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prótese total MANUAL DE LABORATÓRIO

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1 
Campus de Araçatuba 
 
PRÓTESE TOTAL 
 
 
MANUAL DE LABORATÓRIO 
 
 
Professores. 
HUMBERTO GENNARI FILHO 
RENATO SALVIATO FAJARDO 
MARCELO COELHO GOIATO 
WIRLEY GONÇALVES ASSUNÇÃO 
DÉBORA DE BARROS BARBOSA 
KARINA HELGA LEAL TURCIO 
Técnicos 
ANA MARCELINA S. BACANELI 
JÂNDER DE CARVALHO INÁCIO 
 
2012 
 
 2 
ÍNDICE 
01. Moldeiras de estoque e individuais.................................................................. 4 
 1.1. Técnica de confecção................................................................................. 5 
 1.2. Materiais e instrumentais........................................................................... 6 
02. Bases de prova................................................................................................. 11 
 2.1. Técnica de confecção................................................................................. 11 
 2.2.. Alivio das retenções mecânicas................................................................ 12 
 2.3. Preparo da resina acrílica ativada quimicamente....................................... 13 
 2.4. Confecção da base de prova....................................................................... 13 
03. Orientação do plano de cera e transferência para o articulador....................... 16 
 3.1. Técnica de confecção do plano de cera..................................................... 16 
 3.2. Transferência para o articulador................................................................ 19 
 3.2.1. Arco facial........................................................................................ 19 
 3.2.2. Articulador....................................................................................... 21 
 3.3. Ajuste das guias condilares........................................................................ 21 
 3.4. Montagem do modelo superior no articulador........................................... 23 
04. Dimensão vertical ........................................................................................... 24 
 4.1. Dimensão vertical de oclusão.................................................................... 24 
 4.2. Dimensão vertical de repouso.................................................................... 24 
 4.3. Espaço funcional livre............................................................................... 25 
 4.4. Método para o registro da dimensão vertical de oclusão........................... 25 
05. Relação central................................................................................................. 27 
 5.1. Oclusão central.......................................................................................... 27 
 5.2. Registro gráfico extra-oral......................................................................... 29 
 5.3. Fixação dos planos..................................................................................... 31 
 5.4. Montagem do modelo inferior no articulador............................................ 31 
06. Movimentos mandibulares e ajuste do articulador.......................................... 32 
07. Montagem dos dentes artificiais...................................................................... 37 
 7.1. Linha mediana............................................................................................. 37 
 7.2. Suporte para os lábios................................................................................. 37 
 7.3. Posição, alinhamento e disposição dos dentes artificiais............................ 38 
 7.4. Montagem dos dentes anteriores superiores............................................... 40 
 7.5. Montagem dos dentes posteriores superiores............................................. 41 
 7.5.1. Linha principal do esforço mastigatório........................................... 41 
 7.5.2. Curva de compensação..................................................................... 42 
 7.6. Montagem dos dentes posteriores inferiores.............................................. 44 
 7.7. Montagem dos dentes anteriores inferiores................................................ 47 
 3 
 7.8. Observações importantes para a montagem dos dentes.............................. 48 
 7.8.1. Trespasse vertical............................................................................... 49 
 7.8.2. Trespasse horizontal.......................................................................... 49 
 7.8.3. Desgastes dos dentes.......................................................................... 49 
08. Escultura das próteses...................................................................................... 51 
 8.1. Materiais necessários.................................................................................. 51 
 8.2. Enceramento............................................................................................... 51 
 8.3. Delimitação dos colos................................................................................. 52 
 8.4. Escultura das bases..................................................................................... 52 
09. Inclusão em mufla e polimerização das próteses............................................. 55 
 9.1. Introdução................................................................................................... 55 
 9.2. Inclusão....................................................................................................... 56 
 9.3. Abertura da mufla e remoção de cera......................................................... 59 
 9.4. Isolamento................................................................................................... 59 
 9.5. Polimerização.............................................................................................. 60 
 9.5.1. Ciclos de polimerização.................................................................... 62 
10. Desinclusão com recuperação do modelo........................................................ 63 
 10.1. Remontagem e desgaste seletivo................................................................ 64 
 10.1.1. em abertura e fechamento................................................................ 64 
 10.1.2. em lateralidade e protrusão.............................................................. 65 
 10.1.3. Refinamento..................................................................................... 69 
11. Acabamento e polimento................................................................................. 69 
 11.1. Materiais e instrumentais necessários........................................................ 69 
 11.2. Acabamento............................................................................................... 69 
 11.2.1. Separação do modelo...................................................................... 69 
 11.2.2. Eliminação das rebarbas................................................................. 70 
 11.2.3. Limpeza dos espaços interdentais................................................... 70 
 11.3. Polimento................................................................................................... 71 
 11.3.1. Com pedra pomes........................................................................... 71 
 11.3.2. Com branco de espanha.................................................................. 71 
 12. Referências – Sugestão para estudo.................................................................. 72 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
MOLDEIRAS 
 
Sempre que desejamos a cópia de um determinadoobjeto físico, há 
necessidade de realizarmos uma ação denominada MOLDAGEM. O resultado da 
moldagem, que corresponde ao negativo do objeto moldado denomina-se MOLDE. A 
inserção de um determinado material no interior do molde (gesso, resina acrílica, 
metal etc) resulta em um MODELO, que representa a cópia idêntica do objeto 
moldado. No entanto, para que esta ação seja realizada, necessitamos de um 
recipiente para conter o material moldador durante a execução da moldagem 
denominado MOLDEIRA. Portanto, em prótese, moldeiras são recipientes 
apropriados para levar à boca do paciente certa quantidade de material de 
moldagem, previamente e corretamente manipulado, distribuindo-o uniformemente 
sobre uma área a moldar e mantê-lo em posição até seu endurecimento total. 
Temos dois tipos de moldeiras: de ESTOQUE e INDIVIDUAIS. As moldeiras 
de estoque, como o próprio nome diz, são aquelas encontradas nas casas de artigos 
dentários, geralmente feitas de alumínio, podendo ser LISAS quando utiliza-se um 
material de moldagem que adere ao metal (godiva) ou PERFURADAS quando o 
material não oferece aderência (silicone) (Figura 1a e 1b). 
 
 
Figura 1a. Moldeiras lisas e perfuradas. 
 
 
Figura 1b. Moldes representativos respectivamente em moldeiras lisas e perfuradas. 
 
As moldeiras INDIVIDUAIS são aquelas feitas manualmente, geralmente de 
resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ), sobre um modelo obtido 
preliminarmente. Portanto ela é específica para cada indivíduo, daí seu nome (Figura 
2). 
 5 
 
 
 
Figura 2. Moldeira individual sobre o modelo. 
 
Técnica de construção de Moldeiras Individuais. 
 
Inicialmente devemos realizar um exame do modelo para determinar a presença de 
áreas retentivas. Retenções são alterações da superfície do modelo que poderão 
impedir a remoção da moldeira após sua confecção (Figura 3). 
 
 
Figura 3. Exemplos de áreas retentivas e expulsivas. 
 
Assim, sempre que encontrarmos áreas retentivas, elas deverão ser ALIVIADAS com 
a deposição de cera rosa nº 7, transformando-as em áreas expulsivas (Figura 4a,b, c e 
d). 
 
 6 
 
 
Figuras 4a,b, c e d. Alívio das retenções mecânicas do modelo. 
 
O passo seguinte consiste no isolamento do modelo. Ele é necessário para 
evitar que a resina acrílica penetre nos poros do gesso e impeça a sua remoção. 
Normalmente o isolamento é feito com um material à base de alginato, denominado 
Cel-Lac e aplicado com um pincel em camadas. O material, ao secar, forma uma 
película protetora, evitando a aderência da RAAQ (Figura 5). 
 
 
Figura 5. Isolamento do modelo com Cel-Lac. 
 
Materiais e instrumentais utilizados: 
 
Os materiais e instrumentais necessários para a construção das moldeiras 
individuais são mostrados nas figuras 5a e 5b. 
a b 
c d 
 7 
 
Figuras 5a. Instrumentais para confecção das moldeiras. 
 
 
Figura 5b. Materiais para confecção das moldeiras. 
 
O preparo da RAAQ se faz proporcionando corretamente o monômero e o 
polímero de acordo com as instruções do fabricante. Para a resina da marca Clássico 
(normalmente utilizada no laboratório) a proporção é de 3/1, ou seja, três partes de pó 
para uma de líquido. Coloca-se inicialmente o monômero no pote e a seguir, o 
polímero. O conteúdo é espatulado até que ocorra a saturação de todo pó, com uma 
mistura totalmente homogênea. Em seguida o pote de vidro é imediatamente fechado 
com tampa para evitar a evaporação do monômero. 
Após esta mistura, a RAAQ passará por fases até estar pronta para a utilização. 
As fases são as seguintes: 
a) Fase arenosa – logo após a mistura 
b) Fase pegajosa - começa a adquirir consistência 
c) Fase fibrilosa – ao tocá-la nota-se a formação de fibrilas (fios) 
d) Fase plástica – a resina permite a manipulação. 
a 
b 
 8 
e) Fase borrachóide – a resina não permite mais ser manipulada 
f) Fase densa ou dura – a resina esta polimerizada. 
 
 
 a) Fase arenosa b) Fase pegajosa 
 
 c) Fase fibrilosa d) Fase plástica 
 
Logo após a fase plástica, a resina passa para a fase borrachóide onde não é 
mais possível sua manipulação. Portanto, o trabalho deve ser executado na fase 
plástica para permitir sua adaptação sobre o modelo, sem deformações. 
Enquanto aguarda-se a fase plástica da resina, sobre o modelo isolado demarca-se os 
limites das bordas da moldeira, que deverá ser aproximadamente 1,5 mm aquém do 
fórnix do vestíbulo. Para tal, marcaremos com um lápis cópia o fundo do sulco que 
servirá de referência para o estabelecimento do limite (Figura 6). 
 
 
Figura 6. Limites para determinar a altura da borda da moldeira superior. 
 9 
Além disso, também devem ser isoladas as duas placas de vidro e em suas 
extremidades adaptar um tira de lâmina de cera nº7 dobrada, que determinará a 
espessura da moldeira individual (+ ou – 2mm). 
Ao atingir a fase plástica, ou ligeiramente antes, a resina é removida do pote, 
manipulada formando uma esfera, colocada sobre uma das placas e com a outra, 
executar compressão até que haja o contato com as tiras de cera. (Figura7a e 7b). 
 
 
Figura 7a e 7b. prensagem da resina acrílica formando uma manta. 
 
Após a prensagem a manta será levada sobre o modelo e sutilmente adaptada com 
pressão digital até seu perfeito assentamento (Figura 8a e 8b). Os excessos serão 
recortados com a espátula Le Cron e reservados para a confecção do cabo que deverá 
ter um tamanho de aproximadamente 1x1cm (Figuras 9a e 9b), posicionado 
centralmente e com angulação aproximada de 45graus para vestibular, sobre a crista 
do rebordo alveolar. O recorte da borda dentro do limite estabelecido (1,5mm aquém 
do fórnix do vestíbulo) poderá ser realizado neste momento, recortando a resina no 
local demarcado com lápis cópia ou, desgastando-se a resina após sua polimerização 
(Figuras 10a,b e c). 
 
 
Figuras 8a e b. Recorte dos excessos de resina acrílica 
 
a b 
a b 
 10 
 
Figuras 9a e b. Adaptação do cabo na porção central (1cmx1cm). 
 
Após a separação moldeira/modelo as marcações com lápis cópia aparecerão no 
interior da moldeira indicando os locais a serem desgastados com a broca Maxi-Cut 
(Figuras 10a,b e c). Primeiramente deve-se desgastar a borda em altura até o limite 
demarcado e, a espessura da borda deverá ter, no final do desgaste, 2mm 
aproximadamente. 
 
 
Figuras 10a,b e c. Desgastes da borda da moldeira em altura e espessura. 
 
Clinicamente, a região posterior da moldeira deverá ser desgastada ao nível da linha 
do ah!. Em fase laboratorial, desgasta-se observando uma linha imaginária que passe 
atrás das tuberosidades palatinas e espinha nasal posterior (Figuras 11a e b). 
 
 
 Figura 11a e 11b. Recorte da região posterior da moldeira superior 
 
a b c 
a b 
a b 
 11 
A moldeira será finalizada com o lixamento de suas bordas, evitando dessa maneira 
que quando levada à boca do paciente, não cause ferimentos decorrentes de asperezas 
(Figuras 12a e b). 
 
Figuras 12a e b. Lixamento e moldeira superior finalizada. 
 
Para a confecção das moldeiras individuais inferiores a seqüência de construção é a 
mesma das executadas para as superiores (Figura 13a e b), tendo em mente o recorte 
da porção lingual. 
 
Figura 13a e b. Moldeiras individuais inferiores finalizadas 
 
 
 
BASES DE PROVA 
 
 É a base provisória da dentadura que possibilita ao profissional realizar na 
boca do paciente as diversas operações clínicas, tais como o registro das relações 
maxilo-mandibulares, a montagem e prova dos dentes na boca do paciente.Existem diversos materiais com os quais podemos confeccionar as Bases de 
Prova: resina acrílica ativada quimicamente, resina acrílica ativada termicamente, 
placas de policarbonato, etc. O material recomendado é a resina acrílica ativada 
quimicamente (RAAQ), incolor ou rosa. 
 
 
 
a b 
a b 
 12 
TÉCNICA DE CONFECÇÃO 
 
I- BASE DE PROVA DE RAAQ 
 
 Material e instrumental 
 
Modelos funcionais maxilar e mandibular 
Cera rosa nº 7 
Espátula nº 7, 31 e Le Cron 
Pincel tigre nº 266-16 
Resina acrílica auto-polimerizável ( Clássico ou similar) 
Pote para resina acrílica 
Isolante Cel-Lac 
Duas placas de vidro 
Lâmparina a álcool 
Lixa para madeira nº 180 ou 320 
Mandril para tira de lixa 
Broca Maxi-Cut 
Micro motor 
 
ALÍVIO DAS RETE+ÇÕES MECÂ+ICAS 
 
a) Todas as retenções mecânicas dos modelos são removidas através do 
preenchimento das mesmas com cera rosa nº 7 (Figura 1). 
b) As retenções nos maxilares são mais frequentes na face vestibular da 
região de canino a canino, e na região vestibular das tuberosidades alveolares. 
c) As retenções na mandíbula são mais frequentes na região de canino a canino, 
tanto por vestibular, como por lingual e na região da fossa retro-miloidea. 
Deve ser lembrado que os alívios são menores que nas moldeiras, tendo em 
vista a necessidade de retenção na boca do paciente. 
 
 
 Figura 1. Áreas retentivas e expulsivas 
área 
retentiva 
área 
expulsiva 
 13 
ISOLAME+TO DA ÁREA DE SUPORTE 
 
Todo o modelo será isolado com Cel-Lac, com um pincel macio para evitar a 
aderência da resina ao gesso do modelo. 
 
PREPARO DA RESI+A ACRÍLICA 
 
Devemos proporcionar o polímero e o monômero de acordo com a indicação do 
fabricante, colocando primeiramente o monômero no pote para resina, e depois o 
polímero. Normalmente a proporção pó/líquido é 3/1 A mistura é feita com 
espátula nº 36, e o recipiente fechado para evitar a evaporação do monômero da 
mesma forma que a executada para as moldeiras. 
 
CO+FECÇÃO DA BASE DE PROVA 
 
a) Prensagem da resina auto-polimerizável entre duas placas de vidro. 
 
Quando a mistura atingir a fase plástica, daremos a ela um formato de bola que 
será prensada entre duas placas de vidro isoladas com Cel-Lac. 
Para proporcionar uma espessura homogênea durante esta prensagem, recortamos 
duas tiras de cera, e colocamos entre as placas de vidro, uma tira em cada 
extremidade, com a finalidade de homogeneizar a espessura da lâmina de resina 
formada (Figura 2). Lembramos que para a confecção das moldeiras, a tira de 
lâmina de cera era dobrada para obter maior espessura. 
 
 
 Figura 2. Prensagem da resina acrílica entre as placas de vidro 
 
b) Aplicação da resina acrílica 
 
A lâmina de resina acrílica será adaptada sobre o modelo funcional em toda a sua 
extensão. Deveremos ter cuidado para não pressionar de forma exagerada, pois 
isto poderá causar adelgaçamento ou mesmo furar certos pontos ou regiões da 
 14 
resina (Figura 3a). Os excessos deverão ser recortados com uma espátula Le Cron. 
Toda a região correspondente ao fundo do sulco deverá ser preenchida com resina 
(Figura 3b). 
 
 
 Figura 3a e b. Base de prova maxilar com o sulco totalmente preenchido 
 
c) Separação da base de prova do modelo 
 
Após alguns minutos, a resina polimeriza tornando-se completamente rígida. 
Quando isto acontecer, poderemos separar a base de prova do modelo através de 
uma espátula nº 7 ou Le Cron, introduzindo-a na borda posterior, entre a base de 
prova e o modelo, com cuidado para não causar fratura do mesmo. 
 
d) Eliminação das rebarbas 
 
Utilizamos a broca Maxi-cut para desgastar a resina acrílica, eliminando as 
rebarbas da borda da base de prova, com o cuidado de não deixá-la cortante e 
respeitar ao mesmo tempo a espessura da mesma na região dos sulcos gengivo-
labial e gengivo-geniano (Figura 4). 
 
 
Figura 4. Eliminação das rebarbas com broca Maxi-cut 
 
e) Acabamento 
 O acabamento é dado apenas com tira de lixa, adaptada em mandril próprio. 
Lixamos as bordas da base de prova de forma a não deixar arestas cortantes para dar 
 
a b 
 15 
maior conforto ao paciente uma vez que a mesma ficara em intimo contato com o 
fundo de sulco do paciente (Figura 5). 
 
 
Figura 5. Acabamento da borda da base de prova com tira de lixa 
 
f) Base de prova da mandíbula 
 
A base de prova no modelo inferior é confeccionada da mesma maneira que a 
superior. Em virtude de sua própria conformação, está mais propensa à introdução 
de esforços e a deformações. Por este motivo devemos tomar o máximo cuidado 
em seu acabamento, para evitar distorções, pois a base de prova deve ter a melhor 
adaptação possível no modelo. Não esquecer de recortar o excesso lingual (Figura 
6a,b e c). 
 
Figura 6a e b . Recorte do excesso lingual com o sulco totalmente preenchido. 
 
 
Figura 6c. Base de prova inferior concluída. 
a b 
c 
 16 
ORIE+TAÇÃO DO PLA+O DE CERA MAXILAR E 
TRA+SFERÊ+CIA PARA O ARTICULADOR 
 
Para a orientação do plano de cera, há necessidade de se confeccionar um rolete de 
cera que deve ser unido firmemente à base de prova a fim de serem registradas as 
diferentes operações de interesse protético. Nestes planos serão determinados: 
1. As relações intermaxilares (dimensão vertical de oclusão e relação central). 
2. Suporte adequado aos lábios e bochechas. 
 3. As linhas de referências para a seleção dos dentes. 
4.Montagem dos dentes artificiais. 
 
TÉC+ICA DE CO+FECÇÃO DO PLA+O DE CERA 
 
Materiais Utilizados: 
 
1- Lâmina de cera rosa nº 7 
2- Espátula nº 31 
3- Espátula Le Cron 
4- Espátula nº 7 
5- Lamparina à álcool. 
 
Inicialmente tomamos uma lâmina de cera rosa e plastificamos sobre a chama da 
lamparina uma faixa de 1cm ao longo de seu comprimento, até que comece a se 
curvar (Figura 8). 
 
 
Figura 8. Plastificação da cera e início do dobramento para confecção do plano. 
 
A parte da lâmina de cera que ficou plástica é dobrada, procurando conseguir uma 
perfeita união das superfícies, evitando que incorporem bolhas de ar. Continuar 
aquecendo e dobrando a lâmina de cera até que se consiga um rolete de cera 
plástico (Figura 9). 
Levamos novamente o rolete de cera à chama e dobramos ao meio com a 
finalidade de ganhar em altura (Figura 10). 
 
 17 
 
 Figura 9. Rolete de cera plastificado Figura 10. Dobramento ao meio 
 
O passo seguinte consiste em dar forma ao rolete de cera de acordo com o arco 
dental e adaptá-lo sobre a base de prova, unindo-o firmemente com cera fundida 
(Figuras 11a, b e c) 
 
 
 
 
 Figura 11a Figura 11b 
 
Figuras 11a,b e c. Adaptação e fixação do rolete de cera à base de prova. 
 
O acabamento do plano de cera será dado utilizando-se a espátula 36 bem 
aquecida para prover alisamento na superfície vestibular e lingual e uma espátula 
de pintor para o acabamento da superfície oclusal. O plano estará finalisado ao 
apresentar suas superfícies totalmente lisas e uniformes (Figuras 12 a e 12 b) 
a b 
c 
 18 
 
Figura 12a e b. Acabamento final do plano de cera. 
 
Clinicamente, na maioria dos casos, o plano superior deverá ser construído de tal 
forma que fique ao nível ou ultrapasse 1 ou 2 mm o tubérculo do lábio em repouso 
(Figura 13a) e que tenha ligeira inclinação no sentido ocluso-gengival (Figura 
13b). 
 
 
Figura 13a e 13b.Configuração clínica inicial do plano de cera. 
 
Para que seja possível a tomada dos registros dos movimentos mandibulares é 
necessário que o profissional utilize um plano de referência, que será o plano 
protético. Assim, o plano de cera superior deverá ser paraleloao plano protético 
lateralmente (Figura 14a), e na região anterior, paralelo à linha bipupilar (Figuras 
14b). Este paralelismo possibilitará, durante a função, que as forças oriundas do 
ato mastigatório incidam perpendicularmente sobre o rebordo, proporcionando 
estabilidade da prótese . Para tal utiliza-se a Régua de Fox. 
Assim, o plano maxilar é introduzido na boca do paciente e a cera será removida 
ou acrescida, até que se consiga o paralelismo da Régua de Fox com o plano 
protético, previamente traçado na face do paciente. 
 
a b 
a b 
 19 
 
Figuras 14a e 14b. Paralelismo do plano de cera com o plano protético e bipupilar 
 
 
TRA+SFERÊ+CIA DO PLA+O DE CERA COM ARCO FACIAL 
 
 
O Arco Facial é um dispositivo acessório do articulador com a finalidade de 
transportar o plano de cera superior, devidamente orientado, da boca do 
paciente para o articulador, mantendo as mesmas relações côndilo-incisivos 
(Figura 15). 
 
Figura 15. Partes constituintes do Arco Facial. 
 
Uma vez orientado, o plano de cera superior deve ser adaptado ao garfo do arco 
facial. Para que isto seja feito, há necessidade de se definir a linha mediana, que é 
traçada no plano de cera, estabelecendo desta maneira uma referência para o 
posicionamento correto do garfo do arco facial e adaptando-se uma lâmina de cera 
sobre ele (Figura 16a). O plano é unido ao garfo pela deposição de cera fundida na 
junção dos mesmos pelo lado palatino (Figura 16b). A porção vestibular do plano 
não deve sofrer nenhuma alteração considerando que ela é referência para a 
montagem dos dentes artificiais. 
a b 
Régua 
de FOX 
1.suporte do arco facial 
2. parafusos de fixação 
3. relacionador nasal 
4.barra horizontal transversal 
5. garfo do arco facial 
6. presilha da barra vertical 
7. presilha da barra horizontal 
8. oliva 
 20 
 
Figura 16a e b. União do plano de cera ao garfo do arco facial. 
 
Isto feito, o conjunto (plano de cera e garfo do arco facial) é levado à boca do 
paciente e o arco facial é conectado ao conjunto pela introdução do garfo à “junta 
universal” do arco facial. 
A seguir, as olivas (peças plásticas das extremidades do arco facial) são 
introduzidas no conduto auditivo externo e o paciente deverá segurá-lo com 
pressão para frente. O passo seguinte consiste na adaptação do Relacionador 
nasal que será fixado ao arco facial e colocado de encontro à sela do nariz. Esta 
manobra, dará estabilidade ao conjunto, definindo uma altura correta para o 
mesmo. Feito isto, e com a base de prova bem unida à área de suporte, os 
parafusos são apertados (Figuras 17a e b). 
 
 
Figuras 17a e b. Montagem do Arco Facial na face do paciente. 
 
A Distância intercondilar (espaço entre os côndilos) do paciente é determinada 
observando-se as marcas situadas na porção anterior do arco facial. Se a linha 
inferior ficar entre as linhas da porção superior do arco, a largura condilar 
registra-se como Mediana, se permanecer do lado esquerdo ( direito do paciente ) 
o registro será Pequeno e do lado contrário será Grande (Figura 18). 
 
Relacionador 
nasal 
Junta 
universal a b 
a b 
 21 
 
Figura 18. Linhas de referências que indicam a distância intercondilar. 
 
Feito isto, o conjunto será removido cuidadosamente do paciente, afrouxando-se 
os parafusos laterais e central do arco. 
O passo seguinte consiste em transferir ao articulador, o plano de orientação com 
o modelo sobreposto à base de prova. Portanto, o Articulador é um aparelho 
destinado a fixar os modelos, registrar as relações intermaxilares e reproduzir os 
movimentos mandibulares de interesse protético (Figura 19). 
 
 
 
Figura 19. Partes componentes do articulador 
 
 Para montar o modelo superior no articulador, inicialmente ajustamos a 
distância intercondilar do mesmo, bastando para isso que cada um dos elementos 
condilares seja adaptado na abertura correspondente, de acordo com a distância 
intercondilar do paciente, como registrado com o arco facial. Este procedimento é 
feito tanto para o ramo superior (Figura 20a) como para o ramo inferior do 
articulador (Figura 20b). 
1.parafuso de fixação do suporte para gesso 
2. parafuso de fixação da inclinação da 
guia condilar 
3. parafuso de fixação das guias de 
deslocamento 
4. espaçadores da distância intercondilar 
5. guia condilar 
6. guia de deslocamento lateral (ângulo de 
Bennett) 
7. mesa incisal 
8. pino guia incisal 
9. ramo superior 
10. ramo inferior 
11. poste 
12. suporte para gesso 
 22 
 
Figuras 20a e b. Ajuste da distância intercondilar no articulador. 
 
 A seguir, as guias condilares devem ser colocadas em 30º (Figuras 21a e b) 
e as guias para o movimento de lateralidade ( ângulo de Bennett ) em 15º 
(Figuras 22a e b e c). 
 
 
Figuras 21a e b. Ajuste em 30º para a trajetória condilar. 
 
 
 
a b 
a b 
a b 
 23 
 
 
Figuras 22a,b e c. Ajuste para o movimento de lateralidade (Ângulo de Bennett) 
 
O articulador está agora pronto para receber o arco facial em seu ramo superior. 
Para isto, deve-se introduzir os orifícios existentes nas peças plásticas ( olivas ) do 
arco facial nos pinos do plano externo das guias condilares, no articulador (Figura 
23). 
Deve-se observar que o ramo superior do articulador ficará sempre sobre a barra 
transversal que une as duas hastes do arco facial. Isto feito, os parafusos do arco 
facial são apertados para prover sua imobilização. (Figura 24). 
 
 
 Figura 23. Conexão das olivas ao articulador Figura 24. Apoio do ramo superior 
 
Para que o modelo seja montado no articulador há necessidade de se fazer guias 
(indexações ) na base do mesmo, cuja finalidade é de um futuro reposicionamento 
do modelo no articulador. Para isto, basta desgastar o gesso do modelo em forma 
de “V”, sendo uma na região anterior e duas na região posterior, uma de cada lado 
(Figura 25). 
Dessa maneira, o modelo superior é vaselinado (Figura 26), posicionado 
firmemente à base de prova, e o gesso é vazado, proporcionando sua fixação no 
articulador (Figura 27). 
Barra 
transversal 
c 
 24 
 
 Figura 25. Guias ou indexações Figura 26. Isolamento do modelo 
 
 
Figura 27. Modelo superior montado em articulador. 
 
 
 
DIME+SÃO VERTICAL 
 
Dimensão Vertical: em Prótese é qualquer medida em altura que depende da 
separação ou aproximação dos maxilares e podem ser: 
 
1- Dimensão Vertical de Repouso (DVR): Também chamada de Dimensão 
Vertical de Postura, é a distância entre a maxila e a mandíbula quando esta se 
encontra em repouso. Uma definição mais completa foi proposta por +ISWO+GER: 
É a posição em coordenação recíproca dos músculos elevadores e depressores, com 
os dentes superiores e inferiores separados. No passado acreditava-se que esta 
posição mandibular fosse fixa e definida. Estudos evidenciaram que inúmeros fatores 
podem alterá-la, inclusive que ela não é uma posição e sim uma zona de repouso 
(Figura 1). Nesta posição os lábios se tocam ligeiramente mas os dentes estão sem 
contato. 
 
 25 
 
Figura 1. Dimensão vertical de repouso 
 
2- Dimensão Vertical de Oclusão (DVO): Também chamada de Dimensão Vertical 
Morfológica, é a distância entre a maxila e a mandíbula, quando os dentes estão em 
contato (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Dimensão vertical de oclusão. 
 
3- Espaço Funcional Livre (EFL): Também chamado de Espaço Interoclusal, é o 
espaço que existe entre a posição de repouso e a posição de oclusão. Em outras 
palavras, é a diferença entre a Dimensão Vertical de Repouso e a Dimensão Vertical 
de Oclusão. Estudos realizados mostraram que o Espaço Funcional Livre mede em 
média, de 2 a 4 mm. Como a posição de repouso é variável, admite-se também que o 
espaço funcionallivre sofra flutuações (Figura 3). 
 
Figura 3. Espaço Funcional Livre 
ME+OS IGUAL EFL 
 26 
MÉTODO PARA O REGISTRO DA DIME+SÃO VERTICAL DE 
OCLUSÃO 
 
+o desdentado total 
 
Existem vários métodos para o registro da DVO, todos sujeitos a críticas. O método a 
ser descrito aqui se baseia na DVR e é comumente chamado de Método dos dois 
pontos. 
 
TÉC+ICA 
 
a) Paciente sentado na cadeira de operações em posição ortostática (com o encosto e 
o assento da cadeira formando um ângulo de 90º). 
 
b) Marca-se na pele do paciente, de preferência sobre a linha mediana, dois pontos: 
um na ponta do nariz e o outro na base do mento. 
 
c) Mede-se por meio de um compasso a distância entre estes dois pontos. A 
mandíbula do paciente deverá estar em repouso. 
 
d) Da medida obtida, fecha-se o compasso de 2 a 4 mm, que corresponde ao espaço 
funcional livre (Figura 4) 
 
DVR – EFL = DVO 
 
Figura 4. Determinando a DVO. 
 27 
e) Coloca-se na boca do paciente a base de prova superior com o plano de cera 
corretamente orientado (paralelo ao plano protético e a linha bipupilar) e sua 
superfície oclusal isolada com vaselina. Em seguida plastifica-se o plano de cera 
inferior, com um canivete bem aquecido (Figura 1a), e leve-o à boca pedindo ao 
paciente para ir fechando lentamente (Figura 1b). A cera plastificada vai sendo 
“amassada” enquanto o profissional observa quando as pontas do compasso 
coincidem com as marcas na pele do paciente. Esta coincidência significa que a 
mandíbula está na posição de Dimensão Vertical de Oclusão e que a altura do plano 
inferior esta definida.(Figuras 1c). 
 
 
Figuras 1a, b e c. Seqüência para determinação da DVO. 
 
 
Análise do plano inferior após o Registro da DVO 
 
Foi observado por clínicos e investigadores que após o registro da DVO, o plano de 
cera inferior deve ter uma altura adequada para que a fisiologia da língua e da 
mastigação seja facilitada. Nestas condições: 
 
1- A superfície oclusal do plano inferior deve estar no mesmo nível do ângulo da 
boca quando a mesma estiver ligeiramente aberta. 
2- A altura do plano na região posterior deve estar de 2 a 3 mm abaixo da porção 
mais alta da papila retromolar. 
 
 
 
RELAÇÃO CE+TRAL 
 
Quando existem os dentes naturais, a posição de Oclusão Central (OC) 
entre a mandíbula e a maxila é regida pela relação das superfícies oclusais dos dentes. 
OCLUSÃO CE+TRAL, portanto, é a posição normal que produz a 
máxima intercuspidação e o maior número de pontos de contato entre ambos os arcos 
dentários (superior e inferior) (Figura 1). 
a b c 
 28 
 
Figura 1. Posição de oclusão central 
 
Ocorrendo a perda total dos dentes naturais (Figura 2), desaparece a oclusão 
central e a posição da mandíbula é, então, governada pelo equilíbrio entre os vários 
músculos que atuam sobre ela. 
Na confecção de dentaduras não temos, portanto, as referências dentais para 
o restabelecimento do esquema oclusal de nosso paciente. É a partir do registro da 
Relação Central (RC) que podemos reposicionar a mandibula no sentido ântero-
posterior em relação ao crânio e, então, restabelecer o relacionamento oclusal entre a 
arco superior (maxila) e inferior (mandibula). A relação central portanto é uma 
posição condilar, dentro da fossa mandibular, próxima ou coincidente àquela ocupada 
pelo côndilo quando os dentes estavam em oclusão. 
 
 
Figura 2. Desdentado total com perda da oclusão 
 
 29 
Portanto, no dentado, as posições de Relação Central e de Oclusão 
Central podem apresentar uma pequena diferença de posição (não coincidência) ou 
serem coincidentes. Assim, no desdentado, nós registramos a relação central e a partir 
dela determinamos à oclusão central. Em resumo, fazemos coincidir ambas as 
posições, a partir da relação central (Figura 3). 
 
Figura 3. Posição de oclusão coincidente com a Relação Central. 
 
Existem muitas definições de Relação Central, no entanto a que é aceita 
pela Disciplina diz: 
 
“É a posição mais posterior, não forçada, dos côndilos na cavidade 
articular, a partir da qual, movimentos de lateralidade podem ser realizados, em 
uma dimensão vertical dada”. Esta posição pode ser determinada através de: 
1- Registros Gráficos: extra ou intra-oral; 
2- Registro em cera ou Direto; 
3- Registros Fisiológicos ou Funcionais: Deglutição, Fonética, Levantamento da 
língua. 
 O método utilizado pela disciplina é o de Registro Gráfico extra-oral associado aos 
métodos fisiológicos. 
 
 
REGISTRO GRÁFICO EXTRA-ORAL 
 
Os dispositivos de registro extra-oral da Relação Central compõem-se de 
duas peças: uma pua registradora (Figura 4a), e uma plataforma ou placa de 
registro (figura 4b). 
 30 
 
 Figura 4a e b. Dispositivos para o registro extra-oral da RC. 
 
A pua registradora é composta por um pino móvel no sentido de seu longo 
eixo e está sob a ação de uma mola que o pressiona contra a plataforma de registro. 
Esta, por sua vez, é constituída de uma lâmina metálica provida de duas hastes 
ligeiramente curvas e móveis, para a adaptação à superfície vestibular do plano de 
cera inferior. 
A pua registradora é fixada à superfície vestibular do plano de orientação 
superior de tal forma que o pino inscritor fique ao nível da linha mediana (Figura 5a) 
e toque a plataforma de registro. A plataforma de registro é instalada, da mesma 
forma, no plano inferior (Figura 5b). 
 
 
 Figura 5a e b. Instalação dos dispositivos nos planos superior e inferior. 
Após a montagem do aparelho, coloca-se sobre a plataforma de registro, 
uma fina camada de cera azul, para dar contraste, e a operação seguinte é executada 
na boca do paciente (Figura 6). 
 
 Figura 6. Aplicação da camada de cera azul. 
a b 
a b 
 31 
 
As bases de prova, com seus planos de orientação e o aparelho de registro 
fixado aos mesmos, são levados à boca observando-se o contato pino-plataforma. 
Solicita-se ao paciente para executar movimentos de lateralidade esquerda e direita e 
o movimento de protrusão. À medida que os movimentos são executados, o pino 
inscritor registra, na superfície da plataforma um gráfico denominado de “Arco 
gótico”. O traçado produzido pela pua revela quando a mandíbula está em relação 
central com a maxila (Figura 7). 
 
 
Figura 7. Traçados produzidos pelos movimentos mandibulares. 
 
O vértice do arco gótico, bem definido, assinala a posição mais posterior 
não forçada dos côndilos na cavidade articular. 
Um vértice arredondado do arco gótico significa que o paciente fez 
movimento de lateralidade com ligeira protrusão (Figura 8a). Outras vezes o ápice do 
arco gótico apresenta-se confuso. Isto pode ser motivado por folga do pino inscritor 
no tubo, ou então, bases de prova que se movimentam sobre os rebordos (Figura 8b), 
daí a necessidade de serem bem adaptadas. Muitas vezes o paciente não consegue 
inscrever o arco gótico em virtude de interferências provocadas pelos planos de cera 
ou pelas bases de prova (Figura 8c). Pode ocorrer, ainda, dificuldades por parte do 
paciente em movimentar a mandíbula. Às vezes, um treinamento prévio pode sanar 
esta limitação do paciente, porém em outras circunstâncias há necessidade da 
associação de outros métodos para obtenção e registro da RC. 
 
 
 Figuras 8a,b e c. Arcos góticos que não definem a RC. 
 
 
 
 32 
FIXAÇÃO DOS PLA+OS DE ORIE+TAÇÃO 
 
Após a obtenção de um arco gótico com o ápice bem definido, solicita-se ao 
paciente permanecer firme na posição e procede-se à fixação dos planos entre si, por 
meio de grampos metálicos (dois de cada lado) ao nível dos pré-molares(Figura 9). 
Retira-se o conjunto da boca e em seguida transfere-se ao articulador. 
 
 
Figura 9. Fixação dos planos com gramposmetálicos. 
 
MO+TAGEM DO MODELO I+FERIOR +O ARTICULADOR 
 
Com o modelo superior já montado no articulador com o auxílio do arco 
facial, monta-se agora o modelo inferior. 
O modelo inferior é convenientemente tratado fazendo-se as indexações e 
isolando a base do mesmo com vaselina sólida e a seguir realiza-se sua montagem 
com uma quantidade suficiente de gesso pedra (em geral 100g X 30cc de H20). É 
recomendável colocar um elástico passando pelos ramos superior e inferior do 
articulador para evitar alteração devido à expansão de presa do gesso (Figura 10). 
 
 
 Figura 10. Vazamento de gesso para fixação do modelo inferior no articulador. 
 33 
 
MOVIME+TOS MA+DIBULARES E AJUSTES DO 
ARTICULADOR 
 
 
 
1- Oclusão: É o contato entre os dentes superiores e inferiores, quando a 
mandíbula está numa posição estática. 
 
2- Oclusão central: É quando ocorre o maior número de pontos de contato entre 
os dentes superiores e inferiores, estando a mandíbula numa posição estática. 
Todas as oclusões que não sejam a Central, são denominadas de Oclusão 
Excêntrica. 
 
3- Oclusão Balanceada ou Equilibrada: Vem a ser qualquer posição estática da 
mandíbula, em que ocorrem pelo menos três pontos de contato entre os dentes 
superiores e inferiores. 
 
4- Articulação: É qualquer contato entre os dentes superiores e inferiores, 
quando a mandíbula está em movimento. 
 
5- Articulação Balanceada: É quando ocorre em qualquer movimentação da 
mandíbula (protrusão ou lateralidade), pelo menos três pontos de contato, 
sendo um anterior e dois posteriores, um de cada lado. 
 
6- Articulador: É a representação mecânica da articulação têmporomandibular. 
Quando ajustado de acordo com os movimentos mandibulares do paciente, ele 
aproxima-se muito mais da realidade. 
 
7- Curva de Compensação: Como o próprio nome diz, é uma curva que será 
impressa durante a montagem dos dentes artificiais para compensar o descenso 
da mandíbula, decorrente da inclinação da vertente anterior do osso temporal, 
nos movimentos protrusivos (Ver o capítulo montagem dos dentes). 
 
7.1- Curva Ântero-posterior ou de Spee: É a curva ântero-posterior bem 
definida, descrita na face oclusal dos dentes do arco inferior natural (cúspide 
do canino a cúspide vestibular dos pré-molares e molares) cujo prolongamento 
coincide com a inclinação da vertente posterior da eminência do osso temporal 
(Figura 1) 
 34 
 
Figura 1. Curva de Spee, que ocorre em bocas dentadas. 
 
7.2- Curva Látero-lateral ou de Monson: Curva de Monson: é a curva de 
oclusão na qual as cúspides e bordas incisais dos dentes inferiores tocam ou se 
conformam a um Segmento de uma esfera, com 8 polegadas de diâmetro, cujo 
centro se localiza na glabela (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Curva de Monson 
 
7.3- Curva de Wilson: Linha imaginária, no plano frontal, que toca os vértices 
das cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores inferiores e 
superiores de um lado até os vértices das cúspides linguais e vestibulares do 
lado oposto (Figura 3) 
 
 
Figura 3. Curva de Wilson 
 
 35 
8- Trajetória Sagital da cabeça da mandíbula: É a trajetória percorrida pela 
cabeça da mandíbula, no interior da fossa mandibular, de cima para baixo e de 
traz para frente, iniciando-se na posição de relação central, até mais ou menos 
4 mm de protrusão (Figura 4). 
 
 
Figura 4. Trajetória Condílica Sagital. 
 
9- Ângulo de Bennett: É formado quando a mandíbula executa um movimento 
lateral. Um dos côndilos sofre rotação em torno de um eixo virtual (lado de 
trabalho) chamado de “Movimento de Bennett” enquanto que o outro sai da 
fossa mandibular, dirigindo-se para baixo, para frente e para dentro (lado de 
balanceio). O ângulo formado no lado de balanceio, em relação ao plano 
horizontal é denominado de “Ângulo de Bennett” (Figura 5) 
 
Figura 5. Movimento de lateralidade: Côndilo de balanceio = Â Bennett. 
 
 36 
10- Trajetória Incisiva: É a trajetória percorrida pela borda incisal do incisivo 
central inferior na face palatina do incisivo central superior, durante o 
movimento de protrusão da mandíbula (Figura 6). 
 
Figura 6. Trajetória Incisiva. 
 
 Na construção de dentaduras, um dos objetivos do profissional é estabelecer 
uma oclusão e articulação balanceadas. 
Vamos inicialmente ajustar a guia condilar do articulador, que representa a trajetória 
sagital da cabeça da mandíbula, também chamada de Trajetória Condílica do 
paciente. 
Sua média é de 33º, mas através de movimento de protrusão do paciente, 
podemos graduar o articulador de acordo com a inclinação da fossa mandibular do 
mesmo (Figura 7). Nesse movimento de protrusão, se os planos de orientação 
estiverem paralelos ao plano protético (como devem estar), eles perderão o contato na 
parte posterior, ocorrendo então o que chamamos de “Fenômeno de Christensen”, 
que vem a ser o espaço formado entre os planos superior e inferior nessa região. Esse 
espaço é proporcional à inclinação da trajetória condílica do paciente. Para que o 
fenômeno de Christensen não ocorra, é necessário o estabelecimento da “Curva de 
Compensação”. Se a trajetória condílica fosse reta (1 e 2) esse fenômeno não 
ocorreria. 
 
 
 
Figura 7. Ajuste da Trajetória Condílica Sagital 
 37 
 
O mesmo fenômeno ocorre no movimento de lateralidade da mandíbula, na ocasião 
em que registramos o ângulo de Bennett. Se essa trajetória no sentido látero-lateral 
fosse reta, este fenômeno também não ocorreria (1 e 2). No laboratório, fixamos esse 
ângulo em 15º no articulador, que representa a sua média (Figura 8). 
 
 
 
 
Figuras 8. Ajuste da trajetória Condílica Lateral (Bennett). 
 
Precisamos ainda determinar, no articulador, a inclinação ântero-posterior da mesa 
incisal, a qual depende da reabsorção do rebordo mandibular do paciente. 
Um rebordo muito reabsorvido torna a prótese instável durante a movimentação 
possibilitando seu deslocamento. Portanto necessitamos de dentes com cúspides 
baixas para evitar o toque de ponta de cúspides. Assim, a mesa incisal do articulador 
deve receber uma graduação baixa ou zero. 
Numa reabsorção média, caso do nosso modelo de laboratório, graduamos a 
mesa incisal em 10º. 
 
Observamos no exemplo acima que se tivermos uma inclinação da trajetória 
condílica sagital em 30 graus, e a inclinação das cúspides dos dentes em 30 graus 
(Figura A), a mesa incisal deverá ser graduada em 30 graus. Mas, se tivermos uma 
inclinação da trajetória condílica em 30 graus e a inclinação das cúspides dos dentes 
em 20 graus, a inclinação da mesa incisal será a média ou seja, 20 graus (Figura B). 
Figura A Figura B 
 38 
Na Figura C observamos que para cúspides em zero grau, mesmo com trajetória 
condilar em 30 graus, a inclinação da mesa incisal será sempre zero grau acentuando 
a curva de compensação. 
 
Quanto menor a reabsorção do rebordo ósseo alveolar, maior poderá ser 
a inclinação da mesa incisal (Figura 9). Ainda temos que determinar a inclinação 
latero-lateral da mesa incisal que dependerá da altura das cúspides dos dentes que 
serão utilizados. Da mesma forma que a inclinação ântero-posterior, quando se utiliza 
dentes com cúspides zero grau, a inclinação lateral da mesa será também zero e assim 
por diante (Figura 10). 
 
 
 
 
 
 
 
MO+TAGEM DOS DE+TES ARTIFICIAIS 
 
 
Os dentes anteriores assumem uma importância muito grande no que se 
refere a estética, a fonética, e a parte mecânica (oclusão). Nestas condições, para 
Figura 9. Ajuste da inclinação 
ântero-posterior da mesa 
incisalFigura 10. Ajuste da inclinação 
lateral da mesa mesa incisal 
 
Figura C 
 39 
uma montagem adequada, alguns princípios básicos deverão ser levados em 
consideração: 
 
1- Linha mediana: Corresponde ao plano sagital do paciente e ela é demarcada 
no plano de cera no momento da seleção dos dentes artificiais. Divide a face 
em duas metades iguais, desde que sejam proporcionais. 
2- Suporte para os lábios: A fim de que o suporte para os lábios seja 
satisfatório, os dentes artificiais devem ser montados “exatamente” nos locais 
que eram ocupados pelos dentes naturais. Ponto importante que deve ser 
considerado é que o suporte para o lábio é dado não pelo bordo incisal mas 
pela parte média da face vestibular do dente (A,B,C eD). A Papila incisiva é 
uma referência bastante significativa para a montagem do incisivo central 
superior. Quando os dentes naturais anteriores superiores estão presentes, a 
papila incisiva é localizada ligeiramente atrás dos mesmos. Após as extrações 
dos dentes anteriores, em consequência do processo de reabsorção óssea, a 
papila incisiva passa a ocupar uma posição sobre o rebordo, evidenciando 
dessa maneira, maior reabsorção da parte vestibular do alvéolo dental. Desde 
que a reabsorção não tenha sido muito grande ela passa a ser referência para o 
posicionamento dos incisivos centrais 
 
 
A) Dente natural em posição. B) Dente extraído. C) Dente artificial. E) Raiz imaginária 
 
POSIÇÃO, ALI+HAME+TO E DISPOSIÇÃO DOS DE+TES ARTIFICIAIS 
 
Segundo SAIZAR, é possível distinguir sob a denominação genérica de alinhamento, 
três elementos que definem a situação dos dentes ao formarem o arco; elementos que 
podem variar independentemente uns dos outros e que são chamados de: 
 
Posição- É a situação do conjunto de órgãos dentais no espaço, em relação com os 
lábios, nariz, comissuras e dentes antagonistas. Em outras palavras, é a posição do 
arco dental relacionado com a fisionomia. Assim, cada dente tem seu lugar reservado 
(figura 1). 
 40 
 
Figura 1. Posição do incisivo central. 
Alinhamento- Refere-se à forma do arco dental que se obtêm após a montagem dos 
dentes. Ao dispor os dentes, observar o alinhamento, que deve acompanhar a forma 
do rebordo alveolar. Assim, em um rebordo triangular, por exemplo, os dentes 
deverão dispor-se de tal forma que resulte em um arco dental triangular quando 
observar o arco dental superior pela face oclusal (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Alinhamento observado pela face oclusal 
 
Disposição- Refere-se à situação individual de cada dente na arcada. No estudo da 
disposição dos dentes devemos analisar inicialmente a questão da sequência de 
colocação dos dentes para depois estudarmos os problemas de disposição 
propriamente dita. Assim, observamos na figura 3 que a disposição do canino 
apresenta seu eixo cervico-oclusal mais inclinado que os demais dentes. 
 
 
Figura 3. Disposição do canino. 
 
Existem várias maneiras de iniciarmos a montagem dos dentes artificiais de 
uma dentadura. Alguns autores recomendam a montagem dos dentes do hemiarco 
superior e depois do hemiarco inferior do lado correspondente. Posteriormente do 
 41 
hemiarco antagonista desse lado. Outros autores recomendam inicialmente a 
montagem dos seis dentes superiores e inferiores, estabelecendo o trespasse 
horizontal e vertical para o caso. Após a prova, na boca do paciente, completa-se a 
montagem dos dentes posteriores. 
A técnica a ser descrita aqui, para a montagem dos dentes anteriores 
superiores, proporciona um arranjo padronizado para as dentaduras. Conhecendo-se a 
posição, alinhamento e disposição dos dentes, é possível com o tempo e a 
experiência, tentar estabelecer uma individualização na montagem, fugindo dessa 
forma de padronização. 
 
MO+TAGEM DOS DE+TES A+TERIORES SUPERIORES 
 
I+CISIVO CE+TRAL SUPERIOR 
1- Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do 
incisivo central superior, tendo-se como referência a linha mediana inscrita no 
mesmo. 
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente, de tal modo que a face 
mesial do mesmo tangencie a linha mediana (Figura 4). 
 
- O incisivo central será colocado de modo a ficar: 
a) Ligeiramente inclinado para vestibular (vista lateral) 
b) Bordo incisal descansando exatamente sobre a superfície do plano de 
orientação inferior. 
c) Com seu longo eixo na posição vertical (vista frontal). 
 
 
Figura 4. Montagem do Incisivo Central. 
 
I+CISIVO LATERAL SUPERIOR 
1- Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do 
dente, tendo-se como referência a face distal do incisivo central superior. 
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 5). 
 
- O incisivo lateral será colocado de modo a ficar: 
a) Colo ligeiramente mais deprimido que o central (+ p/ dentro) 
 42 
b) Bordo incisal ligeiramente mais elevado que o central (ñ toca o plano) 
c) Seu longo eixo ligeiramente inclinado para mesial. 
 
 
Figura 5. Montagem do Incisivo Lateral 
 
 
CA+I+O 
1- Retira-se do plano superior etc... 
2- Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 6). 
 
- O canino será colocado de modo a ficar: 
a) Vértice da cúspide deverá situar-se ao nível do plano de orientação inferior 
(tocando-o ou ligeiramente a baixo) 
b) Visto pela face vestibular, seu longo eixo deverá estar ligeiramente 
inclinado para mesial 
c) Visto pela face mesial, o seu longo eixo deverá estar ligeiramente inclinado 
para a região palatina de tal forma que a porção cervical apareça mais 
volumosa. Isto caracteriza a bossa canina. 
d) Olhando-se a prótese pela frente, somente será visível a metade mesial de 
sua face vestibular. 
 
Figura 6. Vista frontal e lateral da montagem do canino. 
 
Após a montagem dos seis dentes anteriores teremos a seguinte configuração: 
 
 43 
 
 
MO+TAGEM DOS DE+TES POSTERIORES SUPERIORES 
 
Tal como os dentes anteriores superiores, para a montagem dos dentes 
posteriores superiores há necessidade de referências para que os dentes possam ser 
montados no plano de cera convenientemente, para executarem seu trabalho 
funcionalmente. Assim, dois fatores devem ser considerados, ou sejam: 
a) Linha principal do esforço mastigatório 
b) Curva de compensação 
 
LI+HA PRI+CIPAL DO ESFORÇO MASTIGATÓRIO 
 
A montagem dos dentes posteriores superiores, deve ser feita de maneira tal 
que os mesmos fiquem sobre a crista do rebordo alveolar. Para que isto aconteça 
precisamos traçar uma linha, no modelo inferior, sobre a crista do rebordo ósseo 
alveolar. Esta linha deve iniciar-se do centro da papila retromolar em direção 
anterior, abrangendo a maior extensão em linha reta (Figura 7). 
 
 
 Figura 7. Traçado para a Linha Principal do esforço Mastigatório. 
 
Esta linha traçada no modelo é agora transportada para o plano de cera inferior, com 
o auxílio de uma régua flexível. Os dentes serão então montados de maneira tal que 
as cúspides palatinas fiquem exatamente sobre esta linha. Com este artifício, as forças 
transmitidas pelos dentes posteriores superiores incidirão exatamente sobre a crista 
do rebordo ósseo alveolar inferior, fazendo com que elas sejam absorvidas sem 
prejuízo ao osso dando maior estabilidade às próteses quando em função. 
 
 44 
CURVA DE COMPE+SAÇÃO 
 
Como o plano de orientação superior foi construído paralelo ao plano 
Protético, quando o paciente executa o movimento de protrusão os planos perdem 
contato na região posterior, formando um espaço entre os planos que é chamado de 
“Fenômeno de Christensen”. Isto ocorre em virtude da inclinação da cavidade 
articular no sentido de trás pra frente e de cima para baixo. 
Na construção das dentaduras artificiais devemos sempre evitar que haja formação 
desteespaço, pois se o mesmo ocorrer, as próteses podem perder a estabilidade e o 
paciente não conseguir usá-la. Por este motivo, devemos utilizar um artifício que 
compense este espaço formado. Para tal, os dentes deverão ser dispostos em uma 
curva no sentido ântero-posterior, chamada de “Curva de compensação” (Figura 8) 
O mesmo fenômeno ocorre durante os movimentos de lateralidade. Em virtude da 
inclinação da cavidade articular no sentido lateral (de cima para baixo e de fora para 
dentro), os planos perdem contato entre si. Assim sendo, não há possibilidade de se 
conseguir estabilidade para a dentadura. Por este motivo, os dentes são dispostos de 
maneira tal a compensar este espaço com o fim de prover uma Articulação bilateral 
balanceada (Figura 8). 
 
Figura 8. Curvas de compensação lateral e ântero-posterior 
 
Existem dois métodos para o estabelecimento da Curva de Compensação: o 
Fisiológico e o Mecânico. 
No método Fisiológico, o próprio paciente individualiza esta curva. Para isto, são 
abertas canaletas, uma no plano de orientação superior e outra no plano de orientação 
inferior, e ambas são preenchidas com uma mistura de pó abrasivo. Os planos são 
levados à boca do paciente e o mesmo executa movimentos de lateralidade e de 
protrusão. Pelo desgaste dos planos individualizar-se-á, a Curva de compensação. A 
seguir, os dentes são montados em relação a esta curva estabelecida. 
No método Mecânico, (adotado pela disciplina), o estabelecimento da Curva de 
Compensação é dado pela inclinação dos dentes no sentido vestíbulo-palatino e 
mésio-distal, que se inicia no 1º molar superior. Assim, a técnica para a montagem 
dos dentes posteriores superiores é a seguinte: 
 45 
PRÉ-MOLARES SUPERIORES 
 
 Os pré-molares são colocados de modo a ficarem: 
a) o seu longo eixo na vertical 
b) as cúspides vestibulares e palatinas tocam o plano inferior 
c) faces vestibulares ao nível do canino ou ligeiramente para dentro 
d) cúspides palatinas sobre a linha principal de esforço mastigatório. 
 
 
Figura 9. Montagem dos Pré-molares Superiores. 
 
MOLARES SUPERIORES 
 
 Os molares são colocados de modo a ficarem: 
a) suas cúspides palatinas deverão incidir sobre a linha principal do 
esforço mastigatório 
b) o 1º molar situar-se-á em contato com o plano oclusal inferior, somente 
por sua cúspide mésio-palatina. Inicia-se aqui a curva de compensação. 
A cúspide mésio-vestibular distará 0,5 mm aproximadamente do plano 
oclusal e a disto-vestibular a quase 1 mm. 
c) O 2º molar acompanha a inclinação do 1º molar, porém suas cúspides 
vestibulares são mais altas em relação ao plano oclusal inferior. 
Levantam-se para trás, em direção às cabeças da mandíbula 
completando a Curva de Compensação. 
 
Figura 10. Montagem dos Molares superiores. 
 
 46 
MO+TAGEM DOS DE+TES POSTERIORES I+FERIORES 
 
A ordem de montagem dos dentes inferiores varia segundo os autores. 
Tamaki inicia pelos incisivos e segue, pela ordem, para posterior. Saizar, e a 
Disciplina de Prótese Total, depois de concluída a montagem dos dentes superiores, 
iniciam pelo primeiro molar inferior, já que esse dente, na dentição natural, é 
considerado (segundo Angle) a chave de oclusão. 
 Marca-se na cera, no plano de orientação inferior, com o articulador 
fechado, dois traços: um ao nível da cúspide vestibular do segundo pré-molar 
superior, e outro ao nível da cúspide disto-vestibular do primeiro molar superior, que 
corresponde ao posicionamento do primeiro molar inferior. Observar, pela foto, que 
foi removido a metade do plano de cera, para que o menor volume facilite a 
montagem. Plastifica-se a cera na região compreendida entre os dois traços, prende-se 
o primeiro molar inferior com cera plastificada, e fecha-se o articulador 
cuidadosamente, para que a pressão de fechamento faça chegar o molar em oclusão 
central; observando se a cúspide mésio-vestibular incide no centro das cristas 
marginais proximais do segundo pré-molar e primeiro molar superior e se a cúspide 
disto-vestibular do molar inferior incide sob a fossa principal do molar superior 
(Figura 11). 
 
 
 
 
Figura 11. Montagem do primeiro Molar Inferior de ambos os lados 
 
Montado o molar de um lado, monta-se o do lado oposto seguindo o mesmo 
procedimento. Segue-se, agora, o ajuste da mesa incisal. Inicialmente ela é inclinada 
 47 
no sentido sagital, de 0º a 20º dependendo da reabsorção do rebordo. Esta inclinação 
é determinada pelo profissional e corresponde à inclinação da trajetória incisiva. Para 
rebordos muito reabsorvidos a inclinação ântero-posterior deverá ser diminuída 
podendo chegar até 0º (neste caso usamos dentes artificiais sem cúspides ou dentes 
0º). 
As aletas laterais da mesa incisal são levantadas, para compensar a altura da 
cúspide, se houver, movimentando-se lateralmente o ramo superior do articulador. 
Leva-se o ramo superior do articulador para a direita, mantendo o contato do dente 
superior com o dente inferior e inclina-se a aleta esquerda até que o pino guia incisal 
toque a mesa novamente (Figura 12). 
 
 
 
 Figura 12. Movimentos para o ajuste da Mesa Incisal. 
 
Procede-se igualmente para o outro lado (quando a montagem dos dentes 
inicia-se pelos incisivos a mesa incisal é ajustada, no sentido transversal, pelas 
vertentes dos caninos). Acertada a mesa nos dois planos voltamos a movimentar o 
ramo superior do articulador em lateralidade direita, esquerda e, agora, também no 
sentido de protrusão para verificarmos se os dentes mantêm contato por suas cúspides 
a fim de se conseguir uma oclusão bilateral balanceada. 
Na posição de trabalho, as cúspides vestibulares superiores e inferiores 
tocam-se, ocorrendo o mesmo com a palatina superior e a lingual Inferior. Na posição 
de balanceio, a cúspide palatina superior deverá tocar a vestibular inferior. Na 
posição de protrusão as cúspides vestibulares e linguais dos dentes inferiores tocam 
as cúspides vestibulares e linguais dos dentes superiores ao mesmo tempo, porém 
mais a frente. Considerada satisfatória a montagem dos primeiros molares inferiores 
passaremos a montar os segundos molares, e depois, os segundos pré-molares, com o 
Lado de 
trabalho 
Lado de 
Balanceio 
 48 
mesmo procedimento, tendo-se o cuidado de movimentar o ramo superior do 
articulador, sempre após a montagem de cada dente, nas três situações já descritas. 
Ocorre, às vezes, que para conseguir bom “engrenamento” dos dentes nas suas 
excursões de lateralidade e protrusão, temos a necessidade de movimentar o dente 
superior já montado, ou mesmo desgastar com uma broca esférica nº 8 ou 10, 
determinada vertente de cúspide para conseguir o contato desejado. 
 
 
MO+TAGEM DOS DE+TES A+TERIORES I+FERIORES 
 
 
I+CISIVOS CE+TRAIS 
 
a) face mesial toca a linha mediana 
b) face vestibular acompanha o contorno do plano de cera 
c) longo eixo na vertical 
d) não tocam os incisivos mesiais superiores quando as dentaduras estão em 
oclusão central (Figura 13) 
Durante a montagem dos incisivos centrais inferiores realiza-se movimentos 
protrusivos e laterais, para observar os contatos que devem ocorrer com os incisivos 
superiores (Figura 14). 
 
 
Figura 13. Montagem dos incisivos centrais inferiores em oclusão. 
 
Figura 14. Movimentos protrusivos com contacto nos superiores. 
 
 49 
I+CISIVOS LATERAIS 
 
a) face mesial mantem contato com a distal dos centrais 
b) face vestibular acompanha o contorno do plano de orientação 
c) longo eixo na vertical 
d) não tocam os superiores em oclusão central. 
 
CA+I+OS 
 
a) face mesial contatando a face distal do lateral 
b) cúspide localizada na linha do ponto de contato do incisivo lateral e do 
canino superior 
c) longo eixo, no sentido mésio-distal, ligeiramente inclinadopara mesial e no 
sentido vestíbulo lingual, perpendicular ao plano oclusal. 
 
Figura 15. Montagem dos caninos inferiores 
 
PRIMEIROS PRÉ-MOLARES 
 
a) em altura não deverá ultrapassar o canto da boca 
b) longo eixo na vertical 
c) deverá ser o ultimo dente a ser montado, permitindo assim um ajuste oclusal 
correto e evitando apinhamento dos dentes anteriores 
d) quando necessário, devemos desgastar sua face mesial. 
 
 
Figura 16. Montagem dos pré-molares inferiores. 
 50 
 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTA+TES PARA A MO+TAGEM DOS DE+TES 
A+TERIORES 
 
Os dentes anteriores mandibulares raramente se apresentam regularmente ou 
simetricamente. Variações gerais, somadas a desgaste dos bordos incisais melhoram 
sua aparência estética. 
OVERBITE (TRESPASSE VERTICAL): diz respeito ao espaço existente entre a 
superfície incisal do incisivo superior e a incisal do incisivo inferior, em oclusão. 
Para casos práticos de dentaduras não deve exceder um milímetro e, em muitos casos 
será reduzido além deste limite. No entanto este trespasse vai depender da altura das 
cúspides dos dentes posteriores que durante a movimentação protrusiva separa mais 
ou menos os dentes anteriores. Os dentes anteriores (superiores e inferiores) nunca 
devem estar em contato quando as dentaduras estão na boca, em oclusão central. É 
preferível articulá-los de modo que somente haja contato em lateralidade e protrusão. 
OVERJET (TRESPASSE HORIZO+TAL): diz respeito à relação horizontal que 
existe entre os dentes superiores e inferiores ou seja, a distância entre a superfície 
palatina do incisivo superior e a vestibular do inferior. Varia consideravelmente 
conforme a relação horizontal dos rebordos (Figura 17). 
 
Figura 17. trespasses vertical e horizontal 
 
DESGASTES DOS DE+TES: Às vezes há necessidade de desgastarmos 
os dentes para que possamos montá-los adequadamente, em especial os anteriores. Os 
desgastes feitos sem conhecimento ou com descuido podem determinar a perda da 
estética dos dentes. Colocar mais para trás ou mais para cima, sem diminuir o 
comprimento da superfície vestibular é o objetivo deste desgaste. 
A Figura 18 ilustra as áreas que podem ser desgastadas. Em A, uma quantidade 
média de desgaste; em B, grande quantidade (só pode ser realizada quando utilizamos 
dentes plásticos). Os dentes de porcelana não admitem este desgaste. 
 51 
 
Figura 18. Desgastes que podem ser efetuados. 
 
Além da classe I, ou relação normal entre os rebordos, existem pacientes cuja 
relação entre os rebordos é classe II ou retrusão mandibular ou ainda classe III ou 
protrusão mandibular 
 
Na classe II, o trespasse horizontal entre os dentes anteriores é bastante 
aumentado dificultando assim o contato anterior na articulação (Figura 19) 
Na montagem dos dentes posteriores podemos suprimir o primeiro pré-
molar inferior, isto porque na classe II, a extensão do maxilar é bem maior do que a 
extensão da mandibula, e consequentemente na mandíbula, haverá falta de espaço. 
Na classe III, o contato entre os dentes anteriores será topo a topo, isto é, 
não existe nem trespasse vertical e nem trespasse horizontal. 
Às vezes a classe III é tão acentuada que é necessário que o trespasse 
horizontal e vertical seja invertido (Figura 20). 
 
 
Figura 19. Classe II de oclusão Figura 20. Classe III de oclusão 
 
 52 
A relação entre os dentes posteriores poderá ser normal ou cruzada, dependendo 
logicamente do tamanho da mandíbula em relação à maxila, principalmente de sua 
largura. Quando a mandíbula é bem mais larga que a maxila, nós precisamos montar 
em mordida cruzada, isto é, a cúspide vestibular do molar superior, se contata com o 
sulco principal do molar inferior (Figura 20). 
 
 
 
ESCULTURA DAS BASES DE DE+TADURAS 
 
1- Material necessário: 
 
Lamparina à álcool 
Espátulas: 7, 31 e Le Cron 
Cera rosa nº 7 
 
2- Enceramento 
 
 Denomina-se enceramento o procedimento de laboratório, mediante o qual 
se da forma e volume às bases gengivais protéticas com o auxílio de cera rosa. 
Em primeiro lugar, as bases de prova são fixadas aos modelos usando cera fundida 
depositada ao longo das bordas das mesmas. 
Esta operação deve ser feita preferencialmente no articulador e os dentes de ambos os 
arcos devem estar em contato oclusal. A seguir, removem-se os modelos do 
articulador e completa-se o enceramento, por vestibular e por lingual. A cera, por 
vestibular, deverá recobrir em torno de 1/3 do dente (Figura 1). 
A forma das superfícies, vestibular superior e inferior e a lingual inferior deve 
favorecer a retenção dirigindo as forças dos músculos e dos tecidos (figuras 5a e 5b). 
 
Figura 1. Enceramento das bases das dentaduras. 
 53 
 3-Delimitação dos colos 
 
No primeiro recorte não devemos nos importar com precisão de detalhes. 
Fazemos apenas uma delimitação aproximada do colo de todos os dentes começando 
pelo último dente de um lado e terminando no último do outro lado. 
Com o auxílio de uma espátula Le Cron, bem afiada, formando um ângulo 
de 45º com a superfície do dente, recortamos os colos dos dentes (Figura 2). 
 
 
 Figura 2. Delimitação dos colos. 
 
 4-Escultura 
 
Não existem regras definidas para a escultura das bases das dentaduras. 
Cada profissional segue a sua própria orientação colocando em prática o seu senso 
artístico e as suas idéias sobre estética. Para os que se iniciam nesta prática, algumas 
indicações podem servir de base para esta orientação. 
Após o endurecimento da cera faz-se, como já foi descrito, o recorte inicial 
dos colos dos dentes. As papilas interdentais são importantes na qualidades estéticas 
da dentadura terminada. Por ser área propícia à retenção de restos alimentares, deve 
ser recortada com muito cuidado. As papilas devem ser convexas, e preencher os 
espaços interdentais. O recorte na zona das papilas deve ser feito de tal forma a 
refletir a idade do paciente, já que as papilas mais longas e delgadas estão associadas 
com os jovens enquanto as mais curtas se associam com a idade mais avançada 
(Figura 2). 
Na sequência, com o auxílio da espátula nº 7 (sua parte mais estreita) ou do 
Le Cron, são feitas marcas triangulares na superfície da base de prova, para indicar o 
 54 
comprimento e a largura das raízes, lembrando que o canino superior tem sua raiz 
mais comprida; o lateral mais curta e o central média. Os posteriores variam em 
altura entre si. Na base de prova inferior, a raiz do canino é mais longa, a do lateral 
média e a do central mais curta (Figura 3). 
 
 
Figura 3. Delimitações das raízes. 
 
A seguir, com a parte mais larga da espátula nº 7 escavamos a cera dos 
espaços entre os triângulos, dando forma às raízes (Figura 8). 
 
 
 Figura 4. Colos e raízes delimitados 
 
Na superfície palatina os colos são delimitados e a cera é alisada (Figura 2). 
A superfície lingual inferior deve ser côncava, sem levar a concavidade abaixo do 
bordo lingual dos dentes. A concavidade permite um melhor assentamento da língua, 
melhorando a estabilidade da dentadura (Figura 5a e b). 
 
 
 
 55 
 
Figura 5a e b. Concavidade da área lingual. 
 
 
Figura 5b. Delimitação dos colos e término da escultura. 
 
A delimitação final dos colos é executada e dependendo da idade do 
paciente estes variam em altura. 
Esculpidos todos os detalhes anatômicos, damos acabamento às bases de 
prova com o auxílio da chama da lâmpada à álcool ou algodão embebido em benzina. 
Podemos picotar a superfície vestibular com a ajuda de uma escova de 
dente, o que dá um aspecto mais natural à dentadura terminada (casca de laranja). Isto 
permite que a reflexão da luz seja pequena e o brilho do acrílico mais natural napresença da saliva (Figura 6). Para pacientes com higiene bucal precária, não se 
aconselha o picotamento. 
 
 
Figura 6. Picotamento da superfície vestibular. 
 
 56 
Como acabamento final, limpa-se os resíduos de cera da região dos sulcos 
gengivais e principalmente dos dentes. 
 
I+CLUSÃO EM MUFLA E POLIMERIZAÇÃO DAS BASES 
 
1- Introdução 
 Para iniciarmos a inclusão das dentaduras em mufla devemos proceder a 
fixação das bases de prova superior e inferior aos seus respectivos modelos (Figura 
1). 
 
 
 
Figura 1. Fixação das bases de prova aos modelos. 
 
 
Figura 2. Partes constituintes da mufla. 
 57 
a) Mufla ou hemi-mufla inferior, onde colocamos o modelo 
b) Contra-mufla ou hemi-mufla superior, onde são fixados os dentes quando 
removida a cera 
c) tampa que, evidentemente serve para fechar a mufla, permitindo a prensagem. 
 
2- Inclusão em mufla 
 
A inclusão em mufla é uma operação que se processa da seguinte maneira: 
 
2.1- Isolamos o modelo com vaselina 
2.2- Selecionamos uma mufla de tamanho adequado, de modo a conter o 
modelo com relativa folga 
2.3- Testamos o tamanho colocando o modelo na hemi-mufla inferior. O 
modelo deverá deixar espaços nas laterais para o gesso (figura 2.2) 
2.4- A altura é observada adaptando-se a hemi-mufla superior. 
 
 
 
Figura 3. Preparo e início da inclusão em mufla. 
 
As superfícies incisais e oclusais deverão estar abaixo das bordas da hemi-
mufla superior (figura 2.4) com suficiente espaço para uma boa espessura de gesso, 
evitando assim, deslocamento dos dentes no ato da prensagem. 
2.5- Preparamos uma porção de gesso comum. Normalmente 100gr são 
suficientes. Colocamos 50 c/c de água no gral de borracha, adicionamos o gesso e 
espatulamos convenientemente. 
2.1 2.2 
2.4 
 58 
2.6- Colocamos o gesso preparado na hemi-mufla inferior e sobre o mesmo 
vamos adaptar o modelo com a dentadura nele fixada (a). O modelo deverá ficar 
centralizado e contornado por uma camada de gesso relativamente espessa, para 
oferecer resistência às operações subseqüentes, impedindo fraturas e deslocamento, e, 
ainda, evitando o contato da resina acrílica com as paredes da mufla. Apenas o 
modelo ficará preso ao gesso (b). A dentadura permanecerá livre de contato com o 
mesmo. As retenções devem ser evitadas para que, futuramente, na abertura da mufla, 
não haja fratura do modelo (c). Observar os espaços suficientes da contra-mufla (d). 
Aguardamos a presa do gesso. 
 
 
 
Figura 4. Inclusão na hemi-mufla inferior. 
 
2.7- Após a presa do gesso, Isolamos toda a sua superfície com vaselina. 
2.8- Colocamos a hemi-mufla superior e preparamos mais uma porção de 
gesso pedra (150g de gesso por 48 c/c de água). 
2.9- Com o auxílio de um vibrador, colocamos o gesso preparado até as 
superfícies incisais e oclusais dos dentes, cobrindo-as (Figura 5). 
 
 Figura 5. O gesso pedra é vertido até a superfície incisal e oclusal dos dentes 
a b 
c d 
 59 
Observações: Podemos, após o isolamento citados no item 2.7, fazer uma 
muralha de gesso pedra sobre os dentes com o auxílio de um pincel pêlo de camelo nº 
10 e após a presa inicial, preenchemos a hemi-mufla superior com gesso comum. 
Pode ser usado também, silicones especiais para o revestimento dos dentes e base da 
dentadura (. Este produto tem como vantagem a facilidade da abertura da mufla e a 
recuperação da prótese totalmente isenta de gesso) (Figura 6). 
 
 
Figura 6. Revestimento dos dentes e base com silicone, para preenchimento com 
gesso pedra. 
 
2.10- Após a presa inicial do gesso pedra, completamos o preenchimento da 
hemi-mufla com o mesmo gesso ou gesso comum (Figura 7) 
2.11- Finalmente, fechamos a mufla. 
2.12- A seguir levamos a mufla à prensa e aguardamos a presa final do 
gesso (Figura 8) 
 
 
 Figuras 7 e 8. Complementação com gesso comum e prensagem. 
 
Os procedimentos para a inclusão da prótese inferior são os mesmos daqueles 
descritos para a prótese superior. Deve-se levar em consideração, com muito mais 
rigor, os alívios para evitar fraturas no momento da abertura da mufla (Figura 9). 
 60 
 
Figura 9. Alivio das retenções mecânicas. 
 
3- Abertura da mufla e remoção da cera. 
 
A mufla é colocada num recipiente com água fervente. Cinco minutos são 
suficientes para a plastificação conveniente da cera. Retiramos a mufla e abrimos a 
mesma. Removemos a base de prova, e a cera é eliminada com água em ebulição. Os 
resíduos de cera podem ser eliminados com detergente e, após isto, fazemos uma 
lavagem final com água fervente. 
O caso apresentar-se-á da seguinte forma: 
Na hemi-mufla inferior, estará preso o modelo funcional e na hemi-mufla 
superior, os dentes (Figura 10). 
 
Figura 10. Muflas abertas e limpas 
 
4- Isolamento 
 
4.1- Modelo 
É totalmente isolado, usando-se para isto uma substância líquida – sabão 
líquido ou isolante à base de alginato (Cel Lac). O isolamento é feito também sobre o 
gesso que circunda o modelo, com um pincel nº10. 
 
4.2- Gesso da hemi-mufla superior 
 61 
Com o pincel, isolamos com cuidado a região onde estão presos os dentes, 
sem incluí-los. Quando utilizamos o revestimento, caso da fotografia, não há 
necessidade de isolar a área envolvida pelo silicone (Figura 11). 
 
 
 
Figura 11. Isolamento da área do modelo e molde. 
 
5- Polimerização 
 
5.1- Manipulação do acrílico 
 
A preparação da Resina Acrílica Termo Polimerizável consiste na mistura 
do monômero com o polímero, até a completa saturação deste. 
 Num pote com tampa colocamos uma porção suficiente de pó e líquido. A 
proporção pó/líquido é de 3:1. Cuidados na proporção devem ser tomados pois uma 
quantidade maior de monômero provocará uma temperatura de reação maior; haverá 
porosidade e a contração, durante a reação será também, maior. 
 Após a mistura, fechamos o pote para que não haja evaporação do 
monômero. As reações químicas são processadas no pote fechado. As fases pelas 
quais passam a resina, são: arenosa, fibrilosa ou filamentosa plástica e 
borrachóide. 
Na fase plástica a resina não adere às paredes do recipiente, apresentando-se 
homogênea, lisa e é facilmente manuseada. É nesta consistência que a resina deve ser 
condensada na mufla. Retiramos a resina do pote e terminamos a plastificação nas 
mãos, amassando-a entre os dedos. Concluída esta operação, com uma porção de 
resina fazemos um rolo que será colocado sobre os dentes. A seguir, colocamos a 
resina também sobre a parte correspondente à abóboda palatina (Figura 12) 
 
 62 
 
Figura 12. Manipulação da resina e inclusão no molde. 
 
 Cobrimos a massa de resina com papel celofane umedecido e fechamos a mufla, 
adaptando os encaixes da mesma com cuidado. Levamos à prensa, centralizamos para 
que a pressão seja uniforme e, gradativamente prensamos, até que as partes metálicas 
da mufla entrem em contato. O excesso de resina escoa-se lentamente (Figura 13). 
 
Figura 13. Prensagem da resina acrílica termo-polimerizável. 
 
Quando cessa o escoamento do excesso, retiramos a mufla da prensa e abrimos. 
Retiramos o papel celofane e com o auxílio de uma Le Cron, recortamos os excessos 
de resina que contorna a dentadura. Fazemos um novo isolamento de hemi-mufla que 
contém o modelo funcional e levamos novamente à prensa. Feita a prensagem final, a 
mufla é transferida para a prensa de polimerização (Figura 14). 
 
 
Figura 14. Recorte dos excessos e fixação em prensa individual. 
 
 63 
5.2- Polimerização propriamente dita 
 
Alguns autores acham que a mufla deve ser levada imediatamente ao polimerizador, 
após a prensagem. Outros indicam aguardar um tempo que vai de uma a quatro 
horas. Denominam

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