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Metodologias Ativas I

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Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Elisa Tomoe Moriya Schlünzen
Prof.ª Dr.ª Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos
Prof.ª Dr.ª Paula Mesquita Melques
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Metodologias ativas
1
Metodologias ativas
Metodologias AtivasUNIDADE 
Contextualização
Vamos continuar a nossa jornada em busca do conhecimento.
Para começar este módulo, vou apresentar a você alguns con-
ceitos históricos sobre as metodologias ativas e os principais 
autores que colaboraram para que o processo de aprendizagem 
e a prática docente fossem evoluindo ao longo do tempo. 
É importante que você compreenda os assuntos aqui apresenta-
dos para que entenda qual a abordagem de aprendizagem que 
melhor se encaixa com a sua prática docente.
A proposta de um trabalho educacional que propicie uma forma-
ção humana centrada em conceitos como cidadania, espírito crítico 
e reflexivo, competência e inovação, tem se tornado frequente nos 
discursos corporativos e em âmbito universitário.
Para além do discurso, inquietações e perguntas como: Que tipo de 
sociedade se quer construir? Qual o ser humano que queremos edu-
car? Educar para quê? Quem educa?, amplificam o debate e geram 
demandas emergentes.
O pesquisador Ubiratan D’Ambrósio define educação como “Uma 
estratégia adotada pelas sociedades para permitir que os indivíduos 
sejam criativos, atinjam o máximo de suas capacidades e que sejam, 
socialmente, capazes de cooperar com o próximo em ações comuns” 
(1998, p. 242).
A Constituição Federal Brasileira de 1988, no artigo 205, assegura 
a Educação como direito de todos, dever do Estado e da família, de-
vendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Tomando por base a educação como um direito de todos os cidadãos 
brasileiros, e as perguntas colocadas no início desta contextualização, 
passamos a nos questionar sobre a chamada “Gramática da Escola”.
Os autores Tyack e Cuban (1995) indicam que essa Gramática con-
siste em um conjunto persistente de características organizacionais e 
de estruturas que, para além de todas as reformas e mudanças, man-
têm um padrão de modelo escolar em que perduram elementos de 
uniformização e repressão da diversidade para a construção de uma 
única identidade.
2
No contexto atual, chamado de Era Digital, a Gramática da Escola 
passa por um momento de instabilidade e desafio, uma vez que a socie-
dade globalizada exige que as pessoas não sejam expectadoras passivas, 
mas construam seu próprio conhecimento a partir das várias e diversas 
informações presentes em todos os lugares. Para que isso aconteça, 
portanto, a Gramática da Escola deve ser revista e reconstruída.
As inovações tecnológicas estão modificando a sociedade de tal 
forma que hoje há novas configurações de espaço, de tempo, de rela-
ções sociais, culturais, morais, políticas e econômicas. Surge um novo 
tipo de cidadão, com diferentes hábitos, diferentes interesses, diferen-
tes formas de pensar e de agir (PEREZ GOMEZ, 2001).
Desde o final do século XIX, pensadores clássicos como John 
Dewey, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henry Wallon e outros já aponta-
vam para a premissa de uma reconfiguração dos processos de ensinar 
e de aprender.
Ao propor metodologias centradas nos estudantes, com base na re-
solução de problemas e/ou descoberta de fenômenos, em processos 
colaborativos de aprendizagem, as ideias desses e de outros autores 
já apontavam a possibilidade de desenvolver uma cidadania crítica e 
participativa por meio da Educação Formal.
Diante dessas perspectivas, é importante pensar, refletir e avaliar a 
Prática Pedagógica, trazendo para o cerne das discussões as metodo-
logias que alavanquem as habilidades dos estudantes, tendo em vista 
que, diante de diversos meios de obtenção de informações, deve-se 
trabalhar com os estudantes para a sistematização e a formalização do 
conhecimento, por meio de questionamentos, estímulos, articulação 
de experiências com os conceitos e valorização das diferenças.
A partir dessa proposta é que será direcionada a leitura deste módulo.
Ensino e Aprendizagem: Abordagens
Abordagens de Ensino são definidas com base em estudos sobre 
como se configura e se constrói o conhecimento humano, que tem, 
em sua origem e desenvolvimento, referenciais e estímulos que deter-
minam a sua configuração.
Pode-se afirmar, diante disso, que o motivo que condiciona a cons-
trução do conhecimento humano são os elementos que fazem parte 
do seu contexto, a exemplo da cultura, da sociedade e da Educação.
Em Educação, a relação entre o ensino e a aprendizagem é fonte 
de pesquisas ao longo da história, desde que a didática e as formas 
3
Metodologias AtivasUNIDADE 
com que os seres humanos incorporam os estímulos vivenciados, ge-
rando aprendizado, passaram a ser problematizadas. O ensino é um 
ato intencional, que pode ou não ter as suas consequências na apren-
dizagem planejadas, a priori.
Em relação às abordagens de ensino, Mizukami (1986) esclarece 
que algumas delas apresentam claro referencial filosófico e psicológi-
co, enquanto outras são mais intuitivas ou fundamentadas na própria 
prática ou na imitação de modelos.
Com isso, as consequências da ação educativa, a partir das abor-
dagens, sempre têm um referencial teórico implícito ou explícito que 
vai fundamentar a visão de mundo, dos sujeitos, da aprendizagem, de 
cultura, de sociedade e de conhecimento.
Esse referencial teórico que caracteriza a ação educativa são as 
abordagens, tendências ou linhas pedagógicas, ou seja, o referencial 
que sustenta essa visão e que pode e deve oferecer diretrizes para a 
ação docente.
Segundo Mizukami (1986), as abordagens que foram se configu-
rando ao longo da história da Educação brasileira são: tradicional, 
comportamentalista, humanista, sociocultural e cognitivista.
Na abordagem tradicional, de caráter liberalista, a ação educativa 
é caracterizada pela transmissão de informações que a humanidade 
acumulou ao longo dos tempos. O professor, detentor dessas informa-
ções, executa uma prática transmissiva e o estudante, em um papel de 
aluno, recebe-as. O objeto do ensino, que é o conteúdo, é meramente 
“depositado” nos sujeitos, além disso, os conteúdos não fazem parte 
da realidade ou do cotidiano dos estudantes.
A abordagem comportamentalista tem bases sociológicas, uma vez 
que compreende o ensino como determinante para moldar o comporta-
mento social dos indivíduos. Por isso, os objetivos de ensino são estabe-
lecidos a partir do condicionamento que podem inferir nos estudantes.
De acordo com Libâneo (1982), essa abordagem tem ênfase na tec-
nologia educacional, no sentido tecnicista, e o conceito da abordagem 
está diretamente ligado às máquinas de ensinar de Skinner, que fazem 
referência à abordagem instrucionista de ensino, na qual, de acordo 
com Schlünzen (2000), o computador exerce a função de quem trans-
mite a informação por meio de um programa, ou seja, ele cumpre um 
papel semelhante ao de um professor que passa as informações.
No caso da abordagem humanista, ao invés de o enfoque ser 
dado ao conteúdo ou às ferramentas de ensino, ele é voltado ao sujei-
to. O ensino passa a ser centrado no estudante e o objetivo é o cresci-
mento do indivíduo e a organização pessoal da realidade, a fim de que 
4
a pessoa se desenvolva em múltiplos aspectos. O professor, diferen-
temente da abordagem tradicionalista, na qual é um mero transmis-
sor de informações, ou na abordagem comportamentalista, na qual 
é somente um organizador de conteúdos, passa a ser um “facilitador 
da aprendizagem”, devendo fornecer meios, estímulos e instrumentos 
para que o estudante aprenda.
De acordo com Saviani (1984), essa abordagem é caracterizada 
como pedagogia nova e é a primeira com tendência não diretiva e 
antiautoritária de ensino.
Outra abordagem definida por Mizukami (1986) é a sociocultural,
quetem origem no trabalho de Freire (1970) e na alfabetização de 
adultos. A abordagem considera que a ação educativa não deve ser 
restrita à Educação Formal e que a Educação é um ato político, que 
proporciona ao indivíduo uma visão crítica do mundo e da realidade 
que ele pode transformar e melhorar. Bordenave (1984) define essa 
abordagem como a “Pedagogia da Problematização”.
Finalmente, Mizukami (1986) define a abordagem cognitivista,
em que a organização do conhecimento é elemento central do pro-
cesso de ensino. Conhecida também como abordagem piagetiana, 
seu enfoque se dá no caráter interacionista entre sujeito e objeto, e a 
aprendizagem é decorrente da assimilação e da modificação das estru-
turas mentais já existentes.
Bordenave (1984) também relaciona a abordagem cognitivista à 
pedagogia da problematização, uma vez que seu foco está na valori-
zação do processo de transformação dos sujeitos como agentes trans-
formadores de sua própria realidade. Nesse sentido, o estudante é um 
sujeito ativo e transformador, o que gera um “entusiasmo construti-
vo”, ou seja, uma motivação para a descoberta e a aprendizagem.
Neste link, Mizukami faz um quadro-resumo sobre as características das abordagens de 
ensino e como elas se relacionam: https://goo.gl/Pt83YX. 
A sua prática pedagógica possui um referencial teórico implíci-
to ou explícito que fundamenta as suas ações? Você consegue 
identificar relações entre a sua prática e as abordagens apresen-
tadas? A abordagem de ensino que você utiliza tem possibilitado 
que o seu público-alvo construa, de fato, o conhecimento?
Portanto, vamos falar agora de Aprendizagem 
Baseada em Problemas ou problematização.
5
Metodologias AtivasUNIDADE 
Aprendizagem Baseada 
em Problemas
A Aprendizagem Baseada em Problemas é uma estratégia em que 
os alunos devem trabalhar com o objetivo de resolver um problema. 
É uma metodologia centrada no estudante, ou metodologia ativa de 
aprendizagem; por isso o estudante não é um receptor passivo de in-
formações, mas atua como responsável por sua aprendizagem.
O professor não trabalha direcionando tarefas de ensino; sua fun-
ção é a de mediar a construção do conhecimento e não centralizar o 
saber. No entanto, estimular o espírito ativo do estudante não é fácil. 
O professor deve elaborar estratégias para a apresentação dos proble-
mas, que serão o ponto de partida da metodologia.
Na dinâmica da ABP, o estudante deve passar por mudanças profun-
das em sua postura, pois se vê diante da quebra de um paradigma que 
vigora desde os primeiros anos de sua formação na Educação Básica.
O processo do PBL começa com a apresentação de um problema, 
sem qualquer instrução prévia acerca de informações relacionadas à 
sua solução. A finalidade do problema é fazer com que o estudante 
estude o conteúdo relacionado a ele.
Identi�car os fatos Gerar hipóteses Identi�carde�ciências
Cenário do
Problema
PRIMEIRO MOMENTO (Formular e Analisar o Problema)
SEGUNDO MOMENTO (Estudo Autodirigido)
PROBLEMA NÃO RESOLVIDO PROBLEMA RESOLVIDO
TERCEIRO MOMENTO 
De�nição de
Estratégias
Busca de Novas
Informações
Aplicar novos
Conhecimentos
Discussão e
Avaliação CONCLUSÃO
Etapas da Aprendizagem Baseada em Problemas
6
Para buscar as alternativas pertinentes ao problema, os estudantes 
devem trabalhar em pequenos grupos: analisam o problema e deter-
minam as questões que se apresentam, buscando informações neces-
sárias para solucioná-lo. Assim, organizam questões de aprendizagem 
e a partir delas estudam o assunto antes de retornar ao grupo para 
compartilhar suas descobertas e aplicá-las na resolução do problema 
(MAMEDE, 2001).
Para trabalhar com a Aprendizagem Baseada em Problemas, 
quais devem ser as caraterísticas do problema para que a abor-
dagem atinja o seu propósito?
Após compartilhar as descobertas e resolver o problema, a fase 
final compreende uma tarefa reflexiva, em que é estimulada a auto-
avaliação e a avaliação por pares no que se refere à construção de 
conhecimentos e aquisição de habilidades (RIBEIRO, 2008).
Para exemplificar uma possibilidade de aplicação, daremos a dica 
do uso talvez mais popular para a sistematização do PBL, que é o 
referencial dos “sete passos”, instituído pela Universidade de Maas-
tricht, na Holanda, desde sua criação nos anos 1970 (DEELMAN; 
HOEBERIGS, 2009).
O “Referencial de Maastricht” recomenda que, ao receber a situ-
ação-problema, o grupo busque solucioná-la, seguindo sete etapas:
1. Leitura da situação-problema e esclarecimento de termos 
desconhecidos;
2. Identifi cação do problema proposto pelo enunciado;
3. Discussão do problema e formulação de hipóteses para re-
solvê-lo;
4. Resumo das hipóteses;
5. Formulação dos objetivos de aprendizagem. Com base nos 
conhecimentos prévios. são identifi cados os assuntos que de-
vem ser estudados para a resolução do problema;
6. Estudo autônomo dos assuntos levantados no passo anterior;
7. Retorno ao grupo tutorial para discutir novamente o proble-
ma à luz dos novos conhecimentos adquiridos na fase de es-
tudo autônomo (BERBEL, 1998, p. 145-147).
Para ler o artigo e saber mais sobre essas etapas, acesse: https://goo.gl/6qT1Y1
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Metodologias AtivasUNIDADE 
De acordo com Berbel (1998), os sete passos da Aprendizagem 
Baseada em Problemas compreendem duas fases: a primeira é orga-
nizada a partir da discussão focada na identificação do problema, ela-
boração de hipóteses de solução e identificação de assuntos relevantes 
para a solução dos problemas.
A segunda propõe que os conhecimentos prévios sejam confron-
tados com os conhecimentos científicos que o estudante buscou de 
forma autônoma. De volta ao grupo, o problema deve ser discutido 
novamente e as informações devem ser integradas para resolvê-lo.
Embora siga essas características, existe uma proposta de amplia-
ção do PBL usando como estratégia o desenvolvimento de projetos.
O trabalho com Projetos ou Pedagogia de Projetos é uma estratégia 
que possibilita, entre outros aspectos, que o conhecimento seja cons-
truído a partir de um tema gerador, que é definido pelo professor em 
parceria com os estudantes, conforme poderemos observar a seguir.
A Aprendizagem Baseada em Problemas é uma metodologia ati-
va que proporciona ao aluno o desenvolvimento do pensamento 
crítico e estimula a resolução de problemas. Essas habilidades 
são consideradas essenciais para os profissionais do século XXI.
Agora, vamos para a próxima metodologia, que: aprendizagem 
Baseada em Projetos!
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