Buscar

P1 Direitos difusos e coletivos- RESPONDIDA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prova de Direitos Difusos e Coletivos
 
1. Ministério Público de determinado Estado promove Ação Civil Pública contra Banco X S.A. visto que este não instalou aplicativo de segurança no seu website, o que expos todos os clientes a risco de invasão e contas correntes. É certo que dos 1000 cliente do Banco, 100 alegam ter tido suas contas invadidas.
A ação, entretanto, é julgada improcedente por falta de provas. 
Considerando tal realidade, responda: Aqueles correntistas que alegam ter tido a conta invadida poderão interpor ação individual?
Explique minuciosamente, analisando se este caso traz hipótese de ofensa a direito difuso, coletivo ou individual homogêneo. 
Neste caso trás hipótese de ofensa a direito individual homogêneo, também chamados de direitos acidentais coletivos, tem sujeitos determináveis, cujo objeto de interesse é divisível, são interesses que se caracterizam por terem origem comum de uma situação episódica. São interesses coletivos apenas na forma e no seu exercício.
Sim, é um direito que pode no primeiro momento ser requerido individualmente ( não nasce da coletividade, ele cai na coletividade por acidente) pois consegue-se determinar o titular e consegue-se dividir o objeto sob proteção, mas como eles nasceram de uma origem comum é recomendável que a pessoa peça a proteção desses direitos de forma coletiva.
 
2. O art. 6º, III, do CDC estatui que é direito básico do consumidor ter informação clara e adequada sobre os diferentes produtos e serviços, especialmente quanto aos riscos que apresentam. O art. 9º reforça essa ideia na medida em que determina ao fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança que informe, de maneira ostensiva e adequada, sua nocividade ou periculosidade.
a. Como, então, compatibilizar essa possibilidade com o art. 10, que impede que o fornecedor coloque no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança?
Há uma diferenciação entre o artigo 6º, 8º, 9º e o 10.
O atigo 6º fala que os consumidores tem o direito de saber o que estão comprando e seus graus de risco, no 8º trata-se dos produtos que uma vez colocados no mercado de consumo não acarretarão risco a saúde e segurança do consumidor, salvo em decorrências de alguns momentos da natureza e fruição (essa é a chave, a frase que importa e indica quais os riscos admissíveis). O fornecedor é obrigado a informar sobre a forma adequada de utilizar esse produto. No artigo 9º trata-se de um produto ou serviço que pode ser potencialmente nocivo ou perigoso a saúde, é um produto que talvez venha a se tornar nocivo. Já o artigo 10, trata realmente de um produto altamente nocivo e que é certeza que vai produzir um perigo a saúde e segurança de alguém, algo que não pode ser vendido em um mercado comum. EXEMPLO: um paraquedas defeituoso.
Para saber em qual artigo o produto se enquadra deve-se pensar nas vantagens e risco apresentado do produto colocado no mercado, se compensaria o risco. EXEMPLO: o remédio, é perigoso se tomado errado ou em excesso, mas nós precisamos dele, então será colocado no mercado qualquer produto que comprove que o risco por ele fornecido é válido frente a suas qualidades e efeitos positivos para com aquele que o consome.
3. A empresa farmacêutica “X”, fabricante de um produto farmacêutico para bronquite, tipo “bombinha”, produziu e colocou esse produto no mercado. Todavia, um lote contendo 1.000 unidades saiu com problema na válvula do spray, que, ao ser acionada, destaca-se do inalador e, como era de pequeno porte, poderia ser ingerido pelo usuário. A empresa somente tomou conhecimento do problema quando um consumidor acabou acidentando-se dessa maneira.
a. Tendo conhecimento do problema, que medida deve a empresa tomar com base no CDC?
O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo um produto que apresenta um alto grau de perigo a saúde e a segurança, sendo assim a empresa é obrigada por lei a tomar providências urgentes e necessárias para que cesse a compra e consumo dos produtos defeituosos . Deverá comunicar imediatamente o fato às autoridades competentes e aos consumidores mediantes a nota e anúncios publicitários, meios de comunicação, televisão e rádio, recolher os produtos de imediato cuja série de fabricação for a que ocasionou os danos, receber as denúncias/ reclamações e indenizá-los. Essas são as medidas obrigatórias dispostas no artigo 10, parágrafos 1º,2º e 3º do CDC
b. Se a empresa adotar todas as medidas elencadas no CDC, isso eximiria sua responsabilidade em caso de novo acidente com outro usuário?
Segundo os artigos 12,13,14 e seus parágrafos, apesar de tomar todas as providências necessárias, a empresa jamais poderá se eximir de suas responsabilidades, mesmo que ainda surjam casos posteriores.
c. Admita a hipótese de um consumidor ter sabido do ocorrido e das medidas tomadas pela empresa, mas, descuidadamente, utilizou o produto. Ocorrendo o defeito e ele vindo a falecer, a empresa será responsável? Explique.
De acordo com o direito do consumidor é de obrigação e total responsabilidade da empresa fornecer um produto com qualidade e segurança, independente se o consumidor sabia do risco ou não. Devendo a empresa responder por todos os casos surgidos, ainda que no caso de falecimento de alguém , pois o ocorrido foi em decorrência do produto que não tinha as condições de serem comercializados por defeito. ( porém há uma tese hoje em dia de algumas doutrinas e também jurisprudência no sentido de que se houver plena demonstração de que a mensagem atingiu o consumidor , então estaremos diante de um caso em que haverá a possibilidade de buscarmos a culpa exclusiva do consumidor )
d. E se a empresa sabia do problema ao colocar o produto no mercado. Isso altera sua responsabilidade?
 Ela não se isenta, como é causa de culpa maior, também é punível. Devendo sempre respeitar os artigos 8 e 9, essa responsabilidade não fica somente na penalidade administrativa, mas também nas civis e conforme o caso na penal.
 
4. Houve uma cirurgia no Hospital XXX LTDA., realizada pela cirurgiã Y, assistido pela anestesta V. O paciente foi informado que a cirurgia seria extremamente simples. entretanto, durou 06 horas e o paciente ficou paraplégico, sem que este resultado houvesse sido previamente previsto. Há notícia de erro médico. Questão: será possível imputar responsabilidade ao médico, À anestesista e ao hospital? Qual a natureza jurídica da responsabilidade de cada qual dos três?
Art. 14. CDC O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
O hospital é prestador de serviço, portanto, tem responsabilidade objetiva independente da existência de culpa.
Art. 14 § 4º CDC A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Não estava na linha de risco dessa cirurgia, a paraplegia. O paciente havia sido informado que a cirurgia seria extremamente simples. Quem errou foi um dos profissionais liberais, a cirurgiã ou anestesista, uma delas senão as duas agiram com negligência, imprudência ou imperícia (não da pra saber com base somente nessa introdução, mas sabemos que teve o erro médico). O culpado responderá solidariamente ao hospital.
Conforme o Art. 942.CC/02 Todos que tiveram participação efetiva no dano causado ao paciente, terão responsabilidade civil solidária. “ Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.”
 
5. Considere a seguinte situação: Empresa lança a estratégia de marketing,” “É Hora de XXXX”. Relógios de pulso com a imagem de personagens do desenho seriam entregues como “brindes”, desde quefossem apresentados 05 embalagens dos produtos “YYYY” e mais R$ 5,00. Analise esta questão sob os seguintes elementos:- Há abusividade? Há a figura do brinde? - Contraponha os argumentos de livre iniciativa e estímulo ao consumo desenfreado. - Analise em confronto com o artigo 37 do Código Brasileiro de Auto regulamentação publicitária. - O MP é parte legítima para promover ação civil pública contra referida prática?
Trata-se de uma publicidade abusiva, pois induz o consumidor a comprar tal produto de maneira excessiva e desenfreada sem que haja necessidade subjetiva, apenas para obter um “falso brinde” usando o patrocínio de personagens infantis em sua publicidade.
Art. 37.CDC. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Violando também o direito do consumidor quando colocado uma taxa extra além da quantia excessiva de produtos já exigida.
Art. 39 CDC, I. - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; ( Proíbe a “venda casada” que está presente nessa publicidade)
O Ministério Publico tem competência e legitimidade para propor ação civil pública para reprimir a publicidade em questão, considerando a abusividade de seu conteúdo e que a mesma lesa seus direitos coletivos. O próprio art. 37, do CDC em seu paragrafo 2º tem uma proteção importante voltada à vulnerabilidade de crianças, portanto ele será irredutível na sua violação.

Outros materiais