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ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE E ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI) Profª Ruth Kelly Oliveira AIDPI "A estratégia introduz o conceito de integralidade, surgindo como alternativa para aplicar os programas de controle específicos já existentes (IRA, Diarreia, Crescimento e Desenvolvimento, Imunização, Aleitamento Materno), englobando os principais problemas de saúde que afetam as crianças menores de cinco anos de idade, afecções geralmente preveníeis ou facilmente tratáveis, mediante a aplicação de tecnologias apropriadas e de baixo custo" AIDPI O enfoque desta estratégia é tratar a criança como um todo em vez de se dirigir somente para uma parte do problema. AIDPI permite avaliar de maneira sistemática os principais problemas e doenças que afetam a saúde das crianças, para detectar e tratar qualquer sinal geral de perigo ou doença específica. A estratégia AIDPI contém também ações de prevenção e de educação dos pais sobre o cuidado das crianças a nível domiciliar, contribuindo assim para evitar o adoecimento, bem como para melhorar suas condições gerais de saúde. AIDPI OBJETIVOS: Reduzir a mortalidade por doenças prevalentes nas crianças menores de 5 anos (infecções respiratórias, diarreicas e desnutrição). Identificar os diferentes sinais de doenças prevalentes (prevenção, diagnóstico e tratamento). Verificação sistemática de aspectos preventivos e promoção da saúde infantil. Melhorar a qualidade da atenção a criança nos serviços de saúde (introduzir ações de promoção e prevenção na rotina dos serviços). Expandir a atenção integrada no nível comunitário. AIDPI Principais causas de internações e óbitos < 5 anos IRA: 41,5%; Afecções perinatais: 16%; Doenças diarréicas:10,4%; Septicemias:4,0%; As malformações congênitas:2,9%; Causas externas: 2,4%, Deficiências nutricionais 1,1%. O conjunto das demais causas compreendeu 22,4%. AIDPI Implantado ainda no início da década de 80, a proposta do AIDPI foi de desenvolver ações básicas de saúde e controle de doenças prevalentes na infância. A população alvo são as crianças de 0 a 5 anos incompletos. ATENÇÃO!!! O objetivo da estratégia AIDPI não é estabelecer um diagnóstico específico de uma determinada doença, mas identificar sinais clínicos que permitam a avaliação e classificação adequada do quadro e fazer uma triagem rápida quanto a natureza da atenção requerida pela criança: encaminhamento urgente a um hospital, tratamento ambulatorial ou orientação para cuidados e vigilância no domicílio. Metodologia de atendimento Avaliar a criança doente de 2 meses a 5 anos de idade ou a criança de 1 semana a 2 meses de idade Classificar a doença Identificar o tratamento Tratar a criança Aconselhar a mãe ou o acompanhante Atenção à criança de 1 semana a 2 meses de idade Consulta de retorno Metodologia de Atendimento 1. Avaliar a criança - implica a preparação de um histórico de saúde da criança, mediante perguntas adequadas e um exame físico completo. 2. Classificar a doença - significa determinar a gravidade da doença; você selecionará uma categoria ou classificação para cada um dos sinais e sintomas principais que indiquem a gravidade da doença. As classificações não constituem um diagnóstico específico da doença, mas, ao contrário, são categorias utilizadas para identificar o tratamento. 3. Identificar o tratamento – o tratamento será da criança será estabelecido nos Quadros de Conduta. Metodologia de Atendimento 4. Tratar - significa proporcionar atendimento no serviço de saúde, incluindo a prescrição de medicamentos e outros tratamentos a serem dispensados no domicílio, bem como as recomendações às mães para realizá-los bem. 5. Aconselhar a mãe ou o acompanhante - implica avaliar a forma pela qual a criança está sendo alimentada e proceder às recomendações a serem feitas à mãe sobre os alimentos e líquidos que deve dar à criança, assim como instruí-la quanto ao retorno ao serviço de saúde Metodologia de atendimento No quadro AVALIAR E CLASSIFICAR A CRIANÇA DOENTE DE 2 MESES A 5 ANOS DE IDADE descreve-se como avaliar e classificar as crianças doentes de modo que os sinais de doença não passem despercebidos. De acordo com o quadro, você fará perguntas à mãe sobre os problemas da criança e verificará se esta apresenta sinais de perigo. Metodologia de atendimento A seguir fará perguntas sobre os quatro sintomas principais: tosse ou dificuldade para respirar, diarreia, febre e problemas de ouvido. Uma criança que tenha um ou mais desses sintomas principais pode padecer de uma doença séria. Metodologia de atendimento Na presença de um sintoma principal: fazer mais perguntas para classificar a doença; verificar se a criança tem desnutrição ou anemia. Verificar o estado de imunização da criança e avaliar os demais problemas mencionados pela mãe. Metodologia de atendimento 1. Perguntar a mãe que problemas a criança apresenta: Na maioria dos serviços quando os pacientes chegam, o profissional de saúde determina qual é o motivo da visita e se encarrega de obter seu peso e temperatura. A seguir anota esses dados no cartão da criança e/ou na folha de consulta da criança. Depois a criança é examinada pelo profissional de saúde. Metodologia de atendimento Ao iniciar a consulta: - Receba bem a mãe e peça- lhe que se sente. - Identificar a idade da criança; - escolha o quadro de consulta correspondente a sua idade. Pergunte à mãe que problemas tem a criança. - Anote o que a mãe lhe disser sobre os problemas da criança.( Uma razão importante para fazer essa pergunta é a necessidade de iniciar um diálogo com a mãe). Metodologia de atendimento 1.Para empregar boas técnicas de comunicação: Escute atentamente o que lhe diz a mãe: demonstrará que leva a sério suas preocupações. Use palavras que a mãe possa entender: Caso ela não compreenda as perguntas que lhe são feitas, não poderá lhe dar a informação que necessita para avaliar e classificar a criança corretamente. Dê- lhe tempo para que responda as perguntas: Por exemplo, talvez necessite tempo para decidir se o sinal sobre o qual foi perguntado está presente. Metodologia de atendimento Faça perguntas adicionais quando a mãe não estiver segura da resposta: a mãe pode não saber com certeza se o sintoma ou sinal está presente ou não. Faça perguntas adicionais para ajudar a mãe a responder mais claramente. Determine se é uma primeira consulta ou consulta de retorno para esse problema: o propósito da consulta de retorno é diferente do da primeira consulta. Durante uma consulta de retorno o profissional de saúde procura saber se o tratamento que a criança recebeu na primeira consulta foi útil. Caso não tenha havido melhora muda-se o tto ou a refere a um hospital. Metodologia de atendimento Perguntar: A criança consegue beber ou mamar no peito? A criança apresentou convulsões? A criança vomita tudo que ingere? Observar: verificar se a criança está letárgica ou inconsciente. Metodologia de atendimento Pergunte: A criança consegue mamar no peito? Uma criança que apresente o sinal “não consegue beber ou mamar no peito” está demasiadamente debilitada. Pergunte: A criança vomita tudo que ingere? Se a resposta for positiva, verifique a veracidade dessa afirmação. Metodologia de atendimento 2.Verificar se existem sinais gerais de perigo: Verificar se existem sinais gerais de perigo: verifique em todas as criança doentes se existem sinais gerais de perigo. Um sinal de perigo está presente se: - Criança não consegue beber nem mamar; - A criança vomita tudo que ingere; - A criança apresentou convulsões; - A criança está letárgica ou inconsciente. Metodologia de atendimento Uma criança que apresenta um sinal de perigo deve ser avaliada cuidadosamente. Crianças com um sinal de perigo geralmente :necessitamser referidas urgentemente ao hospital, necessitam receber tratamento para salvar-lhes a vida como: antibióticos injetáveis, oxigênio ou outros tratamentos que podem não estar disponíveis no seu serviço de saúde. Você deve completar o resto da avaliação imediatamente e rapidamente. Metodologia de atendimento Como avaliar uma criança com tosse ou dificuldade para respirar? Pergunte: A criança tem tosse ou dificuldade para respirar? Uma criança que tem tosse pode ter uma pneumonia ou outra infecção respiratória que seja grave ( IRA). Identificar entre as poucas crianças que tossem e tem pneumonia dentre as muitas crianças que tossem e tem resfriado. Assistência e controle das Infecções Respiratórias Agudas Objetivos: Reduzir a mortalidade em menores de 5 anos por IRA(em especial por pneumonia); Reduzir o número de casos graves e de complicações respiratórias superiores e inferiores; Diminuir o uso inadequado de antibióticos e outros medicamentos em IRA; Estratégias Preventivas Reduzir o número de casos e suas complicações; Orientação de mães e familiares; Diagnóstico precoce e utilização racional de drogas; A criança com Insuficiência Respiratória Aguda - IRA Características de IRA: “toda criança com a presença de um ou mais sinais a seguir: tosse; dificuldade para respirar ; chiado; coriza; dor de ouvido; dor de garganta, com evolução média de sete dias.” Orientações para mães e familiares Observar sinais de gravidade: respiração rápida ou difícil; dificuldade em alimentar-se ou ingerir líquidos; piora do estado geral.(lembrar que estes podem ser sinais de Pneumonia); Cuidados gerais: alimentar a criança durante a doença, limpar o nariz para facilitar a alimentação; aumentar a oferta de líquidos; continuar o aleitamento materno; aumentar a oferta de alimentos depois da doença; manter as crianças menores de 2 meses aquecidas. Assistência e controle das doenças diarreicas Introdução: “A doença diarreica aguda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil nos países em desenvolvimento e um dos fatores que mais contribui para o agravamento do estado nutricional das crianças. A grande maioria das crianças com diarreia evolui para a cura espontânea sem desidratação, quando bem manuseadas no domicílio.” 1982 – Ministério da Saúde “adotou a Terapia Reidratação Oral TRO como medida de controle das doenças diarreicas”. Nota: Espera-se que medidas destinadas a melhorar a condição de vida da população, incluindo cuidados com estado nutricional, saneamento básico e educação para a saúde, sejam implementadas a médio prazo, para atingir o objetivo primordial de diminuir a morbidade por doenças diarreicas. Diarreia aguda Conceito “Doença caracterizada pela perda de água e eletrólitos, que resulta no aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da consistência das fezes.” Estratégias Prevenção e tratamento da desidratação. Manutenção da alimentação. Uso racional de medicamentos. Medidas Preventivas Aleitamento materno Práticas adequadas de desmame Imunização Saneamento básico Lavagem das mãos Educação em saúde Conhecer, valorizar as práticas adequadas da população e modificar as práticas inapropriadas; Informar as medidas preventivas sobre os meios da transmissão da diarreia; Explicar sinais da diarreia, complicações e os sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar os serviços de saúde; Uso da TRO; Alimentação adequada da criança. Letárgica Olhos fundos CONDUTA: É natural ocorrer perda de apetite nestas ocasiões, logo: deve-se manter a alimentação habitual evitando a introdução de novos alimentos, não forçar a alimentação, oferecer a alimentação em menor quantidade e mais reduzido intervalo de tempo, oferecer mais líquidos do que o habitual, optar por alimentos com mais elevado teor de calorias e proteínas, oferecer os alimentos preferidos pela criança. COMBATE AS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS Anemia Ferropriva: População alvo: crianças de 6 a 23 meses com ou sem anemia ferropriva. Distribuição de xarope de sulfato ferroso como medida preventiva (Programa Saúde de Ferro) e utilização de sulfato ferroso gotas (mais concentrado) nos casos diagnosticados. REFERENCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Manual Aidpi Criança: 2 meses a 5 anos [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 243 p.: il. AMARAL, J. J. F. et al. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância: avaliação das unidades de saúde. Brasília: OPAS/MS, 2002.
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