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1 Português Jurídico Profª Me. Verônica Batista 2 INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA – CAMPUS CABEDELO CENTRO CURSO: Técnico em Serviços Jurídicos COMPONENTE CURRICULAR: Português Jurídico PROFESSOR(A) FORMADOR(A): Verônica Pereira Batista Tópico III LINGUAGEM E PERSUASÃO Linguagem e persuasão são elementos da comunicação presentes em vários tipos de discurso, sobretudo na política e na publicidade. Você pode até não perceber, mas quando nos comunicamos, seja oralmente, seja na modalidade escrita, nosso discurso está permeado por uma função da linguagem específica, responsável por denotar nossas verdadeiras intenções. Quem sabe exatamente aonde quer chegar com um determinado tipo de discurso também conhece o funcionamento adequado dos elementos da comunicação. São vários os discursos aos quais somos expostos diariamente, entre eles, o eficiente discurso empregado pela publicidade. Quando nos sentamos em frente à televisão, já estamos, mesmo que inconscientemente, expostos aos diversos anúncios e suas sofisticadas técnicas de persuasão. Disso vive a publicidade, e esta é sua principal função: convencer o consumidor de que determinado produto é indispensável, ainda que sem ele possamos viver muito bem. Somos, o tempo todo, convencidos e persuadidos não só pela publicidade, mas também pelos discursos políticos, religiosos e outros tipos de textos que interferem diretamente em nossas vontades. Nem sempre tomamos decisões sozinhos, muitas vezes fatores externos são importantes para uma palavra final sobre algum assunto. É importante observar que a linguagem e a persuasão são elementos que podem estabelecer uma conexão indissociável. Quando somos persuadidos por um tipo de discurso, não estamos sendo apenas convencidos sobre alguma coisa, estamos transformando e substituindo valores extremamente subjetivos. A persuasão extrapola a ideia de convencimento, pois é um ato associado a um discurso ideológico, subjetivo e temporal. São argumentos capazes de modificar nossos pensamentos e ações, e não apenas um artifício criado para nos fazer comprar algo ou alguma ideia. 3 A persuasão está presente principalmente nos discursos políticos, religiosos e na publicidade. Não pense que a construção da linguagem persuasiva ocorre ao acaso. Existem alguns recursos que contribuem para a eficácia na emissão da mensagem, tais como: • Emprego de figuras de linguagem como comparações, analogias, hipérboles e eufemismos; • Uso do modo imperativo nos verbos; • Alusão ao mundo conhecido do público-alvo em uma tentativa de aproximar a linguagem ao destinatário da mensagem; • Emprego de trocadilhos e jogos de palavras. A persuasão está comumente associada aos chamados “argumentos de força” (tipo de argumento que não permite o diálogo com o interlocutor), mas em algumas situações, usar as técnicas de persuasão pode ter uma finalidade nobre: é o que acontece com a publicidade institucional, aquela que não tem por objetivo aumentar os lucros de uma empresa, mas sim divulgar uma mensagem de cunho social, cultural ou cívico que estimule uma atitude mais reflexiva e responsável na população. Fique atento: linguagem e persuasão podem ser uma dupla dinâmica, interferindo diretamente em suas escolhas. Por isso, é fundamental que saibamos o poder das palavras e dos diversos discursos que acessamos e ouvimos em nosso cotidiano. ARGUMENTAÇÃO Segundo o senso comum, argumentar é vencer alguém, forçá-lo a submeter-se à nossa vontade. Definição errada! Von Clausewitz, o gênio militar alemão, utiliza- a para definir GUERRA e não ARGUMENTAÇÃO. Seja em família, no trabalho, no esporte ou na política, 4 saber argumentar é, em primeiro lugar, saber integrar-se ao universo do outro. É também obter aquilo que queremos, mas de modo cooperativo e construtivo, traduzindo nossa verdade dentro da verdade de outro. (ABREU, 2004. p. 10). A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. O processo argumentativo consiste essencialmente em duas atividades: persuasão e refutação. Persuadir é propor um ponto de vista ou posição e argumentar a favor dela, propondo razões que se julgam pertinentes. Refutar é atacar os argumentos do opositor. Consiste em apresentar contra-argumentos. Chamamos procedimentos argumentativos aos recursos acionados pelo produtor do texto com vistas a levar o leitor a crer naquilo que o texto diz e a fazer aquilo que ele propõe. Afinal, uma opinião sem fundamentação não satisfaz, não parece verdadeira e, consequentemente, não convence. Quando queremos expressar nosso ponto de vista a respeito de determinado assunto, seja ele favorável ou contrário, devemos fundamentar nossa opinião. Em outras palavras, devemos desenvolver nossa afirmativa para que ela tenha valor. Diversos são os recursos argumentativos que podem ser utilizados para fundamentar uma opinião. O importante mesmo é a forma como o argumento é apresentado, pois precisa ser CONSISTENTE, passando para o leitor um valor de verdade. Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto. Vejamos alguns tipos de argumentos: Argumento de autoridade O argumento de autoridade é aquele que se baseia na citação de uma fonte confiável, como um especialista no assunto que está sendo debatido. Em um debate sobre educação, por exemplo, Paulo Freire, como educador e pedagogo reconhecido internacionalmente, poderia ser citado como meio de fundamentar uma ideia apresentada na fala. A citação da fonte pode ser feita tanto de forma direta – quando há a transcrição da citação, utilizando, em geral, as aspas – quanto de forma indireta, quando se reescreve aquilo que foi dito pela autoridade escolhida. 5 Argumento por evidência (ou por comprovação) Esse tipo de argumento se baseia em uma evidência que possa levar o leitor a admitir e aceitar uma tese. Essa evidência pode ser, por exemplo, formada por dados estatísticos ou por pesquisas de diversos tipos, desde que a fonte esteja explícita. Ainda é possível utilizar esse tipo de argumento a partir de fatos notórios, ou seja, que são de domínio público. Argumento por comparação (ou por analogia) A argumentação por comparação ou analogia é aquela em que se estabelece relação de semelhança ou diferença entre a tese defendida e algum tipo de dado a fim de comprovar o ponto de vista defendido. Nesse caso, é possível construir analogias com obras de ficção, por exemplo, tais como romances e séries de televisão. Argumento por causa e consequência Esse tipo de recurso argumentativo busca comprovar a tese defendida a partir da exploração das relações de causa e consequência associadas ao tema debatido. Ao explicar os porquês e as consequências da temática em questão, pode-se confirmar as ideias expressas pela tese. Argumento por ilustração (ou exemplificação) Quando se tem um tema, ou mesmo uma tese, de caráter muito teórico, uma das maneiras mais interessantes de fundamentar o ponto de vista adotado é por meio da ilustração ou exemplificação. Esse recurso argumentativo se constrói a partir da elaboração de uma breve narrativa, que pode ser real ou fictícia, com o intuito de tornar mais concreto aquilo que está sendo defendido pelo texto. Argumentos baseados no consenso Argumentos de valor universal, aqueles que são irrefutáveis, com os quais conquistamos a adesão incontinenti dos leitores. Se você diz, por exemplo, que sem resolver os problemas dafamília não se resolvem os das crianças de rua, vai ser difícil alguém o contradizer. Trata-se de um argumento forte. Exemplos: a) A educação é a base do desenvolvimento. Os investimentos em pesquisa são indispensáveis para que um país supere sua condição de dependência. b) Toda criança tem direito à alimentação e ao estudo. 6 REFERÊNCIAS “Persuasão e argumentação”. Disponível na Internet em https://www.passeidireto.com/arquivo/16541256/persuasao-e-argumentacao consultado em 26/08/2020 às 21:00. A argumentação. Disponível na Internet em https://m.brasilescola.uol.com.br/redacao/a- argumentacao.htm consultado em 10/09/2020 as 21:30 Linguagem e persuasão. Disponível na internet em https://www.portugues.com.br/redacao/linguagem-persuasao.html consultado em 10/09/2020 as 22:40. Tipos de argumentos. Disponível na internet em https://querobolsa.com.br/enem/redacao/tipos-de-argumentos consultado em 10/09/2020 às 22:45. https://www.passeidireto.com/arquivo/16541256/persuasao-e-argumentacao https://m.brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm https://m.brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm https://www.portugues.com.br/redacao/linguagem-persuasao.html https://querobolsa.com.br/enem/redacao/tipos-de-argumentos%20consultado%20em%2010/09/2020
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