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Manual Caseiro - Administrativo II 2020

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1 
1 
Sumário 
Conteúdo 01: Intervenção do Estado na Propriedade .................................................................................................. 2 
Conteúdo 02: Intervenções Restritivas na Propriedade ............................................................................................. 23 
Conteúdo 03: Bens Públicos ...................................................................................................................................... 37 
Conteúdo 04: Responsabilidade Civil do Estado ....................................................................................................... 44 
Conteúdo 05: Agentes Públicos ................................................................................................................................. 77 
Conteúdo 05: Agentes Públicos ............................................................................................................................... 104 
Conteúdo 05: Agentes Públicos ............................................................................................................................... 115 
Conteúdo 05: Agentes Públicos ............................................................................................................................... 131 
Conteúdo 06: Improbidade Administrativa ............................................................................................................. 179 
Conteúdo 07: Lei Anticorrupção ............................................................................................................................. 216 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Conteúdo 01: Intervenção do Estado na Propriedade 
1. Noções Introdutórias 
O direito de propriedade configura uma garantia constitucional que assegura ao seu detentor as prerrogativas de usar, fruir, 
dispor e reaver a coisa dominada, de modo absoluto, exclusivo e perpétuo (Matheus Carvalho). 
Inobstante todas as prerrogativas decorrentes do direito de propriedade, o Estado em virtude do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado pode vim a intervir no direito constitucional fundamental da propriedade para fins de 
assegurar o bem-estar da coletividade. 
Nesse sentido, a intervenção do Estado na propriedade deve ser compreendida antes de tudo como desdobramento do princípio 
da supremacia do interesse público sobre o privado, isso porque o direito de propriedade (direito fundamental) o qual, em 
regra, é de uso exclusivo, poderá vim a sofrer restrições para atender o interesse de toda a sociedade. 
Corroborando ao exposto, ensina o Professor Matheus Carvalho, é indiscutível que a intervenção do Estado no direito de 
propriedade decorre do princípio basilar da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Sendo assim, em virtude 
da possibilidade de limitar direitos individuais, na busca da satisfação de necessidades coletivas, o ente estatal poderá restringir 
o uso da propriedade ou, até mesmo, retirá-la do particular, desde que devidamente justificada a conduta estatal. 
Esquematizando 
→ A intervenção do Estado no direito de propriedade decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado. 
2. Espécies de Intervenção 
A intervenção poderá ser de duas espécies: 
a) Intervenção Restritiva: o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade pelo terceiro, sem, contudo, 
lhe retirar o direito de propriedade. 
Podemos citar como hipóteses de intervenção restritiva na propriedade: 
• Servidão Administrativa 
• Requisição Administrativa 
• Ocupação Temporária 
• Limitação Administrativa 
 
 
 
 
3 
3 
• Tombamento 
b) Intervenção Supressiva: o Estado transfere para si a propriedade de terceiro, suprimindo o direito de propriedade 
anteriormente existente. 
• Desapropriação 
Intervenção 
Restritiva 
Intervenção 
Supressiva 
O direito de propriedade do particular que inicialmente era 
plena sofrerá restrições, porém, sem que lhe seja tomado a 
propriedade. 
O direito de propriedade do particular é suprimido pelo o 
Estado, o qual passará a ser o titular da propriedade. 
Ex.: Desapropriação 
 
3. Desapropriação 
3.1 Noções e Fundamento Constitucional 
A desapropriação possui previsão na Constituição Federal, a qual igualmente assegura o direito de propriedade. 
Nesse sentido, o texto constitucional: 
Art. 5°, XXIV. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
Desse modo, contemplamos que a própria Constituição Federal, a qual consagra o direito de propriedade, expõe este direito 
poderá ser suprimido ou restringido em determinadas circunstâncias. 
3.2 Pressupostos da Desapropriação 
Nos termos da Constituição Federal, será possível desapropriar o bem, desde que seja: 
• por utilidade pública: regulamentado pelo Decreto-lei 3.365/41, e nesses casos, o Estado desapropria o bem para que 
ele mesmo faça uso desse bem. 
→ Situação em que o ente público terá necessidade de utilizar o bem diretamente. 
• necessidade pública: regulamentado pelo Decreto-lei 3.365/41, e nesses casos, o Estado desapropria o bem para que 
ele mesmo faça uso desse bem. 
• por interesse social: é cabível quando o Estado desapropria a propriedade para dar a ele função social. 
• mediante o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro. 
A indenização proveniente da desapropriação deverá ser feita de forma prévia, em dinheiro e justa. 
- O que deve ser compreendido como indenização justa? 
 
 
 
 
4 
4 
A doutrina moderna e jurisprudência firmaram entendimento no sentido de que a indenização justa é aquela que abarca o 
valor de mercado do bem a ser expropriado, os danos emergentes decorrentes da perda da propriedade, assim como os lucros 
cessantes devidamente comprovados, sempre acrescidos de correção monetária, a partir da avaliação do bem, de forma a se 
evitar que a corrosão da moeda enseje perdas indevidas ao particular. 
A regra de que a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro contempla exceções, as quais estão estampadas no próprio 
texto constitucional. 
Regra: indenização prévia, justa, em dinheiro (valor venal do imóvel + indenizações). 
Segundo ensinamentos do Professor Matheus Carvalho, quando na desapropriação a indenização é prévia, justa e, em dinheiro, 
estamos diante do que a doutrina denomina de “desapropriação comum”. 
Contudo, além da desapropriação comum, o texto constitucional prevê três hipóteses de desapropriações especiais. 
3.3 Desapropriação Comum 
Trata-se da desapropriação regulamentada no art. 5°, XXIV da Constituição da República, dependendo sua licitude da 
existência de uma situação de utilidade ou necessidade pública, ou, ainda, da demonstração de uma hipótese de interesse social. 
A desapropriação comum deverá ser precedida de pagamento de valor indenizatório prévio, justo e em dinheiro. 
Na desapropriação comum, a indenização é: 
• Prévia; 
• Justa; e 
• Em dinheiro. 
3.4 Desapropriações Especiais 
O próprio texto constitucional estabelece, em seu bojo, três hipóteses de desapropriações especiais. São desapropriações cuja 
indenização não é paga em dinheiro. Nesse sentido, são formas de desapropriação especial: 
a) Desapropriação urbana (art. 182, CF) 
b) Desapropriação rural (art. 184 a 186, CF): regulamentado pelo estatuto da cidade. 
c) Desapropriação confisco (art. 243, CF). 
 
A) Desapropriação Urbana 
A desapropriação urbana encontra-se previsto no estatuto da cidade, o qual regulamenta o art. 182 da CF. 
 
 
 
 
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5 
Nos termos do § 2º do art. 182 da Constituição Federal, a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento dasnecessidades dos 
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas. 
O Estatuto da Cidade e a Constituição estabelecem regras específicas. Desse modo, se o imóvel urbano não estiver cumprindo 
a função social estabelecida no plano diretor da cidade, o Poder Público tomará determinadas providências. 
Cumpre destacar que o Município somente poderá efetivar a desapropriação urbanística sancionatória após três providências 
sucessivas e infrutíferas na tentativa de forçar o uso adequado do imóvel. Vejamos. 
1º - Notificação do proprietário 
O proprietário será notificado para que esse faça o parcelamento ou a edificação no terreno. 
→A primeira providência a ser realizada é a notificação do proprietário para que este dê função social a propriedade. 
Depois de notificado, o proprietário tem o prazo de um ano para apresentar o projeto, e mais dois anos para dá inicio as obras. 
Esquematizando 
→1(um) ano para apresentar o projeto; 
→2 (dois) anos para dá inicio as obras. 
2º - Aplicação de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo 
Em sendo frustrada a primeira medida, passa-se a segunda providência, qual seja, incidência do IPTU progressivo que poderá 
durar até 5 (cinco) anos. 
→A segunda providência constitui-se na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo no tempo durante cinco 
anos, observada a alíquota máxima de 15% (art. 7º, § 1º, do Estatuto da Cidade). 
Corroborando ao exposto, Matheus Carvalho expõe “não sendo suficiente a medida anterior para garantir a função social da 
propriedade, o poder público municipal poderá determinar a aplicação de imposto sobre a propriedade predial e territorial 
urbana progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota, pelo prazo de cinco anos consecutivos. Trata-se de coação 
e sanção impostas pelo poder público em razão da inércia em face da notificação”. 
A cada ano (durante cinco anos) será feito o aumento da alíquota do IPTU. 
A alíquota será progressiva por 5(cinco) anos consecutivos, porém está limitada a 15%, não podendo, em nenhuma hipótese, 
ultrapassar este percentual. 
 
 
 
 
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De um ano para o outro, o máximo que se pode acrescentar na alíquota é 100% do valor anterior, ou seja, é possível a duplicação 
anual da alíquota, não mais do que isso, e ao final de toda medida, só pode chegar até 15%. 
Nessa linha, Matheus Carvalho expõe “a alíquota será progressiva por 5(cinco) anos consecutivos e está limitada a 15%, não 
podendo, em nenhuma hipótese, ultrapassar este percentual. Ademais, de um ano para o outro, o máximo que se pode 
acrescentar na alíquota é 100% do valor anterior, ou seja, é possível a duplicação anual da alíquota, não mais do que isso”. 
3º - Efetivação da decretação a desapropriação especial urbana 
Uma vez ultrapassado o prazo de cinco anos sem que o particular tenha tomado qualquer providência no sentido que conferir 
função social ao bem, inobstante a aplicação do IPTU progressivo no tempo, o ente municipal poderá decretar a desapropriação 
especial urbana, com pagamento de indenização mediante a entrega de títulos da dívida pública de emissão previamente 
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados 
o valor real da indenização e os juros legais. 
Trata-se de desapropriação com função sancionatória. 
Essa modalidade de desapropriação não pode ser feita por qualquer ente federativo. De acordo com a Constituição somente o 
município pode determinar a desapropriação especial urbana. 
→A desapropriação por interesse social para política urbana é de competência exclusiva dos municípios, tendo função 
sancionatória, uma vez que recai sobre imóveis urbanos que desatendem sua função social. 
A competência para declarar o interesse público nesta expropriação sancionatória se restringe ao município, não sendo possível 
que qualquer ente federativo declare o interesse social. 
Ademais, apenas os munícipios que possuem plano diretor podem realizar/decretação a desapropriação especial urbana. 
Esquematizando 
Diante do exposto, contemplamos que caso o proprietário do solo urbano não observe a função social preconizada no plano 
diretor, ficará sujeito as seguintes medidas, sucessivamente: 
I. Parcelamento ou edificação compulsória; 
II. Imposto sobre a propriedade rural e territorial urbana progressivo a no tempo; 
III. Desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública. 
B) Desapropriação Rural 
 
 
 
 
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7 
Na hipótese de o proprietário não cumprir a função social do imóvel rural, competirá à União desapropriar por interesse 
social, para fins de reforma agrária, o referido imóvel, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja 
utilização será definida em lei. 
A desapropriação rural é outra modalidade de desapropriação especial, sendo a sua indenização paga mediante emissão de 
títulos da dívida agrária. 
Inobstante a regra do pagamento por meio de emissão de títulos da dívida agrária, as benfeitorias úteis e necessárias são pagas 
em dinheiro. 
Atenção! As benfeitorias úteis e necessárias presentes no bem quando da declaração expropriatória serão indenizadas em 
dinheiro. Art. 184, §1º CF. 
Função social da propriedade rural 
Nos termos do art. 186 da Constituição Federal, a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
- Insuscetíveis de desapropriação rural: a Constituição Federal excepciona os imóveis que NÃO poderão sofrer 
desapropriação rural para fins de reforma agrária. 
Nesse sentido, nos termos do art. 185 da Constituição Federal, são insuscetíveis de desapropriação-sanção para fins de reforma 
agrária: 
a) a pequena e média propriedade rural, caso seu proprietário não possua outra. 
b) a propriedade produtiva. 
São requisitos alternativos. Assim, presente quaisquer das condições acima não poderá sofrer a desapropriação especial urbana. 
A competência para esta modalidade de desapropriação-sanção é da União. 
 
 
 
 
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#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #PGEAM2016 
A desapropriação para fins de reforma agrária, prevista na CF, incide sobre imóveis rurais que não estejam 
cumprindo sua função social, sendo o expropriante exclusivamente a União Federal, e a indenização paga por meio 
de títulos, e não em dinheiro. 
CERTO. 
C) Desapropriação Confisco 
Também denominada de expropriação, trata-se de modalidade de desapropriação que não dá ensejo a indenização. Na 
desapropriação confisco o constituinte supriu o direito ao recebimento de indenização. 
Segundo Matheus Carvalho, trata-se de desapropriação específica, na qual a lei não prevê o pagamento de qualquer espécie 
de indenização. Com efeito, esta desapropriação NÃO É INDENIZÁVEL e, por isso, parte da doutrina designa esta retirada 
da propriedade do particular de expropriação, diferenciando das desapropriações propriamente ditas que sejam sempre 
mediante indenização. 
A desapropriação confisco encontra-se prevista ao teor do art. 243 da Constituição Federal. Vejamos: 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas 
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas c destinadas à reforma agrária e a 
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário esem prejuízo de outras sanções previstas em lei, 
observado, no que couber, o disposto no arr. 5°. 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na 
forma da lei. 
Assim, serão expropriados sem direito a indenização: 
• Os bens imóveis utilizados para plantação de psicotrópicos ilícitos 
• Os bens imóveis utilizados para exploração de trabalho escravo na forma da lei (inserido por Emenda Constitucional). 
A doutrina entende ser esta norma de eficácia limitada. 
Esquematizando 
Desapropriação Confisco 
Bens Imóveis - Plantação de psicotrópicos 
- Exploração de trabalho escravo na forma da lei 
Bens móveis - Utilizados para o Tráfico de drogas 
 
A Constituição prevê que esses bens serão utilizados para fins de reforma agrária e programa de habitação popular (destinação). 
 
 
 
 
9 
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Os bens móveis usados para o tráfico de drogas, por sua vez, serão destinados a Fundo Especial de combate ao tráfico. 
Cumpre destacar ainda que, o Supremo Tribunal Federal vem decidindo no sentido de que todo o terreno será desapropriado, 
ainda que a plantação se restrinja a uma parcela da propriedade. 
Assim, ainda que o proprietário utilize apenas parte da propriedade para a plantação proibida, ela será desapropriada em sua 
integralidade. 
→Todo terreno será desapropriado, ainda que a plantação se restrinja a uma parcela da propriedade. 
- Procedimento da desapropriação 
Em se tratando de expropriação diferenciada, na qual não prevê o pagamento de indenização, seu procedimento segue um rito 
especial e sumário, regulamentado pela Lei 8.257/91. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #DPERN2015 
Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta. 
a) Limitações administrativas são determinações de caráter individual por meio das quais o poder público impõe aos 
proprietários determinadas obrigações, positivas, negativas ou permissivas, com o fim de condicionar as 
propriedades ao atendimento da função social. 
b) Compete à União e aos estados desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e 
justa indenização em títulos da dívida agrária, o imóvel rural que não estiver cumprindo a sua função social. 
c) Segundo entendimento do STF, a desapropriação-confisco, prevista no art. 243 da CF, incide sobre a totalidade 
da propriedade em que forem cultivadas plantas psicotrópicas, e não apenas sobre a área efetivamente plantada. 
d) A servidão administrativa instituída por acordo com o proprietário do imóvel, ao contrário daquela instituída por 
sentença judicial, prescinde da declaração de utilidade pública do poder público. 
e) A instituição de requisição administrativa, quando recair sobre bens imóveis, não dispensa o prévio e necessário 
registro na matrícula do imóvel. 
 
3.5 Competência para desapropriar 
A competência legislativa sobre essa espécie de desapropriação é privativa da União, nos termos do art. 22 da Constituição 
Federal. 
→A competência para legislar acerca de desapropriação é exclusiva da União. 
Desse modo, somente a união tem legitimidade para tratar de leis que regulamentem a desapropriação. Porém, a competência 
para declarar a desapropriação é de todos os entes federativos. 
 
 
 
 
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→A competência declaratória, ou seja, a atribuição para declarar a utilidade ou necessidade pública e o interesse social dos 
bens privados para fins de desapropriação será, concorrente, de todos os entes federativos. 
Desse modo, contemplamos que análise da competência aqui se divide em duas competências, a saber, competência para 
legislar e competência para declarar a desapropriação. 
Esquematizando 
Competência para legislar sobre desapropriação UNIÃO 
Competência para declarar desapropriação Todos os entes federativos 
 
Deve-se, todavia respeitar a hierarquia federativa. Assim, a União pode desapropriar o bem de um Estado ou Município e, o 
Estado, por sua vez, pode desapropriar um bem do município. 
União →Estado →Município 
Um ente de maior abrangência pode desapropriar um ente de menor abrangência. 
3.5 Fases da Desapropriação 
O procedimento expropriatório se desenvolve em duas fases distintas: a declaração efetivada pelo poder público, mediante 
decreto expropriatório ou lei de efeitos concretos, informando a utilidade ou necessidade pública ou o interesse social no bem 
do particular e a execução da desapropriação, mediante o pagamento da indenização justa, prévia e em dinheiro e imissão na 
propriedade (Matheus Carvalho). 
• Fase declaratória: os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios podem declarar a utilidade pública ou 
interesse social). 
Em regra, somente esses entes podem proceder com a declaração (competência para desapropriar), não é possível que entes da 
administração indireta, por exemplo, declarar a utilidade pública ou interesse social. 
Nesse sentido, Matheus Carvalho “a competência declaratória, ou seja, a atribuição para declarar a utilidade ou necessidade 
pública e o interesse social dos bens privados para fins de desapropriação será, concorrente, de todos os entes federativos. 
Neste sentido, somente os entes políticos (União, estados, municípios e Distrito Federal) e não as entidades da administração 
indireta têm competência para declaração de utilidade pública ou de interesse social”. 
Exceções: a regra em que se admite a declaração por todos os entes da federação contempla algumas exceções a serem 
analisados (hipóteses em que apenas determinado ente pode proceder com a declaração). Vejamos: 
 
 
 
 
11 
11 
- ANEEL (Agência reguladora - Autarquia em regime especial da União): terá competência para declarar utilidade pública de 
bens privados para fins de instalação de empresas concessionárias e permissionárias do serviço energia elétrica, nos moldes 
definidos pela lei 9.074/95. 
- DNIT: pode promover declaração de utilidade pública visando à implantação do Sistema Nacional de Viação. 
Nas desapropriações especiais: 
a) desapropriação especial urbana: somente o Município pode declarar o interesse público nessa expropriatória. 
b) desapropriação especial rural: a competência para declaração é exclusiva da União Federal. 
c) desapropriação confisco: somente à União Federal compete efetivar essa espécie de expropriatória. 
*Formas de declaração 
A declaração pode ser feita de duas formas, por meio de Decreto (Decreto expropriatório, nos moldes definidos pelo art. 6°, 
do Decreto lei 3.365/41) ou mediante a edição de lei de efeitos concretos. 
• Decreto “decreto expropriatório” 
• Lei de efeito concreto. 
*Efeitos da Declaração 
A declaração não tem o efeito de já transferir a propriedade do bem. Segundo ensina Matheus Carvalho, a declaração não tem 
o poder de transferir a propriedade do bem objeto do ato, no entanto, sujeita a propriedade à força expropriatória do Estado, o 
que enseja alguns efeitos, quais sejam: 
→O Estado tem o poder de penetrar no bem para fazer algumas avaliações e medidas, por exemplo. 
→Fixação do Estado do bem: o Poder Público irá se manifestar no sentido de que deseja receber o bem naquele estado em que 
foi constatado no momento da avaliação, destacando-se que eventuais reformas feitas a posteriori não ficaram sujeitas a 
indenizações por parte do Estado. 
Exceção: benfeitorias necessárias e úteis (desde que autorizadas – as úteis). 
A lei ressalva as benfeitorias necessárias e úteis; estas últimas, somente se forem autorizadas pelo Estado. Em relação a estas 
benfeitorias, a indenização será devida, mesmo que executadas após o ato declaratório. 
Cumpre destacarmos ainda que, construções feitas após a declaração de interesse público não serão indenizadas pelo ente 
expropriante. Nesse sentido, a súmula do STJ, vejamos: 
 
 
 
 
12 
12Súmula 23, STF - Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de utilidade 
pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for 
efetivada. 
→As construções feitas após a declaração não ficam sujeitas a indenização. 
Desde a declaração o proprietário fica sujeito a determinadas restrições, em virtude disso é que se submete a declaração a um 
prazo de caducidade. 
Assim, para que o cidadão não viesse a ficar, por prazo indeterminado, sujeito a força expropriatória do Estado, foi-se 
estabelecido um prazo de caducidade do ato declaratório. 
 O prazo de caducidade é o prazo para executar a expropriação declarada. 
Prazos de Caducidade 
 
Desapropriação por necessidade ou utilidade pública: Prazo de 5 anos. 
Desapropriação por interesse social (incluídas neste prazo as desapropriações 
urbana e rural, que também ocorrem por interesse social): 
Prazo de 2 anos. 
 
 
Decorrido esse prazo, a declaração efetivada não poderá ser executada, haja vista sua retirada pela inércia administrativa. 
Porém, o Estado poderá realizar nova declaração, em havendo utilidade pública ou interesse social, decorrido o prazo de l 
(um) ano, que é definido em lei, como o prazo de carência (Matheus Carvalho). 
Período de carência: 1 (um) ano. Trata-se do período mínimo exigido para que seja possível o ente federativo declarar 
novamente a utilidade pública ou interesse social daquela propriedade. 
• Fase executória: 
Uma vez declarado o interesse na desapropriação, o Estado deverá adotar as providências necessárias à sua efetivação, com a 
transferência do bem após pagamento do valor justo. 
Executar ou promover a desapropriação é pagar o valor da indenização, previamente fixado, efetivando a imissão do poder 
público na posse do bem. 
A competência executória é mais ampla que a declaratória, que poderá ser feita pelos próprios entes federativos (União, 
Estados, DF, Municípios), podendo também ser delegadas a: 
✓ Entidades da Administração Pública Indireta; 
✓ Consórcios públicos; 
✓ Concessionárias de serviço público. 
 
 
 
 
13 
13 
Na hipótese de acordo quanto ao valor da indenização, a execução ocorrerá pela via administrativa, não precisando recorrer ao 
poder judiciário. Por outro lado, não havendo acordo a execução ocorrerá na via judicial através da chama “ação de 
desapropriação”. 
• Via administrativa: quando há acordo quanto ao valor da indenização. 
• Via judicial: quando há divergência no valor a ser pago à título de indenização – ação de desapropriação. 
A execução, na via judicial, se dá por meio de Ação de Desapropriação, que será proposta pelo Poder Público, sempre que não 
houver acordo em relação ao valor à ser pago à título de indenização, ou ainda, quando o expropriante no souber quem ostenta 
a qualidade de proprietário do bem. 
Ação de Desapropriação 
A ação de desapropriação segue rito especial. 
- A ação é proposta pelo ente expropriante e o particular é chamado para contestar. 
Obs.1: A matéria de defesa na ação de desapropriação é de cunho restrito. 
De acordo com o Decreto-Lei, a matéria que pode ser alegada em sede de contestação na ação de desapropriação são os vícios 
processuais e o valor indenizatório. 
• Vícios processuais; 
• Valores indenizatórios. 
Uma vez efetivada a citação, o réu terá o prazo de quinze dias, conforme lei processual, para apresentação de defesa, a qual, 
no mérito, apenas pode versar acerca do valor indenizatório (art. 20 do DL 3.365). 
Além do valor indenizatório, os vícios processuais também poderão ser analisados como matéria da contestação. 
Dessa forma, não se admite nenhuma outra matéria de defesa, no bojo da ação de desapropriação, além das estipuladas em lei, 
seja a alegação de nulidade ou vício formal do ato de desapropriação (Matheus Carvalho). 
Cumpre destacar que, eventuais ilegalidades na desapropriação podem ser questionadas perante o Poder Judiciário, haja vista 
seu caráter de ato administrativo, contudo, esse questionamento não ocorrerá nos autos da ação de desapropriação. 
Corroborando ao exposto, preleciona Matheus Carvalho, “ocorrendo vício de legalidade no ato de desapropriação, o judiciário 
poderá analisar, porém não no bojo da Ação de Desapropriação, mas sim em uma ação autônoma” (Manual de D. 
Administrativo, 2016). 
Cumpre ressaltar que o juízo da desapropriação é prevento para julgamento desta ação direta (autônoma) que deverá ser 
distribuída por dependência à ação principal, na qual se discute o valor indenizatório pela aquisição de bem. 
 
 
 
 
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Tomando por base que na ação de desapropriação a matéria discutida restringe-se ao valor da indenização, é plenamente 
possível que o Ente Federativo requeira e o juiz conceda liminar de imissão provisória na posse do bem. 
→Na ação de desapropriação, o juiz pode conceder a imissão provisória no bem. 
Para que seja possível a imissão provisória no bem, o Estado precisará alegar a urgência da imissão e, posteriormente, deve 
depositar o valor que julgar justo (valor incontroverso). 
Desse modo, são requisitos para a concessão da imissão provisória do bem: 
a) declaração de urgência (com prazo de validade de 120 dias); 
b) depósito do valor incontroverso da ação. 
Uma vez depositado o valor incontroverso, o proprietário tem direito de levantar 80% do valor depositado. 
• 80% do valor depositado por ser levantado. 
• 20% fica em juízo para garantia. 
Poderá ainda o proprietário optar pelo levantamento de 100% do valor depositado. Porém, nessa hipótese presume-se que este 
concordou com o valor ofertado pelo ente, ocasião em que a ação prosseguirá para homologação. 
Corroborando ao exposto, Matheus Carvalho expõe “entende-se que, caso o expropriado levante a integralidade do depósito 
(ao invés de levantar somente 80%), presume-se que o valor depositado foi aceito e o juiz homologará o acordo, por sentença, 
não havendo mais a possibilidade de se questionar o pagamento” (Manual de D. Administrativo, 2016). 
- Sentença 
Com a decisão final do processo transitada em julgado, ocorre a aquisição de propriedade pelo poder público. 
O juiz, estabelecerá a indenização justa devida pelo poder público ao expropriado. Ocorre que, caso o valor determinado pela 
sentença seja maior do que o valor depositado, a diferença deverá ser paga pelo ente estatal. 
O valor da diferença entre o determinado em sentença e o anteriormente depositado, em se tratando de decisão judicial, será 
pago respeitando a ordem cronológica de pagamento de precatório nos moldes definidos no art. 100 da Constituição Federal. 
Sobre esses valores incidirá ainda pagamentos acessórios: 
• Correção monetária; 
• Juros compensatórios; 
• Juros moratórios e 
• Honorários advocatícios. 
a) Correção monetária 
 
 
 
 
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A correção monetária trata-se da atualização do valor da moeda, o qual incidirá sobre o valor a mais (excedente) determinado 
pelo juiz. 
A CF determina que a correção será garantida desde o trânsito em julgado. Porém, o Decreto-Lei determina que devem ser 
calculada desde o momento da avaliação efetivada pelo perito designado pelo juízo, como forma de se evitar a diminuição do 
valor a ser pago, apresentando-se como uma garantia a mais. 
- A correção incidirá sobre o valor que não foi levantado pelo particular. 
A Constituição Federal ao teor do art. 100, §12º determina que na correção seja utilizado o índice oficial de 
remuneração básica utilizado para a caderneta de poupança, porém o STF já suspendeu a eficácia desse dispositivo 
e entendeu que “a correção deve ser guiada por índices oficiais que retratem a inflação do período, não sendo suficiente a 
aplicação do índice de correção utilizado para fins de atualização da caderneta de poupança”. 
b) Juros compensatórios 
O pagamento dos juros compensatórios é feito com a intenção de compensar o expropriado pelo fatode ter perdido a posse do 
bem antes de receber a indenização justa. 
Os juros compensatórios começarão a incidir desde a imissão provisória na posse por parte do Estado, e será sobre o valor 
excedente do que foi depositado em juízo. 
Assim, por exemplo, se o valor depositado em juízo foi 80 mil, e o magistrado entendeu como devida a quantia de 200 mil, os 
juros compensatórios incidirão sobre 120 mil. 
Nessa linha, Matheus Carvalho descreve “os juros compensatórios deverão incidir sobre cento e vinte mil que corresponde a 
tudo aquilo que não estava disponível para o réu, no momento da perda da posse”. 
Súmula 618, STF – Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa de juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano. 
Os juros compensatórios serão de 12% ao ano, com aplicação a partir de 2001 (edição da súmula). 
c) Juros moratórios 
Os juros de mora são devidos em razão da demora no cumprimento da decisão judicial com o efetivo pagamento por parte do 
Estado. 
Desse modo, os juros moratórios existem para penalizar o Estado pela demora em cumprir a decisão judicial. 
Os juros moratórios incidirão sobre o valor a mais determinado pelo juízo à titulo de indenização. 
 
 
 
 
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Os juros moratórios começam a incidir a partir de 1° de janeiro do ano seguinte àquele em que o precatório deveria ter sido 
pago, não incidindo durante o prazo constitucional para pagamento de precatórios judiciais, nos moldes da Constituição. Esse 
entendimento encontra-se, inclusive, sumulado. 
Súmula Vinculante 17 – Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora 
sobre os precatórios que nele sejam pagos. 
Os juros de mora incidem no percentual de 6% ao ano, de acordo com o art. 15-B do Decreto-lei 3.365/41. 
→Os juros moratórios serão de 6% ao ano. 
d) Honorários advocatícios/sucumbenciais 
Os honorários a serem pagos pela parte sucumbente na ação de desapropriação deverão incidir sobre o valor fixado na sentença 
menos o valor depositado pelo ente estatal para fins de imissão provisória na posse, que é efetivamente, o valor da sucumbência, 
ou seja, incidirá sobre a diferença entre o que foi determinado pelo juízo e o que o ente federativo entendia como devido. 
Súmula 617, STF – A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a 
indenização, corrigidas ambas monetariamente. 
Valor dos honorários advocatícios 
O montante a ser pago a título de honorários pode variar entre 0,5% e 5% do valor da sucumbência, não se aplicando a 
determinação do Código de Processo Civil. 
Esquematizando 
Valor dos honorários advocatícios x Variação 
0,5% 5% 
*Sem teto! 
- NÃO se aplica o CPC! 
O art. 27, §1°, do Decreto-Lei 3.365/41 define, acerca do tema, que a sentença que fixar o valor da indenização quando este 
for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e 
cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4º do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os 
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais). 
Sucede-se, porém que o dispositivo foi objeto de controle de constitucionalidade, por meio da ADI 2.332-2, a qual determinou 
a suspensão da eficácia de sua parte final. Sendo assim, em virtude da decisão referida, não há limite de valor estipulado 
 
 
 
 
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como teto de honorários na ação de desapropriação, sendo inaplicável a norma que determina que os honorários não poderão 
ultrapassar o valor de R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais). 
Lembre-se! 
→O STF suspendeu a eficácia desse teto! 
e) Cumulação de pedidos “Juros sobre Juros” 
Nos termos da Súmula 12 do STJ, “em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e moratórios”. 
Consoante entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça, não se admite a cumulação dos juros moratórios e 
compensatórios, ainda que ambos estejam incidindo no bojo da mesma ação de desapropriação, haja vista a incidência em 
fases diversas do feito. 
Embora os juros incidam no mesmo processo, a sua incidência tem marcos diferentes: 
• Os juros compensatórios incidem a partir da imissão provisória na posse até a sentença. 
• Os juros de mora somente começarão a incidir, neste mesmo processo, depois de transcorrido o prazo constitucional 
para pagamento de precatórios. 
O que faz com que não haja incidência de juros sobre juros (juros compostos). 
A Súmula 12 do STJ, em verdade, tinha a intenção de apontar que é possível a incidência de ambas as espécies de juros, mas 
não que incidam em juros compostos (juros sobre juros). 
- Sacrifício de direito 
Existem três hipóteses de indenização do Estado para com o particular: 1) decorrente de contrato administrativo, para 
observância da margem de lucro inicialmente pactuada (responsabilidade contratual; 2) responsabilidade civil – art. 37, §6º da 
Constituição Federal; 3) sacrifício de direito (hipóteses de intervenção do Estado na propriedade). Desse modo, o sacrifício de 
direito também dá ensejo a indenização (art. 5º, XXIV, CF). 
Imaginemos a seguinte situação hipotética: André tinha uma propriedade de tamanho 2X, parte dessa área X era destinada a 
plantação de laranja, a outra parte não era utilizada. O Estado procedeu com a desapropriação da área X que não era utilizada, 
e com a imissão da posse fez a instalação de uma estação de tratamento de esgoto. 
Plantação de Laranja 
 
X X X X X X X X X X 
X X X X X X X X X X 
X X X X X X X X X X 
X X X X X X X X X X 
Estação de tratamento de 
Esgoto 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Área não desapropriada. 
- Área que o Estado se 
imitiu na posse. 
 
O particular, na ação de desapropriação alegou que em virtude da instalação da estação de tratamento de esgoto teve sua 
plantação afetada (redução da produção), requerendo assim indenização também pelos lucros cessantes a serem pagos na 
indenização pela desapropriação. 
O STF entendeu que não caberá na ação de desapropriação o referido requerimento, posto que o ocorrido não derivou da 
desapropriação propriamente, mas da instalação da estação de tratamento, ou seja, por ato da administração, assim a via 
adequada seria ação autônoma fundamentado na responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, §6º da Constituição Federal). 
Observações 
Direito de extensão – parte inaproveitável: direito de requerer a extensão da desapropriação, na hipótese da desapropriação 
parcial. 
O direito de extensão ocorre na situação em que o Estado desapropria um bem deixando uma área remanescente inaproveitável, 
isoladamente, surgindo assim para o proprietário o direito pleitear a sua extensão. Nessas situações o poder público deverá 
desapropriar o bem inteiro e indenizará tudo. 
Obs.1: O direito de extensão poderá ser arguido na contestação da própria ação de indenização por desapropriação. 
Nesse sentido, Matheus Carvalho “excepcionalmente, a doutrina considera ser admissível o requerimento de direito de 
extensão em sede de defesa, no bojo da própria ação de desapropriação. Trata-se de situação excepcional, considerando-se 
que, a princípio, a contestação nesse tipo de processo está restrita acerca do valor indenizatório”. 
Desapropriação por zona: se efetiva em razão da realização de obra pública, na qual o ente estatal tenha a necessidade de 
desapropriar, não somente o espaço necessário à construção da obra, mas também a zona vizinha a esta construção. 
→Desapropriação de uma zona vizinha a desapropriação de uma obra. Desapropria o espaço destinado a obra e a zona vizinha. 
O ato da desapropriação deve deixar definido que parte da desapropriação é destinada para obra e que parte é por zona. 
Nesse sentido, o art. 4º do Decreto-Lei 3.365/41, “a desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao 
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente,em consequência da realização 
do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as 
indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda”. 
A desapropriação da zona vizinha poderá ocorrer para atender uma das finalidades: 
 
 
 
 
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1. Necessidade de posterior extensão da obra; 
2. Supervalorização das áreas vizinhas dos terrenos privados. 
Corroborando ao exposto, Matheus Carvalho “se o Estado entender que haverá uma supervalorização dos terrenos vizinhos, 
quando então a desapropriação será feita para que o poder público possa, posteriormente à execução da obra, vender os bens 
expropriados pelo valor já valorizado. Nestes casos, o valor recebido a mais será utilizado com a finalidade de custear os 
gastos feitos com a execução da obra pública”. 
Para o STF, apresenta-se viável a desapropriação por zona em casos nos quais a obra pública enseje uma valorização 
extraordinária dos bens vizinhos. 
Desapropriação indireta: ocorre nas situações em que o Estado invade o bem privado sem respeitar os procedimentos 
administrativos e judiciais inerentes à desapropriação. 
A desapropriação indireta tem fundamento no art. 31 do Decreto-Lei 3.365/41. 
A desapropriação indireta configura verdadeiro esbulho ao direito de propriedade do particular perpetrado pelo ente público. 
→A desapropriação indireta é o esbulho possessório praticado pelo Estado, quando invade área privada sem contraditório 
ou pagamento de indenização. 
Cumpre ressaltar que, embora a princípio seja um esbulho, no momento em que o Estado confere destinação a esse bem, não 
existe mais a possibilidade do particular requerer o bem de volta. 
Nesse sentido, descreve Matheus Carvalho “dada a destinação pública ao bem, o proprietário não pode mais reverter a 
situação, buscando o bem para si, restando pleitear o pagamento de justa indenização através da Ação de Indenização por 
Desapropriação Indireta” ou ação de indenização por apossamento administrativo. 
Na desapropriação indireta por ocasião da indenização a ser feita, os juros compensatórios incidirão a partir da data do esbulho, 
ainda que outro seja o momento que o particular venha a tomar conhecimento desse. 
Súmula 119 do STJ: a ação de indenização por desapropriação indireta prescreve em 20 anos. 
O teor da súmula 119 editada em 98 deve ser interpretada à luz do art. 1.238, parágrafo único do Código Civil, o qual contempla 
o prazo de 10 anos para a usucapião extraordinária. 
Ação de desapropriação indireta tem prazo de 10 anos. 
A jurisprudência reconhece a desapropriação indireta, apontando três requisitos necessários a sua configuração, a saber: 
 
 
 
 
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• O apossamento irregular do bem pelo poder público; 
• A destinação pública deste bem, ou seja, sua afetação ao interesse público, ou pela execução de uma obra ou prestação 
de determinado serviço; e 
• A impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da coletividade. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TRF1ªRegião2015 
A União publicou decreto expropriatório por utilidade pública de imóvel urbano. No decreto, declarou-se o interesse 
de instalar, no referido imóvel, a sede de determinado órgão público federal. A administração pública imitiu-se na 
posse do bem e realizou as reformas necessárias. Em seguida, as atividades do órgão público foram inauguradas no 
imóvel. O prazo do decreto expropriatório caducou sem que a administração propusesse acordo para o pagamento 
da indenização nem ajuizasse, para esse fim, a ação judicial. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das normas e precedentes jurisprudenciais a respeito 
da desapropriação. 
a) A ação de indenização tem natureza pessoal e deve ser proposta pelo proprietário no foro de domicílio da pessoa 
jurídica expropriante. 
b) Conforme o entendimento atual do STJ, o prazo para a interposição da ação indenizatória, pelo proprietário, é de 
vinte anos, contados da imissão na posse. 
c) O proprietário poderá obter a restituição do bem mediante a propositura de ação reivindicatória contra a União. 
d) Ocorreu desapropriação indireta, que, comparada à desapropriação comum, caracteriza-se pela inversão entre as 
fases de pagamento da indenização e apossamento do bem desapropriado. 
e) Não houve ilegalidade na imissão na posse ocorrida, visto que o ato administrativo é dotado de autoexecutoriedade 
e decorreu dos poderes transferidos à administração pelo decreto expropriatório. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TJPR2017 
Assinale a opção correta a respeito da desapropriação indireta. 
a) Se a administração conferir destinação pública a determinado bem, o particular prejudicado poderá recorrer a 
ações possessórias, reivindicatórias e indenizatórias. 
b) O juízo competente para processar e julgar a desapropriação indireta é o do foro de situação do bem. 
c) A afetação do bem particular a um fim público constitui forma de transferência da propriedade. 
d) Por observar o devido processo legal, a desapropriação indireta é instituto amplamente praticado e permitido pela 
legislação brasileira. 
 
Tredestinação 
 
 
 
 
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Imaginemos a seguinte situação hipotética: foi efetivada uma desapropriação com a finalidade declarada de construção de uma 
escola pública no local. Sucede-se, porém que, após a execução do ato expropriatório, o poder público, em vista de interesse 
coletivo devidamente justificado, decidiu alterar o destino do bem, determinando a construção de um hospital público no 
terreno, para atendimento de pessoas carentes. Nessa hipótese, ocorreu o fenômeno da tredestinação. 
Assim, fala-se que houve tredestinação quando o Estado declara uma finalidade no momento do ato expropriatório e confere 
destinação diversa daquela declarada, como no exemplo acima, a desapropriação era para a construção de uma escola, porém 
foi feito um hospital. 
A doutrina tem entendido e se manifestado no sentido de que, embora alterado a finalidade específica da desapropriação, caso 
seja mantido o interesse público (finalidade genérica), a tredestinação será considerada lícita. Corroborando, aduz Matheus 
Carvalho “nas hipóteses em que há a mudança de destinação específica, somente, mantendo-se a finalidade genérica, qual 
seja a busca do interesse público, a tredestinação será lícita”. 
Pode ocorrer também a hipótese de além não ser conferida a destinação específica declarada, a qual embora diversa atingiria 
o interesse público, o bem expropriado não receba nenhuma destinação. Nessa hipótese, estaremos diante do que a doutrina 
denomina de “tredestinação ilícita” ou adestinação. 
Assim: 
• Nas hipóteses em que há a mudança de destinação especifica, somente, mantendo-se a finalidade genérica, qual seja, 
a busca do interesse público, a tredestinação será lícita. 
• Porém, quando a expropriação é efetivada e o ente público não dá o aproveitamento adequado à propriedade, por 
exemplo, não faz nenhuma construção e vendeu o bem à terceiros. Nessa situação ocorre a Tredestinação ilícita, 
também designada pela doutrina como adestinação. 
Adestinação: ocorre quando o Poder Público não confere destinação ao bem público que fora desapropriado. Nesse caso, o 
particular terá o direito de retrocessão. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #PGEBA2014 
Caso um governador resolva desapropriar determinado imóvel particular com o objetivo de construir uma creche 
para a educação infantil e, posteriormente, com fundamento no interesse público e em situação de urgência, mude a 
destinação do imóvel para a construção de um hospital público, o ato deve ser anulado, por configurar tredestinação 
ilícita. 
ERRADO. 
No caso em comento da assertiva, a tredestinação é considerada lícita, posto que embora tenha alterado a finalidade 
específica, a geral, qual seja, a busca do interesse público,prevaleceu. 
Retrocessão – direito real ou pessoal 
 
 
 
 
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Segundo o professo Alexandre Mazza, a retrocessão é a reversão do procedimento expropriatório devolvendo-se o bem ao 
antigo dono, pelo preço atual, se não lhe for atribuída uma destinação pública. 
A natureza jurídica do direito de retrocessão é bastante controversa, não havendo consenso entre os estudiosos do tema. 
Desse modo, parte da doutrina entende que o proprietário tem direito a reaver o bem, mesmo que alienado a terceiros, dando 
ao instituto, caráter de direito real, enquanto o remanescente entende que a situação se resolveria em perdas e danos, a serem 
exigidas pelo particular expropriado, do ente público expropriante, não sendo possível opor a garantia a terceiros adquirentes 
do bem, haja vista a natureza de direito pessoal da retrocessão. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #MPERR2017 
Concluído determinado processo de desapropriação, com o pagamento integral do valor e a incorporação do bem ao 
patrimônio do poder público, este decidiu devolver o bem expropriado ao antigo dono, por não lhe ter sido atribuída 
a destinação prevista no decreto expropriatório nem qualquer outra destinação pública. 
Essa reversão do procedimento expropriatório é denominada 
a) tredestinação lícita. 
b) desapropriação indireta. 
c) desistência da desapropriação. 
d) retrocessão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO II 
Conteúdo 02: Intervenções Restritivas na Propriedade 
As intervenções restritivas na propriedade limitam o exercício do direito de propriedade sem que, contudo, seja transferido o 
bem ao patrimônio público. O proprietário continua usando o seu bem, porém com determinadas restrições. 
As limitações restritivas não podem impedir o uso do bem pelo proprietário, mas apenas restringi-las. 
Trata-se de manifestação do poder de polícia. 
Segundo Matheus Carvalho, nas intervenções restritivas o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade 
pelo terceiro, sem, contudo, lhe retirar o direito de propriedade. Nestes casos, não obstante o particular conserve o seu direito 
de propriedade, não poderá mais exercê-lo em sua plenitude, ficando a utilização do bem sujeita às limitações impostas pelo 
Estado, de forma a garantir a satisfação das necessidades coletivas. 
Estas intervenções se dividem em cinco espécies: 
• Limitação administrativa; 
• Servidão administrativa; 
• Tombamento; 
• Requisição Administrativa; 
• Ocupação temporária. 
 
1.1 Limitação Administrativa 
 
Trata-se de limitação de caráter geral (incide sobre uma quantidade indeterminada de bens) e abstrata (aplica-se à todos que 
incidam naquela circunstância indistintamente). 
Desse modo, as limitações administrativas são em regra obrigação genérica de não fazer, possuindo as seguintes características: 
• Trata-se de uma restrição geral e abstrata; 
• Atingem um número indeterminado de propriedades particulares; 
• É exercido pelo poder de polícia administrativa; (manifestação do Poder de Polícia); 
• Atingem o caráter absoluto da propriedade. 
→Trata-se de restrição de caráter geral, não atingindo um bem especificamente, mas sim todos os proprietários que estiverem 
na situação descritas na norma. 
 
 
 
 
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A limitação administrativa tem efeitos ex nunc (não retroage). Assim, a imposição de determinada limitação administrativa 
imposta na norma só terá aplicação daquele momento em diante. 
Podemos citar como exemplo de limitação administrativa uma obrigação de não fazer (limite de altura de prédio). 
Exemplo: proibição de construir além de determinado número de pavimentos. 
Em princípio, a limitação administrativa não ensejará direito a indenização. Por outro lado, caso fique comprovado a existência 
de um dano específico, anormal e extraordinário em virtude da limitação, o proprietário poderá ser indenizado. Nesse sentido, 
o Informativo 508, STJ. Vejamos: 
Em regra, o proprietário não tem direito à indenização por conta das limitações administrativas que incidam sobre sua 
propriedade (a limitação administrativa é gratuita). No entanto, excepcionalmente, a jurisprudência reconhece o direito à 
indenização quando a limitação administrativa reduzir o valor econômico do bem. O prazo prescricional para que o proprietário 
busque a indenização por conta das limitações administrativas é de 5 anos. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1317806-MG, Rel. 
Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012 (Info 508). 
Se, quando o proprietário adquiriu o imóvel, já havia a limitação administrativa ele não poderá 
pedir indenização 
O STJ decidiu que a responsabilização do Estado na indenização decorrente de limitação administrativa somente ocorre se a 
aquisição do imóvel tiver ocorrido antes da restrição administrativa. STJ. 1ª Seção. AR 2075/PR, Rel. Min. Denise Arruda, 
Rel. p/ Acórdão Min. Humberto Martins, julgado em 27/5/2009. 
 
Em 2001, a Lei 10.257 (Estatuto da Cidade) criou o instituto da preempção ou preferência público. A referida lei estabelece 
que os municípios, por meio de lei, podem determinar que algumas áreas do munícipio sejam áreas de preempção (área de 
preferência). 
O direito de preempção confere ao Poder Público Municipal, preferência para aquisição de imóvel urbano, objeto de alienação 
onerosa entre particulares, ou seja, todos os proprietários de bens localizados nesta área, ao alienarem seus terrenos, deverão 
oferecer primeiramente ao Poder Público (Matheus Carvalho). 
Essa declaração de preempção terá duração de 5 anos, no máximo. 
Esquematizando 
Prazo (máximo) 5 anos 
 
 
 
 
 
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Decorrido o prazo de 5 anos, para que seja possível declarar determinada área como de preferencia novamente, deverá aguardar 
o período de carência de um ano. 
Período de carência 1 ano 
→ Somente se admitirá nova lei instituindo o direito de preempção sobre a mesma área depois de respeitado o prazo de um 
ano de carência. 
Consequências: 
1. Caso o particular queira alienar a propriedade que fora declarada como de preferência do Poder Público, deverá oferecer 
primeiramente ao Poder Público. 
Nessa situação, o Estado terá o prazo de ATÉ 30 dias para executar seu direito de preferência. 
Ultrapassado o referido prazo sem que o poder público se manifeste, será interpretado como recusa (recusa tácita), podendo 
assim o particular alienar o bem para qualquer pessoa “pelo preço que ofereceu ao Poder Público”, nos moldes da proposta 
feita, sob pena de caracterizar fraude. 
Dentro do seu prazo de vigência, caso o direito de preempção não seja respeitado, a alienação feita indevidamente ao particular 
será nula e o Poder Público, nos termos da lei, poderá adquirir o bem pelo valor da transação ou pelo valor venal do bem, o 
que for mais baixo. 
Trata-se de espécie de limitação administrativa. 
Vamos relembrar! 
→A limitação administrativa é uma determinação geral, que condiciona o exercício do direito de propriedade em face do 
bem comum, e por ela proprietários indeterminados são constituídos em obrigações positivas, negativas ou permissivas. 
A limitação administrativa afeta o caráter absoluto da propriedade. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #DPU2015 
As limitações administrativas são determinações de caráter geral por meio das quais o poder público impõe a 
determinados proprietários obrigações de caráter negativo, mas não positivo, que condicionam a propriedade ao 
atendimento de sua função social. 
ERRADO. 
As obrigações decorrentes das limitações impostas pela Administração Pública, podem ser tanto negativas quanto 
positivas (obrigação de fazer algo). 
 
 
 
 
 
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O que ocorre com a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação 
administrativa, cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de ação de direito pessoal, e não de direito 
real, como é o caso da ação em face de desapropriaçãoindireta. Assim, ainda que tenha havido danos ao agravante, 
diante de eventual esvaziamento econômico de propriedade, deve ser indenizado pelo Estado, por meio de ação de 
direito pessoal, cujo prazo prescricional é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 
3.365/41. STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1454919/MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2015. 
Desse modo, temos que a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade caracterizam-se como 
limitações administrativas. 
1.2 Servidão Administrativa 
A servidão administrativa, diferentemente da limitação, possui caráter individual. 
É direito real incidente sobre bens imóveis. 
A servidão administrativa pode ser compreendida como restrição imposta pelo ente estatal a bens privados, determinando que 
seu proprietário suporte a utilização do imóvel pelo Estado, o qual deverá usar a propriedade de forma a garantir o interesse 
público. 
Na servidão administrativa, o Estado coloca o bem privado para utilização de serviços públicos. 
Nas lições de Matheus Carvalho, o instituto (da servidão administrativa) se configura na utilização de um bem privado pelo 
ente estatal para a prestação de um determinado serviço público ou execução de atividade de interesse público. 
Imóvel privado serviente → SERVIÇO PÚBLICO DOMINANTE. 
→Utilização de patrimônio particular para prestar serviços públicos. 
Principais características da servidão administrativa: 
• Ônus real; 
• Incide sobre propriedade particular; 
• Possui finalidade de permitir uma utilização pública. 
Fases (procedimento da servidão): 
O Estado declara que tem interesse na propriedade para fins da servidão e posteriormente, executa. 
 
 
 
 
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• Declaração: informa que tem interesse na servidão, demonstrando o interesse público. 
• Execução: 
Na fase da execução, o Poder Púbico analisará se haverá dano, em se constatando, será devido a indenização. 
Assim como ocorre na desapropriação, havendo concordância na servidão, ocorrerá por acordo. Por outro lado, divergindo 
quanto a servidão, será pela via judicial. 
Acordo – em caso de concordância. 
Via judicial – divergência. 
A servidão tem caráter permanente. Fala-se que é perpétuo, isso significa que o Estado não precisa utilizar o bem apenas de 
forma temporária/provisória. 
→A servidão em princípio é permanente. 
A regra é pela não indenização nas hipóteses de servidão administrativa. Poderá haver indenização somente na análise de casos 
concretos, hipótese em que poderá haver a indenização. 
A servidão administrativa afeta o caráter exclusivo da propriedade. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TRT8ªRegião2016 
Assinale a opção que indica a modalidade interventiva do Estado na propriedade que tenha como características 
natureza jurídica de direito real, incidência sobre bem imóvel, caráter de definitividade, indenização prévia e 
condicionada à existência de prejuízo e constituição mediante acordo ou decisão judicial. 
a) requisição 
b) tombamento 
c) servidão administrativa 
d) ocupação temporária 
e) desapropriação. 
 
1.3 Requisição Administrativa 
A requisição é intervenção restritiva na propriedade privada que visa a solucionar situações de iminente perigo, mediante a 
utilização de bens privados pelo ente estatal, enquanto durar a situação de risco. 
O especial requisito para que seja configurada a requisição administrativa é a urgência. 
 
 
 
 
28 
28 
Trata-se de aplicação do princípio da função social da propriedade, regulamentado no art. 5°, XXIII, da Constituição da 
República, submetendo os bens privados à utilização pelo Estado em casos de necessidade pública. 
CF, Art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. 
Esquematizando 
Fundamento: Iminente perigo público. 
Indenização: ulterior, em caso de dano. 
A indenização na requisição será ulterior e somente será paga mediante comprovação de prejuízo. 
Cumpre destacar ainda que a requisição pode recair sobre bens móveis, imóveis e até sobre serviços. 
Atenção! É possível, a requisição de serviços, em casos de convocação de mesários para eleitores, de jurados pelo Tribunal 
do Júri e constritos para o serviço militar obrigatório. 
Obs.: Alimentos (bens consumíveis – bens que perdem a sua utilidade com o primeiro uso): o entendimento atual é de que é 
possível a requisição de bens consumíveis desde que eles sejam fungíveis (admite a devolução por outro idêntico). 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #Delegado2017 
Um policial andava pela rua quando presenciou um assalto. Ao ver o assaltante fugir, o policial parou um carro, 
identificou-se ao motorista, entrou no carro e pediu que ele perseguisse o criminoso. 
Nessa situação, conforme a CF e a doutrina pertinente, tem-se um exemplo típico da modalidade de intervenção do 
Estado na propriedade privada denominada 
a) limitação administrativa, cabendo indenização ao proprietário, se houver dano ao bem deste. 
b) requisição administrativa, cabendo indenização ao proprietário, se houver dano ao bem deste. 
c) desapropriação, não cabendo indenização ao proprietário, independentemente de dano ao bem deste. 
d) servidão administrativa, não cabendo indenização ao proprietário, independentemente de dano ao bem deste. 
e) ocupação temporária, não cabendo indenização ao proprietário, mesmo que haja dano ao bem deste. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TRF5ªRegião2015 
Assinale a opção correta no que tange às formas de intervenção do Estado na propriedade. 
a) A requisição, modalidade de intervenção estatal que ocorre em situação de perigo público iminente, abrange tanto 
bens móveis quanto bens imóveis e serviços particulares. 
 
 
 
 
29 
29 
b) Legislar sobre desapropriação compete, concorrentemente, à União, aos estados e ao DF. 
c) Todos os entes federativos dispõem de competência para promover expropriação confiscatória mediante a qual 
as glebas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão 
retiradas do particular, com direito a indenização apenas das benfeitorias. 
d) A servidão administrativa é direito de caráter não real que incide sobre bens móveis e imóveis. 
e) As limitações administrativas são atos singulares que alcançam indivíduos determinados e possuem caráter de 
transitoriedade. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TCEPA2016 
A requisição administrativa caracteriza-se por ser ato administrativo autoexecutório, independente de autorização 
judicial e de natureza transitória, podendo abranger, além de bens móveis e imóveis, serviços prestados por 
particulares. Seu pressuposto é o perigo público iminente. 
CERTO. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TJAM2016 
A CF, em seu artigo 5.º, XXII, garante o direito de propriedade; no inciso XXIII do mesmo artigo, condiciona o 
exercício desse direito ao atendimento da função social. Acerca da intervenção do Estado na propriedade privada, 
assinale a opção correta. 
a) A ocupação temporária é direito real, uma vez que só incide sobre a propriedade imóvel. 
b) A limitação administrativa enseja ao pagamento de indenização em favor dos proprietários. 
c) As modalidades de intervenção supressiva incluem a desapropriação e a ocupação temporária. 
d) A requisição é modalidade de intervenção em que o Estado utiliza propriedade particular no caso de perigo público 
iminente. 
e) É exemplo de servidão administrativa a utilização temporária de terrenos particulares contíguos a estradas em 
construção ou em reforma, para, por exemplo, a alocação transitória de máquinas de asfalto. 
 
1.4 Ocupação temporária 
A denominada ocupação temporária ou provisória é a intervenção do Estado na propriedade de bens particulares em apoio à 
realizaçãode obras públicas ou à prestação de serviços públicos. 
O Estado pode ocupar temporariamente os terrenos vizinhos as obras, como forma de dá suporte a estas, de forma temporária 
(prazo determinado). 
Trata-se de instituto autônomo que não se confunde com a servidão, haja vista o caráter perpétuo desta última medida. 
 
 
 
 
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30 
- Distinções: 
• Servidão administrativa: caráter perpétuo. 
• Ocupação temporária: prazo determinado. 
O Estado necessita utilizar o bem temporariamente, e em razão dessa utilização provisória, ocupa o bem do particular. 
A indenização será assegurado em caso de dano. 
1.5 Tombamento 
Nas lições de Matheus Carvalho, o tombamento configura uma espécie autônoma de intervenção na propriedade privada, com 
a intenção específica de proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, não se confundindo com a servidão ou a 
limitação administrativa. 
Visa a proteção do: 
• Patrimônio histórico, 
• Patrimônio artístico; 
• Patrimônio cultural. 
Assim, o tombamento é um dos instrumentos utilizados pelo poder público para a proteção do patrimônio cultural brasileiro, 
constituído por bens de natureza material e imaterial, tomados como individualmente ou em conjunto, portadores de referência 
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, conforme menciona o art. 216, caput, 
da CF. 
O tombamento de um bem não significa que o proprietário não possa mais dispor desse bem, ele não se torna um bem 
indisponível. Em verdade, o tombamento de um bem apenas impõe ao seu proprietário algumas regras de como utilizá-lo, ou 
seja, impõe restrições ao seu uso. 
A intervenção atinge o caráter absoluto da propriedade, definindo algumas limitações ao exercício do direito de propriedade, 
definindo regras de forma a evitar que a destruição deste bem resulte na perda de informações relevantes à história do país ou 
cause prejuízos a obras artísticas de valor cultural inestimável para a identidade de um povo (Matheus Carvalho). 
O tombamento pode incidir sobre bens móveis ou imóveis desde que sejam bens corpóreos. 
Além disso, o tombamento pode ser total (sobre todo o bem) ou parcial. 
O tombamento efetivado deverá ser registrado: 
• Bem móvel →registrado no livro do tombo. 
• Bem imóvel→se submete a duplo registro - cartório de registro de imóveis e no livro do tombo. 
 
 
 
 
31 
31 
O mesmo bem poderá ser tombado mais de uma vez. 
É possível que um único bem seja ao mesmo tempo de interesse nacional, regional e local, ensejando a possibilidade de 
realização de mais de um tombamento. 
Dessa forma, pode-se definir que: 
- Bem de interesse local: será tombado pelo município. 
- Bem de interesse regional: deve sofrer tombamento efetivado pelo estado. 
- Bem de interesse nacional: o tombamento é de competência da União. 
O tombamento tem caráter perpetuo. 
Obs.: Tombamento provisório → é medida cautelar administrativa determinada, no bojo do processo administrativo de 
tombamento, como forma de garantir o resultado prático do processo, ou seja, evitar que o proprietário destrua o bem no 
transcorrer do processo. Ao final do procedimento, será procedido o tombamento definitivo, mediante transcrição no registro 
do imóvel. 
Em decorrência do ato de tombamento, surgem algumas obrigações para o proprietário. 
As obrigações podem ser de: 
• Fazer: 
Dever de conservação: o proprietário tem a obrigação de conservar o bem. Se não tiver condições de fazer a 
conservação, deverá justificar informando ao Poder Público. 
O proprietário do bem tombado deverá conservar o bem da forma como se encontra. É responsabilidade dele a realização de 
todas as benfeitorias necessárias à conservação deste bem. Se não tiver condições financeiras de realizar a conservação, 
deverá informar ao poder público (Matheus Carvalho). 
Direito de Preferência: caso o particular queira alienar o bem tombado, deverá, primeiramente, oferecer, em 
preferência, ao Poder Público. 
Obs.: O Novo CPC expressamente determinou que não existe mais direito de preferência para alienação extrajudicial de bens 
tombados. 
Na alienação judicial, ainda existe o direito de preferência do Poder Público. 
• Não fazer: 
 
 
 
 
32 
32 
Não destruição: o proprietário do bem tombado não pode modificar (proceder alterações no bem) nem destruir, mutilar 
ou demolir o bem tombado. 
→ não pode destruir ou modificar o bem tombado. 
Não retirada do país: não é possível tirar o bem do país, salvo, por curto período de 
tempo para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
• Tolerar: 
O proprietário deve tolerar a fiscalização do Poder Público. 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #TJDFT2016 
Assinale a opção correta, segundo a qual a modalidade de intervenção na propriedade privada sujeita o bem, cuja 
conservação seja de interesse público, por sua importância histórica, artística, arqueológica, bibliográfica ou 
etnológica, a restrições parciais, mediante procedimento administrativo. 
a) tombamento 
b) ocupação temporária 
c) servidão administrativa 
d) limitação administrativa 
e) desapropriação. 
 
#JÁCAIUCESPE #EssaEuNãoErroMaisCESPE #MOMENTOCESPE #PGEAM2016 
O tombamento pode ocorrer no âmbito federal, estadual ou municipal, sendo um de seus principais efeitos a 
impossibilidade de modificação do bem. Ele pode, ainda, acarretar restrições quanto à destinação e à alienabilidade 
do bem. 
CERTO. 
 
Dos Informativos: Intervenção do Estado na Propriedade Privada 
 
2016 
 
Possibilidade de o proprietário afastar a sanção do art. 243 da CF/88 se provar que não teve culpa 
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove 
que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjpro_B9LvUAhXKgpAKHT3mAbUQjRwIBw&url=http://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/relogio-circular&psig=AFQjCNGWCMzuGr8C5EH1JvgmVsdRGtX4Ow&ust=1497480695318968
 
 
 
 
33 
33 
Desconsideração das conclusões do laudo pericial com base em outras provas 
A preferência do julgador por determinada prova insere-se no livre convencimento motivado e não cabe compelir o 
magistrado a colher com primazia determinada prova em detrimento de outras pretendidas pelas partes se, pela base 
do conjunto probatório tiver se convencido da verdade dos fatos. STF. Plenário. RE 567708/SP, rel. orig. Min. 
Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/3/2016 (Info 817). 
 
É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação? 
É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação? 
SIM, é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde que: 
a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a transferência 
da propriedade do expropriado para o expropriante); e 
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial (que impeça sua utilização 
como antes era possível). 
É ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.368.773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em 
6/12/2016 (Info 596). 
 
2015 
 
Prazo prescricional no caso de desapropriação indireta 
O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é de 10 anos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.300.442-SC, 
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013 (Info 523). STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1536890/SC, Rel. 
Min. Og Fernandes, julgado em 10/11/2015. 
 
Edição de leis ambientais que restringemo uso da propriedade caracterizam-se como limitações 
administrativas 
O que ocorre com a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação administrativa, 
cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de ação de direito pessoal, e não de direito real, como é o 
caso da ação em face de desapropriação indireta. Assim, ainda que tenha havido danos ao agravante, diante de 
eventual esvaziamento econômico de propriedade, deve ser indenizado pelo Estado, por meio de ação de direito 
pessoal, cujo prazo prescricional é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/41. 
STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1454919/MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2015. 
 
2014 
 
Valor da indenização 
O art. 26 do Decreto-Lei nº 3.365/41 determina que o valor da indenização será calculado com base no preço do 
imóvel no momento da perícia (avaliação): “no valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se 
 
 
 
 
34 
34 
incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado.” A avaliação de que trata esse artigo é a administrativa ou a 
judicial? Em outras palavras, o valor da indenização a ser paga será calculado com base no preço do imóvel no 
momento da avaliação administrativa ou judicial? No momento da avaliação judicial. Nas desapropriações para fins 
de reforma agrária, o valor da indenização deve ser contemporâneo à avaliação efetivada em juízo, tendo como base 
o laudo adotado pelo juiz para a fixação do justo preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a 
da avaliação administrativa. De fato, a avaliação efetivada em juízo, ordinariamente, deverá se reportar à época em 
que for realizada — e não ao passado — para fixar a importância correspondente ao bem objeto da expropriação, 
haja vista que exigir que esses trabalhos técnicos refiram-se à realidade passada (de anos, muitas vezes) pode 
prejudicar a qualidade das avaliações e o contraditório. Logo, quando o art. 26 do DL 3.365/41 afirma que a 
indenização, em regra, deverá corresponder ao valor do imóvel apurado na data da perícia, ela está se referindo à 
avaliação judicial. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.459.124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, 18/9/2014 (Info 549). 
 
Dispensa de citação do cônjuge na ação de desapropriação por utilidade pública 
Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do imóvel desapropriado dispensa a do 
respectivo cônjuge. A desapropriação por utilidade pública rege-se pelo Decreto-Lei nº 3.365/41. A ação de 
desapropriação é uma ação de natureza real, uma vez que tem por objeto (pedido) a propriedade de um bem imóvel. 
O CPC/2015 determina que, nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários, em regra, tanto o réu como o 
seu cônjuge devem ser citados (art. 73, § 1º, I) (art. 10, § 1º do CPC/1973). Essa regra não se aplica nas ações de 
desapropriação por utilidade pública. Se a Fazenda Pública ajuíza ação de desapropriação por utilidade pública 
contra o proprietário, o seu cônjuge não precisará ser citado. Isso porque o art. 16 do DL 3.365/1941 (Lei das 
Desapropriações) dispõe que a “citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido 
dispensa a da mulher”. Logo, não se aplica o § 1º do art. 10 do CPC/1973 (art. 73, § 1º, I, do CPC/2015) considerando 
que esta é norma geral em relação ao art. 16 do DL 3.365/41, que é lei específica. STJ. 2ª Turma. REsp 1.404.085-
CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/8/2014 (Info 547). 
 
Indenização por desapropriação e prova de apenas parte da propriedade do imóvel 
Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, ficar constatado que a área medida do bem é maior do 
que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá indenização correspondente à área registrada, 
ficando a diferença depositada em Juízo até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a 
titularidade para o pagamento a quem de direito. A indenização devida deverá considerar a área efetivamente 
desapropriada, ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da escritura, a fim de não se configurar 
enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante. STJ. 2ª Turma. REsp 1.466.747-PE, Rel. Min. Humberto 
Martins, julgado em 24/2/2015 (Info 556). STJ. 2ª Turma. REsp 1.286.886-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 6/5/2014 (Info 540). 
 
Desapropriação para fins de reforma agrária e área de reserva legal 
Não se encontrando averbada no registro imobiliário antes da vistoria, a reserva florestal não poderá ser excluída da 
área total do imóvel desapropriando para efeito de cálculo da produtividade do imóvel rural. STJ. 2ª Turma. AgRg 
no REsp 1301751/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/04/2014 (Info 539). 
 
Juros e correção monetária na complementação de TDA 
 
 
 
 
35 
35 
Em desapropriação para fins de reforma agrária, é possível a incidência de juros e de correção monetária, com a 
inclusão dos expurgos inflacionários, no cálculo de complementação de título da dívida agrária (TDA). STJ. 2ª 
Turma. AgRg no Resp 1.293.895-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/2/2014 (Info 535). 
 
2013 
 
Honorários periciais na desapropriação indireta 
No âmbito de ação de indenização por desapropriação indireta, os honorários periciais devem ser adiantados pela 
parte que requer a realização da perícia. Isso porque os arts. 19 e 33 do CPC/1973 (arts. 82 e 95 do CPC/2015) — 
que preveem a regra segundo a qual cabe à parte que requereu a prova pericial o ônus de adiantar os respectivos 
honorários de perito — são plenamente aplicáveis à ação de indenização por desapropriação indireta, regida pelo 
procedimento comum. STJ. 2ª Turma. REsp 1.343.375-BA, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 5/9/2013 (Info 
530). 
 
Estado que desapropria domínio útil de imóvel em terreno de marinha deverá pagar laudêmio 
A transferência, para fins de desapropriação, do domínio útil de imóvel aforado da União constitui operação apta a 
gerar o recolhimento de laudêmio. STJ. 2ª Turma. REsp 1.296.044-RN, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado 
em 15/8/2013 (Info 528). 
 
Honorários advocatícios no caso de desapropriação indireta 
No caso de ação de desapropriação indireta, os honorários advocatícios devem ser fixados entre 0,5% e 5% do valor 
da diferença do preço oferecido, ou seja, nos limites percentuais estabelecidos no art. 27, §§ 1º e 3º do Decreto-Lei 
3.365/1941. STJ. 2ª Turma. REsp 1.300.442-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013 (Info 523). 
 
Ação de indenização proposta pelo arrendatário de terra desapropriada 
A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que o arrendatário objetive ser indenizado pelos 
prejuízos decorrentes da desapropriação por interesse social, para a reforma agrária, do imóvel arrendado. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.130.124-PR, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/4/2013 (Info 522). 
 
Desapropriação indireta não se confunde com limitação administrativa 
A limitação administrativa distingue-se da desapropriação, uma vez que nesta há transferência da propriedade 
individual para o domínio do expropriante, com integral indenização; e naquela há apenas restrição ao uso da 
propriedade imposta genericamente a todos os proprietários, sem qualquer indenização. Não há desapropriação 
indireta sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público. Desse modo, as restrições ao direito 
de propriedade impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não constituem 
desapropriação indireta. A edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade caracteriza uma limitação 
administrativa, cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de uma ação de direito pessoal, e não de 
direito real, como é o caso da ação contra a desapropriação indireta. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1359433/MG, 
Rel.

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