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71 8.3 Dos crimes contra a fé pública (art. 289 ao 311-A) ................................................................. 72 8.3.1 Da falsidade documental (art. 296 ao 305) ...................................................................... 72 8.3.1.1 Falsificação de documento público (art. 297) ............................................................ 72 8.3.1.2 Falsificação de documento particular (art. 298) ........................................................ 72 8.3.1.3 Falsidade ideológica (art. 299) .................................................................................. 73 8.3.1.4 Falsa identidade (art. 307 ao 308)............................................................................. 73 8.3.1.5 Adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art. 311) ........................... 73 8.3.1.6 Principais diferenças entre falsidade material e falsidade ideológica ........................ 73 8.4 Crimes contra a Administração Pública (art. 312 ao 361, CP) .................................................. 74 8.4.1 Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral (art. 312 ao 327) .................................................................................................................................... 74 8.4.1.1 Peculato (art. 312) .................................................................................................... 74 8.4.1.2 Peculato mediante erro de outrem (art. 313) ........................................................... 74 8.4.1.3 Concussão (art. 316) ................................................................................................. 74 8.4.1.4 Corrupção passiva (art. 317) ..................................................................................... 75 8.4.1.5 Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318) ............................................... 75 8.4.2 Crimes praticados por particular contra a adm. pública (art. 328 ao 337, CP)................... 75 8.4.2.1 Resistência (art. 329) ................................................................................................ 75 8.4.2.2 Desobediência (art. 330)........................................................................................... 75 8.4.2.3 Corrupção ativa (art. 333) ......................................................................................... 75 8.4.3 Dos crimes contra a Paz Pública (art. 286 ao 288-A) ........................................................ 76 8.4.3.1 Associação Criminosa (art. 288) ................................................................................ 76 9. Referências .................................................................................................................................. 77 6 1. Introdução ao Direito Penal O Direito Penal, assim como outros ramos do direito evoluiu ao longo do tempo. Saímos de um Direito Penal antigo movido a vingança para o Direito Penal contemporâneo inspirado pelos princípios do Estado Democrático de Direito. Dentre os outros ramos do direito, o Direito Penal é o que sempre lançou os maiores desafios a sociedade e ao Estado. A essência do Direito Penal pode ser encontrada nas teorias e princípios desenvolvidos ao longo do tempo. O seu princípio mais importante é o da segurança jurídica, este princípio visa garantir os direitos do cidadão perante o Estado. Apesar da notória evolução, o direito penal vive uma crise. Os altos índices de violência, a ineficiência do Estado e o clamor da população contra a impunidade, lança grandes desafios aos operadores do Direito Penal. Talvez o maior desafio seja diminuir a violência e com o sentimento da população de impunidade dos criminosos. 1.1 Evolução do Direito Penal na história O primeiro crime famoso que se tem ciência foi o homicídio cometido por Caim contra seu irmão Abel. Segundo o livro Genesis, Caim possuído pela inveja e tomado pelo ódio premeditou a morte de seu irmão, preparou uma emboscada e a executou, matando o irmão. A Bíblia não relata de que forma o homicídio foi consumado. Sabemos que Deus, como punição sentenciou-o ao banimento do solo, além de ser condenado à condição de errante pelo mundo. Caim lamentou a severidade da sua punição e mostrou ansiedade quanto à possibilidade de o assassinato de Abel ser vingado nele, mas, ainda assim, não expressou nenhum arrependimento. Nos dias de hoje, o operador do direito penal, ao se deparar com este crime teria que analisar o inter criminis (caminho do crime), a estrutura do crime (fato típico, ilícito e culpável) e com base no tipo penal enquadrar o crime de Caim, como Homicídio qualificado, por motivo torpe e por emboscada. A punição seria a de reclusão de 12 a 30 anos. Caim, como sabemos não concordou com a punibilidade, então pelo princípio do duplo grau de jurisdição poderia recorrer da decisão do juiz. 1.1.1 Vingança Privada No início de sua evolução, a sociedade convivia com a Vingança Privada. Se um agente cometia um crime, a vítima, sua família ou comunidade poderia levar a 7 vingança ao extremo, inclusive contra pessoas próximas ao autor do crime, independentemente de sua participação. Vivíamos em estado de vingança e violência. Neste período tribos inteiras foram dizimadas, não havia proporcionalidade entre o crime e a vingança. Hamurabi, rei da Babilônia, no século XVIII a.C., autor de 282 leis, que ficaram conhecidas como Código de Hamurabi, criou baseadas na lei de talião, os princípios de proporcionalidade e provas. A lei do talião era a pena antiga pela qual se vingava o delito, infligindo ao delinquente o mesmo dano ou mal que ele havia praticado. Conhecemos a lei do Talião pela expressão “Olho por olho, dente por dente”. A lei do talião tentava criar regras para a vingança, inspiradas no conceito que a sociedade entendia por proporcionalidade. Segundo a lei de talião: “se um arquiteto construísse um imóvel, e essa casa caísse em razão de problemas na obra e o proprietário do imóvel morresse em razão do desabamento o arquiteto seria condenado a morte. Se no desabamento morresse também o filho do proprietário, o filho do arquiteto deveria ser morto também”. A proporcionalidade da pena transcendia a culpa e a punição poderia atingir a família do criminoso. 1.1.2 Vingança Divina Outra fase marcante da evolução do Direito Penal é o da vingança divina. Neste período a religião era decisiva na vida da sociedade. Os sacerdotes (mandatários dos Deuses) eram responsáveis pela sanção penal. As penas eram cruéis e desumanas. Desse período destaca-se o código de Manu. Este código é considerado a primeira organização geral da sociedade sob motivação religiosa. O princípio do Código de Manu preconizava que o castigo e a coação eram essenciais para se evitar o caos na sociedade. 1.1.3 Vingança Pública Nesta fase se destaca a forte organização social e política do Estado. A punição deixava o caráter individual e privada e assumia caráter público. O Estado passa a intervir nos conflitos sociais e surge o “jus puniendi”. O “jus puniendi” é expressão latina que quer dizer direito de punir do Estado. Já nessa época são considerados crimes ações que atacassem a ordem pública, os bens religiosos, públicos, propriedade particular. 8 As sanções continuaram violentas e cruéis. E ainda continuava transcendendo a pessoa do culpado, atingindo também a família e amigos. 1.1.4 Direito Romano O grande marco do Direito Penal na antiguidade foi o Direito Romano. Surgiram ali institutos importantes como o dolo e a culpa, excludentes penais como o erro,