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Origem cheque

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Origem, finalidade e natureza jurídica A letra de câmbio possui origem na Itália na idade média, cujo sistema político era o feudal. A Europa organizava-se em feudo, cada qual com suas normas, moedas e dialetos. Os comerciantes percorriam os feudos, distantes uns dos outros. As rotas se tornavam inseguras, tendo em vista que percorriam longas distâncias com grande quantidade de moedas. Segundo ULHOA (2017, p. 399), “os comerciantes necessitavam, assim, de um instrumento que possibilitasse a troca de diferentes moedas quando, com intuito de realizar negócios, deslocavam-se de um lugar para outro.” Neste sentido, surge a letra de câmbio, cuja finalidade consistia em viabilizar o câmbio das moedas. Pode-se afirmar que existem três períodos referentes ao histórico da letra de câmbio: a fase italiana, a fase francesa e a fase alemã. A fase italiana surge no século XIII até o final do século XVII, envolve a troca de moedas distintas e o deslocamento do titular do crédito. A fase francesa, que se inicia em 1673 e perdura até o final do século XIX, exigia um determinado recurso financeiro do emitente junto ao destinatário. A fase alemã começou em 1848 e perdura até os dias atuais e foi a responsável pela uniformização da letra de câmbio. Quanto à natureza jurídica, trata-se de um título executivo extrajudicial, previsto no Código de Processo Civil, no artigo 784, inciso I. Regras de forma, saque/emissão e apresentação A letra de câmbio, quanto ao modelo, é um título de crédito de modelo livre. Portanto, o ordenamento jurídico não determinou nenhum padrão pré-estabelecido. Desta forma, compete ao sacador escolher a forma que desejar. Consequentemente, sua emissão pode estar escrita em qualquer formato, desde que atenda aos requisitos legais previstos nos artigos 1º e 2º da LUG. Torna-se essencial que o sacador preencha as regras de forma, ou seja, os requisitos essenciais previstos nestes artigos, sob pena de não se considerar um título de crédito. Neste caso, não se aplicariam os princípios e características estudados no capítulo anterior. A emissão da letra de câmbio ocorre em função de dois negócios jurídicos originários. Isto é, o saque/emissão da letra de câmbio depende de dois negócios jurídicos originários. Como se trata de um título abstrato quanto à emissão, conforme estudado no capítulo anterior, qualquer negócio jurídico pode ensejar capítulo 2 • 41 a formação da letra de câmbio. A formação da letra de câmbio ocorre quando os dois negócios jurídicos originários possuem em comum uma pessoa (sacador). Esta pessoa, em um negócio jurídico assume a posição de devedor e no outro negócio jurídico assume a posição de credor. Nesta forma, esta pessoa une os dois negócios jurídicos ao ordenar que o seu credor (aceitante/sacado), pague ao seu devedor (beneficiário) determinada quantia em uma determinada época. Por esta razão, a letra de câmbio, quanto à estrutura é uma ordem de pagamento, em que o sacador (aquele que emite) ordena que o aceitante (sacado) pague determinada quantia ao beneficiário (credor). A partir do momento em que foram celebrados os dois negócios jurídicos e o sacador os reuniu, ao emitir uma ordem ao seu devedor do negócio jurídico originário (sacado/aceitante) para que pague ao seu credor do negócio jurídico originário (beneficiário) uma determinada quantia em um determinado momento e entregou ao beneficiário, houve o saque da letra de câmbio. Assim, o saque envolve a formação e emissão do título de crédito e a entrega ao beneficiário. O próximo passo consiste na apresentação do título ao aceitante/sacado, para que verifique se aceita ser devedor principal da obrigação contida no título de crédito, que será examinada na próxima seção.

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