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DISCIPLINA: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA AULA 3 Prof. Ernani João Silva 2 CONVERSA INICIAL Neste encontro, vamos estudar a importância da Teoria da Firma pela ótica do paradigma econômico neoclássico, no processo da AVEF, por meio de cinco temas principais: identidade da teoria da firma; teoria da produção: viabilidade produtiva; teoria do custo: eficiência do gasto; teoria do rendimento: a viabilidade da receita; teoria da firma: a maximização do resultado. Com base nesses temas, você será capaz de compreender a relevância da economia para a AVEF e terá um arcabouço teórico importante para entender o conceito contábil do custo/volume/lucro, que será abordado na aula 4. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO A análise de viabilidade econômico-financeira busca, entre outras questões, a compreensão sobre o fluxo de recursos de financiamento e investimento das entidades que lhe são objeto de estudo. E como esses fluxos são oriundos de decisões de atores econômicos rotulados de gestores, a área do conhecimento humano denominada de Economia pode ser uma aliada interessante no processo de análise. Por quê? Porque esses gestores são agentes racionais que buscam maximizar seus interesses próprios e/ou daqueles de quem são representantes. Nesse sentido, as teorias econômicas podem servir ao analista de viabilidade como fonte de argumentos normativos e positivistas importantes aos objetivos de seu estudo, uma vez que a Economia é o campo do saber que se ocupa em observar e entender elementos das questões micro e macroeconômicas presentes no dia a dia de uma entidade. Por sinal, elas guiam os gestores nas decisões quanto à forma de uso do conjunto de recursos escassos e a eles confiando o capital. Por fim, resta apresentar que, entre as inúmeras possibilidades que a Economia nos oferta, vamos nos ater, nesta aula, em estudar aquela que atende à pauta, que, por certo, é mais comum nas reuniões de uma empresa: como maximizar o lucro com os recursos que agora estão disponíveis? Assim, vamos estudar aqui a Teoria da Firma pela ótica neoclássica. 3 PESQUISE O diretor da empresa “Nós vamos ter sucesso Ltda.” reuniu sua equipe de gerentes para buscar alternativas a fim de maximizar o lucro da empresa. O gerente de produção defendeu que a solução era fazer a fábrica trabalhar até atingir um volume de produção em que a eficiência das instalações fosse máxima. O gerente de custo disse que não, a resposta certa era produzir até o ponto em que o custo por produto fosse mínimo. O gerente de venda falou que todos estavam errados, pois a resposta certa era produzir uma quantidade que permitisse a empresa atingir a receita máxima de venda disponível no mercado. O diretor, olhando as propostas fornecidas, disse que, infelizmente, nenhuma delas estava correta para o foco da reunião. Por que será que ele disse isso? Pense a respeito, pois, no final da aula, vamos voltar ao assunto. TEMA 01: A ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA SEGUNDO A PERCEPÇÃO DO PARADIGMA NEOCLÁSSICO Neste tema, vamos estudar, de forma ampla, o que é a teoria da firma da escola econômica neoclássica. Nesse sentido, veremos que essa teoria é, na verdade, um conjunto de três outras teorias, as quais, juntas, buscam determinar a quantidade de ativos que devem ser transacionados para que uma empresa possa maximizar seus ganhos econômicos. Ou seja, vamos trabalhar quais são os elementos paradigmáticos neoclássicos que avaliam a viabilidade econômica de uma empresa. Antes de tudo, vamos começar vendo qual é o motivo que torna essa visão econômica da empresa algo relevante para a Análise de Viabilidade Econômica Financeira (AVEF). Segundo o Prof. Masakazu Hoji (2016), pela ótica financeira, o objetivo principal de uma empresa com fins lucrativos é a maximização de seu valor de mercado. Por quê? Oras, porque, assim, a riqueza dos proprietários dessa entidade estará sendo aumentada, sejam eles os acionistas nas sociedades por ações, sejam os sócios nas sociedades por cotas. Esse aumento da riqueza não pode ser qualquer valor monetário com sinal positivo, tem que ser em um nível em que estes investidores acreditem que o retorno recebido compensa as oportunidades perdidas e os riscos incorridos ao entregarem seu capital para a empresa. 4 O que fomenta a ação destes agentes, segundo o paradigma neoclássico, é a busca do próprio bem-estar. Um axioma este que a escola neoclássica herdou dos primeiros economistas da era moderna, os clássicos. Segundo seu líder, Adam Smith, a racionalidade empresarial precisava ser interpretada pela seguinte lógica: Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua humanidade, mas à sua autoestima, e nunca lhes falamos das nossas próprias necessidades, mas das vantagens que advirão para eles. (ADAM SMITH apud COFECON, 2011). Segundo essa linha de pensamento, para uma empresa obter o capital que precisa de um investidor, é necessário, acima de tudo, mostrar para este as vantagens que a operação lhe dará. Agora, não pense que demonstrar um resultado econômico favorável pretérito é suficiente para satisfazer os ânimos dos donos do capital. Para esses agentes econômicos, o futuro de um investimento é o elemento mister de preocupação. A ideia é mais ou menos esta: Uma empresa é um sistema aberto e dinâmico; assim, somente será um empreendimento viável se for capaz de responder, na forma e velocidade certas, o que o mercado exige. Segundo Souza e Clemente (2011), cabe aos gestores tomarem as decisões certas para maximizar a criação de valor para a empresa, por meio de estratégias que demonstrem, para esses investidores, que os recursos estão sendo organizados para essa realidade competitiva do mercado. Caso contrário, a empresa, por certo, perderá os capitais já investidos e não conseguirá novas fontes de recursos. É nesse ponto que entra a “Teoria das firmas”! A escola neoclássica parte da premissa de que os agentes são seres racionais substantivos. Isso significa dizer que, para esta escola econômica, os gestores, os investidores, os clientes e demais membros do mercado não apresentam qualquer limitação para compreenderem o que está ocorrendo e, dessa forma, sempre tomam a melhor decisão possível. Além disso, toda informação útil, para o pressuposto dessa escola, se encontra disponível para todos os agentes. Nessa análise, o foco é verificar como a firma está preparada segundo esses dados disponibilizados. E, para tanto, esse ambiente de racionalidade ilimitada é analisado por meio de três níveis teóricos específicos: 5 “[...] a teoria da produção, a teoria dos custos, a análise dos rendimentos da firma” (Pinho e Vasconcellos, 2003, p.160). A “Teoria da produção”, entre outras contribuições, é a base para a análise dos custos por meio do estudo da eficiência de produção. Já a “Teoria dos custos” é a análise mais profunda da relação da produção e dos gastos monetários que são necessários para que essa produção ocorra. Por fim, a “Análise de rendimento” é o segmento que se preocupa em estudar o rendimento gerado para cada volume de produção realizado por uma firma, dada a resposta do mercado para o preço ofertado. Ou seja, a “Teoria das firmas” neoclássica é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento da firma por meio da produção, que, por sua vez, é definida com base nos custos e rendimentos que necessita e gera, com vistas à obtenção e à maximização do lucro – nesse estudo, nosso foco será o curto prazo. Cada uma das teorias fornece um tipo de contribuição para o entendimento do potencial de eficiência de uma empresa. A teoria da produção informa, entre outrositens, a quantidade de produção na qual a empresa terá a máxima eficiência no uso dos recursos variáveis, a máxima eficiência no uso dos recursos fixos e, também, quando ela será inviável como entidade produtiva racional. A teoria do custo permite entendermos qual é o comportamento do custo se não produzirmos nada, se produzirmos pouco ou muito e, também, localizar onde o custo é mínimo por unidade produzida e onde o custo é inviável pela percepção racional do uso do capital. A teoria do rendimento nos informa, por meio de uma curva de receita, como a unificação do mercado e da firma, isto é, como o preço praticado pela empresa influencia a intensão de compra dos clientes. Por fim, a unificação dessas três teorias nos permite analisar as áreas em que a empresa terá prejuízo, equilíbrio (nem lucro, nem prejuízo) e lucro (crescente, máximo, decrescente), à medida que altera seu nível de operação. Convenhamos que, no mínimo, isso é bem interessante para uma AVEF. Ah! Antes de encerrarmos esta visão geral sobre a teoria da firma neoclássica, precisamos avisar que sua lógica está sustentada na premissa de que os agentes realizam suas escolhas com base na utilidade marginal. Você tem razão, parece algo complicado... então, vamos tentar entender por meio de um exemplo simples: Imagine que uma pessoa está perdida no deserto e tem muita sede. Em 6 troca de um copo de água gelada, se a sede for realmente muito grande, por certo, trocaria a própria casa por ele. O motivo? Naquele momento de ausência de água, um copo de água teria uma utilidade enorme para a pessoa. No entanto, após tomar um grande copo de água, a utilidade de um segundo copo seria menor, talvez valesse para essa mesma pessoa, por exemplo, apenas um carro. Após dois copos, um terceiro copo de água, com certeza, teria uma utilidade ainda menor, e assim por diante. Ou seja, utilidade marginal é uma análise do nível do benefício que agrega o incremento de uma unidade de algo considerando o valor anterior. Essa ideia será utilizada para analises de produção, custo e renda que veremos a seguir. TEMA 02: TEORIA DA PRODUÇÃO PARA PROJEÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA NO CURTO PRAZO ECONÔMICO Nesta aula, abordaremos a primeira das três teorias que compõem a Teoria da Firma: a teoria da produção. Vamos estudar como os fatores produtivos podem ser divididos em fixo e variáveis, conforme o horizonte temporal. Veremos que o foco da teoria da produção está em determinar as regiões produtivas que possibilitem que uma empresa seja um empreendimento viável em uma análise econômica por utilizar adequadamente seus recursos produtivos. A produção é a “transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado” (PINHO E VASCONCELLOS, 2003, p. 161). Ou seja, uma entidade adquire recursos – por exemplo, trabalho, máquinas, matéria-prima, entre outros – para combiná-los de tal forma que produzam um determinado volume de um bem. Esse volume, segundo a teoria da firma, deve ser em um nível em que ocorra o uso racional dos fatores, a fim de maximizar o processo de produção dentro das imposições do mercado, tanto do consumidor quanto do concorrente. Assim, a definição do que são funções de produção, bem como de seu pressuposto, pode ser feita da seguinte forma: [...] descrevem o que é tecnicamente viável quando a empresa opera eficientemente, ou seja, quando utiliza cada combinação de insumo da forma mais eficaz possível. Suposição de que a produção seja sempre tecnicamente eficiente não é constantemente válida; porém, é razoável esperar que empresas que busquem lucros não desperdicem recursos. (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 161). 7 As definições quanto à forma de como os fatores de produção são combinados depende da tecnologia utilizada pela empresa. A “tecnologia”, na Ciência Econômica, é muito mais do que apenas máquinas ou bens de informática, significa um método para o uso de insumos produtivos. Dentro deste conceito, a tecnologia, nas funções de produção, tem um forte peso, pois a “[...] medida que a tecnologia se torna mais avançada e a função de produção se modifica, uma empresa pode passar a obter maior volume de produção por determinado conjunto de insumos” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 161). A quantidade de um bem é dada pela combinação de certas quantidades de insumos, conforme a tecnologia utilizada. A forma mais comum em livros- textos brasileiros é a simplificada da função de Henderson e Quandt, na qual os “n” números de fatores produtivos são agrupados em apenas duas variáveis mais simples: fatores variáveis e fatores fixos. Os fatores variáveis abrangem os de produção “[...] cujas quantidades utilizadas variam com a realização do processo produtivo” (PINHO; VASCONCELLOS, 2003, p. 163) – por exemplo, matéria-prima. Já os fatores fixos representam os fatores de produção “[...] cujas quantidades utilizadas não variam com a realização do processo produtivo” (PINHO; VASCONCELLOS, 2003, p. 163), por exemplo: máquinas e imóvel dentro do limite da capacidade instalada. Q = f (x1; x02) Onde: Q : quantidade produzida de um bem x1 : quantidade de fator produtivo variável x02 : quantidade de fator produtivo fixo Com a definição do que vem a ser fator variável e fixo, é possível definir os conceitos de curto e longo prazos dentro da análise econômica. Para o curto prazo, tem-se como exemplo o tempo que leva para substituir uma máquina. Já para o longo prazo, um bom exemplo é o tempo demandado para alterar toda uma linha de produção. Ou seja, para a economia, o curto prazo é um horizonte temporal dentro do qual pelo menos um dos fatores produtivos não pode ser alterado, já o longo prazo é um intervalo do tempo que todos os fatores podem 8 ser alterados (Obs.: É por isso que estamos trabalhando aqui como foco de curto prazo, ele é o que mais será encontrado no seu dia a dia). Quanto à forma de mensuração, a produção pode ser medida em diferentes unidades de referência, sendo três principais: produção total: Q = f (x1; x02), produção média: PMe = Q / X1, produção marginal: PMg = ΔQ / ΔX1. Sendo: Q: quantidade produzida X1: fator variável X02: fator fixo PMe: produto médio PMg: produto marginal ΔQ: variação da quantidade produzida ΔX1: variação da quantidade de fator variável A primeira medida é a própria função de produção da entidade, ou seja, produção total é dada pela própria função de produção [forma simplificada]. A produção média é a produtividade média aritmética em relação ao fator variável [o quociente entre produção total e a quantidade utilizada do fator variável]. Por fim, a produção marginal, também chamada de produto marginal, é a “[...] relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do fator variável” (PINHO; VASCONCELLOS, 2003, p. 164), ou seja, a variação da quantidade de produção decorrente da variação de uma unidade do fator variável. Por mais importantes que estes valores possam parecer, nenhum deles é útil quando utilizado isoladamente. Analisados juntos, porém, dizem muito sobre a produção de uma empresa. O que pode ser comprovado com o gráfico a seguir (Gráfico 1), em que, com base na explicação feita por Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 158-178), tem-se que: 9 Portanto, no curto prazo, as possibilidades de combinações dos insumos no processo produtivo ficam limitadas ao fator “X1”. Assim, surgem no processo produtivo situações iguais a dos dois gráficos vistos acima. No gráfico da curva da teoria da produção, o incremento de fatores do grupo “X1” evolui o cenário econômico empresarial de “viável” para “inviável”. A região viável seria composta de duas fases: rendimentos crescentes1 e rendimentos decrescentes positivos – nesta última fase, estariam os pontos de máxima eficiênciado fator “X1” e de máxima eficiência do fator “X02” (ele não aparece no gráfico, pois é a estrutura fixa sobre a qual se adiciona o fator variável). Já a região inviável seria a área formada pelos rendimentos decrescentes negativos, ou seja, toda a área formada após o ponto de máxima eficiência do fator “X02” – a partir deste, o incremento do fator “X1”, além de agregar mais custo absoluto, reduz, devido à limitação do fator “X02”, o volume total produzido pela empresa. Em relação ao segundo gráfico: (i) a inclinação máxima para o PMg (produto marginal) ocorre quando a segunda derivada é igual a zero (nesse ponto, o rendimento crescente termina no primeiro gráfico). A partir deste ponto, os valores do PMg caem à medida que uma nova unidade de fator variável é adicionada (ou seja, 1 O incremento de uma unidade de fator produtivo resulta em mais que uma unidade de produto incremental. 10 teremos as regiões do crescimento positivo e negativo presentes no primeiro gráfico); (ii) a eficiência do fator variável atinge seu nível máximo quando o valor PMg se iguala ao do PMe. Ou seja, este é o último momento que o acréscimo de uma nova unidade do fator variável gera um PMe maior que o do momento anterior. Dessa forma, os acréscimos de novas unidades de fator variável ainda produzem um aumento no produto total (q), porém sendo cada vez menor a intensidade do ganho; (iii) A produção de uma empresa atinge seu limite máximo de crescimento, considerando o fator de produção fixo existente, quando o PMg atinge o valor zero. Isto é, quando ocorre a intersecção do PMg com o eixo do fator variável. Nesse ponto, o fator fixo encontra-se em seu nível de máxima eficiência – a produção dessa firma está em pleno emprego dos fatores de produção. A partir deste ponto, o PMg é negativo e a cada novo acréscimo de fator variável a firma tem como resultado a queda no volume de produção. Ou seja, a produção será considerada economicamente inviável, pois, a partir desse ponto, ocorre que a cada acréscimo de insumo variável a fábrica produz menos produto acabado (isto é, resulta em decréscimo de produção). Bem, meu caro leitor, para os nossos fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se aprofundar mais, olhe a dica no “Saiba mais”: TEMA 03: TEORIA DO CUSTO PARA PROJEÇÃO DO CUSTO TOTAL A SER INCORRIDO COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO Neste tema, vamos conversar sobre o impacto que a teoria da produção tem no custo de produção de uma empresa no horizonte de curto prazo. Nesse sentido, teremos, entre outros itens, a demonstração de artefatos econômicos que permitem que a “Análise Econômico-Financeira” identifique a quantidade de produção que gera a maior eficiência no custo médio de um produto: o custo médio mínimo. Todavia, antes de tudo, precisamos entender que, na teoria do custo, o custo é avaliado dentro de duas situações distintas: custos de curto 11 prazo e custos de longo prazo. Destes, neste estudo, focaremos apenas nos eventos de curto prazo. O curto prazo é definido como sendo a extensão temporal dentro da qual pelos menos um dos fatores produtivos não pode ser alterado pela empresa. Nas funções de produção, este fator fixo é representado pelo símbolo “X02” e os demais fatores, tidos como variáveis, por “X1”. Convém lembrar que, da combinação destes recursos, duas regiões surgiam na produção: uma viável (rendimentos crescentes e decrescentes positivos) e uma inviável (rendimentos decrescentes negativos). Ambas podem ser facilmente identificadas na curva dos custos, conforme consta a seguir: No gráfico, é possível perceber que, à medida que a produção vai aumentando (isto é, a quantidade “q” aumenta), o custo também aumenta, esta é a região viável da produção. De repente, temos uma inflexão na curva de custo para a direita, e o custo começa a subir à medida que a quantidade produzida começa a diminuir. Esta é a região inviável que vimos lá curva de produção. Na análise de custo, não faz sentido analisá-la, pois nenhuma empresa coerente estará nessa situação (caso esteja, pare tudo, pois ela é tão despreparada que não justifica continuar a análise). Ou seja, uma análise é feita apenas na região viável que segue demostrada. 12 Na região viável, os gastos monetários do uso dos recursos produtivos podem ser representados pelas seguintes fórmulas: custo total: CT = CVT + CFT, custo médio: CMe = CT / Q e custo marginal: CMg = ΔCT / ΔQ. Sendo: CT: custo total CVT: custo variável total CFT: custo fixo total CMe: custo médio Q: quantidade produzida CMg: custo marginal ΔCT: variação do custo total ΔQ: variação da quantidade produzida Segundo as fórmulas apresentadas, no curto prazo, o “custo total” de uma empresa é exclusivamente gerenciado por meio do “custo variável total” (isto é, CVT = X1 · P1 = quant. de fatores produtivos variáveis × o preço de aquisição). Ou seja, para reduzir ou aumentar o custo total no curto prazo, os elementos a serem considerados são exclusivamente “X1” e “p1”. Além do “CT”, estes fatores variáveis alteram também, de forma exclusiva, o CMg da empresa. No gráfico a seguir, é possível demonstrar que o CMg de uma empresa – em sua inclinação positiva – corta tanto a curva do “Custo Total Médio” (CTMe) quanto a curva do “Custo Variável Médio” (CVMe) nos pontos em que estas apresentam seus valores mínimos. O ponto de intersecção da CMe com a CMg é o ponto em que a relação custo e volume de produção é mais favorável para uma empresa no curto prazo (linha vermelha no gráfico). A partir deste ponto, a cada incremento de produção, o CVMe tende a subir mais que a queda obtida no CFMe, aumentando, assim, o CTMe. Ou seja, quanto mais a empresa produzir mais 13 caro ficará cada unidade produzida por ela depois da intersecção das curvas do CMe e do CMg. FONTE: PINDYCK E RUBINFELD (2006, P. 188)2 Assim, no curto prazo, para que o controle do custo total médio (CTMe) possa ser feito com eficiência, é muito importante a compreensão do comportamento do CMe e do CMg, derrubando a simplista ideia popular de que todo aumento de produção é sempre acompanhado de redução de custo unitário. Para os nossos fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se aprofundar mais, veja a dica do “Saiba mais”. 2 As linhas vermelhas demonstram onde o custo total médio tem seu valor mínimo (CTMe = CMg). 14 TEMA 04: TEORIA DO RENDIMENTO PARA PROJEÇÃO DO RECEITA TOTAL A SER GERADA COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO Neste tema, a pauta será a teoria do rendimento, mais especificamente a reflexão sobre como a receita de uma entidade é sensível para com as alterações do preço de venda. A teoria do rendimento, segundo o viés do volume da receita, nos demonstrará em qual momento da quantidade transacionada é que ocorre o maior volume de receita, bem como onde a política de preço assume um comportamento que inviabiliza a operação realizada, segundo a percepção econômica racional. De acordo com Pinho e Vasconcellos (2003, p 184), “[...] as firmas almejam uma compensação para a atividade criadora de riquezas. [...] o rendimento ou a receita recebida pela venda da produção no mercado”. Assim, quanto maior a receita, maior o incentivo para o investidor reiniciar o ciclo produtivo. Para isso, três fórmulas para aferição da receita se destacam: receita total (RT = P · Q), receita média (RMe = RT / Q) e receita marginal (RMg = ΔRT / ΔQ). A primeira fórmula indica o rendimento total do processo transacional de uma empresa considerando o preço de venda (P) e quantidade vendida (Q). As duas outras fórmulas são medidas que indicam a relação entre a receita total ea quantidade transacionada. Ou seja, a receita total nada mais é que o produto entre preço unitário e quantidade vendida, já a “RMe” e “RMg” são quocientes entre “RT” e “Q”, onde a primeira fórmula considera os valores absolutos e a segunda, as variações desses elementos. A importância dessas três fórmulas na análise de uma empresa é definida por Pinho e Vasconcellos (2003) como: Existe relação entre as curvas de receita total, média e marginal. A receita total atinge o máximo no ponto em que a receita marginal é zero, ou seja, quando corta o eixo horizontal. A receita marginal representa os acréscimos à receita total: enquanto a receita marginal é positiva, a cada diminuição de preço há aumento na quantidade superior proporcionalmente à queda de preços. Isso implica uma receita de vendas maior. Contudo, a partir do ponto em que a receita marginal é zero, a perda de receita pela diminuição de preço é maior que o ganho obtido pelo aumento da quantidade vendida. (PINHO E VASCONCELLOS, 2003, p. 192) 15 Essa citação pode ser facilmente entendida com o gráfico que segue, em que o valor monetário ($) da Curva da Receita total (RT) é representada pelo eixo da abscissa e a taxa de redução do preço original de venda (TRP) no eixo das ordenadas. Assim, quanto menor for o preço de venda, maior será a taxa de redução. Da mesma forma, quanto maior for o preço de venda, menor será o valor da “TRP”. O Gráfico demonstra que o preço original de venda tem aceitação pelo mercado, pois, mesmo sendo “TRP” igual a zero, a curva da “RT” ainda corta o eixo das abscissas em um ponto diferente de zero. À medida que a “TRP” sobe, o preço cai, e a receita total sobe, pois, como visto na citação anterior, o aumento da quantidade vendida supera o efeito da redução do preço. O movimento de aumento da RT termina quando a RMg iguala a zero – ponto em que a “RT” é máxima. A partir deste, a queda do preço resulta em queda de receita total, pois o aumento do volume de venda torna-se inferior ao efeito da queda do preço. Ou seja, a empresa vende mais e recebe menos. Assim, considerando exclusivamente a transação realizada, mesmo quando não é analisado o impacto do custo, a redução do preço de venda não significa “sempre” uma boa estratégia de resultado para uma empresa. Para os fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se aprofundar mais, leia o “Saiba mais”. 16 TEMA 05: TEORIA DO RENDIMENTO PARA PROJEÇÃO DO LUCRO TOTAL A SER GERADO COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO Neste tema, trabalharemos com a teoria da firma pelo viés do lucro. Neste sentido, confrontaremos as curvas de custo e de receita para determinarmos que regiões transacionais apresentam viabilidade econômica por gerarem lucro e demonstrarem comportamento evolutivo favorável para a empresa. Também vamos estudar com outros elementos conceituais que serão a base para o entendimento da teoria contábil do Custo/Volume/Lucro que será abordada na aula 4. A busca pela otimização (ou maximização) dos resultados é o que orienta uma empresa. Ou seja, otimização é a busca do “lucro máximo” que uma empresa pode gerar. Para tanto, ela precisa encontrar o equilíbrio entre: volume de produção, volume de venda, volume de receita e volume de gasto. Ou seja, a “[...] situação de otimização constitui a análise do equilíbrio da firma.” (Pinho e Vasconcellos, 2003, p. 187). O lucro total é a diferença entre a receita total e o custo total. Assim, o lucro máximo somente é encontrado no ponto onde o valor da receita marginal e do custo marginal se igualam, pois neste ponto a distância entre a receita total e do custo total é máxima, ocorrendo a maximização do lucro. Ou seja, “o lucro [...] é maximizado no ponto em que um incremento adicional no nível de produção mantém o lucro inalterado (isto é / q = 0)”3 (Pindyck; Rubinfeld, 2006, p. 225). O gráfico a seguir encerra esta aula, demonstrando que o lucro () é máximo quando seu valor marginal é igual a zero. Pela análise gráfica, é possível perceber que este ponto de maximização não é, obrigatoriamente, o ponto em que a “Receita total” é máxima ou “Custo total” é mínimo, quando estes são analisados isoladamente. A mesma análise gráfica também esclarece que esses pontos são elementos essenciais para a gestão empresarial, pois definem tanto o volume do lucro máximo quanto a quantidade necessária de produto para que ele ocorra. Quanto melhor for o controle dessas duas curvas, maior será o lucro e menor será a quantidade de produto necessário para sua maximização. 3 / q = 0, onde: = variação; = lucro; q = quantidade; 0 = zero 17 Maximização do lucro no curto prazo Fonte: adaptado de PINDYCK E RUBINFELD (2006, p. 225) Ficou confuso? Então, vamos rever a explicação do gráfico por um outro ângulo. Nele, quando a quantidade movimentada é muito baixa, o resultado de uma empresa é o prejuízo, pois o valor do custo total supera o da receita (Região “A”). O motivo? Custo fixo é um valor elevado para aquela quantidade de mercadoria transacionada. Porém, à medida que a quantidade de venda aumenta, as duas curvas se aproximam, reduzindo o prejuízo gradativamente até que zere; nesse caso, ocorre o chamado “ponto de equilíbrio” (Ponto A). Depois do ponto de equilíbrio, quanto maior for a quantidade de venda, maior será a distância entre as curvas e, portanto, maior o lucro (Região “B”)... Isso até certo ponto! Olhe com atenção e você vai perceber que, à medida que a quantidade ultrapassa certo volume, as distâncias entre as curvas diminuem e, assim, o lucro cai a cada incremento de produto (Região “C”), podendo, conforme o caso, até gerar novamente prejuízos (Região “D”). Existe um ponto entre a região “B” e “C” que representa o maior valor que a empresa pode alcançar de lucro, ou seja, a quantidade de venda em que o lucro pode ser máximo (Ponto B) – não sendo, necessariamente, o ponto em que a produção será mais eficiente, ou que o custo médio será mais baixo, ou que quantidade vendida apresenta a maior receita possível. O lucro é máximo quando se tem a maior distância entre a curva do custo e da receita – ou seja, quando, geometricamente falando, a receita marginal for igual ao custo marginal, 18 custo marginal é zero, ou seja, o lucro é máximo quando conseguimos vender aquela quantidade que apresenta a maior diferença positiva entre o valor da receita total e o valor do custo total. Portanto, em nossa análise de viabilidade econômica, precisamos verificar se o projetado em foco está apto para operar naquela quantidade que permite o alcance da maior eficiência no lucro. O que, conforme demonstra essa teoria, precisa ser feito mediante uma visão sistêmica da empresa e do comportamento do mercado. Ou seja, as decisões a serem tomadas devem considerar tanto os elementos endógenos (dentro dos portões da empresa: a fábrica) quanto exógenos (fora dos portões da empresa: o mercado). Dito de outra forma, uma empresa não poderá ser tida como viável sem antes demonstrar como seus custos se relacionam com os lucros. Por fim, vamos tomar ciência de como a Contabilidade utiliza parte de todo esse conceito em suas análises sobre o custo/volume/lucro (C/V/L). Para isso, como comumente faz a Contabilidade gerencial e de custo, vamos isolar uma área do gráfico visto anteriormente e considerar apenas as regiões “A” e “B”. Alisando as curvas de custo total e da receita total, obtemos duas retas com considerável valor para o processo analítico, uma vez que nos permite extrair importantes indicadores como: Ponto de equilíbrio, Grau de comprometimento da receita, Margem de segurança operacional. Desde que a operação não ultrapasse o ponto onde o lucro é máximo, as informações19 prestadas por esses indicadores de C/V/L serão impactantes para o entendimento da viabilidade econômica de um projeto. Tanto é verdade que esta é a pauta da próxima aula. Para os fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se aprofundar mais, dê uma olha na dica do “Saiba mais”. SAIBA MAIS Para descobrir outros detalhes sobre os tópicos abordados, leia o capítulo 8 da obra a seguir, disponível em nossa biblioteca virtual. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. TROCANDO IDEIAS Durante os temas vistos nesta aula, analisamos a importância da “teoria da firma neoclássica” e vimos sinteticamente algumas das bases teóricas para sua construção: racionalidade substantiva, simetria informacional, utilitarismo. Agora, acesse o fórum da disciplina e, com base no que estudou, reflita com seus pares a situação a seguir: Você acredita que na maioria das empresas brasileira as pessoas realmente estão preparadas para usar esta teoria? E nas empresas que tenham pessoas preparadas, será que são totalmente qualificadas para realização de uma análise dessa magnitude? Se você respondeu que não em alguma dessas perguntas, como seria possível rever esse cenário? NA PRÁTICA É hora de treinar um pouco o que foi visto neste encontro, mas vamos fazê- lo de forma bem simples. Como assim? Acontece que, na teoria da firma, podemos e, muitas vezes, precisamos usar equações de retas, derivadas etc. para o processo de análise. Todavia, a prática a seguir chega ao mesmo resultado sem ter que apelar para todo esse ferramental matemático, além disso, tomamos o cuidado para termos poucas linhas nas tabelas, de modo que não ficasse poluída a explicação. A) Leitura do caso 20 Uma pessoa montou uma empresa de camisetas com a seguinte estrutura operacional: tem um colaborador (ela própria) que costura as camisetas e as vende: fator fixo é a pessoa e a máquina de costura, fator variável é o tecido. Para a produção, as estimativas levantadas são Fator fixo Fator variável Produto máq./operador quant. tecido camisetas 1 conjunto 30 metros 25 peças 1 conjunto 60 metros 60 peças 1 conjunto 90 metros 110 peças 1 conjunto 180 metros 206 peças 1 conjunto 185 metros 200 peças Para o custo, o fator fixo tem um custo mensal de R$ 1 mil e, para o fator variável, de R$ 5 por metro de tecido. Por fim, para a receita, é estimado o seguinte comportamento para o mercado: Preço Quant. médio venda R$ 50,00 25 peças R$ 25,00 60 peças R$ 4,00 110 peças R$ 8,00 206 peças A empresa quer maximizar o lucro e pergunta para você, que é analista de viabilidade econômico-financeiro, onde o projeto é viável para este objetivo: Se é quando o uso dos fatores produtivos é mais eficiente ou onde o custo médio é menor ou onde a receita total é maior? Além disso, ele quer o valor do maior lucro possível? B) Identificação do que deve ser feito e teoria/conteúdo que resolve o problema Para resolver a primeira pergunta, nem precisa de cálculo, basta usar a teoria. Para a segunda questão, não precisa fazer todos os cálculos que vimos, mas recomendo que os faça para entender a lógica. Assim, vamos fazer os cálculos médios, totais e marginais que foram explicados durante os cinco temas. Lembre-se de que são apenas operações de divisão, multiplicação, adição e subtração. Ah! Na análise da receita, não precisa fazer receita média e marginal 21 porque, nesse exemplo, preço médio é o valor da receita média e a receita aqui somente será crescente. C) Apresentação da solução do problema A primeira pergunta foi sobre quando o lucro máximo é alcançado: No uso dos fatores produtivos na mais eficiente ou na quantidade onde o custo médio é menor ou onde a receita total é maior? Em nenhum deles, pois isolados não permitem que essa resposta seja dada. Agora, em conjunto, aí sim. Portanto, a resposta certa é: no volume de operação que apresente a maior distância entre a receita e o custo. Quando esta é determinada, daí sim é que vem a tentativa de ajustar a fábrica para ser mais eficiente nesse ponto e para ter ali o menor custo médio. Com relação a segunda parte da questão, é preciso calcular: a) Produção Fator fixo Fator variável Produto Produto Produto máq. c/ operador tecido camisetas médio marginal 1 30 metros 25 peças 0,83 -x- 1 60 metros 60 peças 1,00 1,17 1 90 metros 110 peças 1,22 1,67 1 180 metros 206 peças 1,14 1,07 1 185 metros 200 peças 1,08 – 1,20 A última linha tem valor negativo para Pmg (–1,2), então é uma região inviável. Exemplo do produto médio: PMe = Produto / fator variável = 25 peças / 30 metros = 0,83 peças / metro PMe = Produto / fator variável = 60 peças / 60 metros = 1,00 peça / metro E assim por diante teremos quanto, em média, cada metro gera de peças. Exemplo do produto marginal: PMg = Δ Produto / Δ fator variável = (60 – 25)/(60 – 30) = 35 /30 = 1,17 peças/metro PMg = Δ Produto / Δ fator variável = (110 – 60)/(90 – 60) = 50 /30 = 1,67 peças/metro 22 Assim por diante, e teremos quanto o incremento de cada metro adiciona de peças Para estes dados informados, a produção é mais eficiente para o fator variável em 110 peças, pois, na média, cada metro do tecido fez 1,22 peça de camiseta. b) Custo: Custo Custo Custo Custo Custo fixo variável total médio marginal R$ 1.000,00 R$ 150,00 R$ 1.150,00 R$ 46,00 -x- R$ 1.000,00 R$ 300,00 R$ 1.300,00 R$ 21,67 R$ 4,29 R$ 1.000,00 R$ 450,00 R$ 1.450,00 R$ 13,18 R$ 3,00 R$ 1.000,00 R$ 900,00 R$ 1.900,00 R$ 9,22 R$ 4,69 R$ 1.000,00 R$ 925,00 R$ 1.925,00 R$ 9,63 – R$ 4,17 A última linha não faz sentido, pois está na região inviável na análise de produção! Exemplo do custo fixo: R$ 1 mil por conjunto × 1 conjunto = R$ 1 mil Exemplo do Custo variável total: 30 metros x R$ 5 por metro = R$ 150 60 metros x R$ 5 por metro= R$ 300 Exemplo do Custo total: R$ 1 mil de custo fixo + R$ 150 de custo variável total = R$ 1150,00 R$ 1 mil de custo fixo + R$ 300 de custo variável total = R$ 1300,00 Exemplo do Custo médio: CMe = Custo total / Quant. produzida = R$ 1150 / 25 = R$ 46 / peça CMe = CT / Qp = R$ 1300 / 60 = R$ 21,67 / peça Exemplo do Custo marginal: CMg = Δ CT / Δ Qp = (1300 – 1150) / (60 – 25) = 150 / 35 = 4,29 peças/metro CMg = Δ CT / Δ Qp = (1450 – 1300) / (110 – 60) = 150 / 30 = 3,00 peças/metro 23 Para esses dados informados e tabulados, o custo médio é menor quando são produzidas 206 peças, pois, na média, cada peça custou nesta quantidade R$ 9,22. (a rigor, seu valor do custo mínimo é um ponto que estará acima das 110 peças, pois, a partir deste ponto, o custo marginal demonstrou um salto de 3 para 4,69. Subindo assim, acabaria se igualando com o custo médio (CMg = CMe). Porém, 206 peças está bom para entendermos o conceito. c) Receita Quant. Preço Receita Custo Lucro venda médio total total total 25 R$ 50,00 R$ 1.250,00 R$ 1.150,00 R$ 100,00 60 R$ 25,00 R$ 1.500,00 R$ 1.300,00 R$ 200,00 110 R$ 14,00 R$ 1.540,00 R$ 1.450,00 R$ 90,00 206 R$ 8,00 R$ 1.648,00 R$ 1.900,00 –R$ 252,00 Exemplo da receita total: 25 peças × R$ 50 por peça = R$1250 60 peças × R$ 25 por peça = R$1500 Exemplo do lucro total: RT – CT = R$ 1250 – 1150 = R$ 100 Assim por diante! Com base nesses dados, vender 60 peças nos dá um lucro total de R$ 200,00, o que é mais interessantedo que vender onde a eficiência produtiva é máxima (110 peças = lucro de R$ 90,00) ou onde o custo médio é mínimo e a receita total é máxima (206 peças = prejuízo de R$ 252,00). Interessante, não acha? SÍNTESE Este nosso terceiro encontro foi focado nos elementos essências da teoria neoclássica da firma considerando sua aplicação em processos de “Análise de Viabilidade Econômico-Financeira”. Neste sentido, os seguintes itens foram abordados nos cinco temas vistos durante a aula: 24 a) Teoria da produção: regiões de rendimento positivo (viáveis) e negativo (inviáveis) b) Teoria do custo: regiões viáveis e inviáveis para custo e identificação do ponto de menor custo médio c) Teoria do rendimento: regiões de crescimento positivo (viáveis) e negativo (inviáveis), tanto da receita quanto do lucro. Além disso, também foram abordados elementos-chave para o entendimento do artefato contábil do custo/volume/lucro, os quais serão úteis para a análise do ponto de equilíbrio e de suas ramificações técnicas. REFERÊNCIAS COFECON. Grandes-economistas: Adam Smith. Disponível em: <http://www.cofecon.org.br/noticias/colunistas/luiz-machado/840-grandes- economistas-viii-adam-smith-e-a-riqueza-das-nacoes.html>. Acesso em: 15 jan. 2017. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. PINHO, D.; VASCONCELLOS, M. (Org.). Manual de economia dos professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2003. RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos da Engenharia Econômica. São Paulo: IBPEX, 2011. SELEME, L. D. B. Finanças sem complicação. São Paulo: IBPEX, 2013. SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. São Paulo: Ibpex, 2006.
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