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Tecnologia-Assistiva-1

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1 
 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA: 
TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
 
 
2 
 
O QUE É TECNOLOGIA ASSISTIVA 
A Tecnologia Assistiva (T.A.) 
 
http://1.bp.blogspot.com 
 “Qualquer item, peça de equipamento ou sistemas de 
produtos, quando adquiridos comercialmente, modificados, ou feito 
sob medida, que é usado para aumentar, manter ou melhorar as 
habilidades funcionais do indivíduo com limitações funcionais” 
(Technology-Related Assistence for Individuals with Disabilities Act 
– Public 100-407) lei municipal E.U.A. de 1998. 
 
Os objetivos da T.A 
É proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade 
de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, 
controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração 
com a família, amigos e sociedade. 
 
 
3 
 
É uma área de domínio multidisciplinar entre engenheiros de reabilitação, 
de computação, biomédicos, elétricos; arquitetos, médicos, fisioterapeutas, 
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, desenhistas industriais, analistas de 
sistemas, entre outros. 
Auxílios para vida diária 
 
 
http://revistaescola.abril.com.br 
 Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, 
cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção 
da casa, etc. 
Comunicação Suplementar e Alternativa 
 Recursos, eletrônicos ou não, que permite a comunicação expressiva e 
receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. 
São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS 
ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim. 
 
 
 
4 
 
Recursos de acessibilidade ao computador 
 
http://www.laratec.org.br/Lojatec3.jpg 
 
Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios 
alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou 
alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, etc.), 
que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador. 
Sistemas de controle de ambientes 
Sistemas de controle de ambientes Unidades computadorizadas que 
permitem o controle de equipamentos eletrodomésticos, sistemas de segurança, 
de comunicação, de iluminação, em casa e em outros ambientes. 
Projetos arquitetônicos para acessibilidade 
 
 
 
5 
 
 
http://www.tecnologiaoutonal.com.br 
Adaptações estruturais e reformas na casa, ambiente de trabalho ou 
públicos que reduzem as barreiras arquitetônicas como rampas, elevadores, 
adaptações em banheiros entre outras, facilitando a locomoção da pessoa com 
deficiência. 
Adequação Postural 
Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o 
conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas 
especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e 
estabilizadores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo 
através do suporte e posicionamento de cabeça/tronco/membros. 
 
Auxílios de mobilidade 
 
 
6 
 
 
http://1.bp.blogspot.comecnologia 
Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, scooters de 3 
rodas, andadores, bengalas, muletas e qualquer outro dispositivo utilizado na 
melhoria da mobilidade pessoal. Deve ser adequado à necessidade funcional do 
indivíduo, avaliando-se força, equilíbrio, coordenação, capacidades cognitivas, 
medidas antropométricas e postura funcional. 
Auxílios para deficientes visuais ou visão sub-normal e auditivos 
 
http://s2.glbimg.com 
 
 
 
7 
 
Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para 
equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV 
com aumento para leitura de documentos, publicações, alertas sonoros, etc. 
Adaptações em veículos e transportes 
 Adaptações em veículos e transportes. 
 Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, 
dispositivos para acesso e saída do veículo, como elevadores de plataformas ou 
dobráveis, plataformas rotativas, plataformas sob o veículo, guindastes, tábuas 
de transferência, correias e barras. 
Baixas Tecnologias 
 Podemos utilizar como baixas tecnologias recursos que são 
confeccionados com materiais como: sucatas, fita crepe, e entre outros. Tais 
materiais são confeccionados para ajudar estes alunos na sala de aula, no qual 
o próprio professor usa como recurso para que estes possam desenvolver suas 
habilidades. Como exemplo disso: adaptar lápis para estes alunos com 
dificuldades motora, para que possam adquirir movimento de pinça, jogos 
adaptados entre outros. 
 
CUIDADOS NOS PROCEDIMENTOS DE SELEÇÃO E 
IMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS 
 
https://encrypted-tbn0.gstatic.com 
 
 
8 
 
Para Deliberato durante o processo de avaliação, seleção e 
implementação de recursos de comunicação suplementar e/ou alternativa alguns 
cuidados são necessários procurando identificar as habilidades do aluno não-
falante. Neste sentido, o professor e demais profissionais devem estar atentos: 
_ Como o aluno se comunica, ou seja, ele vocaliza, utiliza gestos, olhares, 
expressões faciais etc. 
_ Com quem ele se comunica? 
_ O que ele comunica? E em quais situações? 
_ Quais são suas habilidades visuais e auditivas? 
_ Qual a sua atitude frente à comunicação? 
_ Quais são as habilidades motoras? (função global e fina, mobilidade, postura 
etc.). 
_ Quais os recursos já utilizados para a comunicação? 
_ Quais são os parceiros de comunicação? 
_ Qual a rotina do aluno? 
_ Quais são os centros de interesse? 
_ Quais as tarefas a serem realizadas. 
Durante o processo de avaliação é importante estar atento ao tempo de 
atenção dos usuários assim como ao cansaço demonstrado nas atividades. 
No momento de avaliação devemos respeitar as etapas de aprendizagem 
de símbolos: objeto real, miniatura, fotografias, desenhos coloridos, desenho em 
preto e branco, símbolos gráficos e por fim a escrita. 
 
 
9 
 
Durante a avaliação do aluno a participação da família, escola e/ou 
instituição é de fundamental importância para o levantamento das situações 
funcionais, ou seja, do vocabulário inicial a ser desenvolvido no momento da 
confecção do recurso. Neste contexto é importante destacar (DILEBERATO, 
S/D): 
· A seleção do vocabulário é constante. 
· O objetivo do recurso deve direcionar a escolha do vocabulário. 
· O número de símbolos deve variar de acordo com a habilidade do sujeito. 
· Os símbolos selecionados devem ser funcionais. 
· A participação da família é imprescindível nesse momento. 
· O recurso pode e deve ser alterado de acordo com a necessidade do sujeito. 
· O recurso poderá ser confeccionado por meio de frases e/ou tópicos. 
· O formato do recurso varia de acordo com as possibilidades e interesse do 
sujeito. 
 
PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO NO 
ENSINO? 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com 
 
 
10 
 
 
Com as mudanças na sociedade, as formas de ensinar também sofreram 
alterações, tantos os professores como os alunos percebem que muitas aulas 
convencionais estão ultrapassadas. É inevitável a pergunta: Para onde mudar? 
Como ensinar e aprender em uma sociedade interconectada? 
Mudanças na educação é importante para mudar a sociedade. As 
tecnologias estão cada vez mais em evidência e os investimentos visam ter cada 
classe conectada à Internet e cada aluno com um notebook; investe-se também 
em educação à distância, educação contínua, cursos de curta duração. Mas só 
tecnologia não basta. “Ensinar é um desafio constante”. 
 
Os desafios de ensinar e educar com qualidade. 
 
Preocupa-se hoje mais com ensino de qualidade do que com educação 
de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. O ensino destina-se 
a ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências,história, matemática). 
Educação é um o foco além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, 
conhecimento e ética, reflexão e ação, é ajudar a integrar todas as dimensões 
da vida e encontrar o caminho intelectual, emocional, profissional que leve o 
indivíduo a realização e contribuição para a mudança social. 
Educar é transformar a vida em processos permanentes de 
aprendizagem. É ajudar os alunos na construção de sua identidade, do seu 
caminho pessoal e profissional, mostrar um projeto de vida que lhes permitam 
encontrar seus espaços pessoais, tanto no social como no profissional, com o 
objetivo de torná-los cidadãos realizados e produtivos. 
Ensinar é um processo social de cada cultura com suas normas, tradições 
e leis, mas não deixa de ser pessoal, pois cada um desenvolve seu estilo, 
aprendem e ensinam. O aluno precisa querer aprender e para isso, precisa de 
maturidade, motivação e de competência adquirida. 
 
 
 
11 
 
 
 
As dificuldades para mudar na educação. 
 
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar de termos 
educadores maduros, intelectuais e emocionalmente curiosos, que saibam 
motivar e dialogar. 
O educador autêntico é humilde e confiante, mostra o que sabe, porém 
está sempre atento ao novo, ensina aprendendo a valorizar a diferença, a 
improvisar. Aprender por sua vez, é passar da incerteza a uma certeza 
provisória, pois dará lugar as novas descobertas, não há estagnação no sistema 
de aprendizagem e descobertas. O novo deve ser questionado, indagado e não 
aceito sem análise prévia. Por isso é importante termos educadores/ pais, com 
amadurecimento intelectual, emocional, ético que facilite todo o processo de 
aprendizagem. 
As mudanças na educação dependem também de administradores, 
diretores e coordenadores que atendam todos os níveis do processo educativo. 
Os alunos também fazem parte da mudança. Alunos curiosos e 
motivados, ajudam o professor a educar, pois tornam-se interlocutores e 
parceiros do professor, visando um ambiente culturalmente rico. 
 
 
 
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA 
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO. 
 
 
 
12 
 
 
http://educarparacrescer.abril.com.br 
 
Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar 
e saber expressar essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral. 
Pensar e aprender a raciocinar, a organizar o discurso, submetendo-o a critérios. 
O desenvolvimento da habilidade de raciocínio é fundamental para a 
compreensão do mundo. Além do raciocínio, a emoção facilita ou complica o 
processo de conhecer. 
A informação dá-se de várias formas, segundo o nosso objetivo e o nosso 
universo cultural. A forma mais habitual é o processamento lógico-sequencial, 
que se expressa na linguagem falada e escrita, na qual o sentido vai sendo 
construído aos poucos, em sequência concatenada. 
A informação de forma hiper-textual, contando histórias, relatando 
situações que se interlaçam, ampliam-se, nos mostrando novos significados 
importantes, inesperados. É a comunicação “linkada”. A construção do 
pensamento é lógica, coerente, sem seguir uma única trilha, como em ondas que 
vão ramificando-se em diversas outras. Hoje, cada vez mais processamos as 
informações de forma multimídia, juntando pedaços de textos de várias 
linguagens superpostas, que compõem um mosaico ou tela impressionista, e 
que se conectam com outra tela multimídico. Uma leitura em flash, uma leitura 
rápida que cria significações provisórias, dando uma interpretação rápida para o 
 
 
13 
 
todo, através dos interesses, percepções, do modo de sentir e relacionar-se de 
cada um. 
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídia é 
mais livre, menos rígida, com maior abertura, passa pelo sensorial, emocional e 
pelo racional; uma organização provisória que se modifica com facilidade. 
Convivemos com essas diferentes formas de processamento da informação e 
dependendo da bagagem cultural, da idade e dos objetivos, predominará o 
processamento sequencial, o hipertextual ou o multimídico. 
Atualmente perante a rapidez que temos que enfrentar situações 
diferentes e cada vez mais utilizamos o processo multimídico. A televisão utiliza 
uma narrativa com várias linguagens superpostas, atraentes, rápidas, porém, 
traz consequências para a capacidade de compreender temas mais abstratos. 
Em síntese, as formas de informação multimídia ou hipertextual são mais 
difundidas. As crianças, os jovens sintonizados com esta forma de informação 
quando lidam com textos, fazem-no de forma mais fácil com o texto conectado 
através de links, o hipertexto. 
O livro então se torna uma opção menos atraente. Não podemos, nos 
limitar em uma ou outra forma de lidar com a informação, devemos utilizar todas 
em diversos momentos. 
Há um tipo de conhecimento multimídico de respostas rápidas que é 
importante. É preciso saber selecionar para encontrar conexões, causas e 
efeitos, tudo é fluido e válido, tudo tem sua importância e em pouco tempo perde 
o valor anterior. 
É uma atitude que se manifesta no navegar na Internet, ao deixar-se ficar 
diante da televisão, numa salada de dados, informações e enfoques. As pessoas 
não permanecem passivas, elas interagem de alguma forma, mas muitos não 
estão preparados para receber tal variedade de dados e adotam a última moda 
na mídia ou na roupa, que efêmeros, são facilmente esquecidos e/ou 
substituídos. 
Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. É bom, mas 
muitos não partem do sensorial para voos mais ricos, mais abertos, inovadores. 
 
 
14 
 
Muitos dados e informações não significam necessariamente mais e melhor 
conhecimento. O conhecimento torna-se produtivo se o integrarmos em uma 
visão ética pessoal, transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir 
melhor. 
 
CAMINHOS QUE FACILITAM A APRENDIZAGEM 
 
http://static.hsw.com.br 
 
Podemos extrair alguma informação ou experiência de tudo, de qualquer 
situação, leitura ou pessoa, que nos possa ajudar a ampliar o nosso 
conhecimento, para confirmar o que já sabemos ou rejeitar determinadas 
opiniões. 
Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação 
significativa, escolher as verdadeiramente importantes, a compreendê-las de 
forma cada vez mais abrangente e profunda. 
Aprendemos melhor, quando vivenciamos, experimentamos, sentimos, 
descobrindo novos significados, antes despercebidos. Aprendemos mais, 
 
 
15 
 
quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a 
conceituação, entre a teoria e a prática: quando uma completa a outra. 
Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o 
emocional, o ético, o pessoal e o social. 
Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo. Aprendemos 
pelo interesse, pela necessidade. 
Aprendemos quando percebemos o objetivo, a utilidade de algo, que nos 
traz vantagens perceptíveis. 
Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização de processos, 
pela repetição. Aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos os fatores: 
temos interesse, motivação clara, desenvolvemos hábitos que facilitam o 
processo de aprendizagem e sentimos prazer no que estudamos. 
Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa vida em 
um processo constante, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem. 
 
Conhecimento pela comunicação e pela interiorização. 
 
A informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar, 
integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer a aprofundar 
os níveis de descoberta, é conseguir chegar ao nível de sabedoria, da integração 
total. 
O conhecimento se dá no processo rico de interação externo e interno. 
Conseguimos compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os 
processos de interação e de interiorização. 
Pela interação, entramos em contato com tudo o que nos rodeia, 
captamos as mensagens,mas a compreensão só se completa com a 
interiorização, com o processo de síntese pessoal de reelaboração de tudo que 
captamos pela interação. 
Os meios de comunicação puxam-nos em direção ao externo. Hoje há 
mais pessoas voltadas para fora do que para dentro de si, mais repetidoras do 
 
 
16 
 
que criadoras; se equilibrarmos o interagir e o interiorizar conseguiremos 
avançar mais e compreender melhor o que nos rodeia, o que somos. 
Os processos de conhecimento dependem do social, do ambiente onde 
vivemos. O conhecimento depende significativamente de como cada um 
processa as suas experiências, quando crianças, principalmente no campo 
emocional. 
As interferências emocionais, os roteiros aprendidos na infância, levam as 
formas de aprender automatizadas. Um deles é o da passagem da experiência 
particular para a geral, chamado generalização. Com a repetição de situações 
semelhante à tendência do cérebro é a de acreditar que elas acontecerão 
sempre do mesmo modo, e isso torna-se algo geral, padrão. 
Com a generalização, facilitamos a compreensão rápida, mas podemos 
deturpar ou simplificar a nossa percepção do objetivo focalizado. 
Esses processos de generalização levam a mudanças, distorções, a 
alterações na percepção da realidade. 
Se nossos processos de percepção estão distorcidos, podem nos levar 
desde pequenos a enxergar-nos de forma negativa. Um dos eixos de mudança 
na educação seria um processo de comunicação autêntica e aberta entre 
professores e alunos, comunidade, incluindo os funcionários e os pais. Só 
aprendemos dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, 
vivencial. Autoritarismo não vale a pena, pois os alunos não aprendem a ser 
cidadãos. 
As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se 
em ambientes de mais confiabilidade, de cooperação, de autenticidade. 
 
 
Podemos modificar a forma de ensinar. 
 
 
17 
 
 
http://2.bp.blogspot.com 
 
Cada organização através de seus administradores precisa encontrar sua 
forma de ensinar, criando um projeto inovador. 
Para encaminhar nossas dificuldades em ensinar poderiam ser estas 
algumas pistas: 
 
* Equilibrar o planejamento institucional e o pessoal nas organizações 
educacionais; 
* Integrar em planejamento flexível com criatividade sinérgica; 
* Realizar um equilíbrio entre flexibilidade, que está ligada ao conceito de 
liberdade, criatividade e a organização; 
* Avançar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando 
conexões com o cotidiano, com o inesperado; 
* Equilibrar: planejamento e criatividade; 
* Aceitar os imprevistos, gerenciar o que podemos prever e a incorporar o 
novo; 
* Criatividade que envolve sinergia, valorizando as contribuições de cada 
um. 
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade, espaço-
temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixo, mais pesquisas. 
 
 
18 
 
Uma das dificuldades da aprendizagem é conciliar a extensão das 
informações, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua 
compreensão. 
O papel principal do professor é ensinar o aluno a interpretar os dados, a 
relacioná-los, a contextualizá-los. Aprender depende também do aluno de que 
ele esteja maduro para entender a informação. 
É importante não começar pelos problemas, erros, pelo negativo, pelos 
limites, mas sim pela educação positiva, pelo incentivo, pela esperança. 
 
O DOCENTE COMO ORIENTADOR/ MEDIADOR DA 
APRENDIZAGEM 
 
O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a pesquisa com 
a prática e ensina a partir do que aprende. O seu papel é fundamentalmente o 
de um orientador/ mediador: 
 
* Orientador/mediador/intelectual: informa, ajuda a escolher as informações 
mais importantes, fazendo os alunos compreendê-las e adaptá-las aos 
seus conceitos pessoais. Ajuda a ampliar a compreensão de tudo. 
* Orientador/ mediador/ emocional: motiva, incentiva, estimula. 
* Orientador/ mediador gerencial e comunicacional: organizam grupos, 
atividades de pesquisas, ritmos, interações. Organiza o processo de 
avaliação, é a ponte principal entre as instituições, os alunos e os demais 
grupos envolvidos da comunidade. Ajuda a desenvolver todas as formas 
de expressão, de interação de sinergia, de troca de linguagem, conteúdos 
e tecnologias. 
* Orientador ético: ensina a assumir, vivenciar valores construtivos, 
individuais e socialmente vai organizando continuamente seu quadro 
referencial de valores, ideias, atitudes, tendo alguns eixos fundamentais 
comuns como a liberdade, a cooperação, a integração pessoal. 
 
 
 
19 
 
Alguns princípios metodológicos norteadores: 
 
* Integrar tecnologia, metodologias e atividades. 
* Integrar textos escritos, comunicação oral, hipertextual, multimídia. 
* Aproximação da mídia e das atividades para que haja um fácil trânsito de 
um meio ao outro. 
* Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola. 
* Variação no modo de dar aulas e no processo de avaliação. 
* Planejar e improvisar, ajustar-se às circunstâncias, ao novo. 
* Valorizar a presença e a comunicação virtual, 
* Equilibrar a presença e a distância. 
 
 
INTEGRAR AS TECNOLOGIAS DE FORMA 
INOVADORA 
 
É importante na aprendizagem integrar todas as tecnologias: as 
telemáticas, as audiovisuais, lúdicas, as textuais, musicais. 
Passamos muito rapidamente do livro, para a televisão e o vídeo e destes 
para a Internet sem saber explorar todas as possibilidades de cada meio. O 
docente deve encontrar a forma mais adequada de integrar as várias tecnologias 
e os procedimentos metodológicos. 
 
 
 
Integrar os meios de comunicação na escola 
 
 
 
20 
 
 
 http://content-portal.istoe.com.br 
 
Antes de chegar à escola a criança passa por processos de educação 
importantes como o familiar e o da mídia eletrônica e neste ambiente vai 
desenvolvendo suas conexões cerebrais, roteiros mentais, emocionais e 
linguagem. 
A criança aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo e a si 
mesma. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa e sedutora, mesmo 
durante o período escolar, a mídia mostra o mundo de outra forma, mais fácil, 
agradável. A mídia continua educando como contraposto à educação 
convencional, educa enquanto entretém. 
Os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas de 
comunicação e opera imediatamente com o sensível, o concreto, a imagem em 
movimento. O olho nunca consegue captar toda a informação, então o essencial, 
o suficiente é escolhido para dar sentido ao caos e organizar a multiplicidade de 
sensações e dados. 
A organização da narrativa televisiva baseia-se numa lógica mais intuitiva, 
mais conectiva, portanto não é uma lógica convencional, de causa-efeito. 
A televisão estabelece uma conexão aparentemente lógica entre mostrar 
e demonstrar: “se uma imagem impressiona então é verdadeira”. Também é 
muito comum à lógica de generalizar a partir de uma situação concreta, do 
 
 
21 
 
individual, tendemos ao geral. Ex: dois escândalos na família real inglesa e se 
tira conclusões sobre a ética da realeza como um todo. Uma situação isolada 
converte-se em uma situação padrão. 
 
 Integrar a televisão e o vídeo na educação escolar 
 
http://www.reompa.com.br 
 
Vídeo para o aluno significa descanso e não aula. Essa expectativa deve 
ser aproveitada para atrair o aluno. A televisão e o vídeo partem do concreto, do 
visível, daquilo que toca todos os sentidos. 
Televisão e vídeo exploram também o ver, o visualizar, ter diante de nós 
as pessoas, os cenários, cores, relações espaciais, imagens estáticas e 
dinâmicas, câmaras fixas ou em movimento, personagens quietos ou não. 
A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam, 
enquanto o narrador costura as cenas, dentro da norma culta, orientando a 
significação do conjunto. A música e osefeitos sonoros servem como evocação 
de situações passadas próximas às personagens do presente e cria 
expectativas. 
 
 
22 
 
A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as linguagens se interagem 
não são separadas. As linguagens da T.V. e do vídeo respondem à sensibilidade 
dos jovens e de adultos. Dirigem-se mais à afetividade do que a razão. O jovem 
vê para compreender a linguagem audiovisual, desenvolve atitudes perceptivas 
como a imaginação enquanto a linguagem escrita desenvolve mais a 
organização, a abstração e a análise lógica. 
 
Propostas de utilização da televisão e do vídeo na educação escolar 
* Começar com os vídeos mais simples, próximos a sensibilidade dos alunos 
e depois partir para exibição de vídeos mais elaborados. 
* Vídeo como sensibilização: Um bom vídeo é interessante para introduzir 
um novo assunto, despertando e motivando novos temas. 
* Para a sala de aula realidades distantes do aluno. 
* Vídeo como simulação: É uma ilustração mais sofisticada, pois pode 
simular experiências de química que seriam perigosas em laboratórios. 
Pode mostrar o crescimento de uma planta, da semente até a maturidade. 
* Vídeo como conteúdo de ensino: Mostra o assunto de forma direta 
orientando e interpretando um tema de foram indireta, permitindo 
abordagens diversas deste tema. 
* Vídeo como produção: Registro de eventos, estudo do meio, experiências, 
entrevistas, depoimentos. 
* Vídeo como intervenção: Interferir, modificar um determinado programa, 
acrescentar uma nova trilha sonora ou introduzir novas cenas com novos 
significados. 
* Vídeos como expressão: Como nova forma de comunicação adaptada à 
sensibilidade das crianças e dos jovens. Produzem programas informativos 
feitos pelos próprios alunos. 
* Vídeo integrando o processo de avaliação: dos alunos e do professor. 
* Televisão/vídeo – espelho: Os alunos veem-se nas telas, discutindo seus 
gestos, cacoetes, para análise do grupo e dos papéis de cada um. Incentiva 
os mais retraídos e corrige os que falam muito. 
 
 
23 
 
 
Algumas dinâmicas de análise da televisão e do vídeo 
 
Análise em conjunto: O professor exibe as cenas principais e as comenta 
junto com os alunos. O professor não deve ser o primeiro a opinar e sim 
posicionar-se depois dos alunos. 
Análise globalizante: Depois da exibição do vídeo abordar os alunos a 
respeito das seguintes questões: 1- aspectos positivos do vídeo. 2-aspectos 
negativos. 3- ideias principais que foram abordadas. 4- o que eles mudariam no 
vídeo. Discutir essas questões em grupos, que são depois relatadas por escrito, 
o professor faz a síntese final. 
Leitura concentrada: Escolher depois uma ou duas cenas marcantes e 
revê-las mais vezes. Observar o que chamou a atenção. 
Análise funcional: Antes da exibição do vídeo escolar, alguns alunos para 
desenvolverem algumas funções, anotar palavras chaves, imagens mais 
significativas, mudanças acontecidas no vídeo, tudo será anotado no quadro e 
posteriormente comentado pelo professor. 
Análise da linguagem: Reconstrução da história, como é contada a 
história, que ideias foram passadas, quais as mensagens não questionadas, 
aceitas sem discussão, como foram apresentados à justiça, o trabalho, o amor, 
o mundo e como cada participante reagiu. 
Completar o vídeo: Pedir aos alunos apara modificarem alguma parte do 
vídeo, criar um novo material, adaptado à sua realidade. 
Vídeo produção: Fazer uma narrativa sobre um determinado assunto. 
Pesquisa em jornais, revistas, entrevistar pessoas e exibir em classe. 
Vídeo espelho: A câmara registra pessoas ou grupos e depois se observa 
e comenta-se o resultado. 
Vídeo dramatização: Usar a representação teatral, pelos alunos, 
expressar o que o vídeo mostrou. 
 
 
24 
 
Comparar versões: Observar os pontos de convergência e divergências 
do vídeo. Ótimo para aulas de literatura. Comparar o vídeo e a obra literária 
original. 
 
O COMPUTADOR E A INTERNET 
 
 
https://encrypted-tbn1.gstatic.com 
 
O computador permite cada vez mais pesquisar, simular situações, testar 
conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugar e ideias. Com a 
Internet pode-se modificar mais facilmente a forma de ensinar e aprender. 
Procurar estabelecer uma relação de empatia com os alunos, procurando 
conhecer seus interesses, formação e perspectivas para o futuro. É importante 
para o sucesso pedagógico a forma de relacionamento professor/aluno. 
Descobrir as competências dos alunos motivá-los para aprender, para 
participar de aula-pesquisa e para a tecnologia que será usada entre elas a 
Internet. 
O professor pode criar uma página pessoal na Internet, um lugar de 
referência para cada matéria e para cada aluno. Orientar os alunos para que 
estes criem suas páginas e participem de pesquisas em grupo, discutam 
assuntos em chats. O papel do professor amplia-se – do informador transforma-
se em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação 
dentro e fora da sala de aula. 
 
Lista eletrônica/ Fórum 
 
 
25 
 
Incentivar os alunos a aprender navegar na Internet e que todos tenham 
seu endereço eletrônico (e-mail), e com isso criar uma lista interna de cada turma 
que irá ajudar a criar uma conexão virtual entre eles. 
Aulas – pesquisa 
Transformar uma parte das aulas em processos contínuo de informação, 
comunicação e pesquisa, equilibrando o conhecimento individual e o grupal, 
entre o professor- coordenador- facilitador e os alunos, participantes ativos. 
Trabalhar os temas do curso coletivamente, mas pesquisando mais 
individualmente ou em pequenos grupos os temas secundários. Os grandes 
temas são coordenados pelo professor e pesquisados pelos alunos. Assim o 
papel do aluno não é de executar atividades, mas o de co-pesquisador 
responsável pelo resultado final do trabalho. 
O professor coordena a escolha de temas ou questões mais específicas, 
procura ajudar a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a 
descobrir novos significados das informações. 
Construção cooperativa 
A Internet favorece a construção cooperativa, ou seja, o trabalho conjunto 
de professor e alunos. 
Um modo interessante de cooperativismo é criar uma página dos alunos, 
um espaço virtual de referência, aonde vai sendo colocado o que acontece de 
mais importante no curso. Pode ser um site provisório ou um conjunto de sites 
individuais. 
É importante combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula, 
conhecer-nos motivar-nos, reencontrar-nos com o que podemos fazer a 
distância, comunicar-nos, quando necessário e acessar os materiais construídos 
em conjunto na homepage. 
O espaço de trocas de conhecimento transita da sala de aula para o 
virtual. 
 
Preparar os professores para a utilização do computador e da 
Internet 
 
 
26 
 
 
Tanto o professor como o aluno têm que estar atentos às novas 
tecnologias, principalmente à Internet. Para tanto é necessário que haja salas de 
aula conectadas e adequadas para pesquisa, laboratórios bem equipados. 
Facilitar o acesso de alunos e da escola aos meios de informática, diminuir a 
distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso à 
informação. 
Ajudar na familiarização com o computador e no navegar na Internet, na 
utilização pedagógica da Internet e dos programas multimídia. Ensiná-los a fazer 
pesquisa interagindo com o mundo. 
 
Questões que a Internet coloca aos professores 
 
Utilizar a Internet para ensinar exige muita atenção dos professores. Não 
se deter diante de tantas possibilidades de informação, saber selecionar as mais 
importantes. Uma página bem apresentada, atraente dever ser imediatamente 
selecionada e pesquisada. A Internet facilita a motivação dos alunos, pela 
novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. 
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental e a 
adaptação a ritmos diferentes:A intuição porque as informações vão sendo 
descobertas por acerto e erro. Desenvolve a flexibilidade, porque as maiores 
parte das sequências são imprevisíveis, abertas. 
Na Internet também desenvolvemos novas formas de comunicação 
principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, 
multilinguística; todos se esforçam para escrever bem. A comunicação afetiva, a 
criação de amigos em diferentes países é um outro grande resultado, individual 
e coletivo, dos projetos. 
 
 
 
Alguns problemas no uso da Internet na educação 
 
 
27 
 
 
Os dados e informações são muitos, e, portanto gera uma certa confusão 
entre informação e conhecimento. 
Na informação os dados organizam-se dentro de uma lógica, de uma 
estrutura determinada. 
Conhecimento é integrar a informação no nosso referencial tornando-a 
significativa para nós. Alguns alunos estão acostumados a receber tudo pronto 
do professor e, portanto não aceitam esta mudança na forma de ensinar. 
Também há os professores que não aceitam o ensino multimídia, porque 
parece um modo de ficar brincando de aula... 
Na navegação muitos alunos se perdem pelas inúmeras possibilidades de 
navegação e acabam se dispersando. Deve-se orientá-los a selecionar, 
comparar, sintetizar o que é mais relevante, possibilitando um aprofundamento 
maior e um conhecimento significativo. 
 
Mudanças no ensino presencial com tecnologia 
 
 
http://www.astroletiva.com.br 
 
Muitos alunos já começam a utilizar o notebook para pesquisa, para 
solução de problemas. O professor também acompanha esta mudança 
 
 
28 
 
motivando os alunos através dos avanços tecnológicos. Teremos com esta 
atitude mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; ex: as 
bibliotecas transformam-se em espaços de integração de mídias e banco de 
dados. 
Com isto haverá mais participação no processo de comunicação, 
tornando a relação professor/aluno mais aberta e interativa, mais integração 
entre sociedade e a escola, entre aprendizagem e a vida. 
 
Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula? 
 
Aprendemos e ensinamos com programas que apresentam o melhor da 
educação presencial com as novas formas virtuais; porém há momentos que 
precisamos encontrar-nos fisicamente, em geral no começo e no final de um 
assunto ou curso. 
 
Equilibrar o presencial e o virtual 
 
http://enquantoisso.com 
 
 
 
 
29 
 
Dificuldades no ensino presencial não serão resolvidos com o virtual. Unir 
os dois modos de comunicação o presencial e o virtual e valorizando o melhor 
de cada um é a solução. 
As atividades que fazemos no presencial como comunidades, criação de 
grupos afins. Definir objetivos, conteúdos, formas de pesquisas e outras 
informações iniciais. A comunicação virtual permite interações espaço-
temporais mais livres, adaptação a ritmos diferentes dos alunos novos contatos 
com pessoas semelhantes, mas distantes, maior liberdade de expressão à 
distância. 
Com o processo virtual o conceito de curso, de aula também muda. As 
crianças têm mais necessidade do contato físico para ajudar na socialização, 
mas nos cursos médios e superiores, o virtual superará o presencial. Menos 
salas de aulas e mais salas ambientes, de pesquisa, de encontro, 
interconectadas. 
 
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
http://enquantoisso.com 
 
Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual, 
adaptações do ensino presencial. Começamos a passar dos modelos individuais 
 
 
30 
 
para os grupais. A educação a distância mudará de concepção, de individualista 
para mais grupal, de isolada para participação em grupos. Educação a distância 
poderá ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e habilidades 
pessoais com a participação em grupos-presenciais e virtuais. 
 
Alguns caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador 
 
Na sociedade informatizada, estamos aprendendo a conhecer a 
comunicar-nos, ensinar, reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a 
integrar o indivíduo, o grupal e o social. É importante chegar ao aluno por todos 
os caminhos possíveis, experiência, imagem, som, dramatizações, simulações. 
Partir de onde o aluno está e ajudá-lo a ir do concreto ao abstrato, do 
vivencial para o intelectual. Tanto nos cursos convencionais como nos cursos à 
distância teremos que aprender a lidar com a informação e o conhecimento de 
formas novas, através de muitas pesquisas e comunicação constante. 
Ensinar não é só falar, mas se comunicar, com credibilidade, falando de 
algo que conhecemos e vivenciamos e que contribua para que todos avancemos 
no grau de compreensão do que existe. As principais reações que o bom 
professor/ educador desperta no aluno são: confiança, credibilidade e 
entusiasmo. 
Necessitamos de pessoas livres nas empresas e nas escolas que 
modifiquem as estruturas arcaicas e autoritárias existentes. Se somos pessoas 
abertas iremos utilizar as tecnologias para comunicar e interagir mais e melhor. 
Se formos pessoas fechadas, desconfiadas, as tecnologias serão usadas 
de forma defensiva. O poder de interação não está nas tecnologias, mas em 
nossas mentes. Ensinar com as novas tecnologias será válido se mudarmos os 
paradigmas convencionais do ensino que mantém a distância de professores 
entre alunos. 
Caso contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade sem mexer 
no essencial. 
 
 
 
31 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Portal de Ajudas Técnicas. Disponível em 
http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&Ite
mid=193 SEESP/MEC 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Nova tecnologia torna livro acessível para 
alunos cegos. Brasília, DF: MEC, 23 junho 2009. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=/index.
php?option=com_content&view=article&id=13782. Acesso em 10 ago. 2009. 
 
BRASIL. Salas de Recursos Multifuncionais: Espaço para Atendimento 
Educacional Especializado. Brasília: MEC SEESP, 2006. Disponível em 
http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&Ite
mid=193 
 
COOK, A.M. & HUSSEY, S. M. (1995) Assistive Technologies: Principles and 
Practices. St. Louis, Missouri. Mosby - Year Book, Inc. CORDE, Comitê de 
Ajudas Técnicas, Portaria que institui o Comitê. Disponível em 
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/comite_at.asp 
 
CORDE, Comitê de Ajudas Técnicas, ATA V. Disponível em 
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/comite_at.asp 
 
CORDE, Comitê de Ajudas Técnicas, ATA VII. Disponível em 
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/comite_at.asp 
 
DECRETO Nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 - DOU de 03/122004. 
Http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.ht 
http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&Itemid=193
http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=content&task=view&id=64&Itemid=193
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
ARTIGOS PARA REFLEXÃO 
 
 
DISPONÍVEL EM: http://www.pmf.sc.gov.br 
AUTORES: Gessyca Moreira Campos Sales1 
 Adriana Sartório Ricco2 
DATA DE ACESSO: 09/05/2016 
 
 
 
 
 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: 
O AUXÍLIO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E MÍDIAS 
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 
 
Gessyca Moreira Campos Sales1 
Adriana Sartório Ricco2 
 
Resumo 
 
Como inserir no ensino fundamental a educação ambiental, utilizando a mídia e os meios de 
comunicação como ferramentas didáticas? Seria possível utilizar recursos tecnológicos que fazem 
parte do nosso cotidiano como a televisão, internet, jornais, revistas, oficinas de vídeo, fotografia 
e cinema para educar as crianças de hoje a preservarem o meio ambiente? É de extrema 
importância que a educação ambiental seja inserida nas práticas pedagógicas das escolas, uma 
vez que a nossa saúde, e das gerações futuras, dependem da qualidade do meio em que vivemos.Este estudo tem por objetivo demonstrar a possibilidade da utilização dos meios de comunicação 
na educação ambiental. Como metodologia, trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, 
utilizando-se em seu delineamento fontes bibliográficas e documentais. O resultado é a 
constatação da necessidade da educação ambiental nas escolas, utilizando como prática 
pedagógica os meios de comunicação e mídias. 
 
http://www.pmf.sc.gov.br/
 
 
33 
 
Palavras-chave: Educação Ambiental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental. 
Meios de Comunicação. 
 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
Grandes são os desafios enfrentados quando se procura direcionar as ações para 
a melhoria das condições de vida no mundo. Um deles refere-se à mudança de 
atitudes na interação com o patrimônio básico para a vida humana: o meio 
ambiente. 
 
A solução dos problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais urgente 
para garantir o futuro da humanidade e depende da relação que se estabelece 
entre sociedade/natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual. 
 
A educação tem um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e das 
sociedades. Neste contexto, vê-se a importância de incluir o tema transversal 
Meio Ambiente contido nos Parâmetros Curriculares Nacionais, permeando toda 
a prática educacional. 
 
Uma das formas é utilizando as mídias e os meios de comunicação como 
ferramentas pedagógicas. Como escreve Vandeverde (apud PERAYA, 1997) 
“Ensinar tem um sentido muito próximo de comunicar”. Inserindo novas formas 
de aprendizado às atividades pedagógicas, fará com que os alunos, mais do que 
memorizar conteúdos, aprendam a aprender. 
 
Este trabalho justifica-se pela necessidade de conscientização dos indivíduos para 
um problema que prejudicará a nossa saúde e a das gerações futuras: a 
destruição do meio ambiente. A base da formação dos seres humanos é a escola. 
Utilizando as tecnologias como práticas pedagógicas na educação ambiental, fará 
com que o aluno se interesse mais pelo conteúdo e o coloque em prática. 
 
Sendo assim, este trabalho apresenta como questão problematizadora: Como 
inserir a educação ambiental no ensino fundamental utilizando nas práticas 
pedagógicas os meios de comunicação e as diferentes mídias? E como objetivo, 
mostrar o quanto é importante educar as crianças do ensino fundamental a 
preservarem o meio ambiente, analisar a utilização dos meios de comunicação e 
mídias, observando como as crianças reagirão a essa prática pedagógica 
midiática. 
 
Esta pesquisa poderá trazer como contribuições formas pelas quais a mídia e os 
meios de comunicação podem auxiliar na educação, pois a tecnologia incentiva 
a escola a ser o que sempre objetivou: crítica, fazendo do aluno não um vaso 
 
 
34 
 
recipiente de conhecimentos prontos (passivo), mas um ser ativo, um sujeito da 
história. 
 
 
2-COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO: UM MESMO PROPÓSITO 
 
Vivemos em um mundo globalizado, que constantemente sofre mudanças em 
vários aspectos: tecnológicos, filosóficos, religiosos, políticos, culturais, 
econômicos, entre outros. No aspecto tecnológico, essas mudanças têm 
provocado alterações na realidade social, o que exige reformas no processo 
educacional. 
 
Estamos acostumados a pensar em comunicação e educação como dois campos 
distintos do conhecimento. Apesar disso, ambos lidam com a interação entre as 
pessoas. Isso mostra que unindo comunicação e educação, fará com que os 
limites entre informação e conhecimento diminuam. 
 
A sociedade contemporânea vem sendo marcada pelos meios de comunicação, 
onde eles, a cada dia, ganham espaço na vida das pessoas, seja em seu cotidiano 
e ou em suas relações sociais. As escolas se veem diante do desafio de inserir as 
mídias e os meios de comunicação nas práticas pedagógicas. Essa inserção, 
segundo Silva Filho (apud SOUZA et al, 2006, p.7), 
 
É a ideia principal no que respeita às tecnologias de informação e comunicação. 
Por um lado, estas tecnologias devem estar plenamente integradas nas 
instituições educativas, dispondo alunos, docentes e professores de condições de 
acesso facilitado e de frequentes oportunidades de formação. Por outro lado, as 
TICs³devem estar plenamente integradas na atividade de ensino-aprendizagem, 
tanto ao nível dos saberes disciplinares como dos transdisciplinares. 
 
 
Para que isso ocorra, a escola precisa repensar a sua relação com os meios de 
comunicação deixando de lado seu paradigma conservador que ignora ou os 
considera como inimigos, voltando-se assim, para a contemporaneidade. 
 
Isso também diz respeito aos professores, que parecem não acompanhar 
positivamente essas mudanças. Eles se mostram resistentes à cultura da mídia, 
muitas vezes por medo de perderem seus postos para as novas tecnologias ou 
por falta de formação, ocasionando o contínuo uso do giz, do quadro-negro e 
dos livros. 
 
Implantar nas escolas as novas tecnologias e formar professores capazes de fazer 
um bom uso das tecnologias e prepará-los para assumirem um novo papel na 
sociedade do conhecimento, seria uma das soluções. O professor tem o papel 
importante de ajudar seus alunos a compreenderem melhor os meios de 
 
 
35 
 
comunicação como objeto de análise, o que formará leitores críticos. O professor 
ainda, como coloca Demo (apud SOUZA et al, 2006), “assume o papel de 
orientador basicamente, ocorrendo nisso mudança fundamental de prática 
pedagógica: em vez de receptor, instrutor, treinador, o professor assume a 
postura socrática de orientação instigante”. 
 
Com isso, os professores poderão se aproximar do universo dos alunos que estão 
cada dia mais dedicando suas horas aos novos recursos tecnológicos, se 
interessando mais pelas imagens e mensagens do que pelas atividades propostas 
em sala de aula. Sobre essas transformações, Moraes (2005, p.298) relata: 
 
É cada vez mais precoce a idade em que as crianças começam a interagir com 
computadores ou jogos eletrônicos, é muito comum residências em que os 
aparelhos de televisão, de videocassete e de som são operados por elas [...]. 
Essas crianças, ao chegarem à escola, muitas vezes encontram nas salas de aula 
um cenário no qual são oprimidas durante horas, estando claramente definidos 
quem é o ator e quem são os agentes passivos daquela atividade, em que a única 
cor na cena é a do giz na lousa. 
 
Utilizando os meios de comunicação como ferramentas pedagógicas na 
complementaridade do ensino, a escola dará ao aluno a oportunidade de se 
expressar de forma mais viva e completa. Com isso, as escolas concentrarão a 
atenção dos alunos o que estimulará, entre outras coisas, o senso crítico e o 
raciocínio. Deve haver disposição docente para despertar não só o fascínio pelos 
meios de comunicação, mas também uma racionalidade crítica. 
 
A escola precisa estar sempre atenta aos seus alunos e renovar seu processo 
pedagógico, trazendo para o campo educacional a criatividade. Segundo Roldão 
(apud SCHENKEL4) a meta última da educação é recolocar a dimensão racional 
e a dimensão imaginativa, ambas, como elementos centrais, integradores de um 
processo global de construção de conhecimento que faça de cada indivíduo uma 
pessoa mais bem equipada para compreender a realidade. 
 
 
3-A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OS PCN’S 
 
Nos últimos séculos, verificou-se que com o crescimento da população, o homem 
passou a interferir na natureza para satisfazer seus anseios e necessidades, 
surgindo conflitos e tensões no uso do espaço e dos recursos. Com a 
industrialização, aumentou o fluxo da poluição, o uso de agrotóxicos, entre 
outros. 
 
Grandes são os desafios enfrentados quando se procura direcionar as ações para 
a melhoria das condições de vida no mundo, um deles referindo-se a mudança 
 
 
36 
 
de atitude na interação com o patrimônio básico para a vida humana: o meio 
ambiente. 
 
A solução para os problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais 
urgente para garantir o futuro da humanidade dependendo das nossas ações, 
dos gestos e dasdecisões que cada um de nós e, principalmente das gerações 
futuras, tomamos. 
 
Nesse contexto, verifica-se a importância de se educar para tentar salvar o que 
ainda nos resta. É o que afirma Taglieber (2004, p.14): 
 
Na atualidade, frente à problemática ambiental, a compreensão das limitações 
dos ecossistemas do Planeta, a educação geral passa necessariamente pelo foco 
da dimensão ambiental, isto é, para sobrevivência da humanidade é necessário 
que cada coletividade tome consciência desses limites e comece a valorizar, 
preservar, conservar e proteger seu meio ambiente. A educação precisa enfocar 
aspectos específicos da época e das necessidades expressas pela coletividade 
atual. 
 
A educação tem um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e das 
sociedades, principalmente neste século onde é necessário construir uma escola 
formadora de cidadãos. 
 
Os avanços tecnológicos exigem profissionais da educação cada vez mais 
qualificados. Com o intuito de ampliar e aprofundar um debate educacional que 
envolva escolas, pais, governos e sociedade, dando origem a uma transformação 
positiva no sistema educativo brasileiro, o Ministério da Educação e do Desporto 
e a Secretaria de Educação Fundamental, entregaram aos professores os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), que foram elaborados procurando, de 
um lado respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país e, 
de outro, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao 
processo educativo em todas as regiões brasileiras, pretendendo-se com isso, 
criar condições nas escolas que permitam aos nossos jovens ter acesso ao 
conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como 
necessários ao exercício da cidadania, entre eles o meio ambiente. 
 
Neste documento a questão ambiental se insere como tema transversal que 
corresponde a questões urgentes, importantes e presentes na vida cotidiana. 
Segundo Guerra 5 : 
Os Temas Transversais, abordados pelos PCN trazem a inclusão de um núcleo de 
conteúdos ou temas reunidos sob a denominação geral de “Convívio Social e 
Ética”, em que a Ética, a Pluralidade Cultural, o Meio Ambiente, a Saúde e a 
Orientação Sexual devem passar a serem trabalhados nas escolas 
transversalmente aos conteúdos tradicionais. Com a inclusão desses temas na 
estrutura curricular das escolas brasileiras de ensino fundamental e médio, 
 
 
37 
 
conforme previsto no documento elaborado pela equipe do MEC, pretende-se o 
resgate da dignidade da pessoa humana, a igualdade de direitos, a participação 
ativa na sociedade e a co-responsabilidade pela vida social. 
 
 Através da educação, poderemos formar cidadãos comprometidos com a 
preservação, a conservação e a sustentabilidade do meio ambiente. Educação e 
ação devem estar lado a lado nesta luta contra a destruição do planeta, 
garantindo assim, melhor qualidade de vida para nós e, principalmente, para as 
gerações futuras. 
 
 
4-O USO DE DIFERENTES MÍDIAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
Na sociedade atual onde a maior preocupação tem sido a preservação do meio 
ambiente e onde o avanço tecnológico tem feito parte da vida das pessoas, um 
grande desafio é tentar utilizar na educação ambiental, os meios de comunicação 
e mídias como práticas pedagógicas. 
 
Sabemos que para formar cidadãos críticos, devemos desde cedo educá-los, 
confirmando assim a importância desse processo ser desenvolvido com crianças 
do ensino fundamental. 
 
Para educar, o professor precisa desenvolver a capacidade pedagógica de 
exercitar a reflexão sobre um tema (aqui focando o meio ambiente) com seus 
alunos. Educar utilizando os meios de comunicação e mídias, dará condição ao 
aluno de agir e não somente refletir sobre o problema. Algo possível de união 
entre educação e mídias é o diálogo, afirma Taglieber (2004, p.17): 
 
A disposição para dialogar é um fator importante para comunicação. O educador 
ambiental é um profissional de alta conectividade. As Tecnologias de Informação 
e de Comunicação (TICs) são ferramentas importantes para que esse dialogo 
pedagógico se aprofunde e se expanda. 
 
A informação é um dos primeiros passos que se deve dar na formação do 
conhecimento. E informação é o que encontramos nos meios de comunicação. 
Utilizando a rádio, o vídeo, a televisão, o jornal, a internet, o cinema, as revistas, 
a fotografia, entre outros, podemos enriquecer as atividades propostas em salas 
de aula, pois despertaremos a criatividade e o interesse dos alunos, que não 
temem as tecnologias. 
 
Segundo Huergo (apud SOUZA, 2005, p.99), “os meios de comunicação e as 
novas tecnologias produzem alfabetizações múltiplas, ou alfabetizações pós-
modernas, estruturando a percepção das pessoas no sentido de que existe uma 
incapacidade para adotar um único ponto de vista da realidade”. 
 
 
 
38 
 
Pode-se pedir aos alunos que formem grupos e façam um levantamento em 
revistas, programas de televisão, jornais, filmes, programas de rádio e sites da 
internet, sobre o tema meio ambiente. Na sala de aula, podem ser feitos debates. 
 
Com a união das pesquisas pode surgir um projeto de elaborar para a escola e 
para a comunidade, um jornal, um site e até mesmo um programa de rádio que 
aborde temas relacionados a preservação do meio ambiente, conscientizando 
assim não só eles, mas as pessoas à sua volta. 
 
Os alunos participando ativamente desses processos de conhecimento, se 
motivarão e se integrarão muito mais, retendo tudo o que aprenderam. Eles 
desenvolverão a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de 
resultados e a criatividade. Sobre este assunto, Moran6 (p. 24) relata: 
 
A escola precisa exercitar as novas linguagens, que sensibilizam e motivam os 
alunos, e também combinar pesquisas escritas com trabalhos de dramatização, 
de entrevista gravada, propondo formatos atuais como um programa de rádio, 
uma reportagem para um jornal, um vídeo, onde for possível. A motivação dos 
alunos aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam 
expressar em formato e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma 
pesquisa escrita, se o aluno puder utilizar o computador, adquire uma nova 
dimensão e, fundamentalmente, não muda a proposta inicial. 
 
Fica claro que utilizando os meios de comunicação e mídias na educação 
ambiental, sejam quais forem, estaremos trabalhando e desenvolvendo a 
criatividade e o interesse dos alunos, aumentando assim, o aprendizado. 
 
 
 
 
5- CONCLUSÃO 
 
 
Os meios de comunicação estão cada dia mais presentes na vida dos seres 
humanos. Nas escolas, eles se veem cada vez mais necessários e presentes. A 
educação começa a utilizar os meios de comunicação e mídias como práticas 
pedagógicas para formar cidadãos que aprendam a viver no mundo e não pelo 
mundo. 
 
Nesse intuito, esses meios se mostram aliados à prática da educação ambiental 
(tema de relevante importância neste século XXI). A intenção deste artigo foi 
propor as escolas e aos professores a valorização dos meios de comunicação e 
mídias na sala de aula como ferramenta de construção de realidades baseada em 
conteúdo de interesse dos alunos, estimulando a criatividade, o interesse, a 
opinião pessoal e a consciência crítica. 
 
 
39 
 
 
Recomenda-se que essas práticas sejam urgentemente adotadas, pois a nossa 
sobrevivência e das gerações futuras dependerá das nossas atitudes e a 
educação é uma arma poderosa na formação de cidadãos críticos e conscientes. 
Educação e ação, duas aliadas neste século. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1998. 
MORAES, C. V. O. De um mundo da escola parauma escola do mundo: reflexão 
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PERAYA, D. As formas de comunicação pedagógica “midiatizada”: o 
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conhecimento. Disponível em http://www.pmf.sc.gov.br/educa/dmc/ppp.pdf. 
Acesso em 17 mai.2007. 
 
 
 
 
 
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DISPONÍVEL EM: 
 
Revista Brasileira de Educação Especial 
Print version ISSN 1413-6538 
Rev. bras. educ. espec. vol.18 no.1 Marília Jan./Mar. 2012 
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382012000100006 
 
AUTORES: Aila Narene Dahwache Criado Rocha; Débora Deliberato. 
ACESSO EM: 09/05/2016 
 
 
Tecnologia assistida para a criança com paralisia 
cerebral na escola: identificação das necessidades 
 
 
RESUMO 
Os estudos sobre Tecnologia Assistida enfatizaram a necessidade de inserir recursos, 
serviços e estratégias na educação especial e inclusiva para colaborar com o processo 
de aprendizagem de alunos com deficiências. A literatura descreveu que a primeira 
etapa para a implementação da tecnologia assistida na escola deve permitir entender 
a situação que envolve o aluno a fim de ampliar a sua participação no processo de 
ensino e aprendizagem. Este estudo teve como objetivo identificar as necessidades 
de serviços, recursos e estratégias de tecnologia assistida para o aluno com paralisia 
cerebral na escola. Foram selecionadas duas crianças com paralisia cerebral e seus 
professores. A etapa da coleta de dados contou com três procedimentos sucessivos: 
entrevista com os professores, preenchimento do protocolo de identificação da rotina 
escolar e observação dos participantes em sala de aula realizada através de filmagens 
e diário de campo. A partir dos três procedimentos, foi proposta a triangulação de 
dados, ou seja, agrupamento das informações obtidas em um único documento para 
o estabelecimento das categorias de análises. Após elaboração do material, as 
categorias foram apreciadas por juízes da área. Os resultados demonstraram que 
após entender a situação do aluno com deficiência no contexto escolar foi possível 
estabelecer as suas habilidades e necessidades para indicar os recursos de Tecnologia 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-6538&lng=en&nrm=iso
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382012000100006
 
 
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Assistida adequados ao planejamento do professor e propiciar a aprendizagem da 
criança com deficiência. O estudo identificou a necessidade de estabelecer 
procedimentos específicos, um planejamento pedagógico organizado e a participação 
de profissionais da saúde para o uso da tecnologia assistida na escola. 
Palavras-chave: Educação Especial. Paralisia Cerebral. Tecnologia Assistida. 
Recursos. Educação infantil. 
 
 
1 Introdução 
Documentos internacionais e nacionais têm procurado definir a 
tecnologia assistida e garantir políticas públicas que favoreçam o seu 
uso. Na literatura internacional as definições de tecnologia assistida 
enfatizaram o uso de recursos, estratégias e serviços aplicados para 
atenuar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com 
deficiências e proporcionar ou ampliar suas habilidades e, 
consequentemente, promover independência, qualidade de vida e 
inclusão (KING, 1999; LAHM; SIZEMORE, 2002; JOHNSTON; EVANS, 
2005; JUDGE; FLOYD; JEFFS, 2008). 
No Brasil a tecnologia assistida é uma área de conhecimento 
relativamente nova e o termo ajudas técnicas aparece como sinônimo 
de tecnologia assistida. O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), em ata da 
reunião VII DE dezembro de 2007, aprovou a adoção do seguinte 
conceito de Tecnologia Assistida: 
Tecnologia Assistida é uma área do conhecimento, de característica 
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, 
estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a 
funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com 
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT, 
2007). 
As pesquisas enfatizaram a necessidade do envolvimento de 
profissionais especializados em diferentes áreas do conhecimento para 
o trabalho com pessoas com deficiência para atender as diferentes 
etapas dos serviços da tecnologia assistida: avaliação e identificação 
das habilidades e necessidades; prescrição e confecção dos recursos; 
acompanhamento, bem como perceber necessidades de modificações 
destes recursos durante a sua utilização. Para que essas etapas de 
serviços se efetivem é necessário desenvolver estratégias de 
 
 
42 
 
intervenção a fim de mediar o uso dos recursos de tecnologia assistida 
nos diferentes contextos (MANZINI; SANTOS 2002; PELOSI, 2009). 
A tecnologia assistida vem conquistando um espaço importante na 
educação especial no Brasil e nos últimos anos pode-se observar o 
aumento significativo de estudos sobre esta temática. Estes estudos 
enfatizaram o uso de tecnologia assistida na educação especial por 
meio de recursos, serviços e estratégias que colaboram com a 
acessibilidade, com o processo de aprendizagem e com o 
desenvolvimento das habilidades de alunos com deficiências (BARNES; 
TURNER, 2001; MANZINI; SANTOS, 2002; BERSCH, 2006; COPLEY; 
ZIVIANI, 2004; JUDGE, 2006; OKOLO; BOUCK, 2007; JUDGE; FLOYD; 
JEFFS, 2008; PELOSI 2008, 2009; GALVÃO FILHO, 2009). 
Os documentos nacionais que regem a educação no Brasil, também 
enfatizaram que na proposta da educação especial a tecnologia 
assistida tem a função de atender às especificidades dos alunos com 
necessidades educacionais especiais e os habilitar funcionalmente nas 
atividades escolares. Em relação à educação inclusiva a tecnologia 
assistida está inserida com o objetivo de conduzir à promoção da 
inclusão de todos os alunos na escola. Portanto, o espaço escolar deve 
ser estruturado como aquele que oferece os recursos, serviços e 
estratégias de tecnologia assistida (BRASIL, 2006, 2007). 
Também preocupados com a sistematização do uso da tecnologia 
assistida com alunos com deficiência no contexto escolar, Manzini e 
Santos (2002), descreveram as etapas para implementar a tecnologia 
assistida na escola: entender a situação, gerar ideias, escolher 
alternativas, representar a ideia, construir o objeto, avaliar e 
posteriormente acompanhar o uso do recurso de tecnologia assistida. 
Os mesmos autores ainda alertaram que durante a implementação da 
tecnologia assistida é necessário conhecer o usuário destes recursos, 
sua história, suas necessidades e desejos, bem como identificar quais 
são as necessidades reais considerando todo o seu contexto social e as 
possíveis barreiras que limitem a sua independência (PARETTE; 
BROTHERSON, 2004). 
Manzini e Santos (2002) descreveram que a primeira etapa para a 
implementação do recurso de tecnologia assistida na escola deve 
permitir ao profissional entender a situação que envolve o estudante, 
para isto é necessário escutar seus desejos, identificar as 
características físicas, psicomotoras e comunicativas, observar a 
dinâmica do estudante no ambiente escolar, reconhecer o contexto 
 
 
43 
 
social e também as necessidades da professora para ampliar a 
participação do aluno no processo de ensino e aprendizagem. 
O uso da tecnologia assistida na escola demanda não somente orecurso, mas também um serviço que ofereça estratégias para o seu 
uso. As estratégias devem ter início anteriormente a prescrição ou 
construção do recurso, ou seja, é necessário observar a dinâmica do 
estudante no ambiente escolar e reconhecer suas necessidades. Por 
meio das informações do aluno, dos profissionais da escola e do 
ambiente é possível estabelecer critérios para elaborar recursos com 
perspectivas funcionais que atendam às necessidades especificas do 
aluno com deficiência e consequentemente diminua as taxas de 
abandono dos recursos de tecnologia assistida. Neste contexto de 
discussão o objetivo deste estudo foi identificar as necessidades de 
serviços, recursos e estratégias de tecnologia assistida para o aluno 
com paralisia cerebral na escola. 
 
2 Material e método 
Este estudo faz parte de um projeto maior a respeito do processo de 
prescrição e confecção de recursos de tecnologia assistida para 
crianças com paralisia cerebral no contexto da Educação Infantil 
aprovado pelo Comitê de Ética, sob o protocolo nº. 2482/2008. 
Participaram deste estudo dois alunos com paralisia cerebral e seus 
professores. O participante A era do gênero masculino, com três anos 
de idade, com diagnóstico médico de paralisia cerebral com 
tetraparesia espástica e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. 
Segundo avaliação médica apresentava baixa visão secundária à lesão 
no sistema nervoso central, não sendo possível avaliar precisamente a 
sua visão residual. Em relação à comunicação iniciou a fala após 
intervenção por meio de recursos da comunicação alternativa e no 
momento da coleta de dados embora tivesse a possibilidade de utilizar 
a fala, a mesma estava restrita aos contextos de suas experiências 
pessoais. Frequentava classe especial para crianças com deficiência 
física em uma escola de educação infantil. A professora deste 
participante A tinha formação em pedagogia, com experiência de 23 
anos, cursou habilitação em deficiência física há 17 anos e atua em 
classe especial para deficientes físicos há 14 anos. 
O participante B era do gênero masculino, tinha 6 anos de idade, com 
diagnóstico médico de paralisia cerebral apresentando quadro 
discinético, com distonia generalizada e atraso no desenvolvimento 
 
 
44 
 
motor. Em relação à comunicação a criança apresentava discurso 
inteligível com vocalizações e emissões de algumas palavras. O aluno 
se comunica com o auxílio da comunicação alternativa se expressando 
através de pranchas de comunicação, gestos e olhar. Frequentava sala 
de aula comum em uma escola de educação infantil. A professora do 
participante B tinha formação em pedagogia e artes, com experiência 
de 16 anos, não cursou nenhum curso especifico para trabalhar com 
crianças com necessidades especiais, embora já atuasse com crianças 
com deficiência há cinco anos. 
As atividades vinculadas à coleta de dados foram realizadas no período 
de agosto de 2008 a julho de 2009, nas salas de aula da educação 
infantil dos participantes selecionados. 
A etapa da coleta de dados contou com três procedimentos sucessivos 
tendo instrumentos específicos em cada uma delas. 
O primeiro descreve os procedimentos bem como os instrumentos 
utilizados. 
O roteiro de entrevista semiestruturado foi elaborado e utilizado 
seguindo os cuidados estabelecidos pela literatura (MANZINI, 2004). 
Também foi elaborado um protocolo para registrar e identificar a rotina 
escolar do aluno na Educação Infantil, este instrumento teve como 
função registrar as diversas atividades que o aluno participava durante 
a semana na rotina escolar. O registro no protocolo foi feito pelo 
professor no decorrer da semana. 
Para finalizar os procedimentos de coleta de dados foram realizados 
quatro encontros ao longo de um mês para observação do aluno em 
sala de aula, os encontros ocorreram uma vez por semana durante o 
período escolar para conhecer a realidade vivenciada pelo participante 
do estudo no contexto escolar. 
Para análise das informações obtidas neste estudo foram utilizados 
quatro procedimentos: Transcrição dos dados da entrevista com o 
professor; 2. Agrupamento do conteúdo obtido através do Protocolo de 
Identificação de Rotina Escolar em um quadro de análise; 3. 
Transcrição dos dados obtidos por meio das filmagens e 4 - 
Organização das informações do diário de campo. 
Após as informações estarem organizadas, o material foi analisado 
seguindo a proposta de Preto (2009). A proposta de análise 
estabelecida pela autora prevê a triangulação de dados segundo 
Triviños (1992), ou seja, agrupamento das informações obtidas em um 
único documento. Seguindo a proposta da análise citada, as 
 
 
45 
 
informações obtidas na transcrição da entrevista, a organização dos 
dados do protocolo de rotina escolar, a transcrição dos dados da 
filmagem e organização das informações do diário de campo, as 
informações transformaram-se em um texto escrito único. 
Após estruturações do texto escrito foram estabelecidas categorias de 
análise segundo Bardin (2004), descritas no segundo a seguir: 
O material foi encaminhado aos juízes com experiência na área e foram 
obtidos os seguintes índices de concordância segundo Carvalho 
(1996): pesquisador com juiz A – 86,74%, pesquisador com juiz B – 
90,47% e juiz A com juiz B – 88,69%. 
 
3 Resultados e discussões 
Os resultados e discussões deste estudo serão apresentados seguindo 
as categorias identificadas durante a análise de conteúdo. 
3.1 Recursos 
Os recursos oferecidos às crianças com paralisia cerebral podem ser 
fundamentais não só para as questões da aprendizagem escolar, mas 
também para o seu desenvolvimento global. Em função das diversas 
alterações que o aluno com paralisia cerebral pode apresentar, como 
alterações sensoriais, perceptuais, motoras, linguagem e cognitivas, os 
materiais devem possuir características especificas e serem atraentes 
para possibilita um uso funcional (BESIO, 2002; ARAUJO; MANZINI, 
2001; MANZINI, 2005). O recurso adequado às especificidades dos 
alunos com paralisia cerebral é fundamental para sua participação 
efetiva na atividade proposta, sendo de responsabilidade da escola 
oferecer ao aluno com necessidades educacionais especiais os recursos 
adequados (BRASIL, 2006, 2007). 
Entre os recursos mais utilizados na escola pelas professoras foram 
citados no Protocolo de Identificação da Rotina Escolar os seguintes 
objetos: 
Participante A 
Bolas, carrinhos e bonecas, CDs de música, baldinhos e pazinhas para 
areia, DVDs infantis 
Participante B 
 
 
46 
 
Baldinhos, pazinhas, peneiras, escorregador, gira, gira, ponte, balanço, 
gangorra, gaiola, papel bobina, caderno de linha, lápis, estojo, lousa, 
giz, apagador, texto digitado, tesoura, cola, bola, corda, livros, 
folhetos, aparelho de som, CDs, caderno de música, DVDs, fitas de 
vídeo, livros, fantoches, álbum seriado, carrinhos, bonecas, papeis 
diversos, lápis de cor, giz de cera, sucatas, bambolê e bastões. 
Entre as atividades realizadas em sala de aula foi observado que 
embora os recursos estivessem presentes, ambos participantes não 
tinham como ter acesso ao seu uso e consequentemente tinham a sua 
participação na tarefa limitada. 
Em função da falta de recursos adaptados para o participante A e os 
demais alunos, a professora utiliza o brincar (atividade) como recurso 
pedagógico. Todos os brinquedos e demais recursos citados estavam 
inseridos em um contexto de brincadeiras próprias da faixa etária do 
aluno como das demais crianças da sala. Embora a professora tenha 
utilizado o brinquedo e a brincadeira como instrumento pedagógico, o 
participante A necessitava de auxílio para o manuseio, ou seja, o aluno 
era dependente da mediação do professor par o uso do material. 
Durante as observações realizadas com o participante B em sala de 
aula foi possível observar que em todas as tarefas nas quais o aluno 
necessitou destes objetos, foi necessário auxíliopermanente da 
professora ou da estagiária. É possível identificar que o participante B, 
sem a presença dos materiais escolares adaptados ou adequados a sua 
condição motora não tem independência para participar de uma 
atividade pedagógica proposta em sala de aula. 
Em relação aos recursos adaptados presentes na escola foram 
identificados os seguintes exemplos durante as entrevistas com os 
professores: 
Participante A 
[...] o participante A só utiliza a órtese do pé, ele traz para escola, mas 
em brinquedos ou outro material escolar não [...] 
[...] não tem nada especifico para ele, aí fica difícil mesmo que eu saiba 
qual a melhor posição fica difícil, eu sei que é preciso improvisar, mas 
sempre e com o material que temos é difícil, almofada, travesseiros. 
Participante B 
 
 
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Não existe nada adaptado para ele na escola, ele realiza as atividades 
como as outras crianças, modifico só a maneira de fazer, ah, tem um 
copo que a mãe mandou. 
Por meio dos exemplos citados é possível notar que o Participante A 
tem acesso a uso de recursos de tecnologia assistida, como no caso da 
órtese. Embora a professora deste participante não tenha pontuado 
mobiliário adaptado para este aluno, como no caso da cadeira de roda 
adaptada para as medidas e características motoras especificas do 
aluno, ela conseguiu realizar adaptações na cadeira de rodas já 
existente com almofadas. O tipo de capacitação de professores para 
trabalhar com alunos com deficiência tem sido tema de discussão em 
fóruns, congressos e pesquisas (BRACCIALLI; 2008). A adaptação 
realizada na cadeira de rodas foi uma estratégia utilizada pela 
professora para ampliar as possibilidades de participação do aluno A 
na tarefa proposta. A estratégia utilizada pela professora foi possível 
em virtude não só da sua experiência com alunos com deficiência, mas 
pelo curso de capacitação na área da deficiência física por ela realizado 
- habilitação em educação especial – área da deficiência física. 
A professora do participante B relatou não utilizar recursos adaptados, 
embora tenha indicado a necessidade de adaptar a atividade. 
Nos últimos anos tem sido possível observar ênfase quanto aos 
aspectos ergonômicos dos mobiliários escolares, principalmente ao se 
deparar com alunos com deficiência física. É fundamental para criança 
deficiente física o posicionamento adequado através de recursos 
específicos que atendam às suas necessidades posturais, ou seja, 
assentos e encostos que promovam alinhamento estabilidade e 
conforto (BRASIL, 2007; BERSH, 2006; BEUKELMAN; MIRENDA, 2007; 
BRACCIALLI et al. 2008). 
Durante a observação do aluno foi possível identificar que a escola do 
participante A oferecia possibilidades de recursos para posicionamento 
como: cadeiras de madeiras adaptadas, cadeiras de rodas adaptadas, 
cadeiras tipo cantinho, mesas com ajustes, mesas inclinadas, calça da 
vovó, rolos e almofadas para posicionamento. 
Participante A 
[...] estava sentado em uma cadeira (tipo cantinho), com algumas 
almofadas apoiando 
[...] a criança foi posicionada em cadeira de madeira adaptada, com 
bandeja em formato de U para fazer a refeição [...] 
 
 
48 
 
Após a observação foi identificado um número restrito de recursos 
utilizado pelo participante A, e grande parte deles foram recursos 
utilizados para posicionamento. 
Em relação ao participante B, a observação permitiu identificar que o 
recurso utilizado para o posicionamento era um andador com estrutura 
em aço com assento tipo fraldão e mesa de apoio para atividades. O 
andador era trazido de casa todos os dias. Apesar de o andador ser 
de uso pessoal do aluno ele não estava adequado para as suas 
necessidades, pois necessitava de ajustes ergonômicos, como pode ser 
observado pelo exemplo a seguir: 
Participante B 
[...] o participante B foi posicionado em seu andador em frente a uma 
mesa de sala de aula comum, está com os joelhos semi fletidos e 
membros superiores sobre a mesa de atividades do andador, e com a 
cabeça baixa apoiada sobre os braços. 
O andador utilizado pelo Participante B permitiu que ele se deslocasse 
pelo ambiente, porém para que isto acontecesse muitas vezes realizou 
movimentos inadequados, principalmente de pernas e braços, 
estimulados pela persistência dos reflexos primitivos. Durante as 
atividades também foi possível observar que o uso deste recurso não 
era adequado, porque estimulou os movimentos involuntários e 
variações na tonicidade muscular, dificultando os movimentos que a 
criança pretendia executar e consequentemente sua funcionalidade. 
Nas atividades observadas nos ambientes externos da escola, a criança 
se locomovia e permanecia durante todo o tempo no andador. 
As referências da literatura apontaram que adequando a postura das 
crianças com paralisia cerebral, dando-lhes pontos de apoio e 
estabilidade; é possível modificar as alterações de tônus muscular e 
diminuir os movimentos involuntários e, com isto oferecer condições 
para que o aluno possa atuar sobre objetos e materiais escolares; 
consequentemente poderá permanecer com melhor contato e 
seguimento visual do espaço e sua atenção poderá estar direcionado 
para atividades mais complexas (BEUKELMAN; MIRENDA, 
2007; BRASIL, 2007; BERSH, 2006). 
3.2 Estratégias 
Segundo políticas públicas para a educação do aluno com deficiência 
física na escola são necessários recursos, estratégias que favoreçam 
seu processo de aprendizagem e os habilite funcionalmente na 
 
 
49 
 
realização das tarefas escolares (BRASIL, 2006). Os pesquisadores da 
área da educação especial e da tecnologia assistida também discutiram 
que os alunos com paralisia cerebral precisam de recursos adaptados 
a suas habilidades e necessidades. As pesquisas de Barnes e Turnes 
(2001); Pelosi (2008); Copley e Ziviani (2004); Deliberato (2005); 
Braccialli et al. (2008) descreveram recursos e estratégias para os 
alunos com paralisia cerebral e, também alertaram que embora a 
estrutura do programa implementado na escola possa ser o mesmo 
para os alunos com paralisia cerebral, os recursos e as estratégias 
deveriam ser adaptados para cada aluno. 
A seguir é possível observar exemplos das estratégias utilizadas para 
envolver e facilitar a participação dos alunos. 
Participante A 
[...] em seguida professora movimentou sua articulação do punho e 
abriu a mão, neste momento colocou o carrinho na mão da criança e, 
junto com ela a manuseou imitando o barulho de um carro [...] 
Participante B 
 [...] nas brincadeiras às vezes eu mudava alguma regra em função 
dele né, ter justamente o cuidado no correr, delimitava o espaço para 
não ir muito longe porque eu sabia que ele não poderia ir muito além 
daquilo, então de estar mudando algumas regrinhas, mas todas as 
coisas ali dentro do que eu sabia que ele poderia fazer [...] 
As estratégias identificadas por meio da observação do participante A 
e relatada pela professora do participante B durante a entrevista, 
permitiu verificar que as professoras realizam modificações nas regras 
ou formas de conduzir as brincadeiras a fim de ajustá-las as 
necessidades dos participantes. Essa prática é pertinente ao que existe 
em literatura e nas pesquisas nacionais e internacionais, alertando que 
a adequação das atividades às necessidades do aluno com deficiência 
física possibilita a autonomia, a segurança e a comunicação para que 
eles possam estar inseridos em turmas do ensino regular (EDYBURN, 
2000; CRUZ, 2006; HUANG; SUGDEN; BEVERIDGE, 2009). 
Muitas vezes o professor tem a intenção de desenvolver estratégias 
adequadas, porém encontra dificuldade devido ao comprometimento 
da criança, ou recursos que não atendem as necessidades específicas 
do aluno (STEELMAN, 2002). Esta informação reforça a necessidade a 
importância do professor estar atento que a tecnologia assistida deve 
contemplar os recursos, estratégias e serviços (BERSCH, 2006; JUDGE, 
 
 
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2006; OKOLO;

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