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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU ELIANE GOUVEIA MACEDO DOI: 10.13140/RG.2.2.11329.40808 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Universidade São Judas Tadeu, como parte obrigatória para obtenção do título licenciado em Pedagogia. Data de aprovação: São Paulo, ___ de __________ de 20__. BANCA EXAMINADORA _____________________________ Prof. Dr. Edson Martins Junior Orientador _____________________________ Profª. Drª. Dinéia Hypólitto _____________________________ Profª. Drª. Erika Hokama JOGOS E BRINCADEIRAS E A SUA RELAÇÃO COM A PSICOMOTRICIDADE Dedico esta nova conquista, este trabalho, em especial a meu esposo Jorge, que me apoiou e deu suporte necessário, a meus filhos Tiago e Lorena, pela compreensão de minhas ausências e foram meus parceiros de toda hora, à minha mãe Dª Izabel, meu pai Waldemar (in memoriam) todos grandes incentivadores e aos meus irmãos, fiéis companheiros. AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente à Deus, por ter me concedido saúde, força e disposição para fazer a faculdade e o trabalho de final de curso. Sem ele, nada disso seria possível. Sou grata a todos os professores que contribuíram com a minha trajetória acadêmica, especialmente a Profª. Drª. Cristina Aparecida Colasanto e Profª. Drª. Dinéia Hypólitto, por toda dedicação carinhosamente oferecida a esta eterna aprendiz. Agradeço ao Prof. Dr. Edson Martins Junior, responsável pela orientação do meu projeto. Obrigado por esclarecer tantas dúvidas e ser tão atencioso e paciente. Agradeço a Universidade São Judas, que ao longo da minha formação ofereceu um ambiente de estudo agradável, motivador e repleto de oportunidades. Por fim agradeço a todas as pessoas que de uma alguma forma me ajudaram a acreditar em mim eu quero deixar um agradecimento eterno, porque sem elas não teria sido possível “Brincar com a criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados, tolhidos e enfileirados em uma sala de aula sem ar, com atividades mecanizadas, exercícios estéreis, sem valor para formação dos homens críticos e transformadores de uma sociedade.” Carlos Drummond de Andrade. Resumo O presente trabalho pretende apresentar uma definição de jogos e brincadeiras, sua relevância na educação e analisar as possíveis contribuições que a psicomotricidade proporciona ao desenvolvimento global da criança no ensino fundamental. Como metodologia foi utilizada uma revisão literária através de livros e artigos, para melhor entendimento da ludicidade e da psicomotricidade e como estas, interligadas, beneficia o desenvolvimento da criança. Ficou evidente que os jogos e brincadeiras constituem-se por si só situações de aprendizagem. As regras e a imaginação estimulam a criticidade e criatividade da criança promovendo avanços em seus comportamentos, tanto no que diz respeito ao relacionamento com os demais como também quanto a questões que envolvem a desinibição, oralidade, psicomotricidade, entre outros. Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Ludicidade; Psicomotricidade. Abstract The present work intends to present a definition of games and games, their relevance in education and analyse the possible contributions that psychomotricity provides to the overall development of the child in elementary school. As methodology was used a literary revision through books and articles, to better understand ludicity and psychomotricity and how these, interlinked, benefits child development. It became clear that games and jokes are in themselves learning situations. Rules and imagination stimulate the child's creativity and creativity by promoting advances in their behaviour’s, both in relation to the relationship with others and in matters involving disinhibition, orality, psychomotricity, among others. Keyword: Games, Jokes, Playfulness, Psychomotricity. Resumen El presente trabajo pretende presentar una definición de juegos y juguetes, su relevancia en la educación y analizar las posibles contribuciones que la psicomotricidad proporciona al desarrollo global del niño en primer y segundo grados. Como metodología se utilizó una revisión literaria a través de libros y artículos, para mejor entendimiento de la ludicidad y de la psicomotricidad y cómo éstas, interconectadas, beneficia el desarrollo de los chicos. Es evidente que los juegos y los juguetes se constituyen por sí solos en situaciones de aprendizaje. Las reglas y la imaginación estimulan la criticidad y creatividad del niño promoviendo avances en sus comportamientos, tanto en lo que se refiere a la relación con los demás, como también a cuestiones que involucran la desinhibición, la oralidad, la psicomotricidad, entre otros. Palabras clave: Juegos, Juguetes, Ludicidad, Psicomotricidad. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO. ..................................................................................................... 9 Problema. .............................................................................................................. 10 OBJETIVOS. ............................................................................................................. 11 Objetivo Geral....................................................................................................... 11 Objetivos Específicos. ......................................................................................... 11 METODOLOGIA ....................................................................................................... 11 JUSTIFICATIVA. ....................................................................................................... 11 1. REFERÊNCIAL TEÓRICO. ................................................................................ 13 1.1. Legislação ................................................................................................... 13 1.2. O que é Ludicidade. .................................................................................... 13 1.3. Ludicidade e a sua importância. ............................................................... 16 1.4. Psicomotricidade ........................................................................................ 19 1.5. A relação no âmbito da escola .................................................................. 20 1.6. Desenvolvimento da criança ..................................................................... 21 1.7. A importância da escola ............................................................................ 26 1.8. Psicomotricidade na escola. ..................................................................... 27 1.9. Habilidades ................................................................................................. 28 1.10. Recursos. .................................................................................................... 29 1.11. Benefícios. .................................................................................................. 30 2. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS. ......................................................................... 33 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 9 APRESENTAÇÃO. Pretende-se com este trabalho demonstrar a relevância dos jogos e brincadeiras lúdicas no desenvolvimento da psicomotricidade na educação dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Estamos passando por um período de infinitas informações que atrapalha a noção do que é necessário ensinar e proporcionar paraos alunos. As novas tecnologias utilizadas atualmente causaram ampla mudança na Educação, dando origem a novas maneiras de aprendizado, transmissão de conhecimento e, sobretudo, outras formas relacionamento entre professor e aluno. A revolução trazida pela rede mundial possibilita que a informação gerada em qualquer lugar esteja disponível rapidamente. Pois com o uso das tecnologias pode-se vivenciar processos participativos de compartilhamento entre o ensinar e o aprender, através de uma comunicação aberta, de constante motivação num processo dinâmico e amplo. As crianças precisam ser incentivadas a vivências lúdicas, significativas, que explorem a criação, a emoção e a sensibilidade, é na ludicidade que ela terá o contato com estes elementos fundamentais para a construção humana. A criança precisa de estímulo para adquirir novos saberes e se apropriar de seus conhecimentos. O educador deverá incentivá-la em suas criações, valorizar suas diversas formas de expressão e de se comunicar com o meio. O lúdico proporciona ao educador trabalhar alguns elementos importantes como a percepção de si mesmo e do outro além, de possibilitar o reconhecimento de si mesmo através do outro. Uma das consequências relevantes disso é a possibilidade de se colocar no lugar daquele que é diferente de si: o outro. Contudo deve haver uma dosagem entre a utilização do brincar como forma de obtenção dos objetivos escolares e também a forma de brincar espontaneamente. A Educação é um período importante para formação do ser humano e possui características e necessidades específicas. Nesse nível de ensino, é importante valorizar as vivências e o mundo das crianças, por meio de atividades próprias da cultura infantil (atividades lúdicas e imaginativas) que possam garantir o interesse e a motivação sendo assim, as brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento da criatividade da criança, para o conhecimento de mundo, de seu corpo e de sua história. Por meio das brincadeiras, a criança constrói novas formas de atuar com o meio, com o outro e consigo. O ato de brincar permite à criança entrar em um mundo onde tudo pode ser possível dentro do que é real. 10 Entretanto, os jogos e brincadeiras devem ser para as crianças uma práxis aprazível, repleta de imaginação, de autoconhecimento e de oportunidade de entender o mundo, quase uma recreação. A ludicidade desempenha positivamente uma influência em todos os momentos do enriquecimento cognitivo da criança, inclusive no ambiente escolar. O ato de brincar é uma necessidade para uma criança, relativamente considerável, equivalendo-se a alimentação e de se vestir, tornando-se parte da natureza infantil, e indubitavelmente necessita ser, uma atividade agradável na educação da criança. A finalidade é proporcionar condições onde a criança possa fazer uma exploração e observação do espaço com atitude de investigação e curiosidade, entendendo-se como integrante ao mesmo tempo interdependente de seus colegas e agentes de transformação do seu meio, e a importância do brincar com outras crianças. Em observância ao tema deste trabalho, esta dissertação pretende colaborar com a reflexão sobre a forma de importância que o lúdico possui, mas, com o olhar da psicomotricidade tem no desenvolvimento da criança. Não devemos considerar o lúdico apenas como brincadeiras superficiais, sem valor, pois no verdadeiro e profundo brincar, promove o crescimento cognitivo da criança em diversos enfoques: experimentações, ampliação verbal, psicomotricidade grossa e fina, dissolução de problemas e processos mentais. Em concordância com essa perspectiva, os jogos e brincadeiras são de relevância imensurável para a criança e para o processamento de todo o seu desenvolvimento, não ficando tangenciado somente ao ato de jogar ou brincar, e sim a sua evolução de maneira global. Problema. As pesquisas indicam que cada vez mais, o lúdico, que tem grande importância no desenvolvimento da criança, está desaparecendo do espaço escolar, e até mesmo os profissionais da área, evitam introduzir o lúdico como uma das ferramentas fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças, em seus conteúdos dados em sala de aula. Diante disto, cabe a seguinte questão; Qual a relevância dos jogos e brincadeiras lúdicas no desenvolvimento da psicomotricidade na educação dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental? 11 OBJETIVOS. Diante da questão levantada, pode-se ressaltar que este projeto tem os seguintes objetivos: Objetivo Geral. Rever, na bibliografia existente, os estudos relativos à ludicidade voltadas à psicomotricidade, com a finalidade de contribuir e favorecer o desempenho geral dos alunos. Objetivos Específicos. • Discriminar alguns elementos importantes a serem trabalhados com os alunos. • Constatar se o lúdico é facilitador do desenvolvimento psicomotor da criança. • Identificar as linguagens que podem colaborar na educação lúdica. • Rever a legislação pertinente a educação lúdica. METODOLOGIA A metodologia adotada, neste trabalho, será de natureza pesquisa bibliográfica qualitativa, com base em livros e legislações de alguns autores que tratam sobre o assunto, (GIL, 1999). A pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas, impressa escrita e nos sites sabidamente confiáveis. Os problemas mencionados nesta investigação, que utilizará inicialmente, para considerações mais abrangentes, a importância da ludicidade para psicomotricidade do educando nos anos iniciais da educação fundamental. JUSTIFICATIVA. A ludicidade na educação da criança proporciona uma aprendizagem de maneira prazerosa, também dinâmica e apresentam celeridade no processo de desenvolvimento e na obtenção de novos saberes. Ensinar de maneira segura e atualizada, facilitando a aquisição de conhecimento através do jogo lúdico é a forma mais prazerosa. Desta forma os alunos estão aprendendo de forma diferenciada, através de jogos em sala de aula. 12 O jogo é uma das ações mais usadas, devido ao fato de articular as várias percepções, possibilitando que o aluno compreenda tudo e tenha sua aquisição de conhecimentos de forma significativa. Se faz necessário destacar que a palavra “lúdico” provem do latim ludus que significa jogo infantil, diversão e recreação, ficando também maior o seu alcance, mas também se refere ao ato de jogar usando regras em referência a uma socialização. A relevância deste trabalho, se dá pela importância deste tema, por sua utilização em salas de aulas, pois poucas famílias podem ou sabem como a ludicidade pode contribuir com aquisição cognitiva de seus filhos. Ao se separar as crianças do ambiente lúdico estão automaticamente ignorando seus próprios conhecimentos, pois quando a criança entra na escola ela já possui algumas experiências que lhes foram proporcionadas através das brincadeiras e do jogo. Inúmeras obras de conceituados autores, destaque para Brougère (2010), Freinet (2004), Fröbel (2001), Piaget (1998), Rousseau (2017), Vygotsky (2007), Wallon (1989), demonstram a grande relevância da ludicidade para o crescimento cognitivo, contudo infelizmente, mesmo com toda produção literária, ainda assim, não houve sucesso em mudar concepções e práticas educativas que limitam a ludicidade a uma simples atividade paralela, sem grande valor no contexto formativo da criança. Para amparar ainda mais os objetivos propostos e afiançar o que foi demonstrado neste projeto, elegeu-se estes: Celso Antunes, Ivani Fazenda, Gilda Rizzo, Tizuko Morchida Kishimoto e Vitor Marinho Oliveira, bem como as legislações pertinentes ao assunto. Dito o anteposto, voltamos ao assunto focal deste projeto. 13 1. REFERÊNCIAL TEÓRICO. Existem diversos autores que abordam sobre estes temas, e para este projeto foramutilizadas obras e publicações de especialistas que descrevem com seriedade a importância da ludicidade e da psicomotricidade na educação lúdica e da utilização dos jogos em salas de aulas e na escola, com observância da psicomotridade. 1.1. Legislação sobre Educação. De acordo com legislação brasileira, que determina que a educação no Brasil seja dividida em três níveis de educação escolar: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, como pode ser encontrado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, L.D.B. 9394 (1996, p. 11 - 12). Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão. Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos. Podemos observar no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v. 01): A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. Os jogos e brincadeiras melhoram a cognição da criança, proporcionando um direcionamento a seu modo de pensar de modo cada vez mais equilibrado, melhorando a aprendizagem no decorrer do seu amadurecimento. Ao expandir seus potenciais, a criança aprende a interagir com as pessoas, ansiedades e assim, vencendo suas dificuldades tomando decisões nas situações conflituosas. Por exemplo, quando os jogos e brincadeiras se tornam desafio que estimulam novas descobertas. Dito isto, o lúdico, é feito por meio de jogos, brincadeiras, atividades criativas, ludismo a ludicidade na educação infantil. 1.2. O que é Ludicidade. Quando a criança nasce, ainda não aprendeu a brincar, contudo ela necessita aprender, por meio da convivência outras crianças e com adultos. Ela aprende por meio do manuseio de objetos e brinquedos, diversas maneiras de brincar. 14 Segundo Vygotsky (2007), Piaget (1998), Brougère (2010), ao brincar, a criança estabelece a relação corpo e movimento, sendo traduzidos e expressos por meio da gestualidade, e essa, por sua vez, refere-se à representação, o entendimento e percepção de mundo que a criança tem. A sociabilidade dos jogos e brincadeiras possibilita um estreitamento dos laços afetivos da sociedade, gerando integração e unidade do grupo. De certo modo, incluir os jogos e as brincadeiras de determinado grupo pode ressaltar a sua composição social, os seus preconceitos e os seus valores. De tal modo, percebemos que todas as habilidades cognitivas e emocionais são edificadas ao longo da vida da criança pelo método de intercâmbio da criança com o ambiente. Tanto Piaget (1998) quanto Wallon (1989) compartilham que esse procedimento é responsável pela obtenção do conhecimento, organizado de acordo com a história, pelas gerações antecedentes, desde a formação da espécie até a atualidade. Adicione então a emoção como elemento determinante no processo de mediação no ensino-aprendizagem. Criança que brinca, tem possibilidade de aprender mais e com qualidade, e o professor que se compromete a usar essa ferramenta facilitadora da aprendizagem também aprende. É brincando que a criança atribui sentido ao seu mundo, como ela o interpreta e o assimila. O brincar poderá ser o reflexo da vida real de uma criança. É por isso que para Vygotsky 2007, p. 114)., a brincadeira: Cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando os seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas pelo brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação e moralidade Os jogos e brincadeiras revelam uma dimensão bucólica implícita e supõe um ambiente de encontro e jogo entre as palavras, as coisas, o mundo e o ser. Bem como um cruzamento de surpresas que implica um reencontro de possibilidades de efeitos de sentido, na elucubração mental da criança. Pinheiro (1999) apud Mendonça (2009, p. 22) alerta que sobre a importância do afeto “a sua importância é primordial, pois considera o alimento afetivo tão imprescindível, como os nutrientes orgânicos”. 15 O brincar desperta emoções e sensações de bem-estar, liberta das angústias e joga para fora as emoções ruins, ajudando a criança a entender os sentimentos negativos que fazem parte do dia a dia da criança. Brincando a criança aprende a lidar com o mundo, formando sua identidade pessoal e autonomia, experimenta sentimentos bons como o amor, e ruins como o medo e a insegurança, sentimentos esses presentes na vida cotidiana. É preponderante o professor ter competência e habilidade de sugerir, esquematizar, preparar e realizar jogos e brincadeiras, além da capacidade de produzir contextos de ensino/aprendizagem; desvendar, analisar, escolher e produzir elementos educativos; incentivar e incitar os educandos com objetivo de desenvolver a criticidade nos alunos e um ensino mais igualitário, fazendo com que o ensino apresente uma propriedade mais expressiva. Portanto, o lúdico é qualquer atividade que quando executada propicia o prazer. Para os especialistas e professores, de uma forma geral, lúdico é aprender brincando, com prazer, tornando o aprendizado significativo já que trabalha a socialização, a memorização, desenvolve o lado emocional, psicológico, motor e cognitivo. Sob a ótica de Vygotsky (2007) e Wallon (1989), a ludicidade, proporciona à criança um desenvolvimento mais natural e criativo, e é um dos aliados na educação, pois beneficia a formação da individualidade, do cognitivo, do afetivo, do social, suscitando benefícios didáticos, onde os conteúdos são convertidos em atividades mais atraentes e envolventes, o que subsidia o aluno a ordenar, de maneira eficaz, o conhecimento. Na proporção em que a criança aumenta suas experimentações, seu corpo já não é suficiente para as brincadeiras. A proporção que a criança evolui, as brincadeiras vão assumindo uma dimensão mais socializante, em que os participantes se encontram, tem uma atividade comum e aprende a coexistência com tudo que lhes possibilita aprender, como o lidar com o respeito mútuo, partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva. De acordo com Kishimoto (2013, p. 45), “a aprendizagem lúdica é assunto que tem conquistado espaço no panorama educacional.” Os jogos e as brincadeiras são a essência da criança, e utilizá-los como ferramentas no cotidiano escolar possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento da criança. 16 Portanto, precisamos perceber a escola como um espaço para os alunos vivenciarem a ludicidade como meio para desenvolverem a atenção, o raciocínio, a criatividade e a aprendizagem significativa, que na nossa pesquisa terá o foco em turma de alfabetização. Os jogos e brincadeiras no cotidiano escolar de sala de aula em turma de alfabetização vêm ganhando mais espaço, uma vez que percebemos seu caráter criativo, imaginário, inovador e sociabilizador. O desenvolvimento integral da criança é perceptível, pois, a mesma busca compreender o mundo que a cerca e construir de forma única e participativa sua relação com o conhecimento. É importante que os jogos e brincadeiras sejam utilizados como instrumentos de apoio, constituindo elementos úteis no reforço de conteúdos já apreendidosanteriormente. Em contrapartida, essa ferramenta de ensino deve ser instrutiva, transformada numa disputa divertida, e, que consiga, de forma sutil, desenvolver um caminho correto ao aluno. Vale ressaltar que a ludicidade, é de suma importância também na adolescência e vida adulta. A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização comunicação, expressão e construção do conhecimento. (SANTOS, 1997, p. 93). Em paralelo a ludicidade se faz preponderante entender o funcionamento emocional e motor do indivíduo e utiliza outras brincadeiras para corrigir as alterações à nível mental, emocional ou físico, de acordo com a necessidade de cada um, e isto faremos por meio da psicomotricidade. 1.3. Ludicidade e a sua importância. A importância da ludicidade fica evidente com o desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo, por contribuir com a evolução integral das crianças, para entender e participar intensamente do mundo em que vive, a criança deve brincar, pois brincando a criança desenvolve seu senso de sociabilidade, sua expressividade, sentimentos. Segundo Oliveira (1985) a ludicidade consiste em: [...] um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula a crítica, a criatividade, a sociabilização. Sendo, portanto reconhecido como uma das atividades mais significativas, senão a mais significativa, pelo seu conteúdo pedagógico social. (p. 74) 17 Assim, o lúdico passa a ser uma ponte entre a educação e a criança, pois a criança é um ser essencialmente brincante, resiste, luta, fantasia, tem força e energia. O trabalho sustentado na ação do brincar permite interferir, com base nas observações seletivas que são realizadas, nas construções de aprendizagens das crianças. A capacidade de imitação realizada pelas crianças sinaliza os avanços da capacidade perceptiva e do desenvolvimento do pensamento. Através da imitação as crianças representam ações observadas no dia-a-dia que não são compreendidas por elas e desta forma colocando-se na visão de atores se colocam em situações diversificadas a fim de compreendê-las transformando os processos mais elementares de pensamentos em processos superiores. Nesse sentido o Referencial Curricular Nacional do Ensino Infantil, aponta; Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. Isto inclui interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe sobre si e sobre o mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais independente e mais autônoma. (p. 25). No processo de aprendizagem precisa estar presente a afetividade, pois os dois caminhando juntos o resultado será muito mais significativo e melhor. O professor, como principal responsável pela organização das situações de aprendizagem, deve saber o valor da brincadeira para o desenvolvimento do aluno. Cabe a ele oferecer um espaço que mescle brincadeira com as aulas cotidianas, um ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer, movimento e solidariedade no ato de brincar. Antunes (2001, p. 55), assim demonstra: Um professor que adora o que faz, que se empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas, da turma… Mesmo assim, com tantos relatos de estudiosos, alguns educadores não os utilizam, seja pela falta de conhecimento, ou por não acreditar na eficácia do método. O jogo é uma atividade que age no desenvolvimento de forma integral e que possibilita a formação do homem na sua totalidade. Quando brinca, a criança utiliza a imaginação, o raciocínio, a atenção, a memória e a criatividade. 18 Nesse sentido, cabe ao educador a variação e a adaptação do jogo, mediando para o que pretende melhorar em seus alunos, podendo trabalhar tanto o desenvolvimento físico, como social e acuidade dos sentidos. No entanto, é necessário que o educador conheça a variedade de jogos que pode utilizar e como aplicar os mesmos, planejando suas atividades de forma clara e direcionando-as para as áreas do desenvolvimento que pretende intervir ou conhecimento que pretende construir com seu aluno. Nesse ponto, Antunes (2003, p. 180) aponta; O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real. Nos jogos, os indivíduos precisam se deparar com situações problema para que sejam estimulados corretamente, sendo justamente estes desafios que darão sentido ao jogo. Precisam apresentar alguma situação de impasse em que venha a se desenvolver uma solução. Sobre a ludicidade, a autora Rizzo (2001, p. 40) assegura, “… A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual.”. Para a autora Kishimoto (2013, p. 102), a construção de espaços lúdicos também devemos pensar nas tecnologias: Mudam suas formas de transmissão e conservação e não prevalecem apenas formas orais, há outros meios iconográficos e midiáticos, favorecidos pelas novas tecnologias e meios de comunicação. Desse modo, pode-se dizer que o brincar do passado continua no presente, modificando sua forma de transmissão, com conteúdo e materiais que acompanham os novos tempos, mas permanece a estrutura da brincadeira. Cabe ressaltar que o professor deve se aprimorar, se aperfeiçoar, pois isso se torna essencial em sua vida profissional, para se tornar competente e comprometido com os resultados de sua tarefa educativa. Se não se qualifica não sabe como fazer desse dom algo sublime. Segundo a autora Fazenda (2008, p. 10). Aprender a pesquisar, fazendo pesquisa, é próprio de uma educação interdisciplinar, que, segundo nossos dados, deveria se iniciar desde a pré-escola. Uma das possibilidades de execução de um projeto interdisciplinar na universidade é a pesquisa coletiva, em que exista uma pesquisa nuclear que catalise as preocupações dos diferentes pesquisadores, e pesquisas-satélites em que cada um possa ter o seu pensar individual e solitário. Na pesquisa interdisciplinar, está a possibilidade de que cada pesquisador possa revelar a sua própria potencialidade, a sua própria competência. 19 A opção pelo uso pedagógico dos computadores e das novas tecnologias não é, e jamais deve ser entendida como, simplesmente “uma nova maneira de maquiar velhas práticas educacionais”, mas sim uma opção ideológica por romper com essas práticas. 1.4. Psicomotricidade No começo de sua vida quando a memória e imaginação são inativas, a criança presta atenção em coisas que afetem o seu sentido, por isso é importante deixa-la tocar objetos, pois assim ela aprende; Ao sentir o calor, o frio, a dureza, amoleza, o peso, a leveza dos corpos, a julgar seu tamanho, sua forma e todas as sua qualidade sensíveis, olhando, apalpando, ouvindo e principalmente comparando a vista ao tato, estimando pelo olhar a sensação que provocariam em seus dedos. (ROUSSEAU, 2017, p. 592). A criança precisa ser estimulada na Educação, sem perder a ludicidade que envolve e de acordo com suas faixas etárias. Para Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP), ela, a psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através de seu corpo em movimento, em relação com o mundo interno e externo com as possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Para Oliveira (2005) acrescenta que “é na brincadeira que a criança explora e experimenta as relações com o mundo e consigo mesma”. De acordo com o autor, os jogos favorecem o equilíbrio afetivo da criança e contribuem para o processo de apropriação dos signos sociais. A Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP), entidade de caráter cientifica cultural sem fins lucrativos, foi fundada em 19 de abril de 1980 com o intuito de lutar pela regulamentação da profissão, unir os profissionais da psicomotricidade e contribuir para o progresso da ciência. Para ela, a psicomotricidade é a disciplina que estuda o homem através de seu corpo em movimento, em relação com o mundo interno e externo com as possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Uma das finalidades da psicomotricidade é preparar a base para a educação daquelas capacidades indispensáveis à aprendizagem escolar, evitando dificuldades tão comuns à alfabetização. 20 Sob esta premissa, a psicomotricidade tem o objetivo de enxergar o ser humano em sua totalidade. O essencial é a intenção a significação e a expressão do movimento, traduzindo o psiquismo de cada indivíduo. A estimulação psicomotora adequada vem colaborar com instauração do sujeito, pois põe a criança em jogo com o objeto, com o meio e com ela própria. Tal estimulação levará o sujeito a experimentações concretas e significativas, possibilitando a ele manipular e se apropriar do meio em que está inserido, comunicando-se com ele; organizando-se e desorganizando-se, para chegar à construção de uma base sólida que o estruture enquanto sujeito. Porém, na ação concreta no brincar emita o papel social do outro. Esta capacidade de representação corporal do imaginário evoca o pensamento ativo, criativo e crítico. Mediante reflexão, a psicomotricidade oferecerá subsídios viáveis para enriquecer a prática do professor, bem como apontará que o brincar é o caminho para constantes mudanças que precisarão ser inseridas no cotidiano escolar potencializando o trabalho de prevenção e dificuldade aprendizagem. Especialistas, professores, pedagogos, concordam que através dos jogos e brincadeiras há um maior interesse nas atividades desenvolvidas por parte dos alunos. O jogo é um excelente recurso para facilitar a aprendizagem. Neste sentido, Carvalho (2007, p. 28) afirma que; [...] o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo. O ato de brincar é construtivo da natureza humana é o que nos torna capazes de lidar com a realidade e a amadurecer conceitos, dando significados aos acontecimentos do nosso mundo. Tempos atrás as crianças costumavam brincar nas ruas com vizinhos, amigos, primos, etc. sem que dessem muitas preocupações aos pais ou responsáveis. 1.5. A relação no âmbito da escola No transcorrer do presente trabalho é observado que os jogos e as brincadeiras são práxis e procedimentos indispensáveis e essenciais ao desenvolvimento da criança, pois eles permitem produção de conhecimento com alegria e diversão, se transformando em uma ferramenta facilitadora nos métodos pedagógicos educacionais. 21 Segundo Vásquez (1977, p. 241) a práxis pode ser descrita, a práxis é, na verdade, atividade teórico-prática; ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado material, propriamente prático, com a particularidade de que só parcialmente, por um processo de abstração, podemos separar, isolar um do outro. Assim, sem a consciência da prática, ou seja, sem a práxis, o professor não percebe que sua prática pedagógica, vai sendo construída pouco a pouco, sobre a base das interpretações das situações em que se vê envolvido em suas escolas e salas de aula e, do resultado das decisões que adota. De tal maneira que, se torna essencial ao entendimento dos métodos que abrangem a psicomotricidade, da mesma maneira que, seu uso no ambiente educacional, a educação psicomotora. Conforme Cauduro, as crianças se comunicam através de movimentos, aprende sobre si mesma, quem ela é e o que é capaz de fazer. “Antes mesmo de falar, a criança se comunica através de movimentos, da dança e dos ritmos. O desenvolvimento da criança é avaliado por meio desses movimentos” (CAUDURO, 2001, p. 46). Analisando a relevância destes estudos para o setor educacional, notadamente nos subsídios para a evolução de conhecimento dos alunos, entender o desenvolvimento da criança se faz necessário para a compreensão da trajetória do trabalho. 1.6. Desenvolvimento da criança Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível cognitivo, emocional, físico e do comportamento, por toda existência. A cada fase surgem características específicas. Existem métodos de medir o desenvolvimento que aplicamos a grande maioria das crianças para cada fase de desenvolvimento. Entretanto, cada criança é um indivíduo e pode haver diferenças nestas fases de desenvolvimento, sem se falar, propriamente, de problemas. Várias sociedades possuem sua ideia do que vem a ser criança. Esta forma depende de fatores como: classe social, religiosidade, cultura e educação. Um país de dimensões continentais como o Brasil mostra este posicionamento, devido as suas diferenças de regiões e classes econômicas. Uma criança pode ser considerada como trabalhadora que auxilia na renda familiar, uma criança da mesma idade é tratada com total diferença. 22 O desenvolvimento, portanto, é a reunião de métodos dinâmicos e sucessivos que acontecem no ser humano, desde o nascimento até sua morte, e que decorre da relação entre o sistema nervoso, o sistema neuromuscular, o sistema endócrino e o ambiente que circunda o indivíduo por toda sua vida. O desenvolvimento é considerado como a relação entre a hereditariedade e o ambiente ao longo do tempo. Os anos intermediários, entre os seis aos doze anos, são usualmente denominados como anos escolares, uma vez que a escola estabelece como rotina principal nesta fase da vida. Dos 6 aos 10 anos, as transformações físicas da criança ocorrem num ritmo mais lento. Onde fica perceptível o desenvolvimento intelectual. Aprender a ler e escrever abre o mais importante canal de comunicação com o mundo. Segundo Macedo (2015, p. 2). Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível cognitivo, emocional, físico e do comportamento, por toda existência. A cada fase surgem características específicas. Existem métodos de medir o desenvolvimento que aplicamos a grande maioria das crianças para cada fase de desenvolvimento. Entretanto, cada criança é um indivíduo e pode haver diferenças nestas fases de desenvolvimento, sem se falar, propriamente, de problemas. É hora de ajudar, estimulando as brincadeiras e promovendo muita leitura em família. Os avanços dessa época trazemalterações de humor. Chegou a hora de socializar. Os amigos ganham importância, embora os pais continuem sendo a referência principal. Durante o período de 6 a 12 anos, mudanças ocorrem no desenvolvimento das crianças, a saber: aprendizagem das funções do sexo, desenvolvimento da consciência, mudanças dos cuidados próprios, independência na tomada de decisão de atividades próprias, mudança de tarefas sociais relacionadas aos pais para o grupo de companheiros. Há desenvolvimento de uma escala de valores e internalização de regras, primeiramente transmitida pelos pais e depois pela escola e o contato com os amigos. Parece que da experiência em grupos aprende-se a necessidade de regras. A criança constrói regras quando controla seu relacionamento com o outro, coloca-se no lugar do outro percebendo o ponto de vista das ideias e dos sentimentos dos parceiros (reciprocidade). 23 As crianças possuem necessidades sociais e buscam outras crianças para a realização de suas atividades lúdicas. Esse processo permite que os sentimentos egoístas cedam lugar aos sentimentos de companheirismo. O desenvolvimento social envolve um procedimento de aumentar na criança a capacidade de agir, interagir e reagir afetivamente com as outras crianças e consigo mesmo. Um aspecto importante a ser considerado é a formação do autoconceito, o qual parte do princípio do que a criança sente e vê de que é capaz e do que não é capaz, percebe o certo e o errado, o bom e o ruim, possibilitado, de certa forma, através do jogo social. Deste modo, a partir do momento que a criança aprende sobre si mesmo, está em condições de participar de jogos e competições, pois está emocionalmente em condições de perceber o grupo e as demais pessoas. O jogo, a partir dos 6 anos, evolui para o jogo social, o qual equilibra a manifestação competitiva com a manifestação cooperativa, onde a criança começa a aprender que, para ter êxito na competição, é preciso cooperar. Esta manifestação ocorre até por volta dos 9 anos, quando a criança se torna mais sociável e os jogos cooperativos estão mais presentes. Entre os 10 e 12 anos, há inserção da criança dentro do grupo, há um sentimento de aceitação e de autoestima, os quais dependem, em boa parte, de sua participação dentro de seu grupo. A diversidade de oportunidades para constituir e discutir regras, a conformidade com as características do grupo, o desejo de ser aceito e ser o melhor contribuem para a aquisição de conhecimentos da criança. É de suma importância citar que dependendo do nível de estímulos a que uma criança é exposta ao longo de seu desenvolvimento, ela pode passar ou não pelas fases descritas e que o importante é respeitar a fase de maturidade cognitiva e motora das crianças visto que isso pode variar de uma para a outra. Então devemos propor jogos e brincadeiras referenciado na tabela abaixo; 24 Tabela: Desenvolvimento da criança de 06 a 10 anos. Fonte: MACEDO, (2015, p.15). Nessa fase, atividades que envolvem correr, pular e dançar ainda são indicadas. No entanto, propor brincadeiras que a desafiem pode fazer toda a diferença. Amarelinha, passa-anel e elefantinho de cor são brincadeiras que se encaixam nessas características. Tem a finalidade de estimular ao pensamento, com contas simples, regras a serem cumpridas, noções de causa e efeito e sequência de ideias. 25 Tabela: Desenvolvimento da criança de 10 a 12 anos. Fonte: MACEDO, (2015, p. 17). A criança já está maior e está se aproximando da adolescência. Nesse período é interessante que apresentem atividades que envolvam o esporte e deixem a criança escolher aquela que mais lhe agrada. Ela pode praticar natação, futebol, basquete, tênis, ginastica rítmica ou artes marciais. Muitas vezes, a própria escola oferece essas atividades. Com intuito de proporcionar oportunidades para conversas, exercício físico, jogos em grupo com regras, mas também flexibilidade para desenvolver a criatividade. 26 1.7. A importância da escola A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças (Mahoney, 2002). É nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e realizadas em sala de aula e fora dela (Rego, 2003). O sistema escolar, além de envolver uma gama de pessoas, com características diferenciadas, inclui um número significativo de interações contínuas e complexas, em função dos estágios de desenvolvimento do aluno. Trata-se de um ambiente multicultural que abrange também a construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade (Oliveira, 2000). A escola emerge, portanto, como uma instituição fundamental para o indivíduo e sua constituição, assim como para a evolução da sociedade e da humanidade (Rego, 2003). Como um microssistema da sociedade, ela não apenas reflete as transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes demandas do mundo globalizado. Uma de suas tarefas mais importantes, embora difícil de ser implementada, é preparar tanto, alunos como professores e pais para viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de conflitos interpessoais, cooperando para a metodologia de desenvolvimento do indivíduo. Desta maneira, o instituto escola se torna um ambiente excepcional para o prazer, com possibilidades de utilizar a psicomotricidade e o lúdico, já que ambas são companheiras essenciais para o desenvolvimento do educando. A partir de recreação e do movimento pelo prazer, o aluno pode ser encaminhado a uma aprendizagem significativa. Essa aprendizagem permite o desenvolvimento do pensamento, do discernimento, do simbolismo e dos sentimentos. O lúdico proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso, sendo uma tendência instintiva da criança. Ao brincar, a criança aumenta a independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular, desenvolve habilidades motoras, diminui a agressividade, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a inteligência emocional, aumenta a integração, promovendo, assim, o desenvolvimento sadio, o crescimento mental e a adaptação social. (DALLABONA, MENDES, p. 11). 27 A brincadeira é, então uma atividade que transforma o real, por assimilação quase pura às necessidades da criança, em razão dos seus interesses afetivos e cognitivos. O jogo, devido a abrangência de significados, é uma forma de expressão da linguagem afetiva e refere-se àquela cuja estrutura é o símbolo. Piaget (1998), caracteriza o brincar como uma atividade que reflete os estados internos do sujeito diante de uma realidade vivida ou imaginada (NICOLAU, 1998). Ante o exposto, cabe ao professor saber lidar com as ferramentas lúdicas e tecnológicas, intermediando junto aos educandos quanto a sua aplicação, valendo- se os pontos positivos destes recursos, levando o educando a realizar as atividades lúdicas dentro do contexto escolar, pois muitos têm somente esse espaço para brincar. 1.8. Psicomotricidade na escola. Neste ponto de vista, para que o docente apresente jogos ou brincadeiras no cotidiano de suas aulas e planeje atividades lúdicas, é necessário, que o docente tenha em mente que jogos e brincadeiras são fundamentais na percepção de novos conhecimentos, na formação do círculo social e na construção da identidade, sendo o conhecimento um ponto de partida no planejamento da ação docente. É imprescindível inserir jogos, recreação e brincadeiras nas práxis pedagógica no cotidiano da sala de aula. Contudo, essa prática nem sempre acontece como o professor planeja, pois advém diversos e sérios obstáculos. Diversas escolas não possuem profissionais qualificados em seu quadrodocente, competindo aos professores, realizar os jogos e brincadeiras com seus alunos, sendo que muitos professores têm dificuldades e assim deixam de proporcionar aos educandos estas ferramentas. Conforme Tavares (2011) apud Lordani e Souza (2013, p. 14), indica; Nesse caso, o grande problema é que, muitas vezes, a disciplina é malconduzida, pois esses professores se sentem despreparados, em virtude de a disciplina não fazer parte da grade curricular do curso de Magistério ou de Pedagogia em que eles se formaram. Por mais que no currículo esteja justificada a importância de se trabalhar conteúdos lúdicos com as crianças, a falta de preparo ou até mesmo o desconhecimento tornam essa experiência, tão importante para o desenvolvimento da criança, aspectos secundários na realidade escolar. (TAVARES et al, p. 19). Participar de jogos e brincadeiras, buscando vivenciar as emoções e desafios que são postos por estas atividades. Aplicar os conhecimentos adquiridos durante a realização dos jogos e brincadeiras, em futuras experiências de sala de aula. 28 • Construir ligações afetivas, expandindo as possibilidades de comunicação e socialização da criança. • Estimular a criança utilizar as diversas linguagens, seja corporal, musical, plástica, oral e escrita adaptadas às distintas finalidades e condições de comunicação, de forma a compreender e ser compreendida, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avanços no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez sua capacidade expressiva. • Impelir a criança a conhecer distintas divulgações culturais, observando as atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas, bem como de valorização da diversidade. Conforme o exposto anteriormente, se faz necessário ter conhecimento prévio dos conteúdos trabalhados pelo professor, procedimentos didático-pedagógicos que envolvem o conteúdo, que permitem ao aluno participar do processo de ensino e de aprendizagem. 1.9. Habilidades As habilidades conceituais da criança são ampliadas a partir dos jogos e brincadeiras e, portanto, do uso da imaginação. Ao brincar, a criança está sempre acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na realidade. Assim sendo, quando a criança imita os mais velhos em suas atividades culturalmente e/ou socialmente padronizadas, ela gera oportunidades para o seu próprio desenvolvimento intelectual. A utilização de jogos educativos no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, entre elas: Tabela: Principais funções psicomotoras. Fonte: BRÊTAS et. al. (2005). 29 A aquisição e desenvolvimento das habilidades, possibilita aos alunos mais oportunidades de expressar sua criatividade, produzindo cada vez mais e, assim, aumentando seu leque de produções e seu conhecimento nas mais diversas áreas. Fadel et al (2015, p. 17) ressaltam que teoricamente, educar significa: Preparar para que se adéquem ao mundo futuro, capacitando-as a trabalhar ativamente para melhorá-lo. Porém, existem evidências crescentes de estudos científicos, de pesquisas de empregadores, da opinião pública em geral e dos próprios educadores de que os sistemas de educação, globalmente, não estão cumprindo essa promessa – os estudantes muitas vezes não se encontram adequadamente preparados para alcançar o sucesso no mundo de hoje, quanto mais no futuro. Ainda nesse sentido FADEL et al. op. cit. expressa, Esta visão redefine a transferência do aprendizado como o uso produtivo de habilidades e motivações com a finalidade de preparar os estudantes para que aprendam em situações novas no mundo real ou ambientes ricos em recursos, do que simplesmente aprender com os desafios da vida real. Estudos mostram que os ambientes educacionais que enfatizam a participação ativa dos estudantes, que intensificam a autorregulação, que estimulam as habilidades de comunicação e reflexão e que são sociais e relevantes para o estudante (qualidades do caráter) também promovem com sucesso a transferência do aprendizado para novas situações. (FADEL, et al. p. 99 - 100). Para alcançar seus objetivos, os educadores precisam valer-se de recursos que os auxiliem na promoção do envolvimento dos alunos no processo ensino- aprendizagem, estimulando a comunicação e o raciocínio, bem como o pensamento crítico, a solução de problemas, a autonomia, dentre outras habilidades. 1.10. Recursos. A utilização de recursos humanos e materiais de relevância lúdica e pedagógica que colaborem para o desenvolvimento da criança, são de suma importância e devem ser estudados com antecedência para serem utilizados para obter os resultados desejados. Gómez (1997, p. 65) explana que existem estratégias as mais diversas, que possibilitam o uso adequado de recursos didático-pedagógicos nos ambientes escolares, tais como dinâmicas e técnicas de integração, histórias, teatralizações, exibições de imagens, exploração de sons diversos e o que a imaginação criar, respeitando sempre os limites de aceitação do público e adequação à faixa etária do público-alvo. 30 Tabela: Principais recursos didáticos utilizados no Brasil Fonte: Mello (2004). A partir desta idade o grau de desenvolvimento é avaliado principalmente pelo rendimento escolar, pela forma de adotar responsabilidades e pelos seus comportamentos sociais e morais. No final da idade escolar pode-se ter alguma ideia do que a criança será como um jovem adulto, e as mudanças que têm lugar durante a adolescência dependem, em grande parte, da pessoa em que a criança se tornou na idade escolar. 1.11. Benefícios. A Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações. Segundo Le Boulch (2007, p. 36), a educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas. Coordenação motora ampla: é o trabalho que vai apurar os movimentos dos membros superiores (braços, ombros, pescoço e cabeça) e inferiores (pernas, pés, quadris). As atividades envolvidas nesta prática dizem respeito à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança. 31 Coordenação motora fina: diz respeito aos trabalhos mais finos, aqueles que podem ser executados com o auxílio das mãos e dedos, especificamente aqueles com grande importância entre mãos e olhos. O autor formulou uma teoria geral do movimento, a Psicocinética, a partir da qual propõe aos educadores meios práticos para utilizar o movimento como uma das bases fundamentais da educação global da criança A boa desenvoltura da coordenação fina possibilitará uma escrita de boa qualidade, sendo possível observar, por exemplo, quando a criança pega água em um copo plástico sem derramar ou quando empregando a força necessária para pintar desenhos nas mais diferentes texturas e superfícies. Conforme Negrine (1995, p. 15), a educação psicomotora pode ser entendida como uma metodologia. A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogos adequados a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais (o ser é único, diferenciado e especial) e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial. De acordo com várias pesquisas, especialistas desta temática concordam que a psicomotricidade ampara e habilita melhor o educando para uma melhor apropriação dos conhecimentos transmitidos. De tal modo que, buscou-se trazer seus recursos para a sala de aula, na particularidade da educação psicomotora. Le Boulch (2007, p. 24), destacaa importância da psicomotricidade ser trabalhada na escola nas séries iniciais: A educação psicomotora deve ser enfatizada e iniciada na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolve a inteligência. Deve ser praticada desde a mais tenra idade, conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas. O autor revela a importância da psicomotricidade na escola permitindo entender a relevância e o papel primordial dos profissionais da educação física nas séries iniciais. Compreende-se que a principal finalidade da educação psicomotora não se prende a percepção do aluno sobre uma imagem do seu corpo, isto é, educação psicomotora não se restringe somente ao conteúdo, mas ajuda no discernimento fundamental da conexão entre as partes e a totalidade do corpo, compondo uma unidade organizada, instrumento da relação com a realidade. 32 Bem como, a ludicidade incluída no contexto educacional resulta na presença da recreação e do bem-estar no dia-a-dia das aulas, além de transmitir a sensação de liberdade para o aluno. Para os educandos dos anos iniciais, o anseio é que a escola proporcione oportunidades, tanto para o aprender, como tenha espaço para o brincar, sem que com isso a escola precisasse ser transformada em um parque de diversões, mas que a ludicidade tivesse espaço garantido, enquanto forma de demonstração da cultura e aprendizagem. Diante do exposto, é inegável a contribuição que jogos, brincadeiras e recreação podem dar à educação, uma vez que permite o desenvolvimento cognitivo, moral, social, motor, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, confere suas habilidades, estimulando a autoconfiança, proporcionando aprendizagem, concentração, dentre outras coisas, das quais são essenciais à saúde física, emocional e intelectual da criança. 33 2. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS. O objetivo deste trabalho foi ressaltar e rever por meio da bibliografia existente, os estudos relativos à ludicidade voltadas à psicomotricidade, com a finalidade de contribuir e favorecer o desempenho geral dos alunos. Para esse feito foram discriminados alguns elementos importantes que podem ser trabalhados com os alunos. Identificou-se as linguagens que podem colaborar na educação lúdica. Destacamos a legislação pertinente a educação lúdica. Inúmeras obras de conceituados autores, destaque para Brougère (2010), Freinet (2004), Fröbel (2001), Piaget (1998), Rousseau (2017), Vygotsky (2007), Wallon (1989), demonstram a grande relevância da ludicidade para o crescimento cognitivo, contudo infelizmente, mesmo com toda produção literária, ainda assim, não houve sucesso em mudar concepções e práticas educativas que limitam a ludicidade a uma simples atividade paralela, sem grande valor no contexto formativo da criança. Durante os dois anos em que estou estagiando na EMEF Almirante Tamandaré, pode-se observar, que em três salas de primeiros anos, todas elas não conseguiram a totalidade de alfabetização da sala de aula, na primeira sala ficaram 4 alunos, na segunda 10 alunos sem a devida alfabetização e na terceira ainda em curso, mas já é possível perceber que vários educandos que possuem muitas dificuldades, também terminarão o ano letivo sem a devida alfabetização, visto que, nos segundos e terceiros anos ainda hoje tem crianças que não foram alfabetizadas e nem letradas. Contudo, as poucas vezes que algum professor utilizou a ludicidade o aprendizado ficou mais leve, quando utilizado a metodologia lúdica, percebo que os educandos têm maior interesse e curiosidade, a aula se torna mais dinâmica e flui com maior facilidade. Parece que estão brincando e de repente percebem que estão aprendendo e isso se torna prazeroso para os educandos bem como para nós professores educadores. A ausência de estímulos com que vejo os professores dos primeiros anos trabalharem a ludicidade, nada além de utilizar o tempo todo a alfabetização tradicional, sem aplicar a metodologia lúdica em suas aulas. A meu ver, a ludicidade, alfabetização e letramento tem que caminhar sempre juntos, não podendo haver dicotomia. Hoje os educadores chegam muito imaturos à docência, e recebem uma enorme carga de informações, percebo que possuem muitas dificuldades, principalmente quando trabalhado na metodologia tradicional. 34 A partir de uma visão crítica elaborada observando as pesquisas e anotações, é razoável refletir que, os jogos e as brincadeiras na qualidade de objeto de ensino que proporcionam o incremento e da importância as vivências do educando, a sua cultura e a valorização do conhecimento fundamentada no contato com o ambiente, solucionando adversidades e dificuldades e proporcionando novas maneiras de ação. Durante todo o estudo percebeu-se que o lúdico é de fundamental importância para o bom desenvolvimento da criança, é através de brincadeiras, músicas e outros que o processo de ensino-aprendizagem se torna mais enriquecido. A ludicidade por meio de brincadeiras e depois através dos jogos está presente na vida do ser humano, principalmente nos primeiros anos de vida. Sendo que através da brincadeira, será capaz de aperfeiçoar seu conhecimento trabalhando suas limitações acrescentando conhecimento a suas aptidões físicas e desenvolturas sociais assim como o afeto e a cognição. Sendo uma forma de expressão a criança possibilita uma comunicação consigo e com o meio que vive. Considerada uma atividade universal, a brincadeira traz características peculiares possibilitando um ganho de experiências em contexto social, cultural e histórico. A aplicação da ludicidade é uma metodologia excelente para a valorização da aprendizagem onde as práticas lúdicas permitem a construção de valores já aprendidos e, com certeza, auxiliam na absorção de novas informações, ampliando assim, a sociabilidade e a imaginação. Isto porque, quando a criança ingressa na escola, ela experimenta um significativo choque físico-mental, porque, até então, sua vida era voltada aos brinquedos e ao seu ambiente familiar. Na escola, a criança é obrigada a ficar ao longo de muitas horas em cadeiras escolares não apropriados e é impossibilitada de se agir livremente, pela obrigação de se sujeitar à disciplina escolar, gerando uma recusa em vir para escola. A realidade não está somente no total descontentamento pelo recinto ou pela diferente fase de vida, mas sim por esse novo ambiente, não ter suas atividades preferidas e a segurança do ambiente familiar. A psicomotricidade é a integração das funções motrizes e mentais, sob o efeito do desenvolvimento do sistema nervoso, destacando as relações existentes entre a motricidade, a mente e a afetividade do indivíduo, também indicado no Ministério da Educação e Cultura (MEC, 1996). 35 A psicomotricidade melhora as dificuldades de aprendizagem, estimulado com a priorização na educação infantil, muitos dos problemas desde a educação de base até a series iniciais seriam amenizados. Para isso é necessário incentivo mediante a equipe pedagógica e a dedicação por parte do professor. Entende-se que propuser as atividades que instiguem a todos ao movimento corporal no processo de aprendizagem, a criança atingirá todo o processo de ensino aprendizagem. Os jogos e brincadeiras são algumas das possíveis expressões do movimento corporal que deve ser proposto e oferecido em conformidade com a capacidade do educando. Compete ao professor, considerar as particularidades de cada um dos alunos na propositura dos jogos e brincadeiras em relação aos objetivos da escola, das exigências da legislação e por fim da educação. Fica evidente que os jogose brincadeiras são importante e indispensável para o trabalho de fazer o brincar responsável desde as series iniciais ficando mais fácil trabalhar a alfabetização partindo do brincar, utilizando tanto os jogos como as brincadeiras para desenvolver no educando princípios éticos equilibrados com o físico e comportamento humano. Examinando as características da evolução da psicomotricidade e da ludicidade bem como os estudos de autores supracitados, percebe-se que é de relevante dimensão a relação entre ludicidade e psicomotricidade na educação da criança. Tal relacionamento é um procedimento extremamente vantajoso ao processo educativo sendo que a psicomotricidade ligada a ludicidade permite uma enorme e real proposta de desenvolvimento global nas atividades educativas. Observa-se que a mais aconselhável forma de incorporar a psicomotricidade e ludicidade de modo edificante e didática, considerando todos os domínios do educando, é por meio de jogos. Os jogos atuam sobre o corpo e a raciocínio dos educandos e possibilitam a sociabilidade, a autonomia e o pensamento crítico, favorecem a comunicação entre os educandos e bem como com a sociedade. A psicomotricidade e a ludicidade, então, agem como fatores fundamentais para ser trabalhado desde os primeiros anos de vida da criança, até a fase adulta, está presente nas escolas, mas não é executado como deveria acontecer no cotidiano da criança na sala de aula, sem muito incentivo pedagógico, o professor não coloca em prática as atividades que é de grande importância para o desenvolvimento psicossocial, afetivo e intelecto. 36 A educação possui várias funções, dentre elas a de formar a consciência afetiva e social, o indivíduo que age de maneira integrada e mais sociável, administra melhor suas emoções, portanto, o trabalho da mente e do corpo de maneira lúdica favorece a formação de pessoas melhores, saudáveis e mais produtivas. Concluindo o desafio da educação hoje é buscar o sucesso na tarefa de ensinar a ler, escrever, calcular, interpretar e transformar o meio ambiente, os mundos do trabalho, da cultura e das linguagens que os expressam. A escola supera esses desafios quando está comprometida com o desenvolvimento pleno, nos aspectos físico, intelectual, sócio- afetivo, psicomotor, das crianças com uma identidade própria, num tempo e espaço em frequente modificação. Portanto, para que isso ocorra de forma produtiva, é importante que não se desvalorize o movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento estruturado e formalizado, ignorando as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como formas indispensáveis na estimulação da atividade construtiva da criança. Concluir significa findar, sedimentar, acabar... mais do que isso significa também afirmar, deduzir a partir do que foi encontrado em uma determinada realidade. E a seguinte pergunta pode ser feita: qual o sentido dos resultados conclusivos desta pesquisa? Seriam estes indiscutíveis e finais? Talvez estáticos num contexto que direciona os princípios inclusivos da escola para longe dos ideais de exclusão social de nosso país? Seria este mais um estudo sobre o processo de inclusão tão presente em pesquisas na atualidade? Após o término desta pesquisa, o hoje, nos conferiu a elucidação do passado, e a perspectiva da educação em que a ressignificação das intenções e propósitos na educação nos promova a dividir dialogicamente os resultados com todos aqueles que buscam uma educação pública de qualidade. Foi, e é, intencional deixar proposições como forma de deixar marcas a serem refletidas nos projetos pessoais e coletivos de nossos leitores dotados de vontades e de aspirações profissionais, num movimento de integração entre o discurso e a ação cotidiana. 37 REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informação e Documentação, Referenciais e Apresentação: NBR 6023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. Disponível em <http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/abntnbr6023 .pdf> acesso em 04 maio 2018. ANTUNES, Celso. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Petrópolis; 15. ed. Vozes, 2003. 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