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1/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Distorção Harmônica O nome “harmônico” procede das investigações sobre as ondas sonoras, como, por exemplo, as que produzem um timbre de um piano. Se identificamos o instrumento musical em uma melodia, não é graças à nota fundamental que emite, mais precisamente, às suas harmônicas, as quais “caracterizam” o instrumento e a qualidade. Assim sendo, as harmônicas parecem estar relacionadas à qualidade da onda que “interpretam”. A arte musical e a eletrotécnica diferem completamente, pois as instalações de geração e consumo de potência devem ser projetadas para evitar as harmônicas ou, pelo menos, as suas consequências. Veja o exemplo de uma forma de onda em uma instalação que não possuí harmônicas: Tensão (V) • Tensão da fonte Período (ms) T VPP Apresentação Situação Prática Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Distorção Harmônica 2/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas A forma de onda senoidal é o resultado da superposição da onda fundamental, com um número indeterminado de ondas senoidais de frequências múltiplas desta. Assim sendo, existem harmônicas 2ª, 3ª, 4ª, etc. a partir da fundamental. Veja na figura a seguir a presença das harmônicas 3ª, 5ª, 7ª e 9ª, que vão se sobrepor à fundamental, e a onda que resulta na presença de todas elas: Fundamental 3ª harmônicas 5ª harmônicas 7ª harmônicas 9ª harmônicas Soma das ondas senjoidais de cima 3/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas As frequências das harmônicas são respectivamente duas, três e quatro vezes a frequência da fundamental. Observe os gráficos abaixo: 60 Hz 60 Hz 60 Hz 60 Hz 120 Hz 180 Hz 240 Hz 300 Hz Nos gráficos, é possível notar que na 2ª harmônica, a frequência é de 120 Hz, e na 5ª harmônica, a frequência é de 300 Hz. Portanto, fica fácil entender que as frequências múltiplas da fundamental influenciam no comportamento da instalação elétrica. Os acionamentos de cargas não lineares distorcem o sinal senoidal de tensão e corrente presentes na instalação. A corrente que circula pela carga retorna à rede, distorcendo o sinal original com característica senoidal que diferentemente dos transientes, estão presentes de forma contínua. 4/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas O emprego massivo de retificadores de tensão em aparelhos domésticos monofásicos (iluminação fluorescente, controladores de iluminação, computadores, TVs, equipamentos eletrônicos) tendem a produzir um incremento de 5ª e 7ª harmônicas nas redes urbanas. Este efeito tem um maior impacto nos transformadores e equipamentos de proteção das empresas fornecedoras de zonas residenciais. Veja no gráfico a seguir a influência das harmônicas em uma forma de onda senoidal: 400 300 200 100 0 0 0,005 - 100T en sã o (V ) - 200 - 300 - 400 Tempo (s) 0,01 0,015 0,0250,02 0,0350,03 0,04 As correntes harmônicas em uma instalação reduzem a qualidade da energia e originam numerosos problemas: » Sobrecarga da rede pelo incremento do valor eficaz das correntes. » Sobrecarga dos condutores neutros devido à soma das harmônicas de ordem 3, geradas pelas cargas monofásicas. Apresentação Situação Prática Características Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas 5/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Apresentação Situação Prática Características Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas » Incremento das perdas de transformadores e motores para entregar a mesma potência sob um ambiente rico em harmônicas. » Sobrecarga, vibrações e envelhecimento prematuro dos transformadores e motores, e zumbido dos transformadores. » Sobrecarga e envelhecimento prematuro dos capacitores. » Deformação da tensão de alimentação, podendo perturbar as cargas sensíveis. » Perturbação das redes de comunicação ou das linhas telefônicas. » Falha ou operação indevida de disjuntores. As harmônicas também causam impactos econômicos importantes: » O envelhecimento prematuro dos equipamentos supõe que devem ser substituídos com antecedência. » As sobrecargas na instalação aumentam o consumo de energia, ultrapassando a demanda contratada. As perturbações de corrente produzem disparos intempestivos dos dispositivos de proteção e a interrupção das atividades. A distorção harmônica mede a perturbação do sinal da saída, após ele passar por todo o equipamento, em relação ao sinal aplicado na entrada do aparelho. A distorção do sinal é gerada pelo acréscimo de frequências múltiplas do sinal fundamental que surgem devido a não linearidade dos componentes presentes no circuito. A distorção harmônica total de tensão chamada de THD é calculada pela equação: THD v = √∑h = 2 Vh2 V1 n 6/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Onde: Vh = distorção de tensão de ordem n V1 = tensão fundamental Exemplo de cálculo: Determinar a distorção harmônica de uma onda senoidal fundamental de tensão de valor eficaz igual a 380 V, que está deformada devido a injeção de tensão harmônica de 3ª e 5ª ordens, cujos os valores são Vh3 = 34 V e Vh5 = 46 V. THD v = √(342) + 462 x 100% = 15% 380 Técnicas para Correção de Harmônicas Para limitar a propagação das harmônicas na rede, devem ser tomadas várias medidas, especialmente quando se projeta uma nova instalação. As possíveis soluções para atenuar os efeitos das harmônicas são de três naturezas diferentes: » Adaptações da instalação; » Utilização de dispositivos particulares na alimentação (indutâncias, transformadores especiais); » Filtragem. 7/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Algumas ações preventivas podem ser adotadas para evitar a propagação de harmônicas na rede elétrica como: » Localizar as cargas perturbadoras o mais próximo à fonte. » Reagrupar as cargas perturbadoras. » Separar as fontes. » Utilizar transformadores em conexões particulares. » Escolher um esquema de aterramento. A primeira ação é muito difícil no caso de grandes instalações. É determinado pela dimensão física do centro de consumo, nesses casos utilizam-se transformadores para aproximar a fonte à carga. Para o caso de reagrupar as cargas perturbadoras, deve-se avaliar o risco de mover cargas normalmente críticas, como centros de computação. Reagrupá-las poderia incrementar a magnitude de distorção na linha que alimenta estes equipamentos. Qualquer uma dessas ações preventivas deverá ser validada por uma análise do problema e do que se pretende obter, no entendimento de que a inclusão de equipamento elétrico adicional incrementa custos de fornecimento, operação e manutenção. Uma boa medida preventiva é a aquisição de equipamento elétrico de baixa geração de distúrbios em sua ligação e operação. No caso em que estas ações não sejam suficientes, a instalação deve ser equipada com filtros. Distinguem-se três tipos de filtros: Filtro Passivo Princípio de funcionamento: é formado por um circuito LC ajustado sobre cada frequência de harmônica a filtrar, em paralelo sobre o gerador de harmônicas. Este 8/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas circuito de derivação absorve as harmônicas e evita que elas circulem na alimentação. Em geral, o filtro passivo é ajustado sobre uma ordem de harmônica próxima da harmônica a eliminar. Várias ligações de filtros em paralelo podem ser utilizadas quando desejamos uma redução forteda taxa de distorção sobre várias ordens. Veja no diagrama abaixo como é ligado o filtro passivo: Rede Carga(s) poluente Filtro(s) passivo Aplicações típicas deste filtro: » Instalações industriais com um conjunto de geradores de harmônicas de potência total superior a 200 kVA (inversores de frequência, alimentações sem interrupções, retificadores). » Instalação apresentando uma necessidade de compensação de energia reativa. » Reduzir a taxa de distorção em tensão para evitar a perturbação de receptores sensíveis, » Reduzir a taxa de distorção em corrente para evitar as sobrecargas. 9/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Filtro Ativo Princípio de funcionamento: estes são sistemas eletrônicos de potência instalados em série ou em paralelo com a carga não linear, visando a compensar as tensões harmônicas ou as correntes harmônicas geradas pela carga. O filtro ativo é injetado em oposição de fases em relação às harmônicas, anulando e mantendo a corrente de linha senoidal. Veja no diagrama a seguir um exemplo de filtro ativo: Rede Carga(s) Filtro ativo Figura 6 – Filtro ativo Aplicações típicas deste filtro: » Instalações comerciais com geradores de harmônicas de potência total inferior a 200 kVA (inversores de frequência, alimentações sem interrupções). » Reduzir a taxa de distorção em corrente para evitar as sobrecargas. 10/12 Apresentação Situação Prática Distorção Harmônica Resolução da Situação Prática Referências Bibliográficas Filtro Híbrido Princípio de funcionamento: os dois tipos de dispositivos anteriores podem ser associados a um mesmo equipamento e constituir um filtro híbrido. Esta nova solução de filtragem permite acumular as vantagens das soluções existentes e de cobrir um largo domínio de potência e de performances. Veja a seguir o exemplo de filtro híbrido que associa os filtros ativo e passivo: Rede Carga(s) Filtro passivoFiltro hibrido Filtro ativo Figura 7 – Filtro híbrido Assista agora à videoaula sobre Distorção Harmônica. 11/12 Situação Prática para Exercitar Em uma empresa foi medido com um equipamento de análise de energia elétrica que havia distorções harmônicas originadas a partir dos inversores de frequência que trabalham em 220 V. No equipamento foi possível verificar que estas harmônicas eram de 3ª e 5ª ordem, de valores 56 V e 63 V, respectivamente. Então, o valor encontrado da taxa de distorção harmônica em porcentagem foi de: ( ) a) 38% ( ) b) 56% ( ) c) 63% ( ) d) 220% ( ) e) 84% Assista agora à videoaula sobre Técnicas para Correção de Harmônicas -Situação Prática. 12/12 Referências Bibliográficas Se você deseja saber mais sobre Distorção Harmônica, consulte: BARRIONUEVO, Fabio Zoppi. Filtro ativo para correção de distorções harmônicas. Youtube, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tOn8AQxLH_Q Acesso em: 18 jun. 2018. LEÃO, Ruth Pastora Saraiva. Harmônicos em Sistemas Elétricos. 1ª ed. São Paulo: Campos, 2013. MUNDO DA ELÉTRICA. O que são harmônicas nos sistemas elétricos? Youtube, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=72gelIKLKiE Acesso em: 18 jun. 2018. Se você ficou com alguma dúvida, acesse o Fale Conosco e pergunte a um especialista, mencionando o assunto: Distorção Harmônica.
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