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Manuella Soussa Braga Patologia Oral - 3º período PATOLOGIAS ÓSSEAS DO COMPLEXO BUCOMAXILOFACIAL ● Alteração no metabolismo ósseo ● Podem ser componentes de uma manifestação sistêmica LESÕES FIBRO-ÓSSEAS Grupo heterogêneo de lesões caracterizado por uma subs�tuição de um osso normal por um tecido fibroso contendo produto mineralizado neoformado. DISPLASIA = nesse contexto, é uma área com alteração morfológica. OSSO DISPLÁSICO: Menor vascularização Maior risco de infecção Baixa cicatrização 1. Displasia fibrosa Lesão benigna caracterizada pela subs�tuição grada�va de osso medular por uma proliferação de tecido conjun�vo fibroso, com quan�dade variável de material ósseo. ● Prevalente em pacientes jovens ● Mais frequente na região de maxila ● Tem aumento de volume (expansão) lento, assintomá�co, firme à palpação ● É autolimitada (diferente dos fibromas ossificantes) ● Não encapsulada (sem definição) ● Não há comprome�mento de dente (há vitalidade) ASPECTO “VIDRO DESPOLIDO”: embaçado, fosco. Á rea levemente radiopaca que funde-se ao osso sadio. Sem halo Sem lojas Sem limites definidos (não encapsulados) As lesões iniciais podem se apresentar como radiolúcidas ou mistas, correspondendo a quan�dade de osso e tecido conjun�vo presente (estágios de maturação). Manuella Soussa Braga Patologia Oral - 3º período Se manifesta como um processo localizado em um único osso ou “bloco” de osso (craniofacial) ou pode envolver múl�plos ossos. (A) Monostó�ca/Craniofacial ● Aumento de volume ● Geralmente os dentes envolvidos não sofrem deslocamento ● A mucosa que recobre permanece normal ● Pode causar assimetria facial Normalmente as lesões em maxilas acometem outros ossos adjacentes como o zigomá�co e o esfenóide, não sendo realmente "monostó�ca", por isso, quando a lesão é maxilar, é mais correto a termo Displasia Fibrosa Craniofacial. Encaixada em monostó�ca se observar a lesão como um único bloco de osso displásico. SINTOMAS e SINAIS EM UMA DISPLASIA FIBROSA CRANIOFACIAL: - exo�almia - apertamento do nervo - assimetria de face (B) Poliostó�ca Mais de um osso é acome�do. Além das lesões ósseas, pode está relacionada com pigmentação cutânea (manchas café-com-leite) e distúrbios endócrinos. Pode ser componente da Síndrome McCune-Albright e da Síndrome de Jaffe-Linchtenstein. SÍNDROME DE JAFFE-LINCHTENSTEIN: + displasia fibro-óssea poliostó�ca + manchas café com leite que respeitam a linha média do corpo SÍNDROME DE McCUNE-ALBRIGHT: + displasia fibro-óssea poliostó�ca + manchas café com leite que respeitam a linha média + endocrinopa�as (hiper�reoidismo e puberdade precoce) Displasia Fibrosa é uma lesão fibro-óssea caracterizada pela substituição do tecido ósseo normal por tecido fibroso imaturo. Ainda existe muita confusão no que diz respeito a etiologia da doença, mas, sabe-se que a Displasia está relacionada com a mutação do gene GNAS1. A mutação pode ocorrer durante o desenvolvimento embrionário ou durante a vida pós-natal, a severidade das características clinicas da lesão, estão diretamente ligadas ao momento em que ocorre a mutação. Se a mutação ocorrer nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário as células tronco responsáveis pela diferenciação em osteoblastos, melanócitos e células endócrinas ficarão comprometidas, ocasionando múltiplas lesões ósseas, pigmentação cutânea e problemas endócrinos. A mutação ocorrendo apenas nas células progenitoras dos osteoblastos (Em um estágio mais tardio Manuella Soussa Braga Patologia Oral - 3º período do desenvolvimento embrionário) o indivíduo apresentará múltiplas lesões ósseas de displasia fibrosa. Enfim, se a mutação ocorre durante a vida pós-natal, a geração de células mutadas darão origem a lesões de displasia fibrosa em apenas um único osso. O estágio da lesão determina sua radiodensidade. Em um estágio mais maduro, eu tenho maior densidade/radiopacidade devido engrossamento das trabéculas ósseas. RX: compreende num aspecto de vidro embaçado mesclado, com mais ou menos radiodensidade dependendo da maturação. M X RX: áreas mais radiolúcidas: mais tecido conjun�vo áreas mais radiopacas: engrossamento de tecido ósseo. A intervenção cirúrgica é indicada com finalidade esté�ca e funcional (osteoplas�a = correção). Além disso, a radioterapia é totalmente contra-indicada pelo risco de transformação maligna (com formação de osteosarcomas). O tratamento ortodôn�co não é indicado. 2. Fibroma Ossificante É uma neoplasia benigna. ● Prevalente entre 2ª e 4ª década de vida ● Mais comum na região posterior ● Tem expansão óssea ● Encapsulada (bem delimitada) ● Crescimento não limitado RX: diferente da displasia, o fibroma ossificante apresenta aspecto embaçado/fosco demarcado por uma cápsula que impede sua fusão com o osso sadio. Por ser um tumor, deve ser removido. 3. Displasias cemento-óssea (displasia óssea) ● Exclusivo da região do complexo maxilomandibular 3 TIPOS: 1. Periapical 2. Focal 3. Florida Manuella Soussa Braga Patologia Oral - 3º período PERIAPICAL: ● Comum na mandíbula anterior ● Não tem comprome�mento dentário ● Não tem necessidade de tratamento ● Geralmente não expande a cor�cal óssea ● É auto-limitada ● Mais comum em mulheres negras, de 30 a 40 anos de idade COMO FECHAR O DIAGNÓSTICO? - Análise clínica - Análise radiográfica - Teste de sensibilidade (+) RX: no estágio inicial, apresenta-se como uma imagem radiolúcida bem delimitada envolvendo o periápice de um dente vital (diagnós�co diferencial: granuloma e cisto periodontal apical). Com a maturação, a imagem apresenta-se radiopaca circundada por um halo radiolúcido. A progressão mostra mesclagem. FOCAL: ● Mais frequente em região posterior da mandíbula ● O RX é o mesmo que o �po periapical ● Apresenta-se em um único sí�o de desenvolvimento FLORIDA: ● Apresenta-se em dois até quatro quadrantes ● Comum em mulheres negras, idade de 30 a 40 anos ● NÃO tem envolvimento de dente