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Aula-14-Gerenciamento-de-Recursos-Materiais

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1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA 
DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM I 
 
 
GERENCIAMENTO DE RECURSOS MATERIAIS EM ENFERMAGEM
1
 
 
MARIA TEREZA RAMOS BAHIA² 
Objetivos 
 Discutir o gerenciamento de Recursos Materiais no desenvolvimento das ações de 
enfermagem; 
 Compreender os elementos necessários à realização da previsão, provisão, organização 
e controle dos recursos materiais em enfermagem; 
 Reconhecer a responsabilidade do enfermeiro na realização dos testes de qualidade e 
parecer técnico dos materiais utilizados pela enfermagem. 
 
1. Introdução 
 
Toda empresa ou organização, seja pública ou privada, necessita para um bom 
funcionamento de pessoas, recursos financeiros e materiais (CASTILHO; LEITE, 1991). 
As instituições de saúde se caracterizam como empresas ou organizações prestadoras 
de serviço, onde o resultado final do processo não se traduz em um produto, mas sim em um 
serviço, ou seja, a assistência à saúde de indivíduos e comunidades, e é importante então, que 
tenhamos os recursos materiais necessários para uma assistência de qualidade e que estes 
sejam adequadamente administrados (CASTILHO; LEITE, 1991 E CASTILHO; 
GONÇALVES, 2014). A este respeito pode-se afirmar que uma administração de materiais 
adequada, sofre a influência e influencia tanto os recursos financeiros como os recursos 
humanos, pois através de uma destinação mais racional dos materiais pode-se promover uma 
diminuição dos custos e em relação aos recursos humanos a influência é observada, por 
exemplo, na medida em que materiais em quantidade e qualidade adequadas podem produzir 
na equipe maior grau de satisfação. 
 
2. Gerenciamento de Recursos Materiais 
 
A importância do Gerenciamento de Recursos Materiais pode ser demonstrada, por 
exemplo, quando se observa o quanto os materiais representam em termos de destinação de 
recursos nas organizações. Em uma empresa os recursos materiais chegam a representar 75% 
do capital, e em instituições de saúde significam cerca de 45% das despesas (CASTILHO; 
LEITE, 1991). 
Estima-se que em uma organização hospitalar geral de ensino, com aproximadamente 
300 leitos, ou seja, um hospital de grande porte trabalha com aproximadamente 2.500 itens 
 
1
Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em 
Enfermagem I, para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de 
Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Pedimos que, caso haja o 
interesse em utilizar este material, seja citada a referência. 
²Enfermeira, Mestre em Saúde Pública, Professora Adjunta I do Departamento de 
Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da UFJF. mtbahia@uol.com.br 
 
2 
 
relacionados a materiais de consumo para a assistência à saúde. Dessa forma, esses materiais 
representam uma média de 1.500.000 unidades consumidas mensalmente, o que pode gerar 
um custo anual de, aproximadamente R$ 4.000.000,00. Dessa forma, os gastos com recursos 
materiais têm representado uma parcela importante do orçamento das instituições 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2014). 
Nas instituições de saúde o papel do Gerenciamento de Recursos Materiais não é 
diferente das demais organizações, uma vez que, consiste em ter os recursos necessários ao 
trabalho com qualidade e em quantidades adequadas, a um menor custo e em tempo certo 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2014). 
Portanto, para que não haja falta de material que podem vir a prejudicar a assistência à 
saúde, e tão pouco para que não haja excessos que elevem os custos, os materiais devem ter as 
suas quantidades e qualidades planejadas e controladas. 
 
No geral 
Segundo Chiavenato (1991), “a administração de recursos materiais deve garantir que 
os materiais necessários estejam disponíveis na quantidade certa, no local certo e no tempo 
certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo... “ 
 
Na área da saúde 
Segundo Castilho; Gonçalves (2014) na área de saúde, os avanços tecnológicos têm 
significado um aumento na complexidade assistencial que vem impondo o aprimoramento dos 
sistemas de gerenciamento de recursos materiais. E assim, pode-se definir o gerenciamento de 
recursos materiais em saúde como o conjunto de práticas que assegurem materiais em 
quantidade e qualidade de modo a que os profissionais possam desenvolver seu trabalho sem 
correr riscos e sem colocar em risco os usuários dos serviços. Tendo em vista a garantia da 
continuidade da assistência com qualidade e a um menor custo. 
“O gerenciamento de recursos materiais, administração de recursos materiais ou 
suprimentos, constituem a totalidade dos fluxos de materiais de uma organização de saúde, 
compondo um processo com as seguintes atividades principais: programação, compra, 
recepção, armazenamento, distribuição e controle”. (CASTILHO; GONÇALVES; 2014). 
Pode-se concluir que a administração de materiais (AM) consiste em ter os materiais 
necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que 
compõem o processo produtivo. Este é o fundamento e a essência de uma administração de 
materiais bem realizada. 
 
3. Objetivos da Administração ou Gerenciamento de Materiais nas instituições de saúde 
São considerados objetivos primários: alcançar baixos custos de aquisição, de 
manutenção, de reposição e de mão de obra; promover a rotatividade de estoques, estimular o 
treinamento e aperfeiçoamento do pessoal; possibilitar a continuidade de fornecimento; 
garantir a qualidade dos materiais adquiridos; promover boas relações com os fornecedores, 
bons registros e cadastros; realizar a padronização, otimização do atendimento, maximização 
de retornos, e centralização de atividades. 
São considerados objetivos secundários: garantir harmonia interdepartamental, 
economia, reciprocidade, atualização e melhoria da qualidade. 
De modo geral pode-se dizer que para o alcance desses objetivos a Administração de 
Materiais tem como funções: 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A finalidade da Administração de Materiais consiste em coordenar as atividades que 
garantam o suprimento das necessidades da instituição, com qualidade e em quantidades 
adequadas, no tempo correto e ao menor custo provável, através da compra, armazenamento, 
distribuição e controle. 
 
4. Administração de Materiais e a Enfermagem 
Os enfermeiros ao prestarem a assistência à saúde utilizam recursos materiais, cabendo 
a eles a competência e responsabilidade pela administração de materiais em suas unidades de 
trabalho através da determinação do material necessário para a realização da assistência seja 
no aspecto quantitativo como no qualitativo, na definição das especificações técnicas, na 
participação no processo de compra, na organização, no controle e avaliação desses materiais 
(CASTILHO; LEITE, 1991). 
Ao considerarmos a complexidade dos materiais utilizados na área da saúde, é de 
suma importância que a enfermagem participe do processo de gerenciamento de recursos 
materiais, assessorando a área administrativa nos aspectos técnicos (CASTILHO; 
GONÇALVES, 2014). 
Segundo Peres e Ciampone (2006), p. 498. 
 
Para o desenvolvimento da competência administração e gerenciamento são 
considerados indispensáveis o conjunto de conhecimentos identificados para 
planejar, tomar decisões, interagir, gestão de pessoal. Assim nas DCNs, com 
ênfase nas funções administrativas, destacam-se o planejamento, 
organização, coordenação, direção e controle dos serviços de saúde, além 
dos conhecimentos específicos da área social/ econômica que permitem ao 
gerente acionar dados e informações do contexto macro e 
microorganizacional, e analisá-los de modo a subsidiar a gestão de recursos 
humanos, recursos materiais, físicos e financeiros.No trabalho gerencial do enfermeiro, além de gerir a assistência é indispensável à 
gerência da unidade, que compreende a administração dos recursos humanos e materiais a fim 
de manter o bom funcionamento do serviço, prevendo e provendo recursos necessários à 
assistência, sendo particularmente importante a participação da enfermagem no 
gerenciamento de recursos materiais em serviços de maior densidade tecnológica 
(OLIVEIRA; CHAVES, 2009). 
Segundo Castilho e Gonçalves (2014), um papel importante do enfermeiro no 
gerenciamento de recursos materiais consiste em saber e acompanhar o consumo de materiais 
FUNÇÕES DA 
ADMINISTRAÇÃO 
DE MATERIAIS 
COMPRAS 
CONTROLE 
ARMAZENAGEM 
TRANSPORTE E 
DISTRIBUIÇÃO 
RECBIMENTO E 
CONFERÊNCIA 
4 
 
da unidade sob sua responsabilidade. Além disso, é de suma importância que o enfermeiro 
esteja atualizado no que se refere aos produtos e tecnologias lançados no mercado, avaliando 
sempre o custo benefício da utilização de um novo produto e o impacto de novas tecnologias 
para assistência, com o objetivo de garantir a qualidade da assistência prestada. 
Assim, pode-se concluir que a atividade de gerência de recursos materiais realizada 
pelo enfermeiro deve ter como objetivo a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e 
comunidade bem como as condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde. 
É de competência e responsabilidade do enfermeiro o gerenciamento de recursos 
humanos, materiais e financeiros, que em muitas das vezes são precários. Neste sentido, a 
instrumentalização do enfermeiro por meio da aquisição de conhecimentos sobre a temática é 
necessária. Assim, evidencia-se a importância da inserção do conteúdo de gerência de 
recursos materiais nos cursos de enfermagem, para que os profissionais saibam gerenciar os 
custos da assistência de enfermagem (OLIVEIRA, et al. 2014; OLIVEIRA et al. 2012). 
Entretanto, o enfermeiro deve ter o cuidado de não transformar a administração de 
materiais (AM) por ele desenvolvida em uma atividade burocrática que vise unicamente à 
manutenção dos interesses financeiros da instituição, mas sim como uma conquista que 
destaca o importante papel do enfermeiro na dimensão técnico-administrativa, que faz parte 
dos processos de cuidar e gerenciar (CASTILHO; GONÇALVES, 2005). Concluímos então, 
que esta atividade realizada pelo enfermeiro contribui: 
 Para que os interesses financeiros da instituição sejam preservados, através do controle de 
estoque, da utilização adequada dos materiais, evitando-se o desperdício; 
 para a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e comunidade, pois o enfermeiro 
deve estar atento à qualidade do material a ser utilizado e a quantidade necessária, com o 
objetivo de minimizar o risco para o paciente e evitar a descontinuidade da assistência; 
 para a melhoria das condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde. 
Materiais de qualidade podem contribuir para a satisfação no trabalho, além de evitar o 
risco de acidentes. 
 
5. Classificação dos materiais 
Os materiais em unidades hospitalares usualmente são classificados segundo a duração 
sendo agrupados em: materiais de consumo e permanentes (LOURENÇO; CASTILHO, 
2006; CASTILHO; LEITE, 1991). 
 
Materiais permanentes são aqueles que não são estocáveis, ou que permitem apenas uma 
estocagem temporária, transitória, apresentando um tempo de vida útil igual ou superior a 
dois anos, constituem o patrimônio da instituição, como por exemplo, mobiliários, 
equipamentos, instrumentais e outros. 
 
Materiais de consumo são estocados e com o uso acabam perdendo suas propriedades, sendo 
consumíveis, tendo uma duração de no máximo dois anos como, por exemplo, esparadrapos, 
extensões para oxigênio, inaladores, seringas, agulhas e outros. 
Mas, existem ainda, outras classificações para os materiais de acordo com: 
 Finalidade ou o uso a que se destinam (oxigenoterapia, cateterismo); 
 Tamanho ou porte, de acordo com as necessidades de instalação e guarda 
correlacionada com as dimensões do material (pequeno, médio e grande); 
 Custo; 
 Matéria-prima (plásticos, silicone, metais, cerâmica, vidro); 
 Função do controle (material fixo, móvel ou circulante); 
 Função da guarda (perecível, inflamável, frágil, pesado, tóxico). 
 
5 
 
Em relação ao custo existe um modelo de classificação elaborado por Vilfredo Pareto, 
denominado curva ABC, onde os materiais são agrupados em categorias A, B ou C de acordo 
com o custo. Quanto à quantidade de material, os itens classe A deverão corresponder a 20%, 
os de classe B 20 a 30% e os de classe C, 50% do total dos materiais. Em relação ao custo ou 
investimento os de classe A correspondem a cerca de 50% dos custos, os de classe B de 20 a 
30% e os de classe C, a 20% (CASTILHO; GONÇALVES, 2014; LOURENÇO; CASTILHO, 
2006). 
 
TIPO A B C 
Quantidade de 
material 
20% 20 a 30% 50% 
Custos 50% 20 a 30% 20% 
Classe A – em menor número devido ao alto custo ou investimento, ou custo unitário, 
consumo anual ou capital investido com custo anual próximo de 50% do total do custo anual. 
 
6. Etapas da Administração de Materiais nas Unidades de enfermagem 
Como já dito anteriormente a competência e responsabilidade pelo gerenciamento de 
recursos materiais nas unidades de enfermagem é do enfermeiro, que ao desempenhar essa 
atividade realiza: a determinação e especificação dos materiais e equipamentos; o 
estabelecimento da quantidade de material e equipamento; a análise da qualidade dos 
materiais e equipamentos; a determinação dos produtos a serem adquiridos; o estabelecimento 
de um sistema de controle e avaliação; o acompanhamento do esquema de manutenção 
adotado pela instituição; a adoção de um programa de orientação da equipe de enfermagem, 
sobre o manuseio e conservação de materiais e equipamentos e a atualização de 
conhecimentos sobre os produtos utilizados na assistência à saúde e lançados no mercado 
(FONSECA, 1995). Ao realizar essas atividades os enfermeiros estão desempenhando as 
funções de: previsão, provisão, organização e controle. 
 
7. Previsão de materiais em enfermagem 
A previsão de materiais nas unidades de enfermagem consiste em: fazer levantamento 
das necessidades da unidade de enfermagem, identificando a quantidade e a especificidade 
deles para suprir essas necessidades. . Prever significa “conhecer com antecipação; antever”. 
E para realizar essa função em uma unidade de enfermagem o enfermeiro deve definir através 
de um levantamento as necessidades de recursos, identificando a quantidade e a 
especificidade deles. Além da quantidade e da especificidade dos materiais necessários o 
enfermeiro ao realizar a previsão deve estar considerando também: a especificidade da 
unidade; as características da clientela; a frequência no uso dos materiais, o número de leitos 
na unidade; o local de guarda; a durabilidade do material e a periodicidade da reposição do 
material (CASTILHO; LEITE, 1991). 
 Ë necessário adotar uma prática de distribuição baseada não somente na experiência 
do consumo, pois essa pode ocasionar pedidos em excesso, requisições parcialmente 
atendidas, originando um ciclo cumulativo e danoso para a gerência de recursos materiais 
com elevação dos custos. Além disso temos que preocupar em atender as normas sanitárias, 
orientando e fundamentando a atividade de previsão de recursos materiais. 
 
A estimativa do quantitativo de material necessário pode ser obtida através do 
consumo médio mensal (CMM) que consiste na observação do consumo por um período de 
tempo, que geralmente é de três meses, dividido pelo número de meses mais uma margem de 
segurança (ES) definindo-se assim uma cota de material (CM). 
6 
 
Um instrumento que auxilia nessa observação é o mapa de consumo de material, onde 
normalmente consta tipo de material, cota mensal e gastos (CASTILHO; GONÇALVES, 
2014). 
 
Exemplo: Mapa de consumo de material de umaunidade básica de saúde de um Município 
de médio porte. 
 
Material 
 
Unidades Mensais Consumidas 
Abril Maio Junho 
Seringa de 3 ml 
 
200 250 180 
 
A estimativa de material pode ser calculada através da seguinte expressão matemática 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2014): 
 
CM= CMM + ES 
Onde: CM= cota mensal, CMM= consumo médio mensal, ES= estoque de segurança. 
 
O estoque de segurança, também chamado de estoque mínimo é calculado acrescentando-se 
de 10 a 20% do CMM, mais o consumo diário durante o tempo de reposição (CTR). 
 
ES = 10 a 20% do CMM + CTR 
 
CTR= CMM/30 x N 
N= número de dias de espera para reposição que pode variar de acordo com o sistema de 
compra do serviço de saúde 
No caso exemplificado acima o cálculo seria o seguinte, considerando o N= 15 dias: 
 
CMM= 200+250+180 = 210 
 3 
 
CTR= 210 x15= 105 
 30 
 
ES= 10% de 210 + 105= 126 
 
Portanto o CM será igual a: CM= 210+126= 336 
 
Para atualização dos dados a cada novo mês, acrescenta-se o valor do consumo mais 
recente e despreza-se o mais antigo. 
Uma estimativa de material bem elaborada contribui para que não se tenha um 
acúmulo de materiais nas unidades, para a economia do hospital e para que o almoxarifado 
tenha uma visão real do material que esta sendo necessário. É necessário acrescentar 10% ao 
gasto mensal como margem de segurança, garantindo que não falte material para a realização 
dos cuidados. 
 
8. Provisão de materiais em enfermagem 
A provisão diz respeito à reposição de materiais na unidade de enfermagem. Para 
desempenhar essa função o enfermeiro deve realizar a requisição de materiais em impresso 
próprio e encaminhar a solicitação aos serviços competentes. A rotina de requisição de 
7 
 
materiais pode sofrer pequenas alterações de acordo com a instituição, mas de modo geral, 
segue os seguintes passos: descrição do material em ordem alfabética com especificação do 
tipo, dimensão e quantidade; verificação do estoque existente; solicitação semanal, quinzenal 
ou mensal em impresso próprio, em duas vias ou mais; envio à Chefia do SE – quando 
necessário; encaminhamento da requisição ao almoxarifado de acordo com as normas do 
serviço, recebimento do material do almoxarifado sendo que nesse momento deve-se conferir 
e guardar e, por fim, controlar os gastos (FONSECA, 1995). 
 
O mapa de consumo de material auxilia também na realização dessa etapa. 
O sistema de reposição pode ser realizado de quatro formas: 
 Sistema de reposição por tempo: em épocas predeterminadas as cotas são repostas 
integralmente; 
 Sistema de reposição por quantidade: quando o estoque chega a um nível mínimo, 
denominado de estoque de reposição, é feita a reposição do material tendo por base a 
cota predeterminada, independente de um prazo estipulado; 
 Sistema de reposição por quantidade e tempo: é estabelecida uma cota para um 
determinado tempo, e em uma época predeterminada, é feita a solicitação de materiais 
na quantidade necessária para repor o estoque; 
 Sistema de reposição imediata por quantidade: os materiais são encaminhados 
diariamente ou com uma frequência ainda maior, para a unidade, de acordo com o 
consumo. 
 
Podemos relacionar vantagens e desvantagens da utilização desses quatro métodos de 
provisão de materiais: 
 
 Sistema de reposição por tempo é a forma mais utilizada na enfermagem, porém 
propicia a formação de grandes estoques na unidade; 
 Sistema de reposição por quantidade esse sistema, se bem utilizado, pode revelar-se 
bastante vantajoso, mas pode ocasionar falta de material caso não seja observado, 
constantemente o nível mínimo de estoque; 
 Sistema de reposição por quantidade e tempo colabora para o não esquecimento da 
emissão de solicitação de material e evita o aumento de estoque, sua realização 
depende de que se disponha de estudo frequente da previsão de materiais; 
 Sistema de reposição imediata por quantidade verifica-se um inconveniente nesta 
forma de reposição, é quando ocorre o esquecimento do débito de material, ficando a 
unidade desfalcada. 
 
9. Organização e Guarda de Material 
Após prever e prover os materiais, os equipamentos são necessários que se pense em 
que locais e de que modo estes serão distribuídos, armazenados e estocados. 
Segundo Gama (1997), “armazenar ou estocar materiais é dispor de forma racional e 
técnica cada produto em seus depósitos (almoxarifado). O material deve ser acondicionado 
em estantes, armários, estrados, prateleiras, gavetas ou em pilhas seguindo normas técnicas 
para evitar riscos de queda, achatamento, deterioração, perda e outros”. 
De modo geral ao se realizar a guarda do material é importante: 
 Observar a facilidade de visualização para o pessoal; 
 Evitar riscos de contaminação (poeira, umidade, luz entre outros); 
 Garantir a facilidade de realização de inventários, reposição e controle (por exemplo, 
através do uso de fichas por número e espécie); 
 Proporcionar rigoroso controle; 
8 
 
 Possibilitar à equipe de enfermagem o acesso aos materiais conforme as necessidades 
do Serviço de Enfermagem. 
 Evitar o sub-estoque e a guarda descentralizada, o que pode dificultar o controle e 
favorecer o desvio. 
Ë necessário à educação permanente da equipe do almoxarifado para o 
armazenamento adequado dos materiais, pois a manutenção da viabilidade dos itens 
até a sua distribuição para as unidades depende diretamente das condições de 
armazenamento (temperatura, umidade, ventilação) e Layout otimizado. Cabe aos 
enfermeiros, também, a orientação a outros setores com a guarda do material. 
 
10. Controle 
Ao desenvolver o processo de Administração de Materiais o enfermeiro deverá 
desempenhar também a função de controle dos materiais nas unidades de enfermagem. Esta é 
uma função ampla, uma vez que diz respeito a quantidade, qualidade, conservação, reparos e 
proteção dos materiais 
A realização de um controle adequado auxilia no desenvolvimento das demais 
funções, pois fornece dados para a previsão, propicia informações sobre a qualidade e a 
durabilidade do material, diminui o extravio, aumenta a eficiência dos equipamentos – e 
assim garante uma utilização apropriada dos recursos materiais, a continuidade da assistência 
ao paciente e a diminuição dos custos relacionados aos materiais. 
O controle dos materiais pode ser feito de diversas maneiras através do método ABC 
(classifica os materiais segundo custo para a instituição); sistema de troca/reposição; uso de 
cadernos com o número de patrimônio e quantidade; fichas técnicas e atualmente o uso do 
computador (CASTILHO; LEITE, 1991). 
Para que se possa ter o controle dos materiais, antes de tudo, é necessário que se tenha 
uma relação dos mesmos, o que se consegue através do inventário que consiste na 
“verificação de todo o material para comprovar a existência e a exatidão dos estoques 
registrados (saber o que se tem o necessário para atender à demanda e o que comprar – 
controle)” (GAMA, 1997, p.4). 
O inventário proporciona ter dados corretos e precisos sobre o patrimônio das 
instituições de saúde, o que é necessário para que se possam realizar planejamentos objetivos 
e para evitar gastos e desperdícios desnecessários. 
Segundo Lourenço, Castilho (2006) os principais fatores que dificultam o controle dos 
materiais são a sua grande diversidade e a falta de informatização de alguns setores das 
instituições. 
 
Os inventários podem ser: 
 Gerais – realizados no final do exercício fiscal da empresa, através da contagem de 
todos os itens do estoque, não possibilitando reconciliações ou ajustes, nem a análise 
das causas das diferenças; 
 Rotativos - realizados através de uma programação mensal para determinados itens a 
cada mês, sem necessidade de paralisação do serviço, possibilitando a análise das 
causas e diferenças e, portanto um melhor controle (CHIAVENATO, 1991). 
No Serviço de Enfermagem, paraque o enfermeiro possa ter um controle mais efetivo, 
o inventário pode ser realizado, através da verificação semanal e de necessidade de 
manutenção dos materiais e equipamentos (GAMA, 1997). 
Assim, pode-se concluir que para que se possa ter o controle dos materiais, antes de 
tudo, é necessário que se tenha uma relação dos mesmos, o que se consegue através do 
inventário. 
9 
 
Nos dias de hoje inúmeras ferramentas e recursos tecnológicos para o controle e a 
distribuição de suprimentos estão disponíveis no mercado. Estudos demonstram que as 
utilizações de tais ferramentas beneficiam o trabalho do enfermeiro como a economia de 
horas de trabalho e redução de custos com perdas de materiais vencidos em estoque (CONDE; 
BERNADINO; CASTILHO; DREHMER, 2015). 
 
11. Manutenção 
Para que a equipe de saúde possa desenvolver suas atividades, ou seja, prestar uma 
adequada assistência à saúde de indivíduos e comunidade, é necessário que os equipamentos 
existentes na unidade estejam em perfeito funcionamento, garantindo dessa forma não apenas 
a assistência, mas também a segurança de quem está utilizando o equipamento. 
Esta atividade, que consiste em manter os materiais e equipamentos em perfeitas 
condições de funcionamento nos momentos em que são necessários, chama-se manutenção e 
para que ela ocorra é necessário que assim que a enfermagem ou equipe de saúde perceba 
alguma irregularidade no equipamento, o mesmo seja encaminhado para o serviço de 
consertos e reparos (CASTILHO; LEITE, 1991). 
Segundo alguns autores, certos setores do hospital, como por exemplo, no centro 
cirúrgico, o enfermeiro, desempenha em papel essencial na organização e manutenção dos 
equipamentos. Assim sendo, o enfermeiro deve organizar prever, prover, manusear e manter 
os materiais, para que não haja interrupções na assistência (STUMM; MAÇALAI; 
KIRCHNER, 2006; GUEDES; FELIX; SILVA, 2001). 
Existem dois tipos de manutenção (CASTILHO; LEITE, 1991): 
 Preventiva - que é realizada periodicamente nos equipamentos com o objetivo de se 
detectar e evitar que o mesmo venha a apresentar defeitos ou mau funcionamento 
também conhecida como manutenção 
 Corretiva ou Reparadora - que é realizada após o aparelho ter apresentado algum 
problema tendo como objetivo restaurar, corrigindo o defeito apresentado pelo 
mesmo, também conhecida como manutenção. 
 
12. O processo de compra dos materiais utilizados nas unidades de enfermagem 
A atuação do enfermeiro no processo de compras de materiais nas instituições se dá 
através da atuação em comissões de licitação, ou informalmente através da opinião sobre o 
tipo, à quantidade e à qualidade dos materiais a serem utilizados. 
Existem várias modalidades de compra, sendo que nas instituições privadas tem-se o 
costume de haver uma negociação direta entre o serviço de compras e os fornecedores, já nas 
instituições públicas normalmente segue-se um processo de licitação. 
A licitação é um procedimento onde a administração pública seleciona a proposta mais 
vantajosa para o contrato de seu interesse, visando proporcionar oportunidades iguais aos 
fornecedores, garantindo o princípio constitucional da isonomia (CASTILHO; 
GONÇALVES, 2014). Na licitação deve-se fazer uma descrição/especificação detalhada do 
material que se deseja adquirir sem indicação da marca, a não ser em casos excepcionais. 
Segundo CASTILHO; GONÇALVES (2014), as modalidades de licitação constantes 
na Lei 8.666/93 são: 
- Convite – utilizada entre os interessados, para escolhidos e convidados em número mínimo 
de três, cadastrados ou não, indicada para a compra de valores baixos, estabelecidos pela Lei. 
- Tomada de preços – apenas para os cadastrados, indicada para aquisições de valores médios, 
estabelecidos pela Lei. 
- Concorrência – para qualquer interessado, que comprove possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital, para aquisição de valores altos. 
10 
 
- Concurso – utilizada para quaisquer interessados e se refere a trabalhos de natureza técnica, 
artística ou científica. 
- Leilão – também utilizada para quaisquer interessados. Refere-se à venda de bens móveis ou 
produtos. 
Além dessas, atualmente tem sido utilizado o Pregão que “é uma modalidade de 
licitação mais recente, instituída pela Lei 10.520, de 17 julho de 2002. A opção por essa 
modalidade, independente do valor estimado da contratação e da disputa pelo fornecimento de 
bens e serviços comuns, é feita por meio de propostas e lances sucessivos em sessão pública. 
Essa modalidade vem ganhando espaço na Administração Pública por ser um processo mais 
dinâmico, que proporciona maior competitividade entre os concorrentes e maior transparência 
à gestão de compras, visto que a negociação é realizada em sessão pública” (CASTILHO; 
GONÇALVES, 2010, p.164). 
A escolha de uma modalidade ou outra para compra de materiais se dá de acordo com 
o valor estimado, e a urgência na aquisição, como por exemplo, nos casos em que a falta do 
material significa um prejuízo na assistência à saúde do paciente, sendo que a tomada de 
preços e o convite são as realizadas mais rapidamente. 
A participação do enfermeiro no processo de seleção e compras de materiais de 
enfermagem nas instituições é essencial. As atividades do enfermeiro neste processo 
basicamente envolvem: 
 Auxílio na determinação do tipo de material a ser adquirido para as unidades de 
enfermagem; 
 Padronização dos materiais; 
 Especificação técnica dos materiais; 
 Controle de qualidade do material a ser adquirido; 
 Emissão de parecer técnico. 
 
13. Padronização 
A padronização é um método para estender a utilização de um material ao maior 
número possível de aplicações. Ela visa reduzir as variedades, através da unificação de dados 
de materiais que são semelhantes. 
Segundo Castilho; Gonçalves, (2014) a importância da padronização consiste na 
especificação de produto para cada procedimento, diminuição da diversidade desnecessária, 
normatização do uso de determinados produtos, dentre outros. “É realizada por meio do 
estabelecimento de critérios objetivos de indicação técnica do uso do material, e do custo-
benefício”. 
A padronização não é um procedimento que pode ser feito isoladamente, deve-se 
compor um comitê de padronização com a participação do corpo clínico, do administrador de 
materiais e da enfermagem, tendo-se por base as rotinas e técnicas do serviço de enfermagem, 
conhecimentos dos materiais, sabendo-se quais são semelhantes e quais podem ser 
substituídos, além das qualidades farmacológicas e técnicas, a facilidade de compra, o custo, a 
armazenagem entre outros. Entende-se que esse processo atende tanto a abordagem de 
aspectos mais funcionais e qualitativos dos produtos nas descrições como a aproximação da 
área de compra com a área de uso do material, favorecendo o processo de compra (CONDE; 
BERNADINO; CASTILHO; DREHMER, 2015). 
Realizada desse modo, a padronização, facilitará a verificação mensal da média de 
consumo, o planejamento e reposição e a manutenção da qualidade dos materiais utilizados. 
 
14. A especificação técnica dos materiais 
A especificação técnica dos materiais consiste na descrição minuciosa das 
características do material que se pretende comprar. 
11 
 
A especificação técnica de materiais consiste nos seguintes elementos: nome do 
produto; uso ou aplicação; matéria-prima; dimensões; método de fabricação; acabamento; 
embalagem; propriedades físico-químicas; método de esterilização; procedência; código e 
prazo de validade, dentre outros (CASTILHO; GONÇALVES, 2014). 
Nas instituições públicas o processo de compra de materiais não é uma atividade 
simples, e as especificações dos produtos são muito importantes para que se possa garantir a 
aquisição de produtos de qualidade, elas são utilizadas na elaboração do edital de compra, e 
quanto mais detalhadas facilitará o contato do setor de compras com os fornecedores.Na elaboração das especificações os enfermeiros normalmente devem consultar órgão 
oficiais que normatizam e fazem recomendações sobre: fabricação, esterilização e o uso de 
materiais como as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da Agência 
Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA), Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho, 
além de catálogos dos fabricantes e embalagens de materiais. 
 A participação do enfermeiro na especificação técnica permite apontar necessidades e 
anseios dos usuários de produtos, favorecendo a aquisição de itens que atendam pacientes e 
profissionais, com qualidade, pertinência, segurança e com melhor preço. 
 
15. Os testes de qualidade e o parecer técnico 
Os testes de qualidade consistem em avaliações, quando da aquisição de equipamentos 
e materiais, para que se verifique se o produto é de qualidade e se atende à necessidade a que 
se destina (CHIAVENATO, 1991). 
Em uma avaliação de materiais, no primeiro momento, é realizada uma verificação 
minuciosa da embalagem, do método de esterilização, da presença da data de validade, do 
acabamento do material, da instrução de uso, dentre outros fatores que se considere 
importante para que sejam previamente avaliados, para que então se passe para a fase de teste 
a ser realizada na unidade. 
Para se realizar o teste na unidade, o Serviço de Enfermagem deve enviar juntamente 
com o material a ser avaliado um impresso, com as características que deverão ser observadas 
e avaliadas durante o teste. 
Após a realização do teste e de posse dos resultados e das especificações do material, o 
Serviço de Enfermagem elaborará um parecer técnico que consiste na descrição das vantagens 
e desvantagens do produto, bem como sugestões para melhorar ou aprimorar o mesmo. 
Um parecer técnico poder ser elaborado sob a forma de ofício no formato de um 
relatório técnico ou através do preenchimento de impresso próprio da instituição, de modo 
geral um parecer pode conter os seguintes itens: 
 Justificativa; 
 Nome do produto; 
 Finalidade/ uso ou aplicação; 
 Fabricante; 
 Importador (se for o caso); 
 Responsável técnico; 
 Nº do Lote e do registro; 
 Data de fabricação; 
 Validade; 
 Embalagem; 
 Método de esterilização (se for o caso); 
 Matéria prima; 
 Descrição do produto; 
 Avaliação com vantagens, desvantagens e recomendações; 
 Data; 
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 Assinatura de quem elaborou o parecer. 
 
O controle da qualidade de materiais não deve ser realizado apenas no momento da 
aquisição dos produtos, mas sim durante toda e qualquer atividade, e para isso é importante 
que toda a equipe se mantenha atenta e possa opinar sobre os produtos que estão utilizando, 
de modo que nos processos de aquisição, já se tenha informações sobre a qualidade ou não 
dos mesmos. 
Considera-se de extrema importância a análise das notificações recebidas, que antes da 
culpabilização dos envolvidos, devem promover a melhoria dos processos e a prevenção de 
eventos similares. Essas notificações de desvio de qualidade no sistema NOTIVISA reduzem 
o número de aquisições mal sucedidas, os riscos que essas possam gerar, contribuindo e 
melhorando os processos de compra (CONDE; BERNADINO; CASTILHO; DREHMER, 
2015). 
Na aquisição dos materiais são considerados o parecer técnico e a análise de custo do 
produto, sendo que é importante lembrar que “nem sempre o menor preço corresponde ao 
menor custo para a instituição, uma vez que a má qualidade do material pode acarretar 
maiores prejuízos financeiros e da assistência” (FONSECA, 1995). 
 
16. Preparo do pessoal 
O trabalho em enfermagem se caracteriza por ser um trabalho em equipe e na 
administração de materiais a participação de todos na avaliação dos produtos que estão sendo 
utilizados, ou na aquisição de um material ou equipamento novo é muito importante. 
O estudo de CONDE; BERNADINO; CASTILHO; DREHMER (2015) demonstrou 
que 46% dos enfermeiros consideram importante a realização de capacitações sobre 
Gerenciamento de materiais (GM), no entanto 86% dos enfermeiros relataram nunca ter 
participado de referida capacitação. 
É necessário que toda a equipe conheça os materiais e equipamentos, sabendo como 
utilizá-los corretamente, o que pode ser conseguido através de treinamentos e educação 
continuada, visando à própria segurança, dos pacientes, a conservação e manutenção dos 
materiais, contribuindo para o controle dos custos evitando-se assim o uso indevido e o 
desperdício do material. Além disso, a formação de novos profissionais para desempenhar a 
atividade de Gerenciamento de Recursos Materiais (GM). 
 
17. A título de conclusão 
Nesta aula vimos o papel do enfermeiro no gerenciamento de recursos materiais em 
serviços de saúde. O Enfermeiro como consumidor dos materiais, que detém conhecimento 
sobre os mesmos, está preparado para argumentar e ponderar pela escolha nos processos 
aquisitivos e no planejamento estratégico do GM. Tal habilidade é decorrente da sua 
capacitação para atividades administrativas, juntamente com o conhecimento proveniente das 
atividades assistenciais, favorecendo a otimização dos recursos disponíveis, avaliar e ponderar 
pela escolha de materiais que atendam às necessidades de pacientes e profissionais, e que 
proporcionem segurança ao cuidado. 
Conhecimentos sobre as normativas de regulação sanitária de produtos e serviços e a 
legislação que respaldam os processos licitatórios são necessários para o enfermeiro 
desenvolver o GM. Isso favorece a interdisciplinaridade, enriquecendo sua prática 
profissional. 
É importante ressaltar que as funções do enfermeiro em relação a esta prática devem 
ser realizadas tendo como objetivo a melhoria ou aprimoramento das condições de assistência 
aos usuários e de trabalho da equipe de enfermagem e de saúde, e não como uma atividade 
13 
 
apenas burocrática, tendo como meta a preservação dos interesses econômicos das instituições 
(CASTILHO; GONÇALVES, 2014). 
A atuação do enfermeiro no Gerenciamento de Recursos Materiais contribui com a 
organização, planejamento e sistematização do processo, conferindo maior credibilidade ao 
trabalho junto aos fornecedores e profissionais que utilizam os materiais (CONDE; 
BERNADINO; CASTILHO; DREHMER, 2015). 
 
 
Referências 
 
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gerenciamento de materiais em hospitais de ensino. Revista da Escola de Enfermagem da 
USP, 49(4), 632-639, 2015. 
 
CASTILHO, V.; LEITE, M. M. J. A administração de recursos materiais na enfermagem. In: 
KURCGANT, P. (Coord.) Administração em enfermagem. São Paulo, EPU, 1991,p.73-88. 
 
CASTILHO, V.; GONÇALVES, V. L. M. Gerenciamento de Recursos Materiais. In: 
KURCGANT, P. (Coord.) Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro, Guanabara 
Koogan, 2005, p.157-170. 
 
CASTILHO, V.; GONÇALVES, V. L. M. Gerenciamento de Recursos Materiais. In: 
KURCGANT, P. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 
2014, p.155-167. 
 
CHIAVENATO, I. Iniciação à administração de materiais. São Paulo, Makron/McGraw-
Hill, 1991. 
 
FONSECA, M. das G. Administração de materiais em enfermagem. Juiz de Fora, Escola 
de Enfermagem - UFJF/Depto Enfermagem Básica, 1995. (apostila de curso). 
 
GRECO, R. M.; MOURA, D. C. A.; BAHIA, M. T. R. Gerenciamento de Recursos 
Materiais. Juiz de Fora – UFJF/Depto Enfermagem Básica, 2018. (apostila de curso). 
 
GAMA, B. M. B. de M. Administração de Recursos Materiais em Enfermagem. Juiz de 
Fora, Escola de Enfermagem - UFJF/Depto Enfermagem Básica, 1997. (apostila de curso). 
 
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gerencial de custos em enfermagem. Rev Bras Enferm. v. 59, n.1, p.52-5, 2006. 
 
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OLIVEIRA W. T. et al. Capacitação de enfermeiros de um hospital universitário público na 
gestão de custo. Rev Enferm UFSM. v.4, n.3, p. 566-574, 2014. 
 
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OLIVEIRA, N. C.; CHAVES, L. D. P. Gerenciamento de Recursos Materiais: o papel da 
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enfermeiros em um centro cirúrgico. Texto Contexto Enferm, v. 15, n.3, p. 464-71, 2006. 
 
 
 
 
Exercício: 
 
1- Em uma unidade pediátrica de um hospital de médio porte o gasto de sondas de aspiração 
número 05 é de 120 unidades por mês, sem considerar a margem de segurança. A reposição 
desse material é feita com uma demora de 15 dias pelo almoxarifado. Calcule qual deverá ser 
em média a cota de sondas para essa unidade. 
 
Resp: 192 sondas. 
 
 
2- Em uma UAPS, onde você trabalha, será feito o próximo pedido de recursos materiais. 
Considerando dados anteriores e o período de reposição de 30 dias, faça o cálculo da 
quantidade dos seguintes materiais: 
 
Materiais Janeiro Fevereiro Março 
Agulha 25X7 328 290 362 
Caixa de luva 10 8 12 
 
 
Resp: 686 agulhas e 21 caixas de luvas.

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