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Universidade Federal de Campina Grande Centro de humanidades Unidade Acadêmica de administração e Contabilidade Gestão de Sistemas de Informação MODELOS DE NEGÓCIOS DIGITAIS: REVISÃO DA LITERATURA Dayane Joyce de Morais Souza1 Robert Menezes 2 Dezembro/2019. Campina Grande-PB. 1.INTRODUÇÃO Com o surgimento da internet ocorreram diversas mudanças, que atualmente afetam a maneira como as organizações se relacionam com seus stakeholders. A Internet é um meio de comunicação que permite a troca de informações a qualquer momento entre pessoas de diferente locais e seu uso expande-se cada dia mais e gera mudanças em âmbito cultural, social, econômico e político (CASTELLS, 2003). Surgindo assim, novas oportunidades e desafios para as empresas conduzirem seus negócios. Nesse contexto, nasce os novos modelos de negócios digitais. Com a aproximação da tecnologia em nossos lares, o mercado deve-se adequar para aumentar sua rentabilidade e maximizar seu alcance, o investimento no mudo virtual não deve ser negligenciado, deve-se buscar estar sempre presente, seja no meio físico ou virtual. Com a utilização de aparelhos facilmente conectados à internet, torna-se mais fácil a compra e venda de produtos e serviços, e a exclusão das entidades que não se adaptam a esse novo cenário já é uma realidade, por isso para que uma empresa possa alcançar seu máximo nos dias atuais, ela deve investir no mercado digital, que vem abrangendo um número maior de fregueses a cada dia. O mercado atual apresenta muitos desafios, como a competitividade e o aumento das exigências da sociedade em relação aos produtos e serviços (DOROBAT; TOPAN, 2015). Dentro dessa discussão surge a necessidade de estudar o tema apresentado, modelos de negócios, com o objetivo de posicionar os leitores do acerca dos avanços, retrocessos ou áreas envoltas em penumbra. A seguir será apresentada a fundamentação teórica. 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Transformação Digital De acordo, com TAURION (2016), as novas tecnologias e as transformações que as acompanham, não são uma questão de opção, mas de avanço inexorável da sociedade rumo a uma nova civilização. Os desafios são imensos e as oportunidades também. É um desafio que devemos enfrentar por uma questão de sobrevivência empresarial e profissional. De acordo com a revista EXAME (2019), uma efetiva transformação digital em qualquer tipo de organização precisa ter o cliente no centro, como foco principal, e gerar melhorias nos processos produtivos como um pressuposto básico. Para os especialistas, já que a transformação digital das empresas é um fenômeno inevitável e cada vez maior, é preciso, então, fazer isso da forma correta: melhorando os processos produtivos ao mesmo tempo em que se realiza a digitalização. De acordo com Gomes (2003), por meio da transformação tecnológica que afetou a maneira de fazer negócios, principalmente considerando as oportunidades criadas pela Internet, surgem então novos termos como: “e-empreendedor”, “web-empreendedor”, ou ainda “empreendedor virtual”. Além do perfil, das habilidades e conhecimentos que o empreendedor tradicional possui, o e-empreendedor necessita também ter domínio das tecnologias modernas e do contexto das necessidades humanas e também de como satisfazê-las, inclusive de desvendá-las por meio do uso da tecnologia da informação. 2.2 Novos Modelos de Negócio O ato de comercializar deixou de ser realizado apenas no meio físico, e passou a ser também digital, o que deixou uma brecha para o surgimento de novas empresas dispostas a atender as demandas mais recentes requeridas no âmbito virtual. A necessidade das empresas se instalarem no mercado digital fez com que surgissem companhias especializadas na criação dos e-commerces, como exemplificação podemos citar os casos das empresas focadas na criação de websites, um setor que surgiu a pouco tempo, mas já ganha lugar de destaque na economia. As empresas que decidem ingressar nos negócios digitais devem passar por cinco principais mudanças: (1) digitalização – ter todas as informações da empresa de modo digital; (2) globalização – encontro com pessoas e organizações de qualquer lugar do mundo; (3) mobilidade – torna-se possível aos funcionários acessarem os dados da empresa de qualquer lugar; (4) trabalho em grupos virtuais – colaboradores e parceiros podem trabalhar juntos em um projeto a partir de qualquer lugar físico; e (5) informações em tempo real – possibilidade de acesso instantâneo aos dados da empresa (FAGUNDES, 2004). Para Tomaz (2001, p. 33) “criar uma empresa com elevado nível de virtualização é, da mesma forma, uma perspectiva de competir baseado nos novos modelos de negócio”. Fagundes (2004) também descreve três visões que devem ser observadas para as empresas que desejam ser competitivas no mercado atual: (a) melhorias de processos existentes por meio de ferramentas do e-business; (b) intenção de crescimento constante e repensar na maneira como realiza seus negócios e (c) redefinição total do seu negócio para garantir sua permanência no mercado futuro. E-BUSINESS O e-business pode ser caracterizado como transações comerciais conduzidas por meio de redes públicas ou privadas, incluindo: transferências financeiras, bolsas de ofertas on- line, leilões, distribuição de produtos e serviços, atividades de cadeias de suprimento e redes integradas de empresas (CUNNINGHAM, 2001). Já segundo Turban e King (2004) o e-business pode ser caracterizado como uma definição mais ampla do comércio eletrônico, já que não inclui somente a compra e venda de produtos e serviços, mas também a prestação de serviços, cooperação de parceiros comerciais e a realização de negócios eletrônicos dentro de uma organização. E-COMMERCE Segundo Limeira (2007), o e-commerce, inclui uma vasta gama de atividades que envolvem as transações pela Internet entre organizações e consumidores. as aplicações do e-commerce podem acontecer de nove maneiras: B2B (business-to- business): transações entre empresas, como: venda de produtos agrícolas ou fornecimento de matérias-primas para indústrias; B2C/C2B (business-to-consumer/consumer-to- business): transações entre empresas e consumidores e vice-versa, como: lojas e shoppings virtuais, ou atendimento ao cliente on-line; B2G/G2B (business-to- government/government- -to-business): transações envolvendo empresas e governo e vice-versa, como: venda de produtos e serviços para órgãos do governo em licitações públicas; C2C (consumer-to-consumer): transações entre consumidores finais, como: sites de leilões, classificados on-line; G2C/C2G (government-to-consumer/ consumer-to- government: transações envolvendo governo e consumidores finais e vice-versa, como: pagamento de impostos, serviços de comunicação, como solicitação de serviços públicos ou reclamações; G2G (government-to- -government): transações entre governo e governo, como: coordenação entre políticas e programas entre os diversos níveis de governo. E-PROCUREMENT O e-procurement se refere a utilização da internet para a compra e venda de produtos ou serviços, nele se inclui cada processo da compra, desde a escolha realizada pelo cliente, até a confirmação da compra, tudo isso realizado por intermédio de alguma tecnologia, essas compras são do tipo B2B. Este modelo de negócio é muito viável por promover a agilidade no processo de compra e venda, pois com ele todo sistema é controlado e automatizado, permitindo a empresa inclusive o controle de estoque, o que também gera uma diminuição nos custos, pois além dos fatores citados acima ainda se promove uma maior competição entre fornecedores. Podemos citar três tipos de e-procurement, o primeiro é o ERP (Enterprise ResourcePlanning), um software que permite o controle de todas as operações diárias da empresa, o segundo é o e-sourcing, o sistema é todo online, e é conhecido como “leilão reverso”, pois os compradores podem selecionar a oferta mais atrativa, e o último o e-informing, que permite a troca de informação entre compradores e vendedores. E-MARKETPLACE Esse tipo de comercio se diferencia por ser apresentado ao consumidor como uma espécie de “shopping”, pois oferece várias opções de lojas reunidas em um único local. Um site como esse pode exibir produtos de uma outra loja em troca de uma porcentagem dos lucros. O grande benefício desse tipo de negócio é a visibilidade, pois um site pode ofertar uma opção de produto que não possuía em seu quadro de venda, e por outro lado o vendedor pode expor seu produto em diversos sites, e assim aumentar suas chances de vendas, um exemplo desse tipo de site é o site “americanas.com”. 2.3 MARKETING DIGITAL Philip Kotler — é considerado o pai do Marketing — conceitua marketing como “o processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas satisfazem desejos e necessidades com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Porém, as maneiras de fazer com que isso aconteça sofrem mudanças quase que diariamente. Por isso, atualmente é impossível falar de marketing e ignorar que a maior parte da população mundial está conectada à internet e faz compras online. É por isso que o Marketing Digital é a principal forma de fazer e conceituar marketing nos dias de hoje. O termo é usado para resumir todos os seus esforços de marketing no ambiente online. Usando canais digitais — como blogs, sites, motores de busca, mídias sociais, email e outros —, as empresas tentam solucionar dores e desejos de clientes e potenciais clientes. 2.4 MARKETING VIRTUAL Um sofisticado avanço na internet permitiu que as propagandas fossem relacionadas as pesquisas realizadas pelos usuários, isso é possível graças ao uso de cookies, que armazenam os dados dos clientes que acessam as páginas da web. A partir do momento que um usuário pesquisa sobre determinado assunto as páginas que ele (o usuário) visita, apresentam diversas propagandas, sobre o tem pesquisado, o que beneficia vendedor e cliente. O vendedor é beneficiado, pois suas propagandas são destinadas a quem realmente se interessa, já o cliente é beneficiado pois tem uma gama maior de opções para suas compras. METODOLOGIA DE PESQUISA Esse artigo enquadra se como revisão da literatura, onde “Podem-se considerar diversos tipos de revisão da literatura, consoante a finalidade a que a mesma se destina e outros fatores que a abalizam. […] consideram existir dois tipos de revisão da literatura tendo em conta o objetivo a que se destinam – Revisão básica e a avançada. ” (CORREIA e MESQUITA, 2014, p. 217-218). Constitui-se também, em um estudo do tipo Revisão Narrativa (ELIAS et al. 2012), por permitir estabelecer relações com produções anteriores, identificando temáticas recorrentes, apontando novas perspectivas, consolidando uma área de conhecimento e constituindo-se orientações de práticas pedagógicas para a definição dos parâmetros de formação de profissionais para atuarem na área, segundo Rocha (1999). Nesse tipo de estudo, são analisadas as produções bibliográficas em “determinada área [...] fornecendo o estado da arte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada” (NORONHA; FERREIRA, 2000, p. 191). Para Caldas (1986, p. 15) a pesquisa bibliográfica representa a “coleta e armazenagem de dados de entrada para a revisão, processando-se mediante levantamento das publicações existentes sobre o assunto ou problema em estudo, seleção, leitura e fichamento das informações relevantes”. Para elaboração deste artigo foi utilizado pesquisas bibliográficas, fazendo uso de diferentes autores. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo, buscou posicionar o leitor diante do tema modelos de negócios digitais, expondo conceitos e filtrando os principais pontos a serem considerados dentro do tema. É preciso considerar que nem toda publicação agrega valor ao conhecimento num campo particular, isto é, não há garantias de qualidade estabelecidas a priori, dadas meramente pela aceitação e publicação do trabalho. Com isso, a revisão de literatura presente nesse estudo, buscou filtrar as pesquisas, tornando o crescimento relativamente administrável. Além disso, como adverte Virgo (1971) um único artigo de revisão pode substituir um número de artigos originais e, desse modo, facilitar a vida do leitor. Esse artigo é parte de um tema abrangente, deixando como ponto de partida espaço para novos estudos na área. REFERÊNCIAS BRASIL ESCOLA. Novos modelos de negócio na era digital. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/novos-modelos-negocios-na-era- digital.htm. Acesso em: 5 dez. 2019. CALDAS, Maria Aparecida Esteves. Estudos de revisão de literatura: fundamentação e estratégia metodológica. São Paulo: Hucitec, 1986. CORREIA, A. M. R.; MESQUITA, A. Mestrados e Doutoramentos. 2ª. ed. Porto: Vida Economica Editorial, 2014. 328 p. CUNNINGHAM, M. B2B – business-to-business: como implementar estratégias de e-commerce entre empresas. Rio de Janeiro: Campus, 2001. ELIAS, C. S. et al. Quando chega o fim? Uma revisão narrativa sobre terminalidade do período escolar para alunos deficientes mentais. SMAD: Revista Electrónica en Salud Mental, Alcohol y Drogas, v. 8, n. 1, p. 48-53, 2012. FAGUNDES, E. M. Como ingressar nos negócios digitais. São Paulo: Edições Inteligentes, 2004. GOMES, R. C. O. Empreendedor X E-Empreendedor. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), Faculdade Cenecista de Campo Largo, v. 2, n. 1, p.1-17, maio 2003. EXAME. Empresas discutem como a gestão lean pode melhorar a transformação digital. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/empresas-discutem- como-a-gestao-lean-pode-melhorar-a-transformacao-digital/. Acesso em: 2 dez. 2019. LIMEIRA, T. M. V. E-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. NORONHA, Daisy Pires; FERREIRA, Sueli Mara S. P. Revisões de literatura. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CONDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite (orgs.) Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: UFMG, 2000. TAURION, Cezar; o primeiro passo: transformação digital como base para os negócios do século 21. 1. ed. Brasil: Cezar Taurion, 2016. p. 105-YY. TOMAZ, Etel. E-empreendedor: o portal do empreendedor digital. 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. TURBAN, E.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004. VIRGO, Julie A. The review article: its characteristics and problems. The Library Quarterly, v. 41, n. 4, p. 275-291, oct. 1971.
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