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TEMA 01: Princípios Constitucionais Explícitos I Dignidade da Pessoa Humana: 1) Em determinada Comarca, a cadeia está lotada; novos presos em flagrante chegam; a autoridade policial determina que eles sejam algemados uns aos outros e todos em volta do poste, em frente ao estabelecimento policial. São autores de crime grave e alguns, reincidentes. Como o advogado desses novos presos deve agir? R: Não importa a gravidade do crime ou a situação pessoal de cada um (se reincidente ou primário); fere -se a dignidade da pessoa humana, pelo desrespeito com que são tratados pelos agentes estatais; não se pode amarrar pessoas em postes, a pretexto de superlotação do presídio. A autoestima é um valor universalmente consagrado e ela representa a própria dignidade do ser humano. Se presos forem tratados como „animais‟, a lesão a direito individual torna-se evidente. O advogado deve ingressar com HC: como argumentação: a lesão à dignidade da pessoa humana; como pedido: a imediata soltura dos algemados ao poste; como pedido al ternativo: a imediata transferência para cela de presídio. 2) A dignidade da pessoa humana é: um princípio Devido processo legal 1) Terminado um julgamento no Tribunal do Júri, o réu foi condenado a 28 anos de reclusão pela prática de dois homicídios. Lida a sentença em plenário, após transcurso do prazo, nem o acusado nem seu advogado dativo recorrem. Transita em julgado e o acusado vai cumprir a pena. A família se esforça e contrata um defensor. O que ele pode fazer para buscar uma saída técnica para o caso? R: O advogado deve ingressar com HC, alegando nulidade absoluta, pois houve evidente prejuízo para o réu, que não pôde utilizar o duplo grau de jurisdição, por conta da deficiência nítida da defesa dativa. Portanto, feriu -se o devido processo legal, pois dois outros princípios foram lesados: ampla defesa (efetiva) e duplo grau de jurisdição. Há que se anular o trânsito em julgado permitindo que o réu possa recorrer da decisão condenatória. 2) O devido processo legal é: um principio regente das ciencias criminais Legalidade 1) Um auxiliar de escritório foi ao banco fazer um depósito a mando de seu chefe. Chegando ao local, ficou preso naquela porta giratória. Pediram-lhe que tirasse todas as moedas do bolso, relógio, celular etc. Ele tirou tudo e ainda assim não passou. Pediram para que ele tirasse o cinto e os sapatos. Ele o fez e continuou preso. Disseram a ele que não poderia ingressar no banco. Irritado, ele tirou toda a roupa e ficou somente de cueca. O gerente chamou a polícia e ele foi preso por prática de ato obsceno (art. 233, CP). Como advogado, o que fazer? R:Não aceitar a transação (embora seja crime de menor potencial ofensivo) e questionar ao juiz a legalidade da prisão com os seguintes enfoques: a) feriu-se o princípio da taxatividade, corolário da legalidade, pois ato obsceno é expressão muito aberta, sem significado claro; b) inexiste tipicidade, pois não houve dolo do agente; o acusado pretendia entrar no banco para fazer um depósito e foi tirando a roupa para mostrar que não portava arma; nunca teve a intenção de praticar um fato típico previsto no art. 233 do CP. 2) Assinale a alternativa correta: a legalidade possui dois aspectos; no sentido amplo, ninguém é obrigado a fazer o que a lei não manda ou a deixar de fazer o que ela permite; no sentido estrito, não há crime, nem pena sem prévia lei. Anterioridade 1) O agente sequestrou uma pessoa maior de 60 anos em 10 de setembro de 2003. A vítima foi colocada em liberdade em 25 de setembro do mesmo ano. Inicia-se o processo-crime contra o réu. Em fevereiro de 2004, o juiz condena o acusado, com fundamento no art. 159, § 1o, do CP, a cumprir 12 anos de reclusão. Argumenta o magistrado que a vítima é idosa e, à data da sentença, já estava em vigor o Estatuto do Idoso, que acrescentou “se o sequestrado é maior de 60 anos” no parágrafo primeiro do art. 159, pois é Lei de 1º de outubro de 2003, com vacatio legis de 90 dias, igualmente ultrapassada. Na apelação, o que se deve alegar? R: Houve erro do magistrado, que não respeitou o princípio da anterioridade. Para incidir a qualificadora de crime contra idoso, o delito teria que consumar-se após o período de vacatio legis. Ora, o crime se deu em setembro de 2003, quando ainda não havia a referida qualificadora. Logo, a pena precisa ser reduzida para o montante previsto no caput do art. 159. 2) A anterioridade foi incluída no mesmo inciso XXXIX do art. 5º da CF e no art. 1º do CP porque: a sua importância é vital para que a legalidade seja eficaz.
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