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Fisiologia 1 Gestão do Conhecimento Luiz Carlos de Freitas 1ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Luiz Carlos de Freitas Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Gestão do Conhecimento Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Gestão do Conhecimento 4 Gestão do Conhecimento 5 Sumário Apresentação da disciplina ..............................................................................................................7 Plano da Disciplina .............................................................................................................................9 Unidade 1 - O Novo Contexto da Sociedade do Conhecimento – Dinâmica e Características ........................................................................................................... 15 Unidade 2 - Abordagens e Modelos Sobre a Gestão do Conhecimento. .......................... 41 Unidade 3 - Arquitetura Organizacional Para Gestão do Conhecimento.......................... 75 Unidade 4 - Princípios da Gestão do Conhecimento nas Empresas ................................. 105 Unidade 5 - Facilitar a Criação do Conhecimento Nas Empresas ...................................... 135 Unidade 6 - Roteiro de Implantação da Gestão do Conhecimento nas Organizações 167 Considerações finais ..................................................................................................................... 192 Conhecendo o autor ..................................................................................................................... 193 Anexos.............................................................................................................................................. 196 Gestão do Conhecimento 6 Gestão do Conhecimento 7 Apresentação da disciplina O objetivo da disciplina Gestão do Conhecimento é proporcionar a você, estudante, o entendimento dos conceitos, questões e aplicações relacionadas aprofundar a aprendizagem nas organizações e implementar uma estrutura que possibilite o aproveitamento das inovações, da criatividade e capacidade dos profissionais em benefício aos objetivos dos negócios. Para isso, será necessário entender os processos de avanços da sociedade primitiva, passando pela agrícola e pela industrial. Esta última já marcada pela presença do conhecimento implícito da tecnologia e na preparação dos operários para manusear ferramentas sofisticadas com melhoria da produtividade e redução de custos. Esta etapa de início ao surgimento da Era da Informação que revolucionou a relação das pessoas, das organizações e das nações que mudou o foco das máquinas para o conhecimento como novo fator de produção. Essa mudança requer das organizações em entender que o conhecimento, mesmo sendo um ativo intangível, exerce papel fundamental para manter a competitividade das organizações e nesse contexto surge a necessidade de identificar os critérios de aproveitamento dos conhecimentos tácitos e explícitos para o bem coletivo. O avanço da TIC disponibiliza ferramentas que podem ser utilizados na disseminação do conhecimento que servirão subsídio para utilização dos demais recursos disponíveis na gestão de pessoas. Tais como a área de pessoal, de inovação, da TIC, do capital intelectual e assim apresentar algumas ferramentas de implantação do conhecimento em todos os segmentos como fóruns, cursos, atividades práticas etc. Veremos também que a materialidade do conhecimento poderá ser entendida pela empresa quando identificar os capacitadores pela aspiral do conhecimento disseminar em toda a organização. Porém, não basta a compreensão da necessidade da utilização, mas é importante que seja implantado um programa de gestão do conhecimento que aproveita a cultura da aprendizagem e tenha resposta imediata às mudanças permanentes que a inovação provoque. Gestão do Conhecimento 8 Bons estudos! Gestão do Conhecimento 9 Plano da Disciplina Unidade 1 – O Novo Contexto da Sociedade do Conhecimento - dinâmica e características Nesta unidade, iremos compreender a estrutura da formação da sociedade, iniciando pela sociedade agrícola estendendo até a sociedade do conhecimento que se reflete nos últimos tempos. As implicações da Era do Conhecimento que influi no comportamento das organizações, nações e das pessoas quando a inovação e rapidez de obsolescência dos conhecimentos são marcas e desafiospara a civilização moderna. Entenderemos, também, como a tecnologia da informação e a telecomunicação redesenhou as fronteiras e tornou o fator tempo como preponderante para a sobrevivência na sociedade atual. Objetivos da unidade: Identificar as origens norteadoras dos estágios da sociedade agrícola à sociedade do conhecimento. Fornecer os conceitos e processos históricos necessários à compreensão da sociedade contemporânea. Identificar os novos paradigmas da sociedade do conhecimento. Identificar as características e estratégias da sociedade do conhecimento. Compreender os reflexos da globalização na sociedade do conhecimento. Compreender os reflexos da Era do Conhecimento nas organizações, nações e pessoas. Gestão do Conhecimento 10 Unidade 2 – Abordagens e Modelos sobre a Gestão do Conhecimento. A utilização dos conhecimentos pelos agentes e sua transformação em valor agregado depende de como eles são organizados para se tornarem em produtos e produzir benefícios para evolução do próprio conhecimento que é dinâmico e falível. Daí a importância de conhecer o processo de organização do conhecimento, independentemente do interlocutor e sua aplicação nas organizações empresariais, porque não basta ter recursos humanos capazes, tecnologia de gestão, capital intelectual para tornar a organização competitiva. Há necessidade de identificar e organizar de forma sistemática. Por isso, a necessidade de se identificar as origens, a construção das informações e por fim ser possível produzir conhecimento. É necessário também para se obter uma boa organização dos estudos da Gestão de Conhecimento no ambiente das organizações, identificar as diversas áreas de conhecimento em seu sentido científico e aplicado no campo empírico, científico, teológico e filosófico. Objetivos da unidade: Compreender como os conhecimentos devem ser organizados para que se transformem em valor para o interlocutor; Compreender como utilizar a taxonomia na gestão dos conhecimentos; Identificar os tipos de taxonomias do conhecimento e como aplicá-las; Estabelecer a diferencia entre dados, informações e conhecimentos; Compreender como selecionar os dados e as informações importantes aos objetivos; Transformar os conhecimentos em valor agregado para o avanço de novas realidades; Identificar, caracterizar e compreender as aplicações dos tipos de conhecimentos. Gestão do Conhecimento 11 Unidade 3 - Arquitetura Organizacional para Gestão na Era do Conhecimento Nesta unidade, teremos a oportunidade de conhecer como as organizações devem se preparar para fazer da gestão do conhecimento em todos os seguimentos a sinergia necessária para que o capital intelectual incorpore à estratégia corporativa e não se perca no tempo devido a dinâmica e obsolescência de cada avanço surgido. Iniciaremos buscando compreender como utilizar da engenharia do conhecimento para tornar objetiva a identificação dos diversos conhecimentos dispersos pela organização e seu processamento nas diversas áreas e planejamento de médios e longos prazos. Compreender que o conhecimento é produzido a partir da ação dos indivíduos que compõem a organização, partir do conjunto de dados, informações e da cultura que se envolve. Que as tecnologias de informação e comunicação que tornam possíveis essa produção do limite do conhecimento dependem das ações humanas e consequentemente é importante agregar os conhecimentos tácitos e cognitivos dos profissionais para a produção dos conhecimentos formais da organização mediante as formalizações em suas diversas fases. E por fim, precisamos perguntar: quais as condições para que as organizações sejam eficientes na gestão na concorrida Era da Informação e do Conhecimento? Objetivos da unidade: Identificar os tipos de conhecimentos individuais. Compreender como os conhecimentos individuais podem ser incorporados à estratégia organizacional. Identificar como as ferramentas de gestão da TIC podem ser utilizados na estratégia organizacional. Identificar a finalidade das ferramentas ou recursos na gestão de pessoas ou operacional. Identificar as competências necessárias à organização para agregar o conhecimento aos processos. Incorporar as competências, qualificações e habilidades individuais ao conhecimento coletivo da organização. Gestão do Conhecimento 12 Unidade 4 – Princípios da Gestão do Conhecimento. Nesta unidade, veremos que não é suficiente que a organização valorize o conhecimento, a inovação e a criatividade que a cerca em função do avanço tecnológico e das informações disponíveis. A aplicação do conhecimento, da inovação e a criatividade terá importância para as organizações empresariais quando for possível determinar o valor de cada aplicação para levá-las a atingir os objetivos de médio e longo prazos. Daí a necessidade de adotar os conhecimentos existentes na organização como fator que influencia os processos, as atividades, os produtos e os serviços. Por isso, um dos passos necessários na Gestão do Conhecimento é apurar o peso que cada inovação acrescenta de valor ao ser identificada. Assim estamos inferindo que o conhecimento passa a ser um fator de produção, ou seja, exerce papel nos resultados do processo produtivo. Outro aspecto é o reconhecimento das dimensões do conhecimento que irão interferir diretamente nas práticas gerenciais. E a partir dessas dimensões, a Gestão do Conhecimento direciona para as questões pontuais, para áreas específicas e sem a pretensão de esgotar o assunto. Dada a diversidade de empresas, essa unidade pretende identificar algumas áreas que são comuns e com relação direta com o tema para identificar as ações de uma gestão eficiente do conhecimento. Tais como a área de pessoal, de inovação, da TIC, do capital intelectual e assim apresentar algumas ferramentas de implantação do conhecimento. Objetivos da unidade: Desenvolver habilidade para identificar os conhecimentos disponíveis Realizar a avaliação do valor do conhecimento no ativo da organização. Identificar os processos e as dimensões do conhecimento nas diversas áreas e segmentos. Identificar e intensificar os conhecimentos na gestão de pessoas e agregar a organização. Identificar e intensificar o capital intelectual na gestão do conhecimento Preparar a estrutura tecnológica e de informação como fator de conhecimento organizacional. Gestão do Conhecimento 13 Unidade 5 – Facilitar a Criação do Conhecimento nas Empresas Nesta unidade, teremos a oportunidade de analisar como os conhecimentos são criados nas organizações empresariais e para serem disseminados e recriados de acordo com a velocidade que a sociedade do conhecimento exige. Por isso, a organização deverá se tornar um ambiente de aprendizagem, uma universidade corporativa. E como já foi visto, dos conhecimentos individuais dos colaboradores podem formar conhecimentos coletivos e, por meio de uma estrutura de gestão formalizada, transformá-los em fator de produção favorável aos objetivos da organização empresarial. Por isso, deverá considerar as necessidades e especificidades de aplicação e observar os capacitadores que orientam o processo de captação, gerenciamento e disseminação para os colaboradores que atuam diretamente nos processos e também, para toda a organização seja nas atividades, processos, ou na finalização de produtos e serviços. Na sequência dessa etapa, iremos conhecer os diversos procedimentos para identificar os ciclos do conhecimento para realidades diferentes. Alguns exemplos de autores e aplicações diferentes serão conhecidas para orientar os trabalhos nas organizações empresariais. Objetivos da unidade: Identificar os conhecimentos organizacionais. Compreender como organizar os processos de transformação dos conhecimentos individuaisem coletivos; Reconhecer a necessidade de implementar uma cultura de aprendizagem permanente nas organizações; Identificar as possibilidades de incorporar conhecimento nas organizações; Conhecer e compreender como utilizar os capacitadores para criação e uma gestão do conhecimento nas organizações; Compreender os ciclos do conhecimento para identificar e disseminar em toda organização; Aplicar as ações de cada ciclo no processo de gestão do conhecimento. Gestão do Conhecimento 14 Unidade 6 – Roteiro para Implantação da Gestão do Conhecimento nas Organizações Nesta unidade final, não com a pretensão de encerrar a discussão porque o conhecimento se renova constantemente, teremos a oportunidade de refletir sobre a formalização da Gestão do Conhecimento que, embora se mostre muito abstrata, tornou-se grande diferencial para as organizações, indivíduos, nações que se mostrarem capazes de manter competitivo e relacionando entre si. No primeiro momento, estaremos diante da identificação dos agentes do conhecimento que podem ser os intérpretes, os intermediários e os gestores do conhecimento. Observa-se que cada agente tem suas particularidades e importâncias. Na sequência, podemos observar alguns profissionais que são especializados em identificar, trabalhar, disseminar e armazenar as informações e gerenciar a aplicação dos conhecimentos gerados, muito embora todos os colaboradores devam estar preparados e habilitados para com as novas competências exigidas pela Sociedade do Conhecimento. Diante dos estudos realizados nesse livro, encerraremos com o aprimoramento das ferramentas de Gestão do Conhecimento, a estruturação de um modelo de gestão e implantação nas organizações, considerando que a implantação não caracteriza o fim em si mesmo. A dinamicidade das inovações requer revisões na mesma velocidade do estágio em que elas se encontram na estrutura da organização. Objetivos da unidade: Identificar os agentes do conhecimento e suas especificidades; Identificar os profissionais habilitados para atuar com as inovações e informações; Reconhecer um modelo de Gestão do Conhecimento; Estruturar um modelo de gestão do conhecimento; Identificar os passos de implementação da gestão do conhecimento. Gestão do Conhecimento 15 1 O Novo Contexto da Sociedade do Conhecimento – Dinâmica e Características Gestão do Conhecimento 16 Prezado(a)s aluno(a)s, Nesta unidade, teremos a oportunidade de perceber que a sociedade passou por uma evolução que guardava particularidade com o tempo, as características do povo e com a utilização dos recursos disponíveis, incluindo também o conhecimento. Será possível perceber que o poder de um determinado grupo sobre outro guardava relação do como utilizavam seu intelecto. Na sociedade agrícola predominava a força bruta que evoluiu para a percepção da possibilidade de utilizar seus conhecimentos e explorar recursos naturais e locais de formas seletiva. Deu um grande salto de qualidade quando na industrialização o maquinário deu lugar ao trabalho braçal. Ao avanço da tecnologia deu origem uma nova sociedade que faz do conhecimento e das inovações a principal energia para sua evolução. A Tecnologia da Informação(TI) evolui a uma velocidade que a obsolescência passou a ser um dos principais pontos de gestão das organizações modernas e a utilização dos conhecimentos e da tecnologia se solidifica como a variável competitiva para as organizações em mundo sem fronteiras. Associada à evolução dos consumidores que estão com suas capacidades apuradas mediante as facilidades e agilidades nas trocas de informações, estimula a concorrência entre as organizações que disponibilizam os produtos e serviços, onde o indicador de qualidade tem o tempo como um dos que mais interferem nas decisões dos consumidores. Novos paradigmas foram surgindo na sociedade do conhecimento e as organizações e as pessoas tiveram que se adaptarem para conseguir sobreviver. Precisaram se adequar de forma muito rápida e eficiente sob pena serem condenadas ao desaparecimento. O mesmo acontece com os indivíduos que hoje têm à sua disposição um conjunto de tecnologia e informações em tempo real que os impossibilitam viver distante desta nova realidade. Gestão do Conhecimento 17 Objetivos da unidade: Identificar as origens norteadoras dos estágios da sociedade agrícola à sociedade do conhecimento; Fornecer os conceitos e processos históricos necessários à compreensão da sociedade contemporânea; Identificar os novos paradigmas da sociedade do conhecimento; Identificar as características e estratégias da sociedade do conhecimento; Compreender os reflexos da globalização na sociedade do conhecimento; Compreender os reflexos da Era do Conhecimento nas organizações, nações e pessoas. Plano da unidade: Introdução à Sociedade do Conhecimento. Os Novos Paradigmas da Sociedade do Conhecimento: empresas e indivíduos. Visão Estratégica da Sociedade do Conhecimento O Comportamento da Economia na Sociedade do Conhecimento: uma introdução As Organizações Empresariais na Sociedade do Conhecimento: uma introdução Reflexos da Globalização na Sociedade do Conhecimento: tecnologias sem fronteiras. Realize os estudos na sequência do conteúdo e para uma boa compreensão, faça uma primeira leitura sem interrupção, seguida de uma segunda leitura marcando os pontos principais e na terceira procure construir conhecimentos a partir das anotações. Bons estudos! Gestão do Conhecimento 18 Introdução à Sociedade do Conhecimento. “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender”. Alvin Toffler A partir da Segunda Guerra Mundial(1939-1945), as informações ganharam conotação preponderante na conquista e detenção de poder seja pessoal, organizacional ou de em termos de nação. Os conflitos demonstram claramente a influência do domínio das informações entre os concorrentes ou oponentes, do meio ambiente e dos recursos envolvidos na questão. A partir de então, as organizações e nações se ocuparam em realizar altos investimentos em tecnologia para acelerar o processamento e tratamento das informações que resultassem em conhecimentos que poderiam determinar o diferencial competitivo e deu a origem aos protótipos dos computadores digitais. No que se refere às organizações empresariais, há consenso nas literaturas que o grande desafio na era o conhecimento não está mais relacionado ao capital, aos recursos naturais e à mão de obra, mas nos fatores críticos que estão no desenvolvimento das competências críticas dos colaboradores e nos relacionamentos internos e externos. A questão importante a ser analisada é que essas competências são bens intangíveis e consequentemente não podem ser estocadas e acompanham os colaboradores no final do expediente, incluindo nesse contexto elementos como intuição, comprometimento, motivação e as relações formais e informais com os clientes internos e externos. Daí, a necessidade de investimento em conhecimento ganhar conotações de gestão e materialidade para o corpo da empresa. Antes, porém, de abordar a sociedade do conhecimento e para melhor compreensão e contextualização no ambiente da gestão organizacional, faz-se necessário conhecer a história da sociedade humana sob a ótica do seu desenvolvimento socioeconômico, proporcionado pela gestão e proteção de suas riquezas. Gestão do Conhecimento 19 Em sua obra A Terceira Onda (1985), o autor americano Alvim Toffler estabelece a evolução humana em quatro diferentes estágios civilizatórios e separadas entre si por três grandes conjuntos de alterações denominada de “ondas”. E a partir dessas premissas foi possível identificaras quatro Eras que culminam da apresentação da evolução humana. Sociedade Primitiva. Que tinha por característica ser composta de humanídeos, reunidos em grupos de indivíduos, que a buscavam principalmente a autopreservação e o próprio sustento, por meio de atividades extrativistas de coleta, de caça e de pesca. De forma rudimentar a espécie humana diferenciava dos animais por utilizar-se da inteligência e assim fazer do fogo e de armas, mesmo de forma rudimentar em suas ações. Utilizavam desses recursos tanto para sobrevivência alimentar como para manter sua segurança num ambiente de constantes riscos. Como seres gregários1, eram constituídos de tribos em constante migração em busca de alimentos e abrigos, impedindo a formação e manutenção de excedentes de produção, tanto pela dificuldade de armazenamento como de transportes. E o poder era mantido pelos indivíduos ou grupos mais dotados de força física e habilidade em que os mais fortes detinham o poder sobre individual(líder, comando) ou coletivamente(maior tribo). Nessa fase da vida humana, a informação já proporcionava certo poder, pois os indivíduos que detinham conhecimentos exclusivos podiam exercer um poder de dominação. Os recursos predominantes dessa Era foi o poderio e a força física(individual ou coletiva), com a aplicação mais adequada, dependendo das habilidades e das competências na utilização do potencial físico do trabalho humano disponível. Sociedade Agrícola. Resultado das evoluções ocorridas pela primeira onda, essa Sociedade teve início quando o povo da época entendeu que lhe era possível obter o seu abrigo com segurança, os víveres e seu sustento a partir da exploração 1Diz-se dos animais que vivem em bandos ou em grupos. Instinto gregário, tendência que leva os homens ou os animais a se juntarem, perdendo, momentaneamente, suas características individuais. Gestão do Conhecimento 20 de um determinado local escolhido como satisfatório e extraindo destes os recursos necessários à sobrevivência e perpetuidade da espécie. Estima-se que essa onda é oriunda de 8000 a. C. estabelecendo a fixação do homem a terra e a novos valores e paradigmas na civilização. Isso possibilitou ao ser humano a obtenção de excedentes de produção, dando origem assim à primeira atividade econômica constatada pelo escambo, em que consistia a troca dos excedentes de recursos para obter aqueles que porventura necessitassem. A troca de excedentes de produção por armas, roupas e outros produtos deu origem à noção de valores dos bens e ao comércio conhecido em nossos tempos. E a necessidade de fracionamento e portabilidade desses ativos e valores originou-se a moeda. Foi marcada também pela necessidade e ambição dos seres humanos em deter as maiores extensões territoriais possíveis, pois era sinônimo de poderio e riquezas e foi nessa linha de atuação que surgiram as iniciativas de descobrimentos e de posse de novas terras, com as grandes navegações e as guerras para invadir e dominar terras alheias. O resultado foi o aumento dos limites de extensão territorial e consequentemente, maior poder e desenvolvimento econômico-social da sociedade a que pertenciam, originado o conceito de nações. Nota-se também que a informação e o conhecimento também se fizeram presente nessa sociedade, mediante conhecimentos e decorrentes de poderes transmitidos, de forma seletiva e restrita, pelas sucessivas gerações e castas dominantes dos nobres e religiosos, que detinham o poder de comando por saberem mais que os demais. Na Sociedade Agrícola o poder foi determinado pelo domínio e exploração de extensões territoriais e de seus recursos, pois esses representavam a fonte do fator predominante do desenvolvimento econômico e social da época. Sociedade Industrial. Na sequência, na segunda onda, houve um conjunto de eventos que deu origem ao início da industrialização e teve como ponto de partida na tomada de consciência dos indivíduos de um conjunto de informações veiculadas pela máquina tipográfica de Gutemberg, por volta do ano de 1450. Esses eventos impulsionaram o uso da criatividade e o aumento da capacidade dos Gestão do Conhecimento 21 seres humanos para criar novas ferramentas e máquinas, dando origem ao fenômeno conhecido como Revolução Industrial. O desenvolvimento ocorrido no patamar de consciência, inteligência e aplicação dos conhecimentos pelos seres humanos, oportunizou o desenvolvimento econômico, a expansão das organizações empresariais e proporcionou condições para o surgimento de classes emergentes: a burguesia e o proletariado conscientes. Essa consciência expandiu-se, ainda, ao campo social e político, dando origem a alterações de poder e domínio, muitas vezes radicais, tal como a Revolução Bolchevique(1917). Os maquinários e ferramentas das mais diversas características inventadas nessa época possibilitaram a fabricação de bens de consumo em alta escala, gerando assim uma nova modalidade de riqueza pela acumulação do capital e que possibilitava a sua própria reaplicação e multiplicação. Embora houvesse a predominância do capital, que viabilizava todas iniciativas empreendedoras, as informações representadas pelo “saber fazer” detinha parcela significativa de poder na sociedade industrial. E assim nascia o capitalismo. A Era da Sociedade Industrial, estendeu do século XVIII à primeira metade do século XX, tendo como fator preponderante o poderio financeiro, em que a geração de riquezas e o desenvolvimento econômico e social das nações eram determinadas pela posse e domínio de recursos financeiros. Sociedade do Conhecimento. Pela terceira onda de Toffler foi dada a origem da Sociedade do Conhecimento a partir da segunda metade do século XX, mediante a utilização de tecnologias da informação por nações, organizações empresariais e pessoas em todas as atividades. Assim, foram dados os novos Vamos refletir O capitalismo, também conhecido como economia de livre mercado ou economia de livre empreendedorismo, é um sistema econômico onde os meios de produção, distribuição, decisões sobre oferta, demanda, preço e investimentos são em grande parte ou totalmente de propriedade privada, com fins lucrativos. Gestão do Conhecimento 22 paradigmas e valores que passaram a determinar o seu desenvolvimento socioeconômico. A sociedade moderna caracteriza-se pelo poder exercido pelos que detêm a informação e o decorrente conhecimento e utiliza-os como fator diferencial na produção de riquezas. No mercado competitivo pelo atual cenário econômico mundial, os indivíduos, as organizações empresariais e os países necessitam saber “o que”; “como”; “quando” e “para quem” deverá ser definido para exercer suas atividades. Serão mais suscetíveis de sucesso aquele que detiver maior e mais conhecimento sobre o meio ambiente, sobre o mercado, sobre a concorrência, sobre os produtos e serviços existentes e necessários. Portanto, é importante observar que o fator determinante da sociedade atual, caracterizando-se como o maior gerador de riquezas e impulsionador da economia contemporânea é constituído pelos recursos informacionais. Fazendo uma análise temporal da evolução da sociedade humana no que se refere às riquezas e de desenvolvimento econômico-social, podemos deduzir que parcelas da civilização atual continuam a exercer atividades que têm origem nas outras Eras, tais como extrativismo, agricultura, pecuária, indústria e comércio. Por outro lado, o recurso mais escasso de cada época é que tem determinado a preponderância, o domínio e o poder cada uma das Eras delineadas. Percebe-se que a Sociedade Primitiva o poder e a prosperidade eram dos guerreiros mais habilidosos e das tribos mais fortes. Na Sociedade Agrícola eram os senhores feudais que tinham o domínio das maiores extensõesterritoriais. Na Sociedade Industrial os dominadores eram os “barões da indústria” e banqueiros, donos do capital. Na Sociedade do Conhecimento, o poder pertence aos indivíduos e nações que dominam e utilizam o conhecimento da tecnologia da informação. Na atualidade, quem detém uma informação ou saber valioso e único pode, com relativa facilidade, conseguir os demais recursos financeiros, naturais e humanos para viabilizar e ter sucesso em um empreendimento. Gestão do Conhecimento 23 Os Novos Paradigmas da Sociedade do Conhecimento: empresas e indivíduos. “Quanto maior é a rapidez de transformação de uma sociedade, mais temporárias são as necessidades individuais. Essas flutuações tornam ainda mais acelerado o senso de turbilhão da sociedade”. Alvin Toffler. A presença crescente das informações e dos conhecimentos se manifestam pelo avanço das tecnologias de informações digitais, tais como a computação e redes de telecomunicações que permeiam as relações humanas, os negócios e estimulam a competitividade no cenário econômico global. Tudo isso acrescido pela democratização do acesso às informações pela popularização da internet possibilitada pela convergência de tecnologias que são complementares. Essa convergência de tecnologias computacionais e de telecomunicações com suas diferentes combinações resultam em ferramentas que ampliam o poder da inteligência individual e coletiva que, adicionadas à enorme facilidade de armazenamento e acesso às informações, aceleram o ciclo virtuoso de geração de novos conhecimentos. A constante mudança no cenário dos contextos políticos, social, tecnológico e econômico, direciona os indivíduos e organizações de toda natureza a uma cultura de aprendizado permanente, mediante a atualização das tecnologias digitais que impulsionaram esse estado de coisa e que determinam nos paradigmas na relação entre indivíduos, empresas e nações na Era do Conhecimento. São eles: Agilidade. Velocidade superior na sucessão dos acontecimentos comparando com as épocas anteriores e não poucas vezes, de forma simultânea obrigando rapidez nas decisões e ações pelos agentes. Flexibilidade. As estruturas sofrem mudanças rapidamente para atender novas necessidades de adaptação a novos contextos e exigências de mercado. Qualidade. A disseminação e a facilidade de acesso às informações possibilitando comparações aos agentes, obriga uma atenção maior por aqueles que oferecem os bens e serviços. Gestão do Conhecimento 24 Produtividade. A concorrência exige otimização do setor produtivo, ou seja, faz-se necessário produzir mais quantidades com o menor custo como resposta ao reflexo do mercado competitivo, redução de barreiras e aumento quantitativo da população mundial. E para manterem-se competitivas no mercado, as organizações empresariais procuram se adaptar à nova realidade de mudanças constantes e multidimensional mediante a formulação de objetivos que extrapolam o simples resultado econômico-financeiro e desempenhando importantes papéis nos aspectos técnicos, sociais e políticos na sociedade. Então vejamos. Aspecto técnico-científico. A pesquisa e o desenvolvimento científico, deixou de ser restrito às instituições superiores de pesquisa e ensino para ser patrocinado ou efetuado pelas próprias organizações empresariais, devido à urgência em obter diferenciais que lhes permitam competividade para sua própria sobrevivência. Aspecto social. A responsabilidade social e ambiental passou a ser preocupação das organizações empresariais porque o alto nível de consciência das pessoas quanto à poluição e ação contrária ao meio ambiente. Aspecto político. O poder de influência das organizações empresariais como agentes de desenvolvimento e de bem-estar de uma sociedade em que atuam ou venham atuar, conferem-lhes grande influência política quanto à responsabilidade nos índices econômicos e sociais tanto da sociedade como das nações. Visão Estratégica da Sociedade do Conhecimento. Uma visão estratégica que abrange tanto as organizações empresariais, como as nações e o indivíduos pode ser entendido como sendo resultado da aplicação e do desenvolvimento intensivo do uso das Tecnologias de Informações(TIs) digitais, extensivas na grande maioria das atividades humanas modernas, na fabricação de bens, na prestação de serviços, nas ações governamentais como na educação, Gestão do Conhecimento 25 saúde, segurança e influenciando a vida cotidiana das pessoas, seja no lazer, tais como nas viagens, televisão, vídeo, telefonia, jogos eletrônicos, leitura etc. Na sociedade contemporânea, enquanto o automóvel cada vez mais sofisticado e o avião encurtam as distâncias; a televisão, o telefone e smartphones ampliam a capacidade de visão e audição, a informática e a telecomunicação dão a possibilidade de alargar ou globalizar a mente das pessoas e a inteligência das organizações, nações e consequentemente dos seres humanos. O ser humano contemporâneo tem acesso imediato ao mundo pela conexão e o avanço das redes de telecomunicações e consequentemente ampliam seus conhecimentos mediante as pesquisas, realizam operações sem limites geográficos e temporais. A construção de novos cenários e estratégias só depende da imaginação e capacidade de cada agente no uso dos conhecimentos disponíveis. Antes, porém, de avançar nos estudos sobre a Sociedade do Conhecimento e suas implicações, vamos dar uma passagem no tema Tecnologia da Informação, mais conhecida pela sigla TI. Fonte:http://blog.udf.edu.br/?tag=tecnologia-da-informacao-e-comunicacao No início do século, os primeiros computadores eram máquinas lentas e de tamanho avantajados e inicialmente eram utilizadas pelos exércitos para decodificar ou descriptorafar mensagens nos períodos de conflitos e muito rapidamente sua utilização foi estendia a outros setores. Ao longo do século, com a evolução da ciência e da tecnologia em diversos países foi possível uma melhoria substancial nos computadores, tanto em tamanho como em capacidade de processamento das informações, resultou em redução dos custos e otimização nos Gestão do Conhecimento 26 diversos campos da sociedade. Assim, foi possível no início do século XXI a exibição de computadores portáteis, ultrafinos, leves e podendo ser usado com conexões de alta velocidade dinamizando assim as informações e o conhecimento. É notória uma alteração radical na relação de comunicação quando em pouco tempo a carta e o telefone fixo foi substituído pelo smartphone e e-mail. A rede de conexão permitiu que os agentes pudessem ter nas palmas das mãos toda e qualquer informação para auxiliar nas tomadas de decisões, nos estudos e nas relações sociais através da TIs. A TI ou Tecnologia da Informação, abrange a área que utiliza a computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, aceder e usar as diversas informações necessárias às tomadas de decisões. A evolução da Tecnologia de Informação acompanha a rapidez do desenvolvimento do conjunto da tecnologia e cada vem mais surgem novas soluções disponibilizadas pela informática. O crescimento acelerado da tecnologia da informação exerce importante papel na evolução da sociedade que tem na informatização a regra nas estratégias de competividade e sobrevivência. De forma simplificada, pode-se dividir a TI de acordo com as seguintes áreas: Hardware e seus componentes; Softwares e seus meios; Sistemas de telecomunicações; Gestão de informações e de dados. As TIs estão presentes e aplicadas nos negócios de forma intensiva, sofisticando e promovendo diferenciais intrínsecas significativas em produtos e serviços para serem utilizadas com múltiplas funções, antes inexistentes. A competitividade e semelhança entre os produtos e serviços obrigam a busca de alternativas de diferenciação pelas organizações.Outra influência importante da TI está associada às invenções, à pesquisa e o desenvolvimento, o que possibilita combinações inéditas de aparelhos e processos, que se transforma rapidamente em inovações mercadológicas, despertando e criando novas necessidades no consumidor e acelerando a obsolescência tecnológica. Nas empresas a TI tem grande importância para Gestão do Conhecimento 27 provocar impactos positivos em sua estratégia de produção, de marketing e em todas suas áreas ao possibilitar um melhoramento no contexto estratégico, tático e funcional, capacitando-as a melhorar o seu processo de planejamento e a interagir com seu meio de forma mais positiva. Portanto, vamos ver alguns exemplos dessas tecnologias e que proporcionaram mais competividade às empresas: Produção de aparelhos telefônicos com câmera fotográfica e tela touch screen; Tênis com processadores para regular os amortecimentos das pisadas; Transações comerciais e financeiras eletrônicas pela internet; Redes de comunicações sem fio interligando computadores; Aparelhos de televisão digitais de plasma e LCD; Sistemas de gestão altamente eficiente. O Comportamento da Economia na Sociedade do Conhecimento: uma introdução.. Ocupando o espaço dos produtos primários na Era Agrícola, dos bens industriais na Era Industrial, o conhecimento se configura na nova economia como o responsável pelo novo conceito de ativo intangível de patrimônio intelectual, composto por conhecimentos e competências, criados pelo aprendizado permanente nos ambientes corporativos e sua aplicação como inteligência competitiva. A partir dessas variáveis e de mudanças no comportamento da sociedade, os gestores das empresas contemporâneas deparam com a necessidade de desenvolver competências e habilidades para tomada de decisões com agilidade e assertividade. Isso implica em selecionar e relacionar informações que sejam importantes para minimizar as probabilidades de riscos de erros em suas decisões. Portanto, infere-se que a informação é a matéria-prima mais importante, embora intangível, para a construção dos conhecimentos corporativos na nova Gestão do Conhecimento 28 economia que possibilitou aos gestores as tomadas de decisões e direcionamento de suas organizações empresariais aos rumos e iniciativas que lhes asseguram o sucesso. Então é o momento de perguntar. Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/297662/ Pode-se dizer que a informação é um conjunto de dados, que constitui uma mensagem sobre um determinado fenômeno ou evento. Ela fornece subsídios para resolução de problemas e tomadas de decisão, considerando o seu uso racional para a concepção do conhecimento. Em todos os segmentos da vida e consequentemente no processo produtivo, a informação é um recurso dotado de duas características que as diferenciam dos demais fatores produtivos conhecidos como terra, capital, trabalho, tecnologia, que é sua rápida perecebilidade em função de sua perda de valor no tempo e sua reaplicabilidade. Quanto à reaplicabilidade, diferentemente dos demais fatores de produção, a informação pode rapidamente ser multiplicada, ou seja, ela pode ser facilmente disseminada, repassada sem perder conteúdo e de forma inesgotável. O grande exemplo é a ação do educador, palestrante, consultor que ao passar uma Gestão do Conhecimento 29 informação ou construí um conhecimento em outras pessoas não perdem aquelas obtidas anteriormente e ainda será multiplicada por aqueles que foram beneficiadas por recebê-las. Isto posto, fica evidente que as empresas precisam mudar seu foco enquanto estratégia para a cultura da aprendizagem permanente em todos os seus segmentos, para que em toda sua estrutura se manifeste a presença da evolução e adaptação às diversas realidades pela disseminação das informações e construção do conhecimento. Na nova economia, a simples posse de recursos produtivos de qualidade, ou de mão de obra qualificada e a disponibilidade de capital não garantem o sucesso nos empreendimentos e a sobrevivência no mercado global e competitivo. Inclui nesses procedimentos, a necessidade de obtenção de informações sobre “o que”, “como”, “por que”, e “para quem” fabricar ou comercializar o produto sou serviço. Essa nova realidade faz das informações e dos conhecimentos organizacionais os ativos intangíveis mais importantes e influencia na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias e imprimem uma evolução rápida em todos os setores e segmentos. Porém, isso faz com que os ambientes empresariais se apresentem de forma variada a cada momento e tendo que superar desafios permanentes. E para se adequar a essa nova realidade de progresso acelerado, tanto as organizações como as pessoas de todas as idades necessitam estabelecer um processo organizado e sistemático de aprendizagem continuada e permanente, formal ou informal para não comprometer sua sobrevivência e viabilizar a convivência com as inovações que são potencializadas para os exercícios de suas atividades. Ao compreender que a Sociedade do Conhecimento, sofre influência permanente de novas informações e com ausência de fronteiras e de regularidade do fator tempo, antes de avançar nossos estudos, precisamos compreender como esse mercado global, como a transformação do planeta terra em uma aldeia global fez da tecnologia da informação uma presença corriqueira na vida das organizações, nações e pessoas na Era do Conhecimento. Gestão do Conhecimento 30 Reflexos da Globalização na Sociedade do Conhecimento: tecnologias sem fronteiras “As teses que consideram que a globalização implica espaços homogêneos e um mundo “sem fronteiras” são as que supõem que as informações, conhecimentos e tecnologias são simples mercadorias, passíveis de serem “transferidas” sob a mediação dos mercados via mecanismos de preço”(LASTRESA/ALBAGLI, 1999 p. 10). Portanto, vamos desconsiderar os aspectos ideológicos desse fenômeno, pois há quem entende a globalização como sendo um fenômeno possível de ser avaliado em todos os segmentos e setores da sociedade. E outros a entendem como sendo possível e mais intensa em determinadas áreas ou segmentos. Sem nos ater a esse fenômeno ideológico, podemos perceber que no campo da tecnologia da informação e a consequente produção de conhecimentos pela facilidade dos acessos às informações, ilustram o que precisamos para esse livro que é a Gestão de Conhecimentos. Assim a intensificação da concorrência mundial direcionou as empresas para a utilização intensa em recursos tecnológicos para aumentar a qualidade dos produtos, reduzir os custos e preços, ampliar a comercialização e reduzir o prazo de entrega. As tecnologias digitais de telecomunicações verificadas na Era do Conhecimento, além de possibilitar a comparação pelos consumidores dos produtos e serviços demandados, possibilitaram também, sua aplicação nas organizações para estabelecer rapidez e eficiência nos contatos comerciais e financeiros, mediante a utilização da internet, redes de computadores, meios de comunicação via satélite, telefonia móvel e outras. Os agentes financeiros, tais como bancos, casas de câmbio e agências financeiras, criam sistemas rápidos e eficientes para facilitar as relações econômicas, favorecendo a transferência de capital de investimentos, pagamentos e transferências bancárias, que podem ser feitos em frações de segundos pela internet, telefone fixo ou celular. Gestão do Conhecimento 31 Desse cenário, surgiram os blocos econômicos para aumentar, principalmente as relações comerciais entre os países desses blocos dando origem a UE, Mercosul, Nafta entre outros. Assim, as nações que participam do bloco, além de fortalecer o relacionamento com os membros, conseguem maior força para relacionar com os outros países mediante os acordosde cooperação bilateral no comércio, na ciência e tecnologia, cultura, trabalho entre outros, estabelecendo novas fronteiras entre os povos. Fonte:http://angelogoes.blogspot.com.br/2011/02/globalizacao-sociedade-da-informacao.html Observa-se que a intensa quebra de fronteiras, extrapola os limites das relações comerciais e financeiras, influenciando também no comportamento das pessoas com a inserção digital descobrem como a internet é uma ferramenta que otimiza as relações entre pessoas das mais diversas nações e adquirirem características culturais e sociais. Gestão do Conhecimento 32 A internet, juntamente com a televisão e a telefonia facilitam as relações, disseminam ideias, formando assim uma aldeia global. As Organizações Empresariais na Sociedade do Conhecimento: uma introdução Como vimos até o momento, a aceleração da economia mundial e de todos segmentos da sociedade do conhecimento gera muitos efeitos positivos, avanços, qualidade de vida, inserção das classes mais sacrificadas, mas, vem acompanhada de alguns aspectos negativos e pesados para a competitividade das organizações empresariais. A obsolescência. A velocidade com que as transformações ambientais e as inovações tecnológicas ocorrem, exigem modernização constante das organizações e transformações de bens e serviços obsoletos em plena vida útil e cria o chamado prazo de validade tanto para as organizações como para os indivíduos que se atualizarem para os novos desafios. A descartabilidade. O aumento da produtividade e a diminuição de custos tornam os produtos cada vez mais descartáveis. Volatilidade de vínculos. Os princípios tradicionais, como fidelidade comercial e ligações emocionais dos consumidores com produtos, são enfraquecidos com a velocidade e o excesso de ofertas e com novos patamares de qualidade. Como vimos, as constantes alterações e evoluções dadas sobre os produtos e serviços, influenciada pela demanda crescente dos consumidores e a aceleração da concorrência, geram um acelerado processo de obsolescência e impulsiona a renovação dos conhecimentos e tornando-os precários em um rápido passar dos tempos. Um exemplo simples que podemos analisar é a velocidade com que os celulares evoluíram. De analógico para digital, incorporou fotografias, vídeos, imagens, voz, convergência com a televisão, interação entre ambientes, registro e Gestão do Conhecimento 33 transmissão de dados. Até onde vai a utilidade do celular? O céu é o limite quando pensamos em evolução da tecnologia e do conhecimento. Observa-se também que as inovações trazem consigo a completa inutilidade de objetos importante em determinado período. Tal como o surgimento dos CDs e DVDs, deixaram os discos de vinil e os disquetes sem uso. E estes foram substituídos pelo MP3 e outros. Assim, entendemos a importância do exercício da flexibilidade e da agilidade entre as organizações, nações e pessoas definidas pela capacidade de se anteciparem, remodelando-se permanentemente para não se perder a competitividade, são características imprescindíveis para explorar comercialmente as novidades convergentes de múltiplas dimensões a serem exploradas nas suas interações como a telefonia e a televisão pela internet. Então, os impactos promovidos pelas inovações tecnológicas obrigam as organizações a repensar e remodelar os seus modelos de negócio, em ciclos cada vez menores. Tem-se que a agilidade é mais importante que o tamanho. A inovação se sobrepõe, o que implica em que o ser moderno sobrepõe ao ser conhecido no segmento em que atua. A efetividade só será possível quando atualização permanente de todas as áreas da empresa. Nesta Sociedade do Conhecimento e os acessos às informações em tempo real, alterou o comportamento do consumidor tornando-o mais ágil, exigente em suas escolhas e impulsionou as organizações a investirem em qualidade e produtividade devido à volatilidade de vínculos que os consumidores passaram a adotar em seus vínculos negociais. Qualidade deixou de ser padrão de produção estabelecida pela voz dos consumidores para uma dinâmica mais apurada para atender suas necessidades mais particulares com redução de custos e otimização dos recursos e ações envolvidos. Gestão do Conhecimento 34 Nesta primeira unidade, você teve o contato com os primeiros conhecimentos necessários ao estudo da Gestão do Conhecimento, sua aplicação no contexto individual, organizacional e entre as nações. A influência das tecnologias digitais, da telecomunicação que pode definir novas fronteiras, permite que os agentes de uma sociedade tenham os mesmos conhecimentos e possibilidade de inserção na economia. Nesse contexto, foi importante a observação no tempo e no espaço a evolução da sociedade, iniciando no extrativismo de sobrevivência da espécie humana até a era contemporânea onde o conhecimento, a evolução incessante das ciências e tecnologia faz os agentes da sociedade uma verdadeira metamorfose ambulante. Com mudanças constantes e às vezes radicais no comportamento e nos modos de operação das organizações. As fronteiras atualmente são limitadas na palma das mãos das pessoas pelos aparelhos de comunicação, armazenamento e de mídias digitais. E com isso surgiram as mudanças de hábitos, a descoberta de novos comportamentos em países diferentes e sua transferência com rapidez e simplicidade. As organizações empresariais se veem em constantes desafios de adaptação devido à obsolescência dos processos, da tecnologia e das habilidades necessárias de seus colaboradores. Na sequência dos estudos você terá acesso ao início dos conceitos, identificação e caracterização do conhecimento no cotidiano dos agentes que formam uma sociedade em constante evolução. Leitura Complementar HOPE, Jeremy; HOPE, Tony. Competindo na Terceira Onda: os dez mandamentos da erada informação. Rio de Janeiro: Campus, 2000. TAPSCOTT, Don; LOWY, Alex; TICOLL, David. Plano de Ação para uma Economia Digital: prosperando na nova era do e-business. São Paulo: Makron, 2000. Gestão do Conhecimento 35 Bons estudos e vamos para a próxima unidade. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Gestão do Conhecimento 36 Exercícios – Unidade 1 1. A TI ou Tecnologia da Informação, abrange a área que utiliza a computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, aceder e usar as diversas informações necessárias às tomadas de decisões. De forma simplificada, pode-se dividir a TI de acordo com as seguintes áreas: a) Hardware e seus componentes. b) Sistema de gestão organizacional c) Softwares e seus meios. d) Sistemas de telecomunicações. e) Gestão de informações e de dados. 2. Para FOREST, a tecnologia não é apenas um canal para se comunicar, suja comunicação traz significado de ação recíproca que ocorre entre emissor e receptor da mensagem, mas sim faz parte do ato comunicativo, estando integrada a ele. Com isso, a lógica da atual sociedade do conhecimento consolida-se para a lógica das redes. Com isso, essa integração na construção das sociedades e do espaço geográfico e temporal, assinala para o conceito de: a) Espaço digital. b) Espacialidade em rede. c) Territórios virtuais. d) Meio técnico-científico informacional. e) Espaço físico-virtual. Gestão do Conhecimento 37 3. Em todos os segmentos da vida e, consequentemente, no processo produtivo, vários recursos são utilizados e com características diferentes e específicas. Inclusive aqueles dotados de duas características que as diferencia dos demais fatores produtivos conhecidos como terra, capital, trabalho, tecnologia, que é sua rápida perecebilidade e reaplicabilidade. Estamosnos referindo aos recursos: a) Produtivos b) Digitais c) Informacionais d) De gestão e) Ocupacionais 4. O desenvolvimento ocorrido no patamar de consciência, inteligência e aplicação dos conhecimentos pelos seres humanos, oportunizou o desenvolvimento econômico, a expansão das organizações empresariais e proporcionou condições para o surgimento de classes emergentes: a burguesia e o proletariado consciente. Segundo Alvin Toffler Esta fase da evolução da sociedade humana se refere a: a) Sociedade do Conhecimento b) Sociedade Industrial c) Sociedade Primitiva d) Sociedade Agrícola e) Sociedade de Transformação Gestão do Conhecimento 38 5. A Tecnologia da Informação passa a ocupar papel importante na estratégia competitiva nas organizações empresariais, propiciando uma interação em seus níveis estratégicos, táticos e operacionais. A seguir tem alguns exemplos dessas tecnologias que tornaram as empresas mais competitivas, EXCETO um. Marque-o. a) A implementação de câmera de vídeo e touch-screen nos celulares. b) Tênis preparados com processadores para regular os amortecimentos das pisadas dos corredores. c) Implantação de transações comerciais e financeiras eletrônicas pela internet. d) Redes de comunicações sem fio interligando computadores. e) Tecnologia de gestão que tornam rígidos os processos. 6. A aceleração das mudanças no cenário dos contextos políticos, social, tecnológico e econômico, faz dos agentes que compõem a sociedade a percepção que a cultura de aprendizagem permanente com uso das tecnologias digitais, definem os novos paradigmas na relação entre indivíduos, empresas e nações na Era do Conhecimento. Marque a alternativa INCORRETA quanto a esses novos paradigmas. a) Há maior agilidade na sucessão dos acontecimentos comparando com as épocas anteriores e não poucas vezes, de forma simultânea obrigando rapidez nas decisões e ações pelos agentes. b) Exige-se maior flexibilidade nas estruturas que sofrem mudanças rapidamente para atender novas necessidades de adaptação a novos contextos e exigências de mercado. c) Exige-se maior qualidade para disseminação facilidade de acesso às informações, possibilitando comparações aos agentes, obriga uma atenção maior por aqueles que oferecem os bens e serviços. d) Maior produtividade em função da concorrência que exige otimização do setor produtivo, ou seja, faz-se necessário produzir mais quantidades com o menor custo como resposta ao reflexo do mercado competitivo, redução de barreiras e aumento quantitativo da população mundial. Gestão do Conhecimento 39 e) Maior flexibilidade tecnológica nos processos nos grupos de produtos que ocupam maior parte percentual nos custos e no faturamento da empresa visando melhorar a produtividade, a qualidade e proporcionar agilidade nas respostas às demandas internas e externas. 7. “A tecnologia não é apenas um canal para se comunicar, cuja comunicação traz o significado de ação recíproca que ocorre entre emissor e receptor da mensagem, mas sim faz parte do ato comunicativo, estando integrada a ele. É uma nova maneira de aprender e agir, é construir novos alicerces na forma de comunicar e conhecer. Com isso, a lógica da atual sociedade consolida-se para a lógica das redes”. A integração da tecnologia com a construção das sociedades e do espaço geográfico, no momento atual da história, assinala o conceito de: a) Espaço digital b) Espacialidade em rede c) Territórios virtuais d) Meio técnico-científico informacional e) Espaço físico-virtual 8. Os recursos predominantes dessa Era foi o poderio e a força física, com a aplicação mais adequada, dependendo das habilidades e das competências na utilização do potencial físico do trabalho humano disponível. Segundo Alvin Toffler esta fase da evolução da sociedade humana se refere a: a) Sociedade do Conhecimento b) Sociedade Industrial c) Sociedade Primitiva d) Sociedade Agrícola e) Sociedade de Transformação Gestão do Conhecimento 40 9. A Sociedade do conhecimento surgiu diversas fases da evolução da sociedade quando os aspectos tangíveis forma substituídos pelos intangíveis tanto na relação entre as pessoas quanto organizações e nações. Demonstre as principais características dessa sociedade. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Qual o papel das inovações tecnológicas na sociedade do conhecimento? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Gestão do Conhecimento 41 2 Abordagens e Modelos Sobre a Gestão do Conhecimento. Gestão do Conhecimento 42 Prezado(a)s aluno(a)s, Estudaremos nesta unidade as principais abordagens e a organização do conhecimento no que se refere à sua origem, características e aplicação pelos indivíduos, sociedade e organizações. A utilização dos conhecimentos pelos agentes para transformar em valor agregado depende de como eles são organizados para converterem em produtos e produzir benefícios para evolução do próprio conhecimento que é dinâmico e falível. Na primeira etapa, conhecemos o processo de organização do conhecimento, independentemente do interlocutor e sua aplicação nas organizações empresariais porque não basta ter recursos humanos capazes, tecnologia de gestão, capital intelectual para tornar a organização competitiva. Agora, veremos necessidade de identificar e organizar de forma sistemática. Por isso, a necessidade de se identificar as origens, a construção das informações por fim ser possível produzir conhecimento. É necessário também para se obter uma boa organização dos estudos da Gestão de Conhecimento no ambiente nas empresas, identificar as diversas áreas de conhecimento em seu sentido científico e aplicado no campo empírico, científico, teológico e filosófico. Objetivos da unidade: Compreender como os conhecimentos devem ser organizados para que se transformem em valor para o interlocutor; Compreender como utilizar a taxonomia na gestão dos conhecimentos; Identificar os tipos de taxonomias do conhecimento e como aplicá-las; Diferenciar dados, informações e conhecimentos; Compreender como selecionar os dados e as informações importantes aos objetivos; Transformar os conhecimentos em valor agregado para o avanço de novas realidades; Identificar, caracterizar e compreender as aplicações dos tipos de conhecimentos. Gestão do Conhecimento 43 Plano da unidade: Taxonomia do Conhecimento Empresarial Dados, Informações, Conhecimentos: ponto de partida Tipos e conhecimento Taxonomia Corporativa Bons estudos! Gestão do Conhecimento44 Taxonomia do Conhecimento Empresarial Na unidade anterior, vimos que atualmente não se mede a capacidade de uma empresa apenas baseadas em seus aspectos tangíveis, em seus ativos que podem ser contados, manuseados tais como os prédios, maquinários e financeiros. Com a sociedade do conhecimento pelo advento da era do conhecimento, os ativos intangíveis passaram a ser um desafio, tanto das organizações como das pessoas, em um mundo que se tornou uma aldeia global, sem fronteiras e sem limite de tempo. A grande questão é saber como gerenciar esses ativos intangíveis. Como incorporá-los ao patrimônio como valor e surge então a Gestão do Conhecimento como sendo o grande desafio das organizações e a nova compreensão do que se entende por competências empresariais e transformar os conhecimentos, as informações e as tecnologias para manter-se competitivo. Antes de avançar nos estudos, faz-se necessária a compreensão de como organizar esses conhecimentos, as informações, o capital intelectual em sendo eles intangíveis. E sabendo que a era do conhecimento não admite fronteiras, essa mesma lógica se faz presente quando avaliamos a gestão do conhecimento que é multidisciplinar, interdisciplinar e contextualizado. Muitas organizações falam de “core competencies”, mas não percebe que as competências essenciais na era do conhecimento são baseadas em um conjunto de informações e conhecimentos que precisam ser criados, organizados, atualizados e disseminados de maneira sistemática em todas as áreas da organização. Gestão do Conhecimento 45 Então, o que é taxonomia? E onde se relaciona com a Gestão do Conhecimento? O termo taxonomia origina-se do grego antigo, τάξις, taxis (arranjo, ordem) e nomia, νομία, (lei, norma, método). É a disciplina acadêmica que define grupos biológicos baseados em suas características comuns e com denominações para a compreensão universal. Fonte:https://melhorbiologia.blogspot.com.br/2013/05/taxonomia.html Importante. Competencie, designa a principal competência da organização empresarial e que torna-a realmente diferenciada e única. Fonte: artigo publicado por C.K.Prahalad e Gary Hamel, para Havard Business Review) Gestão do Conhecimento 46 Não há nada de novo nesse termo quando a abordagem for o conhecimento nos negócios que se faz presente nas áreas da biblioteconomia e no universo científico. Foi proposto pelo botânico sueco Karl von Linné Lineu, um médico sueco que se tornou um dos principais entre os 41 botânicos da história, por ter estabelecido o princípio básico e usado para classificar os seres vivos. Esse termo começou a ser utilizado no ano 1735 com a publicação da versão inicial da obra Classificação dos Seres Vivos e foi reeditada várias outras vezes e sua versão final definida em 1758. Fonte:http://slideplayer.com.br/slide/376838/ Em seus estudos da taxonomia, o cientista dividiu os seres vivos em grupos, de acordo com suas características em comum, obedecendo a uma ordem hierárquica e o seu artigo propõem uma classificação dos seres vivos e foi republicado até que amadurecesse suas ideias. As razões principais para o avanço e o sucesso taxonomia Lineana pode ter sido o fato que esteja ligada diretamente à: praticidade dos termos, ou seja, uma relação simples entre gênero e espécie do ser vivo descrito; bem como o sistema Gestão do Conhecimento 47 hierárquico; o sistema de classificação, chamado de “divisão e denominação”, no qual Linné catalogou os seres vivos em reinos, classes e ordens. No meio das organizações empresariais, o termo taxonomia não tem utilização muito fértil, pois fica mais restrita a gerar interesse somente para cientistas e bibliotecários. Há necessidade de entender que a taxonomia como sendo elementos estruturantes, estratégicos e centrais para negócios baseados em informação e conhecimento, ou seja, organizar seu ativo intangível para compreender a necessidade de organizar essas competências em favor da organização. Para melhor compreender a taxonomia, conceituamos como um sistema utilizado para classificar e facilitar o acesso às informações nas organizações e tem por objetivos: Representar conceitos através de termos específicos; Agilizar a comunicação entre os especialistas e entre esses e os demais interlocutores na organização; Encontrar o consenso entre as informações para que a torne positiva; Propor formas de controle da diversidade de significados e o multiuso das informações; Preparar um mapa de área que servirá como guia em processos de conhecimento. Portanto, taxonomia um vocabulário organizado e controlado de uma determinada área do conhecimento, isto é, é um instrumento ou elemento de estrutura que permite alocar, recuperar e comunicar informações dentro de um sistema, de maneira lógica. Mesmo quando se refere às informações não estruturadas tais como intranets, sites, e-mails, documentos Office etc, a taxonomia é apontada, por alguns especialistas no mesmo grau de importância que os bancos de dados estruturados tiveram para as informações tabuladas e como a maior parte das informações em uma empresa está sob a forma de textos, percebe-se que seu tratamento é um Gestão do Conhecimento 48 assunto essencial, e que seu uso correto no cotidiano deverá favorecer o desempenho das outras atividades do ambiente organizacional. No ambiente da web, por exemplo, as taxonomias têm por objetivo simplificar as buscas de navegação, definir responsabilidades quanto à avaliação das informações, sua classificação, sua utilização, sua organização, armazenagem e eliminação. A partir daí, fica evidente que a eficiência da taxonomia é dependente do quanto ela auxilia na melhoria das atividades dos usuários, dos processos e nos resultados organizacionais. Embora não haja padrão universal de taxonomias, sua estrutura deverá possibilitar o usuário a ter acesso às informações de diversas formas diferentes com o menor espaço de tempo de modo a aplicá-las com eficiência. Para se tornar eficiente na gestão dos conhecimentos, as organizações necessitam desenvolver categorias e estruturas de informação que dão agilidade a negócios e grupos de usuários específicos que utilizam o sistema em seus processos de trabalho. As boas taxonomias devem facilitar a busca por documentos, dados, informações, permitindo que as pesquisas possam ser conduzidas por diferentes critérios (ex: autor, data, formato de arquivo, domínio de conhecimento, etc.). Não existe um critério correto ou errado de taxonomia ou universal, porque pessoas diferentes desenvolverão taxonomias diferentes, porém alguns critérios devem ser observados. A taxonomia deve ter: Comunicabilidade, ou seja, os termos utilizados devem demonstrar os conceitos apresentados, de acordo com a linguagem utilizada e compreendida pelos usuários do sistema. Utilidade, ou seja, a taxonomia deve apresentar somente os termos necessários para os usuários da organização é feito se esses termos forem utilizados na organização. Estimulação, ou seja, uma boa taxonomia apresenta termos que estimulam ou induzem o usuário a continuar na navegação ou busca da informação. Relaciona também, com a comunicabilidade, uma vez que Gestão do Conhecimento 49 também é o resultado de um estudo da linguagem dos usuários do sistema. Compatibilidade, ou seja, a taxonomia deve conter somente estruturas do campo que se está ordenando e que façam parte das atividades ou funções da organização No ambiente da web, em particular, as taxonomias servem para simplificar as buscas e a navegação e designar responsabilidades em termos de avaliação, organização, eliminação e arquivamento de informações. O verdadeiro teste de qualquer taxonomia é a eficiência que ela fornece para o grupo de usuários para o qual foi projetada. A seguintepergunta resume bem essa questão: apoiados pela taxonomia, os usuários são capazes de encontrar informação relevante e significativa de maneira eficiente e em tempo hábil? Como vimos, não existe, ademais, certo ou errado universal: pessoas diferentes desenvolverão taxonomias diferentes. Consequentemente, a taxonomia deve ajudar a criar caminhos (categorias) múltiplos para encontrar a mesma informação, de acordo com o ponto de vista adotado. Portanto, a taxonomia deve tornar intuitivo para os usuários o processo de busca por uma informação específica, facilitando o contato dos mesmos com tópicos e categorias relacionadas de acordo com suas necessidades considerando o dinamismo das atividades e demandas das realidades empresariais. Identificando as taxonomias do conhecimento. Somente com a clareza conceitual do conhecimento e a consciência de seus vários tipos, os gerentes do conhecimento podem iniciar um empreendimento eficaz na Gestão do Conhecimento nas suas organizações (LE e GOH, 2006, apud CASTILLO e CAZARINI). E antes de avançar no tema, é importante aprofundar o conhecimento dos principais pensadores que desenvolveram trabalhos relacionados à taxonomia dos conhecimentos aplicadas nas organizações. Gestão do Conhecimento 50 A taxonomia do conhecimento segundo Lundvall e Johnson Lundvall e Johnson (1994) propuseram os termos know-what, know-why, know-how e know- who. O know-what, refere-se aos fatos. O know-why, refere-se ao conhecimento sobre a causalidade, e elimina a necessidade de julgamento e erro. O know-how, refere-se às habilidades ou à capacidade para fazer alguma coisa. O know-who, abrange o conhecimento sobre quem sabe o quê e quem sabe fazer o quê. E também inclui as habilidades sociais que permitem a cooperação e a comunicação com colegas e colaboradores. A taxonomia do conhecimento segundo Blackler (1995) apresenta a seguinte estrutura: Define o conhecimento pessoal (embrained), como conhecimento aquele que depende das habilidades conceituais e cognitivas. Do conhecimento incorporado (embodied) como ação orientada, mais provável de ser explícito. Do conhecimento cultural, como entendimentos compartilhados, relacionado aos processos de socialização e culturalização. Do conhecimento embutido (embedded), que reside nas rotinas sistemáticas. Do conhecimento codificado, como informação transmitida por sinais e símbolos. Conhecimento explícito versus conhecimento tácito. Nonaka e Takeuchi (1995), baseados nos estudos de Polangy (1966), sustentam dois tipos de conhecimento: conhecimento explícito e conhecimento tácito. O conhecimento explícito pode ser expresso em letras, números, e compartilhado na forma de dados, formulas científicas, manuais etc. Gestão do Conhecimento 51 O conhecimento tácito inclui percepções subjetivas, intuições e palpites, é altamente pessoal e difícil de ser formalizado, o que faz complexo seu compartilhamento. Ele está profundamente enraizado nas ações e experiências do indivíduo, bem como nas suas ideias, valores e emoções. Segundo Nonaka e Krogh (2009) o conhecimento tácito é a pedra angular na teoria de criação de conhecimento organizacional. A compreensão e caracterização do conhecimento tácito é ainda um desafio na comunidade científica, motivando vários estudos que objetivam sua delimitação e aprofundamento. Linde (2001) subdivide o conhecimento tácito em social, físico, e em outros conhecimentos. Schindler (2002) sustenta um conhecimento não-explícito, composto por conhecimento processual e possível de ser articulado, um componente cognitivo que não pode ser explicitado, e um conhecimento tácito incorporado, também impossível de ser articulado. Spender (2003) sustenta que a emoção é um tipo de conhecimento tácito. Nonaka (1994) e Takeuchi (2001) argumentam que o conhecimento tácito possui duas dimensões, a dimensão técnica, alinhada com as habilidades pessoais, e a dimensão cognitiva, consistente de crenças, ideais e valores. Nickols (2000), baseado nos estudos de Polangy (1966), suporta o conceito de conhecimento implícito, que é o conhecimento que pode ser articulado, mas que ainda não foi; e aquele conhecimento que não pode ser articulado é considerado conhecimento tácito. Segundo FRAPPAOLO(2008), o conhecimento implícito tem um alto valor para a organização, e representa uma nova fronteira da Gestão do Conhecimento, mas as companhias devem empreender ações estratégicas com o objetivo de posicioná-lo adequadamente, identificando e quantificando suas fontes e sua natureza e desenvolvendo processos de garimpagem e conversão; processos baseados em metodologias estruturadas que aplicam técnicas de entrevista e esquemas para a captura de processos de razoamento. Ibid id(2008) sugere a metodologia nomeada Knowledge Harvesting, desenvolvida por LARRY TODD WILSON (2010). Gestão do Conhecimento 52 Conhecimento positivo versus conhecimento negativo. O conhecimento sobre as falhas ou erros dos empreendimentos ou atividades da organização é tão importante quanto o conhecimento dos sucessos empresariais (TEECE, 1998). Enquanto é obvio que novo conhecimento útil para alguma inovação é desejado (conhecimento positivo), deve ser também reconhecido que experiências que conduzem a becos sem saída podem ser valiosas para a orientação e focalização de recursos que tenham resultados promissores no futuro (conhecimento positivo) (LEE e GOH, 2006). Segundo O´Dell e Grayson (1998) a rejeição da parte da gestão que fala sobre projetos que não deram certo (conhecimento negativo) dirigiria a uma cultura de compartilhamento de anti-conhecimento. A taxonomia do conhecimento segundo Zack Zack (1999) Sustenta um o conhecimento declarativo, ou conhecimento sobre, que se refere às etiquetas, categorias e distinções utilizadas para representar as coisas importantes para a organização; um conhecimento processual, ou saber como, que inclui rotinas e rituais organizacionais e se refere ao entendimento de uma apropriada sequência de eventos ou a habilidade de desempenhar um conjunto particular de ações; um conhecimento causal, ou saber por quê, que se refere ao entendimento do motivo que as coisas acontecem. Estes dois últimos conhecimentos estão alinhados ao know-how e know-why respectivamente, sustentado por Lundvall e Johnson (1994); e um conhecimento relacional, que se refere ao entendimento da relação entre os tipos de conhecimento. Taxonomia Corporativa Independentemente da área de atuação, a taxonomia tem por objetivo criar um modelo que possibilite a organização o acesso às informações para que essas possam auxiliar na formação do conhecimento. Se o objeto de referência for o campo da informática, utiliza-se de ponto de consulta o título, o cabeçalho, a palavra em comum. Se objetivo for gestão, exercício de uma atividade ou tarefa, os caminhos de consulta poderão ser manuais, correspondências, casos reais ou outros. Gestão do Conhecimento 53 Nosso objetivo é direcionar a taxonomia para meio corporativo e portanto podemos conferir essa compreensão a partir dos seguintes estudos. Para WOODS(2004, p. 120), a taxonomia corporativa é uma hierarquia das categorias utilizadas para classificar documentos e outras informações, como forma de representar as informações disponíveis dentro da organização. Ao contrário do tratamento da taxonomia em outras áreas, afirma que as informações precisam estar definidas em determinada hierarquia para serem consideradas úteis. Porém, no meio corporativo não se aplica, porque uma informação poderá ser útil para vários departamentos ou áreas(adaptado de AGANETTE, et all, 2010). Ainda, CONWAY e SLIGAR (2002, p.98) afirmam que as taxonomias corporativas precisam criar uma rede semântica embasada no negócio da organização, tornando uma excelente ferramenta
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