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Resumo - Cirurgia a Retalho (Periodontia)

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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
 
Retalho 
Porção de tecido solto, separado dos tecidos 
circunvizinhos, com exceção de sua base. 
 
Pode-se classificar os retalhos quanto: 
POSIÇÃO DA MARGEM GENGIVAL 
Reposto ou Reposicionado 
No livro do Carranza, também pode ser denomi-
nado de retalho não deslocado. 
É o tipo de retalho suturado em sua posição 
original após a intervenção. 
Posicionado Apicalmente 
Tipo de retalho deslocado, segundo o livro do 
Carranza, assim como os retalhos posicionados 
coronariamente e lateralmente, que serão descri-
tos a seguir. 
O retalho posicionado apicalmente preserva a 
porção externa da parede da bolsa, aumentando a 
quantidade de gengiva inserida, o que é uma 
enorme vantagem. 
 
 
Posicionado Coronariamente 
São os retalhos posicionados no sentido incisal ou 
oclusal, ou seja, em direção à coroa do dente. 
 
 
 
 
Posicionado Lateralmente 
São os retalhos cuja origem pode ser a mucosa de 
um dente adjacente à área exposta. 
 
 
ESPESSURA 
Espessura total 
O retalho de espessura total também é chamado 
de retalho mucoperiosteal, onde a gengiva e 
possivelmente a mucosa alveolar são rebatidas das 
superfícies ósseas e radiculares. 
Indicada na necessidade de visualização e acesso ao 
tecido ósseo. 
 
Espessura parcial 
Também denominado de retalho mucogengival, o 
osso permanece recoberto pelo tecido conjuntivo 
e periósteo. 
O retalho é indicado para áreas com deiscências e 
fenestrações, para posicionamento do retalho 
com finalidade de aumentar a faixa de gengiva 
inserida, além de cirurgias mucogengivais em 
geral. 
 
Cirurgia à retalho 
Periodontia 
 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
TECIDO ÓSSEO 
Com Osteotomia 
Ocorre remoção de tecido ósseo. Essa remoção 
de tecido pode em espessura (osteoplastia) ou 
em altura (osteotomia). 
 
Sem Osteotomia 
Não ocorre remoção de tecido ósseo. 
Objetivos 
• Criar acesso para raspagem, aplaina-
mento e polimento coronário e radicu-
lar (RAPCR); 
• Redução ou eliminação da bolsa; 
• Estabelecer morfologia gengival que fa-
cilite o controle de biofilme pelo pacien-
te; 
• Preservação do periodonto a longo pra-
zo; 
• Facilitar a terapia restauradora apropria-
da. 
Tipos de retalho 
RETALHO ORIGINAL DE WIDMAN 
(1918) 
A técnica consistia em fazer incisões relaxantes 
verticais na área a ser operada, as quais se inicia-
riam na região mediana da margem gengival de 
dois dentes contíguos. 
 
Essas duas incisões relaxantes eram unidas por 
uma incisão gengival, que acompanhava a bolsa e 
separava o epitélio da bolsa do tecido conjuntivo 
inflamado da gengiva não inflamada. 
Rebatia-se o retalho mucoperiosteal para expor 2-
3mm do osso alveolar. Removia-se, com curetas, 
a gengiva inflamada ao redor dos dentes, e reali-
zava-se a raspagem e aplainamento radicular. 
 
Indicava-se realizar um recontornamento ósseo 
para obter uma forma ideal do osso alveolar 
subjacente. 
 
Após o debridamento do tecido, reposicionava-se 
o retalho no lugar e fazia-se a sutura nas regiões 
interproximais. A margem gengival deveria ser 
reposicionada no nível da crista óssea, para não 
haver bolsa remanescente. 
 
O procedimento cirúrgico resultou na exposição 
das superfícies radiculares. Frequentemente, as 
regiões interproximais do osso alveolar ficavam 
sem a cobertura de tecido mole. 
Vantagens da técnica em relação à 
Gengivectomia 
• Maior conforto para o paciente: cicatri-
zação por primeira intenção; 
• Restabelecimento de contorno adequa-
do do osso alveolar: defeitos ósseos 
angulares. 
RETALHO MODIFICADO (1931) 
Corresponde a retalho de espessura total reposto 
sem excisão de margem. 
Nesse procedimento, incisões intra-sulculares são 
feitas até o fundo da bolsa nas faces vestibular e 
lingual das áreas interproximais. As incisões 
estendem-se nas direções mesial e distal. 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
A gengiva é retraída vestibular e lingualmente pa-
ra a exposição das superfícies radiculares doentes 
que foram cuidadosamente debridadas. Defeitos 
ósseos angulares são curetados. 
 
Após a eliminação do epitélio da bolsa e do tecido 
de granulação da face interna dos retalhos, eles 
são reposicionados na sua posição original e man-
tidos por suturas interproximais. 
 
Assim, nenhuma tentativa foi feita para reduzir a 
profundidade pré-operatória das bolsas. A cirur-
gia a retalho modificado não incluiu perda extensa 
dos tecidos não-inflamados nem posicionamento 
apical da margem gengival. 
Esse método pode ser útil em regiões anteriores 
da dentição por razões estéticas, pois as superfí-
cies radiculares não ficam muito expostas. Outra 
vantagem da cirurgia a retalho modificado é o 
potencial de regeneração óssea em defeitos infra-
ósseos que frequentemente ocorreram. 
Vantagens em relação às demais técnicas 
existentes 
• Não incluía grande perda de tecidos não 
inflamados; 
• Sem deslocamento apical da margem 
gengival. 
RETALHO POSICIONADO 
APICALMENTE (1962) 
No final do procedimento cirúrgico descrito por 
Friedman, todo o complexo de tecido mole (gen-
giva e mucosa alveolar) era deslocado no sentido 
apical. 
Faz-se a incisão em bisel invertido usando um 
bisturi com lâmina Bard-Parker (n o 12B ou 15), 
e a distância da margem gengival na qual é feita a 
incisão depende da profundidade da bolsa, bem 
como da espessura e largura da gengiva inserida. 
 
A incisão biselada deve ter um contorno festona-
do (maior cobertura proximal do osso alveolar 
quando o retalho fosse reposicionado). 
Incisões verticais relaxantes que se estendem até 
a mucosa alveolar (além da junção mucogengival) 
eram feitas em cada um dos pontos terminais da 
incisão biselada, o que permite o posicionamento 
apical do retalho. 
Um retalho mucoperiosteal de espessura total é 
afastado utilizando um descolador de periósteo. 
O retalho é estendido além da linha mucogen-
gival, a fim de, posteriormente, reposicionar o 
retalho apicalmente. O tecido inflamado é remo-
vido com curetas e as superfícies radiculares 
expostas são cuidadosamente raspadas e alisadas. 
 
A crista óssea alveolar é recontornada com o obje-
tivo de recuperar a forma normal do processo 
alveolar, em um nível mais apical. A cirurgia óssea 
é feita usando brocas e/ou cinzéis para osso. 
 
Após um ajuste cuidadoso, o retalho vestibular é 
reposicionado na altura da crista óssea recen-
temente recontornada e mantido nessa posição. 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Um cimento cirúrgico deve ser aplicado para pro-
teger o osso exposto e manter o tecido mole na 
altura da crista óssea. 
 
Retalho em Bisel 
No retalho biselado, faz-se a primeira incisão 
intra-sulcular, até o fundo da bolsa periodontal, e 
rebate-se o retalho mucoperiosteal convencional. 
 
Realiza-se o debridamento das superfícies dentá-
rias e o recontornamento ósseo. 
 
O retalho palatino é, em seguida, reposicionado e 
a margem gengival é preparada e ajustada à crista 
óssea alveolar por uma incisão secundária contor-
nada e biselada. O retalho é mantido nessa posição 
por suturas interproximais. 
 
Vantagens da técnica 
• Mínima profundidade de bolsa pós-
operatória; 
• Se uma ótima cobertura do osso alveolar 
é obtida, a perda óssea pós-cirúrgica é 
mínima; 
• A posição pós-operatória da margem 
gengival pode ser controlada e todo o 
complexo mucogengival preservado. 
Porém, tem-se como desvantagem uma possível 
perda de tecidos periodontais pela ressecção óssea 
e exposição dos tecidos de superfícies radiculares. 
RETALHO DE WIDMAN MODIFICADO 
(1974) 
Também conhecida como técnica de raspagem a 
campo aberto. 
A incisão inicial é feita cerca de 0,5-1mm da mar-
gem gengival, e paralelaao longo eixo do dente. 
Se as bolsas na área vestibular forem menores que 
2 mm ou se considerações estéticas forem 
importantes, é feita uma incisão intra-sulcular. 
Além disso, a incisão deve estender-se o máximo 
possível entre os dentes, para permitir a inclusão 
da maior quantidade de gengiva interdental no 
retalho. Uma incisão semelhante é feita na face 
palatina. 
 
Eleva-se cuidadosamente os retalhos totais vesti-
bulares e palatinos com um descolador de periós-
teo. O rebatimento do retalho deve ser limitado 
para permitir a exposição apenas de alguns milí-
metros do tecido ósseo. Para facilitar a separação 
do colar do epitélio da bolsa e do tecido de granu-
lação das superfícies radiculares, uma segunda 
incisão (intra-sulcular) é feita em torno dos dentes 
até a crista alveolar. 
 
Faz-se uma terceira incisão, dessa vez horizontal-
mente e próxima à crista óssea alveolar de forma 
a separar o tecido mole do osso alveolar. 
 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Cureta-se o epitélio da bolsa, o tecido de granula-
ção formado e os defeitos ósseos angulares, e as 
raízes expostas são raspadas e aplainadas, com 
exceção de uma região próxima à crista óssea, que 
apresenta remanescentes de fibras de inserção, as 
quais devem ser preservadas. 
Após a curetagem dos tecidos, apara-se e ajusta-
se os retalhos ao osso alveolar, de maneira a obter 
uma cobertura completa do osso interproximal. 
Caso não seja possível essa cobertura completa 
apenas com tecido mole, pode-se realizar 
remoção de tecido ósseo (osteoplastia e osteoto-
mia) para facilitar a adaptação. 
Sutura-se os retalhos com pontos interproximais, 
podendo realizar cobertura com cimento 
cirúrgico. Ambos devem ser removidos em 1 
semana. 
 
Vantagens da técnica 
• Possibilidade de obtenção de uma íntima 
adaptação dos tecidos moles às superfí-
cies radiculares; 
• O trauma mínimo ao qual ficam expos-
tos o osso alveolar e o tecido conjuntivo; 
• Menor exposição das superfícies radicu-
lares, o que, do ponto de vista estético, 
representa uma vantagem no tratamento 
das regiões anteriores. 
RETALHO PARA PRESERVAÇÃO DA 
PAPILA (1985) 
Inicia-se a técnica por meio de uma incisão intra-
sulcular nas faces vestibular e proximal dos 
dentes, sem realizar, no entanto, incisões nas 
papilas. 
 
Em seguida, faz-se uma incisão intra-sulcular pela 
face lingual (palatina) com uma incisão semilunar 
ao longo de cada área interdental. 
 
Libera-se a papila interdental do tecido duro com 
a ajuda de uma cureta ou bisturi interproximal. 
Empurra-se a papila descolada com um instru-
mento rombo. 
 
Rebate-se o retalho mucoperiosteal com um 
descolador de periósteo nas faces vestibular e 
lingual, permitindo raspagem e alisamento das 
superfícies radiculares dos dentes e a curetagem 
dos defeitos ósseos. 
Remove-se o excesso do epitélio da bolsa e tecido 
de granulação, atentando-se, no entanto, a man-
ter a espessura do tecido, evitando remover o 
tecido em excesso. 
 
Reposiciona-se os retalhos, e faz-se a sutura do 
tecido, utilizando a sutura tipo colchoeiro. Uma 
forma alternativa de sutura é a sutura direta da 
incisão semilunar. Neste caso, também pode-se 
fazer uso do cimento cirúrgico, o qual deve ser 
removido em 1 semana, juntamente com a sutura. 
 
CUNHA DISTAL E INTERPROXIMAL 
Utiliza-se esse tipo de retalho no tratamento das 
superfícies distais dos molares. Deve-se observar 
a quantidade de gengiva queratinizada. 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Os objetivos desta técnica são: 
• Eliminação de bolsa; 
• Eliminação de tecido hiperplásico na tu-
berosidade ou região retromolar; 
• Remoção de tecido pouco queratiniza-
do, ou quando há presença de defeito 
ósseo angular. 
Essa técnica facilita o acesso ao defeito ósseo e 
permite preservação suficiente de gengiva e 
mucosa, possibilitando recobrimento com tecido 
mole. Pode-se realizar uma simples gengivecto-
mia (área pontilhada da figura abaixo). 
 
A técnica consiste em incisões verticais nas faces 
vestibular e lingual, realizadas na ao longo da 
tuberosidade ou região retromolar, formando um 
triângulo. 
 
Essas incisões deves se estender para a região 
mesial, contornando as faces vestibular e lingual, 
para facilitar o afastamento do retalho. 
Em seguida, rebate-se as paredes vestibular e lin-
gual do retalho, destacando-as de forma a expor o 
tecido ósseo. 
 
Reduz-se a espessura da parede dessas paredes por 
meio de novas incisões, para permitir a raspagem 
e aplainamento radicular. Caso seja necessário, 
pode-se recontornar o tecido ósseo. 
 
Reposiciona-se os retalhos vestibular e lingual 
sobre o tecido ósseo exposto, apara-se as margens 
soltas do tecido mole para evitar sua superposi-
ção. Mantêm-se os retalhos em posição para 
serem suturados com pontos simples. Após 1 
semana, remove-se as suturas. 
 
Pode-se também modificar a técnica de acordo 
com os casos. 
 
Reparação 
• Recessão do tecido mole: 6 meses a 1 
ano; 
• Formação do epitélio juncional longo na 
superfície radicular; 
• Remodelação óssea: depende do tipo de 
defeito encontrado. 
Referências 
Carranza: Periodontia Clínica, 11ª edição, Parte 
6, Seção IV, Capítulos 54, 56 e 57. 
Lindhe, J.: Tratado de Periodontia Clínica e 
Implantodontia Oral, 5ª edição, Parte 12, 
Capítulo 38. 
Todas as imagens utilizadas neste resumo são 
derivadas do livro do Tratado de Periodontia 
Clínica e Implantodontia Oral, do capítulo citado 
acima.

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