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devem procurar valores que maximizem lucros; possibilitem alcançar as metas de vendas com tal preço; permitam otimização do capital investido e proporcionem a utilização eficaz da capacidade de produção instalada. 2.2 MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO Wernke (2001), Bruni e Famá (2004) relatam que para a formação do preço de venda devem ser observados alguns critérios, entre eles: a) inicialmente calcular o preço orientativo, com base em dados internos da empresa; b) após, fazer uma crítica deste preço com as características do preço do mercado concorrente; c) posteriormente testar o preço orientativo nas condições do mercado, relacionando custo/volume/lucro e considerando os aspectos econômicos e financeiros da empresa; TÓPICO 3 | GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS NOS SETORES: COMERCIAL E SERVIÇOS 173 d) por último, fixar o preço mais apropriado, considerando volumes, prazos, descontos e comissões. O autor esclarece, também, que muitos são os fatores que interferem na formação do preço de venda, entre eles: a) qualidade do produto diante do mercado consumidor; b) produtos similares; c) demanda estimada do produto; d) controle de preços por órgãos reguladores; e) níveis de venda que se pretende atingir; f) custos e despesas do produto. Em geral são adotados pelas empresas quatro métodos para a formação de preços: a) Método com base no custo da mercadoria; b) Método com base nas decisões de empresas concorrentes; c) Método com base nas características do mercado; d) Método Misto (combinação de custos, concorrência e características do mercado). O primeiro método é o mais comum na prática empresarial e consiste em adicionar uma margem fixa a um custo base, conhecido como mark-up. O segundo método é o baseado nas decisões das empresas concorrentes, problemático por não se saber se a concorrência opera com ou sem lucro. Assim, simplesmente adotar o preço igual ou inferior pode comprometer a lucratividade da empresa. O terceiro método consiste num conhecimento profundo do mercado e assim estabelecer preços de acordo com o nicho de mercado que quer atingir. E o quarto método é o misto, justamente por englobar a combinação dos diversos fatores (WERNKE, 2005). 2.3 CÁLCULO DO CUSTO DE COMPRA Todos os esforços despendidos para a aquisição das mercadorias, materiais ou serviços até o momento de sua utilização participam do custo de compra. Assim, compõem os custos de compra os seguintes fatores: FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/18>. Acesso em: 24 nov. 2015. UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS 174 FIGURA 25 – CÁLCULO DO CUSTO DE COMPRA NO COMÉRCIO FONTE: Wernke (2001) A diferença básica entre os cálculos de custo de compra para o comércio e para a indústria está na recuperação de tributos. O ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e IPI (Imposto de Produtos Industrializados) são recuperáveis fiscalmente no caso industrial, enquanto somente o ICMS é recuperável quando se trata de comércio. Também é preciso observar o PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que conforme o tipo de mercadoria e o tipo de negócio fazem parte do custo de aquisição. 3 TAXA DE MARCAÇÃO (MARK-UP) Quando falamos em definir o mark-up, tanto na indústria quanto no comércio, a forma de elaboração é a mesma, o que diferencia uma atividade da outra são os impostos e o custo, que na indústria é o custo de produção (que envolve custos fixos e variáveis), enquanto que no comércio é o custo de aquisição. Além destas diferenças tributárias, existe diferença na nomenclatura, no comércio falamos em despesas. Em função disso, apresentamos os conceitos e a formulação do mark-up para comércio. Segundo Wernke (2001), a taxa de marcação ou mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda. Tem por finalidade cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, TÓPICO 3 | GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS NOS SETORES: COMERCIAL E SERVIÇOS 175 IPI, PIS, Cofins ou Simples), percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da administradora do cartão de crédito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro. No comércio (principalmente) é comum a utilização de margens de lucro mais baixas em determinados produtos que servem como “atração” aos consumidores. Por exemplo: os supermercados anunciam determinado produto (carne) por um preço baixo. Têm intenção de que os clientes venham comprar o produto e levem junto outras mercadorias (cervejas, condimentos, legumes, arroz etc.) comercializadas com margens de lucro maior. Assim, compensam a pequena margem numa mercadoria com margens maiores em outras. Quanto à elaboração existem duas formas de utilização do mark-up: divisor ou multiplicador. Independentemente de qual modo é utilizado, o valor do preço de venda será igual. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/18>. Acesso em: 24 nov. 2015. 3.1 OBTENÇÃO DO MARK-UP DIVISOR Para obtenção do mark-up divisor, é necessário que sejam observadas as fases a seguir relacionadas: a) Listar todas as Despesas Variáveis de Venda (DVVs): – ICMS s/vendas 17%; – Comissões s/vendas 3%; – Lucro desejado 5%. b) Somar as DVVs: (17% + 3% + 5% = 25%); c) Dividir a soma das DVVs por 100 (para achar a forma unitária): (25% : 100 = 0,25); d) O quociente (resultado) da divisão deve ser subtraído de “1”: (1 – 0,2500 = 0,7500); e) Dividir o Custo de Compra pelo mark-up divisor. Exemplo: se o custo unitário da mercadoria é de R$ 500,00, o preço de venda à vista seria então de R$ 666,67 (pois R$ 500,00/0,7500 = R$ 666,67). A exatidão do cálculo pode ser verificada pela demonstração a seguir: UNIDADE 3 | GESTÃO DE CUSTOS 176 (+) Preço de venda orientativo (R$)............................................. = 666,67 (-) Percentuais utilizados (17% + 5% + 3% = 25%)................... = (166,67) (=) Custo da mercadoria (R$)..................................................... .= 500,00 Segundo Wernke, caso o lojista deseje incluir um percentual relativo às despesas mensais (todas as despesas, exceto os custos de compra e os fatores já considerados na taxa de marcação) no mark-up, o caminho que pode ser seguido passa pela obtenção do valor total dos custos indiretos mensais e o respectivo faturamento mensal. Sugere-se o uso de médias para eliminar fatores sazonais, muito comuns no segmento varejista. Exemplo: como obter o percentual das despesas a serem incluídas na taxa de marcação, considerando que o valor das despesas médias mensais seja de R$ 8.000,00 para um faturamento de R$ 120.000,00. – Valor total das despesas mensais = 8.000,00 – (/) Valor faturamento médio mensal = 120.000,00 – (=) Quociente = 0,066667 – (x 100) = Percentual de custos indiretos para o MKM = 6,6667 Com esse procedimento, as despesas mensais são distribuídas aos produtos de acordo com o preço de venda (faturamento), cabível somente nos casos em que as despesas sejam pouco relevantes para que não haja distorções significativas. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1021136/apostila-unijui--- custos-e-formacao-do-preco-de-venda/18>. Acesso em: 24 nov. 2015. 4 RELATÓRIOS GERENCIAIS PARA EMPRESAS COMERCIAIS As dificuldades que as empresas estão atravessando para se adaptarem ao novo perfil competitivo têm levado seus administradores a buscarem novas ferramentas gerenciais, e segundo Santos (2000), Wernke (2001) e Wernke (2005), a contabilidade como linguagem de negócios tem se sobressaído entre as ferramentas da