qual a inferior está em uma posição mais anterior em relação a superior Um ou mais elementos; Unilateral ou bilateral Sobressaliência: (Overjet ou trespasse horizontal) Etiologia das maloclusões e hábitos bucais deletérios Layara Aquino É a medida linear em milímetros de distância entre a borda incisal dos incisivos centrais superiores e inferiores. Normalidade: 0 a 3mm. Tende a diminuir com o avanço da idade. Sobremordida: (Overbite ou trespasse vertical) Mordida cruzada posterior: É aquela que ocorre nos dentes de trás a partir dos caninos, podendo envolver os primeiros e os segundos pré-molares, os primeiros e segundos molares e os terceiros molares. Pode ainda ser unilateral ou bilateral. Linha média: A relação transversal da linha media entre os arcos superiores e inferiores deve ser observada durante o exame clínico, estudos de modelo e exames de imagem. Coincidente; Com desvio. Período de dentição mista pode ser dividido em duas fases: Primeira fase: Erupção dos primeiros molares permanentes e dos incisivos; Período intertransitório: onde os dentes e ossos vão se acomodando para a chegada de “novos dentes”; Segunda fase: Erupção dos caninos e pré-molares e segundos molares permanentes. Observação para algumas características comum da idade. Classificação de Angle: Edward Harthey Angle (Dental Cosmos, 1899), baseando-se nas relações ântero-posteriores, classificou as maloclusões de acordo com os primeiros molares permanentes, pois eles são os mais constantes em tomar sua posição normal nas arcadas, principalmente os superiores. Essa relação entre primeiros molares superiores e inferiores é conhecida como "chave de oclusão". Classe I ou neutroclusão: A relação mésio-distal entre os primeiros molares está correta, isto é, a cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior oclui na direção do sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior, à semelhança da relação encontrada nos casos de oclusão normal. Esses casos se caracterizam por apresentarem harmonia entre as arcadas, prevalecendo apenas a desarmonia entre ossos e dentes, podendo provocar apinhamentos na região anterior. Classe II ou distoclusão: Caracterizam-se principalmente pela posição distal dos primeiros molares inferiores em relação aos superiores, de tal forma que a cúspide mésiovestibular do 1º molar superior oclui mesialmente ao sulco mésio-vestibular do 1º molar inferior. Com isso, os dentes ântero-superiores vão se posicionar fora de sua posição habitual. A Classe II se divide em 1 e 2, de acordo com o posicionamento destes dentes. Divisão 1 - Observa-se bom alinhamento de todos os dentes, mas apresenta uma curva de SPEE bastante acentuada, normalmente apresenta aumento de overjet, devido a uma vestibularização dos incisivos superiores, podendo ou não ter overbite acentuado. Pode-se observar o aspecto “dentuço” do paciente, na maioria das vezes. Divisão 2 - Quando os incisivos centrais superiores encontram-se lingualizados e os incisivos laterais superiores encontram-se vestibularizados. Normalmente criam um overbite acentuado, podendo ou não ter overjet acentuado. Costuma apresentar musculatura peribucal competente e aspecto facial agradável. Classe III ou mesioclusão: (Prognata acentuado) A cúspide mésio-vestibular do 1º molar superior oclui distalmente ao sulco mésio- vestibular do 1º molar inferior. Toda arcada inferior colocada anteriormente em relação à superior, causando mordida cruzada anterior. Quando isto não ocorre, há uma compensação natural dos dentes, onde os anteriores superiores posicionam-se vestibularizadamente e os incisivos inferiores, lingualizadamente, corrigindo na maioria das vezes a mordida cruzada. Fatores extrínsecos determinantes de maloclusões: Hábitos bucais: Hábito é o resultado da repetição de um ato com um determinado fim, tornando-se com o tempo resistente a mudanças. Não compulsivos: Fácil adoção e abandono pela criança durante o seu amadurecimento. Compulsivos: Quando estão fixados na personalidade, a ponto de a criança recorrer à sua prática quando se sente insegura. Nem sempre um hábito bucal deletério é a causa isolada de uma má oclusão. A gravidade desta está relacionada com a intensidade, a frequência e a duração do hábito. Hábitos deletérios Sucção não-nutritiva (dedos, línguas e lábios); A sucção é um ato fisiológico necessário, e como tal precisa ser respeitado. Ela é tão essencial, que mesmo os fetos succionam instintiva e energicamente a língua, os lábios e os dedos, de modo que essa função já está plenamente desenvolvida ao nascimento. A amamentação no seio materno significa para a criança alimentação, aumento da resistência a doenças, equilíbrio psicológico e treinamento da musculatura peribucal com a obtenção do selamento labial. Quando o aleitamento natural é precocemente substituído pelo artificial, a criança atinge, em apenas alguns minutos, a sensação de plenitude alimentar, porém o bebê não realiza sucções suficientes para obter o êxtase emocional, buscando por isso a satisfação na sucção dosdedos ou da chupeta. Bastante comum nas fases inicias da vida; Persiste como hábito indesejado em 30% das crianças; Até os 5 anos, agir com complacência; Cuidado na fase de esfoliação dos decíduos e erupção dos permanentes; Sucção lingual/ dedo: Grade palatina/ grade de interposição lingual Os hábitos de sucção trazem consequências importantes para a oclusão da criança como: Morfologia do palato duro, Alterações de posicionamento dos dentes, Movimentação da língua, Alterações musculares periorais e fono-articulatórias, Maior risco de desenvolvimento de mordida aberta anterior e distúrbios de motricidade oral. Uso prolongado de chupetas e mamadeiras; Deglutição atípica; O processo de deglutição é executado através de um complexo sinergismo de atividades musculares responsáveis pela movimentação da mandíbula, da língua, das bochechas e dos lábios, entre outros. Essa intensa função muscular é de vital importância na regulação dos mecanismos de crescimento craniofacial, por isso a atividade da musculatura lingual deve estar em equilíbrio com a musculatura peribucal e o espaço funcional bucal deve ser supervisionado. As atipias da deglutição são consideradas como problemas específicos dessa função, mas também podem decorrer de alterações respiratórias, trocas dentárias, diferentes tipos de oclusão e mordida, tipo esqueletal do tônus, propriocepção, redução do espaço interno, hábitos orais antigos e até mesmo da idade, pois a deglutição se modifica ao longo vida, devido, entre outras causas, ao tamanho da cavidade oral e sua relação com o crescimento e o desenvolvimento da língua. A deglutição atípica corresponde a uma movimentação inadequada da língua e/ou de outras estruturas. Podem ser observadas durante a deglutição atípica: ausência de oclusão dentária, ausência de contração do masseter, interposição da língua contra os arcos dentários e interposição labial para realizar o selamento anterior. Os métodos de diagnós.co devem ser realizados com o paciente sentado e no plano horizontal de Frankfurt. Devem ser discretamente observadas várias deglutições inconscientes e também o grau de contração muscular e os movimentos mandibulares. Com uma mão sobre o músculo masseter, deve-se dar água ao paciente e pedir que faça várias deglutições. Se os dentes estiverem em oclusão, é possível sentir as contrações do músculo; se a deglutição for atípica, sem contato dos dentes, não haverá contração do músculo. Abaixando o lábio inferior, pode-se observar se ocorre a interposição da língua durante o movimento de deglutição. Respiração bucal; A obtenção e a manutenção da respiração nasal e do selamento labial são alguns dos objetivos mais importantes da ortodontia preventiva. Crianças com respiração bucal devido a obstrução nasal ou por hábito, dependendo da intensidade, da frequência e da duração da mesma, apresentam alterações no crescimento e desenvolvimento craniofacial e cara O diagnóstico começa com uma anamnese criteriosa: Elucidar como a criança dorme; Se apresenta déficit de atenção e sonolência durante o dia; Lábio superior curto, Lábio inferior hipotônico e ressecado, Falta de selamento labial, Face alongada ou adenoidiana, Olheiras profundas, Narinas estreitas, Atresia da maxila, Retrognatismo mandibular, Protrusão dentária superior, Retrusão dentária inferior. Considerar o diagnóstico do otorrino (Obstrução -Adenóides); Relação forte com pacientes alérgicos, resfriados crônicos e tonsilas hipertrofiadas. Hábitos posturais; Pode ser tratado com tratamento associado, de ortodontia e fisioterapia (quriopraxia, RPG); Alongamento para melhora postural; Bruxismos Hábito de “ranger” ou “apertar” os dentes ao dormir; Onicofagia. O habito de roer unhas está relacionado com ansiedade, estresse e angústia, e após a adolescência costuma ser substituído por outros, como morder objetos. O diagnóstico é clínico e confirmado pelo aspecto dos dedos das crianças. As más oclusões provocadas por esse hábito são localizadas, devido às pressões induzidas por ele. Também são observados: apinhamentos, giroversões, retroinclinação dos incisivos superiores, fraturas dentárias, distúrbios temporo- mandibulares e reabsorção radiculares FONAÇÃO A fonação é outra atividade exercida com o envolvimento do aparelho mastigatório, estando intimamente ligada à deglutição. Representa um fator importante no desenvolvimento e na manutenção do equilíbrio morfofuncional do aparelho mastigatório. Estas alterações dependem do tipo facial e da tendência de crescimento da criança. As trocas de fonemas devem ser tratadas precocemente, mesmo antes da instalação da dentição decídua completa, a fim de manter os estímulos normais de crescimento. As trocas de fonemas devem ser tratadas precocemente, mesmo antes da instalação da dentição decídua completa, a fim de manter os estímulos normais de crescimento. Para o correto diagnóstico, pode ser usado um teste simples Como pedir para a criança contar de um até dez, Pronunciar os fonemas /s/, /f/, /t/ e /l/ E observar cuidadosamente como a língua e os lábios se adaptam às estruturas com as quais se relacionam. As crianças com face retrovertida ou dolicofacial (musculatura hipotônica e crescimento vertical) terão frequentemente alterações mais evidentes do que aquelas com o tipo braquifacial (musculatura hipertônica e crescimento horizontal)
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