Buscar

ANÁLISE DE VIABILIDADE 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DISCIPLINA: 
ANÁLISE DE VIABILIDADE 
ECONÔMICO-FINANCEIRA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ernani João Silva 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 Neste encontro, vamos estudar a importância da Teoria da Firma pela 
ótica do paradigma econômico neoclássico, no processo da AVEF, por meio de 
cinco temas principais: 
 identidade da teoria da firma; 
 teoria da produção: viabilidade produtiva; 
 teoria do custo: eficiência do gasto; 
 teoria do rendimento: a viabilidade da receita; 
 teoria da firma: a maximização do resultado. 
Com base nesses temas, você será capaz de compreender a relevância da 
economia para a AVEF e terá um arcabouço teórico importante para entender o 
conceito contábil do custo/volume/lucro, que será abordado na aula 4. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A análise de viabilidade econômico-financeira busca, entre outras 
questões, a compreensão sobre o fluxo de recursos de financiamento e 
investimento das entidades que lhe são objeto de estudo. E como esses fluxos 
são oriundos de decisões de atores econômicos rotulados de gestores, a área 
do conhecimento humano denominada de Economia pode ser uma aliada 
interessante no processo de análise. Por quê? Porque esses gestores são 
agentes racionais que buscam maximizar seus interesses próprios e/ou 
daqueles de quem são representantes. Nesse sentido, as teorias econômicas 
podem servir ao analista de viabilidade como fonte de argumentos normativos e 
positivistas importantes aos objetivos de seu estudo, uma vez que a Economia 
é o campo do saber que se ocupa em observar e entender elementos das 
questões micro e macroeconômicas presentes no dia a dia de uma entidade. Por 
sinal, elas guiam os gestores nas decisões quanto à forma de uso do conjunto 
de recursos escassos e a eles confiando o capital. Por fim, resta apresentar que, 
entre as inúmeras possibilidades que a Economia nos oferta, vamos nos ater, 
nesta aula, em estudar aquela que atende à pauta, que, por certo, é mais comum 
nas reuniões de uma empresa: como maximizar o lucro com os recursos que 
agora estão disponíveis? Assim, vamos estudar aqui a Teoria da Firma pela ótica 
neoclássica. 
 
 
 
3 
PESQUISE 
O diretor da empresa “Nós vamos ter sucesso Ltda.” reuniu sua equipe de 
gerentes para buscar alternativas a fim de maximizar o lucro da empresa. O 
gerente de produção defendeu que a solução era fazer a fábrica trabalhar até 
atingir um volume de produção em que a eficiência das instalações fosse 
máxima. O gerente de custo disse que não, a resposta certa era produzir até o 
ponto em que o custo por produto fosse mínimo. O gerente de venda falou que 
todos estavam errados, pois a resposta certa era produzir uma quantidade que 
permitisse a empresa atingir a receita máxima de venda disponível no mercado. 
O diretor, olhando as propostas fornecidas, disse que, infelizmente, nenhuma 
delas estava correta para o foco da reunião. Por que será que ele disse isso? 
Pense a respeito, pois, no final da aula, vamos voltar ao assunto. 
 
TEMA 01: A ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA SEGUNDO A 
PERCEPÇÃO DO PARADIGMA NEOCLÁSSICO 
Neste tema, vamos estudar, de forma ampla, o que é a teoria da firma da 
escola econômica neoclássica. Nesse sentido, veremos que essa teoria é, na 
verdade, um conjunto de três outras teorias, as quais, juntas, buscam determinar 
a quantidade de ativos que devem ser transacionados para que uma empresa 
possa maximizar seus ganhos econômicos. Ou seja, vamos trabalhar quais são 
os elementos paradigmáticos neoclássicos que avaliam a viabilidade econômica 
de uma empresa. 
Antes de tudo, vamos começar vendo qual é o motivo que torna essa visão 
econômica da empresa algo relevante para a Análise de Viabilidade Econômica 
Financeira (AVEF). Segundo o Prof. Masakazu Hoji (2016), pela ótica financeira, 
o objetivo principal de uma empresa com fins lucrativos é a maximização de seu 
valor de mercado. Por quê? Oras, porque, assim, a riqueza dos proprietários 
dessa entidade estará sendo aumentada, sejam eles os acionistas nas 
sociedades por ações, sejam os sócios nas sociedades por cotas. Esse aumento 
da riqueza não pode ser qualquer valor monetário com sinal positivo, tem que 
ser em um nível em que estes investidores acreditem que o retorno recebido 
compensa as oportunidades perdidas e os riscos incorridos ao entregarem seu 
capital para a empresa. 
 
 
4 
O que fomenta a ação destes agentes, segundo o paradigma neoclássico, 
é a busca do próprio bem-estar. Um axioma este que a escola neoclássica 
herdou dos primeiros economistas da era moderna, os clássicos. Segundo seu 
líder, Adam Smith, a racionalidade empresarial precisava ser interpretada pela 
seguinte lógica: 
 
Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do 
padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que 
eles têm pelo seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua 
humanidade, mas à sua autoestima, e nunca lhes falamos das 
nossas próprias necessidades, mas das vantagens que advirão 
para eles. (ADAM SMITH apud COFECON, 2011). 
 
Segundo essa linha de pensamento, para uma empresa obter o capital 
que precisa de um investidor, é necessário, acima de tudo, mostrar para este as 
vantagens que a operação lhe dará. Agora, não pense que demonstrar um 
resultado econômico favorável pretérito é suficiente para satisfazer os ânimos 
dos donos do capital. Para esses agentes econômicos, o futuro de um 
investimento é o elemento mister de preocupação. A ideia é mais ou menos esta: 
Uma empresa é um sistema aberto e dinâmico; assim, somente será um 
empreendimento viável se for capaz de responder, na forma e velocidade certas, 
o que o mercado exige. Segundo Souza e Clemente (2011), cabe aos gestores 
tomarem as decisões certas para maximizar a criação de valor para a empresa, 
por meio de estratégias que demonstrem, para esses investidores, que os 
recursos estão sendo organizados para essa realidade competitiva do mercado. 
Caso contrário, a empresa, por certo, perderá os capitais já investidos e não 
conseguirá novas fontes de recursos. É nesse ponto que entra a “Teoria das 
firmas”! 
A escola neoclássica parte da premissa de que os agentes são seres 
racionais substantivos. Isso significa dizer que, para esta escola econômica, os 
gestores, os investidores, os clientes e demais membros do mercado não 
apresentam qualquer limitação para compreenderem o que está ocorrendo e, 
dessa forma, sempre tomam a melhor decisão possível. Além disso, toda 
informação útil, para o pressuposto dessa escola, se encontra disponível para 
todos os agentes. Nessa análise, o foco é verificar como a firma está preparada 
segundo esses dados disponibilizados. E, para tanto, esse ambiente de 
racionalidade ilimitada é analisado por meio de três níveis teóricos específicos: 
 
 
5 
“[...] a teoria da produção, a teoria dos custos, a análise dos rendimentos da 
firma” (Pinho e Vasconcellos, 2003, p.160). 
A “Teoria da produção”, entre outras contribuições, é a base para a análise 
dos custos por meio do estudo da eficiência de produção. Já a “Teoria dos 
custos” é a análise mais profunda da relação da produção e dos gastos 
monetários que são necessários para que essa produção ocorra. Por fim, a 
“Análise de rendimento” é o segmento que se preocupa em estudar o rendimento 
gerado para cada volume de produção realizado por uma firma, dada a resposta 
do mercado para o preço ofertado. Ou seja, a “Teoria das firmas” neoclássica é 
a parte da teoria econômica que estuda o comportamento da firma por meio da 
produção, que, por sua vez, é definida com base nos custos e rendimentos que 
necessita e gera, com vistas à obtenção e à maximização do lucro – nesse 
estudo, nosso foco será o curto prazo. 
Cada uma das teorias fornece um tipo de contribuição para o 
entendimento do potencial de eficiência de uma empresa. A teoria da produção 
informa, entre outrositens, a quantidade de produção na qual a empresa terá a 
máxima eficiência no uso dos recursos variáveis, a máxima eficiência no uso dos 
recursos fixos e, também, quando ela será inviável como entidade produtiva 
racional. 
A teoria do custo permite entendermos qual é o comportamento do custo 
se não produzirmos nada, se produzirmos pouco ou muito e, também, localizar 
onde o custo é mínimo por unidade produzida e onde o custo é inviável pela 
percepção racional do uso do capital. 
A teoria do rendimento nos informa, por meio de uma curva de receita, 
como a unificação do mercado e da firma, isto é, como o preço praticado pela 
empresa influencia a intensão de compra dos clientes. Por fim, a unificação 
dessas três teorias nos permite analisar as áreas em que a empresa terá 
prejuízo, equilíbrio (nem lucro, nem prejuízo) e lucro (crescente, máximo, 
decrescente), à medida que altera seu nível de operação. 
Convenhamos que, no mínimo, isso é bem interessante para uma AVEF. 
Ah! Antes de encerrarmos esta visão geral sobre a teoria da firma neoclássica, 
precisamos avisar que sua lógica está sustentada na premissa de que os 
agentes realizam suas escolhas com base na utilidade marginal. Você tem razão, 
parece algo complicado... então, vamos tentar entender por meio de um exemplo 
simples: Imagine que uma pessoa está perdida no deserto e tem muita sede. Em 
 
 
6 
troca de um copo de água gelada, se a sede for realmente muito grande, por 
certo, trocaria a própria casa por ele. O motivo? Naquele momento de ausência 
de água, um copo de água teria uma utilidade enorme para a pessoa. No entanto, 
após tomar um grande copo de água, a utilidade de um segundo copo seria 
menor, talvez valesse para essa mesma pessoa, por exemplo, apenas um carro. 
Após dois copos, um terceiro copo de água, com certeza, teria uma utilidade 
ainda menor, e assim por diante. Ou seja, utilidade marginal é uma análise do 
nível do benefício que agrega o incremento de uma unidade de algo 
considerando o valor anterior. Essa ideia será utilizada para analises de 
produção, custo e renda que veremos a seguir. 
 
TEMA 02: TEORIA DA PRODUÇÃO PARA PROJEÇÃO DA CAPACIDADE 
PRODUTIVA NO CURTO PRAZO ECONÔMICO 
Nesta aula, abordaremos a primeira das três teorias que compõem a 
Teoria da Firma: a teoria da produção. Vamos estudar como os fatores 
produtivos podem ser divididos em fixo e variáveis, conforme o horizonte 
temporal. Veremos que o foco da teoria da produção está em determinar as 
regiões produtivas que possibilitem que uma empresa seja um empreendimento 
viável em uma análise econômica por utilizar adequadamente seus recursos 
produtivos. 
A produção é a “transformação dos fatores adquiridos pela empresa em 
produtos para a venda no mercado” (PINHO E VASCONCELLOS, 2003, p. 161). 
Ou seja, uma entidade adquire recursos – por exemplo, trabalho, máquinas, 
matéria-prima, entre outros – para combiná-los de tal forma que produzam um 
determinado volume de um bem. Esse volume, segundo a teoria da firma, deve 
ser em um nível em que ocorra o uso racional dos fatores, a fim de maximizar o 
processo de produção dentro das imposições do mercado, tanto do consumidor 
quanto do concorrente. Assim, a definição do que são funções de produção, bem 
como de seu pressuposto, pode ser feita da seguinte forma: 
 
[...] descrevem o que é tecnicamente viável quando a empresa 
opera eficientemente, ou seja, quando utiliza cada combinação 
de insumo da forma mais eficaz possível. Suposição de que a 
produção seja sempre tecnicamente eficiente não é 
constantemente válida; porém, é razoável esperar que 
empresas que busquem lucros não desperdicem recursos. 
(PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 161). 
 
 
7 
 
As definições quanto à forma de como os fatores de produção são 
combinados depende da tecnologia utilizada pela empresa. A “tecnologia”, na 
Ciência Econômica, é muito mais do que apenas máquinas ou bens de 
informática, significa um método para o uso de insumos produtivos. Dentro deste 
conceito, a tecnologia, nas funções de produção, tem um forte peso, pois a “[...] 
medida que a tecnologia se torna mais avançada e a função de produção se 
modifica, uma empresa pode passar a obter maior volume de produção por 
determinado conjunto de insumos” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 161). 
A quantidade de um bem é dada pela combinação de certas quantidades 
de insumos, conforme a tecnologia utilizada. A forma mais comum em livros-
textos brasileiros é a simplificada da função de Henderson e Quandt, na qual os 
“n” números de fatores produtivos são agrupados em apenas duas variáveis mais 
simples: fatores variáveis e fatores fixos. 
Os fatores variáveis abrangem os de produção “[...] cujas quantidades 
utilizadas variam com a realização do processo produtivo” (PINHO; 
VASCONCELLOS, 2003, p. 163) – por exemplo, matéria-prima. Já os fatores 
fixos representam os fatores de produção “[...] cujas quantidades utilizadas não 
variam com a realização do processo produtivo” (PINHO; VASCONCELLOS, 
2003, p. 163), por exemplo: máquinas e imóvel dentro do limite da capacidade 
instalada. 
 
Q = f (x1; x02) 
Onde: 
Q : quantidade produzida de um bem 
x1 : quantidade de fator produtivo variável 
x02 : quantidade de fator produtivo fixo 
 
Com a definição do que vem a ser fator variável e fixo, é possível definir 
os conceitos de curto e longo prazos dentro da análise econômica. Para o curto 
prazo, tem-se como exemplo o tempo que leva para substituir uma máquina. Já 
para o longo prazo, um bom exemplo é o tempo demandado para alterar toda 
uma linha de produção. Ou seja, para a economia, o curto prazo é um horizonte 
temporal dentro do qual pelo menos um dos fatores produtivos não pode ser 
alterado, já o longo prazo é um intervalo do tempo que todos os fatores podem 
 
 
8 
ser alterados (Obs.: É por isso que estamos trabalhando aqui como foco de curto 
prazo, ele é o que mais será encontrado no seu dia a dia). 
Quanto à forma de mensuração, a produção pode ser medida em 
diferentes unidades de referência, sendo três principais: produção total: Q = f 
(x1; x02), produção média: PMe = Q / X1, produção marginal: PMg = ΔQ / ΔX1. 
 
Sendo: 
Q: quantidade produzida 
X1: fator variável 
X02: fator fixo 
PMe: produto médio 
PMg: produto marginal 
ΔQ: variação da quantidade produzida 
ΔX1: variação da quantidade de fator variável 
 
A primeira medida é a própria função de produção da entidade, ou seja, 
produção total é dada pela própria função de produção [forma simplificada]. A 
produção média é a produtividade média aritmética em relação ao fator variável 
[o quociente entre produção total e a quantidade utilizada do fator variável]. Por 
fim, a produção marginal, também chamada de produto marginal, é a “[...] relação 
entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do 
fator variável” (PINHO; VASCONCELLOS, 2003, p. 164), ou seja, a variação da 
quantidade de produção decorrente da variação de uma unidade do fator 
variável. 
Por mais importantes que estes valores possam parecer, nenhum deles é 
útil quando utilizado isoladamente. Analisados juntos, porém, dizem muito sobre 
a produção de uma empresa. O que pode ser comprovado com o gráfico a seguir 
(Gráfico 1), em que, com base na explicação feita por Pindyck e Rubinfeld (2006, 
p. 158-178), tem-se que: 
 
 
 
9 
 
 
 
Portanto, no curto prazo, as possibilidades de combinações dos insumos 
no processo produtivo ficam limitadas ao fator “X1”. Assim, surgem no processo 
produtivo situações iguais a dos dois gráficos vistos acima. No gráfico da curva 
da teoria da produção, o incremento de fatores do grupo “X1” evolui o cenário 
econômico empresarial de “viável” para “inviável”. A região viável seria composta 
de duas fases: rendimentos crescentes1 e rendimentos decrescentes positivos – 
nesta última fase, estariam os pontos de máxima eficiênciado fator “X1” e de 
máxima eficiência do fator “X02” (ele não aparece no gráfico, pois é a estrutura 
fixa sobre a qual se adiciona o fator variável). Já a região inviável seria a área 
formada pelos rendimentos decrescentes negativos, ou seja, toda a área 
formada após o ponto de máxima eficiência do fator “X02” – a partir deste, o 
incremento do fator “X1”, além de agregar mais custo absoluto, reduz, devido à 
limitação do fator “X02”, o volume total produzido pela empresa. 
Em relação ao segundo gráfico: 
(i) a inclinação máxima para o PMg (produto marginal) ocorre quando a 
segunda derivada é igual a zero (nesse ponto, o rendimento crescente 
termina no primeiro gráfico). A partir deste ponto, os valores do PMg caem 
à medida que uma nova unidade de fator variável é adicionada (ou seja, 
 
1 O incremento de uma unidade de fator produtivo resulta em mais que uma unidade de 
produto incremental. 
 
 
10 
teremos as regiões do crescimento positivo e negativo presentes no 
primeiro gráfico); 
(ii) a eficiência do fator variável atinge seu nível máximo quando o valor PMg 
se iguala ao do PMe. Ou seja, este é o último momento que o acréscimo 
de uma nova unidade do fator variável gera um PMe maior que o do 
momento anterior. Dessa forma, os acréscimos de novas unidades de fator 
variável ainda produzem um aumento no produto total (q), porém sendo 
cada vez menor a intensidade do ganho; 
(iii) A produção de uma empresa atinge seu limite máximo de crescimento, 
considerando o fator de produção fixo existente, quando o PMg atinge o 
valor zero. Isto é, quando ocorre a intersecção do PMg com o eixo do fator 
variável. Nesse ponto, o fator fixo encontra-se em seu nível de máxima 
eficiência – a produção dessa firma está em pleno emprego dos fatores de 
produção. A partir deste ponto, o PMg é negativo e a cada novo acréscimo 
de fator variável a firma tem como resultado a queda no volume de 
produção. Ou seja, a produção será considerada economicamente inviável, 
pois, a partir desse ponto, ocorre que a cada acréscimo de insumo variável 
a fábrica produz menos produto acabado (isto é, resulta em decréscimo de 
produção). 
 
Bem, meu caro leitor, para os nossos fins de AVEF, isso já basta, mas, se 
você ficou curioso e quer se aprofundar mais, olhe a dica no “Saiba mais”: 
 
 
TEMA 03: TEORIA DO CUSTO PARA PROJEÇÃO DO CUSTO TOTAL A SER 
INCORRIDO COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO 
 
Neste tema, vamos conversar sobre o impacto que a teoria da produção 
tem no custo de produção de uma empresa no horizonte de curto prazo. Nesse 
sentido, teremos, entre outros itens, a demonstração de artefatos econômicos 
que permitem que a “Análise Econômico-Financeira” identifique a quantidade de 
produção que gera a maior eficiência no custo médio de um produto: o custo 
médio mínimo. Todavia, antes de tudo, precisamos entender que, na teoria do 
custo, o custo é avaliado dentro de duas situações distintas: custos de curto 
 
 
11 
prazo e custos de longo prazo. Destes, neste estudo, focaremos apenas nos 
eventos de curto prazo. 
O curto prazo é definido como sendo a extensão temporal dentro da qual 
pelos menos um dos fatores produtivos não pode ser alterado pela empresa. Nas 
funções de produção, este fator fixo é representado pelo símbolo “X02” e os 
demais fatores, tidos como variáveis, por “X1”. Convém lembrar que, da 
combinação destes recursos, duas regiões surgiam na produção: uma viável 
(rendimentos crescentes e decrescentes positivos) e uma inviável (rendimentos 
decrescentes negativos). Ambas podem ser facilmente identificadas na curva 
dos custos, conforme consta a seguir: 
 
No gráfico, é possível perceber que, à medida que a produção vai 
aumentando (isto é, a quantidade “q” aumenta), o custo também aumenta, esta 
é a região viável da produção. De repente, temos uma inflexão na curva de custo 
para a direita, e o custo começa a subir à medida que a quantidade produzida 
começa a diminuir. Esta é a região inviável que vimos lá curva de produção. Na 
análise de custo, não faz sentido analisá-la, pois nenhuma empresa coerente 
estará nessa situação (caso esteja, pare tudo, pois ela é tão despreparada que 
não justifica continuar a análise). Ou seja, uma análise é feita apenas na região 
viável que segue demostrada. 
 
 
12 
 
Na região viável, os gastos monetários do uso dos recursos produtivos 
podem ser representados pelas seguintes fórmulas: custo total: CT = CVT + CFT, 
custo médio: CMe = CT / Q e custo marginal: CMg = ΔCT / ΔQ. 
 
Sendo: 
CT: custo total 
CVT: custo variável total 
CFT: custo fixo total 
CMe: custo médio 
Q: quantidade produzida 
CMg: custo marginal 
ΔCT: variação do custo total 
ΔQ: variação da quantidade produzida 
 
Segundo as fórmulas apresentadas, no curto prazo, o “custo total” de uma 
empresa é exclusivamente gerenciado por meio do “custo variável total” (isto é, 
CVT = X1 · P1 = quant. de fatores produtivos variáveis × o preço de aquisição). 
Ou seja, para reduzir ou aumentar o custo total no curto prazo, os elementos a 
serem considerados são exclusivamente “X1” e “p1”. Além do “CT”, estes fatores 
variáveis alteram também, de forma exclusiva, o CMg da empresa. No gráfico a 
seguir, é possível demonstrar que o CMg de uma empresa – em sua inclinação 
positiva – corta tanto a curva do “Custo Total Médio” (CTMe) quanto a curva do 
“Custo Variável Médio” (CVMe) nos pontos em que estas apresentam seus 
valores mínimos. O ponto de intersecção da CMe com a CMg é o ponto em que 
a relação custo e volume de produção é mais favorável para uma empresa no 
curto prazo (linha vermelha no gráfico). A partir deste ponto, a cada incremento 
de produção, o CVMe tende a subir mais que a queda obtida no CFMe, 
aumentando, assim, o CTMe. Ou seja, quanto mais a empresa produzir mais 
 
 
13 
caro ficará cada unidade produzida por ela depois da intersecção das curvas do 
CMe e do CMg. 
 
 
FONTE: PINDYCK E RUBINFELD (2006, P. 188)2 
 
Assim, no curto prazo, para que o controle do custo total médio (CTMe) 
possa ser feito com eficiência, é muito importante a compreensão do 
comportamento do CMe e do CMg, derrubando a simplista ideia popular de que 
todo aumento de produção é sempre acompanhado de redução de custo unitário. 
Para os nossos fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e 
quer se aprofundar mais, veja a dica do “Saiba mais”. 
 
 
 
2 As linhas vermelhas demonstram onde o custo total médio tem seu valor mínimo (CTMe = 
CMg). 
 
 
14 
TEMA 04: TEORIA DO RENDIMENTO PARA PROJEÇÃO DO RECEITA 
TOTAL A SER GERADA COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO 
 
Neste tema, a pauta será a teoria do rendimento, mais especificamente a 
reflexão sobre como a receita de uma entidade é sensível para com as 
alterações do preço de venda. A teoria do rendimento, segundo o viés do volume 
da receita, nos demonstrará em qual momento da quantidade transacionada é 
que ocorre o maior volume de receita, bem como onde a política de preço 
assume um comportamento que inviabiliza a operação realizada, segundo a 
percepção econômica racional. 
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2003, p 184), “[...] as firmas 
almejam uma compensação para a atividade criadora de riquezas. [...] o 
rendimento ou a receita recebida pela venda da produção no mercado”. Assim, 
quanto maior a receita, maior o incentivo para o investidor reiniciar o ciclo 
produtivo. Para isso, três fórmulas para aferição da receita se destacam: receita 
total (RT = P · Q), receita média (RMe = RT / Q) e receita marginal (RMg = ΔRT 
/ ΔQ). A primeira fórmula indica o rendimento total do processo transacional de 
uma empresa considerando o preço de venda (P) e quantidade vendida (Q). As 
duas outras fórmulas são medidas que indicam a relação entre a receita total ea quantidade transacionada. Ou seja, a receita total nada mais é que o produto 
entre preço unitário e quantidade vendida, já a “RMe” e “RMg” são quocientes 
entre “RT” e “Q”, onde a primeira fórmula considera os valores absolutos e a 
segunda, as variações desses elementos. A importância dessas três fórmulas na 
análise de uma empresa é definida por Pinho e Vasconcellos (2003) como: 
 
Existe relação entre as curvas de receita total, média e marginal. 
A receita total atinge o máximo no ponto em que a receita 
marginal é zero, ou seja, quando corta o eixo horizontal. A 
receita marginal representa os acréscimos à receita total: 
enquanto a receita marginal é positiva, a cada diminuição de 
preço há aumento na quantidade superior proporcionalmente à 
queda de preços. Isso implica uma receita de vendas maior. 
Contudo, a partir do ponto em que a receita marginal é zero, a 
perda de receita pela diminuição de preço é maior que o ganho 
obtido pelo aumento da quantidade vendida. (PINHO E 
VASCONCELLOS, 2003, p. 192) 
 
 
 
15 
Essa citação pode ser facilmente entendida com o gráfico que segue, 
em que o valor monetário ($) da Curva da Receita total (RT) é representada pelo 
eixo da abscissa e a taxa de redução do preço original de venda (TRP) no eixo 
das ordenadas. Assim, quanto menor for o preço de venda, maior será a taxa de 
redução. Da mesma forma, quanto maior for o preço de venda, menor será o 
valor da “TRP”. 
 
 
 
O Gráfico demonstra que o preço original de venda tem aceitação pelo 
mercado, pois, mesmo sendo “TRP” igual a zero, a curva da “RT” ainda corta o 
eixo das abscissas em um ponto diferente de zero. À medida que a “TRP” sobe, 
o preço cai, e a receita total sobe, pois, como visto na citação anterior, o aumento 
da quantidade vendida supera o efeito da redução do preço. O movimento de 
aumento da RT termina quando a RMg iguala a zero – ponto em que a “RT” é 
máxima. A partir deste, a queda do preço resulta em queda de receita total, pois 
o aumento do volume de venda torna-se inferior ao efeito da queda do preço. Ou 
seja, a empresa vende mais e recebe menos. Assim, considerando 
exclusivamente a transação realizada, mesmo quando não é analisado o 
impacto do custo, a redução do preço de venda não significa “sempre” uma boa 
estratégia de resultado para uma empresa. 
 
Para os fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se 
aprofundar mais, leia o “Saiba mais”. 
 
 
 
16 
 
TEMA 05: TEORIA DO RENDIMENTO PARA PROJEÇÃO DO LUCRO TOTAL 
A SER GERADO COM A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ECONÔMICO 
 
Neste tema, trabalharemos com a teoria da firma pelo viés do lucro. Neste 
sentido, confrontaremos as curvas de custo e de receita para determinarmos que 
regiões transacionais apresentam viabilidade econômica por gerarem lucro e 
demonstrarem comportamento evolutivo favorável para a empresa. Também 
vamos estudar com outros elementos conceituais que serão a base para o 
entendimento da teoria contábil do Custo/Volume/Lucro que será abordada na 
aula 4. 
A busca pela otimização (ou maximização) dos resultados é o que 
orienta uma empresa. Ou seja, otimização é a busca do “lucro máximo” que uma 
empresa pode gerar. Para tanto, ela precisa encontrar o equilíbrio entre: volume 
de produção, volume de venda, volume de receita e volume de gasto. Ou seja, 
a “[...] situação de otimização constitui a análise do equilíbrio da firma.” (Pinho e 
Vasconcellos, 2003, p. 187). 
O lucro total é a diferença entre a receita total e o custo total. Assim, o 
lucro máximo somente é encontrado no ponto onde o valor da receita marginal 
e do custo marginal se igualam, pois neste ponto a distância entre a receita total 
e do custo total é máxima, ocorrendo a maximização do lucro. Ou seja, “o lucro 
[...] é maximizado no ponto em que um incremento adicional no nível de 
produção mantém o lucro inalterado (isto é / q = 0)”3 (Pindyck; Rubinfeld, 
2006, p. 225). 
O gráfico a seguir encerra esta aula, demonstrando que o lucro () é 
máximo quando seu valor marginal é igual a zero. Pela análise gráfica, é possível 
perceber que este ponto de maximização não é, obrigatoriamente, o ponto em 
que a “Receita total” é máxima ou “Custo total” é mínimo, quando estes são 
analisados isoladamente. A mesma análise gráfica também esclarece que esses 
pontos são elementos essenciais para a gestão empresarial, pois definem tanto 
o volume do lucro máximo quanto a quantidade necessária de produto para que 
ele ocorra. Quanto melhor for o controle dessas duas curvas, maior será o lucro 
e menor será a quantidade de produto necessário para sua maximização. 
 
3   /  q = 0, onde: = variação;  = lucro; q = quantidade; 0 = zero 
 
 
17 
 
 
Maximização do lucro no curto prazo 
Fonte: adaptado de PINDYCK E RUBINFELD (2006, p. 225) 
 
Ficou confuso? Então, vamos rever a explicação do gráfico por um outro 
ângulo. Nele, quando a quantidade movimentada é muito baixa, o resultado de 
uma empresa é o prejuízo, pois o valor do custo total supera o da receita (Região 
“A”). O motivo? Custo fixo é um valor elevado para aquela quantidade de 
mercadoria transacionada. Porém, à medida que a quantidade de venda 
aumenta, as duas curvas se aproximam, reduzindo o prejuízo gradativamente 
até que zere; nesse caso, ocorre o chamado “ponto de equilíbrio” (Ponto A). 
Depois do ponto de equilíbrio, quanto maior for a quantidade de venda, maior 
será a distância entre as curvas e, portanto, maior o lucro (Região “B”)... Isso até 
certo ponto! Olhe com atenção e você vai perceber que, à medida que a 
quantidade ultrapassa certo volume, as distâncias entre as curvas diminuem e, 
assim, o lucro cai a cada incremento de produto (Região “C”), podendo, conforme 
o caso, até gerar novamente prejuízos (Região “D”). 
Existe um ponto entre a região “B” e “C” que representa o maior valor que 
a empresa pode alcançar de lucro, ou seja, a quantidade de venda em que o 
lucro pode ser máximo (Ponto B) – não sendo, necessariamente, o ponto em que 
a produção será mais eficiente, ou que o custo médio será mais baixo, ou que 
quantidade vendida apresenta a maior receita possível. O lucro é máximo 
quando se tem a maior distância entre a curva do custo e da receita – ou seja, 
quando, geometricamente falando, a receita marginal for igual ao custo marginal, 
 
 
18 
custo marginal é zero, ou seja, o lucro é máximo quando conseguimos vender 
aquela quantidade que apresenta a maior diferença positiva entre o valor da 
receita total e o valor do custo total. 
Portanto, em nossa análise de viabilidade econômica, precisamos 
verificar se o projetado em foco está apto para operar naquela quantidade que 
permite o alcance da maior eficiência no lucro. O que, conforme demonstra essa 
teoria, precisa ser feito mediante uma visão sistêmica da empresa e do 
comportamento do mercado. Ou seja, as decisões a serem tomadas devem 
considerar tanto os elementos endógenos (dentro dos portões da empresa: a 
fábrica) quanto exógenos (fora dos portões da empresa: o mercado). Dito de 
outra forma, uma empresa não poderá ser tida como viável sem antes 
demonstrar como seus custos se relacionam com os lucros. 
Por fim, vamos tomar ciência de como a Contabilidade utiliza parte de todo 
esse conceito em suas análises sobre o custo/volume/lucro (C/V/L). Para isso, 
como comumente faz a Contabilidade gerencial e de custo, vamos isolar uma 
área do gráfico visto anteriormente e considerar apenas as regiões “A” e “B”. 
 
 
Alisando as curvas de custo total e da receita total, obtemos duas retas 
com considerável valor para o processo analítico, uma vez que nos permite 
extrair importantes indicadores como: Ponto de equilíbrio, Grau de 
comprometimento da receita, Margem de segurança operacional. Desde que a 
operação não ultrapasse o ponto onde o lucro é máximo, as informações19 
prestadas por esses indicadores de C/V/L serão impactantes para o 
entendimento da viabilidade econômica de um projeto. Tanto é verdade que esta 
é a pauta da próxima aula. 
Para os fins de AVEF, isso já basta, mas, se você ficou curioso e quer se 
aprofundar mais, dê uma olha na dica do “Saiba mais”. 
 
SAIBA MAIS 
Para descobrir outros detalhes sobre os tópicos abordados, leia o capítulo 8 da 
obra a seguir, disponível em nossa biblioteca virtual. 
 PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Durante os temas vistos nesta aula, analisamos a importância da “teoria 
da firma neoclássica” e vimos sinteticamente algumas das bases teóricas para 
sua construção: racionalidade substantiva, simetria informacional, utilitarismo. 
Agora, acesse o fórum da disciplina e, com base no que estudou, reflita com 
seus pares a situação a seguir: Você acredita que na maioria das empresas 
brasileira as pessoas realmente estão preparadas para usar esta teoria? E nas 
empresas que tenham pessoas preparadas, será que são totalmente 
qualificadas para realização de uma análise dessa magnitude? Se você 
respondeu que não em alguma dessas perguntas, como seria possível rever 
esse cenário? 
 
NA PRÁTICA 
É hora de treinar um pouco o que foi visto neste encontro, mas vamos fazê-
lo de forma bem simples. Como assim? Acontece que, na teoria da firma, 
podemos e, muitas vezes, precisamos usar equações de retas, derivadas etc. 
para o processo de análise. Todavia, a prática a seguir chega ao mesmo 
resultado sem ter que apelar para todo esse ferramental matemático, além disso, 
tomamos o cuidado para termos poucas linhas nas tabelas, de modo que não 
ficasse poluída a explicação. 
 
A) Leitura do caso 
 
 
20 
Uma pessoa montou uma empresa de camisetas com a seguinte estrutura 
operacional: tem um colaborador (ela própria) que costura as camisetas e as 
vende: fator fixo é a pessoa e a máquina de costura, fator variável é o tecido. 
Para a produção, as estimativas levantadas são 
 
Fator fixo Fator variável Produto 
máq./operador quant. tecido camisetas 
1 conjunto 30 metros 25 peças 
1 conjunto 60 metros 60 peças 
1 conjunto 90 metros 110 peças 
1 conjunto 180 metros 206 peças 
1 conjunto 185 metros 200 peças 
 
Para o custo, o fator fixo tem um custo mensal de R$ 1 mil e, para o fator 
variável, de R$ 5 por metro de tecido. 
Por fim, para a receita, é estimado o seguinte comportamento para o 
mercado: 
Preço Quant. 
médio venda 
 R$ 50,00 25 peças 
 R$ 25,00 60 peças 
 R$ 4,00 110 peças 
 R$ 8,00 206 peças 
 
A empresa quer maximizar o lucro e pergunta para você, que é analista de 
viabilidade econômico-financeiro, onde o projeto é viável para este objetivo: Se 
é quando o uso dos fatores produtivos é mais eficiente ou onde o custo médio é 
menor ou onde a receita total é maior? Além disso, ele quer o valor do maior 
lucro possível? 
 
B) Identificação do que deve ser feito e teoria/conteúdo que resolve o 
problema 
Para resolver a primeira pergunta, nem precisa de cálculo, basta usar a teoria. 
Para a segunda questão, não precisa fazer todos os cálculos que vimos, mas 
recomendo que os faça para entender a lógica. Assim, vamos fazer os cálculos 
médios, totais e marginais que foram explicados durante os cinco temas. 
Lembre-se de que são apenas operações de divisão, multiplicação, adição e 
subtração. Ah! Na análise da receita, não precisa fazer receita média e marginal 
 
 
21 
porque, nesse exemplo, preço médio é o valor da receita média e a receita aqui 
somente será crescente. 
 
C) Apresentação da solução do problema 
A primeira pergunta foi sobre quando o lucro máximo é alcançado: No uso 
dos fatores produtivos na mais eficiente ou na quantidade onde o custo médio é 
menor ou onde a receita total é maior? Em nenhum deles, pois isolados não 
permitem que essa resposta seja dada. Agora, em conjunto, aí sim. Portanto, a 
resposta certa é: no volume de operação que apresente a maior distância entre 
a receita e o custo. Quando esta é determinada, daí sim é que vem a tentativa 
de ajustar a fábrica para ser mais eficiente nesse ponto e para ter ali o menor 
custo médio. 
 
Com relação a segunda parte da questão, é preciso calcular: 
 
a) Produção 
Fator fixo Fator variável Produto Produto Produto 
máq. c/ operador tecido camisetas médio marginal 
1 30 metros 25 peças 0,83 -x- 
1 60 metros 60 peças 1,00 1,17 
1 90 metros 110 peças 1,22 1,67 
1 180 metros 206 peças 1,14 1,07 
1 185 metros 200 peças 1,08 – 1,20 
 
A última linha tem valor negativo para Pmg (–1,2), então é uma região 
inviável. 
 
Exemplo do produto médio: 
PMe = Produto / fator variável = 25 peças / 30 metros = 0,83 peças / metro 
PMe = Produto / fator variável = 60 peças / 60 metros = 1,00 peça / metro 
E assim por diante teremos quanto, em média, cada metro gera de peças. 
 
Exemplo do produto marginal: 
PMg = Δ Produto / Δ fator variável = (60 – 25)/(60 – 30) = 35 /30 = 1,17 
peças/metro 
PMg = Δ Produto / Δ fator variável = (110 – 60)/(90 – 60) = 50 /30 = 1,67 
peças/metro 
 
 
22 
Assim por diante, e teremos quanto o incremento de cada metro adiciona de 
peças 
 
Para estes dados informados, a produção é mais eficiente para o fator 
variável em 110 peças, pois, na média, cada metro do tecido fez 1,22 peça de 
camiseta. 
 
b) Custo: 
Custo Custo Custo Custo Custo 
fixo variável total médio marginal 
 R$ 1.000,00 R$ 150,00 R$ 1.150,00 R$ 46,00 -x- 
 R$ 1.000,00 R$ 300,00 R$ 1.300,00 R$ 21,67 R$ 4,29 
 R$ 1.000,00 R$ 450,00 R$ 1.450,00 R$ 13,18 R$ 3,00 
 R$ 1.000,00 R$ 900,00 R$ 1.900,00 R$ 9,22 R$ 4,69 
 R$ 1.000,00 R$ 925,00 R$ 1.925,00 R$ 9,63 
– R$ 
4,17 
A última linha não faz sentido, pois está na região inviável na análise de 
produção! 
 
Exemplo do custo fixo: 
R$ 1 mil por conjunto × 1 conjunto = R$ 1 mil 
 
Exemplo do Custo variável total: 
30 metros x R$ 5 por metro = R$ 150 
60 metros x R$ 5 por metro= R$ 300 
 
Exemplo do Custo total: 
R$ 1 mil de custo fixo + R$ 150 de custo variável total = R$ 1150,00 
R$ 1 mil de custo fixo + R$ 300 de custo variável total = R$ 1300,00 
 
Exemplo do Custo médio: 
CMe = Custo total / Quant. produzida = R$ 1150 / 25 = R$ 46 / peça 
CMe = CT / Qp = R$ 1300 / 60 = R$ 21,67 / peça 
 
Exemplo do Custo marginal: 
CMg = Δ CT / Δ Qp = (1300 – 1150) / (60 – 25) = 150 / 35 = 4,29 peças/metro 
CMg = Δ CT / Δ Qp = (1450 – 1300) / (110 – 60) = 150 / 30 = 3,00 peças/metro 
 
 
23 
 
Para esses dados informados e tabulados, o custo médio é menor quando 
são produzidas 206 peças, pois, na média, cada peça custou nesta quantidade 
R$ 9,22. (a rigor, seu valor do custo mínimo é um ponto que estará acima das 
110 peças, pois, a partir deste ponto, o custo marginal demonstrou um salto de 
3 para 4,69. Subindo assim, acabaria se igualando com o custo médio (CMg = 
CMe). Porém, 206 peças está bom para entendermos o conceito. 
 
 
c) Receita 
Quant. Preço Receita Custo Lucro 
venda médio total total total 
25 R$ 50,00 R$ 1.250,00 R$ 1.150,00 R$ 100,00 
60 R$ 25,00 R$ 1.500,00 R$ 1.300,00 R$ 200,00 
110 R$ 14,00 R$ 1.540,00 R$ 1.450,00 R$ 90,00 
206 R$ 8,00 R$ 1.648,00 R$ 1.900,00 –R$ 252,00 
 
Exemplo da receita total: 
25 peças × R$ 50 por peça = R$1250 
60 peças × R$ 25 por peça = R$1500 
 
Exemplo do lucro total: 
RT – CT = R$ 1250 – 1150 = R$ 100 
Assim por diante! 
 
Com base nesses dados, vender 60 peças nos dá um lucro total de R$ 
200,00, o que é mais interessantedo que vender onde a eficiência produtiva é 
máxima (110 peças = lucro de R$ 90,00) ou onde o custo médio é mínimo e a 
receita total é máxima (206 peças = prejuízo de R$ 252,00). Interessante, não 
acha? 
 
SÍNTESE 
Este nosso terceiro encontro foi focado nos elementos essências da teoria 
neoclássica da firma considerando sua aplicação em processos de “Análise de 
Viabilidade Econômico-Financeira”. Neste sentido, os seguintes itens foram 
abordados nos cinco temas vistos durante a aula: 
 
 
24 
a) Teoria da produção: regiões de rendimento positivo (viáveis) e negativo 
(inviáveis) 
b) Teoria do custo: regiões viáveis e inviáveis para custo e identificação do 
ponto de menor custo médio 
c) Teoria do rendimento: regiões de crescimento positivo (viáveis) e negativo 
(inviáveis), tanto da receita quanto do lucro. 
Além disso, também foram abordados elementos-chave para o 
entendimento do artefato contábil do custo/volume/lucro, os quais serão úteis 
para a análise do ponto de equilíbrio e de suas ramificações técnicas. 
 
REFERÊNCIAS 
COFECON. Grandes-economistas: Adam Smith. Disponível em: 
<http://www.cofecon.org.br/noticias/colunistas/luiz-machado/840-grandes-
economistas-viii-adam-smith-e-a-riqueza-das-nacoes.html>. Acesso em: 15 jan. 
2017. 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2006. 
PINHO, D.; VASCONCELLOS, M. (Org.). Manual de economia dos 
professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2003. 
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos da Engenharia Econômica. 
São Paulo: IBPEX, 2011. 
SELEME, L. D. B. Finanças sem complicação. São Paulo: IBPEX, 2013. 
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. São Paulo: 
Ibpex, 2006.

Outros materiais