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03/05/2019 1 DIC – Carbúnculo Hemático e Clostridioses Prof.: Me Leonardo Luiz Dametto Carbúnculo Hemático Sinônimos: Antraz, pústula maligna, carbúnculo bacteriano e febre esplênica. Carbúnculo Hemático Conceito : doença infecto-contagiosa aguda caracterizada por morte súbita com exsudação de sangue pelos orifícios naturais do cadáver, devido a deficiência na coagulação do sangue , ausência do rigor mortis e presença de esplenomegalia. Etiologia: Bacillus anthracis • Bacilos G +, anaeróbico, imóvel, encapsulado, formador de esporos. • Forma vegetativa: facilmente destruída por putrefação, pasteurização e maioria dos desinfetantes comuns. • Esporos ovais, localização central - não alteram o formato do bacilo. • Forma esporulada: altamente resistentes as condições de dissecação, frio e calor. (15 anos) Carbúnculo Hemático Epidemiologia • Distribuição mundial – esporos presentes no solo. • Espécies sensíveis – Todos os vertebrados; • Herbívoros (bovinos) são mais sensíveis que outras espécies. • Pássaros, carnívoros e répteis – mais resistentes. • Surtos da doença ocorre após alterações climáticas - chuva , meses quentes (>15°C). • Infecção natural: digestiva, respiratória e cutânea; • Disseminação: alimentos de origem animal, córregos , aves, carnívoros. • Óbito: 2 – 76 horas • Morbidade e mortalidade. Distribuição Mundial Carbúnculo Hemático Patogenia Ingestão ou inalação dos esporos Penetram na mucosa integra ou com defeitos Atingem LN regionais – proliferação (linfadenite) Disseminação na corrente sanguínea Retenção no Baço – centro de disseminação Septicemia Produz 3 toxinas: Fator I (fator do edema ) Fator II (antígeno protetor ) Fator III (fator letal) Consequências: edema ,hemorragias, lesões nos tecidos, morte resultante do choque e ins. renal aguda. 03/05/2019 2 Carbúnculo Hemático Sinais Clínicos Bovinos e Ovinos: • Forma superaguda - evolução de 1 -2 horas • Febre, tremores, dispneia, congestão das mucosas, convulsões e morte, hemorragias pelos orifícios naturais. • Forma aguda-evolução de até 48 horas • Febre, depressão, apatia, taquicardia e taquipneia, • Estase ruminal, mucosas congestas e hemorrágicas • Estase ruminal, diarreia ,edemas na garganta e esterno. Carbúnculo Hemático Sinais Clínicos - Equinos • Forma aguda, evolução de 48 -96hr • Ingestão: enterite e cólicas • Picadas de inseto: tumefações edematosas e doloridas, febre depressão, morte. Carbúnculo Hemático • Sinais Clínicos - Suínos – forma aguda e subaguda • Febre, anorexia, edema da garganta e da face, • Petéquias na pele , espuma sanguinolenta pele e boca. Carbúnculo Hemático Sinais Clínicos Antraz inalatório – tosquiadores Cutânea – Pústula maligna Zoonose ocupacional: operários de industrias de lã, pele e couro. Bioterrorismo Manifestações Clínicas 03/05/2019 3 Carbúnculo Hemático Lesões Patológicas • Líquido sanguinolento – espumoso - nos orifícios naturais; • Ausência de rigor mortis; • Meteorismo: a carcaça incha-posição de cavalete ; • • Esplenomegalia , equimose na maioria dos órgãos; • Deficiência na coagulação sanguínea – líquido serosanguinolento; • Gás (CREPITANTE) e material gelatinoso no tecido subcutâneo (equinos); • Lesões locais- edema de garganta, congestão e consolidação dos pulmões. Lesões Patológicas - Humanos Relação como o homem- infecção carbunculosa – doença profissional • Cutânea(pústula maligna) – mácula-vesícula (edema) – escara(indolor) septicemia-morte; • Pulmonar – inalação de esporos (indústria de lã); Pneumonia, meningite e morte. • Gastrointestinal – ingestão de alimentos • Vômitos, fezes hemorrágicas e morte. Nunca necropsiar animal com suspeita de CARBÚNCULO HEMÁTICO. Carbúnculo Hemático Diagnóstico • Sinais clínicos e patológicos – Presuntivo. • Laboratorial • Remeter sangue, fluídos ,orelha, canela; • Esfregaços para coloração e evidenciação da bactéria; • Cultivo; • Inoculação em camundongos. Diagnóstico Diferencial 03/05/2019 4 Carbúnculo Hemático Tratamento • Antibioticoterapia Penicilina: 10.000 UI/Kg BID; Estreptomicina: 8 a 10 g/dia; Oxitetraciclina: 5 mg/Kg/dia 5 dias Profilaxia • Notificação aos órgãos oficiais; • Vacinação – anual, em todo o rebanho (áreas enzoóticas); • Primeiro surto – vacinação; • Quarentena, destruição de cadáveres, excreções e equipamentos; • Fogo ou enterrar profundo com cal. • Uso de repelentes ou de inseticidas; • Desinfecção de instalações – formalina a 40 % , Hidróxido de sódio 5% - 10%; • Desinfecção da mãos ou partes que tiveram contato com animais ou contaminantes. Carbúnculo Hemático Clostridioses São toxinfecções nos animais causadas por bactérias anaeróbicas do gênero clostridium. Clostridioses • Etiologia • Clostridium spp. • Bacilo reto, lados paralelos; • Extremidades arredondadas; • Não capsuladas; • Gram +; • Anaeróbico, móveis (exceto C. perfringens); • Esporulado: resistente no meio ambiente; • Esporos ovais , subterminais, mais largo que o corpo bacilar; • Esporos resistentes as condições ambientais – presente no solo. • Toxinas: responsáveis pela patogenia da doença. Clostridioses • Classificação : 3 grupos • Gangrenas Gasosas - Carbúnculo Sintomático e Edema Maligno. • Enterotoxemias • Trato Intestinal • Enterotoxemia Hemorrágica , • Órgãos Abdominais • Doenças do Rim Polposo • Hemoglobinúria Bacilar • Hepatite Necrótica Infecciosa • Doenças Neurotrópicas • Tétano • Botulismo 03/05/2019 5 Clostridioses Classificação Doença Clostridios Responsáveis Espécies atacadas Carbúnculo Sintomático C. chauvoei Bovinos , ovinos, caprinos Gangrena Gasosa (Edema Maligno) C. septicum, C sordellii C .noveyi Bovinos, ovinos, caprinos, suínos Doenças do Rim Polposo C. PerfringesD Bovinos e ovinos Enterotoxemia hemorrágica C.Perfringens B e C C. Sordellii bovinos , ovinos, caprinos, suínos Hemoglobinúria Bacilar C. novyi D. bovinos e ovinos Hepatite Necrótica Infecciosa C. novyi bovinos e ovinos Tétano C. tetani Bovinos, ovinos, caprinos, equinos Botulismo C.botulinicum C C botulinicum D bovinos , ovinos, caprinos Clostridioses Material a ser coletado para diagnóstico laboratorial das clostridioses Carbúnculo sintomático pulmão muscular , sangue do coração , fígado Edema maligno raspagem das feridas , sangue do coração , fígado Doença do rim polposo alça intestinal , fígado exsudato abdominal Enterotoxemias alça intestinal ,fígado exsudato abdominal Hemoglobinúria bacilar sangue do coração , infarto hepático Hepatite infec. Necrótica fígado Tétano Nada Botulismo conteúdo gastrointestinal , fígado , soro sanguíneo Carbúnculo Sintomático Sinônimos: manqueira ,quarto inchado ,mal do ano Carbúnculo Sintomático • Conceito: doença infecto contagiosa aguda caracterizada por inflamação dos músculos (miosite hemorrágica grave), toxemia e alta mortalidade. Associada a traumatismo musculares. • Etiologia : Clostridium chauvoei. Bacilo G+, anaeróbio, forma esporos Carbúnculo Sintomático Epidemiologia: • Ocorrência mundial. • Brasil e RS – ocorre em todas as regiões. • Predominante em bovinos entre 6 meses e 2 anos de idade, bem nutridos. • Morbidade de 5-25% e mortalidade de 100%. • Atinge principalmente os membros posteriores – forma clássica. • Forma visceral – atinge os órgãos. 03/05/2019 6 Carbúnculo Sintomático Patogenia : • Ingestão de esporos – penetração pele mucosa-oral, intestinal . • Atinge os vasos linfáticos e sanguíneos – fígado e músculos. • Esporos germinam em condições de anaerobiose – traumatismos. • Produção de toxinas – alfa e hialuronidase: mionecrose. • Fermentação do glicogênio – produção de gases. Traumatismo https://www.vetarq.com.br /2017/10/resumo- carbunculo-manqueira-mal- do-ano-quarto- inchado.html Carbúnculo Sintomático Sinais Clínicos • Febre, depressão, anorexia, estase ruminal completa, taquicardia e taquipneia ,claudicação • Área afetada encontra-se edematosa, crepitante ,dolorida. • Morte em 12 a 36 horas. Carbúnculo Sintomático Lesões Patológicas •Miosite hemorrágica com presença de gás; • Lesões no coração, língua e diafragma; • Líquido sanguinolento nos orifícios e cavidades; • Tecido edematoso, escurecido odor rançoso; • Líquido sanguinolento nas cavidades, fino, contendo bolhas de gás. Carbúnculo Sintomático Diagnóstico • Sinais clínicos e achados de necropsia. • Isolamento e caracterização do microrganismo • Pedaços de tecidos lesados, ossos longos; • Imunofluorescência direta e cultura microbiológica. 03/05/2019 7 Edema Maligno Antraz Queda de raio Hemoglobinúria Bacilar Outras causas de morte súbita inesperadas Carbúnculo Sintomático Tratamento • Diagnóstico precoce - prognóstico favorável. • Penicilina G - 20.000 UI/kg p.v. de procaína e/ou 10.000 U.I/kg p.v. de benzatínica • Ampicilina - 10 mg/kg de peso vivo a no intervalo de 12 horas; • Tetraciclina e cloranfenicol. • Limpeza do local com água oxigenada – lesões. Carbúnculo Sintomático Controle e Profilaxia • Vacinação - duas vacinações com direito de 4 semanas. • 1º dose • 2 semanas de idade em filhos de mães não vacinadas; • 8 semanas de idade em filhos de mães vacinadas; • Fêmeas em gestação : vacinar 6 a 2 semanas entes do parto. • Revacinar anualmente. • Usar seringas e equipamentos limpos. Edema Maligno Gangrena Gasosa Edema Maligno • Conceito – infecção aguda de ferimentos caracterizada por celulite e edema gelatinoso. Etiologia : C.septicum, C. perfringens, C. sordellii, C. novyi, C. Chauvoei. 03/05/2019 8 Edema Maligno Epidemiologia • Distribuição mundial – ocorre em animais de todas as idades • Casos esporádicos associados devido à ferimentos; • Surtos ocorrem após traumatismo coletivo • Vacinações ou injeções, tosquias, castrações, caudectomia, parto. Edema Maligno Patogenia • Penetração via ferimentos – anaerobiose • Produção de toxinas – alfa (hemolítica, necrotizante e letal) hialuronidase • Celulite - edema gelatinoso com produção de gás Edema Maligno Sinais Clínicos • Febre; • anorexia ; • Depressão; • Claudicação; • Inchaço; • Edema; • Crepitação; • Mortalidade elevada em 24-48hrs. Edema Maligno Lesões Patológicas • Gangrena na pele; • Edema hemorrágico no tecido subcutâneo e entre os músculos; • Líquido sero-hemorrágico nas cavidades. Edema Maligno Diagnóstico • Sinais clínicos e lesões patológicas. • Ferimentos recentes. • Isolamento do microrganismo em cultura – lesões, sangue do coração; • Inoculação em animais de laboratórios; • Imunofluorescência – raspagem das feridas. Edema Maligno Tratamento • Penicilina em altas doses • Excisão do local e limpeza – água oxigenada. Controle e Profilaxia • Vacinação - duas vacinações com direito de 4 semanas • 1º dose • 2 semanas de idade em filhos de mães não vacinadas • 8 semanas de idade em filhos de mães vacinadas • Fêmeas em gestação : vacinar 6 a 2 semanas entes do parto • Revacinar anualmente. • Usar seringas e equipamentos limpos. 03/05/2019 9 Enterotoxemia Enterotoxemias Conceito: enterotoxemias agudas causadas por clostridium spp; Etiologia • C. perfringens tipo C - Enterite necrótica hemorrágica e enterotoxemia • C. sordellii - Enterotoxemias • C. perfringens tipo B - disenteria dos cordeiros, terneiros e potros; Enterotoxemia Epidemiologia • Distribuição mundial - crescente número de casos no Brasil; • Fatores predisponentes –alterações alimentares , vacinações , vermifugações; • Atinge principalmente animais entre 1,5 e 3 anos, vigorosos, cordeiros: 3 – 10 semanas; • Atinge bovinos , ovinos caprinos , suínos e equinos; • Morbidade e baixa = 10% e mortalidade alta = 100%. Enterotoxemia Patogenia • Proliferação das bactérias no intestino (habitante normal); • Toxinas são produzidas quando ocorre alterações intestinais devido alimentos, lesões nas mucosas, parasitas. • Toxina épsilon = altera a permeabilidade sanguínea. Enterotoxemia Sinais Clínicos • Anorexia; • Estase ruminal; • Diarreia hemorrágica; • Opistótomo; • Movimentos de pedalagem; • Convulsões; • Coma e morte entre 12 e72hr. Enterotoxemia Lesões patológicas • Avermelhamento do intestino delgado; • Mucosa hiperêmica, conteúdo de aspecto aquoso e cor vermelha; • Lesões semelhantes no abomaso; • Enterite hemorrágica, úlceras na mucosa do intestino; • Exsudato seroso no peritônio, pleura e pericárdio. 03/05/2019 10 Enterotoxemia Diagnóstico • Clínico e achados patológicos. • Animais bem alimentados (↓ movimento intes nal). • Detecção da toxina no conteúdo do intestino e fluido das cavidades. Enterotoxemia Profilaxia • Vacinação – imediata dos animais; • Revacinar 3 semanas após a 1⁰ dose. • Controle da alimentação (15 – 20 dias); Doença do Rim Polposo 03/05/2019 11 Doença do Rim Polposo Conceito - toxemia aguda caracterizada por diarréia ,convulsões e morte súbita. Etiologia: C. perfringens tipo D. Doença do Rim Polposo Epidemiologia : • Comensal do trato digestivo de bovinos e ovinos - pouco frequente no RS; • Ocorre com mais frequência em cordeiros entre 3 a 10 semanas ,bem alimentados. • Fatores predisponentes: troca de alimentação excesso na digestão de leite. Doença do Rim Polposo Patogenia • Diminuição do fluxo do conteúdo intestinal – proliferação do C. perfringens D. • Produção da toxina - necessita tripsina ou quimiotripsina para ativação; • Toxina aumenta a permeabilidade da mucosa intestinal e dos vasos sanguíneos; • Fluxo de líquidos para o intestino – diarreia; • Aumento dos níveis de glicose no sangue e urina. Doença do Rim Polposo Sinais clínicos • Diarreia, anorexia , depressão, opistótomo, movimentos de pedalagem, coma; • Morte rápida: 2 a 36 horas; • Podem ocorrer mortes na ausência clínico (morte súbita). Doença do Rim Polposo Lesões Patológicas • Avermelhamento de segmentos do intestino (enterite hemorrágica segmentar); • Rins amolecidos, consistência diminuída (polposo) • Presença de líquido no pericárdio e hemorragias nas serosas; • Fígado enegrecido e congesto; • Congestão do abomaso e do intestino; • Edema cerebral (compressão do cérebro); 03/05/2019 12 Doença do Rim Polposo Diagnóstico • Sinais clínicos e patológicos; • Determinação da presença da toxina no conteúdo intestinal; • Inoculação em camundongos ou ELISA de captura; Doença do Rim Polposo Controle e Profilaxia • Durante um surto • Alterar a alimentação • Vacinação imediata dos animais: revacinar 3 semanas após • Vacinar as ovelhas a cada 6 meses – uma dessa dose ao 3 meses de gestação; • Vacinar os cordeiros entre 4 e 8 semanas de idade : revacinar 3 semanas após; Hemoglobinúria Bacilar Hemoglobinúria Bacilar Conceito: doença infecciosa de bovinos que ocorre principalmente em zonas úmidas e alagadiças. Etiologia • Clostridium haemolyticum (C, novyi tipo D) Hemoglobinúria Bacilar Epidemiologia • Distribuição mundial, atinge principalmente bovinos (ocasionalmente ovinos); • No RS E SC ocorre em áreas baixas sujeitas a inundações; • Ocorre principalmente no verão e outono. Hemoglobinúria Bacilar Patogenia • Infecção via oral – alimentos contaminados; • Fatores predisponentes- lesões hepáticas (Fasciola hepática): anaerobiose; • Toxina B: lecitinas necrosante e hemolítica; • Bacteremia – hemólise, lesões no endotélio, extravasamento de sangue e plasma. 03/05/2019 13 Hemoglobinúria Bacilar Sinais clínicos • Anorexia, depressão, dificuldade de locomoção, tremores musculares; • Urina de cor escura ( hemoglobinúria), fezes com sangue; • Morte em 12 – 24 hr ou na ausência de sinais clínicos. Hemoglobinúria Bacilar Lesões patológicas • Tecido subcutâneo com edema gelatinoso, petéquias e hemorragias difusas; • Icterícia, liquido serosanguinolento nas cavidades; • Hemorragias generalizadas em todas as serosas; • Fígado aumentado, amarelado, com focos necróticos, fétidos, acinzentados, rodeados por uma zona hiperêmica; • Vesícula biliar aumentada e hemorrágica; • Urina vermelho escuro; • Esplenomegalia; • Conteúdo intestinal hemorrágico. Hemoglobinúria Bacilar Diagnóstico• Dados epidemiológicos, sinais clínicos e lesões patológicas; • Esfregaços do fígado- Imunofluorescência direta; • Isolamento do C. Haemolyticum é difícil. Hemoglobinúria Bacilar Tratamento • Penicilina ou tetraciclina em altas doses no início da doença. Controle e profilaxia • Vacinação (2 doses)- 4 a 5 meses antes da possibilidade de ocorrerem surtos; • Áreas endêmicas- revacinação anual de animais acima de 6 meses. 03/05/2019 14 Tétano Tétano Conceito: doença infecciosa, não contagiosa, altamente fatal, comum a todos os mamíferos, caracterizada por uma exaltação da excitabilidade reflexa, contraturas da musculatura estriada, parada respiratória e morte. • Etiologia: Clostridium tetani • Anaeróbica, gram+, formadora de esporos; • Encontrado em solo e trato intestinal. Tétano Epidemiologia • Distribuição mundial, preferencialmente em regiões quentes; • Esporádica – equinos são mais sensíveis e bovinos menos sensíveis; • Surtos - produção intestinal ou ingestão da toxina. • Bovinos: Letalidade jovens acima de 80% e adultos alta taxa de recuperação. • Equinos: acima de 50%. • Contaminação: umbigo mal curado, práticas de manejo (castrações, amputação de cauda, brincos e vacinações) e ferimentos em geral. Tétano • Tetanolisina : hemolisina – necrose tecidual , antifagocitária; • Tetanoespasmina:neurotoxina-sinaisclínicos; • Toxina não espasmogênica-ação paralítica periférica. Bactéria Proliferação (↓ O₂) Tétano Sinais Clínicos • Aumento generalizado da rigidez muscular, tremores, convulsões, trismo; • Cólicas intratáveis (equinos) , timpanismo (bovinos); • Prolapso da terceira pálpebra ,constipação e retenção urinária; • Sudorese intensa, febre; • Extensão da cabeça e pescoço , enrijecimento dos músculos dos membros- posição de cavalete - andar rígido; • Decúbito, morte por asfixia entre 5 e 10 dias. Formas clínicas • Tétano ascendente : toxina atinge a medula via nervos periféricos; • Tétano descendente: toxina absorvida pelos vasos – atinge primeiramente os músculos da cabeça , pescoço, tronco e membros. 03/05/2019 15 Tétano Lesões patológicas • Não ocorrem lesões características. • Feridas ???? Diagnóstico • Exame clínico e dados epidemiológicos. • Exames de ferimentos e identificação do C. tetani através de cultura ou IF. Diagnóstico Diferencial • Envenenamento por estricnina; • Tetania hipocalcêmica; • Hipomagnesemia (Tetania das pastagens); • Enterotoxemia dos cordeiros; • Poliencefalomalacia; • Laminite aguda. Tétano Tratamento • Antissepsia de ferimentos e administração de toxinas antitetânica • 3 doses de 300.000 UI a cada 12 horas 1.000 a 5.000 UI/KG. • Penicilina G procaína – 22.000UI/Kg 2 x dia; • Sedação do animal em local tranquilo – Clorpromazina 0,4 mg/Kg de P.V. Tétano Controle e Profilaxia • Vacinação dos animais em áreas enzoóticas; • Cordeiro, potros: vacinar aos 2, 3 e 6 meses; • Fêmeas gestantes :vacinar 1 a 2 meses antes do parto. 03/05/2019 16 Botulismo Doença da vaca caída Botulismo Conceito: toxinfecção causada pela ingestão de alimentos contaminados com a toxina do C. botulinicum (doença da vaca caída). Etiologia - C. botulinicum tipos C e D – bovinos, equinos e ovinos; C. botulinicum tipos A,B,E e F – humanos; C. botulinicum tipos C – Aves domésticas e silvestres. Botulismo Epidemiologia • Ocorrência mundial - esporo presente no solo ,trato digestivo dos animais; • Ocorrência sazonal; • Fatores predisponentes: carência de fósforos na alimentação; • Induz à osteofagia /necrofagia: mais evidente em vacas gestação / lactação. Botulismo Patogenia Esporos germinam em condições de anaerobiose: cadáveres - produção da neurotoxina. Absorvidas pelos neurônios Atuação na junção neuromusculares (bloqueio da acetilcolina) Paralisia Flácida Paralisia funcional motora Sensorial ok Transportada por via hematógena Ingestão de alimentos contaminados – águas, cama de aviário, silagens, ossos Botulismo Sinais Clínicos – 1-17 dias após ingestão • Curso superagudo (< 24 horas), agudo (1-2 dias), subagudo (3-7 dias) ou crônico (7 dias a 1 mês) – dose da toxina. • Paralisia dos músculos faciais , da mastigação e deglutição. • Paralisia dos músculos locomotores - decúbitos esterno – abdominal. • Ausência de febre, psiquismo normal. • Paralisia flácida, paralisia respiratória e morte 03/05/2019 17 Botulismo Lesões Patológicas • Não há lesões características – pedaços de ossos no rúmen. Diagnóstico • Dados epidemiológicos e sinais clínicos. • Inoculação em camundongos ,ELISA, soroproteção. • Fragmentos de fígado, soro sanguíneo, conteúdo ruminal, Intestino delgado, cérebro (resfriados ou congelados) – formol demais órgãos. Diagnóstico Diferencial • Raiva; • Listeriose; • Encefalite por IBR tipo-5; • Intoxicação por cloreto de sódio e chumbo e • Poliencefalomalacia. Intoxicação por chumbo Botulismo Controle e Profilaxia • Mineralização adequada • Eliminação de carcaça; • Vacinação : duas doses , a partir dos 4 meses de idade. 03/05/2019 18
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