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APOSTILA Historia da Moda

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O SURGIMENTO DA ROUPA E O ATO DE SE COBRIR 
1 - Indumentária na pré-história 
A pré-história é o extenso período que antecede o aparecimento da escrita e do uso dos metais. 
A primeira descoberta cultural importante do homem foi a invenção da arte. Na pintura, na 
gravura, na escultura foram expressos pensamentos por meio de símbolos. As mais antigas 
obras primas da arte surgiram há milhares de anos na era da pedra lascada, no Paleolítico, em 
cavernas no centro da Europa. 
O período posterior chamado Neolítico, foi relativamente curto em relação a toda pré-história, ele 
começou de fato na mesopotâmia e estendeu-se lentamente, em suas evoluções por meio da 
navegação, ao Egito e à Anatólia, chegando ao sul da Europa. 
Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter 
alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as 
primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais 
tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou fabricados com 
fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, 
que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras as construções que serviam de 
habitação. Essas pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos 
homens e o conhecimento da alavanca. 
As roupas do homem da pré-história eram feitas de pele de animais e era necessário trabalhar 
a pele para que ela ficasse viável de ser usada e não prejudicasse os movimentos dos homens 
que iam à caça. Era necessário tentar dar-lhes forma e torná-las maleáveis, uma vez que secas 
também ficavam muito duras e de difícil trato. 
Ambas as técnicas não eram eficientes e com o tempo foram evoluindo. O primeiro passo foi o 
uso de óleos de animais que mantinham as peles maleáveis por mais tempo, pois demoravam 
mais para secar. Até que finalmente se descobriu as técnicas de curtimento, quando se passou 
a usar o ácido tânico (tanino) contido na casca de determinadas árvores (carvalho e salgueiro) 
para tornar as peles permanentemente maleáveis e também impermeáveis. Essas peles eram 
presas ao corpo com as próprias garras dos animais, usando-se nervos, tendões e até fios da 
crina ou do rabo do cavalo. Neste período, as peles que eram colocadas no ombro do homem 
primitivo impediam-lhe os movimentos. 
Ainda no período da pré-história, se tem início a fabricação de tecidos, mesmo que ainda de 
forma artesanal e primitiva. 
Com o tempo os avanços e aprimoramentos foram surgindo tornando possível a produção de 
peças como saiotes adornados com franjas, conchas, sementes, pedras coloridas, garras e 
dentes de animais. E foi a partir das necessidades físicas humanas que as diferentes formas do 
vestuário evoluíram. 
2 - O período paleolítico superior e o neolítico: em busca da forma. 
2.1 Localização temporal do paleolítico superior e neolítico. A historiografia propõe que a pré-
história seja dividida em três períodos: 
Paleolítico Inferior (cerca de 500.000 a. c.) 
Paleolítico Superior (aproximadamente 30.000 a. c.) 
Neolítico (aproximadamente 10.000 a. c. a 1.000 a.C.) 
2.2 Paleolítico Superior (ou Pedra Lascada): características socioculturais e artísticas 
- Pinturas encontradas nas cavernas de Niaux, Font- de-Gaume e Lacaux (França) e 
Altamira (Espanha) 
- Primeiras expressões extremamente simples: traços nas paredes ou "mãos em 
negativo". 
- Principal característica: Naturalismo (Pintavam do modo como viam) 
- Primeiras manifestações estão impregnadas de magia e ligadas à religião. 
- Pinturas rupestres seriam manifestações de caçadores, o pintor-caçador acreditava 
ter poder sobre o animal desde que? possuísse? sua imagem. 
- Capacidade de interpretação da natureza: imagens que representam animais temidos 
estão carregadas de traços que revelam força e movimento enquanto que animais 
como a rena e o cavalo revelam beleza e fragilidade. 
- As esculturas e pinturas produzidas no Paleolítico Superior retratavam figuras 
femininas, como as Vênus encontradas na França, Itália e Rússia. 
2.3 Neolítico (ou Idade da Pedra Polida): características socioculturais e artísticas 
- Descoberta do Fogo 
- Regime de comunidades primitivas 
- Descoberta da agricultura (de subsistência) permitiu o sedentarismo e daí a 
domesticação de animais (Rev. Neolítica) 
- Desenvolvimento de técnicas para construção de utensílios (armas, vasos etc.) 
- Surgimento da cerâmica: usada para revestir os utensílios e impermeabilizá-los 
- Aumento da densidade populacional e existência de uma organização social para 
controle das atividades comunitárias. 
- Técnica de tecer e construção das primeiras moradas
 
3 - Mesopotâmia 
Mesopotâmia é a denominação dada a um grande planalto localizado no Oriente Médio, 
delimitado entre os vales do Tigre e Eufrates. Seu nome significa entre dois rios, e corresponde 
ao atual território do Iraque. 
Vários povos habitaram essa região entre os séculos V e I a.C.. Sua permanência foi 
ajudada pelas cheias constantes dos rios, que tornavam as terras ao redor férteis, 
proporcionando a agricultura, além disso, desfrutavam de água para o consumo, pesca e uma 
via de transporte muito útil. 
Essa região, chamada de Crescente fértil, está situada numa área aonde a maior parte 
das terras é muito árida para qualquer cultivo. Uma espécie de oásis no deserto. 
Todo esse contexto, fez desse local um terreno ideal para migrações e alvo de disputas, 
causando o fim e aparecimento de novos povos decorrentes das invasões, entre eles: os 
Sumérios, os Babilônios e Assírios. 
A Mesopotâmia é considerada um dos berços da humanidade, pois aí que surgiram as 
primeiras civilizações. A partir do século III a.C., cidades como Ur, Uruk, Nipur, Kish, Lagash se 
desenvolvem e a atividade comercial entre elas se torna mais intensa. 
Elas são parte integrante da civilização sumeriana, tida como a primeira do espaço 
mesopotâmico. Seu crescimento foi acompanhado por um desenvolvimento de um complexo 
sistema hidráulico, que evitava inundações nas cheias e garantia o armazenamento de água, o 
que criou uma ferramenta de irrigação avançada para as plantações. 
Com grande autonomia, os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de 
uma unidade política. Predominavam os pequenos Estados, que tinham seu centro político, 
formando as Cidades-Estado. Cada uma controlava seu próprio território, com burocracias e 
governos independentes. 
Sempre monárquicos, os governos tinham o poder real de origem divina, num misto de 
religião e política. Devido à algumas limitações de vestígios arqueológicos, uma das fontes de 
pesquisa para o estudo da região, vem de documentos não encontrados nessa área e de trechos 
da Bíblia. 
Pequena cronologia da região: 
•De 6.000 a.C. à 5.000 a.C. -> Primeiras ocupações, início da agricultura, desenvolvimento de 
técnicas para a fixação no local. 
•De 3.500 a.C. à 3.000 a.C. -> Surgem as primeiras cidades, início da civilização Sumeriana e a 
criação do primeiro sistema de escrita e numérico 
•2.000 a.C. -> Consolidação da civilização Assíria 
•De 1.900 a.C. à 1.200 a.C. -> Primeiro Império Babilônico e a criação do Código de Hamurabi 
•1.200 a.C. -> Dominação Assíria sobre a Babilônica 
•1.100 a.C. -> Segundo Império Babilônico 
3.1 - Religião 
Os povos mesopotâmicos eram politeístas (acreditavam em vários deuses), que 
poderiam praticar tanto o bem quanto o mal. Geralmente atribuídos à elementos da natureza 
(chuva, vento, água, Sol, Lua) eram representados com uma imagem semelhante a dos seres 
humanos. 
O líder político-religioso recebia o nome de Patesi. 
Cada cidade possuía seus próprios deuses, porém existiam algumas divindades aceitas 
por todas. 
O centro religioso era o Templo, que era a casa dos deuses na cidade. Nele, só podiam 
entrar os sacerdotes, que eram responsáveis pelo seu cuidado e trabalhavam como 
intermediários entre os deusese os humanos. Sua função era fazer com que eles atendessem 
as necessidades da comunidade. 
Os deuses, através dos sacerdotes, emprestavam aos camponeses animais, sementes, 
materiais e o arrendamento dos campos, como pagamento a esse empréstimo, os trabalhadores 
faziam uma oferenda. Com a necessidade de controlar os empréstimos e pagamentos, 
necessários para o controle de riquezas do templo, iniciou-se o sistema de contagem e escrita, 
chamada Cuneiforme. 
3.2 - Escrita 
A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios, porém foram usadas por muitos povos 
da mesopotâmia como os sírios, hebreus, persas e mais tarde os babilônicos e assírios. 
A designação dada a esse tipo de escrita é porque ela é feita com o auxílio de objetos 
em forma de cunha. Os primeiros registros foram gravados em tábuas de argila, em sequências 
verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e 
oblíquos. 
Para registar o escrito a tábua poderia ser queimada, porém para as tarefas do dia a dia 
não era necessário. Grande parte dos registros encontrados foram queimados em ataques 
incendiários de exércitos inimigos. 
3.3 - Sumérios 
Os sumerianos se estabeleceram ao norte do Golfo Pérsico, e acredita-se que eram de 
uma etnia próxima aos dos egípcios. 
Suas cidades eram construídas sobre vastos terraços artificiais. O ponto alto dessa 
civilização foi o reinado de 
Ur-Nammur, que construiu os famosos Zigurates. 
Eles eram uma forma de templo, construídos em forma de pirâmides, porém mais baixas. 
Tinham vários andares, de 2 a 7, sendo que quanto mais elevado, menor a área construída. 
Eram decorados com adornos envidraçados coloridos, e o acesso ao templo (localizado 
no topo) era feito por uma série de rampas espiraladas que iam da base ao cume. Eram usados 
para armazenamento e tinha a finalidade religiosa também. 
O mais famoso Zigurate é o Marduque ou Torre de Babel, situado na Babilônia. 
3.3.1 - Indumentária dos Sumérios (antes de 2000 a. C.) 
Intensa utilização de peles dos animais, em especial a lã. 
Kaunakés: uma forma primitiva de tanga, enrolada na cintura com a pele de carneiro. 
Faziam tufos torcidos com a lã da pele, dispostos simetricamente em babados. 
Mais tarde a tanga transformou-se em saia, e os tufos se resumiram a uma franja. 
Principais Características: 
-franjas;
 
-muitas saias,
 
-mantos e capas;
 
-xales de lã de tamanhos variados;
 
-xale longo enrolado sobre o corpo com um ombro descoberto;
 
-mulheres com trajes longos, cobrindo o colo;
 
-uso dos véus;
 
-crânio raspado, barba frisada, arrumada ou cabelos longos frisados.
 
-torso nu;
 
-andavam descalços. 
Nas mais antigas representações, os sumérios vestiam basicamente pele e peleterias 
(couro com pelagem) enrolados na cintura numa espécie de “saia”. As pelagens eram com fios 
longos, em especial, pele de carneiro. Essas peleterias eram costuradas umas as outras em 
forma de listras horizontais ou onduladas, sobre essas saias e mantos, formando uma 
indumentária completa. 
Durante o II e III milênios, o termo KAUNAKE se aplica a esse tipo de roupa, designando 
não um tecido, mas uma forma. Desse período até 400 a.C., as peleterias foram substituídas por 
tecidos que imitavam o efeito da lã de cabra. 
O nome kaunake permanece, porém, designando esse novo têxtil que se assemelha a 
pele de carneiro ou cabra, com fios longos e pelagem externa, que aparecem de maneira regular, 
frequentemente feitas em carreiras, parecendo babados. 
Seu uso era feito tanto por homens quanto por mulheres, diferenciado apenas na forma 
disposta no corpo. 
Além dele, outro material utilizado, um tecido com ou sem franjas, que poderia ser liso 
ou ornamentado, com padrões geométricos como quadriculados ou losangos. 
Por volta de 500 a.C., foram encontrados vestígios de um outro material, bem mais fino, 
que possuía o aspecto de uma malha. Isso representava uma grande evolução têxtil. 
As peças feitas retangularmente sobre o tear vertical, também se apresentavam mais 
maleáveis e eram usadas sem nenhuma transformação, sendo meramente enroladas de 
diversas maneiras. Um saiote caindo até o meio das pernas constitui uma das representações 
mais antigas da “forma primitiva” do traje sumeriano. Essa peça, poderia apresentar várias 
camadas de kaunakes, franzidos na cintura, que eram mantidos apertados em torno dos quadris, 
utilizando um cinto, que era amarrado na parte de trás com um nó. 
O longo xale de lã representa também uma das mais antigas peças do vestuário 
sumeriano, é possível que no início do III milênio, os homens do povo tenham o enrolado na 
cintura. 
Ele passa a ser usado como saiote, e sua extremidade puxada sobre o ombro esquerdo. 
Algumas vezes usados por homens, essa estrutura constituía basicamente o vestuário das 
mulheres, que seguravam o tecido no ombro por meio de uma fíbula (alfinete) no qual poderia 
ser pendurado um fio de pérolas ou um pingente representando o selo da sua família. Tanto o 
xale solto, o saiote com o peitoral coberto, eram contemporâneos, assim como o vestido inteiro 
feito em kaunakes com decote arredondado, mangas até o antebraço. 
Alguns monumentos apresentam representações de tecidos quadriculados ou cobertos 
de pequenos círculos aplicados e marcados no centro por um ponto em cruz, talvez lantejoulas 
ou contas de ouro, de lápis-lazúli, ágata ou coralina, costuradas sobre a roupa. 
As franjas e bordados surgem aproximadamente no séc. XXVII a.C. e foram usados até 
330 a.C. 
Não há grandes descobertas de tecidos em escavações, porque ao contrário do Egito, o 
clima não era tão favorável e os mortos eram sepultados nus (com exceção da família real). A 
nudez em vida não era bem vista, mas no caso da morte e dos sacerdotes (em suas 
representações), era permitido, afim de não sacralizar a vestimenta nem correr o risco de 
desagradar as divindades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INDUMENTÁRIA NA ANTIGUIDADE: EGÍPCIA, GREGA, ROMANA E BIZANTINA. 
 
1- Indumentária Egípcia 
A civilização egípcia é datada do ano 4000 A.C e se desenvolveu no Nordeste da África, 
numa região predominantemente desértica, no fértil vale do rio Nilo, que beneficiando-se do seu 
regime de cheias, graças a um eficiente sistema natural para transportar e depositar em suas 
margens uma série de nutrientes, conseguiu transformar a aridez do deserto em terras cultiváveis 
altamente produtivas. Através do Nilo, os egípcios tinham possibilidade também de transportar 
mercadorias, pessoas, podiam consumir água, pescar e ainda cultivar hortaliças. 
Segundo o historiador grego Heródoto, "O Egito é uma dádiva do Nilo". 
Em 1525 a. C. foram dominados pelos persas/ gregos/ macedônios/ romanos/ árabes/ 
turcos/ ingleses. Somente no século XX conseguiram recuperar sua autonomia politica. 
 
Sobre os egípcios: 
• Politeístas - deuses antropozoomorfos; acreditavam na vida após a morte; 
• Culto aos mortos; 
• Técnicas de mumificação. 
• Atividades agrícolas (trigo, cevada, linho, algodão, papiro, etc.); 
• Criação de animais, pesca, artesanato, produção de tecidos, vidros e navios. 
• Conhecimentos sobre Medicina, Matemática, Astronomia, Escultura, Pintura. 
• Escrita egípcia - permitiu a divulgação de ideias e comunicação, sendo de extrema 
importância para este povo. 
 
 
 
Indumentária dos Egípcios: 
No Antigo Egito símbolos de vaidade, beleza e ostentação, sempre foram características 
marcantes de seu povo. Mesmo os menos afortunados gostavam de usar uma série de adereços 
por eles criados para marcar suas relações sociais e do dia-a-dia. Acessórios ricamente 
ornamentados são uma das características principais do Egito Antigo. 
A roupa era basicamente saiotes plissados amarrados ao corpo, feitos de linho. 
Os faraós, além do saiote curto, usavam para cobrir todo o corpo com uma capa de pele 
de leopardo curtida, que incluía as quatro patas e a calda do animal. As próprias garras do bicho 
eram usadas como presilha. 
A principal cor usadaé branco, pela dificuldade de tingimento do tecido, cores como 
vermelho, tinham tintas extraídas da flor do açafrão, enquanto que o azul era obtido do índigo. 
Bordas coloridas e bordadas são vistas posteriormente, com faixas coloridas mais largas 
colocadas em ambos os lados de uma série de riscos mais finos foi uma combinação muito 
popular. 
 
• Uso generalizado do linho branco. 
• Drapeados, transparências. 
• Mudanças mínimas em um período de mais ou menos 3000 anos/ estaticidade. 
• Chanti = traje característico masculino. Espécie de tanga presa por um cinto, para os 
faraós era pregueado e engomado, às vezes bordado. 
• Túnicas com mangas, que provavelmente eram costuradas nas laterais. 
• Kalasíris = túnica longa usada por homens e mulheres - era semitransparente deixando 
ver por baixo o Chanti masculino. Feita por um pedaço de pano retangular, às vezes 
tecido numa só peça, presa aos ombros por alças e quando usado por mulheres produzia 
um efeito ajustado sob os seios. 
• Haik real = Túnica usada por cima de efeito plissado, transparente. 
Peitoral = larga gola adornada de jóias. 
• Claft = pedaço de tecido amarrado sobre a cabeça com as laterais soltas. 
• A fibra animal era considerada impura. 
• Padrões de higiene – banhos regulares, raspavam o corpo e a cabeça. 
 
• Uso de perucas, barba de cerâmica, cones aromáticos, diversas coroas. 
• Ampla joalheria e muita maquiagem. 
• Sandálias para os dois sexos/também andavam descalços. 
• A nudez em público demonstrava baixa condição social, com exceção das crianças. 
 
 
 
2 – Indumentária Grega 
 
Sobre os gregos: 
A civilização grega surgiu em 2000 a.C. e perdurou até e 100 a.C., entre os mares Egeu, 
Jônico e Mediterrâneo, contendo um litoral muito recortado e inúmeras ilhas. 
Quando se fala em Grécia, se fala em filosofia, em arte, em democracia, em um apurado 
padrão estético. 
No período de apogeu de sua cultura, teve como centro de sua organização política as 
Cidades-Estados. São povos de crença politeísta. 
 
Indumentária dos Gregos: 
A indumentária grega se destacou pelos seus elaborados e marcantes drapeados. Não 
havia um caráter erótico ligado às roupas, mas sim uma grande preocupação estética. A peça 
mais característica de sua indumentária era uma túnica composta de retângulos de tecidos de 
vários tamanhos, drapeados sobre o corpo sem um corte ou costuras. Era apenas "enrolado" 
sobre o corpo, com algumas variações, presa sobre os ombros e embaixo dos braços, sendo 
uma das laterais fechada e a outra aberta, pendendo em cascata. No ombro era preso por 
broches (Fíbula) e alfinetes e na cintura por cintos e cordões. 
Os homens e mulheres usavam o que era chamado de chiton, os homens até os joelhos 
e as mulheres até os tornozelos. 
O chiton dório era feito em geral de lã e o jônio de linho. O linho era o tecido mais usado, 
seguido pela lã, e o primeiro permitia maior variedade de dobras e às vezes usava-se um pouco 
maior que a distância dos ombros aos pés para permitir puxar o tecido sob o cinto formando uma 
"blusa". 
Com o passar do tempo, esta peça evoluiu de um único retângulo para duas partes 
costuradas, por vezes com manga. Em complementação à ela os gregos usavam mantos. Para 
os homens havia a uma capa curta, feita de lã grossa que era a capa militar; e outra, roupa civil, 
mais ampla e usada em dias frios. O manto das mulheres era bem comprido, chegando aos pés. 
Ao contrário do que se pensa os trajes gregos eram coloridos, exceto os usados pelos 
pobres. Alguns membros das classes inferiores tingiam suas roupas com um tom de marrom 
escuro-avermelhado, prática rejeitada pela maioria das autoridades, mas os membros das 
classes superiores tinham maior liberdade, podiam usar vermelho, roxo, amarelo e verde. O 
único lugar em que era obrigatório usar branco era o teatro, que por ser considerado sagrado, 
exigia um tom de pureza. 
Os pés estavam quase sempre descalços, mas quando havia calçados, eram as 
sandálias presas por tiras nos pés e pernas. 
As peças que merecem destaque na indumentária grega são: o Himation, o Peplos e o 
Chiton. 
 
2.1 – Himation 
O himation era um capote extenso, sempre octogonal, diferente da toga romana, que 
tinha algumas formas diferentes. Parece ter tido uma variedade de significados culturais, 
dependendo da sua proporção e de como era usado. Geralmente, quando usado por mulheres, 
era um traje de modéstia decorosa, mas ele foi visto também como instrumento de provocação. 
O himation era tipicamente drapeado indo sobre o ombro esquerdo, sob o braço direito, 
atrás e através do corpo, depois carregado pelo braço esquerdo e então atirado novamente para 
trás sobre o ombro esquerdo. 
 
 
 
 
 
2.2 – Peplos 
O peplos eram feitos de dois pedaços retangulares de pano parcialmente costurados 
juntos em ambos os lados; as seções abertas no topo eram então dobradas para baixo na frente 
e nas costas. 
A mulher puxava seu traje sobre a cabeça e o amarrava nos ombros, com dois grandes 
alfinetes, formando um vestido sem mangas. Os alfinetes eram originalmente alfinetes abertos 
com cabeças decorativas, mas depois foram substituídos por grampos ou broches. 
 
 
2.3 - Chiton 
O chiton era similar ao peplos. O tecido de lã foi substituído por tecidos mais leves, como 
o fino linho ou ocasionalmente a seda, refletindo a influência da Ásia Menor; e eles podiam ser 
brilhantemente coloridos. 
O chiton media cerca de 3 metros de largura, e se media exatamente do ombro ao 
tornozelo, sem material extra. A enorme largura requeria de oito a dez grampos prendendo-o em 
cima. 
 
 
 
3 – Indumentária Romana 
 
Sobre os romanos: 
• Suas origens remontam ao século VII a.C. quando os Latinos ocuparam as terras férteis 
nas proximidades do rio Tibre. 
• Tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Até nos dias atuais herdamos uma 
série de características culturais. 
• O direito romano, até hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que 
deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola. 
• A cultura romana foi influenciada pela cultura grega. 
 
Indumentária dos Romanos: 
A civilização romana é considerada a mais rica da Antiguidade e, naturalmente, suas 
vestimentas são elementos que ajudam a reforçar essa condição. A indumentária era muito 
normatizada e quem infringisse suas regras era punido. Por exemplo um senador romano que 
não fosse vestido com a toga corretamente ao senado poderia ser preso. 
No início da história romana existiu uma forte influência do povo etrusco que habitaram 
primeiramente a península itálica até o 1o milênio a.C. 
Os trajes etruscos se pareciam com os cretenses, com o uso da túnica-veste costurada 
e um tipo de toga, que era feita com um semi-círculo de pano, às vezes esta "toga" era retangular 
e formava uma espécie de capa. Estes trajes etruscos desapareceram após o domínio romano 
sobre a região, e somente a toga permaneceu tornando-se uma característica marcante no traje 
romano. A toga era essencialmente usada pelas classes superiores, pois exigia habilidade para 
drapejar em volta do corpo e impedia atividades mais vigorosas. 
Os etruscos calçavam uma espécie de bota alta, amarrada e com a ponta virada para 
cima, obviamente uma influência da Ásia Menor. 
A toga é o traje mais comumente associado à antiga Roma, considerada símbolo do 
poder do Império e da cultura, foi usada por homens e mulheres dos tempos mais remotos até 
o século II a.C., quando passou a ser reservada aos cidadãos. 
As mulheres usavam uma veste longa e justa, sem cinto, que poderia ter uma meia 
manga ou uma abertura nas costas, fechada por fitas e sobre esta veste usava-se uma capa 
longa e retangular. 
Os senadores eram conhecidos por suas togas brancas. 
Os meninos romanos livres usavam uma toga com uma orla roxa até atingirem a 
puberdade, a qual em uma cerimônia era substituída pela toga virilis branca. 
Durante períodos de luto ou cerimônias religiosas usava-se uma togade cor escura. 
Por volta de 100 d.C a toga começou a diminuir de tamanho. 
Por baixo da toga, no período da República, os homens usavam um saiote simples de 
linho que durante o Império foi substituído por uma túnica costurada, equivalente ao quiton 
grego. Esta túnica era feita com dois pedaços de pano costurados e era vestida pela cabeça e 
presa por um cinto, seu comprimento era até o joelho, mas, em ocasiões especiais chegava até 
o chão. 
Trabalhadores e soldados usavam somente a túnica, sem a toga por cima. Quando esta 
túnica possuía mangas era chamada de dalmática e quando era totalmente bordada era 
chamada palmata. 
Os romanos com suas rígidas tradições não aprovavam as calças curtas nem as 
compridas adotadas pelas tribos bárbaras, mas acabaram sendo aceitas principalmente pelos 
soldados. No início os romanos usavam barbas, mas a partir do século 2 a.C começaram a 
raspá-la, tornando-se este costume universal. Os cabelos eram curtos, mas os mais elegantes 
os anelavam, formando cachos com pinças quentes. 
As roupas femininas eram muito semelhantes às masculinas, exceto pelo uso de um 
corpete macio conhecido como strophium. A túnica era mais comprida do que a masculina e 
chegava até os pés. Podia ser feita de lã, linho ou algodão e as romanas ricas usavam a seda. 
Os trajes romanos eram coloridos: vermelhos, amarelo e azul eram as cores preferidas, 
além de que costumavam ornamentá-los com uma franja dourada ou com bordados ricamente 
elaborados. Sobre a túnica usava-se a stola parecida com a toga, a qual era usada em público. 
Era comum cobrir a cabeça em público, mas os penteados eram muito importantes para 
as romanas, e se tornaram muito elaborados na época de Messalina, requerendo os serviços 
de uma ornatrix, que passava horas arrumando os cachos das senhoras em mechas e num 
coque conhecido como tutulus. Os cabelos louros eram uma moda e mulheres de cabelos 
escuros faziam descolorações, também era comum o uso de perucas e apliques. 
Os luxos das jóias era também apreciado, homens e mulheres as usavam. Técnicas 
como esmaltagem e damasquinagem foram trazidas do oriente, e as mulheres usavam brincos, 
colares, pulseiras, tornozeleiras, anéis e tiaras para os cabelos em ouro, pedras preciosas, 
marfim e até camafeus. 
Os romanos usavam sandálias, a princípio muito simples, feitas com uma peça de couro 
não tingida, e presa por tiras. Eram usadas pela maioria dos cidadãos romanos, mas não pelos 
escravos. Dentro de casa usava-se chinelos, que podiam ter variadas cores e até pedras 
preciosas como os usados por Nero. Nos dias chuvosos usava-se coturnos e botas fechadas, 
uma influência gaulesa. 
 
 
 
4 – Indumentária Bizantina 
 
 
A arte passou a ser utilizada a serviço de Deus e do imperador, para propaganda da fé 
e exaltação da pessoa sagrada do governante. O mosaico foi a característica mais marcante do 
império. 
Na indumentária, era nítida a diferença em luxo e ostentação em relação ao Império 
Bizantino. A justificativa poderia ser meramente econômica, visto que a Europa ocidental não 
estava em plena expansão econômica quanto a Europa Oriental. A grande diferença entre mais 
e menos favorecidos estava nos tecidos utilizados e ornamentos empregados, uma vez que os 
cortes eram praticamente os mesmos. A seda era nobre, mas também eram usados lã. 
Os camponeses ficavam com os trajes mais discretos e sóbrios. A túnica foi muito usada 
por homens, sendo a dos mais ricos na altura da panturrilha e dos menos ricos na altura dos 
joelhos e era presa ao corpo por um cinto. Por cima dela usavam uma capa semicircular atada 
ao ombro por um broche e era forrada de pele para dias frios. Usavam os calções por baixo das 
túnicas que eram amarrados por tiras de tecido na perna, quando compridos. Ainda estavam 
presentes capas com capuzes e placas metálicas cobrindo túnicas para dar proteção nas 
batalhas. 
Já as mulheres usavam túnicas com ou sem mangas vestidas pela 
cabeça, presas ao ombro por broches e atadas à cintura por um cinto. Sobre os ombros usavam 
um lenço, e também usavam um manto longo que podia chegar ao comprimento da própria 
túnica. 
Para ambos os sexos os cabelos eram longos e para as mulheres em geral presos. 
Os calçados eram de couro para ambos e possuíam tiras que eram cruzadas e 
amarradas nas pernas. 
 
Principais características: 
• o vestuário bizantino reflete as diversas fases; 
• drapejados da indumentária antiga; 
• materiais luxuosos (bordados...); 
• cores orientais; 
• túnica, a peça básica por mil anos; 
• trajes feminino e masculino tinham quase nenhuma diferença; 
• trajes variavam de acordo com a hierarquia, desde nenhuma (classe baixa) à 
extremamente ornamentada (classe alta); 
• barras das mangas, bainha e abertura do pescoço decorados, com bordados de rubis e 
pedras preciosas; 
• tecidos brocados (na maioria pintados à mão) e adornos de todos os tipos: colares, 
gargantilha, maniakis (faixa de tecido bordada a ouro e enfeitada com pérolas e pedras); 
• Tecidos suntuosos; 
• técnica superior de tecelagem; 
• sedas; 
• tapeçaria ou bordado com técnicas variadas (algumas da Pérsia ou China); 
• temas decorativos orientais, helênicos e cristãos; 
• cores muito importantes: púrpura - vermelho escuro, roxo-escuro e amarelo. 
 
4.1 – Traje Imperial: 
• varia conforme o século; 
• trajes formais; 
• oscilando entre a moda romana e oriental; 
• quase sempre túnicas tecidas a ouro com padrão de cores variadas com capa 
semicircular presa com broche (clâmide) no ombro direito; 
• rei-sacerdote - roupa tinha um ar eclesiástico com pouca praticidade e funcionalidade; 
• formas amplas, flutuantes; 
• homens: usam a túnica mais curta (paragaudion); 
• mulheres: usam a túnica comprida e redes enfeitadas com miçangas e brincos. 
 
4.2 – Traje cotidiano: 
• bata ou túnica levantada por pregas nas laterais para facilitar a caminhada; 
• calça comprida ou meiões colantes e ornamentados, os braies; 
• sapatos; 
• barretes de origem persa (as tocas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA: O ESTILO GÓTICO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O 
VESTUÁRIO MEDIEVAL. 
 
1 – Indumentária Gótica 
 
Precisamos entender as mudanças significativas no vestuário a partir dos séculos XIV a 
XV, que foram: 
A primeira característica marcante é que as roupas passaram a ter menos preocupação 
utilitária e mais apelo ornamental e estético. 
Outro item importante foi a diferenciação das roupas masculinas das femininas 
(bifurcação), e embora pareça contraditório à realidade moderna, o homem tinha nesta época 
um visual bem mais exuberante que a mulher. 
 
Principais características: 
• Desenvolveu-se na Europa, no período da Baixa Idade Média, especialmente na França, 
no florescer do Renascimento do Século XII; 
• Considerada uma era de transformações políticas, sociais, culturais e econômicas que 
ocorreu na Europa Ocidental; 
• É conhecido como Arte Francesa, quando se contrapõe aos valores renascentistas, ou 
seja, em seu declínio; 
• Arte das Catedrais; 
• Surge o Realismo nas obras de artes e esculturas; 
• A silhueta que predominou foi verticalizada e magra, um reflexo da vista na arquitetura; 
• As mangas cresceram muito e ficaram muito amplas na altura dos punhos; 
• Eram usados também pelas mulheres, chapéus em forma de cone ou chifres, afunilados 
no topo, onde caia um véu e foi difundido o uso da Barbette, banda de tecido que 
passava sobre o queixo e era presa no alto da cabeça sob os penteados. 
 
Um aspecto interessante foi um início de diferenciação da indumentária de homens e 
mulheres: as masculinas encurtaram e as femininas permaneceram compridas, tocando o chão. 
Os homens usaram meias coloridas, às vezes uma perna diferente da outra. Usaram os 
calções longos, e o encurtamento da túnica deu origem ao Gibão. Com o tempo os calções foram 
encurtando deixando as pernas cobertas pelas meias que ficaram bastante aparentes. 
Os sapatos de bico pontudo ficaram comunse quanto maior o grau de 
nobreza, maior o bico. 
Neste período a aristocracia fabricava suas roupas em alfaiates. 
 
 
O RENASCIMENTO, O ANTROPOCENTRISMO E O NASCIMENTO DA ERA DA MODA 
 
1 – Renascimento 
 
A Europa emergiu das dificuldades da Idade Média em um florescimento cultural 
extraordinário: o Renascimento. Esse movimento teve suas raízes no início do século XIV e 
alcançou seu apogeu no século XV, continuando até o XVI. O renascimento começou com o 
interesse pelas formas da escultura e da arquitetura clássicas, especialmente na Itália, 
convertendo-se num amplo movimento cultural e intelectual, conforme a sociedade se tornava 
cada vez mais moderna e próspera. 
Os humanistas redescobriram os antigos escritos greco-romanos sobre ciência, política, 
matemática, filosofia e arte que foram unindo as ideias do cristianismo contemporâneo. 
O Renascimento foi difundido pela Europa, mas os principais centros encontram-se nos 
estados ricos da Itália, em particular Florença, Roma e Veneza e na região dos Flandres, que se 
tornou um importante centro de comércio e artes. Antuérpia, Bruxelas e Gent eram as cidades 
portuárias mais movimentadas e prósperos centros têxteis. 
Usando lã importada da Inglaterra como matéria-prima, os tecelões flamengos criaram 
os tecidos mais luxuosos do continente. 
Na Itália, famílias importantes usavam roupas magníficas e empenhavam suas mentes 
em atividades intelectuais com pessoas de ideias semelhantes, além de investirem sua riqueza 
pessoal em obras de arte para coleções públicas e privadas. Uma das famílias mais importantes 
foram os Médici, financiando os maiores artistas do período. 
A literatura floresceu em toda a Europa, a Itália foi o berço, pensadores como Petrarca, 
Maquiavel, Ariosto e Bandello foram responsáveis pela nova forma de pensamento da época. 
Na Espanha, Miguel de Cervantes satirizou o antigo conceito de cavalaria romântica em sua obra 
Don Quixote. 
A mais importante invenção da época foi a imprensa. Criada em 1452 por Gutenberg, 
ela aumentou a difusão do conhecimento e expandiu o pensamento dominado pelos teólogos 
católicos para uma variedade progressista de ideias diversas. Houve um aumento na velocidade 
de comunicação. Os livros passam a ser escritos em seu próprio idioma, uma vez que a 
burguesia (que podia comprar os livros) exigia isso. Assim, floresceu o comércio de todo tipo de 
livros, desde almanaques e romances, até assuntos como etiqueta e vestuário. 
No Renascimento floresceram os comércios, as comunicações, as invenções e as 
descobertas. Em 1492, Cristóvão Colombo chega às Américas, e introduz na Europa, diversos 
produtos exóticos: milho, batatas, tabaco, ouro, prata, aves com penas de cores vivas, dentre 
outros. 
A partir do final do século XV, exploradores portugueses, como Vasco da Gama e Fernão 
de Magalhães, viajaram cada vez mais para o leste, chegando, primeiro, à China e depois no 
Japão em 1517. Eles retornaram para a Europa com diversos objetos luxuosos, como leques 
dobráveis que rapidamente fizeram sucesso. 
Durante o Alto Renascimento (1484-1520) aconteceram grandes avanços culturais, 
artísticos e científicos. As ideias médicas modernas começaram a ter maior aceitação. 
Roma começa a substituir Florença como centro artístico italiano. O Papa Júlio II (1503-
1513) começou a atrair os melhores artistas para a cidade. Michelangelo pintou o teto da Capela 
Sistina e Rafael, afrescos em todo palácio do Vaticano. Na época de Leão X (1513-1521), Roma 
era a sede cultural e artística italiana. Toda a Europa observava a Itália. Inglaterra e França 
abraçavam os ideais de arte, arquitetura e moda. 
O rei da França, Francisco I, tornou-se o último patrono do pintor e pensador Leonardo 
da Vinci. Ele lhe ofereceu um auxílio anual e, em 1516, instalou-o no Château Cloux, onde viveu 
até sua morte em 1519. Da Vinci é considerado o gênio mais versátil do Renascimento, seus 
cadernos de anotações refletem um enorme conhecimento e antecipação de uma variedade de 
temas, como biologia, anatomia, mecânica e aeronáutica. 
Em 1517, um frade agostiniano alemão chamado Martin Lutero atacou a corrupção 
prevalecente no seio da Igreja Católica, publicando uma lista de queixas. A imprensa ajudou a 
divulgar as ideias reformistas de Lutero e a Reforma resultante espalhou-se pela Europa, 
terminando, finalmente, na divisão entre o norte e o sul. Inicialmente, na Inglaterra, Henrique VIII 
defendeu a Igreja Católica, mas quando o papa se recusou a lhe conceder o divórcio de sua 
primeira mulher, o soberano rompeu com Roma, declarando-se Chefe Supremo da Igreja da 
Inglaterra. Novamente, a Europa estava prestes a se lançar em conflitos políticos. 
Durante esse período a arte se renova, ideais até então esquecidos reaparecem com 
uma enorme força. 
A redescoberta da arte e da literatura Greco-Romana, o estudo científico do corpo 
humano e do mundo natural, na tentativa de reproduzir com realismo as formas da natureza, o 
questionamento dos valores da Igreja, o avanço das ciências foram fatores que auxiliaram nessa 
mudança. 
 
2 - O papel da mulher 
 
O Renascimento anunciou uma época em que as mulheres desfrutavam de uma 
liberdade sem precedentes, mulheres como Elizabeth I (1533-1603), eram tão instruídas quanto 
os homens em diversos assuntos. Além dela, destacam-se Isabel de Castilha, e Alessandra 
Macingni Strozzi. 
Durante seu reinado de 45 anos, Elizabeth demonstrou ser uma monarca extremamente 
inteligente. Seu país prosperou e floresceu do ponto de vista cultural, Shakespeare é um bom 
exemplo desse desenvolvimento. Sua maior vitória foi salvar a Inglaterra protestante da 
dominação da Espanha católica, numa enorme guerra conta Filipe II. 
“Sei que tenho apenas o corpo frágil e delicado de uma mulher, mas tenho o coração e 
o estômago de um rei”, declarou às suas tropas antes da batalha em 1558. 
Apesar de exemplos inspiradores, o ideal feminino durante o Renascimento tinha pouco 
a ver com a capacidade intelectual, perspicácia política ou poder, a cortesã tornou-se a imagem 
da mulher ideal. Muitas amantes da realeza foram responsáveis por mudanças significativas. 
 
3 - A Indumentária no período da renascença (séc. XV e XVI) 
 
A medida que as pessoas ficavam mais conscientes, a indumentária e, em particular, os 
trajes elegantes adquiriram uma importância cada vez maior durante o Renascimento. A moda, 
antes um mero passatempo dos ricos, também se tornou uma preocupação da próspera classe 
burguesa. 
Durante a Idade Média, as roupas se diferenciavam de um país a outro, mas o 
Renascimento teve um aspecto unificador sobre a moda. À medida que as comunicações e os 
transportes se tornavam mais rápidos e sofisticados, a difusão de artigos de luxo se tornou 
regular e as pessoas começaram a desejar tais mercadorias. 
Confeccionado por alfaiates, os trajes combinavam com as exigências do cliente e era 
comum que este visitasse o profissional várias vezes por causa de uma única peça. Em Londres, 
por exemplo, a área da London Bridge abrigou os primeiros armarinhos. A loja do alfaiate, os 
ateliês e sua casa se localizavam em um lugar só. Alfaiates ambulantes atendiam os moradores 
do interior, que não tinham acesso aos centros urbanos. 
As roupas eram consideradas um investimento e gastava-se muito tempo com a sua 
confecção e conserto. Os cortesãos necessitavam de um extenso guarda-roupa e 
frequentemente vendiam suas roupas para lojas de segunda mão na tentativa de recuperar parte 
de seus gastos. 
Em termos de influência no vestuário e inovação, dois dos principais centros eram 
Florença e a corte de Carlos, o Temerário, em Flandres. Um dos estilos mais influentes e 
duradouros que surgiram nessa região foi resultado da derrota de Carlos, em 1477, quando os 
suíços atacaram suas tropas, celebraram a vitória cortando tendas, estandartes exagerados e 
roupas luxuosas que pertenciam ao exército de Borgonha e atando esses trapos rasgados às 
suas próprias roupas. A partir desse momento, tornou-sepopular um estilo conhecido como 
talhado ou golpeado, na qual as costuras são deixadas abertas ou fendas são criadas 
deliberadamente em uma peça de roupa para deixar o forro visível, as vezes puxado, e deixado 
aparente na peça. Esse tipo de acabamento era usado por ambos os sexos, mas era mais 
popular no vestuário masculino. Esse motivo era chamado de Landsknecht. 
 
3.1 - Elementos da indumentária do Renascimento 
 
Rufo - foi outro elemento da indumentária que se desenvolveu no Renascimento. 
Dominante nas roupas masculinas e femininas, era originalmente um efeito obtido ao puxar a 
borda da Chemise para perto do pescoço com um cordão, de modo a fazer aparecer um babado, 
mas acabou se tornando um elemento independente do vestuário. 
O rufo era confeccionado a partir de uma faixa ou tira de linho, com no máximo, 5,8 
metros de comprimento. Ele podia aumentar até proporções muito elaboradas, graças a 
introdução do amido, que chegou à Inglaterra em 1560. O amido coloria o rufo branco, 
acrescentando uma tonalidade azul ou amarela. Suportes como estruturas de arame cobertas 
com seda presas com alfinetes por baixo do rufo, eram usadas para mantê-lo no lugar. Os 
babados de um rufo transformaram-se em pregas, que eram abertas e pressionadas na forma 
de oito. 
Mais tarde, os rufos passaram a ser confeccionados em gaze e, alguns casos, tinham 
bordas de renda e podiam ser alinhavados à gola alta do corpete de um vestido ou usados para 
decorar a chemise masculina. 
Mangas removíveis ou duplas - homens e mulheres da classe média usavam roupas 
com mangas removíveis ou duplas. Primeiro, havia uma manga justa que era presa ao vestido e 
então uma manga mais ampla era fixada ao corpete do vestido ou ao gibão masculino. 
Essas mangas eram um método econômico de mudar o estilo de uma peça de vestuário. 
A prática foi favorecida, sobretudo, pelas mulheres italianas, que com dois vestidos e dez pares 
de mangas obtinham um vestuário mais versátil. 
Amarração ou trança - a costura era uma outra característica dominante da indumentária 
renascentista. Os pontos pareciam laços e eram usados para prender os calções à cintura do 
gibão ou uma manga à cava do gibão ou do vestido. Esse processo era conhecido como 
amarração ou trança. Embora fossem meramente funcionais, os pontos nos trajes mais ricos, 
eram usados com motivos decorativos nas pontas, permitindo à roupa ser ainda mais enfeitada 
e extravagante. 
Leques e lenços - eram acessórios fundamentais na época. As viagens de descoberta, 
os tornaram extremamente populares. Elizabeth I foi uma grande adepta da moda, em alguns de 
seus exemplares, esse acessório tinha o status de joia. 
Os Lenços eram usados por homens e mulheres para diferentes finalidades, desde 
assoar o nariz até como adorno. Podiam ser utilizados na cabeça e ao redor do pescoço, mas 
algumas pessoas simplesmente os levavam na palma da mão ou os apertavam no meio para 
que revelassem suas bordas delicadas. O lenço era considerado uma peça de luxo que os pobres 
estavam proibidos de usar por lei. Henrique VIII instituiu leis que estabeleciam como eles seriam 
decorados. A maioria era feito de linho ou seda e, como o passar do tempo, se tornaram cada 
vez mais ornamentados. 
Os estilos do vestuário permaneceram mais ou menos constantes durante o século VX. 
No início do século XVI, surgiram diversas mudanças e os novos estilos foram representados 
em pinturas de diferentes artistas, como Michelangelo e Rafael. De acordo com a teoria de 
Leonardo da Vinci de que o círculo é a forma perfeita, a aparência dos homens e, em especial 
das mulheres se tornou mais arredondada e as roupas ganham uma estética mais sensual. 
Mangas e saias se tornaram mais amplas e os trajes eram feitos de tecidos grossos, luxuosos e 
macios, como veludo, brocado e adamascado. Bordados e ornamentos costumavam ser usados 
para enriquecer as peças de roupa e a beleza do corpo humano começou a ser aceita e 
ressaltada. 
 
3.2 - Vestuário Feminino 
 
No início do século XV, as mulheres usam uma versão macia e ampla do Houppelande, 
traje longo e amplo com mangas compridas e gola alta. 
Em meados do século, as roupas se tornaram mais amplas, e a base do vestuário 
feminino era um conjunto de roupas de baixo em linho branco com mangas longas sobre as quais 
era usado um vestido de cintura alta em cor contrastante. 
No fim do século, os vestidos apresentavam uma linha de cintura em V, um corpete, que 
ocupava o espaço na frente do vestido e mangas com fendas nos ombros, cotovelos e nas costas 
até o punho para que o tecido da roupa de baixo fossem revelados. No século XVI, as roupas de 
baixo eram as peças mais importantes do vestuário feminino. 
A invenção feminina mais comentada no renascimento foi a armação denominada 
Farthingale ou Verdugado, que sustentava a saia e foi usada pela primeira vez na corte 
espanhola em 1468. No entanto, à medida que as diferentes nacionalidades adotavam essa 
moda, esse tipo de armação começou a ter maior largura. Em 1530, um tipo mais largo de 
anquinha surgiu na França, onde era conhecido como bourrelet. 
Essa armação trazia movimento para a saia da mulher, que era ainda mais acentuado 
se ela usasse sapatos de salto alto. Essa estrutura era feita de ramos de salgueiro ou barbatanas 
de baleia costuradas ao tecido. Existiam três formatos principais: a anquinha estreita, a armação 
em forma de barril, popular entre as mulheres francesas, e a armação acampanada. 
Embora as roupas femininas fossem pesadas, a silhueta desejada era bem definida. O 
vestuário enfatiza ombros largos, uma cintura longa e fina e quadris largos. 
O torso da mulher era modelado ajustado pela basquine. Feita de tecido rígido, essa 
roupa de baixo parecida com um corpete, se ajustando ao corpo e gradualmente o modelava 
como um funil, suprimindo as formas naturais e arredondadas do busto e forçando-o para cima. 
Possuía geralmente o decote redondo ou quadrado. Essa silhueta complementava o efeito 
volumoso da anquinha na parte de baixo. A armação de barbatana de baleia era uma alternativa 
que também dava à mulher a aparência de um busto reto e o efeito era reforçado pelo corpete 
triangular engomado, que descia abaixo da linha da cintura e fazia uma curva sobre a saia. 
Além do corpete rígido e da saia armada, a principal peça feminina dessa época era a 
Beca, que caía em pregas a partir dos ombros, deixando uma abertura na frente através da qual 
o vestido podia ser visto. 
As mangas eram bufantes e terminavam acima do cotovelo para revelar a manga de 
baixo. Às vezes usavam-se mangas longas caídas, presas à manga superior. Outras roupas 
mencionadas em registros da época eram uma mistura de jaqueta e um vestido solto usado 
como agasalho; a cassock, porém com mangas abertas e soltas. Nas viagens, usavam-se as 
capas longas e pregueadas, similares a sobretudos, com um decote arredondado e estreito e 
fendado nos braços mostrando o vestido da mulher. 
A salvaguarda era uma sobre-saia de tecido liso usada tanto como agasalho quanto para 
proteger o vestido. 
Inicialmente as saias arrastavam no chão, mas pouco tempo depois, as pernas 
começaram a aparecer por baixo delas, levando a um interesse por meias e calções que 
vestissem perfeitamente. Elas começaram sendo feitas de algodão, mas aos poucos, à medida 
que foi aceito, passou a ser confeccionado em tecidos mais finos como brocados. Nem todas as 
mulheres adotam essa moda, não se popularizou na Inglaterra e na Alemanha. 
Elizabeth I tornou-se célebre por usar roupas extravagantes. Embora não fosse uma 
mulher de grande beleza, era considera detentora de um grande estilo. Ela usava um rufo Tudor, 
dragonas, peruca adornadas com joias, corpete justo e anquinhas. Tanto a fronte quanto as 
sobrancelhas costumavam ser depiladas. Elizabeth gostava muito de moda e, quando morreu, 
seu guarda roupa pessoal incluía em torno de três mil vestidos e acessórios de cabeça. 
Na época a indumentária feminina podia ser divida por estilos:Tudor, espanhol, alemão, 
francês e italiano. 
 
3.3 - Vestuário Masculino 
 
O uso das cores, uma característica do vestuário masculino durante a Idade Média, 
continuou em alta durante o Renascimento. O hábito de usar roupas com detalhes de tecidos de 
cores vivas, assim como listras, quadrados ou triângulos acrescentavam um elemento de 
exibicionismo aos trajes masculinos. As pessoas costumavam vestir seus servos com uniformes 
da mesma cor e algumas eram para atividades específicas, por exemplo, a ferrugem, usado para 
trabalhos rurais. 
A silhueta das roupas masculinas dessa época acentuava o físico do homem. Para tornar 
os ombros e tórax mais largos, eles enchiam os casacos com feno e marcavam a cintura. 
As meias substituíram as calças justas e a área do gancho se tornou uma região 
importante do corpo com a introdução do codpiece e de outras ornamentações como fitas. 
Sapatos de bicos finos foram substituídos por calçados em bico de pato, largos e 
arredondados na frente. 
Os modelos da moda masculina foram no século XVI: Henrique VIII, da Inglaterra; 
Francisco I, da França; e Carlos V, da Espanha e Holanda. 
Os três rivalizavam em relação a suntuosidade do Vestuário: Carlos, por exemplo, usava 
um gibão de brocado prateado e uma veste dourada forrada com pele. Porém, o posto de líder 
é atribuído a Henrique VIII, sempre se apresentando de modo pomposo. Suas roupas eram feitas 
de ricos brocados, bordados e incrustados com joias. Os homens europeus usavam livros para 
terem ideia de como assumir um aspecto elegante. O livro “O Cortesão”, tornou-se um manual 
dos nobres. Em meio às características ideais de comportamento cortesão, haviam conselhos 
sobre o que vestir nas diversas atividades sociais. 
O vestuário diário apresentava sinais de crescente modernidade, e era constituído por 
alguns elementos indispensáveis: 
Camisa- A camisa masculina de linho branco se tornou o símbolo de riqueza durante o 
Renascimento em toda a Europa, substituindo a chemise. Vestir uma camisa limpa e recém 
passada, confeccionada em linho branco, seda ou tafetá, distinguia um fidalgo de um camponês. 
O corte da camisa era amplo, o decote, em geral era baixo e, com o passar do tempo, uma 
pequena gola e um babado, bordado em preto, vermelho, azul ou dourado, apareceu no pescoço. 
Depois ela evolui até o rufo. 
Gibão - Até o século XVI, era a principal peça usada na parte superior do corpo, por 
baixo de uma jaqueta masculina, que, finalmente, foi substituída pelo colete denominado gilet. 
Para adquirir sua forma característica, essa peça de vestuário era engomada e também 
costumava ser acolchoada para que tivesse maior volume, pois acreditava-se que reforçaria, 
desse modo, a masculinidade. No século XVII, o acolchoado desapareceu. A maior parte dos 
gibões tinha uma linha da cintura terminada em ponta. As mangas eram amarradas para que o 
cotovelo, a parte de trás do braço e as amarrações fossem exibidas. 
Jaleca - Equivalente ao paletó moderno, a jaleca podia apresentar gola baixa ou alta. 
Independentemente do estilo, costumava ser deixava aberta para exibir o gibão, a camisa e o 
codpiece. Originalmente, as mangas eram removíveis, porém, em meados do século XVI, foram 
eliminadas e a jaleca passou a ter acabamento de ombreiras ou efeitos de tecido semelhante a 
asas nos ombros. 
Codpiece - Triângulo de tecido para proteção, colocado na frente da calça para enfatizar 
a virilha, e era amarrada ao gibão. 
Calções - Pernas torneadas eram consideradas sinal de masculinidade, mas as meias 
longas não eram um estilo adotado universalmente. Por causa dos custos altos para sua 
produção, elas somente eram usadas por pessoas bem ricas. 
Base do guarda-roupa suntuoso, um traje masculino elegante dependia da escolha 
dessas peças. Os calções denominados strunk hose iam da cintura até pouco acima do joelho, 
ajustados no quadril e acolchoados. Ele era confeccionado em diversas formas, porém, em 
meados do século XVI, localizava-se, em geral, na cintura. Por baixo dos calções e até a altura 
dos joelhos também eram usadas meias ajustadas denominadas canions. Um modelo muito 
popular no norte da Europa, o plunder hose, calções bufantes ajustados nos joelhos, 
confeccionados em tecidos acolchoados e que também eram forrados e engomados. Calções 
bufantes (slops, gascoynes, ougalliga, skins) também eram muito populares na Inglaterra. 
Meias - Quando foram inventadas as máquinas de tricotar meias, elas passaram de 
roupas frouxas e cortadas em peças de tecido para um objeto confortável, que se ajustava melhor 
às formas do corpo. As meias de malha traziam baguete ou nesga ornamental. As ligas, tiras 
finas de tecido eram presas ao redor da perna, acima do joelho, mantinham as meias no lugar. 
O Zipone, túnica abotoada que ia até o joelho, era vestido por cima do gibão e o traje era 
finalizado com uma sobretúnica, uma capa chamada zornea, com mangas amplas, que era presa 
ao redor da cintura com um cinto. 
Trajes ricamente bordados não eram só para mulheres. Os homens também adornavam 
suas roupas com joias e pedras preciosas. Os mantos poderiam ter símbolos costurados e 
também eram usadas correntes de ouro cravejados com pedras preciosas. Os homens também 
usavam chapéus elegantes, decorados com uma pena ou pedras. 
 
3.4 – Calçados 
 
Durante o Renascimento, os calçados eram confeccionados com diversos materiais, 
como couro, tecido e seda. As mulheres ricas, cortesãs e prostitutas usavam um calçado 
denominado Chapimou Chopine. Semelhantes a um par de pernas de pau, esses sapatos 
deixavam as mulheres mais altas, mas afetavam a forma de andar. Esse problema foi 
solucionado com a redução da sola do sapato, surgindo assim, o sapato de salto alto. Eles eram 
itens caros e as pantufas, plataformas de madeira presas à sola do sapato por meio de pedaços 
de tecido, eram usadas para protegê-los do tempo ruim, elevando-os acima do chão. 
A altura do salto, o formato do cabedal e da biqueira mudaram com o passar do tempo, 
de acordo com a moda da época. Nos anos de 1580, as tiras dos calçados evoluíram e eles 
passaram a ser amarrados ao pé com a ajuda de uma fita ou um laço. 
 
 
 
 
 
O BARROCO E A CORTE DO REI SOL: A AFIRMAÇÃO DA MODA E DO GOSTO FRANCÊS 
NO CENÁRIO EUROPEU 
 
1 – A corte do Rei Sol 
No Século XVII passaremos a ter a França, e não mais a Espanha, como no período 
anterior, influenciando a moda nos demais países da Europa. A figura máxima é a do rei, 
segundo os príncipios absolutistas. 
A moda tende a seguir o poder, e durante os últimos dois séculos ou menos a Espanha 
tinha desfrutado de sua Idade de Ouro, acumulando um vasto império global que alimentou 
uma economia doméstica em expansão. Assim como os exploradores e os exércitos da 
Espanha, a moda espanhola conquistava o mundo, e estilo espanhol foi aprovada nos tribunais 
em toda a Europa. 
Os aristocratas franceses importaram suas modas da Espanha, compraram tapeçarias 
em Bruxelas, rendas e espelhos em Veneza, e seda em Milão. Eles não tinham muita escolha 
pois a França simplesmente não estava produzindo bens de luxo de qualidade comparável, e 
ela não tinha a influência política, econômica ou cultural para ditar a moda para outros países. 
Isso até o reluzente Rei Sol, Luís XIV entrar em cena com suas perucas e salto alto. Luís XIV 
resolveu mudar isso, e, ao longo do seu longo reinado, conseguiu de forma brilhante. 
Luxo era o novo ideal do rei: Os móveis, tecidos, roupas e indústria de jóias que ele 
estabeleceu não só assegurava o emprego de seus súditos, mas fez da França a líder mundial 
em gosto e tecnologia, dando origem a um valioso mercado interno de luxo e de exportação 
extremamente lucrativa. 
Luís XIV, rei da França, também chamado de "Rei Sol" pode ser considerado como o 
inventor do luxo, pois nos deixou um legado de símbolos de status e sofisticação, durante seu 
reinado,tais como: 
• Os diamantes; 
• O champagne; 
• Sapatos de salto-alto; 
• A gastronomia; 
• Os precessores de butiques,grifes e salões de cabelereiros, assim como dos primeiros 
criadores de alta-costura; 
• Os perfumes. 
Para Luís XIV ostentar o luxo era uma forma de poder. A França soube utilizar muito 
bem esse poder de sedução para influenciar outros países. As criações da corte francesa eram 
desejadas e disseminadas por toda a Europa. 
A figura de seu primeiro-ministro Jean-Baptiste Colbert foi responsável pela criação de 
um dos primeiros jornais de moda, o Mercure Galant, que trazia informações das roupas 
francesas e ainda instituiu o conceito de rotatividade de coleções por estação, que é mantido até 
hoje. 
O reinado de Luís XIV transformou cerca de um terço dos habitantes de Paris em 
assalariados no comércio de vestuário e têxteis, e Jean-Baptiste Colbert organizou esses 
trabalhadores em guildas profissionais altamente especializadas e estritamente regulamentadas, 
garantindo o controle da qualidade ajudando-os a competir contra as importações estrangeiras 
enquanto efetivamente impedindo-os de competir uns com os outros. 
Nada que pudesse ser fabricado na França foi autorizado a importação. Foi um plano de 
estímulo econômico imbatível. É daí que surgiu o famoso estilo de móveis Luís XIV. 
Como Luís XIV travou uma série interminável de guerras dispendiosas por toda a Europa, a 
indústria de bens de luxo francesa reabastecia seu caixa de guerra e melhorava a reputação do 
rei em casa e no exterior. O rei transformou Versalhes em uma vitrine para o melhor da cultura 
e da indústria francesa, e não apenas moda, mas a arte, música, teatro, jardinagem, paisagem 
e culinária. 
O rei foi acusado de tentar controlar seus nobres, forçando-os a falência para seguir a 
moda francesa, mas, na verdade, muitas vezes ele financiou estas despesas, acreditando que o 
luxo era necessário não só para a saúde econômica do país, mas para o prestígio e a própria 
sobrevivência da monarquia. A França logo se tornou o poder político e econômico dominante 
na Europa, e a moda francesa começou a eclipsar a moda espanhola da Itália para a Holanda. 
 
Luís XIV acreditava que o luxo era necessário não só para a saúde econômica da França, mas 
para o prestígio e a própria sobrevivência da monarquia. O próprio rei era o árbitro final do estilo. 
Como um ator num teatro, Luís XIV se auto proclamou Rei Sol em suas performances teatrais 
como Apollo e seu amor pelo dramático e esplendor infundido em seu guarda-roupa também 
fora do palco. 
A moda que ele introduziu era colorida, volumosa e ornamental, a completa antítese do 
estilo espanhol. Seu alto retrato idealizado aparecia nas gravuras de moda e suas escolhas de 
sapatos, tecidos e roupas também. 
Uma das inovações mais eficazes e de longo alcance de Jean-Baptiste Colbert era de 
que novos têxteis fossem lançados sazonalmente, duas vezes por ano, incentivando as pessoas 
a comprar mais deles, em uma programação previsível. Gravuras de moda foram muitas vezes 
rotuladas para o inverno ou para o verão, com adereços como chapéus de sol, lenços, e tecidos 
coloridos para o verão; para o inverno, havia peles, capas, e abafadores para homens e mulheres 
igualmente. Sedas leves foram reservados para o verão; veludo e cetim para o inverno. 
Devido ao clima francês mutável, sempre houve um certo ritmo sazonal para o comércio de 
produtos têxteis, mas agora tornou-se formalizado e inescapável. Independentemente do tempo. 
Outros países tomaram nota dos bons resultados econômicos e começaram a impor 
horários sazonais semelhantes para seus próprios tecelões. Não só foi a indústria da moda 
enriquecida pela constante atualização de guarda-roupas, mas os franceses tendiam a se cansar 
se uma tendência durasse muito tempo. 
O padrão exuberante de vida e o programa intrincado de etiqueta que o Rei Sol introduziu 
continuou a definir a monarquia francesa até a Revolução Francesa de 1789. O nome de Luís 
XIV continua a ser sinônimo com o antigo regime que a Revolução desmantelou: O absolutismo 
político, luxo incomparável, glória militar, e esquemas artísticos e arquitetônicos grandiosos. Mas, 
enquanto muitas de suas inovações e reformas não sobreviveram à selvageria da Revolução, a 
moda e a indústria têxtil fundada pelo rei ainda está forte, trazendo fama e fortuna para a França. 
Na altamente regulamentada e especializada indústria da alta costura, flores artificiais, 
bordados, brocados, botões e plissados continuam a ser feitos à mão usando as habilidades 
tradicionais e técnicas transmitidas a partir do século XVII. Mais importante ainda, o legado de 
Luís XIV é evidente na atitude moderna da França em direção a moda; não é uma indústria frívola 
ou trivial, mas uma indústria totalmente séria, inseparável da saúde econômica do país e da 
identidade nacional, em que o Rei Sol Luís XIV a transformou na terra do luxo e glamour. 
A Vestimenta masculina estava assim definida: 
• O Rhinegrave, uma espécie de calção-saia; 
• Colete justo; 
• Perucas compridas; 
• Sapatos com salto pequeno; 
• Os justaucorps. 
A Vestimenta feminina era composta basicamente por: 
• Vestido com corpete em "V" e saia ampla; 
• O manteau; 
• Penteado fontange; 
• Sapatos altos. 
Tanto na vestimenta feminina como masculina deste período veremos uma utilização 
excessiva de laços, fitas, amarrações, rendas e babados. 
 
1.1 - Os Corsets 
Os Corsets se popularizaram muito durante os séculos XVI e XVII. 
Eram peças utilizadas para definir a silhueta e valorizar a cintura feminina. Os materiais eram 
diversos. Podiam ser de ferro, madeira, couro, mas principalmente de ossos 
de baleia ou barbatanas. 
Estes de material mais rígido como o ferro e madeira eram mais incômodos e 
desconfortáveis. No final do século XVII os corsets tornaram-se mais elaborados, com saias 
volumosas, auxiliados pelo uso dos paniers, crinolinas e petticoats, deixando a a cintura cada 
vez mais delineada. 
Além de delinear a cintura os corsets também eram usados com a intenção de "levantar 
os seios para seduzir", um visual indispensável a qualquer mulher da época, porém vale salientar 
que foram usados tanto por mulheres quanto por homens e inclusive crianças, de famílias ricas 
da Europa 
 
1.2 - Rufos 
O rufo é um elemento do vestuário que se popularizou entre a segunda metade do século 
XVI e a primeira metade do século XVII. São peças que hoje causam certa estranheza, mas que 
para a época, estavam associados á estética da rigidez. 
A idéia do rufo era a de ser uma grande gola que tornasse o visual empertigado e 
austero, impedindo de certa forma que se tivesse uma postura mais relaxada. Hábitos simples, 
como comer de talheres, pentear-se ou maquiar-se, por exemplo tornavam-se tarefas 
extremamente complicada, em função do tamanho de alguns rufos. 
Entre suas principais características estão: 
• Os primeiros eram confeccionados de tecido engomado e plissado (mesmo da chemise); 
• Alguns modelos femininos surgiram como adaptação da gola dos vestidos, em tecidos 
rendados e leves; 
• Os mais luxuosos vieram em tecidos mais nobres e leves, com aplicações, rendas e 
bordados. 
Durante a segunda metade do século XVII os rufos passaram a ser substituídos por uma 
espécie de gola flexível, ampla e caída muitas vezes sobre o colo e/ou ombros. 
2 – O Barroco e o Rococó 
As novas concepções de pensamento, advindas do Iluminismo, e as correntes artísticas 
do Barroco e Rococó, marcam fundamentalmente o Século XVIII. O retrato do momento é o de 
uma aristocracia ociosa, que levava uma vida extremamente luxuosa. 
O Barroco apresenta uma continuidade com a época renascentista, o século XVII é 
vulgarmente caracterizado como o período da revolução cientifica e da inovação, mas também 
por uma constante busca pela verdade escondida, pelo conhecimento dos segredos da natureza, 
surgem-nos então nomes como: Descartes, Galileu, Newton, grandes senhores no campo do 
intelecto que nos proporcionaram uma visão da realidade, da natureza, como a compreendemos 
hoje em dia. 
No campo das artes, oBarroco partiu da Itália expandindo-se mais tarde por todo o 
mundo ocidental e pela Europa, os nomes que mais contribuíram para a difusão deste estilo, 
concentrado nos efeitos de luz e sombra, buscando acima de tudo retratar a emoção humana, 
foram: Velázquez, Rubens, Rembrandt, Caravaggio entre outros. 
O estilo artístico, iniciou na Itália no final do século XVI até meados do século XVIII, e 
seguiu em países católicos com estilo absolutismo e contra refoma. Observa-se pela riqueza de 
detalhes e informações na arquitetura, arte e vestimenta, pela exuberância e esplendor. Com 
contrastes fortes e muita dramaticidade e com uma tendência ao decorativo, valorizam as cores, 
as sombras e a luz. As imagens, não são centralizadas e parecem de forma dinâmica, 
valorizando o movimento. 
A arte barroca estendeu-se por todo o século XVII e pelas primeiras décadas do XVIII. A 
sua difusão abrangeu quase toda a Europa e a América Latina. Estes são, porém, seus limites 
máximos. O aparecimento das formas barrocas dá-se em épocas diferentes em cada país. Outro 
tanto se pode dizer do seu declínio. Tais formas, no entanto, embora nascendo claramente de 
um fundo comum, diferem muitíssimo de nação para nação. E não só: vulgaríssimas em alguns 
países, em outros são muito raras. 
As razões destas diferenças, não são só geográficas, como também históricas. O 
barroco nasceu e desenvolveu-se, nos princípios do século XVII, na Roma dos papas. Mais do 
que um estilo definido, era uma tendência comum a todos as artes: um gosto, resumindo. 
Em seguida, espalhou-se a partir de Roma pelo resto da Europa e pelos países sob sua 
influência. É compreensível que suas formas características vão surgindo nas várias nações com 
um atraso tanto maior quanto se distanciavam da Itália. A isto, se junta um segundo fator, onde 
quer que o clima cultural, religioso e político fosse semelhante ao italiano, o barroco era bem 
acolhido e espalhava-se rapidamente, ao passo que era recusado nos locais em que as 
condições históricas eram diferentes. 
A arte barroca conseguiu se casar à técnica avançada e o grande porte da Renascença 
com a emoção, a intensidade e a dramaticidades do Maneirismo, fazendo do estilo barroco o 
mais suntuoso e ornamentado na história da arte. 
Embora o termo Barroco seja às vezes usado no sentido negativo de super elaboração 
e ostentação, o século XVII não só produziu gênios excepcionais, como Rembrandt e Velásquez, 
mas também expandiu o papel da arte para a vida cotidiana. 
Artistas chamados de barrocos acorreram à Roma, vindos de toda a Europa, para 
estudar as obras primas da antiguidade clássica e da Alta Renascença. Voltando à terra de 
origem, acrescentaram às suas obras as particularidades culturais de cada região. 
Enquanto os estilos abrangiam desde o realismo italiano ao exagero francês, o elemento 
comum era a sensibilidade e o absoluto domínio da luz para obter o máximo impacto emocional. 
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e 
a ciência, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma muito consciente; na arte 
barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. 
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa 
angustiante de conciliar forças antagônicas: Bem e Mal, Deus e Diabo, Céu e Terra, Pureza e 
Pecado, Alegria e Tristeza, Paganismo e Cristianismo, Espírito e Matéria. 
Suas características gerais são: 
• Emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, 
baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos 
e da emoção e não apenas pelo raciocínio; 
• Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas 
retorcidas; 
• Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; 
• Violentos contrastes de luz e sombra; 
• Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a 
aparência de profundidade conseguida. 
2.1 - Indumentária 
No período Barroco, houveram duas grandes influências para o vestuário tanto feminina 
quanto masculina. No vestuário feminino, a rainha Elizabeth, foi uma grande influência, já no 
vestuário masculino, quem foi uma grande influência foi o rei Luís XIV. 
A imagem da rainha Maria Antonieta, da França, é extremamente associada a esse 
período também, devido à sua contribuição para mudanças no comportamento e no estilo da 
época, com suas extravagâncias. Pode ser considerada a maior mecenas cultural da época. 
E é em função dela que surge a primeira figura de um costureiro ou criador. Rose Bertin 
era responsável pela criação de seus vestidos e adereços. Há também aqui a imagem muito 
forte do que viria a ser o precessor de um cabelereiro. 
O vestuário do período Barroco se distingue pelas formas largas, ornamentações 
elaboradas, peças de brocado de seda, rendas e a utilização de cores mais escuras. 
O estilo de vestuário Barroco foi, basicamente, a estética entre o Renascimento e o 
Rococó. O Barroco é considerado a evolução natural da moda Renascentista. Ainda há a 
presença do rufo, que aos poucos vai perdendo volume, virando apenas uma gola rendada. As 
mulheres passam a usar muitas roupas volumosas e pesadas e os homens passam a valorizar 
mais o corpo e ser ainda mais enfeitados. 
 
2.1.2 - Vestuário Feminino 
O vestuário feminino deixou de ter aquela simplicidade do Renascimento, optando por 
tecidos nobres e vestidos com muito volume. De um modo geral se copiava o que era lançado 
na Corte de Versalhes: 
• Vestidos amplos, volumosos e pregueados, alguns em forma de saco, com tecidos 
nobres e bordados; 
• O rufo (gola usada pela rainha Elizabeth para demostrar poder) ainda era presente no 
vestuário, mas muitas vezes com tecidos rendados; 
• Corpetes mais folgados, a cintura desceu, marcada pelos corpetes em silhueta V; 
• As mangas eram bufantes e cheias, porém mais curtas, mostrando o punho da mulher; 
• As anáguas agora faziam parte do vestuário, com o intuito de aumentar ainda mais o 
volume, panniers e as farthingales na armação das saias; 
• Penteados exuberantes e altíssimos, com enchimentos e elementos decorativos; 
• Maquiagem empoada e mosquettes; 
• Chápeus enormes e com muitas plumas de animais nobres. 
 
2.1.3 - Vestuário Masculino 
O rei da França, Luís XIV, foi considerado criador da primeira escola de moda do mundo. 
Quando o rei estava ficando careca, adotou as perucas. Por ser baixinho adotou aos sapatos de 
salto mais altos que os femininos. Quando Luís subiu ao trono em 1643, a capital da moda do 
mundo não era Paris, mas Madrid. O visual masculino tinha a seguinte estrutura: 
• Casaco largo decorado com bordados e fitas (justaucorps) ajustado na cintura; 
• A parte da frente do casaco era aberta e permitia ver um colete bordado que se 
alongava até ao joelho; 
• A camisa tinha punhos de renda e um colarinho; 
• Calções extremamente justos, as calças iam até o joelho e eram usadas em 
combinação com meias de seda, frequentemente brancas; 
• Lenços originados das golas da chemise, muito volumosos, no pescoço; 
• Maquiagem empoada com mosquetes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A REVOLUÇÃO FRANCESA, O PERÍODO NAPOLEÔNICO E AS TRANSFORMAÇÕES NO 
VESTUÁRIO DA ÉPOCA. 
 
1 - A Revolução Francesa e a Moda (de 1789 a 1794) 
 
Pode afirmar-se que todo o processo que antecedeu a Revolução Francesa já continha 
em si questões relacionadas com a indumentária, pois nos Estados Gerais foi estabelecido que 
a indumentária dizia respeito a qual classe, ou poder aquisitivo cada pessoa pertencia, o que 
não era do agrado dos que se viam descriminados. 
Tal humilhação não seria esquecida e levaria, no período subsequente à Revolução, à 
abolição dos trajes oficiais pelos conhecidos sans-cullottes, o que trouxe consequências a vários 
níveis para a Moda. A substituição dos calções característicos da indumentária aristocrata desde 
os temposde Louis XII, conhecidas como culotes, pelas calças de alçapão que eram usadas 
sobretudo pelos marinheiros, não ocorreu de imediato, ao contrário do que geralmente se supõe. 
Além das já referidas calças, os homens compunham o seu vestuário com uma 
carmanhola, uma variante da véstia, que descia um pouco abaixo da cintura e que era usada 
sem casaca, a qual estava associada ao operariado, o que não impediu que alguns dos mais 
importantes revolucionários a usassem. 
O “Traje à Francesa” destinado à Corte, havia desaparecido, ficando comum os fraques, 
fraques-redingotes e redingotes. 
Com o passar do tempo, após os primeiros momentos da Revolução Francesa, perdeu-
se a necessidade de marcar uma posição contra o Antigo Regime através do traje, e foi 
exatamente entre os revolucionários que alguns homens começaram a se destacar pelo cuidado 
com a aparência, aparecendo os primeiros elegantes pós-Revolução. Assim, os que eram 
designados por “Peraltas” começavam a usar vestes de arranjo particularmente elaborados, 
contrariando o desleixo dos sans-cullottes. 
No traje feminino as mudanças foram também significativas, embora não se possa falar 
de imediato de novas modas. Com a extinção da Corte desapareceram todos os trajes 
destinados às grandes cerimónias monárquicas, como o Robe à la française para as mulheres, 
um vestido com uma armação pesada, extremamente espartilhado e decorado. Outro exemplo 
são os vestidos elaborados conhecidos como Polonaises. Assim, dos vestidos usados no tempo 
de Louis XVI, subsistiu por algum tempo o mais simples: o vestido à inglesa, cuja saia já não 
apresentava extensões laterais, mas antes uma pequena almofada guarnecida de crina de 
cavalo que realçava o quadril, tal modelo só desapareceu no final do século XIX. 
Foi neste período que se generalizou o uso dos lenços postos como xale. Houve várias 
tentativas de se fazer uma reforma total do traje, até para estabelecer uma diferença, uma 
superioridade moral que se evidenciava de forma estética, entre a França, país liberto, e os 
outros países que segundo os revolucionários continuavam a viver em regimes arcaicos. 
Não era só a moda que mudava neste período, o próprio sistema de produção de 
indumentária se modificava, sendo extintos todo o esquema de aprendizagem bem como as 
corporações ligadas ao comércio. 
No período anterior ao Diretório observa-se a existência de tentativas de regeneração 
das desigualdades vestimentares, afinal a Revolução provocou alterações exuberantes na 
indumentária. 
No período subsequente houve uma simplificação do traje, o que trouxe a visibilidade 
das diferenciações sociais através do vestuário, podendo afirmar que, a partir de uma certa 
altura, a antiga organização sociológica da roupa começa a ser substituída por um novo sistema. 
 
2 - A Moda no período do Diretório (de 1795 a 1799) 
 
O Diretório começou em 26 de outubro de 1795 e acabou em 9 de novembro de 1799. 
Na moda a aparência muda para pior, já que se perdeu toda a elegância que antecede esse 
período. 
Durante esse período ocorreu o mais frio Inverno do século XIX, período este que a moda 
foi influenciada pela popularidade que a Antiguidade Clássica tinha no meio artístico e que vinha 
já desde o tempo de Louis XVI, tendo dado origem ao neoclassicismo, lançando assim a moda 
dos vestidos-túnica, sem mangas, executados em tecidos ligeiros, como a musselina ou a gaze, 
usados com as pernas nuas e com sandálias abertas. 
Como abafo, em tempos de Diretório, apenas era aceite um xale de caxemira cujos 
primeiros exemplares haviam sido trazidos para França pelos participantes na expedição ao 
Egito. Não é de estranhar assim, que os rigores do inverno parisiense foram desastrosos para 
muitas mulheres que seguiam a moda. 
O traje neoclássico, com a cintura alta, tinha a virtude de excluir o uso do espartilho, o 
que, se por um lado libertava o corpo de um terrível incômodo, por outro, fazia com que o 
vestuário deixasse de ter uma função relacionada com a proteção da nudez, ou seja, deixava de 
servir em termos de resposta ao pudor, o que foi visto à época como profundamente indecente. 
Mesmo em tempos bem posteriores alguns historiadores do traje fizeram críticas sobre a 
imoralidade dos trajes femininos da época do Diretório. 
Nos penteados para ambos os sexos a referência passou a ser, uma vez mais, a 
Antiguidade Clássica, o que levava os cabeleireiros a decorar os seus salões com bustos gregos 
e romanos, que os inspiravam para as suas criações, ou neste caso réplicas, havendo penteados 
à “Titus” ou à “Brutus”. 
 
3 - O Consulado 
 
O período do Diretório sucedeu o Consulado, tendo como cônsules Napoleão, Sieyès e 
Roger Ducos. Neste período foi tomada uma das medidas que viria a ter uma importante projeção 
no futuro e que marca o fim da moda do Diretório. Trata-se da proibição da importação para a 
França da musseline inglesa. O próprio Napoleão tomou literalmente este assunto nas suas 
mãos. 
No lugar do xale, como abafo feminino, surgia uma pequena jaqueta muito curta, de 
mangas compridas, uma espécie de bolero, chamada de spencer. Terá sido criado por Lord 
Spencer que, sendo particularmente crítico da moda do seu tempo, tomou a decisão de cortar 
as abas da sua casaca, fato que é possível datar da última década do século XVIII. O exemplo 
foi seguido e se tornou moda na indumentária masculina, passando depois à roupa feminina. 
Três mulheres dominavam a sociedade: Madame Bonaparte, Madame de Stäel e 
Madame Récamier, sendo que esta última era a mais destacada. Casada com um banqueiro, a 
sua beleza tornava-a notada, mas também a sua elegância era memorável, sendo o salão de 
Juliette Récamier o mais famoso de Paris na época do Consulado. 
 
4 - A moda imperial (1804-1820) 
 
Napoleão foi nomeado imperador em 2 de dezembro de 1804, abdicou em 4 de abril de 
1814 e regressou ao poder entre 20 de março de 1815 e 22 de junho do mesmo ano. A moda 
imperial continuou em voga até cerca de 1820. 
Um dos desejos de Napoleão era exatamente fazer reviver os hábitos da corte francesa 
do tempo do Antigo Regime. Tal fato não seria meramente fútil, mas implicava em uma estratégia 
política. 
Graças à Revolução um importante grupo de pessoas estavam inseridas no mais alto 
nível social, cujos mecanismos e modo de funcionamento tendencialmente se desconhecia. 
Assim, consciente de tal fato, Napoleão recorreu a personalidades que tinham estado 
implicadas na monarquia para a compreensão das regras e etiquetas da corte. A sua irmã, a 
grande-duquesa Elisa, obrigada a viver em Corte, solicitou o apoio de Madame de Genlis, antiga 
preceptora dos filhos do duque d’Orleans, quem redigiu uma série de cartas de etiqueta 
apropriada, onde a Corte de Louis XV deveria servir de modelo. Essas cartas haviam indicações 
bem claras relativas a toda a existência, desde a postura do corpo, a utilização da voz, bem como 
aos tipos de traje apropriados a cada ocasião, numa obra de carácter pedagógico bem marcado. 
Esta obra se mostrou, no entanto antiquada para a época. 
Se a expedição ao Egito tinha colocado em voga os coloridos xales de caxemira, 
começava também a sentir-se todo um gosto pelas coisas exóticas do Oriente, fonte de 
inspiração para pintores como Ingres, mas também das mulheres mais atentas às questões da 
moda, em cujo guarda-roupa começava a surgir roupa colorida, deixando prenunciar uma nova 
época e uma nova estética: o Romantismo. 
Em relação ao consumo dos xales, seu sucesso era tão importante que, mesmo com o 
bloqueio continental, se desenvolveu um significativo contrabando, ao mesmo tempo que 
algumas manufaturas têxteis começaram a produzir imitações destinadas a suprir a falta das 
importações. 
A mais importante novidade ao nível da indumentária, no tempo do Império, foi o 
regresso do traje de corte, nomeadamente a Grand parure. Napoleão foi o primeiro responsável 
pela formalização da indumentária, pelo que não é de estranhar que, logo no ano da subida ao 
trono imperial,

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