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Isabela Trarbach Gomes Técnicas de Exodontia - O dente está firme dentro do alvéolo, então para a exodontia ele precisa estar mole. - Para o dente se tornar mole dentro do alvéolo, é necessário que esse alvéolo fique maior expandido o osso com uma força. - O 3º molar inferior é o mais complicado de retirar por conta da cortical da mandíbula ser muito densa → uma região em que o osso não expande. - Existem 3 técnicas: 1. Técnica primeira ou técnica à fórceps. 2. Técnica segunda ou com alavanca. 3. Técnica terceira ou aberta (com broca, retalho). Indicações e contra-indicações das exodontias: -Indicações: 1. Cárie e suas complicações (cáries que não podem ser restauradas). 2. Processos periodontais avançados, dentes desvitalizados (necrose pulpar) com foco periapical com contra indicação ou impossibilidade de tratamento endodôntico e/ou apicectomia. 3. Raízes e fragmentos dentários. 4. Finalidade ortodôntica. 5. Dentes fraturados 6. Dentes supranumerários. 7. Dentes sobre traço de fratura (porque geralmente se o dente permanecer ele infecta o local). 8. Finalidade protética. 9. Terceiros molares mal posicionados. 10. Mobilidade dental por trauma com perda de suporte ósseo. 11. Dentes decíduos em seu período de exfoliação (normalmente é feita uma odontosecção para que não saia o germe dentário). 12. Na infecção focal. - Contra-indicações: 1. De ordem geral: qualquer doença que esteja pouco controlada. Sífilis, tuberculose, cirrose hepática, hepatopatías, diabetes, enfermidades reumáticas, doenças hemorrágicas, hipovitaminose e outras. Essas são contra-indicações relativas, porque se estiverem controladas a extração é permitida. Desde que não estejam devidamente controladas ou compensadas elas se tornam contra-indicações. 2. De ordem local: processos infecciosos agudos sem cobertura antibiótica (o abcesso precisa ter cobertura antibiótica para que seja feita a extração). Obs: Contra-indicação absoluta: pericoronarite porque, geralmente, no pós-operatório irá desenvolver uma alveolite (inflamação do alvéolo do dente). Nesses casos, é necessário que a pericoronarite seja tratada. -Avaliação radiográfica: - Radiografia periapical: com posicionador ou pela técnica da bissetriz. - Radiografia panorâmica: muito usada para finalidade de extrações múltiplas. - O dente precisa ser visto por inteiro, todo osso alveolar circundante. - Critérios radiográficos com relação com estruturas vitais associadas: seio maxilar, canal da mandíbula, forame mentual. - Critérios radiográficos com relação com a configuração das raízes: número e tamanho, curvatura e divergência, reabsorção radicular/ terapia endodôntica. - Critérios radiográficos com relação com as condições do osso circunvizinho: densidade do osso, patologia periapical. - Necessidades básicas: 1. Visibilidade adequada acesso adequado, luz adequada, campo cirúrgico livre de sangue (bom vasoconstrictor, retalho adequado, bom auxiliar, boa aspiração), bom anestésico. 2. Auxílio adequado afastamento, proteger tecidos moles e estruturas nobres, aspirar soluções, estabilização da cabeça do paciente/mandíbula, apoio psicológico ao paciente. - Posição do operador: 1. À direita e ligeiramente à frente do paciente. 2. À direita e ao lado do paciente. 3. À direita e atrás do paciente. 4. À direita e à frente do paciente. - Do paciente: - Mandíbula: para extrações mandibulares, o paciente está mais levantado para que o plano oclusal mandibular da boca aberta esteja paralelo ao chão. - Maxila: Para extrações maxilares a cadeira é inclinada para trás para que o plano oclusal esteja em um ângulo de 45º- 60º com o chão. Princípios de luxação: Adaptação do fórceps: - Ponta ativa em continuidade com o longo eixo do dente - Mordente posicionado o quanto mais possível no colo do dente. - A ponta ativa é o que define um fórceps. Movimentos do fórceps: - Intrusão: colocar o fórceps o mais para dentro possível, e assim, menor as chances de fratura do elemento dentário. Até o fulcro (eixo de rotação). - Expansão das paredes alveolares: movimentos para vestibular e lingual. - Rotação: possível nos incisivos centrais superiores, pré-molares inferiores. - Extrusão: não é necessário fazer força. Indicações de técnica: 1. Técnica primeira: dentes com coroa. - Fase preliminar: preparo da boca → remoção de próteses, profilaxia, antissepsia (clorexidina 2%). - Anestesias. - Fase cirúrgica: 1. Sindesmotomia. 2. Intrusão. 3. Luxação. 4. Extração. 5. Limpeza. 6. Hemostasia. 7. Sutura. Sindesmotomia: feita com o Molt e consiste na desinserção das fibras gengivais do ligamento periodontal. Movimento de mesial para distal. Passo importante para se certificar de que a anestesia está funcionando e para a intrusão do fórceps. Intrusão: com o fórceps firme na mão. Colocando primeiro na lingual e depois na vestibular. Movimentos de luxação da maxila: - IC, Canino: vestíbulo-palatino e torção. - Pré-molares: vestíbulo-palatino. Obs: 1º pré-molar: geralmente tem 2 raízes e muito finas e, por conta dessa questão deve ser luxado de forma mais cuidadosa. Obs: IL não podem sofrer torção porque possuem dilaceração para distal. - Molares: vestíbulo-palatino. Fórceps 18L e 18 R. Molares só funcionam na técnica com fórceps se as raízes não tiverem dilacerações e nem forem muito divergentes. Movimentos de luxação da mandíbula: - IC, IL, canino: vestíbulo-lingual. Não é feito o movimento de rotação - Pré-molares: vestíbulo-lingual + torção. Pode ser feito o movimento de rotação. - Molares: vestíbulo- lingual. Fórceps 17R e 17L A maior força deve ser para o lado da tábua óssea mais fina. Para todos os dentes a força deve ser feita mais para vestibular com exceção dos molares inferiores. Obs: cicatrização por primeira intenção→os bordos são unidos para cicatrização cicatrização por segunda intenção→ cicatrização por segunda intenção:As bordas da ferida não entram em contato por conta da perda tecidual excessiva. O espaço é preenchido pelo coágulo e, posteriormente por tecido de granulação, cuja superfície irá reepitelizar. Obs: Fórceps de raiz → 23 e toda série 6. Extração de raízes residuais com fórceps. Usado quando quando há um pouco de dente acima do osso. 2. Técnica segunda: Alavancas. - Indicação: dentes sem coroa e dentes com impossibilidade de preensão com o fórceps. -Fase preliminar: preparo da boca e anestesias. -Fase cirúrgica: sindesmotomia, intrusão (da ponta da alavanca), luxação (movimento de cunha), extração (movimento de alavanca), limpeza, hemostasia e sutura. - Uma alavanca funciona por meio de 2 movimentos: cunha e alavanca. geralmente a luxação é feita na mésio-vestibular do dente. uma alavanca de primeira classe transforma uma pequena força e um grande movimento em um pequeno movimento e uma grande força. - No movimento de alavanca deve-se procurar o ponto de apoio entre o dente e o osso e depois manter movimentos contínuos sempre buscando sequencialmente o ponto de apoio. - Não se faz os movimentos nem na palatina e nem na lingual para que as estruturas nobres não sejam atingidas por um deslize do instrumental. - Obs: Fratura da raiz durante a técnica segunda e sua retirada também com a alavanca. Algumas vezes a raiz já vai estar luxada. Pode- se usar também a Hollemback. 3. Técnica terceira: - Indicação: dentes fraturados e dentes anquilosados, molares com raízes divergentes, dentes com dilaceração radicular, dentes com hipercementose, dentes em íntimo contato com o seio maxilar, dentes ou resto radicular sob prótese, dentes retidos - Pode ser usado tanto o fórceps quanto a alavanca, sendo necessário muitas das vezes lançar mão de retalho, osteotomia e odontossecção. -Fase preliminar: preparo da boca, remoção da prótese, profilaxia e antissepsia e anestesia. - Fase cirúrgica: incisão, deslocamento do retalho, osteotomia e/ou odontosecção, extração, irrigação, limpeza, hemostasia e sutura. - A diferença das outras técnicas é a necessidade de incisão, para acessar o osso ou o dente. - Incisão damucosa e periósteo e, então há o descolamento do periósteo. - Osteotomia: 1. Para substituir a luxação . 2. Para criar um ponto de apoio para a alavanca. - Odontosecção é feita quando o dente tem eixos de saída diferente. -Para a extração pode-se usar a alavanca ou o fórceps. Incisões: - A lâmina do bisturi deve estar perpendicular ao osso. 1. Retalho intra-sucular: Retalho em envelope. 2. Retalho relaxante: lâmina de bisturi que depois que percorre os sulcos vai até o fundo de vestíbulo. Retalho no formato de L. Deve estar um dente para frente e um dente para trás do que vai ser extraído, porque senão o retalho abre. - Toda incisão deve estar sobre osso sadio - O retalho deve ser feito sempre na vestibular, na lingual é sempre evitado por conta dos feixes vasculonervosos. Extração retrógrada: - Usada para preservar as tábuas ósseas para quando for necessário extrair raízes fraturadas. - Osteotomia: retirada de osso para facilitar a extração do dente. - Odontossecção: exemplo do segundo molar superior 🡪 fazer um T para que sejam retiradas as 3 raízes. Nos molares inferiores a zecrya vai de vestibular até a linngual. - Nos pré-molares a broca vai de mesial para a distal. - Feito também em dentes decíduos para que o germe dentário do dente permanente não venha junto com o decíduo durante a extração. - Caso o permanente também saia junto ele é colocado de volta no lugar com o cuidado de estar posicionado corretamente. - Geralmente a primeira parte do dente seccionado é retirado usando a alavanca, principalmente se for um molar superior. Cuidados com o alvéolo dentário após a extração: - Curetagem alveolar cuidadosa apenas em dentes com lesão → Cureta de Lucas. A curetagem é realizada apenas quando há lesão porque as fibras periodontais existentes no alvéolo são importantes para a cicatrização por conter fibroblastos. Quando não há lesão o alvéolo é apenas irrigado. - Remoção de espículas ósseas. - Irrigação. - Sutura. Hemostasia pós-extração: - Compressão do alvéolo por 15 minutos, por meio da gaze → 1 gaze dobrada em forma quadrada. Extração seriada: - Alveoloplastia → retirada de espículas ósseas com broca, pinça goiva ou lima para osso. Regularização do alvéolo. - Gengivoplastia. Razões para começar de superior para inferior em uma extração seriada de todos os dentes: 1. Maxila mais porosa → a anestesia começa mais rápido. 2. Evitar que cálculos dos dentes superiores caiam nos alvéolos de dentes inferiores extraídos. 3. De posterior para anterior → para que o sangue dos dentes anteriores que foram extraídos não atrapalhe a extração dos dentes posteriores. Sutura: 1. Hemostasia. 2. Aproximação dos bordos para acelerar a cicatrização. 3. Sustentação do retalho Critérios de classificação: - Quanto a profundidade: superficial e profunda - Quanto a técnica: planos, massa e mista - Quanto ao tipo de ponto: simples e especial - Quanto a sequência de pontos: separadas e contínuas - Quanto a posição das bordas: invaginante, confrontante e de eversão Toda sutura começa no ângulo → porque permite o reposicionamento do retalho. Numa incisão reta começa pelo meio e depois no meio do meio... Ex: da ferida transfixante → ela vai de um lado a outro. Existe uma ordem para ser suturado, do mais sujo para o mais limpo. No caso da criança que mordeu o lábio durante a queda no chão, a sutura deve começar pela mucosa. Toda sutura deve ser: asséptica, atraumática, com tensão adequada, de bordas cruentas, sutura plano a plano, suporte ósseo Sutura absorvível: - Categut simples ou cromado – único natural. - Ácido poliglicólico. - Poligliconato. - Ácido poligláctico - vicryl e mocryl - Polidioxanona Categut, gera uma reação inflamatória e com as células dessa reação ele vai ser absorvido. Os outros são absorvidos por hidrólise e por isso não geram inflamação → muito caros. Sutura não absorvível: - Seda – dentro da boca - Poliéster - Nylon – dentro da boca - Polipropileno - Aço inoxidável – fora Porta agulha deve ter: - Tamanho apropriado. - Desenho seguro. A agulha deve: - Estar presa a cerca de 1/3 a ½ de distância do seu fundo. - Estar na ponta do porta agulha. - Não lese as pontas ao resgatar a agulha através do tecido. - A força aplicada deve ser na direção da curva da agulha. - Não force ou torça a agulha no esforço de puxar para fora do tecido - Não tente abraçar uma quantidade de tecido excessiva com agulhas pequenas - A ponta da agulha deve estar perpendicular ao tecido - O número de nós na agulha geralmente é o número de 0. - O nó não deve ficar em cima da incisão. Técnicas de sutura Suturas descontínuas - Ponto simples - Ponto simples invertido - Donatti ou U vertical 🡪 tem força - Colchoeiro ou U horizontal 🡪 tem força - X externo com nó externo Suturas contínuas: tem que estar numa área que não tem tensão. - Colchoeiro contínuo simples - Colchoeiro contínuo ancorado - Colchoeiro contínuo horizontal: como se fossem vários Us - Sutura intradérmica: usada na pálpebra e supercílio. Adesivos para sutura: dermabond - Usado em áreas em que a técnica de sutura intradérmica é usada - Skin stapler Técnicas de remoção de sutura: - Corte rente a mucosa e abaixo do nó. No lado que o nó foi feito. Espaço morto hematomaaumento de 40% de chances de infectar O ponto em X é interessante porque não deixa que o alimento entre e nem que o coágulo saia.
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