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Indicadores de saúde bucal 
 Prof. Wilson 
 
Principais diferenças entre as abordagens clínica e 
epidemiológica: 
 
 
Planejamento em saúde: 
Abordagem epidemiológica em saúde: 
- Compreender a realidade, os principais problemas e 
necessidades da população (entender quais os problemas e o 
perfil daquela população para ser solucionado); 
- Elaborar propostas capazes de solucioná-los, resultando 
em um plano de ação; 
- Estabelecer metas e implementar um sistema de 
acompanhamento e avaliação destas operações (avaliar se as 
ações estão sendo mesmo efetivas, mudando se preciso o 
plano de ação e elaborando outras propostas). 
 
Sistema de informações em saúde: serve para reconhecer 
a população, subsidiar o plano de ação e acompanhar a 
situação de saúde da população. Conjunto de componentes 
que atuam de forma integrada, por meio de mecanismos de 
coleta, processamento, análise e transmissão da informação. 
O paciente é atendido na unidade de saúde e gera dados, 
que são coletados e divulgados através de um sistema de 
informação: processados pelo departamento de informática 
do SUS e disponibilizados através de plataformas 
(ex.:DATASUS). Isso acontece em nível de área regional e 
também municipal (envolvendo hospitais, por exemplo). 
 
Principais sistemas de informação em saúde: 
-Sistema de informações sobre mortalidade (SIM) -> utiliza 
como instrumento padronizado para sua coleta de dados a 
declaração de óbito (quantos anos a pessoa tinha, local, 
período, causa) 
-Sistema de informações sobre nascidos vivos (SINASC) 
utiliza como instrumento padronizado para sua coleta de 
dados a declaração de nascimento 
-Sistema de informações hospitalares (SIH/SUS) -> é 
registrado dados referentes a internações (motivos, 
doenças, agravos, idade, sexo, procedência, procedimentos 
realizados em âmbito hospitalar) 
-Sistema de informações de agravos de notificação 
(SINAN) -> existem as doenças de notificação compulsória 
(devem ser informadas pelos profissionais da saúde através 
desse sistema de informação 
-Sistema de informações ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) 
-> são registrados os procedimentos ambulatoriais 
realizados nas unidades de saúde da família, centro saúde 
escola (nª de procedimentos realizados em um 
determinador período de tempo, em um determinado local) 
-Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN) 
-Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunização (SI-PNI) 
 
Indicadores de saúde: Os indicadores são medidas-síntese 
que contêm informação relevante sobre atributos e 
dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do 
sistema de saúde (avaliam as comorbidades, doenças, acesso 
ao sistema de saúde). Os indicadores de saúde vistos em 
conjunto devem refletir a situação sanitária de uma 
população e servir para a vigilância das condições de saúde. 
Geralmente expressos em números relativos: Proporção, 
Coeficientes, taxas e índices. 
 
Obs.: o coeficiente e a taxa dizem quão rápido ou a 
frequência que determinada doença atinge a população, já a 
proporção nos diz qual a fração da população que é afetada. 
Taxa: quantas pessoas a cada mil morrem devido a 
determinada doença. 
Principais indicadores utilizados: 
- Mortalidade / sobrevivência 
- Morbidade / gravidade / incapacidade -> medem a 
ocorrência de doenças, lesões, incapacidades na população 
(taxa de prevalência de hipertensão arterial) 
- Aspectos demográficos (sexo, estrutura etária, número 
populacional) 
- Condições socioeconômicas (importante para avaliar a 
qualidade de um serviço de saúde -> indicadores de renda 
per capita, IDH, taxa de desemprego) 
- Serviços de saúde (razão de números de leitos 
hospitalares por habitante, por exemplo -> informações a 
respeito do acesso ao serviço de saúde) 
Indicadores de saúde bucal: durante alguns períodos 
houve alguns programas que vão priorizar a utilização de um 
ou de outro indicador de saúde bucal. 
Direcionadores da Pactuação dos Indicadores de Saúde 
-Pacto de Indicadores da Atenção Básica: 2003 
-Pacto pela Saúde: 2007 
-Contrato Organizativo de Ação Pública (COAP): 2011 
-Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade 
da Atenção básica (PMAQ): 2011 
Pacto de indicadores da atenção básica: 
- 2003 a 2005 
Obrigatórios: Cobertura de primeira consulta odontológica 
(informações sobre o acesso a saúde bucal); Razão entre os 
procedimentos odontológicos e população de 0 a 14 anos 
(não é utilizado com muita frequência). 
Complementar: Proporção de exodontias em relação às 
ações odontológicas básicas individuais. 
- 2006 
Obrigatórios: Cobertura de primeira consulta odontológica; 
Cobertura da ação coletiva de escovação dental 
supervisionada (foi inserida, muito utilizada) 
Complementar: Média de procedimentos odontológicos 
básicos individuais; Proporção de procedimentos 
odontológicos especializados em relação às ações 
odontológicas individuais. (esses indicadores não são mais 
utilizados com frequência, pois acabam avaliando apenas os 
procedimentos -> lógica curativista) 
Pacto pela saúde: 
- 2007 
Obrigatórios: Cobertura de primeira consulta odontológica 
Complementares: Cobertura da ação coletiva de escovação 
dental supervisionada; Média de procedimentos 
odontológicos básicos. 
- 2008 
Obrigatórios: Cobertura de primeira consulta odontológica 
Complementares: Média anual da ação coletiva de escovação 
dental supervisionada 
- 2009 
Os indicadores de Saúde Bucal foram excluídos do Pacto 
pela Saúde neste ano 
- 2010 
Obrigatórios: Cobertura populacional estimada das ESB da 
ESF; Média de escovação dental supervisionada -> 
estratégia de saúde passa a ter certa importância. 
Contrato organizativo de ação pública (COAP): 
- 2013-2015 
Específicos: Proporção de exodontia em relação aos 
procedimentos odontológicos 
Universais: Cobertura populacional estimada pelas equipes 
básicas de saúde bucal; Média da ação coletiva de escovação 
dental supervisionada. 
- 2016 
Específicos: Proporção de exodontia em relação aos 
procedimentos odontológicos 
- 2017-2021 
Não foram incluídos indicadores de Saúde Bucal 
PMAQ: 
- 1º Ciclo -> 2012 
Monitoramento: Média de instalações de próteses 
dentárias; Média de atendimentos de urgência odontológica 
por habitante; Taxa de incidência de alterações da mucosa 
oral 
Desempenho: Média da ação coletiva de escovação dental 
supervisionada; Cobertura de primeira consulta odontológica 
programática; Cobertura de primeira consulta de 
atendimento odontológico à gestante; Razão entre 
tratamentos concluídos e primeiras consultas odontológicas 
Programáticas. 
- 2º Ciclo - 2013 
Proporção de instalações de próteses dentárias 
Desempenho 
Cobertura de atendimento odontológico à gestante 
Monitoramento 
- 3º Ciclo - 2015 
Desempenho: Cobertura de primeira consulta odontológica 
programática; Razão entre tratamentos concluídos e 
primeiras consultas odontológicas; Percentual de serviços 
ofertados pela Equipe de Saúde Bucal. -> esses indicadores 
apresentam uma metodologia de cálculo, que tem por 
objetivo avaliar o acesso, a ênfase nos atendimentos e 
procedimentos de saúde, o quão mutilatório vem sendo os 
serviços de saúde. 
 
Como acessar as informações: DATASUS tabnet 
(principal plataforma de saúde) -> indicadores de saúde e 
pactuações, dados brutos de produção hospitalar e 
ambulatorial, dados de morbidade, informações relacionadas 
ao CNES; e-Gestor (mais voltada para a atenção básica) -> 
cobertura da atenção básica e das equipes de saúde bucal 
na ESF no seu município; sala de apoio à gestão estratégica 
(SAGE) -> dados do “datasus” de forma mais ilustrativa, 
facilitando a análise e entendimento dos indicadores; 
cadastro nacional de estabelecimentos de saúde (CNES) -> é 
possível ver qual a estrutura, quantas unidades existem em 
um determinado município, recursos humanos. 
 
Utilizaçãode indicadores de saúde bucal para avaliar o 
impacto da Estratégia de Saúde da Família de uma 
determinada população (trabalho): 
Qual o impacto das eSB da Estratégia de Saúde da Família 
nas condições de Saúde bucal da População? 
- Limitado número de trabalhos 
- Ausência de concordância 
- Trabalhos avaliando um ou poucos municípios 
- Poucos trabalhos analisam série histórica 
- Não existem estudos no contexto da RRAS 13 
Objetivo Geral 
- Verificar se maiores coberturas no modelo de atenção 
Estratégia de Saúde da Família promoveu a melhora dos 
indicadores de saúde bucal, evidenciado através de relação 
estatística, levando-se em consideração aspectos sociais, 
demográficos e econômicos. 
Objetivos específicos 
- Analisar a evolução em série histórica das coberturas 
populacionais de Saúde Bucal pelo modelo assistencial 
tradicional e ESF 
- Calcular e analisar em série histórica os indicadores de 
saúde bucal. 
Este é um estudo 
epidemiológico ecológico com 
abordagem quantitativa, de 
natureza descritiva e 
exploratória, utilizando-se da 
análise retrospectiva por 
série histórica dos anos de 
2014 a 2017. 
Conclusões: 
- As Cobertura Populacionais e os Indicadores de Saúde 
Bucal apresentaram padrões relacionados aos estratos 
municipais, ou seja, aspectos socioeconômicos e 
populacionais foram determinantes em seu comportamento. 
- O modelo de atenção Estratégia de Saúde da Família foi 
indutor na melhora da situação sanitária das populações. 
 
Levantamento epidemiológico: 
condições de saúde bucal 
 Prof. Soraya 
 
Epidemiologia: no Brasil, o uso da epidemiologia nos serviços 
de saúde é previsto em lei: A lei 8080 de 1990, em seu 
capítulo II, artigo 7, no desenvolvimento de ações e 
serviços de saúde, deve haver a “utilização da epidemiologia 
para o estabelecimento de prioridades, a alocação de 
recursos e a orientação programática. Em nossa diretriz da 
política nacional de saúde bucal, para o desenvolvimento de 
ações, está previsto a priorização dessas ações a partir de 
um perfil epidemiológico da população. Esse perfil diz 
respeito ao perfil das doenças de saúde bucal de maior 
prevalência na comunidade. 
Principais agravos – saúde bucal (são objetos de estudos 
epidemiológicos em virtude de sua prevalência e gravidade): 
- Cárie dentária 
- DP (gengivite e periodontite) 
- Câncer de boca 
- Traumatismos dentários 
- Fluorose dentária 
- Edentulismo 
- Má oclusão 
 
Levantamento das condições de saúde bucal: 
essencialmente buscamos identificar quais são os principais 
agravos bucais presentes naquela população, e, assim, 
fornecer subsídios para políticas públicas, ações e 
estratégias intersetoriais de promoção, proteção e 
recuperação da saúde. A nível nacional são feitos os 
inquéritos, e o ideal é que eles sejam feitos periodicamente, 
para conhecer a realidade epidemiológica da população, 
observar se houve uma melhora a partir de um 
acompanhamento (a partir de cortes transversais periódicos 
e sequenciadores). As principais experiências de produção 
de dados em nível nacional foram em 1986, 1996, 2003 e 
2010. O próximo estaria previsto para iniciar em 2020. 
Classificação dos levantamentos 
- Forma de obtenção de informações: entrevista e/ou 
exame (com cada indivíduo dessa população) 
- Extensão territorial: nacional ou local ou estudo piloto 
- Tipos de morbidade: gerais ou específicos 
- Tipos de base de dados: populacionais ou institucionais 
(escola, abrigo de idosos) 
* esse levantamento é feito a partir de idades índices e 
grupos etários recomendados pela OMS: 
- 18 a 36 meses: problemas orais em bebês 
- 5 anos: dentição decídua 
- 12 anos: dentição mista 
- 15 anos: dados de incidência de cárie e índices 
periodontais em adolescentes 
- 35 – 44 anos: saúde bucal em adultos 
- 65-74 anos: saúde bucal em idosos 
Obs.: essas idades índices e grupos etários são 
estabelecidos para que seja possível a realização de 
comparações, para ver se houve uma melhora de 
determinada condição. 
• Esse levantamento deve abranger a população em 
sua totalidade (universo) ou de uma parte dela 
(amostra), a qual tem todo um tratamento 
estatístico para que a gente possa extrapolar esses 
dados para o resto da população, economizando 
tempo e custos. Essa amostragem pode ser por 
conveniência – o que é conveniente fazer naquele 
momento (ou não aleatória) ou aleatória (ou casuais, 
probabilísticas, estatísticas ou ao acaso) 
Planejamento do levantamento – instrumentos de medidas 
– índices odontológicos: 
- Cárie dentária (CPO-D – dentição permanente e ceo-d - 
decídua) 
- Condição periodontal (CPI e PIP – atrelado a gengivite e a 
periodontite) 
- Traumatismo dentário (identificação de fraturas 
coronárias e ausência do dente devido a traumatismo) 
- Condição de oclusão dentária (índice estética dental – 
DAI: 12 a 19 anos/OMS 3ª edição – Foster e Hamilton: 5 
anos) 
- Fluorose dentária (índice de Dean) 
- Edentulismo (uso e necessidade de prótese) 
- Condição socioeconômica, utilização de serviços 
odontológicos e autopercepção de saúde bucal (questionário 
aplicado ao respondente) 
Índice CPOD: Preconizado em 37, é adotado pela OMS, e 
tem por objetivo avaliar a prevalência da doença cárie. A 
sigla CPOD tem origem nas palavras “cariados”, “perdidos” e 
“obturados”. D indica a unidade de medida (quantos dentes). 
É trabalhado com a média de dentes permanentes cariados, 
perdidos e obturados em uma dada população. 
- Estima a experiência presente – C – e passado (P,O) do 
ataque da cárie dental à dentição permanente. 
- A idade de 12 anos é referência internacional para cálculo 
do índice por ser a idade em que a dentição permanente 
está praticamente completa. 
 
 
Nossa realidade epidemiológica de saúde bucal – os 
levantamentos nacionais: 
- 1986: CPOD 6,7 -> muito alta prevalência de cárie 
- 1996: CPOD 3,1 (houve uma redução expressiva da cárie 
dentária) -> média 
- 2006: CPOD 2,8 -> média 
- 2010: CPOD 2,1 -> baixa (meta OMS: CPOD < ou = 1 – não 
foi atingida) 
Cárie dentária no Brasil: desigualdade em regiões, sendo 
que na região norte é de 3,16 e sudeste 1,72. Quanto maior 
a idade dos indivíduos há um aumento desse índice. 
Realidade epidemiológica de saúde bucal – os 
levantamentos nacionais: 
- A cárie dentária continua sendo o principal problema de 
saúde bucal dos brasileiros. Mas a situação melhorou entre 
2003 e 2010. 
- Confirmação da tendência declínio da cárie dentária na 
população de 12 anos. 
- Atenção especial deve ser dada a dentição decídua (5 
anos), ceo-d médio 2,43% (2010). Em 2013 a média nessa 
idade era de 2,8 – redução apenas de 13,9% em 7 anos. A 
proporção de dentes não tratados se manteve no mesmo 
patamar de 80%. 
- Persistência das desigualdades regionais (polarização). 
- Edentulismo ainda alto mas com resultados positivos já 
perceptíveis em população adulta. 
- Entre os adultos o destaque cabe a uma importantíssima 
inversão de tendência: as extrações de dentes vêm cedendo 
espaço aos tratamentos restauradores (acesso melhor aos 
cuidados). Em adultos, as necessidades de próteses 
reduziram-se em 70%. 
Levantamento das condições de saúde bucal – SB Brasil e 
a PNSB: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando é feito um projeto nacional para fazer um 
levantamento das condições de saúde bucal, ele envolve 
todas as instâncias: 
- Ministério de saúde que apresenta o comitê técnico 
acessor e o centro de colaboração de vigilância à saúde 
bucal. 
- Secretarias estaduais de saúde 
- Secretarias municipais de saúde 
- A partir das secretarias se tem o grupo gestor do SB, que 
tem a participação de universidades/institutos de pesquisa 
para elaboração de um dado projeto. 
Objetivo do SBBrasil 2010: conhecer as condições de 
saúde bucal da população brasileira em 2010, subsidiar o 
planejamento e a avaliaçãodas ações e serviços junto ao 
SUS e manter uma base de dados eletrônica para o 
componente de vigilância à saúde da política nacional de 
saúde bucal. 
- objetivos específicos: estimar, para a população de 5, 12, 
15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos a prevalência e a gravidade 
da cárie dentária em coroa e raiz; estimar para a população 
de 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74, a condição periodontal; 
estimar para a população de 5, 12 e 15 a 19 anos, a 
prevalência de oclusopatias; estimar, para a população de 12 
anos, a prevalência e a gravidade da fluorose dentária; 
estimar, para a população de 12 anos, a prevalência de 
traumatismo dentário (fratura coronária e avulsão); estimar 
as necessidades de tratamento relacionadas com a cárie 
dentária; estimar a necessidade e uso de prótese nas faixas 
etárias de 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos; estimar, para a 
população de 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos, a prevalência 
e a gravidade da dor de origem dentária; obter dados que 
contribuam para caracterizar o perfil socioeconômico, a 
utilização de serviços odontológicos, a autopercepção e os 
riscos à saúde bucal. 
- Condições pesquisadas: cárie dentária (CPO-D e ceo-d, 
cárie de raiz, necessidade de tratamento); condição 
periodontal; traumatismo dentário; condição de oclusão 
dentária; fluorose; edentulismo; condição socioeconômica, 
utilização de serviços odontológicos e autopercepção de 
saúde bucal. 
- Plano amostral: técnica de amostragem probabilística por 
conglomerados; domínios e unidades primárias de 
amostragem; estágios de sorteio: municípios, setores 
censitários e domicílios 
- Idades-índice e grupos etários (SB – Brasil – OMS 1997 
com algumas modificações): 5 anos – usada 
internacionalmente para aferição do ataque de cárie em 
dentes decíduos; 12 anos – idade de monitoramento global 
da cárie para comparações internacionais e o 
acompanhamento das tendências da doença; 15 a 19 anos: 
comparação com os dados de 86 e não trabalhar com idades 
restritas de 15 e 18 anos dificulta-se bastante o 
delineamento amostral; 35 a 44 anos: avaliação das 
condições de saúde bucal em adultos; 65 a 74 anos: idosos, 
importante com as mudanças na distribuição etária e no 
aumento da expectativa de vida. 
 
- Tamanho da amostra: é usado um cálculo amostral a partir 
da experiência dessa população no caso da doença mais 
prevalente (CPO-D e ceo-d). O número de pessoas 
examinadas também utiliza o critério estatístico 
estabelecido anteriormente. Foi estabelecida em blocos de 
30 munícipios, em cada uma das 5 regiões e estava previsto 
para ser avaliado aproximadamente 50 mil pessoas em todo 
o país em 2010. 
Esse projeto antes de ser realizado passa por uma consulta 
pública, aceitando sugestões e apreciações/contribuições -> 
participação popular nas ações de saúde pública. 
Fases da pesquisa: 
- Primeira fase: oficinas de trabalho com secretarias 
estaduais e municipais de saúde e os centros colaboradores 
-> apresentar as características gerais do projeto; discutir 
as atribuições do centro colaborador e das coordenações 
(estadual e municipal); definir as instituições parceiras e 
detalhar as atribuições de cada uma; apresentar a 
metodologia amostral e, fundamentalmente, as 
peculiaridades de cada município; definir plano de trabalho 
e responsabilidade para as próximas etapas. 
- Segunda fase: reuniões técnicas com instrutores de 
calibração -> definidos os instrutores de calibração em cada 
município, estes se reunirão novamente com o coordenador 
do centro colaborador para que seja discutido o processo 
de treinamento das equipes locais, buscando uma 
padronização do processo de calibração, incluindo todos 
os critérios dos índices a serem utilizados no 
levantamento. 
- Terceira fase: treinamento das equipes locais -> 
treinamento das equipes locais ou microrregionais – 
manuais equipe de campo 
- Quarta fase: coleta de dados 
- Quinta fase: tabulação dos dados 
- Sexta fase: análise dos dados e elaboração do relatório 
com todos os resultados apresentados. 
 
Levantamento Epidemiológico: 
realização dos exames e entrevistas 
domiciliares 
 Prof. Soraya 
 
SB Brasil 2010 
- Quem foi examinado: 5 anos / 12 anos / 15-18 anos / 35 - 
44 anos / 65 - 74 anos 
- Exames domiciliares usando PDA (personal digital 
assistant) dispositivo eletrônico para registro de 
informação, o mesmo utilizado pelo censo do IBGE (1 para 
cada equipe - um examinador que é CD e um anotador) 
a. idade em anos 
b. sexo 
c. cor ou raça 
1 - Branca: para a pessoa que se enquadrar como branca 
2 - Preta: para a pessoa que se enquadrar como preta 
3 - Amarela: para a pessoa que se enquadrar como amarela 
(de origem japonesa, chinesa, coreana, etc) 
4 - Parda: para a pessoa que se enquadrar como parda ou se 
declarar mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça 
5 - Indígena: para a pessoa que se enquadrar como indígena 
ou se declarar índia 
d. realização do exame “sim” ou não” (iria depender se a 
pessoa sorteada estivesse ou não em seu domicílio) 
 
Condições de Saúde Bucal para as idades e grupos de 
risco 
CPI: gengivite e primeiros sinais clínicos da DP 
PIP: DP mais avançada 
 
 
Traumatismo Dentário 
- Será avaliado na idade de 12 anos (avaliando todos os 
dentes da boca) 
- São utilizados os critérios que indiquem sinais de fratura 
coronária e avulsão dentária. Serão considerados apenas os 
incisivos sup. e inf. Permanentes 
 
 
Edentulismo 
- será avaliado nos grupos etários de 15-19 anos / 35-44 
anos / 65-74 anos 
 
Uso de prótese (sup/inf) 
 
 
 
Necessidade de prótese (sup/inf) 
 
 
* IMPORTANTE: a verificação da necessidade de prótese 
deve incluir uma avaliação da qualidade da prótese quando a 
mesma está presente (ou seja, a pessoa pode possuir já uma 
prótese, só que a qualidade está tão ruim, que ela é incluída 
como alguém que precisa de prótese), os dois itens não são 
excludentes, ou seja, é possível estar usando e também 
necessitar de uma prótese. 
O critério de decisão para determinar que uma prótese que 
está em uso é inadequada e, portanto, deve ser trocada, 
será baseado nas seguintes condições: 
- Retenção: está folgada ou apertada 
- Estabilidade e reciprocidade: apresenta deslocamento ou 
báscula 
- Fixação: lesiona os tecidos 
- Estética: apresenta manchas ou fraturas e não está 
adequada ao perfil facial do paciente 
 
Fluorose 
- Será avaliada em crianças de 12 anos 
- Critérios e valores para a classificação de dentes 
fluoróticos de acordo com o índice de Dean 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cárie e necessidade de tratamento 
- A condição de coroa e a necessidade de tratamento serão 
avaliados em todas as idades e grupos etários e a condição 
de raiz somente nos grupos etários 35-44 e 65-74 anos 
- Avaliada por quadrante, para cada dente 
- Para os permanentes (CPOD - 32 dentes) ordem do exame 
começa no 18 —> 28 e depois 38 —> 48 
- Decíduos (ceo-d - 20 dentes) ordem do exame começa no 
55 —> 65 e depois 75 —> 85 
 
 
 
 
 
 
Exame 
- Serão avaliados 3 aspectos em cada espaço dentário: as 
condições da coroa, da raiz e a necessidade de tratamento 
- Para as idades de 5, 12 e 15-19 anos NÃO será avaliada a 
condição de raiz, registrando-se o código 9 (dente excluído) 
em todas as cancelas correspondentes 
- Dente é considerado presente na boca 
quando apresenta qualquer parte visível ou 
podendo ser tocada com a ponta da sonda 
sem deslocar/perfurar tecido mole 
- Se permanente e decíduo ocupam o 
mesmo espaço, registra-se apenas a 
condição do dente permanente. 
 
 
 
* essas situações são somadas à classificação CPOD e ceo-d 
 
Necessidade de Tratamento 
Código Critério 
0 Nenhum tratamento: a coroa e a raiz estão hígidas, ou o 
dente não pode ou não deve ser extraído ou receber 
qualquer outro tratamento 
1 Restauração de uma superfície dentária: quando é 
exigido, para a recuperação daestrutura dentária, uma 
restauração de qualquer tipo que envolva apenas uma face 
do dente. 
2 Restauração de duas ou mais superfícies dentárias: 
quando é exigido, para a recuperação da estrutura 
dentária, uma restauração de qualquer tipo que envolva 
duas ou mais faces do dente. 
3 Coroa por qualquer razão: quando o dente necessita de 
uma cobertura coronária, seja por trauma, cárie ou causa 
desconhecida 
4 Faceta estética: quando a superfície dentária está 
destruída ou com comprometimento estético que exija um 
tratamento com facetas laminadas 
5 Tratamento pulpar e restauração: o dente necessita 
tratamento endodôntico previamente à colocação da 
restauração ou coroa, devido à cárie profunda e extensa, 
ou mutilação ou trauma. 
6 Extração: um dente é registrado como indicado para 
extração, dependendo das possibilidades de tratamento 
disponíveis, quando: 
- a cárie destruiu o dente de tal modo que não é possível 
restaurá-lo 
- a doença periodontal progrediu tanto que o dente está 
com mobilidade, há dor ou o dente está sem função e, no 
julgamento clínico do examinador, não pode ser 
recuperado por tratamento periodontal 
- um dente precisa ser extraído para confecção de uma 
prótese, ou 
-a extração é necessária por razões ortodônticas ou 
estéticas, ou devido à impactação. 
7 Remineralização de mancha branca: quando o dente 
apresenta mancha branca ativa que necessite de 
tratamento remineralizador à base de flúor ou outro 
composto. 
8 Selante: conforme a regra de decisão adotada, será 
feita na presença simultânea das seguintes condições: 
- o dente está presente na cavidade bucal há menos de 2 
anos 
- o dente homólogo apresenta cárie ou foi atingido pela 
doença 
- há presença de placa clinicamente detectável, 
evidenciando higiene bucal precária. 
9 Sem informação: quando, por alguma razão, não for 
possível definir a necessidade de tratamento do dente. 
Via de regra, quando a condição da coroa for 9 (dente 
excluído), assinala-se 9 também na necessidade de 
tratamento. Na condição em que a coroa foi considerada 
não erupcionada (8) ou dente perdido (4 ou 5), também 
deve ser assinalado 9 na casela referente à necessidade 
de tratamento. 
Necessidade de Tratamento 
Os códigos 1 (restauração de uma superfície), 2 
(restauração de 2 ou mais superfícies), 7 (remineralização 
de manchas brancas) ou 8 (selante) serão usados para 
indicar o tratamento necessário para: 
• tratar as cáries iniciais, primárias ou secundárias 
• tratar a descoloração de um dente ou um defeito de 
desenvolvimento 
• reparar o dano causado por trauma, abrasão, erosão ou 
atrição 
• substituir restaurações insatisfatórias ou selantes se 
exigirem uma ou mais das seguintes condições: 
- margem deficiente, permitindo ou em vias de permitir 
infiltração na dentina. A decisão deve ser tomada com base 
no senso clínico do examinador, após ter inserido a sonda 
OMS na margem entre a restauração e o tecido duro ou 
após observar uma significativa descoloração do 
esmalte adjacente 
- excesso marginal, causando irritação local do tecido 
gengival e não podendo ser removido por meio de um ajuste 
da restauração 
- fratura, que possa causar a perda da restauração ou 
infiltração marginal 
 
Condição Periodontal 
Será avaliada com a utilização de dois índices: 
- índice periodontal comunitário (CPI): para idades de 12, 
15-19, 35-44 e 65-74 anos e permite avaliar a condição 
periodontal quanto à higidez, sangramento e presença de 
cálculo ou bolsa. 
- índice de perda de inserção periodontal (PIP): para 35-44 
e 65-74 anos 
Sextantes 
- Definidos pelos grupos de dentes: 18-14, 13-23, 24-28, 
38-34, 33-43 e 44-48 
- A presença de dois ou mais dentes sem indicação de 
exodontia (por exemplo comprometimento de furca, 
mobilidade etc) é pré-requisito ao exame do sextante. Sem 
isso, o sextante é cancelado (quando há, por exemplo, um 
único dente presente) 
- Não se considera o terceiro molar na contagem de dentes 
presentes no 
sextante, na faixa 
etária de 15-19 
anos. Caso se 
detecte a presença 
de um dente e o 
terceiro molar 
nesta faixa etária, 
o sextante será 
excluído. 
 
 
 
 
 
Ddddd 
 
 
 
Dentes-índices 
São os seguintes os dentes índices para cada sextante 
(se nenhum deles estiver presente, examinam-se todos os 
dentes remanescentes do sextante, não se levando em 
conta a superfície distal dos terceiros molares): 
- Até 19 anos: 16, 11, 26, 36, 31 e 46 
- 20 anos ou mais: 17, 16, 11, 26, 27, 37, 36, 31, 46 e 47 
 
Exame 
- Pelo menos 6 pontos são examinados em cada um dos 10 
dentes-índices, nas superfícies vestibular e lingual, 
abrangendo as regiões mesial, média e distal. 
- Os procedimentos de exame devem ser iniciados pela área 
disto-vestibular, passando-se para a área média e daí para a 
área mésio-vestibular. Após inspecionam-se as áreas 
linguais, indo de distal para mesial. 
- A sonda deve ser introduzida levemente no sulco gengival 
ou na bolsa periodontal, ligeiramente inclinada em relação ao 
longo eixa do dente, seguindo a configuração anatômica da 
superfície radicular. Movimentos de vai e vem vertical, de 
pequena amplitude, devem ser realizados. 
- A força na sondagem deve ser inferior a 20 gramas 
(recomenda-se o seguinte teste prático: colocar a ponta da 
sonda sob a unha do polegar e pressionar até obter ligeira 
isquemia) 
Registros 
Considera-se que: 
- Em crianças com menos de 15 anos (portanto, na idade de 
12 anos) não são feitos registros de bolsas, uma vez que as 
alterações de tecidos moles podem estar associadas à 
erupção e não à presença de alteração periodontal 
patológica 
- Embora 10 dentes sejam examinados, apenas 6 anotações 
são feitas: uma por sextante, relativa à pior situação 
encontrada 
- Quando não há no sextante pelo menos dois dentes 
remanescentes e não indicados para extração, cancelar o 
sextante registrando um “X” 
Índice Periodontal Comunitário (CPI) 
• Sextante Hígido: ausência de sangramento, cálculo ou 
bolsa periodontal à sondagem 
• Sangramento: 
0 - Ausência 
1 - Presença 
X - Sextante excluído (presença de menos de 2 dentes 
funcionais no sextante) 
9 - Não examinado (quando o índice não se aplica à idade em 
questão) 
• Cálculo Dentário: 
0 - Ausência 
1 - Presença 
X - Sextante excluído (presença de menos de 2 dentes 
funcionais no sextante) 
9 - Não examinado (quando o índice não se aplica à idade em 
questão) 
• Bolsa Periodontal: 
0 - Ausência 
1 - Presença de bolsa rasa (a marca preta da sonda fica 
parcialmente coberta pela margem gengival, como a marca 
inferior da área preta corresponde a 3,5 mm e a superior 
5,5 mm, a bolsa detectada deve estar entre 4 e 5 mm 
2 - Presença de bolsa profunda (quando a área preta da 
sonda fica totalmente coberta pela margem da gengiva, 
como a marca superior da área preta fica a 5,5 mm da 
ponta, a bolsa é de, pelo menos 6 mm) 
X - Sextante excluído 
9 - Não examinado 
Índice de perda de inserção periodontal (PIP) 
- O PIP é basicamente um complemento do CPI. Os mesmos 
sextantes e dentes-índices são considerados, sob as 
mesmas condições 
- Entretanto, cabe alertar que o dente-índice onde foi 
encontrada a pior condição para o CPI pode não ser o mesmo 
com a pior situação para o PIP 
- O índice só será utilizado para as faixas etárias de 35-44 
anos e 65 - 74 anos 
Exame 
- A visibilidade da junção cemento-esmalte - JCE é a 
principal referência para o exame 
- Quando a JCE não está visível e a pior condição do CPI 
bolsa para o sextante é igual a “I”, qualquer perda de 
inserção para o sextante é estimada em menos de 4 mm 
(PIP = 0) 
0 - Perda de inserção entre 0 e 3 mm: JCE não visível 
e CPI entre 0 e 3 
1 - Perda de inserção entre 4 e 5 mm: JCE visíveis na 
área preta da sonda OMS 
2 - Perda de inserção entre 6 e 8 mm: JCE visível 
entre limite superior da área preta da sonda OMS e 
a marca de 8,5 mm 
3 - Perdade inserção entre 9 e 11 mm: JCE visível 
entre as marcas de 8,5 mm e 11,5 mm 
4 - Perda de inserção de 12 mm ou mais: JCE visível 
além da marca de 11,5 mm 
X - Sextante excluído: menos de 2 dentes presentes 
9 - Sextante não examinado 
 
Questionário - Entrevista 
Avaliação socioeconômica, utilização de serviços 
odontológicos, morbidade bucal referida e autopercepção 
de saúde bucal 
BLOCO 1 - caracterização socioeconômica da família 
- Questão 1 = número de pessoas 
- Questão 2 = número de cômodos 
- Questão 3 = número de bens 
- Questão 4 = renda familiar - ler as alternativas para o 
entrevistado e marcar o código correspondente: 
1 - Até 250 reais 
2 - De 251 a 500 reais 
3 - De 501 a 1.500 reais 
4 - De 1.501 a 2.500 reais 
5 - De 2.501 a 4.500 reais 
6 - De 4.501 a 9.500 reais 
7 - Mais de 9.500 reais 
9 - Não sabe / não respondeu 
BLOCO 2 - escolaridade, morbidade bucal referida e uso de 
serviços 
- Questão 5 = escolaridade - até que série o sr(a) estudou? 
- Questão 6 = morbidade bucal referida - o sr(a) acha que 
necessita de tratamento dentário atualmente? 0 - Não 1 - 
sim 9 - não sabe / não respondeu 
- Questão 7 = prevalência de dor de dente - nos últimos 6 
meses o sr(a) teve dor de dente? 0 - Não 1 - sim 8 - não se 
aplica 9 - não sabe / não respondeu 
- Questão 8 = gravidade da dor de dente - aponte na escala 
o quanto foi esta dor, 1 significa muito pouca dor e 10 uma 
dor muito forte 
- Questão 9 = uso de serviços de saúde bucal - alguma vez 
na vida o sr(a) já foi ao consultório do dentista? 0 - Não 1 - 
sim 9 - não sabe / não respondeu 
- Questão 10 = frequência de uso de serviços de saúde 
bucal - quando você consultou o dentista pela última vez? 1 - 
Menos de um ano 2 - um ou dois anos 3 - três anos ou mais 8 
- não se aplica (para quem nunca foi ao dentista) 9 - não 
sabe / não respondeu 
- Questão 11 = local de uso de serviços de saúde bucal - 
onde foi a sua última consulta? 1 - Serviço público 2 - 
serviço particular 3 - plano de saúde ou convênios 4 - outros 
8 - não se aplica (para quem nunca foi ao dentista) 9 - não 
sabe / não respondeu 
- Questão 12 = motivo do uso de serviços de saúde bucal - 
qual o motivo da sua última consulta? 1 - Revisão, prevenção 
ou check up 2 - dor 3 - extração 4 - tratamento 5 - outros 
8 - Não se aplica (para quem nunca foi ao dentista) 9 - não 
sabe / não respondeu 
- Questão 13 = avaliação de serviços de saúde bucal - o que 
você achou do tratamento na última consulta? 1 - Muito bom 
2 - bom 3 - regular 4 - ruim 5 - muito ruim 8 - não se aplica 
(para quem nunca foi ao dentista) 9 - não sabe / não 
respondeu 
- Questão 14 = grau de satisfação com a saúde bucal - com 
relação aos seus dentes / boca o sr(a) está: 1 - muito 
satisfeito 2 - satisfeito 3 - nem satisfeito nem insatisfeito 
4 - insatisfeito 5 - muito insatisfeito 9 - não sabe / não 
respondeu 
- Questão 15 = necessidade de prótese - o sr(a) considera 
que necessita usar prótese total (dentadura) ou trocar a 
que está usando atualmente? 0 - Não 1 - sim 9 - não sabe / 
não respondeu 
- Questão 16 = impactos em saúde bucal - nesta questão são 
feitas 9 perguntas, a partir da assertiva “Algumas pessoas 
tem problemas que podem ter sido causados pelos dentes. 
Das situações abaixo, quais se aplicam a(o) sr(a), nos últimos 
seis meses? Em cada uma das nove perguntas assinalar: 0 - 
não 1 - sim 9 - não sabe / não respondeu 
 
Levantamento Epidemiológico: 
Treinamento e Calibração de 
Examinadores 
 Prof. Soraya 
 
Calibração 
- O processo que visa estabelecer padrões uniformes para o 
exame epidemiológico em saúde bucal e determina 
parâmetros aceitáveis de consistência interna e externa aos 
examinadores. Concordância maior entre examinadores, 
assim, dados mais fidedignos. 
Concordância inter-examinador 
- A equipe deve funcionar de modo a examinar sempre a 
partir de um mesmo critério, concordando, o máximo 
possível, em seus diagnósticos. Deve examinar um mesmo 
grupo de indivíduos e os resultados devem ser comparados 
entre si. 
- O objetivo da calibração interexaminador não é 
estabelecer quem está certo e quem está errado, mas 
verificar quais examinadores estão diferindo de forma mais 
significativa, reduzindo a variabilidade entre eles. 
Concordância intra-examinador (com ele mesmo) 
- Busca aferir o quanto o examinador concorda com ele 
mesmo em diferentes momentos. 
- Ela deverá ser feita durante a coleta dos dados, no 
sentido de aferir se a consistência obtida no treinamento 
está sendo mantida em campo 
- Durante o levantamento, a concordância deve ser feita 
utilizando os exames em duplicata, ou seja, cada examinador 
deve reexaminar 5% da amostra (repete 1 indivíduo a cada 
grupo de 20) 
Processo de Calibração 
- Critérios: Idades, agravos e técnicas a serem utilizados na 
calibração 
Idade/grupo etário Agravo Técnica 
5 anos - Cárie de coroa 
- Condição de oclusão 
In vivo 
12 a 19 anos - Cárie de coroa 
- DAI 
- CPI cálculo 
In vivo 
12 a 19 anos - Traumatismo dentário 
- Fluorose 
In lux (exame 
de imagem) 
30 anos e mais - Cárie de coroa 
- CPI cálculo 
- CPI bolsa 
In vivo 
Processo de calibração 
- O processo de calibração deve ser planejado considerando 
se um número máximo de 10 examinadores 
- Números maiores que esse normalmente tornam a prática 
de difícil execução 
Fases da Calibração 
1. Preparação do processo 
- Contato prévio com instituições (escolas, quartéis, centros 
de saúde etc) nas quais se procederá aos exames para 
efeito de treinamento e calibração 
- Existência de pessoas dentro das faixas etárias exigidas 
para o treinamento, devendo-se solicitar sua colaboração, 
explicando-lhes como se dará o processo, obtendo-se assim 
o consentimento. 
- Ambientes bem iluminados e adequados para a realização 
dos exames 
- Selecionar os voluntários de modo que estes apresentem 
uma maior variedade de situações relativas às condições 
bucais pesquisadas 
2. Discussão teórica 
- Exposição teórica e discussão junto à equipe de 
examinadores, por parte da equipe de instrutores, sobre 
todos os índices, códigos e critérios a serem utilizados. 
Recomenda-se utilizar slides e fazer a leitura prévia do 
manual da equipe de campo. 
- Esclarecido o maior número possível de dúvidas relativas 
aos critérios e que sejam exercidas situações em que uma 
regra de decisão seja exigida. 
3. Discussão Prática 
- Cada participante da equipe deve examinar em torno de 10 
pessoas nos grupos etários: 5 anos, 12-19 anos e 35-44 anos 
- Formam-se blocos de 5 equipes no máximo 
(examinador/anotador). Caso tenhamos 10 equipes serão 2 
blocos de 5 equipes, 8 equipes conformarão 2 blocos de 4 
equipes e assim por diante 
- Cada cadeira deve ser identificada por um número (1,2,3 
etc) 
- São chamados cinco voluntários para ocupar as cadeiras 
- Cada examinador deve passar por cada um dos voluntários 
e realizar o exame 
- Ao final da rodada, os voluntários não devem ser 
dispensados ainda. Os examinadores, orientados pelo 
instrutor, deverão examinar suas fichas e observar as 
discordâncias em cada um dos exames que cada um realizou 
- Observadas discordâncias, todas são discutidas 
exaustivamente de modo a chegar a um consenso sobre o 
diagnóstico ao qual todos concordam 
- Ainda mantendo o voluntário em sua cadeira, o instrutor 
de calibração realiza a aferição das discordâncias entre os 
exames 
- Todas as discordâncias são discutidas com as equipes e, se 
necessário, deve ser realizado novo exame no voluntário a 
partir da releitura dos códigos e critérios do índice. 
- Calcula-se a concordância simples, para orientar as equipes 
a respeito de sua evolução em todo o processo. 
- Repete-se este procedimento até que cada equipe tenha 
examinado 10 pessoas de cada grupo etário. 
4. Discussão Final 
- A última parte do exercício de calibração deve ser usada 
para se certificar de que a equipe deexaminadores está 
completamente familiarizada com todos os procedimentos 
de exame, de registro, critérios de diagnóstico, formulários 
de registro e o manejo de instrumentos e materiais. 
- Discutidos os resultados dos cálculos de concordância. 
Verificados valores altos de discrepância, decide-se pela 
repetição do exercício e/ou substituição de algum 
examinador da equipe. 
Estratégias de Campo 
- Discussão com a equipe das estratégias a serem 
desenvolvidas em campo, tais como o processo de percurso, 
o uso do PDA, o processo de supervisão, dentre outras 
Calculando a Concordância 
- Uso de planilha eletrônica: planilhas eletrônicas no 
programa Excel, versão 2007 
- Reprodutibilidade em campo: o examinador deverá 
reexaminar aproximadamente 5% de toda a amostra, 
marcar na ficha (ou no PDA) que o exame é duplicata. 
- Valores recomendados: valor de kappa de 0,60 como valor 
mínimo aceitável

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